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SUS e Atenção Básica - Apostila de aulas de Indivíduos e Grupos do curso de Enfermagem UFRJ - Macaé

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INDIVÍDUOS E GRUPO
AULA 1: POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE -SUS : antecedentes, conceitos, princípios e diretrizes
EVOLUÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
➔ ANTECEDENTES: Início do século XX até 1930
・ Situação Econômica e Sanitária do País
・ Ações do governo estavam relacionadas ao saneamento e medidas preventivas (vacinação) para combater as doenças
endêmicas. - pessoas que chegavam em navios;
・ Diretoria Geral de Saúde Pública (1897) primeiro órgão responsável por fazer o controle, antes disso existia uma
inspetoria de saúde dos portos, mas naquela época não tinha disseminado os avanços e as descobertas de Pasteur na
França. A função do governo era resguardar e garantir o comércio.
・ Descobertas e Avanços da Microbiologia
Resumindo: A política de saúde para garantir o comércio e proteger a mão de obra.
➔ Sanitarismo Campanhista
・ Assume em 1902 Rodrigues Alves que forma uma equipe e junto com isso ele resolve fazer uma reforma urbana e
sanitária. Urbana eles chamam o Eng Pereira Passos que vai trabalhar fortemente no centro do Rio de Janeiro para
tentar alargar as ruas, colocar esgoto, destruir os cortiços, que na época era a capital, que era um dos principais junto
com São Paulo ponto de distribuição para mercadoria que era comercializada de outros países e para ficar a cargo
dessa reforma sanitária assume Oswaldo Cruz que estudada com Pasteur.
・ Oswaldo Cruz assume a DGSP, propondo-se a erradicar as principais doenças pestilenciais (1903-1909) ( febre
amarela, peste bubônica e malária) Nessa época não tinha a questão de trabalhar a conscientização da população, ele
era considerado como um general, a cidade foi organizada em distritos sanitários onde não tinha gerente de saúde,
tinham delegados, existia delegacias de saúde, policiais sanitários. E aí surge uma vacina para controlar a varíola e
ela torna-se obrigatória na população e nesse processo esses agentes sanitários entravam nas casas a força para
vacinar aquelas pessoas que moravam naquela casa e sem explicar para o que seria aquilo, o porque disso ser bom
para a população e a importância da vacina,e isso gerou uma revolta, que não foi uma revolta só pela vacina, foi
também pela situação do momento onde as pessoas estavam sendo desapropriadas de suas casas (Bela époc - criar
uma nova Paris), tiravam essas pessoas do centro da cidade e mandavam para uma comunidade e nessas
comunidades gerou um momento de resistência, um local de resistência e ali tiveram várias manifestações populares
que depois ficou conhecida como Revolta da Vacina.
・ Revolta da Vacina (1904)
・ Erradicação da Febre Amarela(1907)
↪ Oswaldo cruz conseguiu se sobressair principalmente no meio científico erradicando a Febre Amarela em 1907
e gerou um prêmio internacional que conquistou na Alemanha e voltou para o Brasil com uma nova imagem,
pelo menos no meio científico e a partir daí em 1908 cria-se um instituto de manguinhos que em 1909 vai
receber o nome dele que é o Instituto Oswaldo Cruz.
・ Esse período ficou conhecido até a década de 30 como Sanitarismo Campanhista, porque as ações do governo
estavam voltados sempre para ações verticalizadas, voltado para campanha, ou seja, as ações de caráter coletivo eram
sempre para evitar esse tipo de doença para que o País pudesse funcionar. Então a maioria das campanhas sanitárias
ficavam restritas a área urbana, mas também houve outras iniciativas na área rural, que era muito esquecidas,
principalmente nos sertões do país e teve um grupo de pesquisadores do Instituto Manguinhos que fez uma excursão
para o interior do país para entender o que estava acontecendo que a população ficava muito cansada, achava que era
por conta da raça. Em 1916 esse grupo escreveu um relatório que foi conhecido como saneamento no Brasil
mostrando que aquela população não era perigosa, que não gostava de trabalhar, nada disso, ela na verdade era
doente, era adoecido por diversas parasitas daquela região.
Início do Sanitarismo Rural ( Década de 1910)
・ “O saneamento do Brasil"- Arthur Neiva e Belisário Penna
・ Epidemia de Gripe Espanhola (1918) - Essa gripe matou milhares de pessoas entre outubro e dezembro no Brasil e
no Mundo. Se deparou com o sistema público, totalmente inoperante, fragmentado, não preparado, visto que as ações
de caráter curativo principalmente ficavam a cargo das santa casas de misericórdia e alguns hospitais especializados
em atender essas doenças epidêmicas, tinha o hospital da febre, da tuberculose e outros. Existia outros coque era o
hospício, que na época era o hospício dos alienados, os hospitais que eram públicos, federais estavam mais a cargo
de doenças que eram doenças epidêmicas e não no cunho curativo de assistência individual. Isso gerou uma série de
problemas que viam se nesse momento que era necessário reorganizar esse sistema de saúde que estivesse melhor
estruturado para atender essas epidemias, que tivesse ainda um caráter mais assistencial.
・ Em 1918 foi disseminado o trabalho da fundação Rockefeller e essa fundação escreveu diversos relatórios como um
para o ensino de saúde pública para os EUA que é chamado de relatório goldmark e o outro que trás a importância
da atenção primária à saúde, que é o relatório dawson.
・ Criação do Departamento Nacional de Saúde Pública (1920)
・ Elaboração do Código Sanitário → Reforma Carlos chagas
Assistência Individual Médicos e hospitais particulares e filantrópicos
Assistência Coletiva Em caráter de assistência social
Hospitais Públicos( hospícios,lazaretos, hospitais de isolamento etc.)
・ Surgimento do Seguro Social no Brasil ( modelo Bismarckiano) ideia de que a pessoa que trabalha contribui para uma
carteira, para previdência, para ter acesso a serviços previdenciário e de saúde. Eles trazem essa ideia, em 1923 e
chega no Brasil em uma empresa do setor ferroviário e ela é a primeira a existir. Essa forma de seguro social, não é
seguridade social, ele traz essa questão da assistência médica de saúde dos trabalhadores bem como suas famílias e
também para a previdência.
・ Promulgação da Lei Eloy Chaves ( Lei n 4.682-1923)
・ Criação das Caixas de Aposentadorias e Pensão (CAPs) para trabalhadores de empresas- Ferroviários, Marítimos e
Estivadores.
↪ A primeira caixa de aposentadoria e de pensões é dos ferroviários e essa era específica por empresa, logo depois
surge dos marítimos, dos estivadores e essa política ela claramente tenta proteger a mão de obra, mas a mão de
obra que contribui para a previdência, deixava de fora a grande parte da população que trabalhava no setor
informal que continuava sem acesso a esses cuidados curativos individuais.
・ Garantia a prestação de assistência à saúde aos trabalhadores e suas famílias, através de recursos oriundos da
contribuição dos trabalhadores( assistência médica, previdenciária e farmacêutica).
・ Em 1932 já existiam 140 CAPs, porém o número de segurados não chegava a 1% da população brasileira
・ Disparidade nos planos de benefícios porque cada caixa dependendo da categoria tinha um valor, tinha um pagamento
específico destinado uma porção do seu salário, não tinha regras como hoje, tinha essa diferença de tempo de
internação, de números de consulta, dos serviços ofertados.
・ Inexistência de regras comuns de funcionamento técnico e administrativo- Diferença entre os planos e benefícios.
NÃO UNIVERSAL e EXCLUDENTE
➔ Antecedentes:1930-1960
Com o passar do anos, viu-se que o cara que trabalhava na ferrovia no Rio de Janeiro tinha direitos diferentes do cara que
trabalhava na ferrovia de São Paulo, porque era administrado por empresa diferente, isso gerou questionamentos,
insatisfação. Surge então nesse período a Era Vargas.
・ Era Vargas- Ampliação das Políticas Sociais( trabalhadores e saúde) onde tem um aumento dos direitos trabalhistas,
onde a carteira assinada começa a ser obrigatória, tem um aumento desses direitos, principalmente os trabalhistas
nesse período em que Vargas está a frente do país.
・ 1930- Criação do Ministério da Educação e saúde
↪ Então ainda a época tinha uma dicotomia de função que o Ministérioda educação ele também respondia pelo
Ministério da Saúde, ficava todo mundo junto, aglutinação de ministérios. Ainda permanecia na questão da saúde,
o estado voltado para essas ações de caráter coletivo, de vacinação, de campanha contra as epidemias, algumas
pequenas estratégias de ação coletiva de cunho assistencial, individual.
・ Atenção do Estado voltadas para as ações de caráter coletivo-> assistência médica individual através da previdência ou
das santas casas que existiam de médicos particulares também.
・ 1933- Criação dos Instituto de Aposentadoria e Pensões (IAPs)
・ Congregava um conjunto de trabalhadores de um mesmo ofício ou setor de atividade, e não mais por empresa.
・ IAPI( industriários)
・ IAPB( bancários)
・ IAPM( marítimos e portuários)
・ IPASE ( servidores do estado)
Contribuição baseada na folha de salário → Diferença nos benefícios
・ Modelo de assistência ainda não era UNIVERSAL, baseava-se nos vínculos trabalhistas, só os que contribuíam com os
institutos, quem não contribuía para nenhum instituto, não estava vinculado a isso, não era formal, era excluído.
