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• Graus variáveis de ↓ do DC, ↓da perfusão tecidual (‘forward failure’) e de estase venosa; • Ocorre quando o coração fica incapaz de bombear o sangue em uma quantidade suficiente para atender as demandas metabólicas dos tecidos ou pode ser capaz apenas se uma pressão de enchimento do VE elevada. • Se carga de trabalho ↑ ou a função fica comprometida, mecanismos fisiológicos mantêm a PA e a perfusão dos órgãos e tecidos: o Mecanismo de Frank-Starling: volume de enchimento ↑ → dilatação do coração, ↑ contratilidade (pontes cruzadas de actina- miosina) e ↑DC (volume ejetado) o Adaptações miocárdicas: hipertrofia cardíaca (resposta compensatória do miocárdio ao ↑ do trabalho cardíaco mecânico) – remodelamento ventricular. o Ativação de sistemas neuro-humorais: ↑ função e regula o V e a P de enchimento. ▪ Norepinefrina (SN autônomo) → ↑ FC, contratilidade e resistência vascular ▪ Ativação do sistema renina-angiotensina aldosterona ▪ Liberação do peptídeo natriurético atrial Hipertrofia Cardíaca: • O ↑ sustentado do trabalho mecânico devido a sobrecarga de P ou V ou por sinais tróficos causa ↑ do tamanho dos miócitos (hipertrofia), e de forma cumulativa, leva ao ↑ do tamanho e peso do coração. • A hipertrofia requer ↑ da síntese proteica para produção de sarcômeros adicionais e ↑ do nº de mitocôndrias. • Os miócitos hipertróficos apresentam ↑ do núcleo (devido ao ↑ da ploidia do DNA pela replicação do DNA na ausência de divisão celular) • O padrão da hipertrofia reflete a natureza do estímulo: o Sobrecarga de P → novos sarcômeros em paralelo ao eixo celular longo (aumento concêntrico da parede ventricular). o Sobrecarga de V → novos sarcômeros em série com os já existentes (dilatação ventricular). • Como o grau de hipertrofia (espessura), é variável a melhor medida para a ICC é o peso cardíaco: • ↑ 2-3x maior do que o normal → HAS, DCI, estenose de aorta, regurgitação mitral, cardiomiopatia dilatada. • ↑ 3-4x maior do que o normal → regurgitação aórtica, cardiomiopatia hipertrófica. • Alterações a nível celular: o A hipertrofia não é acompanhada do ↑ capilares → ↓ O2 e nutrientes o ↑ consumo de O2 devido ao ↑ carga de trabalho. o Depósito de tecido fibroso (fibrose intersticial). o Alterações moleculares: expressão de genes imediatos (FOS, JUN, MYC...) o Alteração do padrão de expressão gênica (~ desenvolvimento cardíaco fetal). • Alteração a nível funcional: • ↑ da demanda metabólica (O2 ) → ↑ FC e contratilidade cardíaca. Hipertrofia Cardíaca Fisiológica: • Induzida por exercícios regulares extenuantes, com efeito variável dependendo do tipo de exercício. • Exercícios aeróbicos (ex: corrida) → hipertrofia por sobrecarga de V, ↑ densidade capilar e ↓ FC e PA em repouso. → efeitos benéficos • Exercícios estáticos (ex: levantamento de peso) → hipertrofia por sobrecarga de P. → associada a efeitos deletérios ICC Esquerda: Causas mais frequentes: • Doença cardíaca isquêmica (DCI) • Hipertensão (HAS) • Doenças das valvas mitral e aórtica (valvulopatias) • Doenças miocárdicas primárias Efeitos clínicos e morfológicos → consequência da congestão passiva (retorno sanguíneo para a circulação pulmonar), estase nas câmaras direitas e perfusão tecidual inadequada (disfunção de órgãos). Morfologia: • Coração: • Macroscopia: VE hipertrofiado e dilatado (grau variável) • Microscopia: achados inespecíficos: • hipertrofia dos miócitos • fibrose intersticial (grau