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Metabolismo - Regulação da Temperatura - Fígado

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Metabolismo e Regulação da Temperatura
Metabolismo dos Carboidratos e Formação do ATP
	Monossacarídeos atravessam as membranas por difusão facilitada. A velocidade de transporte da glicose é aumentada pela insulina – produzida por células beta das ilhotas de Langerhans. Após penetrar nas células, a glicose é transformada em glicose 6-fosfato através das glicoquinases (fígado) e hexoquinases com gasto de ATP. A fosforilação da glicose têm como objetivo mantê-la dentro das células, já que o fosfato impede difusão para o meio externo. A glicose fosfatase é capaz de quebrar essa ligação fosfato.
	Nos hepatócitos, monossacarídeos são convertidos em glicose. Glicogênese é o processo de formação de glicogênio (glicose-6-fosfato → glicose-1-fosfato → uridinafosfatoflicose → glicogênio). Glicogenólise refere-se à degradação do glicogênio para formação de glicose e não ocorre por reversão das reações que formam o glicogênio. Cada molécula de glicose, nos ramos do polímero de glicogênio, divide-se por fosforilação catalisada pela fosforilase (inativa no repouso). A epinefrina é liberada pela suprarrenal por estímulo simpático e estimula a glicogenólise pela ativação da fosforilase (SNS libera glicose para o metabolismo). O glucagon - produzido por células alfa – é secretado quando o nível de glicemia cai. Ele estimula a formação de AMPc pelos hepatócitos. Essa formação promove a conversão de glicogênio hepático em glicose, liberando-a no sangue e elevando o nível de glicêmico.
	O meio mais importante de liberação de energia da glicose é a glicólise (citoplasma), onde uma glicose forma dois ácidos pirúvicos. São formados 2 mols de ATP para cada mol de glicose. O estágio seguinte é a conversão dos dois ácidos pirúvicos em duas Acetil CoA. Em seguida, há o ciclo de Krebs (matriz mitocondrial) onde há liberação de energia para produção de ATP. No ciclo são liberados H+ que se combinam com o NAD formando NADH. Para cada molécula de glicose que entra no ciclo, 2 moléculas de Acetil CoA entram, junto com 6 de H2O. Há degradação em CO2 e liberação de 16 H e mais 2 CoA, formando 2 ATPs. Dos 24 H liberados na quebra da glicose (4 na glicólise, 4 na formação do Acetil CoA, 16 no ciclo de Krebs), 20 são utilizados na formação de NADH. Os 4 átomos restantes combinam-se com a desidrogenase específica, passando dirertamente pelo processo oxidativo. Durante essas alterações, os elétrons removidos dos H+ entram numa cadeia de transporte de elétrons na membrana mitocondrial interna.
	A etapa final, fosforilação oxidativa, é a conversão ADP-ATP. Consiste na oxidação dos H liberados nos estágios iniciais da degradação da glicose. Começa com a ionização dos H removidos do substrato. Os átomos são removidos aos pares: um dos dois se torna H+ e o outro forma NADH. Os elétrons retirados dos H para causar ionização entram em cadeias de aceptores de elétrons para o transporte de elétrons. Cada elétron é transferido de um dos aceptores para o próximo ate chegar ao citocromo A3 e juntar-se ao O. A energia liberada durante o transporte de elétrons pela cadeia é utilizada para bombear os H+ na matriz mitocondrial interna para a câmera externa. A elevada concentração de H+ na câmara externa junto com a diferença de pontencial através da membrana interna causam fluxo de H+ para a matriz mitocondrial interna através de ATPase. A ernergia derivada do fluxo iônico é usada pela ATP ase para converter ADP em ATP. Depois, há transferência do ATP para o citoplasma por difusão simples. Para cada 2 elétrons que passam pela cadeia de transporte são sintetizados 3 ATPs. Durante a fosforilação oxidativa formam-se 34 ATPs. 