・ IAP- contribuição dos trabalhadores e uma parte dos empregados
・ Administração Tripartite, onde tinham representantes do governo na administração dos institutos.
・ Exclusão dos trabalhadores rurais e do setor informal
・ A diferença do salário das categorias → variava entre benefícios que eram concedidos.
・ Ex: diferenças no tempo de internação, número de consultas, cobranças extras, serviços etc.
Sistema ainda excludente e marcado pelas desigualdades
・ Outras iniciativas de Saúde Pública
Em uma tentativa de trazer a questão da iniciativa contrahegemónica, que era além dessas campanhas para combater
existiam também um grupo de serviço especializado em saúde pública que oferecia, que se aproximava muito as idéias da
atenção primária à saúde.
➔ Criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) - MÊS-1942- (extração da borracha) a princípio isso é uma
tentativa de facilitar a extração da borracha, que começa na região da amazônica que depois se estende para outros
municípios,da região norte e nordeste. Esse serviço permanece até a década de 90, fazendo esse tipo de serviço.
・ Desenvolviam ações preventivas, educativas e assistenciais.
・ Primeiro tipo de ação de saúde de caráter UNIVERSAL
・ Depois se estendeu para outros estados brasileiros, principalmente Nordeste
・ 1949- Criação do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU)
・ Atendimento domiciliar
・ Financiamento consorciado com os IAPs
・ Atendimento Universal
・ Disparidades normativas entre IAPs contribuíram para que surgissem reivindicações em favor de um sistema de
previdência unificado e menos desigual.
・ O ministério de saúde foi dissociado da educação em 1953
・ Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS)-1960 -> Uniformizou as regras
・ Maior lei na época que vai uniformizar as regras, principalmente na questão dos benefícios que seriam concedidos
a todos os institutos.
・ Uniformiza apenas benefícios concedidos e contribuição
・ Não corrigiu as distorções originárias da multiplicidade de institutos.
・ Falta de uniformidade na distribuição com os gastos e ociosidade dos serviços de saúde. O gasto é para previdência
e assistência médica.
・ Estavam excluídos dessa lei, trabalhadores rurais, os empregados domésticos e os servidores públicos e de
autarquias. Não estavam nessa regra da LOPS.
・ Os trabalhadores rurais só viriam a ser incorporados ao sistema em 1963, quando foi promulgada a Lei que instituiu
o FUNRURAL.
・ Aquecimento do debate sobre o papel do Estado nacional na implantação de um efetivo sistema de saúde.
・ III CNS(1963)- propõe a municipalização da assistência à saúde no Brasil
➔ Ditadura Militar
Nesse momento o estado é centralizador de todas as ações, ele manda em tudo e quer ter o poder de tudo.
・ A LOPs não corrigiu todas as distorções originárias da multiplicidade de institutos.
・ 1966- fusão dos IAPs → INPS
・ Tentativa de diminuir as distorções e aumentar eficiência do sistema
・ Aumento da cobertura e atendimento igualitário aos segurados
・ Duplicidade da responsabilidade
Ministério da Saúde (coletivas) , voltadas para a vacinação e combate das doenças epidêmicas, como tuberculose, nesse
tempo já começa a ter uns centros de saúde, são voltadas ações de programas de saúde, especificados → MPAS assistência
médica de caráter individual → INPS junto em uma única estrutura é responsável pela assistência médica, previdência
social e algumas ações de assistência social.
・ "modelo de cuidados médicos individuais como padrão de saúde" favorecido pela lógica centralizadora da ditadura.
・ Construção de grandes hospitais, laboratórios e serviços privados financiados com verbas do INPS.
・ Expansão da medicina hospitalar ( modelo hospitalocêntrico e curativo) em 1970
・ Ampliação do acesso da população ao sistema de saúde previdenciário
・ 1971- criação do PRORURAL
・ 1972-Empregadas domésticas
・ 1973- Trabalhadores autônomos e isso aumenta os gastos, porque está aumentando a população que utiliza os
serviços.
・ 1974- Plano de Pronta Ação (PPA) com serviços de emergência do INPS para todos!!! UNIVERSALIZAÇÃO
・ Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS) mecanismo de financiamento, para enfrentar a demanda
curativa que favoreceu o crescimento do setor privado de prestação de serviços- emprestava dinheiro a juros baixo
para o setor privado
・ Aumenta em 50% o número de hospitais privados com fins lucrativos
・ Decreto n 200/1967- Preferência para a contratação de serviços privados, ao invés de ampliação das redes pública
・ Em 1967 vai ter a dissociação do INPS para o INAMPS que estava prestando serviços de previdência e assistência
médica. O INPS ficou com as questões das aposentadorias e pensões e o INAMPS com a assistência médica.
・ Estímulo ao crescimento do setor privado de prestação de serviços de saúde
・ SINPAS criado em 1977
・ O INAMPS era o responsável pelo financiamento dos serviços de atenção médica prestados diretamente pelas suas
unidades, ou pelo setor privado a ele conveniado.
➔ A crise do início da década de 80
Crise Financeira, crise política no final da ditadura, ela pede a força, principalmente porque ela começa com aquele milagre
econômico de gastar dinheiro, aumentar a dívida, mas termina com os cofres vazios.
・ Dificuldades financeiras do INAMPS
・ crise econômica do país → arrocho salarial → diminuição das contribuições
・ Ampliação dos beneficiários → aumento das despesas
・ Tem uma crise econômica e a primeira coisa que acontece é mandar funcionário embora e começa a recontratar
com salários baixos e a partir daí temos uma diminuição desses salários, um arrocho salarial, as contribuições eram
baseadas no salário, ou seja, se eu diminuo o valor do salário se diminui a contribuição, paralelo a isso nesses anos
até a década de 80 teve uma ampliação dos beneficiários, entrou os trabalhadores rurais, domésticos, aumentou o
número de hospitais conveniados, o financiamento desses hospitais aumentando assim as despesas e a balança não
fecha e o INAMPS passa por sérias dificuldades financeiras.
・ Dificuldades financeiras do INAMPS → diminuição dos recursos destinados à saúde. Na época criaram o banco
CONASP e aqui criou uma PEC, uma emenda constitucional 95 que congela gastos por 20 anos.
・ Movimento de Reforma Sanitária → Crítica ao modelo de saúde
・ Movimento importante de trazer as idéias da construção de um sistema único que atendesse toda uma população
independente de contribuições à previdência, então temos a 7 conferência nacional de saúde.
・ VII CNS(1980) - Tema: "Serviços Básicos de Saúde"
・ É uma conferência que não tem participação do usuário, só para prestadores de serviços e alguns representantes do
governo. É sugerido criar o PREV-SAÚDE, na tentativa de ofertar serviços de atenção primária à saúde para
população. Caminhando junto com o movimento de reforma sanitária tem o aumento da produção científica.
・ Ampliação do debate sobre Descentralização
・ Criação do PREV-SAÚDE->APS
➔ Aumento daprodução científica
Principalmente deliberado pelo pessoal do CEBES ( centros brasileiros de estudos da saúde). Um dos cabeças da época era
o Sérgio Arouca que era da Fiocruz e que é importantíssimo e que vai presidir, trás todos os ideais do movimento de
reforma sanitária para a 8 conferência nacional de saúde. Essas discussões eram muito embasadas no relatório de
conferência de alma alta.
Propostas: Descentralização, universalização e unificação do sistema
➔ 1 Simpósio sobre Política Nacional de Saúde da Câmara dos Deputados-1979
CEBES- "A questão Democrática na área da Saúde"
Diretrizes:
➢ Direito universal das condições que viabilizem a saúde
➢ Sistema único de Saúde
➢ Sistema Descentralizado
➔ Conferência de Alma Ata (1978)
A conferência mais importante que trás um conceito ampliado de saúde, assim como proposto pela OMS, não sendo só a
saúde como ausência de doenças, mas como um estado complexo de bem estar físico que vai depender de muitos fatores
determinantes e condicionantes da saúde, e que enfatiza que essa saúde deve ser chegar primeiro através da atenção
primária da saúde utilizando ações de promoção e prevenção a saúde.
・ Propõe o conceito ampliado de saúde e defende a saúde como direito de cidadania
・ "... a saúde,estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doenças ou
enfermidade, é um direito fundamental, e a consecução do mais alto nível possível de saúde é a mais importante meta
social mundial, cuja realização requer a ação de muitos setores sociais e econômicos, além do setor saúde".
・ A conferência de Alma-ata reafirmou o conceito de "saúde" da Organização Mundial da Saúde;
・ Atribuiu ao Estado sua responsabilidade, ressaltando a importância da Atenção Primária de Saúde- APS
・ Reconheceu a saúde como um direito humano fundamental
1) Saúde é direito humano fundamental[...] É a mais importante meta social mundial, cuja realização requer a ação de
muitos outros setores sociais e econômicos [...] 4) É direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no
planejamento e na execução de seus cuidados de saúde. 5) Os governos têm pela saúde de seus povos uma responsabilidade
que só pode ser realizada mediante adequados medidas sanitárias e sociais [..] os cuidados primários de saúde constituem a
chave para que essa meta seja atingida, como parte do desenvolvimento, no espírito da justiça social.
→ Alternativas para Crise Financeira ( INAMPS)
・ 1982- Criação do CONASP- "Plano CONASP"
・ Diretamente ligado à presidência, cria três eixos.
