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ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI Trauma raquimedular Deficiencia estrutural da coluna vertebral Forças aplicadas no tecido nervoso ruptura funcional ou anatômica EPIDEMIOLOGIA Incidência: 2/3 segmento cervical; medula 10%; coluna toracolombar 4% Incidência: 70% nível cervical, 20% torácico, 10% lombar Epidemiologia: Sexo masculino, 15-40 anos Causa: Acidades automobilísticos, quedas de alturas, acidentes por mergulho em agua rasa, ferimento por arma de fogo Radiografia série trauma: RX cervical perfil, RX tórax AP, RX pelve + necessidade ANATOMIA Coluna Vertebral: 33-34 vertebral (7 cervicais, 12 toracica, 5 lombares, 5 sacrais e 4/5 coccigeas) Medula: 45 cm (C1 L1/L2). Ele afina para formar o cone medular Nervos espinais: 31 pares (8 cervicais, 12 toracicos, 5 lombares, 5 sacrais, 1 coccigeo). O primeiro par emerge entre occipital e C1, somente a partir do primeiro segmento torácico o nervo sobressai cranialmente a vertebra correspondente. Miotomos (raiz nevosa inerva um grupo muscular) e Dermátamos (raiz nervosa inerva uma aera da pele) Fascículos grácil e cuneiforme Conduzem impulsos proprioceptivos provenientes de músculos, tendões e articulações, impulsos de localização e discriminação táteis e sensações vibratórias Tratos corticospinal lateral e ventral Controlam a força motora e são testados por meio de contrações voluntárias ou involuntárias mediante estímulo doloroso Tratos espinocerebelares ventral e dorsal Propriocepção, conduzem impulsos ao cerebelo pela medula espinal Trato espinotalâmico lateral Medeia os impulsos da sensibilidade dolorosa e da temperatura do lado contralateral (avalia beslicando a pele) Trato espinotalâmico ventral Transmite impulsos relacionados ao tato FISIOPATOLOGIA Transmissão de energia cinética para a medula: 1. Lesão de corpos neuronais 2. Lesão dos axônios 3. Lesão dos vasos sanguíneos Energia cinética Rompimento dos axônios/rotura de vasos sanguíneos Lesão das células nervosa (hemorragia e necrose) se formam petéquias hemorrágicas na subs. Cinza, vai ocorrer aglutinação forma-se necrose hemorrágica central que pode se estender a subs. Branca redução do fluxo sang. No local de lesão os TNF alfa e IL-1 e 6(pró-inflamatória) migração das células inflamatórias proliferação de células da glia 1-4 semanas forma tecido cicatricial no interior da medula espinal ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI Isquemia no SNC: Influxo de cálcio p/ célula. As reações metabólicas desencadeiam colapso da membrana plasmática As metilprednisolonas são usada nas primeiras 8 horas com o objetivo de inibir peroxidação lipídica AVALIAÇÃO CLINICA AVALIAÇÃO PRIMÁRIA: A Via aérea com proteção da coluna cervical B Ventilação e respiração C Circulação com controle da hemorragia D Disfunção, estado neurológico E Exposição/controle do ambiente: despir completamente o doente, mas prevenindo a hipotermia Regiões anatômicas e importância semiológica 1. QUADRO CLINICO: respiração diafragmática, estimulo doloroso, movimentos voluntários, disfunção no controle dos esfinceres, priapismo, reflexos patológicos- Babinski que é lesão no neurônio motor superior CHOQUE NEUROGÊNICO: Ocorre devido a lesão da via eferente do SN simpático, o que causa vasodilatação + perda do tônus simpático cardíaco = bradicardia, PA PACIENTES COM FRATURA DA COLUNA VERTEBRAL CONSCIENTES 1. Dor local que pode irradiar para membros 2. Incapacidade funcional + espasmo de musculatura adjacente 3. Perda de resposta a estimulo doloroso 4. Disfunção no controle dos esfíncteres 5. Priapismo 6. Reflexos patológicos 7. Queda de pressão arterial + bradicardia choque neurogênico Nível de lesão neurológica Segmento mais caudal que apresenta funções sensitivas e motoras normais Nível sensitivo Nível mais caudal da medula com sensibilidade normal Nível motor Nível mais caudal da medula com motricidade normal Nível esquelético Determinado por meio de radiografias e corresponde a vertebra lesionada EXAME FÍSICO SENSIBILIDADE: Tato, dor, temperatura e vibração. MOTORA: Define o grau de movimentos que o paciente possui (função dos tratos corticospinais) e a força muscular – Escala de força NRC 1. paralisia total; 2. contração musc palpável ou