	O O2 pode tornar-se insuficiente, de modo que a oxidação celular da glicose não ocorre. Mesmo assim, alguma energia pode ser liberada por glicólise (não necessita de O2). Porém, este processo desperdiça substrato. A formação do ácido lático durante a glicólise anaeróbica permite a liberação de energia anaeróbica adicional (músculo cardíaco converte ácido lático em pirúvico, utilizado como fonte energética).
	Em anaerobiose, maior parte do ácido pirúvico é convertido em ácido lático. Embora quase todos os carboidratos utilizados pelos músculos sejam degradados a ácido pirúvico e convertidos em CO2 e H+ pelo ciclo de Krebs, não constituem os únicos meios pelo qual a glicose pode ser degradada para fornecer energia. 
	Há outro esquema, via pentose fosfato, importante no fornecimento de energia e substratos para a conversão carboidratos-gordura. Quando as reservas de carboidratos diminuem abaixo do normal, há formação de glicose a partir de aminoácidos e lipídios, por gliconeogênese. A diminuição dos carboidratos nas células e a redução da glicemia constituem estímulos básicos que causam aumento da gliconeogênese. A glicose libera 1 CO2 e 4 átomos de H, com a formação de pentose (D-ribulose). Apenas 5 moléculas de glicose são ressintetizadas para cada 6 que entram nas reações. A via pentose fosfato é um processo cíclico em que a glicose é metabolizada para cada revolução do ciclo. Com repetição contínua, toda glicose pode ser convertida em CO2 e H, e o H pode entrar na fosforilação oxidativa para formar ATP. O H liberado se acopla ao NADP formando NADPH. Esse H pode ser utilizado para síntese lipídica, a partir de carboidratos. A formação e armazenamento de lipídio no corpo ocorre quando a via glicolítica é lentificada por inatividade celular e a via pentose continua em funcionamento.
	O ATP pode atuar como controlador da quebra ou armazenamento de glicose. Pode atuar inibindo a fosfofrutocinase, responsável por formar um derivado do frutose. Isso interrompe a glicólise e o metabolismo dos carboidratos. ADP atua sobre a fosfofrutocinase, estimulando o metabolismo e quebra da glicose, formando ATP. Íons citrato, formados no ciclo de Krebs, quando em excesso, inibem a fosfofrutocinase. Além disso, se todo ADP celular tiver sido convertido a ATP não há possibilidade de formar ATP adicional.
	Quando quantidades normais de carboidratos não estão disponíveis para as células, adeno-hipófise secreta quantidades aumentadas de corticotropina. Isso leva o córtex adrenal a produzir hormônio glicocorticoide (cortisol). O cortisol mobiliza proteínas, disponibilizando-as como aminoácidos nos líquidos corporais. Esses aminoácidos são desanimados no fígado e fornecem substrato para conversão em glicose. 
	O nível normal da glicemia oscila entre 90-110 mg/ml de sangue, relacionado com insulina e glucagon. Energia livre é a quantidade de energia liberada pela oxidação completa do alimento (cal/mol).
Metabolismo dos Lipídios
	Triglicerídios são utilizados para fornecimento de energia. Alguns lipídios, como o colesterol, fosfolipídios e alguns triglicerídios são utilizados para formar membranas e desempenhar outras funções.
	Quase todas as gorduras são absorvidas na linfa intestinal como quilomícrons, transportados até o ducto torácico e lançados no sangue venoso. Quilomícrons são removidos do plasma em aproximadamente 1h, quando o sangue passa por capilares do fígado ou tecido adiposo. As MP adiposas contém grandes quantidades de lipoproteína lipase. Ela hidrolisa triglicerídios dos quilomícrons em ácidos graxos e glicerol.
	Ácidos graxos (miscíveis nas MP) difundem-se no interior das células adiposas. No interior, são ressintetizados em triglicerídios (glicerol fornecido por processos metabólicos dos adipócitos). Quando lipídios armazenados nos adipócitos são necessários são transportados sob a forma de ácidos graxos livres, resultantes da hidrólise dos triglicerídios armazenados, produzindo novamente ácidos graxos e glicerol. 