・ Estratégia racionalizadora, na tentativa de conter os gastos e a expansão dos contratos privados
➔ Eixos do Plano:
SAMHPS ← Plano CONASP → Convênio trilateral ( INAMPS, MS, SES)
SAMHPS( sistema de assistência médica hospitalar da previdência social): vai disciplinar o Financiamento e controla o
número de empresas privadas contratadas.
Plano CONASP: Racionalização da assistência ambulatorial
repasse pela prestação de serviço e não por tamanho da rede
Convênio trilateral: 1984 - Ações integradas de saúde (AIS), início de uma descentralização, onde começa a universalizar a
assistência médica e integrar.
・ Participação dos Estados e Municípios
・ INAMPS: incorporar os serviços municipais e serviços estaduais
・ Adesão dos municípios
→ AIS- Estratégia no processo de descentralização da Saúde pois permite a participação dos Estados e Municípios
→ 1986-VIII Conferência Nacional de Saúde
Trás todas as ideias e ideais tanto para os pesquisadores quanto da conferência da alma ata quanto do movimento de
reforma sanitária brasileira.
・ Resultaram na formalização das propostas do MRSB
・ Ensejaram mudanças baseadas na no direito universal à saúde, acesso igualitário, descentralização acelerada e
participação da sociedade
・ Propor elementos para Constituinte
・ Participação de usuários dos serviços de saúde- MARCO
→ Aprova:
・ Unificação do Sistema -SUS criação de um sistema unificado
・ Conceito Ampliado de Saúde, levando em consideração os fatores condicionantes e determinantes.
・ “Saúde direito de todos e dever do Estado"
・ Criação dos Conselhos de Saúde: CONASS E CONASEMS1
→ 8 conferência nacional de saúde
"Saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação,educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte,
emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acessos aos serviços de saúde"
Conferências Tema
1 CNS (1941) 1. Organização sanitária estadual e municipal;
2. Ampliação e sistematização das campanhas nacionais contra hanseníase e a tuberculose;
3. Determinação das medidas para desenvolvimento dos serviços básicos de saneamento;
4. Plano de desenvolvimento da obra nacional de proteção à maternidade, à infância e à adolescência.
2 CNS (1950) Legislação referente à higiene e à segurança do trabalho.
3 CNS (1963) 1. Situação sanitária da população brasileira;
2. Distribuição e coordenação das atividades médico-sanitárias nos níveis federal, estadual e municipal;
3. Municipalização dos serviços de saúde;
4. Fixação de um plano nacional de saúde.
4 CNS (1967) Recursos humanos para as atividades em saúde.
5 CNS( 1975) 1. Implementação do Sistema Nacional de Saúde;
2. Programa de Saúde Materno-Infantil;
3. Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica;
4. Programa de Controle das Grandes Endemias; e
5. Programa de Extensão das Ações de Saúde às Populações Rurais.
6 CNS (1977) 1. Situação atual do controle das grandes endemias;
2. Operacionalização dos novos diplomas legais básicos aprovados pelo governo federal em
matéria de saúde;
3. Interiorização dos serviços de saúde; e
4. Política Nacional de Saúde.
7 CNS (1980) Extensão das ações de saúde por meio dos serviços básicos.
8 CNS (1986) 1. Saúde como direito;
2. Reformulação do Sistema Nacional de Saúde; e
3. Financiamento setorial.
9 CNS(1992) Tema central: Municipalização é o caminho; Tema específicos:
1. Sociedade, governo e saúde;
2. Implantação do SUS;
3. Controle Social;
4. Outras deliberações e recomendações.
→ Criação do Sistema Único e Descentralizado de Saúde (SUDS)-(1987-1990)
・ Contribuiu para consolidação e desenvolvimento da AIS
・ O INAMPS deixou de atuar como órgão de execução direta das ações de serviços de saúde → Estados e
Municípios
・ Coloca em prática os ideais da Reforma Sanitária
・ Constituição Federal-1988-Seção II
・ A constituição cria o sistema único de saúde
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Como chegamos até o SUS? Entender que a assistência à saúde até o SUS ela estava vinculada a uma contribuição
previdenciária e todos aqueles que não contribuem estavam excluídos, não teria a assistência individual e tinha-se algumas
ações de caráter coletivo.
➔ Constituição Federal Brasileira (1988)
Cria o Sistema Único de Saúde, depois vai ser regulamentado na lei 8080, mas surge a partir da Constituição federal.
Pergunta de concurso
Surge um capítulo específico para saúde,resguardando a saúde no Art.196. A partir desse capítulo que qualquer pessoa que
precisa de um leito de UTI, chegou no hospital e tá cheio, precisa de um acesso a medicação, algum tratamento que não
está conseguindo ela judicializa a partir desse artigo, porque diz que a saúde a partir de 88 passa a ser direito de todos, aí o
Estado vai ter o dever de providenciar isso aquela pessoa. Então,principalmente mediante as políticas sociais e econômicas
que visem a redução do risco de doenças e outros agravos e o acesso universal, ou seja, a partir desse momento não precisa
estar vinculado a alguma contribuição, o único critério para ser atendido ou não é chegar na unidade precisando de um
atendimento. Além do acesso universal ele é igualitário, todos independente de classe social, raça, sexo, classe econômica,
elas podem ter acesso ao mesmo serviço de saúde. Desde a promoção, proteção, recuperação da saúde e aí vai desde uma
consulta de pré natal, desde a primeira vacina até o último suspiro. Até a questão de transplante de órgão que é feito
exclusivamente pelo SUS. Então esse artigo é muito importante, o capítulo da saúde é muito curto naconstituição federal,
ele vai do 196 ao 200, ele é pequeno mas é muito importante para ter saúde como um direito.
Art.196: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução de risco de doenças e de outros agravos e acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
Art 198: As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada( princípio organizativo do
SUS) e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I- descentralização, com direção única em cada esfera de governo tem uma direção, na esfera principal é a secretária de
saúde, na estadual, secretaria estadual de saúde e o governo federal,o ministério de saúde, favorecendo tanto um poder de
tomada de decisão para execução dessas políticas públicas de saúde para os municípios que vão estar na sua
responsabilidade básica é a execução no local dessas políticas que são propostas.
II- atendimento integral,com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III- participação da comunidade, trazer o indivíduo para dentro desse sistema para que ele possa ajudar tanto na
fiscalização como também a propor políticas através dos conselhos, desde um conceito local no bairro em que mora até um
conselho municipal de saúde, o indivíduo leva as demandas do bairro para o conselho municipal de saúde e nas
conferências eles levam as propostas para serem discutidas e possivelmente elas podem ser aprovadas e constar um plano
municipal de saúde, este plano traz as propostas da conferência de saúde.
Essa rede hierarquizada significa que ela tem vários níveis de atenção, desde a primária até a alta complexidade, um
transplante, desde uma consulta de pré natal até um transplante de órgãos, e ela vai caminhando por esse sistema até um
aumento que todas as suas necessidades de saúde sejam atendidas. Ela define três diretrizes que é a descentralização
política e administrativa, o atendimento integral e a participação da comunidade.
Art 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1- As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes
deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins
lucrativos.
§ 2- É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
Nada mais de financiar o hospital privado, constrói o hospital e entrega para a rede privada, o governo constrói as clínicas
da família e depois contrata uma organização social de saúde, sem fins lucrativos, e ela administra.
§ 3- É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos
casos previstos em lei.
Está entrando o capital estrangeiro, processo de abertura, mas ainda está vedada uma empresa norte americano para ficar
prestando serviço a saúde para o SUS.
Art 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
I- controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de
medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
Está aí a ANVISA, que libera ou não utiliza no país algumas vacinas, primeiramente ela avalia e depois libera o uso
daquela vacina no país, bem como os medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados.
II- executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
III- ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV- participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V- incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação;
VI- fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para
consumo humano;
VII- participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos,
tóxicos e radioativos;
VIII- colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
➔ Leis Orgânicas da Saúde de 1990
Lei 8.080: - A organização e a gestão desse sistema;
- As competências e atribuições das 3 esferas de governo;
- Funcionamento e participação complementar do setor privado;
- Política de recursos humanos;
- Recursos financeiros, planejamento e orçamentos.
Lei 8.142: Foi um complemento do que não foi abordado na 8080
- Define a participação social;
- Transferências intergovernamentais de recursos de financiamento;
A constituição federal vai trazer qual é o mínimo que cada Estado e Municípios e o governo federal tem que repassar para a
saúde, qual o mínimo desse orçamento que tem que ser repassado.
➔ Sistema único de Saúde Lei n 8.080 de 19 de setembro de 1990
Título I das disposições gerais
Art.2- A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu
pleno exercício.
§ 1- O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem
à redução de riscos de doenças e de outros agravos no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e
igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
§ 2- O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.
De que depende a nossa saúde? Depende da alimentação, se tem uma alimentação adequada, se tem acesso, se consegue
garantia o mínimo para a sobrevivência no termo de alimentação, a moradia,tem que pensar na população de rua, tem que
ter uma política para que as pessoas tenham um teto, tenham uma moradia, um local, tem que garantir um saneamento
básico, porque não adianta dar rotavírus para todo mundo, para toda população e o esgoto continuar correndo a céu aberto,
tem que ter política de meio ambiente, não adianta comprar vários respiradores e a poluição do ar ficar só aumentando e
desmatando.
"Art.3 Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais."
