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6 RELAÇÕES INTERPESSOAIS: O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO JUNTO AO GESTOR Acadêmicas[footnoteRef:1] [1: Amanda Adriano de Oliveira; Daiane Teixeira Stolk; Lorena Tassiana Ribeiro de Sousa.] Prof. Tutora externa[footnoteRef:2] [2: Maria do Carmo Medeiros. Centro universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI. Pedagogia (PED 2795). Seminário interdisciplinar VIII. 15/07/2022.] RESUMO O artigo tem por objetivo falar sobre o papel do coordenador pedagógico junto ao gestor. O coordenador pedagógico pode ser um agente de mudança das práticas dos professores mediante articulações permeadas por valores, convicções, atitudes; por meio de suas articulações internas, sua ação desencadeia as práticas docentes dos professores mobilizando suas dimensões políticas e técnicas. A consciência desse papel é fundamental para enfrentar os obstáculos ao trabalho que buscará desenvolver. Em vista de sua função, ele precisa manter um relacionamento ativo com toda a escola, ajudando o gestor, os pais dos alunos, os alunos, os professores e demais funcionários da escola. Poderá elaborar projetos que visem trabalhar dificuldades na escola e mesmo criar reuniões periódicas para sanar problemas e promover novos conhecimentos. Palavras-chave: Educação. Ensino. Relações. 1. INTRODUÇÃO A relação entre coordenador pedagógico e gestor escolar precisa ser de sintonia, pois é de suas funções que depende o bom andamento da escola. Apesar de terem diferentes funções, o papel de ambos é muito importante e precisam atuar em parceria, sendo que precisam adotar uma metodologia de relação e de ação que auxiliem no ensino dos professores e ajudem os alunos em suas dificuldades e formação. Assim, o objetivo do artigo é mostrar o papel relevante do coordenador pedagógico enquanto auxiliador do gestor escolar. Cabe, portanto ao gestor, querer ter parceria com o coordenador para que sua escola tenha um direcionamento sólido sustentado por uma gestão democrática e participativa, em que o coordenador pedagógico possa ter voz. 2. O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NO AMBIENTE ESCOLAR Junto ao gestor, o coordenador pedagógico precisa entender que seu papel é de parceria, e o diretor deve entender isso também. Eles são responsáveis pelo bom andamento da instituição, oferecendo as condições necessárias ao desenvolvimento da aprendizagem. Em detalhes, o papel do coordenador pedagógico é cuidar das ações pedagógicas. O papel do coordenador pedagógico é ampliar e articular as ações pedagógicas fazendo com que as condições necessárias para o desempenho do processo ensino-aprendizagem ocorram. Assim sendo, a habilidade de articulador permitem que o diálogo entre o coordenador pedagógico e os demais envolvidos na escola, especialmente os professores aconteça destacando, dessa forma, o caráter de coordenador das práticas pedagógicas do professor, supervisionando, ajudando e instigando a tomar novos rumos de ensino (ANDRADE; ANJOS, 2007). Piletti (1998) aponta quatro dimensões como as principais atribuições do coordenador pedagógico: - Acompanhar o professor em suas atividades de planejamento, docência e avaliação; - Fornecer subsídios que permitam aos professores atualizarem-se e aperfeiçoarem constantemente em relação ao exercício profissional; - Promover reuniões, discussões e debates com a população escolar e a comunidade no sentido de melhorar sempre mais o processo educativo; - Estimular os professores a desenvolverem com entusiasmo suas atividades, procurando auxiliá-los na prevenção e na solução dos problemas que surgem. De Rossi (2006, p. 68) afirma que: “O coordenador pedagógico esforça-se por unir, desafiar e fabricar, com fios separados e heterogêneos, um tecido escolar, comunitário e social, coerente e unido, em meios de conflitos, oposições, negociações e acordos”. Na concepção de Almeida (2006), O coordenador pedagógico pode ser um agente de mudança das práticas dos professores mediante articulações permeadas por