visível 3. presença de movimento ativo, mas que não vence a força da gravidade 4. movimento ativo que vence a força da gravidade 5. movimento ativo que vence alguma resistência 6. movimento ativo normal REFLEXOS: Os reflexos tendíneos profundos são mediados pelas células do corno anterior da medula espinal, e o córtex cerebral exerce ação inibidora para evitar resposta exacerbada aos estímulos recebidos. A ausência dos reflexos indica lesão do nervo periférico OU choque medular Reflexo abdominais e cremasterico e Babinski sua ausência indica lesão do neurônio motor superior Perda assimétrica: indica lesão do neurônio motor inferior Choque medular: refere-se à flacidez (perda de tônus muscular) e perda de reflexos que ocorrem imediatamente após a lesão da medula espinhal. Após um período de tempo, ocorre espasticidade. O reflexo bulbocavernoso (estimulação do ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI Manobras de lesão para identificar lesão de neurônio motor superior 1. Teste de Babinski; extensão do halux ao se realizar reflexo cutâneo-plantar, com estimulação da superfície plantar lateral em direção a cabeça do metatarsos. Em condições normais, espera-se flexão do hálux ou artelhos. 2. Sinal de oppenheim: estimula-se a região da crisa da tíbia de proximal para distal, obtém-se a extensão do hálux pênis ou cliteris p/ provocar contração do esfíncter anal) costuma está AUSENTE. O reflexo recupera-se em 24-48 horas NIVEL DA LESÃO NEUROLÓGICA Nivel sensitivo; nível esquelético (RX) Lesão completa sensibilidade e função motora nos segmentos sacrais baixos da medula espinal Lesão incompleta preservação parcial das funções motoras abaixo do nível neurológico AVALIAÇÃO DA AMERICAN SPINE INJURY ASSOCIATION Avalia os 28 dermatomos + reflexo do bulbocavernoso: Classifica em (0) ausente, (1) formigamento e (2)normal Avalia função motora: C5:flexores do cotovelo. C6:flexores do punho. C7: extensores do cotovelo. C8:flexores do dedo (falanges média e distal). T1: abdutores (dedo mínimo). L2:flexores do quadril. L3:flexores do joelho. L4: dorsiflexores do tornozelo. L5: extensor longo do halux S1:flexores plantares do tornozelo ESCALA DE FRANKEL Lesão completa (A): não existe função motora ou sensitiva nos segmentos sacrais S4 a S5. Lesão incompleta (B): preservação da sensibilidade e perda da força motora abaixo do nível neurológico, estendendo-se até os segmentos sacrais S4 a S5. Lesão incompleta (C): a função motora é preservada abaixo do nível neurológico, e a maioria dos músculos chave abaixo desse nível tem grau menor ou igual a 3. Lesão incompleta (D): a função motora é preservada abaixo do nível neurológico, e a maioria dos músculos-chave abaixo desse nível apresenta grau maior ou igual a 3. Normal(E): sensibilidade e força motora normais. SINDROMES SÍNDROME MEDULAR CENTRAL 1. Lesão mais comum 2. Quadriparesia pior nos MMS 3. Prognostico bom 4. Pcte idoso com osteoartrose cervical SÍNDROME DA MEDULA ANTERIOR TETRAPLEGIA: perda da função motora e/ou sensitiva nos segmentos cervicais da medula PARAPLEGIA: perda da função motora e /ou sensitiva nos segmentos torácicos, lombares e sacrais ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANESEITZ TXVI 1. Há preservação da propriocepção 2. Perda variável da função motora e da sensibilidade à dor 3. Prognostico bom se a recuperação for progressiva e ocorrer nas primeiras 24 horas SÍNDROME DE BROWN-SÉQUARD: 1. A hemissecção da medula ocasiona perda das funções motora e proprioceptiva do lado da lesão 2. Perda da sensibilidade à dor e à temperatura do lado oposto. SÍNDROME DA MEDULA POSTERIOR: 1. A função motora e a sensibilidade à dor e ao tato estão preservadas 2. Propriocepção alterada. SÍNDROME DO CONE MEDULAR: 1. A lesão da medula espinal no nível sacral, geralmente no nível ósseo de T12-L1, resulta em incontinências fecal e vesical e em alteração da função sexual. 2. A sensibilidade está alterada em três a quatro segmentos sacrais distais e coccígeos (anestesia em cela), enquanto o reflexo bulbocavernoso encontra-se ausente. 3. Quanto mais alto mais arreflexia, quanto mais baixo vc afeta orgãos SÍNDROME DA CAUDA EQUINA: 1. A lesão isolada dos nervos espinais da cauda equina no interior do canal vertebral costuma ocorrer nas fraturas distais em L1 a L2, não sendo, de fato, lesões da medula. 