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Fotografia e Audiovisual em Mídias Digitais

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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
FotograFia e 
audiovisual em 
mídias digitais
Profª. Isabella Andrade Santana
Profª. Lais Estefani Hornburg
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profᵃ. Isabella Andrade Santana
Profᵃ. Lais Estefani Hornburg
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S232f
Santana, Isabella Andrade
 
 Fotografia e audiovisual em mídias digitais. / Isabella Andrade 
Santana; Lais Estefani Hornburg. – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
 
 200 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-849-2
 ISBN Digital 978-65-5663-850-8
 
 1. Fotografia. - Brasil. I. Hornburg, Lais Estefani. II. Centro 
Universitário Leonardo da Vinci.
 CDD 770
apresentação
Olá, caro acadêmico! Seja bem-vindo ao livro didático da disciplina 
Fotografia e Audiovisual em Mídias Digitais. Ao final dos estudos 
das unidades, esperamos que você domine os conceitos e técnicas da 
fotografia e do audiovisual dentro das mídias, aliando conceito criativo 
com identidade da marca.
Na Unidade 1, abordaremos uma breve história da fotografia, sua 
origem, técnicas da fotografia analógica e sua evolução, do estático ao 
movimento. Abordaremos como a fotografia foi essencial para a criação do 
cinema, posteriormente, evoluindo para o audiovisual.
Em seguida, na Unidade 2, falaremos sobre o audiovisual e suas 
multifacetas, bem como a criação do vídeo ampliou todo o universo do 
audiovisual, possibilitando “transmídia”, trabalhar com mais de um formato 
e plataforma por vez, evoluindo para o digital.
Por fim, na Unidade 3, abordaremos os novos formatos de 
fotografia e audiovisual dentro das mídias digitais, enfatizando o discurso 
narrativo hipermidiático.
Bons estudos!
Profᵃ. Isabella Andrade Santana
Profᵃ. Lais Estefani Hornburg
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL .................................... 1
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA .................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 O ADVENTO DA FOTOGRAFIA .................................................................................................... 3
2.1 PRIMEIROS EXPERIMENTOS ..................................................................................................... 4
2.1.1 As primeiras teorias ............................................................................................................... 4
2.2 CÂMARA ESCURA........................................................................................................................ 7
2.2.1 Linha do tempo da fotografia .............................................................................................. 8
2.2.2 As primeiras câmeras ............................................................................................................ 9
3 FUNDAMENTOS DA FOTOGRAFIA .......................................................................................... 11
3.1 TÉCNICAS DA FOTOGRAFIA .................................................................................................. 11
3.1.1 Diferenças entre câmeras .................................................................................................... 12
3.2 LINGUAGEM FOTOGRÁFICA ................................................................................................. 13
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 17
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 18
TÓPICO 2 — DO ESTÁTICO AO MOVIMENTO......................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 21
2 IMAGENS EM MOVIMENTO ....................................................................................................... 21
2.1 LINHA DO TEMPO DOS EXPERIMENTOS CINEMATOGRÁFICOS ................................ 22
2.1.1 Irmãos Lumière .................................................................................................................... 26
2.1.2 O Cinematógrafo ................................................................................................................. 28
2.2 GEORGES MÉLIÈS ....................................................................................................................... 31
2.2.1 Le Voyage dans la Lune .......................................................................................................... 32
2.3 CHARLES CHAPLIN E BUSTER KEATON ............................................................................. 33
3 O CINEMA AMERICANO .............................................................................................................. 36
3.1 HOLLYWOOD .............................................................................................................................. 37
3.1.1 Indústria cultural do cinema de Hollywood ................................................................... 38
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 40