	Ao sair das células adiposas, ácidos graxos se ionizam no plasma e combinam-se com albumina, sendo liberados onde houver necessidade. No estado pós-absortivo (sem quilomícrons no sangue) mais de 95% dos lipídios no plasma encontram-se como lipoproteínas (menores que quilomícrons, com triglicerídios, fosfolipídios, colesterol e proteína).
	Quilomícrons possuem lipídios e lipoproteínasem seu interior. As lipoproteínas são divididas em 3 classes principais: densidade muito baixa (VLDL - altas concentrações de triglicerídios, concentrações moderadas de fosfolipídios e colesterol), baixa densidade (LDL - poucos triglicerídios, porcentagem alta de colesterol) e de alta densidade (HDL - 50% de proteína, concentrações menores de lipídios). Lipoproteínas são formadas no fígado, já que a maior parte de fosfolipídios, colesterol e triglicerídios do plasma (exceto os existentes nos quilomícrons) são sintetizados no fígado.
	A principal função das lipoproteínas do plasma é o transporte de seus tipos especiais. Triglicerídios são sintetizados a partir de carboidratos no fígado, transportados para os tecidos nas VLDL. LDLs são resíduos das VLDLs após liberação da maior parte dos triglicerídios, deixando grandes concentrações de fosfolipídios e concentrações moderadas de proteína. Por outro lado, HDLs transportam colesterol dos tecidos periféricos para o fígado. Por isso, HDLs desempenham papel importante na prevenção do desenvolvimento da aterosclerose (endurecimento das artéiras). 
	Gordura é armazenada em 2 tecidos importantes: adiposo e hepático. Principais funções do adiposo são armazenamento de triglicerídios e isolamento térmico. As principais funções do fígado no metabolismo dos lipídios são: degradação de ácidos graxos em compostos pequenos para o suprimento energético, síntese de triglicerídios a partir de carboidratos e proteínas e síntese de outros lipídios a partir de ácidos graxos. 
	A degradação e oxidação de ácidos graxos ocorre nas mitocôndrias para formar ATP. Toda vez que o organismo recebe quantidade maior de carboidratos do que a que pode ser utilizada para energia ou armazenada, o excesso é convertido em triglicerídios e armazenado no tecido adiposo. A maior parte da síntese de triglicerídios ocorre no fígado, mas um pouco ocorre nos adipócitos. Triglicerídios formados no fígado são transportados pelas VLDL até as células adiposas para serem armazenados. Muitos aminoácidos podem ser convertidos em Acetil CoA e esta pode ser convertida em triglicerídios. A estimulação simpática pela adrenalina favorece a degradação de lipídios para obtenção de energia. 
	Estresse estimula liberação de corticotropina pela hipófise anterior, que estimula o córtex suprarenal a secretar glicocorticóides (cortisol) estimulando degradação de lipídios e produção energética. Aterosclerose é uma doença das grandes artérias, caracterizada por aparecimento de depósitos lipídicos (placas de ateroma) nas camadas internas das artérias. Estas placas contêm quantidade grande de colesterol. 
	Num estágio mais avançado da doença, fibroblastos infiltram-se nas áreas em degeneração e provocam esclerose progressiva das artérias. Há precipitação de cálcio com lipídios, formando placas calcificadas. A aspereza da superfície provoca formação de coágulos, com formação de trombos ou êmbolos. 	HDLs são formadas pelo fígado, mas têm a capacidade de remover colesterol dos tecidos em lugar de provocar deposição adicional. Pessoas com altos níveis de HDL têm menor probabilidade de desenvolver aterosclerose. 
Metabolismo das Proteínas
	Os aminoácidos são grandes demais para se difundirem livremente pelos poros das membranas celulares. Assim, o transporte facilitado ou transporte ativo, é utilizado como mecanismo transportador.
	Muitas proteínas complexas são fibrilares (fibrosas). Os principais tipos de proteínas fibrosas são: colágenos, que constituem as proteínas estruturais básicas do tecido conjuntivo, tendões, cartilagem e ossos; elastinas, que formam fibras elásticas dos tendões, artérias e tecido conjuntivo; queratinas, proteínas estruturais do cabelo e unhas; e actina e miosina, proteínas contráteis dos músculos.
