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Figura 14-15 – Síntese de carboidratos a partir de precursores simples A via biossintética de fosfoenolpiruvato a glicose-6-fosfato é uma via que é comum para a conversão de muitos precursores diferentes em carboidratos, tanto em plantas como em animais. As plantas e as bactérias fotossintetizantes são únicas na habilidade de converter CO2 em carboidratos. Mamíferos: Via é ativa principalmente no fígado e, em menor extensão na córtex renal. Principais precursores nos animais: lactato, piruvato, glicerol e certos aminoácidos Principais precursores nos ruminantes: propionato e lactato Aminoácidos Há 3 reações da via glicolítica que são irreversíveis Por isso a gliconeogênese não é uma simples reversão da glicólise Variações de Energia Livre das Reações da Via Glicolítica nos Eritrócitos Os passos 1, 3 e 10 da via glicolítica são irreversíveis, pois apresentam uma variação de energia livre muito grande. A reversão destes passos requer outras enzimas e, no caso do passo 10, mais de uma enzima e o envolvimento de mais de um compartimento celular. Figura 14-16 – Glicólise e Gliconeogênese no fígado de rato: Duas vias opostas As reações da glicólise estão mostradas em vermelho do lado esquerdo e as reações da gliconeogênese estão mostradas em azul do lado direito. Os três pontos principais de regulação estão destacados pelo retângulo vermelho. A gliconeogênese tem um custo energético alto para a célula: 2 Piruvato + 4 ATP + 2GTP + 2NADH `+ 2 H+ + 4 H2O Glicose + 4 ADP + 2 GDP + 6Pi + 2NAD + A conversão de 2 moléculas de Piruvato em uma molécula de glicose ocorre às custas da quebra de 6 ligações fosfato de alta energia (4ATP + 2GTP) e do consumo de 2 moléculas altamente reduzidas (NADH). Reações Sequenciais da Gliconeogênese a partir do Piruvato Há duas vias para a Conversão de Piruvato em Fosfoenolpiruvato Figura 14-19 – Vias alternativas para a conversão de piruvato em fosfoenolpiruvato. A via que predomina depende do precursor (lactato ou piruvato). -A via da direita predomina quando o lactato é o precursor (produzido nos eritrócitos e músculos), porque NADH é produzido no citoplasma pela ação da lactato desidrogenase e não tem que ser transportado para fora da mitocôndria como ocorre na via da esquerda. - A importância relativa das duas vias depende da disponibilidade de lactato e dos requerimentos citosólicos de NADH. Se a glicólise e a gliconeogênese ocorressem ao mesmo tempo e em alta velocidade, o resultado seria o consumo de ATP e a produção de calor (ciclo fútil) Regulação da Gliconeogênese Por isso, a glicólise e a gliconeogênese são reguladas de maneira recíproca, de tal modo que quando o fluxo da glicose através da glicólise aumenta, o fluxo do piruvato em direção à glicólise diminui, e vice-versa. A soma destas duas reações é: Calor A Gliconeogênese e a glicólise são reguladas de maneira separada e recíproca por 2 mecanismos: 1. Pela concentração de Acetil-CoA 2. Pela concentração de Frutose-2,6-bifosfato REGULAÇÃO DA GLICONEOGÊNESE O piruvato pode seguir duas vias alternativas: ser convertido em glicose e glicogênio por meio da gliconeogênese ou ser oxidado até acetil-CoA para a produção de energia. A primeira enzima de cada uma dessas duas vias é regulada alostericamente: o acetil-CoA , produzido quer a partir do piruvato pela ação do complexo enzimático da piruvato desidrogenase quer pela oxidação dos ácidos graxos, estimula a piruvato carboxilase e inibe a piruvato desidrogenase, levando à síntese de glicose. Assim, a concentração de Acetil-CoA é quem determina o destino do Piruvato: Gliconeogênese (síntese de glicose) ou Oxidação (produção de energia). REGULAÇÃO PELA ACETIL-CoA: Piruvato carboxilase Complexo da piruvato desidrogenase Glicogênio Oxidação de ácidos graxos (Beta oxidação) Regulação pela Frutose-2,6-bifosfato: Regulação da Atividade da Fosfofrutoquinase 1 (PFK-1) e da Frutose- 1,6-bifosfatase 1 (FBPase-1) pela Frutose-2,6-bifosfato (F2,6BP) A Frutose-2,6-bifosfato (F2,6BP), ao mesmo tempo em que ativa a PFK-1 inibe a FBPase-1. Assim, na presença de F2,6BP a glicólise é estimulada. Na sua ausência a gliconeogênese é que é estimulada. F2,6BP Frutose-2,6-bifosfato (F2,6BP) ativa a Fosfofrutoquinase-1 (PFK-1) K0,5= 2,0 mM K0,5= 0,13 mM A adição de F2,6BP (+F2,6BP) aumenta em muito a atividade da PFK-1 sobre o seu substrato (Frutose 6-fosfato) Atividade da Frutose-1,6-bifosfatase 1 (FBPase-1) é inibida pela Frutose-2,6-bifosfato (F2,6BF) (25 mM) K0,5= 5 M K0,5= >70 M A adição de F2,6BP (+F2,6BP) inibe a atividade da FBPase-1 sobre o seu substrato (Frutose 1,6-fosfato) Etanol inibe a gliconeogênese • Experimentos com fígado de rato isolado e perfundido demonstraram que o etanol é um potente inibidor da gliconeogênese. • A administração oral de etanol a indivíduos imediatamente após um período exaustivo de exercício impediu que os mesmos mantivessem a temperatura corporal quando a temperatura ambiente estava em redor de 14oC e a velocidade do vento estava a 15 km/h. A temperatura retal caiu, em média, 2,22oC. Os indivíduos que não ingeriram etanol após o exercício não apresentaram queda da temperatura retal. • O etanol ingerido após o exercício causou também uma queda no nível de glicose circulante (glicemia) de 4,1 mM para 1,8 mM. • A ingestão de glicose previne a queda de temperatura causada pela ingestão do etanol após o exercício. • Estas observações sugerem um má função de alguma parte do sistema nervoso central envolvida na regulação da temperatura. Talvez esta área do sistema nervoso é mais sensível à falta de glicose do que outras áreas. Fonte: E.A. Newsholme and C. Stuart in Regulation in metabolism. John Wiley & Sons, London, 349 p, 1973.
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