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7- S4P1- diarreia

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1 Gabi vieira MEDFipGbi 2/2022 
Sistemas orgânicos integrados 
Objetivos: 
1. Compreender a fisiopatologia da diarreia aguda e crônica (epidemiologia, tipos, quadro clínico, 
diagnóstico e tratamento) 
Diarreia 
A eliminação de fezes amolecidas, de consistência líquida, 
fenômeno que geralmente vem acompanhado de: 
1. Aumento do número de evacuações diárias (> 3x dia); 
2. Aumento da massa fecal (> 200 g/dia). 
A diarreia ocorre quando o balanço entre absorção e 
secreção de fluidos pelos intestinos (delgado e/ou cólon) 
está prejudicado, por redução da absorção e/ou aumento 
da secreção. 
Incontinência fecal e diarreia: 
A incontinência fecal é a incapacidade em reter fezes, já a 
diarreia, você consegue controlar. 
Classificação 
A primeira classificação faz referência a sua duração: 
• Diarreia aguda: <2 semanas 
• Diarreia persistente: entre 2 a 4 semanas 
• Diarreia crônica: > 4 semanas 
Na segunda classificação as diarreias se caracterizam pela 
origem: 
Diarreia alta: 
Proveniente do intestino delgado; 
Episódios diarreicos mais volumosos; 
Nos casos mais graves, a perda líquida pode ultrapassar 10 
litros/dia, provocando choque hipovolêmico. 
O colón saudável consegue absorver no máximo 4litro/dia. 
Se o volume de fluido proveniente do delgado estiver acima 
desse valor, o paciente terá diarreia. 
É importante lembrar que, como o delgado é o responsável 
pela absorção dos nutrientes, a síndrome disabsortiva (ou 
síndrome de má absorção intestinal), associada à 
esteatorreia, pode ocorrer em alguns pacientes portadores 
de duodenojejunopatia. 
Diarreia baixa: 
Proveniente do cólon 
as evacuações são em pouca quantidade, mas muito 
frequentes e ainda associadas a tenesmo (desconforto ao 
evacuar) e urgência fecal, sintomas clássicos de irritação do 
reto. 
Se o problema for exclusivo do cólon, o total de líquido 
eliminado não excede 1,5 litros. 
Outra forma de classificar as diarreias enfoca o mecanismo 
fisiopatológico das mesmas, permitindo a divisão em cinco 
grandes grupos: 
DIARREIA OSMÓTICA 
Existe alguma substância osmoticamente ativa e não 
absorvível pelo epitélio intestinal. 
O que isso quer dizer? 
Em termos práticos, significa que uma quantidade maior de 
água obrigatoriamente será retida na luz do tubo digestivo. 
Diarreia aguda 
Com duração < 2 semanas, na imensa maioria das vezes 
possui etiologia infecciosa. O restante dos casos é 
decorrente do uso de medicações, ingestão de toxinas, 
isquemia, doença inflamatória intestinal e outras etiologias 
mais raras. 
As diarreias agudas são leves, cursando com 3-7 
evacuações diárias e perda de menos de um litro de líquido 
nas fezes. Contudo, nos casos graves (ex.: cólera), o 
paciente pode evacuar mais de 20 vezes ao dia e perder 
mais de cinco litros de fluido, sobrevindo desidratação, 
hipovolemia, choque circulatório e acidose metabólica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROBLEMA 7 S4P1 
Quando acompanhada de náuseas, vômitos e dor abdominal 
difusa, a diarreia aguda compõe a síndrome de gastroenterite 
aguda, uma condição habitualmente causada por infecções 
virais ou intoxicação alimentar. O termo "intoxicação 
alimentar" se refere à ingestão de toxinas pré-formadas 
presentes em alimentos mal preparados ou "estragados", os 
quais foram previamente contaminados por algum micro-
organismo (quer dizer, a síntese dessas enterotoxinas ocorreu 
fora do trato digestivo). 
 A maior causa de gastroenterite aguda são as infecções virais 
(ex.: Norovirus em adultos, Rotavirus em crianças). O 
principal causador de intoxicação alimentar é o 
Staphylococcus aureus. 
 