	Aminoácidos circulantes encontram-se principalmente na forma ionizada, resultante da remoção de um hidrogênio e do radical NH2. A distribuição desses compostos depende dos tipos de proteínas ingeridas. Concentrações de alguns aminoácidos individuais são reguladas por síntese seletiva das diferentes células.
	Cada tipo celular particular tem limite superior em relação a quantidade de proteínas que pode armazenar. Depois que todas as células atingirem os limites, o excesso de aminoácidos, ainda em circulação, é degradado em outros produtos e utilizado como energia, ou convertido em gordura ou glicogênio. 
	Raramente polipeptídeos ou moléculas inteiras são absorvidas pelo trago digestivo para o sangue. Pequenas quantidades de aminoácidos são absorvidas de cada vez. Depois da entrada no sangue, o excesso é absorvido, especialmente pelo fígado. Por isso, grandes concentrações desses compostos quase nunca se acumulam no sangue e líquidos teciduais. 
	Após a entrada nas células, os aminoácidos são conjugados em proteínas celulares sob a influência de enzimas. Toda vez que a concentração plasmática de aminoácidos cai abaixo do nível normal, há transporte de aminoácidos para fora das células a fim de repor os suprimentos no plasma. Simultaneamente, há degradação de proteínas intracelulares em aminoácidos. Alguns tecidos corporais participam em maior grau do que outros no armazenamento.
	Após ingresso nas células, os aminoácidos se combinam uns com os outros sob direção do RNAm e do sistema ribossômico, para formar proteínas celulares. Assim, a concentração de aminoácidos livres no interior da célula permanece baixa. Consequentemente, o armazenamento de grande quantidade de aminoácidos livres não ocorre dentro das células. Eles são estocados sob forma de proteínas verdadeiras.
	Proteínas intracelulares são decompostas em aminoácidos por enzimas digestivas lisossômicas intracelulares. Esses aminoácidos são levados para o sangue. Exceções são as proteínas dos cromossomos e estruturais, que não participam da digestão reversa e do transporte de volta ao exterior (colágeno).
	Nos rins, os diferentes aminoácidos podem ser ativamente reabsorvidos através do epitélio tubular proximal, que os remove do filtrado glomerular devolvendo-os ao sangue. Existe um limite para a intensidade com que cada aminoácido pode ser transportado. Quando a concentração de um tipo particular fica elevada no plasma e no filtrado glomerular, o excesso que não pode ser reabsorvido é perdido na urina. 
	 O fígado armazena grandes quantidades de proteínas lábeis. Os 3 tipos principais de proteínas presentes no plasma são a albumina, a globulina e o fibrinogênio. A principal função da albumina é promover a pressão coloidosmótica no plasma que impede a perda de líquidos plasmáticos dos capilares. Entre as funções das globulinas, destaca-se a imunidade contra organismos invasores. O fibrinogênio polimeriza-se durante a coagulação. Praticamente todas as proteínas plasmáticas são formadas no fígado. Algumas globulinas são sintetizadas nos tecidos linfóides e medula óssea (gamaglobulinas). 
	No fígado, proteínas celulares podem ser sintetizadas por meio de aminoácidos plasmáticos. Muitas dessas proteínas podem ser degradadas e devolvidas ao plasma rapidamente. Quando um tecido necessita de proteínas, poderá sintetizá-las pelos aminoácidos sanguíneos. Por sua vez, aminoácidos sanguíneos são reabastecidos pela degradação de proteínas em outras células corporais. 
	Desaminação é a remoção dos grupos amino dos aminoácidos. Transaminação é a transferência do grupo amino para alguma substância aceptora. Um grupo amino é transferido para o ácido alfa-cetoglutárico, formando ácido glutâmico (transaminação). O ácido glutâmico transfere o grupo amino para outras substâncias ou libera sob a forma de amônia (NH3). Ao perder grupo amino o ácido glutâmico volta a ser ácido alfa-cetoglutárico (desanimação). Para iniciar o processo, o excesso de aminoácidos nas células induz a ativação de aminotransferases (responsáveis pelo início das desaminações). A amônia liberada durante a desaminação é removida do sangue por sua conversão em ureia (2 amônia + CO2). Após a formação, a ureia se difunde dos hepatócitos para os fluidos corporais,sendo excretada pelos rins. 