→ Modelo de Dahlgren e Whitehead (Modelo conceitual de determinantes sociais da saúde)
Vai desde o nível,as camadas mais inferiores, onde tem os fatores individuais, que são os determinantes individuais de sexo,
idade e hereditários também, passando para uma outra camada que é o estilo de vida dos indivíduos que é a questão do
comportamento da pessoa realizar atividade física ou não, ele trás uma outra camada que são as redes sociais estabelecidas
e as redes comunitárias, o quanto de apoio que você tem pela rede social na sua comunidade, vemos que nos municípios,
nas populações que são mais afastadas e com menos acesso tem algumas garantias governamentais, são as comunidades
que são mais próximas, que são mais juntas, que se apóiam, porque eles tem pouco acesso ao apoio governamental, então o
que eles tem são a eles, e eles formam uma rede social.
O que é o Sistema único de Saúde?
Art.4 - O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e
municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de
Saúde (SUS).
- Estão incluídas instituições de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue
e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.
PORQUE SISTEMA ÚNICO?
Sistema → Conjunto de várias instituições, dos 3 níveis de governo e conveniado, que interagem para um fim comum.
Esfera Federal estadual, municipal e convênios = Sistema Único de Saúde
Único → segue a mesma doutrina e os mesmo princípiosorganizativos em todo o território nacional
Comando do SUS→ governo federal → ministério da saúde → estado → secretarias estaduais → município →
secretariais municipais
A INICIATIVA PRIVADA FAZ PARTE DO SUS?
Art.4 § 2- A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.
Quando?
Art.24 - Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população de uma
determinada área, o Sistema Único de Saúde poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.
QUEM TERÁ PRIORIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS?
Art. 25 - ... as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do Sistema Único de Saúde.
São objetivos do SUS:
I - A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;
II - A formulação da política de saúde destinada a promover, nos campos econômicos e social e redução de riscos e
agravos;
III - A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização
integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.
➔ Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
I - Execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador;
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
II - Formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;
III - Ordenação da formação de recursos humanos na área da saúde;
IV - A vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - A colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
VI - A formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a
saúde e a participação na sua produção;
VII - O controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde;
VIII - A fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;
IX - A participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;
X - O incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico;
XI - A formulação e execução da política de sangue e seus derivados.
Lei 8080 Artigo 6
➔ As competências das três instâncias do SUS
Município:
- Promover os serviços;
- Executar serviços de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, de alimentação e nutrição, de saneamento básico e
saúde ocupacional;
- Controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde.
Estado:
- Ser responsável pelas ações de saúde do estado;
- Planejar e controlar o SUS na sua esfera de atuação.
União:
- Normalizar o conjunto de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, identificando riscos e necessidades nas
diferentes regiões.
➔ Princípios Doutrinários
- UNIVERSALIDADE: É a garantia de atenção à saúde por parte do sistema, a todo e qualquer cidadão.
- EQUIDADE: É assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade que cada caso requeira.
Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades até o limite do que o sistema puder
oferecer para todos.
É tratar diferente pessoas diferentes para que elas tenham direitos iguais
- INTEGRALIDADE: Conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e curativos, individuais e
coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema
- DESCENTRALIZAÇÃO
- CONTROLE SOCIAL
Art 7 da Lei 8080/90
➔ Princípios Organizativos
Descentralização:
- É entendida como uma redistribuição das responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de
governo, a partir da ideia de que quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto.
- Maior autonomia dos estados e municípios na decisão e implementação das ações de saúde.
Regionalização e Hierarquização:
- Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade crescente, dispostos numa área geográfica delimitada e
com a definição da população a ser atendida. Organizados de forma eficiente.
- Estabelecimento de mecanismos de referência e contrarreferência.
Resolubilidade:
- É a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento, o serviço correspondente esteja capacitado para
enfrentá-lo e resolvê-lo, até o nível da sua competência.
Participação Popular:
- É a garantia constitucional de que a população, através de suas entidades representativas, participará do processo de
formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local.
- Lei N 8142, de 28 de Dezembro de 1990
Art 1 O Sistema Único de Saúde, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com
as seguintes instâncias colegiadas:
I - A conferência de Saúde; e
II - O conselho de Saúde.
- Conselho de Saúde: Colegiados de caráter permanente e deliberativo, em cada esfera do governo.
Composição: 50% usuários e 50% governo ( profissionais de saúde e prestadores de serviço).
Formulação de estratégias e controle de execução da política de saúde na instância correspondente.
➔ Composição do Conselho Municipal de Saúde
50% Usuários:
- Associação de moradores;
- Sindicatos;
-Movimentos sociais e organizações não governamentais
(ONGs)
25% Profissionais:
Não são profissionais enquanto pessoas físicas, mas a
categoria que representa os profissionais de saúde.
- Conselho Regional de Enfermagem;
- Sindicato dos Médicos;
- Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de
Saúde;
25% Governos e Prestadores: Secretário de saúde
- Hospitais;
- Ambulatórios;
- Farmácias.
Conferências de Saúde: Tem por finalidade avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política
de saúde nos níveis correspondentes.
Convocada pelo poder executivo.
Periodicidade- a cada 4 anos
- Financiamento do SUS
Previsto na CF, LOS, LC 141 e EC86
A responsabilidade pelo financiamento do SUS é das três esferas do governo. Art.195 CF
Orçamento da seguridade social (Assistência e previdência) → Saúde
- EC-95/2016: Investimentos congelador por 20 anos:
De 2018 em diante, o valor mínimo a ser aplicado pela União na saúde será equivalente ao piso do ano anterior corrigido
apenas pela inflação, impossibilitando qualquer aumento real; ao contrário, podendo provocar uma diminuição nos valores
investidos ao longo dos 20 anos.
- Critérios para o estabelecimento de valores a serem transferidos aos estado e municípios (Art 35 - Lei 8080):
I - Perfil demográfico da região;
II - Perfil epidemiológico da população a ser coberta;
III - Características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área;
IV - Desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior;
V - Níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais;
VI-
VII -
COMO DEVERÁ SER FEITO O REPASSE DE VERBAS?
De forma regular e automática
FNS→ FES→ FMS
FNS→ FMS
FNS→ CNS
FES→ CES
FMS→ CMS
fiscalização tem todos os passos
Vídeo : você já ouviu falar bem do sus? - Youtube
VIGILÂNCIA EM SAÚDE - SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE -
O direito à saúde e educação é muito recente!
ORIGENS
● Na idade média, surge o conceito de quarentena como meio de controlar a disseminação da peste.
● Na era pré-industrial é introduzida a legislação sobre a Vigilância em Saúde Pública, adotando-se o conceito de
notificação compulsória de doenças infecciosas.
○ Foi entendida como necessária para a política de desenvolvimento das nações.
○ Conceito de distribuição temporal e espacial de mortalidade.
● Com a Revolução Francesa (1788-1799), a saúde da população passou a ser responsabilidade do Estado,
iniciando-se o conceito de bem-estar social.
○ Nas sociedades industriais modernas, utilizada para desenvolver a legislação e promover mudanças sociais.
Iniciou-se, assim, a prática de coleta e análise de estatísticas vitais.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO BRASIL
● No Brasil,as primeiras medidas de vigilância remontam ao período colonial.
● Foram organizadas apenas no século XX, por meio de programas verticalizados, com a formulação, a coordenação
e a execução de ações realizadas diretamente pelo Governo Federal.
○ Sua estrutura dava-se sob a forma de campanhas.
● País predominantemente rural até meados da década de 60 do século passado, o Brasil viveu intensa urbanização,
sobretudo a partir do novo ciclo de industrialização dos anos 70, fazendo emergir as transições epidemiológica e
demográfica.
○ Esse cenário elevou fez do país um dos mais perversos no que se refere à saúde de trabalhadores urbanos e
rurais, batendo recordes de acidentes de trabalho, baixos níveis de proteção social, e aumento significativo do
trabalho informal.
● Modelo da atenção à saúde médica assistencial privatista e do modelo preventivista, incapazes de questionar e
atuar sobre a origem das condições geradoras da precária condição de saúde do povo brasileiro.
● Surge, nesse contexto, o pensamento da saúde coletiva, que resultou de um processo articulado às lutas da
sociedade e dos profissionais de saúde pela democracia e por melhores condições de vida.
MARCO LEGISLATIVO:
● Em 22 de dezembro de 2009, o MS publicou a Portaria GM n. 3.252. Essa portaria, que aprova as diretrizes para
execução e financiamento das ações de vigilância em saúde, define os seus componentes como sendo:
I. Vigilância epidemiológica;
II. Promoção da saúde;
III. Vigilância da situação de saúde;
IV. Vigilância em saúde ambiental
V. Vigilância da saúde do trabalhador;
VI. Vigilância sanitária.
A 1° foi revogada e melhorada.
→ PORTARIA N° 1378, DE 9 DE JULHO DE 2013
Regulamenta as responsabilidades e define diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela
União, Estados, Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e Distem
Nacional de Vigilância Sanitária.
Aer. 4° As ações de Vigilância em Saúde abrangem todo a população brasileira e envolvem práticas e processos de
trabalho voltados para:
I. a vigilância da situação de saúde da população, com a produção de análises que subsidiem o planejamento,
estabelecimento de prioridades e estratégias, monitoramento e avaliação das ações de saúde pública;
II. a detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a resposta às emergências de saúde pública;
III. a vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis;
IV. a vigilância das doenças crônicas não transmissíveis, dos acidentes e violência;
V. a vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde;
VI. a vigilância da saúde do trabalho;
VII. vigilância sanitária dos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos, serviços e tecnologias de interesse a
saúde; e
VIII. outras ações de vigilância que, de maneira rotineira e sistemática, podem ser desenvolvidas em serviços de saúde
públicos e privados nos vários níveis de atenção, laboratórios, ambientes de estudo e trabalho e na própria
comunidade.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
● Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes da saúde individual e coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as
medidas de prevenção e controle das doenças e agravos.
