Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TIAGO SCHUH BECK O INDIVÍDUO SITIADO E O CONSUMISMO Santa Maria 2015 2 INTRODUÇÃO O consumismo é uma compulsão que leva o indivíduo a comprar de forma ilimitada e sem necessidade bens, mercadorias e/ou serviços. Ele se deixa influenciar excessivamente pela mídia, o que é comum em um sistema dominado pelas preocupações de ordem material, na qual os apelos do capitalismo calam fundo na mente humana. Não é à toa que o universo contemporâneo no qual habitamos é conhecido como “sociedade de consumo”.1 Tendo como escopo de estudo o indivíduo sitiado e o consumismo, o objetivo geral desta pesquisa é analisar os problemas do consumo exacerbado em nossa sociedade, bem como os motivos que levam as pessoas muitas vezes a gastarem mais do que possuem. O principal autor a ser utilizado será o sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia, Bauman desenvolveu importante carreira acadêmica, sendo agraciado com diversas honrarias. Conhecido principalmente pela análise do consumismo pós-moderno, sua obra “Modernidade Líquida” é objeto de estudo em todas as partes do mundo. No Brasil, possui mais de trinta obras publicadas. Desta forma, de modo a contextualizar o tema, em um primeiro momento será analisada a relação entre o consumismo e o capitalismo Logo após, demonstrar-se-á a perda de identidade dos indivíduos por imposições externas. Será avaliado, também, o caráter mutável da sociedade, a qual não se contenta, em sua maioria, com objetos considerados ultrapassados, podendo ser televisões, celulares, computadores, entre outros. É a partir destas constatações que se chegará ao conceito mais importante do presente trabalho, denominado por Bauman de “sociedade-líquido moderna”. Depois, far-se-á exames práticos de alguns casos, citando exemplos de como a sociedade é induzida ao consumo, destacando-se os financiamentos em virtude da facilitação do crédito, a mídia e a publicidade, caracterizada por induzir a compra de produtos desnecessários e a obsolescência nas mais diversas formas, analisando-se a estratégia das empresas quanto à duração de seus produtos e traçando um paralelo de como eram os produtos antigamente e de como são nos dias atuais. Como técnica de pesquisa será utilizada a bibliográfica, mediante a leitura de artigos, livros, periódicos e demais materiais já publicados. 1 SANTANA, Ana Lucia. Consumismo. Brasil Escola. Disponível em: <http://www.infoescola.com/psicologia/consumismo/>. Acesso em: 11 ago. 2015. 3 1 O INDIVÍDUO SITIADO E A SOCIEDADE DE CONSUMIDORES Com o advento da Revolução Industrial e decorrente consolidação do capitalismo, houve um aumento significativo do poder aquisitivo e consequentemente do consumismo. Deste modo, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em seu livro “Vida Líquida”, traz à tona reflexões a respeito da perda de identidade do ser-humano. O autor afirma que a individualidade virou uma atribuição da sociedade a qual se participa. Isto significa que para sermos aceitos em determinado grupo devemos seguir certas regras e imposições. Deste modo, é possível traçar um paralelo com o consumismo, já que muitas vezes a inclusão em determinado grupo se dá por aquilo que temos, seja o melhor tênis ou o melhor celular. Portanto, o problema apontado por Bauman é de que a individualidade deixou de ter o significado de a pessoa ser um ser ímpar, ciente das próprias ações, alheio a imposições externas e com uma percepção singular de enxergar as relações sociais nas mais diferentes formas. A mudança repentina de situações, como o surgimento e as inovações no ramo da tecnologia faz com que a vida tenha um caráter inconstante, fluído, no sentido de que não possui uma forma fixa. No mercado, “o mais novo espaço modelador da vida”2, haja vista que é ele quem determina as relações de inclusão/exclusão, é possível encontrar os mais variados produtos os quais atendem os mais diferentes tipos de perfis. Além do mais, são nas propagandas e nos comerciais que encontramos a “zona de conforto”, já que “fazem com que o consumidor se sinta diferente do outro”3, em virtude de “que o objeto X foi feito especialmente para nós, assim como o objeto Y já não é mais digno de nosso perfil”4. Desta maneira, a sociedade de consumo torna permanente o desejo de insatisfação, uma vez que as novidades não se esgotam e as formas de satisfação são sempre momentâneas. Ademais, o tempo e a duração das mercadorias são cruciais para a manutenção da economia das empresas. “Assim surge a moda, descartável e passageira, mas sempre a serviço do ciclo do 2 BAUMAN, Z. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro. Resenha de: CAMINHA, M. A vida para o consumo: sujeitos como mercadoria. Revista CONTRACAMPO, n.20, p. 205, 2009. 3 Eh Tudo História, blogspot. Capítulo I do livro Vida Líquida, de Zygmunt Bauman. Disponível em: <http://ehtudohistoria.blogspot.com.br/2010/08/capitulo-1-do-livro-vida-liquida-de.html>. Acesso em: 2 ago. 2015. 4 FERNANDES, Parcilene. Vida Líquida: Consumo, velocidade e lixo na era da incerteza. Disponíel em: <http://ulbra-to.br/encena/2013/09/12/Vida-Liquida-consumo-velocidade-e-lixo-na-era-da-incerteza>. Acesso em: 2 ago. 2015. 4 capital. Por isso a satisfação do consumidor nunca será completa, pois o consumo depende desta negação e do não atendimento de suas necessidades”5. Para Bauman, a sociedade de consumidores “representa o tipo de sociedade que promove, encoraja ou reforça a escolha de um estilo de vida e uma estratégia existencial consumistas, e rejeita todas as opções culturais alternativas”6. Os próprios indivíduos se transformaram em mercadorias, no intuito de serem aceitos socialmente em seu espaço, garantindo sua visibilidade. Em consequência disso, “as relações humanas tornam-se porosas e distantes, pois cada vez mais se privilegia o supérfluo e as relações “corpo a corpo” tornam- se cada vez mais escassas, favorecendo o isolamento e a falta de poder da coletividade”7. Por isso, conclui-se que não há espaço para quem “não cumpre seu papel primordial: ser um consumidor exemplar”8. Isto ocorre pelo motivo de que a sociedade avalia o poder aquisitivo do indivíduo. Assim, a felicidade na “modernidade líquida” virou sinônimo de consumo, este formador da identidade de seus membros. Entretanto, para Bauman, a ideia de felicidade é ilusória, tendo em vista que “o vasto empreendimento de novas promessas esmaece o excesso de decepções, fazendo com que a crença nessa busca não seja perdida e permaneça reatualizando a cultura consumista”9. Já, o ponto social colocado por Bauman “refere-se a como as pessoas são forçadas a uma situação na qual têm de gastar o pouco de dinheiro ou os poucos recursos que dos quais dispõe com objetos de consumo sem sentido, e não com suas necessidades básicas, para evitar tal humilhação social e evitar a perspectiva de ser provocado e ridicularizado”10. Diante disso, constata-se que o mercado produz mercadorias em excesso, visando atender aos anseios do público e gerando mais incertezas no consumidor na hora de escolher determinado produto. Depreende-se que “tal economia configura-se como economia do engano, que aposta na irracionalidade dos consumidores e não em suas estimativas sóbrias e bem informadas”11. 5 BAUMAN, Z. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. Resenha de: GHIZZO, M.R.__________. Revista Percurso - NEMO. Maringá, v. 2, n. 2 , p. 209-212, 2010. 6 BAUMAN, Zygmunt. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. 7 BAUMAN, Z. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. Resenha de: GHIZZO, M.R.__________.Revista Percurso - NEMO. Maringá, v. 2, n. 2 , p. 209-212, 2010. 8 CUNHA, Eliani Martins. Bauman e a sociedade de consumidores: a transformação das pessoas em mercadoria. Disponível em: < http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/13883/bauman-e-a- sociedade-de-consumidores-a-transformacao-das-pessoas-em-mercadoria#!2>. Acesso em: 2 ago. 2015. 9 BAUMAN, Z. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. Resenha de: CAMINHA, M. A vida para o consumo: sujeitos como mercadoria. Revista CONTRACAMPO, n.20, p. 210, 2009. 10 BAUMAN, Z. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. Resenha de: SILVA, A. A Sociedade Contemporânea: A Visão de Zygmunt Bauman. p.3. 11 BAUMAN, Z. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. Resenha de: SILVA, A. A Sociedade Contemporânea: A Visão de Zygmunt Bauman. p.3. 