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 41
TÓPICO 3 — DO ANALÓGICO AO DIGITAL .............................................................................43
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 43
2 A FOTOGRAFIA COMO MEMÓRIA ........................................................................................... 43
2.1 DEMOCRATIZAÇÃO DA FOTOGRAFIA ............................................................................... 44
2.1.1 Fotografia Digital ................................................................................................................. 45
3 O VÍDEO E A REVOLUÇÃO NO AUDIOVISUAL .................................................................... 47
3.1 CÂMERAS E VIDEOTAPE .......................................................................................................... 48
3.1.1 Vídeo na era digital ............................................................................................................. 49
3.2 HIPERMÍDIA................................................................................................................................. 50
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 53
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 59
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 60
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 62
UNIDADE 2 — A HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E DO CINEMA AMERICANO ............... 65
TÓPICO 1 — DA APRENDIZAGEM MOTORA AOS MICRO 
 E MACRO MOVIMENTOS ....................................................................................... 67
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 67
2 IMAGENS EM MOVIMENTO ...................................................................................................... 67
2.1 LINHA DO TEMPO DOS EXPERIMENTOS CINEMATOGRÁFICOS ................................ 68
2.1.1. Os Irmãos Lumière ............................................................................................................. 72
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 77
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 78
TÓPICO 2 — O CINEMATÓGRAFO E A HISTÓRIA DO CINEMA ........................................ 81
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 81
2 O CINEMATÓGRAFO ..................................................................................................................... 81
2.1 GEORGES MÉLIÈS ....................................................................................................................... 84
2.1.1 Le Voyage dans la Lune .......................................................................................................... 86
2.2 CHARLES CHAPLIN E BUSTER KEATON ............................................................................. 87
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 92
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 93
TÓPICO 3 — O CINEMA AMERICANO ........................................................................................ 95
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95
2 CINEMA AMERICANO .................................................................................................................. 95
2.1 HOLLYWOOD ............................................................................................................................. 97
2.1.1. A indústria cultural do cinema de Hollywood ............................................................ 101
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 120
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 124
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 125
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 127
UNIDADE 3 — COMO AS MÍDIAS DIGITAIS REVOLUCIONARAM 
 A FOTOGRAFIA E O AUDIOVISUAL ............................................................. 129
TÓPICO 1 — NOVOS FORMATOS PARA A FOTOGRAFIA E VÍDEO ................................ 131
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 131
2 A FOTOGRAFIA NO INSTAGRAM ........................................................................................... 132
2.1 O CONCEITO DA FOTOGRAFIA PENSADA NA REDE ................................................... 134
2.2 FILTROS COMO FERRAMENTA DA PLATAFORMA ........................................................ 138
2.3 FOTOGRAFIA COMO FERRAMENTA DE VENDA ............................................................ 140
3 MÍDIAS SOCIAIS E AS MARCAS ............................................................................................. 141
3.1 COMO AS REDES SOCIAIS APROXIMAM AS PESSOAS E AS MARCAS ................... 142
3.2 EXEMPLO DE EMPRESAS QUE UTILIZAM AS MÍDIAS 
 E SUAS NARRATIVAS PARA CONSTRUIR A PERSONA DA MARCA .......................... 144
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 154
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 155
TÓPICO 2 — PLATAFORMA DE STREAMING PARA O AUDIOVISUAL ......................... 157
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 157