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir nos problemas sanitários
decorrentes da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
● Visa a promoção da saúde e redução da morbi-mortalidade da população trabalhadora, por meio da integração de
ações que intervenham nos agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de desenvolvimento e processos
produtivos;
VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL
Conjunto de ações que propiciam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do
meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos
fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou a outros agravos.
Ações do Vigiar (SUS) - Vigilância da qualidade do ar e problemas sonoros
SISAGUA - Vigilância da qualidade da água para consumo humano
VIGILÂNCIA & INFORMAÇÃO
● A Vigilância em Saúde é responsável pela informação para a ação e a intervenção que reduzam riscos e
promovam a saúde às Redes de Atenção à Saúde.
● Esta função essencial do SUS tem sido chamada a orientar sua ação considerando os complexos fenômenos
econômicos, ambientais, sociais e biológicos que determinam o nível e a qualidade da saúde dos brasileiros.
○ A responsabilidade do Estado na regulação sanitária, deve considerar a integralidade de rede de atenção, a
intersetorialidade, o território, a participação da sociedade e o direito à informação.
INFORMAÇÃO PARA AÇÃO
● A informação da Vigilância em Saúde é um bem público que necessita
ser livremente disponibilizado e ser de fácil acesso a toda a sociedade.
● O registro de dados de interesse sanitário e de casos de
morbimortalidade, integrantes da base de dados da Vigilância em
Saúde, apresentam variados graus de utilidade, qualidade e/ou cobertura
e representam um patrimônio social e técnico do SUS.
AÇÕES EM VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
➢ Coleta de dados;
➢ Processamento de dados coletados;
➢ Análise e interpretação dos dados processados;
➢ Recomendação das medidas de controle apropriadas;
➢ Promoção das ações de controle indicadas;
➢ Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
➢ Divulgação de informações pertinentes.
As competências de cada nível do sistema de saúde (municipal, estadual e federal) abarcam todo o espectro das funções de
vigilância epidemiológica, porém com graus de especificidade variáveis.
As ações executivas são inerentes ao nível municipal e seu exercício exige conhecimento analítico da situação de saúde
local, mas cabe aos níveis nacional e estadual conduzir as ações de caráter estratégico e longo alcance.
SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
● A OMS define o SIS como: Um mecanismo de coleta, processamento, análise e transmissão da informação necessária
para se planejar, organizar, operar e avaliar os serviços de saúde.
● Considera-se que a transformação de um dado em informação exige, além da análise, a divulgação, e inclusive
recomendações para a ação.
QUAL A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE?
➔ As informações estão sempre presentes nas nossas vidas e participam de diversas decisões do nosso cotidiano…
➔ Como em qualquer outra atividade, no setor saúde a informação deve ser entendida como um redutor de incertezas, um ,
um instrumento para detectar focos prioritários, levando a um planejamento responsável e a execução de ações que
condicionem a realidade às transformações necessárias.
➔ Deve ser entendida como um instrumento de apoio decisório para o conhecimento da realidade socioeconômica,
demográfica e epidemiológica, para o planejamento, gestão, organização e avaliação nos vários níveis que constituem o
SUS.
Planejamento é um processo de tomada de decisões que, com base na situação atual, visa a determinação de providências a
tomar objetivando atingir uma situação futura desejada.
DADO X INFORMAÇÃO
DADO → é definido com “um valor quantitativo referente a um fato ou circunstância”, o “número bruto que ainda não
sofreu qualquer espécie de tratamento estatístico”, ou “a matéria-prima da produção de informação”.
INFORMAÇÃO → é entendida como “o conhecimento obtido a partir dos dados”, “o dado trabalhado” ou “o resultado da
análise e combinação de vários dados”, o que implica em interpretação, por parte do usuário. É “uma descrição de uma
situação real, associada a um referencial explicativo sistemático”.
COLETA DE DADOS
● A qualidade de informação depende, sobretudo, da adequada coleta de dados gerados no local onde ocorre o evento
sanitário (dado coletado).
● Os responsáveis pela coleta devem ser preparados para aferira qualidade do dado obtido. Tratando-se, por exemplo, da
notificação de doenças transmissíveis, é fundamental a capacitação para o diagnóstico de casos e a realização de
investimentos epidemiológicos correspondentes.
TIPOS DE DADOS:
Os dados e informações que alimentam o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica são seguintes:
● Dados demográficos e ambientes;
● Dados de morbidade;
● Dados de Mortalidade;
● Notificação de surtos e epidemias.
Onde podemos encontrar esses dados da saúde?
● Deve disponibilizar o suporte necessário para o planejamento, decisões e ações dos gestores, em determinado nível
decisório (municipal, estadual e federal).
● É constituído por vários subsistemas.
● Tem como propósito geral facilitar a formulação e avaliação das políticas, planos e programas de saúde, subsidiando o
processo de tomada de decisões.
Entre os sistemas nacionais em informação em saúde existentes, alguns que se destacam em razão de sua maior relevância
para a vigilância epidemiológica:
➢ Sistema de Informação de Mortalidade (SIM)
➢ Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC)
➢ Sistema de Informações Hospitalares (SIH)
➢ Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA)
➢ Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN)
➢ Sistema de Informações de Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI)
➢ Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes)
➢ Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (Siops)
TODOS DISPONÍVEIS NO DATASUS!!
Algumas informações de interesse para as vigilâncias em saúde, de interesse comum ou do interesse específico de alguma
vigilância são produzidas em outros setores. Encontram-se no site do IBGE inúmeras pesquisas de interesse da saúde, tais
como:
● Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária
● Censo demográfico
● Pesquisa de Informações Básicas Municipais
● Agropecuária
● Pesquisa Mensal de Emprego
● Estatísticas do Registro Civil
● Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
● Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
● Pesquisa Anual do Comércio
● Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae).
PRINCIPAIS SUB-SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
SISTEMAS EVENTO INSTRUMENTO FLUXO USOS
SIM Óbito Declaração de óbito
(DO)
Cartório → SMS →
Regional → SES
Estudo de Mortalidade,
Vigilância de Óbitos (infantil,
materno, etc.)
SINASC Nascido vivo Declaração de Nascido
Vivo (DNV)
Unidade → SMS →
regional → SES
Monitoramento saúde da criança
SINAN Agravos, doenças e
eventos
Fichas - Acompanhamento de agravos,
surtos, epidemias, etc.
SIH Informação hospitalar AIH - Morbidade hospitalar, custeio
SIA Produção ambulatorial Boletim de
procedimento
ambulatorial (BPA)
- Produção, gestão, custeio
SINAN
➔ É o mais importante sistema para a vigilância epidemiológica.
➔ É alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos constantes da lista nacional
de doenças de notificação compulsória.
NOTIFICAÇÃO: É a comunicação de ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por
profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes.
ASPECTOS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS NA NOTIFICAÇÃO
● Notificar a simples suspeita da doença. Não se deve aguardar a confirmação do caso para se efetuar a notificação, pois
isso pode significar perda da oportunidade de intervir eficazmente.
● A notificação tem de ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito médico sanitário em caso de risco para a
comunidade, respeitando-se o direito de anonimato dos cidadãos.
● O envio dos instrumentos de coleta de notificação deve ser feito mesmo na ausência de casos, configurando-se que se
denomina notificação negativa, que funciona como um indicador de eficiência do sistema de informações.
UTILIDADE DO SINAN
● Calcular a incidência, prevalência, letalidade e mortalidade.
● Analisar de acordo com as características de pessoa, tempo e lugar, particularmente no que tange às doenças
transmissíveis de notificação obrigatória.
LISTA NACIONAL DE DOENÇAS E AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
NOTIFICAÇÃO IMEDIATA (ATÉ 24 HORAS)
b. Acidente de trabalho: grave,
fatal e em criança e adolescente
Doença febris hemorrágicas
emergentes/reemergentes:
a.Arenavírus
b. Ebola
c. Marburg
d. Lassa
e. Febre purpúrica brasileira
c. Óbito com suspeita de febre de
chikungunya, Febre do Nilo Ocidental e
outras arboviroses de importância em saúde
pública.
Acidente por animal peçonhento
Acidente por animal
potencialmente transmissor da
raiva
b. Doença aguda pelo vírus Zika em
gestante
Febre Maculosa e outras Riquetisioses
Febre tifóide, Hantavirose
Botulismo, Cólera, Coqueluche,
Difteria
c. Óbito com suspeita de doença pelo
vírus Zika
Influenza humana produzida por novo
subtipo viral
Leptospirose
b. Dengue - Óbitos
a. Doença de Chagas Aguda
Evento de Saúde Pública (ESP) que se
constitua ameaça à saúde pública
b. Malária na região extra-Amazônica
Poliomielite por poliovírus selvagem
a. Doença Invasiva por
“Haemophilus Influenza”
Eventos adversos graves ou óbitos pós
vacinação
Peste
Raiva humana
Síndrome da Rubéola Congênita
Doença exantemática: a. Sarampo b.