5 Portanto, é a partir dessas constatações que se pode destacar a “sociedade líquido- moderna”. Esta se caracteriza por ser uma “sociedade em que as condições sob as quais agem seus membros mudam num tempo mais curto do que aquele necessário para a consolidação, em hábitos e rotinas, das formas de agir”.12 1.1 O consumismo e o capitalismo O consumismo, como já explanado, é definido como uma fragilidade humana onde a pessoa deseja uma realização pessoal imediata adquirindo bens afim de suprir alguma carência em busca de felicidade momentânea e inserção em um determinado grupo. O mesmo está ligado ao capitalismo, que se define por ser um sistema econômico em que os meios de produção e distribuição são de propriedade privada com fins lucrativos. Nesse sistema há um reconhecimento dos direitos individuais onde o governo existe com o objetivo de inibir a violência humana e garantir a propriedade privada. No atual modelo de Estado, a sociedade se insere em um capitalismo socioeconômico, onde são adotados dois princípios: o da neutralidade - onde o Estado é neutro e não interfere na oferta e na demanda - e o do maior benefício social - onde há intervenção na economia fazendo com que a renda nacional esteja distribuída de forma que todos os cidadãos sejam beneficiados pelo crescimento da riqueza. A lógica do capitalismo é a produção e o acumulo de capital. Para acumular é necessário fabricar um produto, vendê-lo por um valor maior do que o custo da produção e garantir que o produto seja amplamente consumido. Para garantir o consumo e, assim, manter o crescimento desse sistema econômico são utilizadas algumas ferramentas que estão ligadas ao consumismo, dentre elas estão: a facilitação do crédito, a publicidade, a obsolescência programada e a perceptiva. 1.2 A facilitação do crédito Uma das formas de estimular as pessoas a comprar é facilitar o crédito seja por medidas econômicas adotadas pelo Estado, ou por medidas adotadas pelas empresas que dispõem de formas de pagamentos “tentadoras” como financiamento sem juros e longo prazo para pagamento. 12 BAUMAN, Zygmunt. Vida Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007. 6 1.3 A mídia e a publicidade Ao contrário do panorama caótico do mundo apresentado nos noticiários dos jornais, a mensagem publicitária cria e exibe um mundo perfeito e ideal [...] – sem guerras, fome, deterioração ou subdesenvolvimento. Tudo são luzes, calor e encanto, numa beleza perfeita e não perecível. 13 Diariamente há um “bombardeio” de anúncios publicitários - aparelhos celulares, televisores, computadores, cosméticos, roupas, bebidas alcoólicas, alimentos, carros, entre outros -, que captam os olhares e ouvidos, independente da idade ou da classe social. Esses fazem apelos emocionais e geram necessidades de consumo. O apelo distribuído pela mídia, que chega de todas as partes - televisão, rádio, internet, jornais revistas, outdoors, folhetos, entre outros,- faz-se valer de sensações e ilusões de que o consumo daquele bem ou serviço modificará positivamente a vida do consumidor. Em muitas publicidades é perceptível que quando voltadas ao público masculino estão atreladas à sexualidade como, por exemplo, as propagandas de cervejas. Já, para as mulheres, associa-se a ideia de poder, tendo como exemplo as propagandas de cosméticos. Segundo o palestrante português Daniel Spencer, a publicidade é “a arte de fazer as pessoas comprarem o que não precisam, com o dinheiro que não têm, num momento que não percebem, para parecerem o que não são”. A partir disso é possível levantar a seguinte questão: por que não há propagandas de alguns produtos básicos, como arroz ou feijão? A resposta é simples: por serem produtos realmente essenciais não é necessário publicidade, ou seja, boa parte das publicidades tentam induzir as pessoas a comprarem o que não precisam. 1.4 As obsolescências Outra forma de indução ao consumismo inconsciente é através da obsolescência. O desgaste natural dos produtos é normal com o passar do tempo e do uso. Porém, algumas indústrias desenvolvem seus produtos com o intuito de terem uma baixa durabilidade, ou seja, planejam o envelhecimento determinando quanto tempo irá durar, para assim aumentar o consumo. Mesmo com o avanço tecnológico, que resultou na criação de uma diversidade de materiais disponíveis para produção e consumo, hoje os eletrodomésticos são inferiores em questão de durabilidade do que há 50 anos. Como exemplo, é possível comparar produtos 13 CARVALHO, Nely de. Publicidade: a linguagem da sedução. 3º ed. São Paulo: Ática, 2007. 