valores, convicções, atitudes; por meio de suas articulações internas, sua ação desencadeia as práticas docentes dos professores mobilizando suas dimensões políticas e técnicas. A consciência desse papel é fundamental para enfrentar os obstáculos ao trabalho que buscará desenvolver. De acordo com Monteiro e Amado (2002, p. 4): As redes de ensino, sejam elas públicas ou privadas, devem assegurar aos professores condições para que sigam aprendendo ao longo de todo o exercício profissional, pois esta é uma das condições fundamentais para garantir a boa qualidade da docência. E o coordenador pedagógico, em parceria com a direção escolar, tem entre suas funções articular redes de aprendizagem que instalem e sustentem processos de formação e (auto) formação de professores. Para Vasconcelos (2007) a relação entre coordenador pedagógico e professor pode ocorrer da vivência dos seguintes pontos: 1. Compreender a realidade; construir redes de relações; conhecer, mapear, apreender o que está por detrás dos limites da prática ou das queixas; 2. Ter clareza de objetivos; saber a serviço de que e de quem se coloca; 3. Estabelecer o plano de ação, a partir da tensão entre a realidade e o desejo; 4. Agir de acordo com o planejado; 5. Avaliar a prática. Percebe-se que o coordenador é um profissional dinâmico, que precisa conhecer a realidade escolar e transformá-la. Neste viés, pontua Lomanico (2005, p. 105) que: O coordenador pedagógico é o elemento do quadro do magistério em que pertence a um sistema de supervisão de ensino estadual, de estrutura hierárquica definida legalmente, desempenha funções de assessoramento ao diretor da escola a quem está subordinada. Sua situação funcional é definida legalmente, para exercer suas atribuições dispõe de autoridade por delegação e pela competência. Para Libâneo (2001), o coordenador pedagógico é aquele que responde pela viabilização, integração e articulação do trabalho pedagógico, estando diretamente relacionado com os professores, alunos e pais. Nas palavras de Franco (2008, p. 128): Essa tarefa de coordenar o pedagógico não é uma tarefa fácil. É muito complexa porque envolve clareza de posicionamentos políticos, pedagógicos, pessoais e administrativos. Como toda ação pedagógica, esta é uma ação política, ética e comprometida, que somente pode frutificar em um ambiente coletivamente engajado com os pressupostos pedagógicos assumidos. Lima e Santos (2007) relatam que, no decorrer da prática de trabalho, os coordenadores devem desenvolver outras competências, que são: • É importante que transformem o seu olhar, ampliando a sua escuta e modificando a sua fala, quando a leitura da realidade assim o requerer. • É necessário que a consciência coletiva seja respeitada, a ponto de se flexibilizar mais os planejamentos e que os mesmos sejam sempre construídos do e a partir do olhar coletivo. • Ter a capacidade de olhar de maneira inusitada, de cada dia poder perceber o espaço da relação e, consequentemente, da troca e da aprendizagem. • Ser capaz de perceber o que está acontecendo a sua relação com o professor e deste com o seu grupo de alunos. • Poder perceber os pedidos que estão emergindo, quais os conhecimentos demandados e, consequentemente, necessários para o momento e poder auxiliar o professor. Lima e Santos (2007) elucidam que, nesta perspectiva o trabalho do coordenador pedagógico possui três etapas: A) Compreensão da realidade da instituição; B) Análise das raízes dos problemas, tendo que conhecer a realidade escolar e C) Elaboração e proposição de formas de intervenção de ação coletiva. Assim, junto ao diretor, o coordenador pedagógico organiza as reuniões pedagógicas, buscar conhecer e resolver demandas na escola entre os pares e planejar e acompanhar projetos, qualificando assim, a educação dos alunos da instituição. 