Rubéola
b. Doença Meningocócica e
outras meningites
Febre amarela Síndrome da Paralisia Flácida Aguda
Doenças com suspeita de
disseminação intencional: a.
Antraz pneumônico b.
Tularemia c. Varíola
b. Febre de Chikungunya em áreas sem
transmissão
Síndrome Respiratória Aguda Grave
associada ao Coronavírus a. SARS-CoV b.
MERS-CoV Tétano: a. Acidental b.
Neonatal
Varicela - caso grave internado ou óbito
b. Violência sexual e tentativa de suicídio
NOTIFICAÇÃO SEMANAL
a. Acidente de trabalho com
exposição a material biológico
Hanseníase Leishmaniose Visceral
a. Dengue - Casos Hepatites virais a. Malária na região amazônica
b. Doença de Chagas Crônica HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da
Imunodeficiência Humana ou Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida
Óbito: a.Infantil b. Materno
Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) Infecção pelo HIV em gestantes,
parturiente ou puérpera e Crianças
expostas ao risco de transmissão vertical
do HIV
Sífilis: a. Adquirida b. Congênita c.
Em gestante
a. Doença aguda pelo vírus Zika Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Toxoplasmose gestacional e congênita
Humana (HIV)
Esquistossomose Intoxicação Exógena (por substâncias
químicas, incluindo agrotóxicos, gases
tóxicos e metais pesados)
Tuberculose
a. Febre de Chikungunya Leishmaniose Tegumentar Americana a. Violência doméstica e/ou outras
violências
SIM
● A coleta de dados é realizada através da declaração de óbito (DO)
● O preenchimento da DO deve ser realizado por médico.
As informações obtidas pela DO também possibilitam o delineamento do perfil de morbidade de uma área, no que diz
respeito às doenças mais letais e às doenças crônicas não sujeitas à notificação compulsória, representando, praticamente, a
única fonte regular de dados.
DECLARAÇÃO DE ÓBITO (DO)
Condições para emissão da DO:
➢ Em todo óbito por causa natural ou por causa acidental e/ou violenta;
➢ No óbito fetal, se a gestação teve duração igual ou superior a 20 semanas, ou o feto tiver peso corporal igual ou superior
a 500 gramas e/ou estatura igual ou superior a 25 centímetros.
➢ No óbito não fetal, quando a criança nascer viva e morrer logo após o nascimento, independentemente da duração da
gestação, do peso do recém-nascido e do tempo que tenha permanecido vivo.
Condições para não emissão da DO:
➢ No óbito fetal, se a gestação teve duração menor que 20 semanas ou o feto tiver peso corporal menor que 500 gramas
e/ou estatura menor que 25 centímetros;
É facultativo ao médico emitir uma DO nesses casos, para atender solicitação da família.
➢ No caso de peças anatômicas retiradas por ato cirúrgico ou de membros amputados. Nesses casos, o médico elaborará
um relatório em papel timbrado do Estabelecimento de Saúde descrevendo o procedimento realizado. Esse documento
será levado ao Cemitério, caso o destino da peça venha a ser o sepultamento. Essas providênciasestão definidas na
Resolução de Diretoria Colegiada n° 306 da ANVISA (2004).
SINASC
O número de nascidos vivos constitui relevante informação para o campo da saúde pública, pois possibilita a constituição de
indicadores voltados para a avaliação de riscos à saúde do segmento materno-infantil.
O SINASC tem como instrumento padronizado de coleta de dados a declaração de nascido vivo (DNV).
BENEFÍCIOS:
Subsidiar as intervenções relacionadas à saúde da mulher e da criança para todos os níveis do SUS;
Como ações de atenção à gestante e ao recém-nascido;
O acompanhamento da evolução das séries históricas do SINASC permite a identificação de intervenção, o que contribui para
a efetiva melhoria do sistema.
SIH/SUS
● Reúne informações de cerca de 70% das internações hospitalares realizadas no País.
● Seu instrumento de coleta de dados é a Autorização de Internação Hospitalar (AIH) - dados de atendimento, com os
diagnóstico de internamento e alta, idade e sexo, procedência do paciente, procedimentos realizados.
É de extrema importância para o conhecimento do perfil dos atendimentos na rede hospitalar.
AS INFORMAÇÕES SÃO DO SUS, NÃO DA REDE PRIVADA!! O PRIVADO NÃO É OBRIGADO A GERAR DADOS
E TER TRANSPARÊNCIA. NÃO É INTERESSANTE MOSTRAR QUANTO ENTRA E SAI!!
SIA
● Gera informações referentes ao atendimento ambulatorial para subsidiar os gestores estaduais e municipais no
monitoramento dos processos de planejamento, programação, regulação, avaliação e controle dos serviços de saúde, na
área ambulatorial.
● Unidade de registro de informação é o procedimento ambulatorial realizado.
● Informações que possibilitem o acompanhamento e a análise da evolução dos gastos referentes à assistência
ambulatorial.
ATENÇÃO DOMICILIAR - VISITA DOMICILIAR
CONTEXTUALIZAÇÃO (BREVE HISTÓRICO)
● O cuidado domiciliar à saúde é uma prática que remonta a própria existência das famílias como unidade de
organização social
● Segundo relatos históricos, os cuidados em saúde realizados no domicílio já são descritos no Egito Antigo e também
na Grécia (em relatos de Asklépios e Hipócrates).
● Na Europa no final do século XVIII antes do surgimento dos hospitais e dos ambulatórios, já se praticava a atenção
no domicílio como modalidade de cuidado.
● Portaria GM/MS n° 2527, de outubro de 2011, a AD constitui-se como uma:
“modalidade de atenção à saúde substitutiva ou complementar às já existentes, caracterizada por um conjunto de
ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com garantia
de continuidade de cuidados e integrada às Redes de Atenção à Saúde” (BRASIL,2011)
● A portaria revogada n° 2.527, 27 de outubro de 2011:
○ Reconhece os cuidados domiciliares realizados pelas equipes de atenção básica (eSF), instituindo a modalidade
AD1 em atenção domiciliar, que é aquela realizada pelas eSF e pelo NASF.
○ Fortalece o conceito de que a AD integra uma Rede de Atenção à Saúde. Tendo a AB como ordenadora do
cuidado e da ação territorial.
● A portaria vigente n° 963 de 27 de maio de 2013:
○ Mesmo conceito de AD no âmbito do SUS, da anterior.
○ Cap. I - Disposições gerais:
ー I - Atenção Domiciliar
ー II - Serviço de Atenção Domiciliar (SAD): equipes multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD) e
Equipes multiprofissionais de Apoio (EMAP).
ー III - Cuidador
○ Art. 3° A atenção Domiciliar tem como objetivo a reorganização do processo de trabalho das equipes que prestam
cuidado domiciliar na atenção básica, ambulatorial, nos serviços de urgência e emergência e hospitalar, com vistas
à redução da demanda por atendimento hospitalar e/ou redução do período de permanência de usuários internados,
a humanização da atenção, a desinstitucionalização e a ampliação da autonomia dos usuários.
DEFINIÇÕES E CONCEITOS
VISITA DOMICILIAR:
É um conjunto de ações de saúde voltadas para o atendimento, tanto educativo como assistencial.
É uma ‘forma de atenção em Saúde Coletiva voltada para o atendimento ao INDIVÍDUOS E À FAMÍLIA ou coletividade
que é prestada nos domicílios ou junto aos diversos recursos sociais locais, visando a maior equidade da assistência em
saúde’ (Ceccim e Machado, s/d, p.1)
Características:
➢ Trabalho em Equipe;
○ Faz parte do processo de trabalho em equipe;
○ Pactuação com a família;
○ Planejamento das ações em equipe e prescrição de cuidados;
○ … é necessário que a equipe sistematize um planejamento de ações integrado, dinâmico, flexível e adaptável ao
domicílio.
○ Cada caso deve ser discutido e planejado pela equipe:
ー O 1° passo é a identificação dos pacientes elegíveis para a AD na territorialização.
ー O 2° passo é classificar a complexidade desses pacientes, identificando em qual modalidade de AD se
enquadram (AD1/AD2/AD3).
ー O 3° passo é elaborar um plano de cuidados/projeto terapêutico (Projeto Terapêutico Singular -PTS)
○ Sugerem-se, ainda, reuniões periódicas dos profissionais de saúde para discussões clínicas e reprogramações de
condutas.
○ A prescrição de cuidados pelo enfermeiro no domicílio constitui atividade fundamental para direcionar as ações
do cuidador e da família junto à pessoa assistida, implementando e pactuando as atividades.
○ Respeitar os princípios da assistência domiciliar, buscando estratégias para aprimorá-los;
○ Compreender o indivíduo como sujeito do processo de promoção, manutenção e recuperação de sua saúde e
visualizá-lo como agente corresponsável pelo processo de equilíbrio entre a relação saúde-doença;
○ Coordenar, participar e/ou nuclear grupos de educação para a saúde;
○ Fornecer esclarecimentos e orientações à família;
○ Monitorizar o estado de saúde do usuário, facilitando a comunicação entre família e equipe;
○ Desenvolver grupos de suporte com os cuidadores;
○ Realizar reuniões com usuário e família para planejamento e avaliação da AD.
○ Fazer abordagem familiar, considerando o contexto socioeconômico e cultural em que a família se insere;
○ Garantir o registro no prontuário na unidade de saúde;
○ Orientar a família sobre sinais de gravidade e condutas a serem adotadas;
○ Dar apoio à família tanto para o desligamento após a alta da AD, quanto para o caso de óbito dos usuários.