2 STREAMING E OS NOVOS FORMATOS DIGITAIS ............................................................ 157
2.1 SURGIMENTO DA PLATAFORMA DE STREAMING ........................................................ 161
2.2 AS MUDANÇAS NA FORMA DE FAZER AUDIOVISUAL ............................................. 163
2.3 MÍDIAS SOCIAIS NA DIVULGAÇÃO DOS PRODUTOS AUDIOVISUAIS .................... 164
3 NOVOS FORMATOS ..................................................................................................................... 167
3.1 COMO OS STREAMINGS MODIFICARAM OS FORMATOS 
 DE SÉRIES E FILMES ................................................................................................................. 169
3.2 A INTERATIVIDADE DO AUDIOVISUAL ............................................................................ 172
3.3 METALINGUAGEM .................................................................................................................. 174
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 176
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 177
TÓPICO 3 — O FUTURO DA FOTOGRAFIA E AUDIOVISUAL 
 NAS MÍDIAS DIGITAIS......................................................................................... 179
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 179
2 O IMPACTO DA PANDEMIA NA FOTOGRAFIA AUDIOVISUAL ..................................... 179
2.1 ENSAIOS FOTOGRÁFICOS A DISTÂNCIA .......................................................................... 180
2.2 PRODUCÃO AUDIOVISUAL EM TEMPOS DE PANDEMIA ............................................ 181
 2.3 A POPULARIZAÇÃO DAS TRANSMISSÕES DE VÍDEOS................................................. 183
2.4 IMPACTOS DA PANDEMIA E LANÇAMENTOS DE FILMES E FESTIVAIS ................. 185
3 AUDIOVISUAL PÓS-PANDEMIA .............................................................................................. 186
3.1 EXPECTATIVA DO CENÁRIO FOTOGRÁFICO PÓS-PANDEMIA .................................. 186
3.2 AS TRANSFORMAÇÕES DO AUDIOVISUAL NA PANDEMIA....................................... 187
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 189
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 194
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 195
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 197
1
UNIDADE 1 — 
A ORIGEM DA FOTOGRAFIA 
E DO AUDIOVISUAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
●	 conhecer	a	origem	e	história	da	fotografia
●	 aprender	os	princípios	básicos	da	captação	de	 imagem	desde	a	câmera	
escura	até	as	primeiras	câmeras	populares	analógicas;
●	 entender	 os	 fundamentos	 da	 fotografia,	 como	 profundidade,	
enquadramento	e	ângulos;
●	 compreender	como	a	fotografia	foi	essencial	para	o	 início	do	cinema	e,	
posteriormente,	o	audiovisual	como	um	todo;
●	 aprender	quando	a	imagem	deixou	de	ser	estática	e	ganhou	movimento;
●	 conhecer	os	primeiros	conceitos	da	fotografia	digital	e	o	impacto	gerado.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade,	
você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO	1	–	HISTÓRIA	DA	FOTOGRAFIA
TÓPICO	2	–	DO	ESTÁTICO	AO	MOVIMENTO
TÓPICO	3	–	DO	ANALÓGICO	AO	DIGITAL
2
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico,	 no	 Tópico	 1,	 abordaremos	 a	 história	 da	 fotografia,	 desde	
seus	primeiros	experimentos	com	a	 luz,	ainda	na	Grécia	Antiga,	passando	por	
descobrimentos	essenciais	para	que	a	imagem	pudesse	ser	capturada.
Vamos	traçar	uma	breve	linha	do	tempo	para	a	fotografia,	dos	primeiros	
testes	às	primeiras	câmeras,	passando	pelas	primeiras	imagens	capturadas	que	
se	tem	registros,	tanto	em	preto	e	branco,	quanto	em	cores.	Abordamos	também	
como	 as	 primeiras	 câmeras	 funcionavam	 como	 um	minilaboratório	 (captação	
e	 revelação	da	 imagem)	e	como	a	KODAK	foi	 importante	para	 revolucionar	o	
mercado,	com	câmeras	portáteis	e	mais	acessíveis.	
Falaremos,	 sem	 aprofundar,	 sobre	 técnicas	 de	 captação	 da	 imagem,	
relacionando	 o	 olho	 humano	 a	 elementos	 da	 câmera.	Outro	 assunto	 que	 será	
abordado	é	a	linguagem	fotográfica	na	construção	da	mensagem	e	o	que	é	cada	
um	dos	elementos	que	a	compõe.
2 O ADVENTO DA FOTOGRAFIA
A	fotografia	é	uma	parte	importantíssima	da	história,	pois	através	dela,	a	
humanidade	começou	a	ter	registros	mais	fiéis	da	própria	história.	O	que	antes	
contava	apenas	com	registros	escritos	e	representações	através	de	pinturas,	agora	
contava	com	um	registro	do	real	das	cidades,	pessoas	e	acontecimentos	históricos.
A	humanidade	sempre	buscou	registrar	a	história,	seja	com	os	desenhos	
nas	cavernas,	nos	hieróglifos	egípcios,	nos	registros	em	papiros	e	ao	longo	dos	
anos,	se	aperfeiçoou	a	escrita	e	a	forma	que	se	registrava	os	acontecimentos.	Além	
da	 escrita,	 sempre	 existiu	 uma	 necessidade	 de	 registrar	 em	 imagens.	 Pintores	
renomados	fizeram	isso	ao	longo	da	história,	se	aperfeiçoando	no	Renascentismo,	
mas	os	experimentos	para	captar	a	imagem	com	maior	realismo	data	de	muitos	
séculos	atrás.	Iremos	abordar	toda	a	evolução	desses	experimentos	até	chegar	à	
fotografia	como	a	conhecemos.