Glutamina → presente nos tecidos em grande quantidade. Têm função de depósito de radicais amino. Esses radicais podem ser transferidos da asparagina, do ácido glutâmico e do ácido aspártico. 
Hormônio do Crescimento → aumenta a síntese das proteínas celulares. Provoca aumento das proteínas teciduais causando transporte aumentado de aminoácidos através das membranas celulares, aceleração da transcrição do DNA e RNA e dos processos de tradução para a síntese proteica, ou diminuição da oxidação de proteínas teciduais. 
Insulina → necessária para a síntese proteica. Acelera o transporte de alguns aminoácidos para as células. Reduz a degradação de proteínas e aumenta a disponibilidade de glicose. 
Glicocorticoides → aumentam a degradação das proteínas teciduais. Reduzem a quantidade de proteínas na maior parte dos tecidos, enquanto aumentam a concentração dos aminoácidos no plasma, assim como aumentam as proteínas hepáticas e plasmáticas. Aumentam a degradação de proteínas extra-hepáticas, gerando mais aminoácidos disponíveis nos fluidos corporais, permitindo ao fígado sintetizar maior quantidade de proteínas celulares hepáticas e plasmáticas. 
Testosterona e Estrogênio → aumentam a deposição proteica nos tecidos.
Tiroxina → aumenta o metabolismo de todas as células e afeta indiretamente o metabolismo proteico. Quando carboidratos e gorduras são insuficientes, a tiroxina provoca degradação das proteínas e as utiliza como energia. 
Energética, Metabolismo e Regulação da Temperatura Corporal
	Apesar da importância do ATP para a transferência de energia, ele não constitui o depósito mais abundante de ligações fosfato nas células. A fosfocreatina contém ligações fosfato várias vezes mais abundante, pelo menos no músculo. Ela não pode atuar como agente de acoplamento direto para transferência energética entre alimentos e sistemas celulares funcionais. 
	Todavia, é capaz de transferir energia de modo intercambiável com o ATP. Quando quantidades adicionais de ATP estão disponíveis, parte dessa energia é utilizada na síntese de fosfocreatina, formando um reservatório. Quando o ATP é consumido, a energia da fosfocreatina é transferida de volta ao ATP e deste para os sistemas funcionais das células.
	Este efeito mantém a concentração de ATP num nível quase máximo enquanto houver fosfocreatina intracelular. Podemos denominar a fosfocreatina como sistema “tampão” do ATP. A energia dos alimentos é quase sempre convertida em calor corporal. Por consequência, a determinação da produção de calor corporal constitui uma maneira de estudar o metabolismo geral do corpo.
	Principais fatores que afetam o metabolismo corporal: exercício, tiroxina (tireóide) e estímulo simpático. O metabolismo basal funciona como método para comparar intensidades metabólicas entre indivíduos, medindo a intensidade metabólica inerente dos tecidos.
	O nível de temperatura considerado normal varia entre 36,5-37º C. Pele, tecidos subcutâneos e gordura dos tecidos subcutâneos constituem isolante térmico. Através do fluxo sanguíneo, há transferência de calor do centro do corpo para a superfície. Assim, a pele constitui um sistema “radiador” eficaz. Principais processos pelos quais há perda de calor da pele para o meio incluem radiação, condução, convexão e evaporação. Irradiação ocorre na forma de raios infravermelhos e representa 60% da perda total de calor. Condução ocorre da superfície para objetos mais frios. Convexão ocorre a partir de correntes aéreas e evaporação contribui com perdas insensíveis de água através da pele e pulmões. 