3. METODOLOGIA Quanto aos procedimentos técnicos a pesquisa adotou os passos bibliográficos, sendo esta, empreendida sob levantamento de dados norteadores do conteúdo da pesquisa, e as informações podem ser buscadas em livros, periódicos, sitese artigos da internet dentre outras fontes publicadas. Fachin (2005, p. 120) diz que: Entende-se que a pesquisa bibliográfica, em termos genéricos, é um conjunto de conhecimentos reunidos em obras de toda natureza. Tem como finalidade conduzir o leitor à pesquisa de determinado assunto, proporcionando o saber. Ela se fundamenta em vários procedimentos metodológicos, desde a leitura até como selecionar, fichar, organizar, arquivar, resumir o texto; ela é a base para as demais pesquisas. Figura 1 – Monografia usada para elaborar o texto bibliográfico Fonte: Egito (2014). Segundo o texto, portanto, o papel do coordenador é de quem auxilia o gestor na oferta e garantia de ensino qualificado. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES O coordenador pedagógico tem papel muito importante no andamento escolar, sendo responsável pela coerência, pela unidade e estímulo dos membros da instituição. Em sua função, seu papel por vezes abrange até mesmo o gestor já que em sua função ele passa por desafios. Figura 2 – O gestor e o coordenador precisam de um bom relacionamento Fonte: Google imagens. Mediante todo o papel que o coordenador pedagógico exerce, fica em evidência que ele deve ser um articulador e promotor de relações na instituição escolar, para que tudo opere ao bem-estar educativo e formativo dos estudantes. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Viu-se no percurso do trabalho que o coordenador pedagógico tem um papel de muita importância na instituição escolar sendo o braço direito do gestor no que concerne ao âmbito pedagógico. Pela representatividade que o coordenador possui no seio escolar, deve-se a ele oferecer liberdade e apoio para trabalhar. Assim, o gestor precisa criar meios de garantir o trabalho qualificado do coordenador e este por sua vez precisa exercer seu papel com vontade, dedicação e responsabilidade. Em vista de sua função, ele precisa manter um relacionamento ativo com toda a escola, ajudando o gestor, os pais dos alunos, os alunos, os professores e demais funcionários da escola. Poderá elaborar projetos que visem trabalhar dificuldades na escola e mesmo criar reuniões periódicas para sanar problemas e promover novos conhecimentos. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Laurinda Ramalho et al. (Org). O Coordenador Pedagógico e o Espaço da Mudança. 5ª ed. Ed. Loyola, 2006. ANDRADE, Maria Regina; ANJOS, Rosineide. As interfaces da atuação do coordenador pedagógico: contribuições aos docentes. In: Educere, 2007. Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2007/anaisEvento/arquivos/CI-488-04.pdf Acesso em: 13 Jul. 2022. DE ROSSI, Vera Lucia Sabongi. Coordenador pedagógico: tecelão do projeto políticopedagógico. In.: VICENTINI et al, A. A. F. O coordenador pedagógico: práticas, saberes e produção de conhecimentos. Campinas: Gráfica FE, 2006, p. 59-72. EGITO, Elenice Gomes Barboza do. O coordenador pedagógico no cotidiano escolar: dificuldades e possibilidades. 2014. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/4205/1/EGBE2014.pdf. Acesso em: 14 Jul. 2022. FACHIN, Odília. Fundamentos de Metodologia. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005. FRANCO, Maria Amélia Santoro. Coordenação pedagógica: uma práxis em busca de sua identidade. Revista Múltiplas Leituras, v. 1, n. 1, p. 117-131, jan./jun. 2008. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e de gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001. LIMA, Paulo Gomes; SANTOS, Sandra Mendes dos. O coordenador pedagógico na educação básica: desafios e perspectivas. Educere et educare: Revista de Educação, v. 2, n. 4, p. 77-90, jul./dez. 2007. LOMANICO, Arce Ferreira. A atribuição do coordenador pedagógico. 3. ed. São Paulo: Edicon, 2005. MONTEIRO, Elisabete; AMADO, Cybele. Coordenação pedagógica em foco. Salto para o Futuro. Ano XXII - Boletim 1 - Abril 2012, p. 4-8. PILETTI, Nelson. Estrutura e funcionamento do ensino fundamental. São Paulo: Ática, 1998. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 8ªed. São Paulo: Libertad Editora, 2007.