Acadêmico,	 você	 estudará,	 no	 primeiro	 tópico,	 o	 início	 com	 as	 câmeras	
analógicas	e	sua	evolução	até	as	máquinas	digitais,	alguns	fundamentos	básicos	da	
fotografia,	além	da	influência	dela	no	cinema	e,	posteriormente,	no	audiovisual.
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
4
2.1 PRIMEIROS EXPERIMENTOS 
Platão	talvez	tenha	sido	o	primeiro	a	definir	o	que	era	imagem.	A	definição	
mais	antiga	registrada	em	A	república:	“Denomino	imagens	em	primeiro	lugar	às	
sombras;	seguidamente	aos	reflexos	nas	águas	e	àquelas	que	se	formam	em	todos	
os	 corpos	 opacos,	 lisos	 e	 brilhantes,	 a	 tudo	mais	 o	 que	 for	 do	mesmo	 gênero”	
(PLATÃO,	 s.d.,	 p.	 292).	 Embora	 se	 refira	 a	 imagens	 naturais,	 e	 não	 às	 imagens	
reproduzidas	 por	 um	 dispositivo,	 conseguimos	 entender	 a	 imagem	 como	 algo	
duplicado.	Baseado	nesse	conceito,	podemos	entender	que	uma	fotografia	é	uma	
imagem	duplicada.
Desde	 a	 Antiguidade,	 sempre	 houve	 uma	 necessidade	 de	 registrar	
os	 acontecimentos.	 Exemplo	 disso	 são	 as	 pinturas	 rupestres	 encontradas	 nas	
cavernas	ou,	avançando	séculos	na	história,	os	hieróglifos	do	Egito	Antigo.	Cada	
civilização	desenvolveu	sua	própria	 forma	de	registrar	 fatos	cotidianos,	e	uma	
vez	que	a	técnica	do	registro	através	do	desenho	foi	dominada	e	aperfeiçoada,	
houve	uma	maior	preocupação	de	que	a	representação	fosse	fiel	e	coerente.
FIGURA 1 – HIEROGLIFOS EGÍPCIOS
FONTE: <https://bit.ly/3olLmWJ>. Acesso em: 18 set. 2021
2.1.1 As primeiras teorias
Segundo	Filipe	 Salles	 (2009,	 p.	 2),	 “A	Fotografia	 é	 a	 arte	de	fixar,	 por	
meio	de	agentes	químicos,	com	ajuda	de	uma	câmara	escura	e	com	uma	fonte	
de	luz	externa,	uma	imagem	qualquer	de	objeto	posto	à	frente	desta	câmera”.	
O	ato	de	fotografar,	então,	precisa	de	fonte	de	luz,	câmera,	emulsão	e	químico.	
As	fontes	de	luz	são	tanto	a	solar	quanto	artificiais,	como	o	set	de	luz	de	um	
estúdio,	por	exemplo.
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
5
Câmara escura: aparato óptico que deu origem às câmeras fotográficas. 
NOTA
Os	primeiros	experimentos	com	luz	e,	posteriormente,	captação	da	imagem	
utilizando	fontes	de	luz,	datam	de	muitos	anos.	Platão,	por	exemplo,	acreditava	
que	 qualquer	 objeto	 visível	 emitia	 partículas	 luminosas,	 enquanto	 Aristóteles	
acreditava	que	ondas	vibratórias	emitidas	através	dos	olhos,	tornavam	os	objetos	
visíveis	ao	atingi-los.	Ambas	as	teorias	estavam	parcialmente	corretas.
Muitos	outros	experimentos	ocorreram	ao	longo	dos	séculos,	como	Heron	
em	Alexandria,	 que	 descobriu,	 através	 de	 experiência	 com	 espelhos,	 que	 a	 luz	
caminha	em	linha	reta.