	Quando o corpo torna-se superaquecido há secreção pelas glândulas sudoríparas. Estímulo da área pré-óptica (parte anterior do hipotálamo) estimula sudorese. Impulsos provenientes desta área e que induzem a sudorese são transmitidos nas vias autonômicas para a medula e, daí, por fluxo simpático, para glândulas sudoríparas. Fibras simpáticas colinérgicas desencadeiam a secreção (terminam nas células glandulares).
	A temperatura é regulada por mecanismos de controle nervoso por feedback, operando por um centro termorregulador no hipotálamo. Quando o corpo superaquece, o hipotálamo aumenta a velocidade de perda de calor através de dois mecanismos: evaporação por glândulas sudoríparas e inibição dos centros simpáticos no hipotálamo posterior, que provocam constrição dos vasos cutâneos. Esta inibição permite vasodilatação, com aumento na perda de calor pela pele. 
	Quando há resfriamento do corpo, o hipotálamo posterior ativa sinais simpáticos para vasos cutâneos e há vascularização da pele por todo o corpo. Calafrios ou tremores podem aumentar a produção de calor em até 5x o normal. O controle comportamental da temperatura ocorre através da comunicação da área pré-óptica do hipotálamo com a pré-central, transmitindo sensação de superaquecimento. Por outro lado, toda vez que o corpo se torna frio, o indivíduo faz ajustes ambientais apropriados para restabelecer a sensação de conforto. Em seres humanos, é o único mecanismo eficaz para controle do calor corporal em ambientes com temperaturas extremas. Após secção da medula acima do nível em que os nervos simpáticos saem, a regulação autonômica da temperatura torna-se quase inexistente, já que o hipotálamo não pode mais controlar o fluxo sanguíneo cutâneo ou grau de sudorese. Febre pode ser provocada por anormalidades no cérebro, substâncias tóxicas que afetam centros termorreguladores, doenças bacterianas, tumores cerebrais. 	
	Pirógenos bacterianos elevam o ponto de ajuste do termostato hipotalâmico. Aspirina mostra-se eficaz para reduzir o ajuste hipotalâmico elevado em consequência de pirógenos, mas não produz redução para a temperatura normal.
Balanço Dietético, Regulação da Alimentação, Obesidade e Vitaminas
	Fome refere-se a um desejo de alimento associado a diversas sensações objetivas. Apetite implica desejo por tipos específicos de alimento e não de alimentos em geral. Saciedade é o oposto de fome. 	Estimulação do hipotálamo lateral causa alimentação voraz e estimulação do núcleo ventromedial produz saciedade completa, mesmo na presença de alimentos. Lesão destrutiva dos núcleos ventromediais produz o mesmo efeito da estimulação dos núcleos laterais do hipotálamo. Lesões dos núcleos laterais causam ausência completa de desejo de alimento e inanição progressiva do animal.
	Podemos designar os núcleos laterais do hipotálamo como centro da fome ou da alimentação e núcleos ventromediais como centro da saciedade. A mecânica da alimentação é controlada por centros da parte inferior do tronco encefálico. A função do centro da fome no hipotálamo é controlar a quantidade de alimento ingerido e excitar os centros inferiores para a atividade.
	Centros superiores em relação ao hipotálamo também desempenham papel no controle da alimentação. Incluem amígdala e algumas áreas corticais do sistema límbico estreitamente acopladas ao hipotálamo. O efeito mais importante da destruição da amígdala é “cegueira psíquica” na escolha de alimentos, isto é, o indivíduo perde o mecanismo de controle do apetite sobre tipo e qualidade do alimento ingerido. No hipotálamo, o centro de alimentação está ligado ao estado nutricional do corpo. Assim, indivíduos desnutridos apresentam maior desejo alimentar, e indivíduos superalimentados não tem fome. 
	Suprimento excessivo de energia só ocorre durante a fase de desenvolvimento da obesidade. Quando alguém já está obeso, para que permaneça obeso o suprimento emergético precisa ser igual ao consumo. Pode-se afirmar que obesidade quase sempre decorre de relação entre ingestão de alimento e exercício diário. Na maioria dos obesos, a ingestão não diminui de forma automática até que o peso esteja acima do normal. 