7 atuais com os antigos que duram até hoje, como geladeiras e até mesmo móveis que são facilmente encontrados nas casas de avós ou lojas de móveis e eletrodomésticos usados. Os produtos são acessíveis para comprar, todavia são desenhados para não durar. Por esta razão, o consumidor sofre para dar a esses uma destinação final adequada e ainda se vê obrigado a comprar outro produto. No que diz respeito à obsolescência programada, um dos principais exemplos é a lâmpada. Esta, quando criada, apresentava uma durabilidade elevada - inclusive nos Estados Unidos há registro de uma lâmpada que está acesa há mais de 110 anos -, mas as fabricantes concluíram que venderiam apenas um número limitado de unidades. Por isso, criou-se uma fórmula para limitar o funcionamento das lâmpadas, de duas mil e quinhentas horas para durar apenas mil horas. Na área tecnológica, a obsolescência programada pode ser vista com maior frequência. Geralmente, durante o período de garantia, os desktops e notebooks de alguns fabricantes funcionam normalmente. No entanto, após o fim desse prazo, passam a apresentar defeitos como superaquecimento ou esgotamento da bateria. Na quase totalidade dos casos o preço do conserto é tão alto que se torna inviável, sendo os consumidores impelidos a adquirir um novo produto.14 Já, a obsolescência perceptiva se caracteriza pelo lançamento gradual de uma nova versão de um produto. Uma atualização, por exemplo, pode interferir no uso do aparelho antigo, sendo necessário trocá-lo. 14 ___________Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Consumo Sustentável: entenda o que é obsolescência programada. Disponível em: < http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/entenda-o-que-e- obsolescencia-programada>. Acesso em: 15 ago. 2015. 8 CONCLUSÃO Esse trabalhou possibilitou a reflexão sobre o consumismo exacerbado pela necessidade de uma realização pessoal imediata adquirindo bens a fim de suprir determinada carência em busca de felicidade momentânea, além da inserção em um determinado grupo. Além do mais, observou-se que a propaganda e a obsolescência são instrumentos poderosos que o mundo capitalista utiliza para criar e manter suas marcas e produtos no mercado. Na intenção de seduzir e conquistaros consumidores, a publicidade, através da mídia, é uma a espécie de vendedor que passa despercebido em sua função, deixando o receptor desejoso pelo produto que é estrategicamente exposto. A teoria de Zygmunt Bauman é a liquidez no mundo moderno. Portanto, uma das maneiras utilizadas para complementar esse pensamento na pesquisa, diante do que se interpretou como cultura do consumo, foi a verificação de casos práticos onde há a aplicação de seus conceitos em objetos empíricos que estimulam o leitor a olhar para o lugar do consumidor diante da realidade ocultada pelo capitalismo moderno. Dessa forma, evidencia- se que o caminho de aplicação para esse diálogo pode ser encontrado pela lógica publicitária da comercialização de bens, haja vista que é nessa que se materializam as criações astutas dos consumidores, sendo capazes de determinarem novas significações desses produtos em prol do seu próprio favorecimento. Portanto, as informações veiculadas pela mídia estimulam o consumo massificado e não abrem espaço para a reflexão do consumo consciente. Conquanto, na sociedade de consumo a importância das pessoas é resumida pelo que consomem, ficando o papel de produtores para segundo plano. O consumismo pode gerar o fim da solidariedade, solapada pelas mercadorias. Conforme a ideia apresentada por Bauman, a individualidade deixou de ter o significado de a pessoa ser um ser ímpar, ciente das próprias ações, alheio a imposições externas e com uma percepção singular de enxergar as relações sociais nas mais diferentes formas. Nesse sentido, constatou-se que o alto padrão de consumo representa o sucesso, um caminho para uma possível felicidade que é maquiada e que nunca será alcançada, mas sempre pretendida. Desse modo, o consumismo exacerbado pode trazer resultados perigosos para um indivíduo – contrair dívidas, utilizar vários cartões de crédito, sem o mínimo de controle, além de comprometer o patrimônio da família-. Aliado a ideia de que somente encontrarão prazer nas coisas materiais o consumismo pode até mesmo se transformar em uma disfunção patológica, levando a casos extremos como o acúmulo de “bugigangas” e “quinquilharias”, até perderem completamente o espaço dentro de sua própria casa. 9 Dados apontam que Cerca de 5 a 6% da população sofrem do problema e é mais frequente entre as mulheres, na faixa dos 30 a 40 anos. Até pouco tempo atrás, acreditava-se que 90% dos portadores do transtorno eram do sexo feminino. Porém, as últimas pesquisas americanas demonstram que os compradores compulsivos masculinos vêm aumentando assustadoramente, equiparando-se às do sexo feminino. Mesmo assim, as mulheres, em sua maioria esmagadora, ainda são as que frequentam os consultórios psiquiátricos e psicológicos. 