○ Avaliar a condição e infraestrutura física do domicílio;
○ Acompanhar o usuário conforme plano de assistência traçado pela equipe e família;
○ Pactuar concordância da família para AD;
○ Buscar garantir assistência integral, resolutiva e livre de danos ao usuário da AD;
○ Trabalhar as relações familiares na busca pela harmonia, otimizando ações para um ambiente familiar terapêutico;
○ Dar apoio emocional;
○ Orientar cuidados de higiene geral com o corpo, alimentos, ambientes e água;
○ O NASF é uma estratégia que busca qualificar e complementar o trabalho das equipes de Saúde da Família (eSF) e
outras equipes, atuando de forma compartilhada no cuidado à saúde.
○ Na perspectiva do apoio material, o processo de trabalho do NASF pretende oferecer tanto retaguarda
assistencial quanto suporte técnico pedagógico às eSF.
○ … deverá trazer como ferramentas do processo de trabalho a clínica ampliada, o matriciamento, o projeto
terapêutico singular e o projeto de saúde no território para implementar a realização do cuidado ao usuário e
qualificação das ações das equipes.
O que diferencia o hospital da atenção básica é o caráter ativo!
ESTÍMULO A REDE DE SOLIDARIEDADE
O estímulo à estruturação de redes de solidariedade em defesa da vida, articulando a participação local da sociedade civil
organizado (ONGs, grupos, sociais, grupos de voluntários, associações, igrejas, CRAS/CREAS, etc), potencializada a ação da
coletividade na busca e consolidação da cidadania.
ADSCRIÇÃO DA CLIENTELA (TERRITÓRIO)
“A AD deve ser efetivada no contexto de territorialização, com cadastro de usuários”
➢ Ficha cadastral;
Territórios são “formas, mas o território usado são objetos e ações, sinônimo de espaço humano, espaço habitado”, isto é,
onde de fato se expressam as ações e intenções de vida dos indivíduos (SANTOS, 1996, p.255)
・ … a intersetorialidade [...] articulaçãoentre sujeitos de setores sociais e, portanto, de saberes, poderes e vontades com
objetivo de enfrentar problemas complexos.
・ Esse agir intersetorial, com foco e como meio de intervenção na realidade social, exige articulação entre pessoas e
serviços para troca de saberes e experiências, pressupondo, dessa forma, um trabalho integrado.
・ Domicílio designa o ‘local de moradia estruturalmente separado e independente, constituído por um ou mais cômodos’
・ A equipe tem a missão de aproximar-se da família a fim de criar vínculos, visualizar o cenário do contexto do lar.
・ Domicílio designa o “local de moradia estruturalmente separado e independente, constituído por um ou mais
cômodos”.
・ A equipe tem a missão de aproximar-se da família a fim de criar vínculos, visualizar o cenário do contexto do lar.
SITUAÇÕES FREQUENTES NA ATENÇÃO DOMICILIAR
● A AD ao binômio mãe-filho.
● Doenças perinatais.
● Doenças neurodegenerativas como distrofias musculares, as sequelas de trauma pela violência urbana ou no trânsito.
● Pessoas com complicações por doença cerebrovascular, obesidade, as artropatias degenerativas;
● Síndromes demenciantes nos países em processo de envelhecimento populacional acelerado.
● No surgimento das úlceras por pressão (UPs), vários fatores de riscos devem ser considerados: síndrome da imobilidade,
má perfusão tecidual (ICC, sépsis), anemia, desnutrição, hipóxia, déficit cognitivo e déficit de comunicação. Por isso, as
intervenções para a prevenção e tratamento são interdisciplinares.
● Outros tipos de úlceras → monitoradas no domicílio: diabéticas, úlceras de estase que necessitam de medidas de
diminuição do edema e melhora do retorno venoso, e úlceras por insuficiencia arterial periférica, úlceras ou feridas
cirúrgicas/pós-operatórias, as úlceras tumorais.
● No domicílio, é comum o tratamento de infecções de partes moles (erisipela, celulite) e de osteomielite.
SISTEMATIZAÇÃO DA ATENÇÃO DOMICILIAR NA ESF
Para a execução da VD, o 1° passo é definir seu foco, que pode abranger um ou mais dos seguintes objetivos:
➔ Conhecer o domicílio e suas características ambientais, identificando socioeconômicas e culturais.
➔ Verificar estrutura e a dinâmica familiar com elaboração do genograma ou familiograma ou ecomapas.
➔ Identificar fatores de riscos individuais e familiares.
➔ Prestar assistência ao paciente no seu próprio domicílio, especialmente em caso de acamados.
➔ Auxiliar no controle e preservação de doenças transmissíveis estimulando a adesão ao tratamento, medicamentoso ou
não.
➔ Promover ações de promoção à saúde, incentivando a mudança de estilo de vida.
➔ Propiciar ao indivíduo e a família a participação ativa do processo saúde-doença.
➔ Adequar o atendimento às necessidades e expectativas do indivíduo e de seus familiares.
➔ Intervir precocemente na evolução para complicações e internações hospitalares.
➔ Estimular a independência e autonomia do indivíduo e de sua família e de seus familiares.
➔ Intervir precocemente na evolução para complicações e internações hospitalares.
➔ Estimular a independência e a autonomia do indivíduo e de sua família, incentivando a práticas para o autocuidado.
➔ Aperfeiçoar recursos disponíveis, no que tange a saúde pública, promoção social e participação comunitária.
CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE E ESCALAS
Savassi e Cunha (2017) apresentam uma proposta de 5 passos:
PASSO 1: Avaliação da resolutividade da VD: A VD será resolutiva?
PASSO 2: Avaliação da razoabilidade da VD: A VD é a melhor alternativa para a situação?
PASSO 3: Aderência do usuário e sua família ao acompanhamento: há engajamento e corresponsabilização? Foi elaborado
PTS considerando o contexto individual e familiar.
PASSO 4: Autorização do usuário e da família
PASSO 5: Análise da infraestrutura domiciliar: avaliação em acordo com a análise de caso, classificação da complexidade e
determinação do plano de cuidados.
ABORDAGEM INTEGRAL À FAMÍLIA
● Assistir no domicílio é cuidar da saúde da família com integralidade e dinamicidade, reconstruindo relações e
significados.
● Consentimento da família, participação do usuário e existência do cuidador;
● Trabalho em Equipe e Interdisciplinaridade
● O genograma permite identificar, de maneira mais rápida, a dinâmica familiar e suas possíveis implicações, com
criação de vínculo entre o profissional e a família/indivíduo.
● Complementar ao genograma, o ecomapa consiste na representação gráfica dos contatos dos membros da família
com os outros sistemas sociais, das relações entre a família e a comunidade.
● Ajuda a avaliar os apoios, os suportes disponíveis, sua utilização pela família, e pode apontar a presença de
recursos, sendo o retrato de um determinado momento da vida dos membros da família, portanto, dinâmico.
ACOLHIMENTO
● Acolher é dar acolhida, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito, agasalhar, receber, atender, admitir (MICHAELIS,
2009).
● Na AD, o acolhimento como postura da equipe faz mais sentido, afinal, trata-se de um âmbito que percebe a dor e o
sofrimento em todas as suas facetas, com o conhecimento do espaço de vida do usuário.
CLÍNICA AMPLIADA
● Toda profissão faz um recorte de sintomas e informações, de acordo com seu núcleo profissional.
○ Ampliar a clínica significa também ajustar os recordes teóricos de cada profissão às necessidades dos usuários.
● O método clínico centrado na pessoa (MCCP) visa encontrar a real necessidade da pessoa em atendimento, ampliando
o foco deste para todos os problemas dela - físicos, sociais ou psicológicos, investigando a forma com eles aparecem.
APOIO MATRICIAL
● O “apoio matricial” AM e a "equipe de referência” (ER) são dois arranjos que auxiliam na mudança nos modos de
produzir saúde.
● Esses novos arranjos devem facilitar a transversalidade das ações e a troca de informações, de modo a garantir a
integralidade da atenção e a promover a responsabilização dos trabalhadores com a produção de saúde (BRASIL,
2004).
● … desburocratização e a desfragmentação… padrão de comunicação dos trabalhadores e serviços de Saúde.
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS)
● É um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para indivíduos ou grupos, resultado da discussão
coletiva de uma equipe interdisciplinar, elaborada em conjunto com o paciente e sua família/cuidadores (BRASIL,
2009).
● É um conjunto de condutas/ações/medidas, de carácter clínico ou não, propostas para dialogar com as necessidades de
saúde de um sujeito individual ou coletivo, geralmente em situações mais complexas, construídas a partir da
discussão de uma equipe multidisciplinar (BRASIL, 2008).
BUSCA ATIVA
Se configura num processo de educação permanente no qual os sucessivos contatos entre o SAD e os profissionais dos
serviços potencialmente “porta de entrada” da AD possibilitam a divulgação e pactuação dos protocolos, além de sua
reformulação, auxiliando que a busca ativa se torne cada vez menos necessária.
CUIDADOS EM ENFERMAGEM ÀS PESSOAS COM TUBERCULOSE
O que é a tuberculose?
Bacilo de Koch que causa tosse, relacionada com moradia inóspita.