Não	iremos	adentrar	questões	da	física	ou	químicas	com	aprofundamento	
neste	livro.	Já	no	século	XVII,	cientistas	ainda	estavam	intrigados	para	saber	se,	
afinal,	 a	 luz	 era	 uma	partícula	 ou	uma	 onda,	 já	 que	 não	 conseguiam	 explicar	
como	ao	mesmo	tempo	em	que	caminha	em	linha	reta,	a	luz	também	aparenta	
mudar	de	direção,	dependendo	da	superfície	em	que	se	olhava.
Foi	o	matemático	holandês,	Willebrord	Van	Roijen	Snell,	que	analisou	o	
desvio	do	raio	de	 luz	em	vários	meios,	 tais	quais:	água,	ar,	vidro,	constatando	
que	o	desvio	da	 luz	variava	de	acordo	com	o	meio.	O	 fenômeno	 foi	 chamado	
de	 refração,	mas	 publicado	 doze	 anos	 após	 sua	morte,	 por	 Descartes.	 Hoje	 é	
conhecida	comolei	Snell-Descartes.
FIGURA 2 – LEI SNELL-DESCARTES (REFRAÇÃO)
FONTE: <https://blog.biologiatotal.com.br/refracao/>. Acesso em: 18 set. 2021.
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
6
Duas	outras	teorias	que	divergiam	sobre	a	luz	ser	partícula	ou	onda	foram	
de	Isaac	Newton	e	Francesco	Grimaldi.	Enquanto	Newton	fez	um	feixe	de	luz	passar	
por	um	prisma,	percebendo,	então,	que	essa	luz	se	decompunha	em	um	espectro	de	
cores	(amarelo,	laranja	azul	e	violeta),	descobriu-se	que	a	luz	branca	é	a	junção	de	
todas	as	cores	no	espectro.	O	experimentou	de	Newton	o	fez	acreditar	que	a	luz	se	
tratava	de	partículas,	mas	ele	próprio	não	afirmava,	sendo	apenas	uma	teoria.
FIGURA 3 – LUZ ATRAVESSANDO UM PRISMA E SE DECOMPONDO EM CORES
FONTE: <https://bit.ly/2ZQFbzJ>. Acesso em: 18 set. 2021.
Francesco	 Grimaldi,	 por	 sua	 vez,	 estudou	 formação	 de	 sombras	 e	
concluíra	 que	 elas	nunca	 apresentavam	um	contorno	nítido,	denominando	o	
estudo	de	difração.	
Foram	 feitos	 muitos	 outros	 experimentos,	 estudos	 e	 teses	 de	 física	 e	
química	nas	quais,	como	dito	anteriormente,	não	iremos	aprofundar.	É	necessário	
que	você,	aluno,	entenda	os	princípios	da	fotografia.	Sendo	assim,	resumiremos:
•	 Luz	é	um	fenômeno	elétrico,	está	ligada	diretamente	com	a	troca	de	energia	
entre	elétrons.
•	 Se	 os	 elétrons	 recebem	 estímulos	 quaisquer	 que	 sejam,	 sofrem	 alterações	
físicas	e	dependendo	da	quantidade	de	energia	nessa	 interação,	ele	pode	se	
desprender	da	camada	original	e	passar	para	outra,	mais	externa	ou	interna.	
Nesse	caso,	o	elétron	libera	uma	energia	excedente	que	chamamos	de	fóton.
•	 Fóton	a	menor	unidade	da	luz.	
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
7
FIGURA 4 – CÂMARA ESCURA
2.2 CÂMARA ESCURA
FONTE: <https://bit.ly/3B22t3n>. Acesso em: 18 set. 2021.
Se	 os	 experimentos	 com	 a	 luz	 datam	 da	 Grécia	 Antiga,	 os	 primeiros	
registros	 da	 câmara	 escura	 surgem	 no	 Renascimento,	 utilizados	 por	 pintores	
como	auxílio	nos	desenhos,	por	preservar	corretamente	a	perspectiva.	
