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Surdez Súbita Cássia Cláudio Devanildo Thalyta Weslley Definição A Surdez súbita e tida por uma perda neurossensorial de pelo menos 30 dB em três frequências consecutivas no exame audiométrico, instalada dentro de um período não superior a 72 horas. Apresenta incidência de 5- 20 casos por 100.000 Pico aos 60 anos ETIOLOGIA 90 % são os casos idiopáticos Cerca de 10 % dos casos vão apresentar causa definida Infeccao viral- Rubéola, CMV, Caxumba, HIC, Varicela zoster, mononucleose Infeccao Bacteriana- Meningite , sífilis, micoplasma. Circulatoria- isquemia labirintitica, hemorragia labirintitica, anemia falciforme Tumoral- Neuroma acústico, mieloma múltiplo, carcinomatose meníngea, metástase conduto auditivo Autoimune- Lúpus,Arterite temporal , Doença imune da orelha interna, poliarterite nodosa Metabólica-DM, dislipidemia, insufic renal, hipocalemia Traumatica- mecânico e acústico Genética- sindrômicas e não sindromicas Tóxica- picada de cobra, cocaína,matadona, ototoxicidade pelo gene A1555G Neurológica – Isquemia pontinha focal, esclerose múltipla, hipertensão intracraniana Epidemiologia Estima-se que 2% das queixas em otologia se devam à perda súbita da audição, com incidência de 5 a 20 casos por 100 mil habitantes, promovendo 4 mil novos casos por ano. Há um pico de incidência entre a quinta e a sexta décadas de vida, sem predomínio entre os sexos. Geralmente unilateral, a SS pode envolver ambas as orelhas em menos de 2% dos casos, e quando o faz, o acometimento se dá habitualmente de forma sequencial. A SS bilateral pode ocorrer por trauma, meningoencefalite, meningite carcinomatosa e doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, granulomatose de Wegener, etc.). Outros sintomas podem acompanhar o quadro de hipoacusia, como por ex a presença de zumbido, vertigem. MANIFESTAÇÃO CLÍNICA Geralmente, a perda auditiva é profunda, mas a audição retorna a níveis normais na maioria dos pacientes e, em outros, observa-se uma recuperação parcial. É mais provável ocorrer a regressão da surdez nos primeiros 10 a 14 dias. Quadro clínico: Paciente queixa-se de hipoacusia de maneira súbita, geralmente, é unilateral. O quadro de zumbido pode estar associado. É importante tentar identificar na anamnese o possível fator etiológico deve-se investigar história de traumatismos, uso de medicações ototóxicas, história familiar para surdez, quadros infecciosos e história patológica pregressa completa. Exame Físico : Realizar otoscopia minuciosa em busca de rolhas de cerume, presença de líquido retrotimpânico, bolsas de retração, avaliar integridade da membrana timpânica e presença de tumores. A pneumotoscopia deve ser realizada para testar a possível presença de fístula perilinfática. Os testes com diapasão vão revelar: -Rinne: positivo, o paciente ouve o estímulo pelas vias óssea e aérea; -Weber: lateralizado para o ouvido sadio. Diagnóstico Após anamnese e exame físico detalhados, o paciente deverá ser submetido à audiometria e a exames laboratoriais e de imagem, porém a investigação não deve retardar o início do tratamento. A audiometria será fundamental para avaliar o diagnóstico e prognóstico . Nos casos de surdez súbita, não devemos realizar o teste de reflexo estapédico, e na suspeita de fístula ou barotrauma, a imitanciometria também não deverá ser realizada. Podemos complementar a avaliação eletrofisiológica do paciente com a realização do BERA e emissões otoacústicas para o topodiagnóstico da lesão, porém esses exames deverão ser realizados somente após alguns dias do quadro inicial devido à intensidade do estímulo acústico necessário. Os exames laboratoriais só devem ser solicitados quando houver suspeita clínica de algo, não de rotina.O exame de imagem a ser solicitado é a ressonância magnética de ouvido interno e ângulo pontocerebelar com uso de gadolíneo, que identifica tumores, hemorragias e processos inflamatórios. Tratamento Corticoterapia -Oral dose de 1 mg/kg/dia de prednisolona (dose máxima de 60 mg/dia) por 7 a 14 dias, com redução gradual pelo mesmo período Intratimpânica (IT) modo alternativo à terapia oral, como em casos de resgate, quando o tratamento oral inicial não apresenta evolução favorável. Terapia hiperbárica com uso de corticoide- alternativa para os pacientes com perdas profundas e com evolução insatisfatória Timpanotomia exploradora Medidas Preventivas Não se expor a ruídos muito intensos; Realizar check-up regular da saúde auditiva; Evitar o uso de medicamentos ototóxicos sem prescrição ou acompanhamento médico; Cumprir a obrigatoriedade do uso de protetores auriculares, caso trabalhe em ambientes barulhentos; Manter o cartão de vacinação em dia, para a prevenção das doenças virais e bacterianas associadas à surdez súbita; Divulgar essas informações para a comunidade e para os grupos de risco, como os mergulhadores. FIM Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA-NC
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