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TANATOLOGIA FORENSE 
1 
 
AULA 3 
ENTOMOLOGIA FORENSE 
Na aula passada concluímos o estudo dos fenômenos cadavéricos e iniciamos 
nossos estudos na Entomologia Forense que é a perícia realizada com o auxílio dos 
insetos necrófagos, como as moscas, larvas e besouros. 
Na nossa aula de hoje continuaremos o estudo da entomologia forense. A 
entomologia forense pode ser definida como a aplicação do estudo da biologia de 
insetos e outros artrópodes em processos criminais. 
A Entomologia Médico-Legal está relacionada com os processos criminais nos 
quais os insetos fornecem um conjunto adicional de informações para compor uma 
prova, especialmente no que diz respeito à determinação do tempo de morte. Essa 
ciência aborda elementos que abrangem a morte de humanos como os processos de 
decomposição dos cadáveres, a busca de evidências a serem utilizadas durante o 
julgamento de suspeitos e o esclarecimento de dúvidas. 
A primeira aplicação da entomologia forense documentada ocorreu em um caso 
ocorrido em 1235 e está relatada em um manual Chinês de Medicina Legal do século 
13. Foi um caso de homicídio em que um lavrador apareceu degolado por um 
instrumento de ação corto-contundente. 
 Os investigadores, à procura de vestígios na redondeza, encontraram uma foice 
com moscas sobrevoando a seu redor, devido, provavelmente, aos odores exalados de 
substâncias orgânicas aderidas à lâmina. 
 
 
 
 
 
TANATOLOGIA FORENSE 
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Em vista disso, o proprietário da foice foi pressionado pela polícia, levando-o a 
confessar a autoria do crime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mas essa ciência tornou-se mundialmente conhecida apenas após 1894, com a 
publicação na França do livro chamado A Fauna dos Cadáveres do autor Mégnin, que 
fundamentou a descrição dos insetos e relatos de casos reais estudados por ele e seus 
colaboradores. 
Esses estudos são utilizados até os dias de hoje como padrão para os achados de 
insetos cadavéricos que se sucedem de modo previsível no processo de decomposição. 
No Brasil, o início dos estudos em Entomologia Forense está associado ao 
trabalho de Oscar Freire, em 1908, quatorze anos depois do trabalho de Mégin. 
Ele apresentou à Sociedade Médica da Bahia a primeira coleção de insetos 
necrófagos e os resultados de suas investigações, em grande parte obtidos do estudo de 
cadáveres humanos e carcaças de pequenos animais. 
A fauna entomológica cadavérica no Brasil apresenta vasta diversidade de 
espécies, uma vez que o processo de decomposição cadavérico apresenta condições 
ideais ao seu desenvolvimento. 
Os estudos da entomologia forense no Brasil indicam as moscas da ordem 
DIPTERA como os insetos de maior interesse na área, provavelmente pela diversidade 
deste grupo em regiões tropicais e principalmente pela atratividade que a matéria 
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orgânica em decomposição exerce sobre esses insetos, influenciando no 
desenvolvimento, comportamento e dinâmica populacional das variadas espécies em 
nichos ecologicamente distintos. 
 
 
 
 
 
 
 
O segundo grupo de insetos de maior interesse forense no Brasil são os besouros 
da ordem Coleóptera, frequentemente encontrados em carcaças, tanto na fase adulta de 
desenvolvimento, quanto na fase larval. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TANATOLOGIA FORENSE 
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Os conhecimentos entomológicos podem auxiliar a revelar o modo e a 
localização da morte do indivíduo, a estimar o tempo de intervalo pós morte, chamado 
de IPM, além de determinar o local onde a morte ocorreu. O intervalo pós-morte 
corresponde ao período de tempo entre a ocorrência da morte e o momento em que o 
corpo é encontrado. 
A duração do desenvolvimento dos insetos encontrados no corpo, ou no local do 
crime, são usadas para calcular o IPM. 
Os insetos que podem ser encontrados em um cadáver são divididos em quatro 
grupos: 
• Os insetos necrófagos, em sua grande maioria moscas e besouros se alimentam 
de tecido em decomposição. 
 
• Os omnívoros, que são insetos com uma dieta alimentar ampla pois se alimentam 
tanto dos corpos em decomposição quanto da fauna associada. São formigas, 
vespas e alguns besouros. 
 
• Os parasitas e predadores que utilizam a entomofauna cadavérica para retirar os 
meios para o seu próprio desenvolvimento e se alimentam dos insetos 
necrófagos, principalmente das larvas das moscas. Podemos citar nesse grupo os 
insetos dermápteros, como a tesourinha. 
 
• E o quarto grupo, os insetos acidentais, que são aqueles que se encontram ao 
acaso no cadáver, relacionados principalmente a área ecológica em que o 
cadáver estava ou foi encontrado. É comum ver aranhas, centopeias, ácaros e 
outros artrópodes nesse grupo. 
Os insetos do primeiro grupo são os mais importantes no momento de determinar 
e estimar o IPM. Essa estimativa oferece um viés para a investigação criminal, pois 
através dela é possível estabelecer uma média de quanto tempo a pessoa está morta. 
Essa estimativa é feita observando as fases do inseto. A mosca díptera, por 
exemplo, passa por três fases de desenvolvimento até se tornar uma mosca adulta. As 
fases são: o ovo, a larva e a pupa. 
A mosca possui um olfato excelente. Ao sentir o cheiro de uma matéria em 
decomposição a mosca fêmea irá colocar ovos sobre esse substrato. Normalmente em 
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lugares mais úmidos e que favoreçam a proliferação das larvas, como vísceras expostas 
e cavidades como orelha, olhos, nariz e boca. 
Um ovo demora 24 horas para eclodir. Desse ovo nascerá uma larva. 
A duração do desenvolvimento do período larval é encontrada através da 
medição do tamanho das larvas. A mosca possui três estágios larvais, chamados de 
primeiro, segundo e terceiro ínstar. 
Cada estágio larval demora 24 horas. Isso quer dizer que depois de vinte quatro 
horas que aquela larva nasceu do ovo, ela já estará se preparando para o segundo ínstar. 
E após vinte quatro horas ela passará do segundo para o terceiro ínstar. 
No terceiro ínstar a larva precisa se alimentar para adquirir energia suficiente 
para a terceira fase da sua metamorfose, que é chamada de pupa. 
Para isso a larva do terceiro ínstar fica 72 horas se alimentando do substrato. 
Após esse período ela procurará um lugar adequado e seguro para se transformar em 
uma pupa. 
A pupa é uma espécie de casulo em que ela permanecerá por 5 a 10 dias até virar 
uma mosca. 
Essa disciplina é levada a sério pela biologia. Existem importantes laboratórios 
e centros de pesquisa responsável por estudar dia e noite a entomologia forense, como 
o Museu de História Natural, na Inglaterra, que tem como responsável o Doutor Martin 
Hall, um biomédico entomologista que presta auxílio a justiça na investigação criminal 
através dos conhecimentos da entomologia e da biologia dos insetos.

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