2. O quadro clínico depende da raiz atingida, e podem ser observados paresia do membro inferior, arreflexia bulbo carvernosos, distúrbios da sensibilidade e incontinências fecal e vesical. AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA RX AP e perfil: avaliar simetria, alinhamento, rotura de partes moles - Deve-se visualizar todas as vertebras da coluna cervical e tranição cervicotoracica - Alguém deve tracionar o MMII pra aparecer a C7 TC: fraturas ocultas e fragmentos em canal vertebral RM: avaliação de partes moles, sendo possível identificar contusões medulares, hematomas, lesões ligamentares, hérnias discais e coleções líquidas. Preferencialmente: TC TRATAMENTO Mecanismos de lesão: flexão, extensão A imobilização da coluna cervical deve ser realizada em todos os indivíduos politraumatizados e retirada somente após a confirmação da ausência de lesão. Critérios p/ utilização do colar cervical: Glasgow < 14 Lesão neurológica em vitima de trauma Vitima projetada ou encarcerada Atropelamento ou capotamento Queda > 3m Tentativa de enforcamento Acidente de submersão Quando falha a tentaiva de redução, paciente deve ser encaminhado para RM ou opta-se pela via anterior e remover o disco cervical. Fraturas/luxações cervicais são preferencialmente tratadas no inicio com halo craniano paciente consciente, cooperativo, sem fratura de crânio Aumenta-se progressivamente o peso da tração 1. Monitoração cardíaca (frequência e PA) 2. Avaliar frequência respiratória 3. Nistagmo 4. Nível de consciência 5. Se sucesso, retira-se o peso sobressalente deixando apenas 5kg até a cirurgia Fraturas sem luxação deve-se iniciar a tração no halo com 5kg para imobilização até o tratamento cirúrgico Literaturas atuais não indicam mais o uso de metilprednisolona Metilprednisolona tomar até 8 horas após a lesão da medula espinal (se passar 24 hrs há risco de complicação grave) A dose recomendada de metilprednisolona é de 30 mg/kg de peso, aplicada em bolo durante 15 minutos, e, 45 minutos após essa dose em bolo, administram-se 5,4 mg/kg em infusão ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI constante, por 23 horas. A dose total é de 154,2 mg/kg de peso em 24 horas e deve ser consumida nas primeiras oito horas após o trauma. A administração da metilprednisolona é contraindicada em casos deferimentos por arma de fogo ou branca, pacientes com risco de morte, indivíduos abaixo de 14 anos e mulheres grávidas Uso de corticoide é controverso Halo craniano: a redução da fratura e o realinhamento do canal vertebral- enquanto espera cirurgia CONTRAINDICAÇÃO ABSOLUTA: 1. Ferimentos por arma de fogo 2. Ferimentos por arma branca 3. Pacientes com risco de vida 4. Indivíduos abaixo de 14 anos 5. Gestantes TRATAMENTO DEFINITIVO: As indicações da intervenção cirúrgica têm sido baseadas na presença de instabilidade do segmento vertebral e de lesão neurológica Principais objetivos: a preservação da anatomia e da função da medula espinal, a restauração do alinhamento da coluna vertebral, a estabilização do segmento vertebral lesado, a prevenção de complicações gerais Redução de fraturas e luxações; descompressão medular e estabilização FRATURA DA REGIÃO CERVICAL; Via anterior lesão discal, falha na tentativa de redução com halo, fraturas tipo A Corpectomia e/ou discectomia e estabilização com enxerto de ilíaco ou cage associado a placa cervical Via posterior lesões predominantemente posteriores, luxações, sem lesão discal associada ou redução com halo craniano efetiva FRATURA TORACOLOMBAR: Redução indireta por ligamentotaxia e fixação com parafusos pediculares por via posterior Descompressão se fratura da lâmina com lesões durais que exijam reparo Via anterior nos casos tipo A com fragmento ósseo intracanal, déficit incompleto ou nos casos que evoluem com déficit progressivoo mesmo depois da via posterior COMPLICAÇÕES 1. TVP 50% desenvolvem TVP assintomática 15% apresentam manifestações clínicas 4% evoluem para embolia pulmonar 2. Disreflexia autonômica 3. Bexiga neurogênica Evolui para IR pós renal ITU de repetição 4. Intestino neurogênico 5. Ulceras por pressão 6. Espasticidade Lesão do sistema piramidal
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