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A escrita de Caio Fernando Abreu: tessituras de Eros sobre a Melancolia Texto de Freud – luto e melancolia Freud tenta explicar a melancolia a partir de sua comparação com o luto: “A associação de luto com melancolia mostra-se justificada pelo quadro geral desses dois estados.” P. 128 A diferença entre o luto e a melancolia: “Via de regra, luto é a reação à perda de uma pessoa amada ou de uma abstração que ocupa seu lugar, como pátria, liberdade, um ideal, etc.” p.128 “A melancolia se caracteriza, em termos psíquicos, por um abatimento doloroso, uma cessação do interesse pelo mundo exterior, perda da capacidade de amar, inibição de toda atividade e diminuição da autoestima, que se expressa em recriminações e ofensas à própria pessoa e pode chegar a uma delirante expectativa de punição. Esse quadro se torna mais compreensível para nós se considerarmos que o luto exibe os mesmos traços, com exceção de um: nele a autoestima não é afetada.” P. 128-129 “No luto, é o mundo que se torna pobre e vazio, na melancolia, é o próprio Eu,” p. 130 No luto profundo segundo Freud (1974), acontece como reação a perda de alguém que muito se ama, e esta perda de interesse pelo mundo exterior, ocorre no momento em que este não evoca esta pessoa, e isto, demonstra a semelhante incapacidade de adquirir um novo objeto para ser amado, e um distanciamento, se faz, de qualquer atividade que não está conectada diretamente a ele. “É fácil constatar que essa inibição e circuncisão do ego é expressão de uma exclusiva devoção ao luto, devoção que nada deixa a outros propósitos ou a outros interesses” (Freud, 1974; p. 276). Uma das características da melancolia é quando uma parte do ego se põe contra outra. Melancolia como uma espécie de psicose, porém, Freud entende como uma neurose narcísica; Melancolia como um sintoma de tristeza tediosa, sem sentido Situação de luto como perda pulsional, não de um objeto amado. A perda libidinal do ego no luto e melancolia Lacan cerne a melancolia na psicose, o objeto A está fora de jogo; Elemento de Eros - vital para literatura de Caio Fernando Abreu A sublimação é o conceito freudiano que trata da transformação e deslocamento da pulsão (energia básica. É o deslocamento energético dos impulsos primitivos para atividades mais refinadas e socialmente valorizadas.
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