variável) • Dilatação variável do átrio E → risco de FA! Insuficiência Cardíaca Congestiva • Estase sanguínea no apêndice atrial → formação de trombos. • Achados da causa base: IM, estenose valvar, etc. • Pulmão: • Congestão e edema pulmonar → pulmões pesados e úmidos. • Edema perivascular e intersticial (pp. septo interlobular) • Alargamento do septo alveolar (edema progressivo). • Macrófagos fagocitam hemácias e proteínas do fluido (edema) nos espaços alveolares. → hemossiderófagos (células da insuficiência cardíaca) • Efusão pleural (↑ P capilar pleural → transudação de fluido para a cavidade pleural) Clínica: • Sintomas da ICC (relacionados a congestão e edema pulmonar): o Inicial → tosse e dispneia aos esforços. o Progressão do edema pulmonar: • ortopneia (decúbito dorsal) • dispneia noturna paroxismal (´sensação de sufocamento´). • dispneia em repouso o Fibrilação atrial (exacerba a ICC pela ↓ contratilidade). ICC Direita • Mais comumente causada pela ICC esquerda; • ICC direita isolada (‘Cor pulmonale’) → incomum, distúrbios pulmonares - ex: • hipertensão pulmonar → hipertrofia e dilatação do lado D do coração • tromboembolismo pulmonar recorrente • causas de vasoconstrição pulmonar (apneia obstrutiva do sono, altitude) Morfologia: Coração: • Variável com a doença de base (∼ ICC E). • Incomum → alterações estruturais (alterações nas valvas tricúspide e pulmonar ou fibrose endocárdica). • Hipertrofia e dilatação do átrio e ventrículo direitos. Fígado e Sistema Portal: Espaços pleural, pericárdico e peritoneal: • Efusões/ascite (acúmulo de líquido) → atelectasia, dispneia. Tecido subcutâneo: • Edema de regiões periféricas (´hallmark´): Edema pedal (tornozelo) Rins e Cérebro: • Congestão renal → edema periférico e azotemia intensa. • Encefalopatia hipóxica (= ‘ICC E’) Tratamento: • Tratamento ‘Standard’ = farmacológico - Diuréticos (↓ sobrecarga de fluidos) - IECA (bloqueio do sistema R-A-A) - β-bloqueadores (↓ ação adrenérgica) Grupo de doenças do miocárdio associadas à disfunção mecânica e/ou elétrica que geralmente (mas não sempre) exibem hipertrofia ou dilatação ventricular, e que ocorrem devido a uma variedade de causas, frequentemente de base genética. As cardiomiopatias podem ser confinadas ao coração ou fazer parte de condições sistêmicas generalizadas, frequentemente levando a óbito por causa cardiovascular ou a incapacidade relacionada a insuficiência cardíaca. • Primária → doenças miocárdicas hereditárias ou adquiridas • Secundária → parte de uma doença sistêmica/múltiplos órgãos 3 padrões maiores (que alteram a anatomia cardíaca): • Cardiomiopatia dilatada (90% casos) • Cardiomiopatia hipertrófica • Cardiomiopatia restritiva (menos frequente) Cada padrão tem um espectro de gravidade clínica. Podem ter causas específicas identificáveis ou serem idiopáticas. Cardiomiopatia Dilatada: A cardiomiopatia dilatada (CMD) é caracterizada morfologicamente e funcionalmente pela dilatação cardíaca progressiva e pela disfunção contrátil (sistólica), geralmente concomitante à hipertrofia. Muitos casos são familiares (base genética), mas o fenótipo da CMD pode ser resultado de diversas causas, primárias ou secundárias. Patogênese - Ao diagnóstico = Novas formas familiares (genéticas) de CMD vêm sendo reconhecidas, mas a patologia de base também pode estar associada a doenças miocárdicas adquiridas. Influência genética • 30-50% casos – mutações em > 20 genes que codificam proteínas envolvidas no citoesqueleto, sarcolema