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Gabriela Domingues Werner 4° período 19/08/22 Inflamações do estômago O estômago é dividido em 4 partes: 1. Cárdia: é a parte inicial, começa na junção gastroesofágica; 2. Fundo: é a borda superior do estômago; 3. Corpo: é a parte mediana do estômago; 4. Antropilórico; A composição histológica do fundo e do corpo são iguais, possuem grande quantidade de células parietais. Já a composição da cárdia e do antro são iguais, possuem grande quantidade de célula mucosa. O H. pylori se instala primeiramente no antro, onde o pH é um pouco menos ácido. Histologia do estômago: 1. Mucosa: epitélio cúbico simples; 2. Submucosa: 3. Muscular externa: são três camadas de musculo, um circular, um oblíquo e um longitudinal. 4. Serosa: é continua com o peritônio; Células produtoras de muco ou células foveoláres, se encontram na camada mais superficial da mucosa; Células neuroendócrinas: ajudam a regular o pH gástrico, a partir de hormônios, que tem ação parácrina (apenas local, em certas células). Essa estimulação produz gastrina e histamina, que estimulam a produção de ácido clorídrico pelas células parietais; Gastrite crônica auto-imune: os linfócitos destroem as células parietais, dessa forma, o estômago fica cada vez mais alcalino. Pode ocorrer hiperplasia de células G, que aumentam seu trabalho para tentar estimular as células parietais, mas se já foram muito destruídas não vai adiantar; A somatostatina inibe as células parietais à secretar ácido clorídrico. Mecanismos de proteção da mucosa gástrica: Junções oclusivas: as células superficiais da mucosa gástrica são muito unidas, evitando que passe ácido (H+) para a lâmina própria. OBS: H. pylori afrouxa essas junções; Grande quantidade de muco próximo a mucosa, diminuindo a acidez nessa região. Vascularização: muita vascularização da lâmina própria, dessa forma, se ocorrer alguma saída de ácido, esses vasos consegue tamponar essa substância; Prostaglandinas (E2 e I2): aumentam a vascularização e agem nas células parietais inibindo a produção de ácido clorídrico e nas células mucosas aumentando a secreção de bicarbonato. OBS: anti-inflamatório não seletivo, inibidor de COX 1 e 2 (não esteroidal), inibe também prostaglandina, tendo efeitos na mucosa gástrica, podendo gerar gastrite Gabriela Domingues Werner 4° período 19/08/22 - Mesmo com todos esses mecanismos de proteção, as células sofrem muito com essa acidez gástrica. Na região da cárdia, as invaginações e ramificações são bem menores do que no corpo e no fundo. Bomba de prótons: - A bomba de prótons joga Íons de H+ para a luz do estômago, e puxa potássio, além disso tem canais de difusões que jogam o cloro. O omeprazol inibe essa bomba. Ela serve para fornecer os compostos para formar o ácido clorídrico. Patologias gástricas: Gastrite aguda: Lesão benigna decorrente da quebra da barreira mucosa, acarretando alterações macro e microscópicas da mucosa gástrica, associadas a uma resposta inflamatória. Etiologias: A principal causa dessa destruição dessa barreira é o uso de anti-inflamatório não esteroidais não seletivos, que inibem o ciclo oxigenase (COX 1 e 2) e consequentemente prostaglandinas, que diminuem a vascularização da mucosa, diminui a produção de bicarbonato e aumenta a produção de ácido clorídrico. Álcool: diminuem a barreira de muco, diminuindo sua proteção; Refluxo de bile: degrada o muco estomacal, ocorre devido a insuficiência pilórica. Lesões por estresse: estresse físico, como cirurgia, hemorragia, queimadura, etc. Causa uma vasoconstrição esplênica, da região dos órgãos internos, dessa forma, ocorre perda da vascularização que protege a mucosa; Quimioterapia com anti-mitóticos: pois as células da mucosa gástrica são trocadas a cada 4/7 dias, com esse efeito anti-mitótico, a região não é repopulada, podendo gerar úlceras; Sintomas: Pode ser assintomático (inicialmente); Dor epigástrica; Náusea e vômitos; Empachamento pós prandial; Normalmente a gastrite aguda não causa ulcerações, mas se ocorrer por lesões por estresse, pode ser que aconteça algumas escoriações ou pequenas úlceras. Gabriela Domingues Werner 4° período 19/08/22 Inicialmente posso ter apenas uma gastropatia, pois pode ocorrer um quadro inicial na mudança de produção e desbalanceamento entre ácido e bicarbonato, mas não tem inflamação ainda. Patogenia: Morfologia: Macroscópica: Hiperemia e edema: lesões erosivas; Ulcera por lesões por estresse; Microscópica: Quantidade muito grande de neutrófilo, que é polimorfonuclear, que tem mais de um núcleo (mais compridinho), se localizam na lâmina própria e entre as células endoteliais; Erosões e hemorragia; Gastrite crônica: Etiologia: Causada por H. pylori (principal causa, gastrite atrófica multifocal – atrofia em todas as áreas acometidas pela bactéria); Autoimune (gastrite atrófica difusa – hiper-reatividade do sistema imune, que destroi as células parietais); Sintomas: Normalmente são menos graves e mais persistentes; Náuses e dispepsia; Por helicobacter pylori Características: Flagelada e espiralada movimentação; Produz e secreta enzimas mucinas, proteases e lipases (abrem caminho para que ela se movimente); Possuem adesinas se grudam nas células epiteliais; Produz urease transforma ureia em amônia e