2 Gabi vieira MEDFipGbi 2/2022 
Como abordar o paciente? 
Perante um quadro de diarreia aguda, devemos 
primeiramente determinar se a diarreia é do tipo 
INFLAMATÓRIA ("invasiva") ou NÃO INFLAMATÓRIA ("não 
invasiva"). 
 
 
Nas diarreias agudas não inflamatórias, não costuma ser 
necessário realizar exames para investigação do diagnóstico 
etiológico, tampouco se indica qualquer tratamento 
específico além de medidas de suporte visando manter a 
hidratação (por exemplo: soro de reidratação oral ± 
antidiarreicos). 
 
Tratamento: 
Dieta + hidratação 
Reidratação oral; reidratação intravenoso (casos graves ou 
pacientes que não tolera uso da via oral) 
O uso de agentes antidiarreicos (imosec) só pode ser usada 
quando cogita quadros de diarreia aguda não inflamatória. 
Diarreia crônica: 
A diarreia crônica (duração ≥ 4 semanas) possui muitas 
causas. A classificação em função do mecanismo 
fisiopatológico, isto é, definir se a diarreia é osmótica, 
secretória, invasiva, disabsortiva ou funcional é a conduta 
inicial preconizada. 
Osmótica: 
A diarreia osmótica é causada pelo acúmulo de solutos não 
absorvidos na luz intestinal. Onde esses solutos impedem a 
absorção do líquido. 
Este tipo de diarreia deve ser suspeitado quando os 
sintomas desaparecem no estado de jejum (após uma noite 
de sono) e reaparecem após uma refeição. 
Secretora: 
A diarreia secretória é causada por substâncias que 
estimulam a secreção intestinal. 
Disabsortiva: 
má absorção de carboidratos e ácidos graxos que, por 
efeito osmótico ou secretório colônico, induzem diarreia. 
Estes pacientes evoluem com perda ponderal e deficiências 
de múltiplos nutrientes, especialmente ferro, ácido fólico, 
vitamina B12 e vitaminas lipossolúveis – o grupo "ADEK" 
(vitaminas A, D, E e K). 
Fezes oleosas, grudam ou boiam no vaso; 
Invasiva (inflamatória): 
São doenças inflamatórias ou infecciosas que acometem o 
delgado ou o cólon, inibindo a absorção (lesão da mucosa) 
e estimulando a secreção (pelas citocinas e outros 
mediadores). Os pacientes apresentam febre, dor 
 
3 Gabi vieira MEDFipGbi 2/2022 
abdominal, perda ponderal e, algumas vezes, muco e 
sangue nas fezes. 
As causas são: amebíase, doença inflamatória intestinal, 
enterite eosinofílica, Alergia à Proteína do Leite de Vaca 
("APLV" – comum em crianças pequenas), colite colágena e 
enterite actínica. 
Funcional: 
Síndrome do intestino irritável. Os pacientes costumam 
apresentar redução da consistência das fezes e aumento na 
frequência de evacuação diária. 
Como proceder diante de uma diarreia crônica? 
A investigação com exames complementares sempre está 
indicada, exceto quando o diagnóstico for óbvio (ex.: 
toxicidade medicamentosa). 
Devem ser solicitados, além do hemograma e bioquímica 
plasmática, um exame de fezes completo, com 
parasitológico (três amostras + pesquisa de antígenos de 
Giardia e Ameba), EAF e gordura fecal (método quantitativo 
ou qualitativo). 
Uma retossigmoidoscopia ou uma colonoscopia são 
indicadas para os pacientes com suspeita de doença 
inflamatória ou neoplasia intestinal. 
Nos pacientes com sinais e sintomas de má absorção 
intestinal, deve-se inicialmente dosar o autoanticorpo 
antitransglutaminase tecidual IgA (anti-TGT IgA – para 
screening de doença celíaca), realizando-se uma biópsia 
duodenojejunal por EDA nos casos positivos. 
A síndrome do intestino irritável é um diagnóstico de 
exclusão, possuindo critérios clínicos bem definidos. 
O tratamento deve ser especificamente planejado em 
função do diagnóstico etiológico. Alguns pacientes sem 
diagnóstico específico e sem sinais de diarreia invasiva 
podem ser tratados com antidiarreicos convencionais (ex.: 
loperamida).

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