e envelope nuclear. → 20% Mutação do gene TTN (codifica a tinina) • Herança autossômica dominante (maioria dos casos). • Mais raro: deleção de genes mitocondriais (crianças), herança ligada ao X e autossômica recessiva. Miocardite • Estudos demonstram a evolução para CMD (coxsakie B e outro vírus) Álcool e outras toxinas • Álcool e seus metabólitos (acetoaldeído) → efeito tóxico direto no miocárdio • Deficiência nutricional (tiamina) → Doença cardíaca do Beribéri • Agentes quimioterápicos (doxirubicina) Cardiomiopatia Periparto • Fase tardia da gestação ou pós-parto (etiologia desconhecida). Sobrecarga de Ferro • Hemocromatose hereditária oupor múltiplas transfusões. Estresse Suprafisiológico • Taquicardia persistente, hipertireoidismo ou no desenvolvimento fetal (mães diabéticas). • Excesso de catecolaminas → necrose das bandas de contração miocárdicas (ex. feocromocitoma, uso de cocaína e dopamina). Macroscopia • ↑ (2-3x) do tamanho e peso do coração. • Coração flácido → dilatação toras as câmaras cardíacas. • Trombos murais frequentes. Microscopia • Achados inespecíficos: o miócitos hipertrofiados, aumentados, alongados ou irregulares o fibrose intersticial ou endocárdica variável. Cardiomiopatia Dilatada: • Qualquer idade – média entre 20-50 anos • Sintomas lentamente progressivos: dispneia e fadiga aos mínimos esforços. • Estágio final → fração de ejeção 25% Cardiomiopatias • Regurgitação mitral secundária e alteração do ritmo cardíaco • Embolismo (secundária a trombo mural) • Taxa de mortalidade 10-50% —> ICC progressiva e arritmias Cardiomiopatia Hipertrófica: Desordem genética comum, caracterizada pela hipertrofia miocárdica e ↓ complacência do miocárdio do VE (levando ao enchimento diastólico anormal). É a principal causa de hipertrofia do VE inexplicada por outras causas clínico-patológicas. O coração é pesado, com paredes espessadas e com ↑ da contratilidade (≠ do coração flácido e com ↓da contratilidade na CMD). A CMH causa principalmente disfunção diastólica (função sistólica geralmente preservada). Patogênese • Herança autossômica dominante; • Causada por mutações em qualquer um dos genes que codificam proteínas sarcoméricas (+ de 400 mutações conhecidas em 9 genes ). Mais comuns (70-80%): o gene que codifica a cadeia pesada da beta-miosina (beta-MHC) o genes que codificam a TnT cardíaca, alfa-tropomiosina e proteína C ligada a miosina (MYBP- C). • Prognóstico variável (associado às mutações específicas). Morfologia • Característica essencial = hipertrofia miocárdica maciça, em geral sem dilatação. • Espessamento desproporcional do septo ventricular (hipertrofia septal assimétrica), mais proeminente na região subaórtica. • Placa fibrosa na saída do VE e espessamento do folheto mitral anterior. Microscopia: • hipertrofia maciça dos miócitos • desarranjo miofibrilar • fibrose intersticial Características Clínicas • ↓ DC e ↑ P venosa sistêmica → dispneia aos esforços. • Ausculta → sopro forte de ejeção sistólica (obstrução da via de saída do fluxo pelo movimento do folheto mitral anterior em direção ao septo durante a sístole). • Isquemia miocárdica (mesmo na ausência de doença coronariana) • Fibrilação atrial e formação de trombos murais → risco de tromboembolismo (AVC) e morte súbita. Tratamento • Farmacológico = β-bloqueadores (↓ FC e contratilidade). • ↓ massa septal (cirurgia ou IM controlado através da infusão de álcool).
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