15 Nesse contexto, é preciso cortar o ciclo vicioso, uma vez que a compra compulsiva é antecedida por um desejo incontrolável e, no ato da compra em si, o indivíduo vivencia um grande sentimento de alívio (prazer), seguido de culpa e remorso pelo fracasso frente à compulsão. Assim, novamente o compulsivo é tomado por uma sensação de ansiedade muito grande, que só é aliviada com novas compras. 16 Não há como escapar das propagandas presentes no dia-a-dia, porém a escolha de comprar está no poder de cada indivíduo. Saber diferenciar o necessário do supérfluo pode ser difícil. Nessa perspectiva, como bem elucida Bauman, “[...] tornar-se consumidor exige um nível que dificilmente deixa tempo para as atividades que tornar-se cidadão demanda.”17-, porém, faz-se necessário, tendo em vista que em um mundo de liquidez os objetos são criados para a obsolescência. O consumidor deve estar atento para que a compra seja feita com planejamento e equilíbrio. Para isto, deve-se pesquisar os preços, bem como verificar a qualidade de determinado produto. É dever do ser humano pensar antes comprar compulsivamente e opor- se ao consumo exacerbado, a fim de garantir um consumo saudável e se livrar de endividamentos desnecessários. 15 BARBOSA SILVA, A.B. COMPULSÃO POR COMPRAS – Quando o prazer vira um vício. Comportamento humano e Psiquiatria. Disponível em: <http://draanabeatriz.com.br/pg_artigos_tema_livre_txt06.php>. Acesso em: 16 ago. 2015. 16 BARBOSA SILVA, A.B. COMPULSÃO POR COMPRAS – Quando o prazer vira um vício. Comportamento humano e Psiquiatria. Disponível em: <http://draanabeatriz.com.br/pg_artigos_tema_livre_txt06.php>. Acesso em: 16 ago. 2015. 17 BAUMAN, Zygmunt, Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. 10 REFERÊNCIAS BARBOSA SILVA, A.B. COMPULSÃO POR COMPRAS – Quando o prazer vira um vício. Comportamento humano e Psiquiatria. Disponível em: <http://draanabeatriz.com.br/pg_artigos_tema_livre_txt06.php>. Acesso em: 16 ago. 2015. BAUMAN, Z. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro. Resenha de: CAMINHA, M. A vida para o consumo: sujeitos como mercadoria. Revista CONTRACAMPO, n.20, p. 205, 2009. BAUMAN, Z. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. Resenha de: CAMINHA, M. A vida para o consumo: sujeitos como mercadoria. Revista CONTRACAMPO, n.20, p. 210, 2009. BAUMAN, Z. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. Resenha de: GHIZZO, M.R.__________. Revista Percurso - NEMO. Maringá, v. 2, n. 2 , p. 209-212, 2010. BAUMAN, Zygmunt. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. BAUMAN, Zygmunt. Vida Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007. BAUMAN, Z. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. Resenha de: SILVA, A. A Sociedade Contemporânea: A Visão de Zygmunt Bauman. p.3. CARVALHO, Nely de. Publicidade: a linguagem da sedução. 3º ed. São Paulo: Ática, 2007. CUNHA, Eliani Martins. Bauman e a sociedade de consumidores: a transformação das pessoas em mercadoria. Disponível em: < http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/13883/bauman-e-a-sociedade-de- consumidores-a-transformacao-das-pessoas-em-mercadoria#!2>. Acesso em: 2 ago. 2015. Eh Tudo História, blogspot. Capítulo I do livro Vida Líquida, de Zygmunt Bauman. Disponível em: <http://ehtudohistoria.blogspot.com.br/2010/08/capitulo-1-do-livro-vida- liquida-de.html>. Acesso em: 2 ago. 2015. FERNANDES, Parcilene. Vida Líquida: Consumo, velocidade e lixo na era da incerteza. Disponíel em: <http://ulbra-to.br/encena/2013/09/12/Vida-Liquida-consumo-velocidade-e- lixo-na-era-da-incerteza>. Acesso em: 2 ago. 2015. SANTANA, Ana Lucia. Consumismo. Brasil Escola. Disponível em: <http://www.infoescola.com/psicologia/consumismo/>. Acesso em: 11 ago. 2015. ___________Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Consumo Sustentável: entenda o que é obsolescência programada. Disponível em: < http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e- direitos/entenda-o-que-e-obsolescencia-programada>. Acesso em: 15 ago. 2015.
Compartilhar