A	 câmara	 escura	 foi	 desenvolvida	 por	 Giovanni	 della	 Porta	 no	 século	
XVI,	 consiste	 em	uma	caixa	 (mas	 também	pode	 ser	uma	sala)	 com	uma	única	
abertura	em	um	dos	 lados,	permitindo	a	passagem	da	 luz	externa,	projetando	
uma	imagem	invertida	da	cena	no	lado	oposto.	No	século	XVIII,	foi	incrementada	
com	uso	de	lentes	e	um	espelho	no	ângulo	de	45	graus,	permitindo	a	fabricação	
de	câmaras	escuras	portáteis.
Pertenceu	a	William	Henry	Tabot	(1800-1877)
FIGURA 5 – CÂMARA ESCURA (1823)
FONTE: <https://bit.ly/3B22t3n>. Acesso em: 18 set. 2021.
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
8
Durante	 séculos,	 físicos	 e	 outros	 cientistas	 fizeram	 experimentos	 para	
captação	 de	 imagem	 utilizando	materiais	 fotossensíveis.	 Em	 1826,	 a	 primeira	
fotografia	reconhecida	é	uma	imagem	produzida	por	Joseph	Nicéphore	Niépce,	
capturada	 em	 uma	 placa	 de	 estanho	 coberta	 com	 um	 derivado	 de	 petróleo	
fotossensível	 chamado	 Betume	 da	 Judeia.	 Produzida	 por	 uma	 câmera,	 sendo	
exigidas	cerca	de	oito	horas	de	exposição	à	luz	solar,	ao	que	chamou	o	processo	
de	heliografia	(FALCÃO,	2019).
Niépce	 nomeou	 de	 heliografia	 (do	 grego	 “gravar	 em	 Sol”)	 porque	
acreditava	que	o	processo	de	captura	de	imagens	só	era	possível	com	a	luz	do	sol,	
não	com	luzes	artificiais.	
FIGURA 6 – IMAGEM DA PRIMEIRA FOTOGRAFIA PERMANENTE (NICÉPHORE NIÉPCE)
FONTE: Falcão (2019, p. 7)
2.2.1 Linha do tempo da fotografia
Niépce	falece	em	1833	sem	ver	seu	processo	concluído.	Ao	mesmo	tempo,	
outros	estudos	e	técnicas	estavam	surgindo.	
No	mesmo	ano,	no	Brasil,	um	francês	radicado	no	país	residente	da	atual	
cidade	de	Campinas,	Hercules	Florence,	apenas	desenvolveu	e	testou	com	razoável	
sucesso	 um	 processo	 fotográfico	 rudimentar,	 como	 também	 cunhou	 a	 própria	
palavra	 que	 o	 denomina	photographie.	No	 entanto,	 não	 levou	 à	 investigação	 à	
frente	até	sua	patente,	seis	anos	depois	na	Europa	(FALCÃO,	2019).
Ainda	 segundo	 Falcão	 (2019),	 em	 seu	 artigo	 Timeline	 da	 História	 da	
Fotografia:
•	 1841	–	O	britânico	William	Henry	Fox	Talbot	lançou	o	calótipo,	processo	mais	
eficiente	de	fixar	imagens,	no	qual	o	papel	impregnado	de	iodeto	de	prata	era	
exposto	à	luz	numa	câmara	escura,	a	imagem	era	revelada	com	ácido	gálico	e	
fixada	com	tiossulfato	de	sódio.	
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
9
•	 1861	 –	 Captura	 da	 primeira	 imagem	 em	 cores	 da	 história	 por	 James	 Clerk	
Maxwell.	
•	 1864	–	O	processo	foi	aperfeiçoado	e	passou-se	a	produzir	uma	emulsão	seca	
de	brometo	de	prata	em	colódio.	
•	 1888	–	Primeira	máquina	fotográfica	popular,	a	Kodak,	montada	por	George	
Eastman	e	comercializada	com	película	de	celuloide	adaptada	à	máquina.	
•	 1893-1895	–	Entre	esse	período,	surge	o	primeiro	processo	de	fotografia	a	cores	
elaborado	por	Frederic	Eugene	Ives.