bicarbonato, fazendo um tamponamento do pH estomacal, deixando o ambiente neutro para ela (facilitando sua sobrevivência); - A região que fica mais neutra sente essa diferença de pH e começa a aumentar a produção de ácido clorídrico, diminuindo o pH das regiões não infectadas, causando morte das células da mucosa. É o princípio de geração de úlceras pépticas. Todas as cepas de H. pylori produzem vacA, mas nem todas produzem cagA (somente as mais virulentas). A vacA é uma toxina que aumenta a permeabilidade do epitélio, afrouxando as junções oclusivas das células, além de liberar citocromo C, causando a apoptose da célula (estimula a morte celular) e β-catenina (aumenta a sobrevida e a proliferação celular). Já a cagA faz a indução da resposta inflamatória, a partir da produção de IL-1, IL-6 e IL-8 (neutrófilos – doença super ativa), além disso, de ativar uma via que aumenta a sobrevida dos linfócitos (que aumenta o risco de linfoma, já que os linfócitos podem se tornar imortais);Gabriela Domingues Werner 4° período 19/08/22 A infecção ocorre por via fecal-oral, ou seja, países com baixo saneamento básico possuem uma maior incidência de infecção. Quando tem cagA, a resposta inflamatória vai ser muito mais intensa. Como o pH vai se acidificar muito, pode ocorrer uma metaplasia intestinal, para que o epitélio fique mais resistente. Se essa lesão continuar, pode gerar uma displasia (adenocarcinoma); A gastrite atrófica multifocal é causada principalmente por inflamação, que agride muito o epitélio e vai causando uma atrofia. Morfologia: Macroscópica: Mucosa eritematosa, bem grosseira ou nodular Perda de pregas e aspecto granuloso da mucosa. Já caracteriza uma atrofia gástrica, gastrite atrófica multifocal. Microscópica: Marcação por imunoistoquimica para H. pylori (é a própria bacteria). Presença de neutrófilos na lâmina basal (intraepiteliais), além de plasmócitos subepiteliais; linfócitos – bolinhas escuras espalhadas por toda a lâmina, altíssima quantidade. Tantos linfócitos que eles começa a se organizar em centros germinativos. OBS: na aguda só tenho neutrófilos, na crônica tem neutrófilos, plasmócitos e muitos linfócitos; Gabriela Domingues Werner 4° período 19/08/22 Caracteriza uma atrofia do epitélio, já que a lâmina própria está muito aparente e a quantidade de glândulas está bem menor do que o normal. Abcesso em cripta: neutrófilos no meio das células superficiais; Diagnóstico: Identificação histológica; Teste rápido de uréase (funciona a partir do pH, a partir das mudança de cor); Cultura; Detecção de DNA (por PCR, dá para saber até qual é a cepa, se tem ou não cagA); Testes sorológicos; Teste do antígeno fecal; Teste da respiração de ureia (pessoa ingere um suco com carbono marcado, se tiver H. pylori, a pessoa expele pela respiração); Gastrite autoimune: Características: Pode causar uma gastrite atrófica difusa, ou seja, a mucosa inteira sofre com a atrofia. Resposta dos linfócitos TCD4 contra as células parietais; Além das células parietais, a pessoa perde também as células principais devido a inflamação exacerbada. OBS: céls. principais: produz pepsinogênio e lipase / céls parietais: produz HCl e fator intrínseco. Representa 10% dos casos de gastrite; Acomete mais mulher, principalmente acima dos 60 anos; As células parietais produzem fator intrínseco, dessa forma, não ocorre a produção do fator, podendo levar a uma anemia megaloblásticas, devido a deficiência de vitamina B12; O imunossupressor é o tratamento para esse tipo de gastrite, a atrofia da mucosa gástrica é reversível se fizer o tratamento; Neuropatia periférica: a deficiência de B12 pode causar a desmielinização dos neurônios, quando chega a esse ponto não é mais reversível. IMPORTANTE: na gastrite por H. pylori como é multifocal, tem áreas que produzem fator intrínseco, então não tem absorção de B12. Na gastrite autoimune, como é difusa, não ocorre a produção de fator intrínseco, então ocorre deficiência de B12. Região de corpo e fundo totalmente lisa, sem pregas. Morfologia: Microscopia: Diferença: por H. pylori tem neutrófilo e o processo inflamatório está logo abaixo do epitélio (subepitelial). Já na autoimune tem infiltrado inflamatório com linfócitos e plasmócitos bem mais profundos. Gabriela Domingues Werner 4° período 19/08/22 A cromogranina A é usada para marcar a TERMINAR Diferenças: Complicações das gastrites crônicas: Doença Ulcerosa Péptica: Ulceração crônica da mucosa, que afeta o duodeno ou o estômago. Está associada à H. pylori, AINEs, tabagismo e hipergastrinemia. Morfologia: Macro: - Localizada no duodeno proximal e no estômago; - Normalmente são solitárias (apenas uma); - São superficiais, profundas, perfurantes ou penetrantes (pode chegar à órgãos vizinhos como pâncreas e fígado, por isso são emergências médicas, já que pode levar a morte); - Defeito em saca-bocado (como se tivesse tirado um pedaço); Micro: - Infiltrado inflamatório neutrofílico; - Tecido de granulação; - Fibrose. Sintomas: - Queimação epigástrica ou dor forte; - Anemia por deficiência de ferro (principalmente por úlcera no duodeno proximal, onde ocorre a maior absorção de ferro); - Hemorragia ou perfuração; - Náusea, vômito, distensão, arrotos e perda de peso
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