	Obesidade é provocada por anormalidade no mecanismo regulador da ingestão de alimento. Pode resultar de fatores psicogênicos ou de anormalidades no hipotálamo. A obesidade possui incidência familiar. A velocidade de formação de células adiposas é rápidanos primeiros anos de vida, e quanto maior o armazenamento de gordura, maior o número de adipócitos. Depois da adolescência, o número de células adiposas permanece quase o mesmo durante todo o restante da vida. Alimentação excessiva de crianças pode resultar em obesidade. Entre os que se tornam obesos na meia-idade ou idade avançada, grande parte decorre da hipertrofia dos adipócitos existentes. É mais suscetível ao tratamento do que a permanente. Embora os tecidos utilizem de preferência carboidratos para produção de energia, a quantidade de carboidratos armazenada em todo o corpo é de apenas algumas centenas de gramas (glicogênio), podendo suprir a energia total necessária para o funcionamento do organismo durante metade de um dia. Assim, exceto nas primeiras horas de inanição, o principal efeito é depleção progressiva de lipídios e proteínas.
	Vitamina é um composto orgânico necessário em pequenas quantidades para o metabolismo normal do corpo, que não pode ser produzido nas células corporais. Quando faltam na dieta, podem provocar déficits metabólicos específicos. Precursores da vitamina A são encontrados em alimentos de origem vegetal (carotenóides que, por terem estruturas químicas semelhantes à da vitamina A, podem ser convertidos no corpo humano). No organismo, vitamina A existe principalmente como retinol. Deficiência dessa vitamina manifesta-se por descamação da pele e queratinização da córnea causando opacificação e cegueira. Tiamina ou vitamina B1 atua nos sistemas metabólicos do organismo na descarboxilação do ácido pirúvico. A tiamina é necessária para o metabolismo final dos carboidratos e muitos aminoácidos. Deficiência de tiamina pode causar alterações no SN (degeneração das bainhas de mielina podendo resultar em paralisia), enfraquecimento do músculo cardíaco (insuficiência e edema periférico), ascite, indigestão, anorexia, atonia gástrica e hipocloridria. O conjunto de sintomas, principalmente cardiovasculares, são denominados beribéri. 
	Niacina (ácido nicotínico) atua no organismo como coenzima na forma de NAD e NADP. Déficit de riboflavina ou vitamina B2 provoca dermatite nas narinas e boca e queratite da córnea com invasão por pequenos vasos sanguíneos. Deficiência de vitamina B12 provoca anemia perniciosa.
	Ácido ascórbico é essencial para o crescimento do tecido subcutâneo, cartilagem, ossos e dentes. Deficiência de ácido ascórbico provoca escorbuto (deficiência na cicatrização de feridas), cessação do crescimento ósseo e fragilidade nas paredes dos vasos. Vitamina D aumenta absorção de cálcio noTGI e ajuda a controlar a deposição de cálcio nos ossos. Ausência de vitamina E pode causar problemas relacionados à esterilidade. Vitamina K é necessária para a formação de fatores da coagulação sanguínea e sua ausência pode causar deficiência nos processos de coagulação. 
Figado
	Os sinusoides venosos são revestidos por células endoteliais e de Kupffer (macrófagos, fagocitam bactérias e xenobióticos). A resistência ao fluxo sanguíneo pelos sinusoides é normalmente muito baixa.
	O espaço de Disse (erissinusoidal) conectam-se aos vasos linfáticos nos septos interlobulares. O excesso de liquido nesses espaços é removido pelos linfáticos. 
	Cirrose hepática aumenta a resistência ao fluxo sanguíneo. As células parenquimatosas hepáticas são destruídas e substituídas por tecido fibroso que se contrai em torno dos vasos, impedindo o fluxo de sangue pelo fígado. Alcoolismo crônico ou excesso de gordura hepática e inflamação hepática podem causar cirrose.
	 O sistema Porta, quando bloqueado por grande coágulo, causa impedimento do retorno do sangue dos intestinos e baço, pelo sistema hepatoporta, para a circulação sistêmica desencadeando hipertensão porta. Isso eleva a pressão capilar na parede intestinal resultando em perda de líquidos dos capilares para o interior do lúmen e paredes intestinais.