FIGURA 7 – IMAGEM DA PRIMEIRA FOTOGRAFIA COLORIDA DA HISTÓRIA (JAMES CLERK 
MAXWELL)
FONTE: Falcão (2019, p.8)
2.2.2 As primeiras câmeras
Máquina-caixote	 ou	 máquina-caixão	 eram	 os	 nomes	 pelas	 quais	 as	
primeiras	câmeras	ficaram	conhecidas.	Eram	câmeras	de	grande	porte,	com	dois	
compartimentos	no	interior	que	funcionavam	como	tanques:	um	para	revelação	e	
um	para	fixação	da	fotografia.	Funcionavam	como	um	minilaboratório,	revelando	
os	negativos	e	as	fotografias	positivas.	
O	 responsável	 pelas	 câmeras	 portáteis	 foi	 o	 inglês	 George	 Eastman,	
criador	da	KODAK,	que	ao	adquirir	em	1888	sua	primeira	câmera	 fotográfica,	
considerava	o	processo	lento	e	trabalhoso	de	usar	as	chapas	úmidas.
A	tecnologia	mais	propícia	para	 fazer	negativos	e	cópias,	emulsão	com	
brometo	de	prata,	somada	à	rapidez	de	sensibilidade	da	suspensão	com	gelatina,	
Eastman	substitui	o	vidro	por	uma	base	transparente	e	flexível	de	nitrocelulose	e	
emulsionou	o	primeiro	filme	em	rolo	da	história.	Podendo,	então,	enrolar	o	filme,	
poderia	obter	várias	chapas	em	um	único	rolo,	e	construiu	uma	pequena	câmara	
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
10
para	utilizar	o	filme	em	rolo,	que	ele	chamou	de	"Câmara	KODAK”.	O	nome	veio	
de	uma	onomatopeia,	o	barulho	que	a	câmara	fazia	ao	disparar	o	obturador,	e	o	
sucesso	do	invento	tornou	todos	os	processos	anteriores	completamente	obsoletos	
(SALLES,	2009).
FIGURA 8 – ANÚNCIO KODAK, 1889
FONTE: Farias (2014, p. 3)
É	com	o	pioneirismo	da	Kodak	na	redução	dos	tamanhos	que	iniciava	o	
processo	de	popularização	da	fotografia	analógica.
Essas	câmeras	menores,	mais	 leves	e	 fáceis	de	manusear	possibilitaram	
a	 democratização	 da	 produção	 fotográfica	 por	 seu	 barateamento	 e	 facilidade	
no	 manuseio,	 já	 que	 dispensavam	 a	 necessidade	 de	 conhecimentos	 técnicos	
específicos.	 Isso	 permitiu	 a	 criação	 de	 um	 mercado	 completamente	 novo,	
transformando	a	relação	das	pessoas	com	a	fotografia:	ainda	que	não	se	dominasse	
o	processo	de	 revelação	da	 imagem,	 as	pessoas	podiam	 fazer	 livremente	 seus	
próprios	registros	(FARIAS,	2014).
FIGURA 9 – BROWNIE, CÂMERA DE BOLSO DA KODAK LANÇADA EM 1900
FONTE: <https://bit.ly/2Yg9ZJL>. Acesso em: 18 set. 2021.
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
11
Assista ao vídeo “História da Fotografia” do canal do YouTube Disk Digitais no 
link: https://www.youtube.com/watch?v=_0pns63NaM4 para conhecer melhor a história e 
evolução das câmeras fotográficas.
DICAS
3 FUNDAMENTOS DA FOTOGRAFIA
Parece	 simples	 para	 quem	 vive	 na	 era	 digital	 que,	 para	 se	 ter	 uma	
fotografia,	basta	apenas	apertar	um	botão	de	uma	câmera	digital	automática	ou	
celular.	Mas	a	fotografia	analógica	e	profissional	está	longe	de	ser	tão	simples.	
Aluno,	agora	que	você	aprendeu	um	pouco	da	história	e	como	surgiram	
as	primeiras	câmeras	fotográficas,	irá	conhecer	um	pouco	da	técnica	de	fotografar	
e	dos	 fundamentos	que	compõem	uma	boa	 imagem:	ângulo,	profundidade	e	
enquadramento.