Vídeo: O óbvio
BREVE HISTÓRICO
• A Mycobacterium tuberculosis surgiu há 1500 anos. O fato de ter sido detectado em múmias egípcias comprova que ele
já compromete o homem 3.400 anos antes de Cristo. Foi descrito por Robert Koch, bacteriologista alemão, em 1882, sendo,
por isso, também chamado de bacilo de Koch (BK), em sua homenagem.
TUBERCULOSE
• É uma doença infecciosa e contagiosa, causada por uma bactéria, o Mycobacterium tuberculosis, também denominado de
Bacilo de Koch (BK). O termo tuberculose se origina no fato da doença causar lesões chamadas tubérculos.
O PATÓGENO
• O bacilo da tuberculose é um patógeno intracelular aeróbio estrito que necessita de oxigênio para crescer e se multiplicar.
Por ser capaz de sobreviver e de se multiplicar no interior de células fagocitárias, é considerado um parasito intracelular
facultativo, de virulência variável .
• Dentro do macrófago, habitualmente, multiplica-se a cada 25-32 horas. E, de modo geral, resistenteà ação de agentes
químicos e sensível à ação de agentes físicos, como o calor e a radiação ultravioleta.
• A tuberculose ainda se configura como um problema de saúde pública. No mundo, segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), estima-se que em 2014 ocorreram cerca de 9,6 milhões de casos da doença. • Desse total, 80% estão
concentrados em 22 países, sendo que o Brasil ocupa a 18a posição nessa classificação.
• A mortalidade por tuberculose ainda apresenta números alarmantes. Em 2014, no mundo, um milhão de mortes foram
atribuídas à doença e, no Brasil, esse número foi de cerca de 4.400.
PROBLEMA NA NOTIFICAÇÃO
• Do total de óbitos que, em 2014, apresentou a tuberculose como causa básica e foi registrada e foi registrado no SIM,
1848 (39%) não foram notificadas como caso de tuberculose no Sinan.
• Entre o total de óbitos em que a tuberculose surge como causa associada, 1.044 (38,3%) não foram notificados no Sinan.
• A subnotificação representa uma falha no serviço de vigilância epidemiológica e contribui para a permanência da cadeia
de transmissão da doença.
• O número de casos conhecidos somente a partir do SIM é um indicador que deve ser utilizado para a avaliação das ações
de vigilância da doença.
• Cruzamento dos dados do SIM e SINAN.
PARA QUE SERVE A EPIDEMIOLOGIA NESSE CASO?
O conhecimento dos indicadores epidemiológicos e operacionais é imprescindível para a construção do planejamento de
atividades dos Programas de Controle da Tuberculose.
MODOS DE TRANSMISSÃO:
• A transmissão ocorre por meio de gotículas contendo os bacilos expelidos por um doente com tuberculose pulmonar ao
tossir, espirrar ou falar. Quando essas gotículas são inaladas por pessoas sadias, podem provocar a infecção tuberculosa.
• A propagação do bacilo está associada principalmente às condições de vida da população. Prolifera em áreas de grande
concentração humana, com precários serviços de infraestrutura urbana, com saneamento e habitação, onde coexistem a fome
e a miséria. Por isso, a sua incidência é maior nas periferias das grandes cidades, podendo, porém, acometer qualquer pessoa,
inclusive em áreas rurais. A transmissão ocorre geralmente em ambientes fechados, nos quais as partículas expelidas pelo
doente de Tuberculose (TB) podem permanecer no ar, principalmente em locais escuros e pouco ventilados, por longos
períodos.
• A ventilação constante e a luz solar direta removem as partículas e matam rapidamente os bacilos.
Nos alvéolos, os bacilos multiplicam-se e um pequeno número entra na circulação sanguínea, disseminando-se por todo o
corpo. Dentro de 2 a 10 semanas, no entanto, o sistema imunológico intervém, principalmente por meio das células brancas
sanguíneas, chamadas linfócitos e macrófagos, as quais impedem que os bacilos continuem a se multiplicar, bloqueando,
assim, a evolução da infecção para tuberculose-doença. Os linfócitos e macrófagos formam o granuloma, uma espécie de
barreira em torno dos bacilos provocando sua destruição por meio da fagocitose. Graças à formação do granuloma, a pessoa
pode permanecer infectada, não desenvolvendo a doença e, portanto, não transmitindo o germe para as pessoas suscetíveis.
– Às vezes você já teve contato, formaram o granuloma e como não houve evolução não tem ideia que foi contaminado – Se
sua imunidade baixa a doença pode se desenvolver
SINTOMAS:
• Dor no peito;
• Tosse crônica;
• Febre;
• Falta de apetite;
• Cansaço;
• Suor noturno.
Sintomas clássicos: Tosse persistente, produtiva ou não (com muco e/ou sanguinolenta), febre vespertina, sudorese
noturna e emagrecimento.
DETECÇÃO DOS CASOS
• Diagnosticar e tratar correta e prontamente os casos de TB pulmonar são as principais medidas para o controle da doença.
• Busca ativa de sintomáticos respiratórios – SR
BUSCA ATIVA
É a atividade de saúde pública (conceito programático) orientada a identificar precocemente pessoas com tosse por tempo
igual ou superior a 3 semanas (SR), consideradas com suspeita de tuberculose pulmonar, visando a descoberta dos casos
bacilíferos que são a principal forma de disseminação.
A busca ativa do SR deve ser realizada permanentemente por todos os serviços de saúde (níveis primário, secundário e
terciário) e tem sido uma estratégia recomendada internacionalmente.
DEFINIÇÃO DE SR:
Pessoa com tosse por período igual ou maior semanas de duração.
TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO (TDO)
O TDO constitui uma mudança na forma de administrar os medicamentos, porém sem mudanças no esquema terapêutico: o
profissional treinado passa a observar a tomada da medicação do paciente desde o início do tratamento até a sua cura.
Na prática: o profissional de saúde vê o paciente tomar a medicação e se adapta conforme cada indivíduo para que não haja
abandono do tratamento!
DIAGNÓSTICO
A pesquisa bacteriológica é método de importância fundamental em adultos, tanto para o diagnostico quanto para
controle.(BRASIL, 2008).
• A baciloscopia do escarro, desde que executada corretamente em todas as suas fases, permite detectar de 60% a 80% dos
casos de tuberculose pulmonar.
BACILOSCOPIA DE ESCARRO
A baciloscopia de escarro deve ser realizada em no mínimo duas amostras: uma por ocasião da 1° consulta e outra,
independentemente do resultado da 1°, repetir na manhã do dia seguinte, preferencialmente ao despertar. A baciloscopia é
utilizada como controle da terapêutica implementada e deve ser repetida no 2°, 4° e 6° mês. (na prática não funciona)
CULTURA DA MICOBACTÉRIA
A cultura é um método de elevada especificidade e sensibilidade no diagnóstico da TB. Nos casos pulmonares com
baciloscopia negativa, a cultura do escarro pode aumentar em até 30% o diagnóstico bacteriológico da doença.
Indicações:
• suspeita clínica e/ou radiológica de TB com baciloscopia repetidamente negativa;
• suspeitos de TB com amostras paucibacilares (poucos bacilos);
• suspeitos de TB com dificuldades de obtenção da amostra (por exemplo, crianças);
• suspeitos de TB extrapulmonar; e
• casos suspeitos de infecções causadas por micobactérias não tuberculosas – MNT
COLETA DE ESCARRO
Não precisa de jejum;
Realizar em áreas ventiladas;
Em recipiente adequado (será entregue pela Unidade, devidamente identificado);
Solicite higienização da cavidade oral com água;
Orientar ingerir 1 copo de água;
Armazenar em local refrigerado até ser encaminhado para o laboratório.
Uma boa amostra de escarro é a que provém da árvore brônquica, obtida após esforço de tosse, e não a que se obtém da
faringe ou por aspiração de secreções nasais, nem tampouco a que contém somente saliva.
O volume ideal é de 5ml a 10ml.
DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO
– Estudar exames radiológicos
• A radiografia de tórax é método diagnóstico de grande importância na investigação da tuberculose.
• Deve ser solicitada para todo o paciente com suspeita clínica de TB pulmonar. No entanto, até 15% dos casos de TB
pulmonar não apresentam alterações radiológicas, principalmente pacientes imunodeprimidos.
• O exame radiológico permite a diferenciação de imagens sugestivas de tuberculose ou de outra doença, sendo indispensável
submetê-los a exame bacteriológico.
• O exame radiológico, em pacientes com baciloscopia positiva, tem como função principal a exclusão de doença pulmonar
associada (CA pulmão) além de permitir avaliação da evolução radiológica dos pacientes, sobretudo naqueles que não
respondem ao tratamento anti TB.
SERÁ CONSIDERADA COM TUBERCULOSE PULMONAR POSITIVA CASO:
2 baciloscopia diretas positivas;
ou
1 baciloscopia direta + e cultura +;
ou
1 baciloscopia direta + e imagem radiológica sugestiva de tuberculose;
ou
2 ou 1 baciloscopias diretas negativas e cultura +.
SERÁ CONSIDERADA COM TUBERCULOSE PULMONAR NEGATIVA CASO:
• 2 baciloscopias negativas, com imagem radiológica sugestiva e achado clínico, situação em que se deve buscar a
confirmação bacteriológica solicitando cultura para efetivação do diagnóstico da tuberculose.
CONSULTA DE ENFERMAGEM :
• Criar vínculo;
• Anamnese e exame físico
• Avaliação antropométrica;
• Registro;
• Solicitação de exames para

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