	Insuficiência cardíaca causa alta pressão no átrio. Há então pressão retógrada no fígado e sangue extra fica armazenado nas veias e sinusoides hepáticos. 
	Os poros nos sinusoides são permeáveis e há fácil passagem de líquidos e proteínas para os espaços de Disse. A alta permeabilidade do epitélio dos sinusoides permite a formação de grande quantidade de linfa. 
	Elevadas pressões vasculares hepáticas podem provocar transdução de líquidos para a cavidade abdominal dos capilares hepáticos e porta, causando ascite. 
	Ascite é o aumento da pressão nas veias hepáticas causando volume excessivo de líquido, que começa a transudar para a linfa e extravasar através da superfície exterior da capsula hepática diretamente para a cavidade abdominal. Há bloqueio do fluxo porta pelo fígado e altas pressões capilares no sistema vascular porta do TGI causando edema da parede do intestino e transudação de líquido, através da serosa intestinal, para a cavidade abdominal. 
	Hepatectomia parcial ocorre quando lobos hepáticos remanescentes aumentam e restituem o fígado ao tamanho original. Depende do fator de crescimento dos hepatócitos (importante na divisão e crescimento dos hepatócitos), fator de crescimento epidérmico e citocinas (fator de necrose tumoral e interleucina-6). Depois que o fígado retorna ao tamanho original a divisão celular hepática cessa (fator de crescimento transformante-beta, citocina secretada pelas células hepáticas). Em doenças com fibrose, inflamação ou infecções viróticas o processo regenerativo fica comprometido e a função hepática se deteriora. 
 	A lgumas funções metabólicas do fígado incluem o metabolismo de carboidratos (glicogênio, remoção do excesso de glicose do sangue, conversão de monossacarídeos em glicose, gliconeogênese, manutenção da concentração da glicose sanguínea), metabolismo lipídico (oxidação dos ácidos graxos, síntese de colesterol, fosfolipídios e lipoproteínas, síntese de gordura a partir de proteínas e carboidratos), metabolismo proteico (desaminação dos aminoácidos, formação de ureia para remoção da amônia, formação das proteínas plasmáticas, interconversões entre aminoácidos e síntese de compostos a partir deles). 
	Outras funções incluem o armazenamento de vitaminas (A , D e B12), armazenamento de ferro(hepatócitos possuem apoferritina que, ao ligar-se com Fe, torna-se ferritina), formação de substâncias sanguíneas utilizadas na coagulação (fibrinogênio, protrombina, globulina aceleradora, Fator VII. Vitamina K é exigida para a formação de algumas dessas substâncias), remoção/excreção de fármacos e hormônio (destoxificação/excreção na bile. Hormônios secretos por glândulas endócrinas são alterados ou excretados pelo fígado - tiroxina e esteroides. Vias de excreção do cálcio do corpo).
Biliverdina → Bilirrubina livre (não-conjugada) → Bilirrubina livre + albuminas → Transporte 
	Ao passar pelo interior dos hepatócitos, a bilirrubina é liberada da albumina, e parte dela será conjugada ao ácido glicurônico. Outras partes unem-se a sulfato e outras substâncias. Sob essas formas a bilirrubina é excretada dos hepatócitos por transporte ativo para os canalículos biliares e intestino. 
	No intestino a bilirrubina conjugada torna-se urobilinogênio. Parte do urobilinogênio é reabsorvido através da mucosa intestinal e volta para o sangue. A mmaior parte é reexcretada pelo fígado.
 Urobilinogênio → Urobilina → Estercobilina. 
	Icterícia é causada pelo excesso de bilirrubina no líquido extracelular causada por destruição aumentada de hemácias (hemolítica), obstrução dos ductos biliares ou lesão das células hepáticas, de modo que bilirrubina não possa ser excretada (obstrutiva) ou obstrução dos ductos biliares, fazendo com que a bilirrubina formada não possa passar do sangue para o intestino.

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