3.1 TÉCNICAS DA FOTOGRAFIA
A	 câmera	 é	 composta	 por	 três	 elementos:	 corpo,	 objetiva	 e	 obturador/
diafragma.	 Sendo	 a	 objetiva	 umconjunto	 de	 lentes	 que	 tem	 a	 capacidade	 de	
formar,	através	de	leis	físicas	específicas,	uma	imagem	nítida	de	um	determinado	
assunto	na	base	da	emulsão	disposta	no	corpo.	O	obturador	é	o	responsável	pelo	
tempo	de	exposição,	e	é	geralmente	controlado	no	corpo	da	câmera,	enquanto	
o	diafragma	é	o	responsável	pela	quantidade	de	luz,	e	é	geralmente	controlado	
na	 objetiva.	 Por	 fim,	 a	 emulsão	 é	 o	 filme	 fotográfico	 propriamente	 dito,	 ou	 o	
papel	fotográfico	onde	se	processa	a	ampliação	do	filme.	O	filme	é	uma	emulsão	
química	composta	de	sais	de	prata	sensíveis	à	luz	posta	sobre	uma	base	de	acetato,	
poliéster	ou	celuloide	(SALLES,	2009).
FIGURA 10 – CAPTAÇÃO DA IMAGEM ATRAVÉS DA ÍRIS
FONTE: Adaptada de Salles (2009)
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
12
A	fotografia	sendo	uma	imagem	duplicada	do	mundo	real	e	dependendo	
da	apreciação	visual	da	visão	humana,	podemos	definir	que	câmeras	fotográficas	
são	 extensões	 mecânicas	 do	 olho	 humano,	 mas	 podendo	 registrar	 cenas	 e	
acontecimentos	para	a	posterioridade.
Nosso	olho	é	adaptado	para	captar	a	luz,	recepcionando	os	comprimentos	
de	onda	de	cada	cor	e	decodificá-los,	diferenciando,	assim,	verde	do	vermelho,	
amarelo	do	azul.	Isso	é	chamado	de	visão	cromática,	ou	visão	das	cores.
A	 íris	 do	 olho	 humano	 funciona	 como	 o	 dispositivo	 de	 diafragma	 da	
câmera,	 controlando	 a	 quantidade	de	 luz.	O	 cristalino	do	nosso	 olho	 tem	 seu	
paralelo	na	lente	da	câmera,	pois	ambos	vão	tornar	as	imagens	nítidas.	A	diferença	
é	que	o	cristalino,	para	focalizar	as	imagens,	muda	de	forma,	ao	passo	que	numa	
câmera,	a	 lente	é	dotada	de	movimento	para	frente	e	para	trás	para	cumprir	a	
mesma	 função,	 com	exceção	das	 câmeras	 chamadas	de	“foco	fixo”,	projetadas	
para	dar	foco	a	partir	de	uma	distância	mínima	(SALLES,	2009).
FIGURA 11 – MECANISMO INTERNO DE UMA CÂMERA
FONTE: Adaptada de Salles (2009)
3.1.1 Diferenças entre câmeras
As	câmeras	podem	ser	classificadas	nas	seguintes	categorias:
•	 Simples:	câmeras	que	vêm	com	predefinições	de	fábrica,	com	pouca	ou	nenhuma	
opção	de	mudança.	Exemplos	de	câmeras	simples	são	as	analógicas	populares	
utilizadas	para	retratos	de	família	nos	anos	1970,	80	e	90,	ou	as	câmeras	de	fotos	
instantâneas,	como	a	Polaroid.
•	 Semiprofissionais:	permitem	alterações	nas	configurações,	acoplar	acessórios	
como	 outras	 lentes	 ou	 flashes.	 São	 mais	 bem	 projetadas	 para	 captação	 da	
imagem	do	que	os	modelos	simples.
•	 Profissionais:	 a	 qualidade	 se	 assimila	 muito	 com	 a	 semiprofissional,	 mas	
permite	 maiores	 alterações	 de	 configurações,	 tem	 melhor	 precisão	 ótica,	
permite	o	uso	de	diferentes	tipos	de	lentes	etc.
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
13
FIGURA 12 – INSTAMATIC: CÂMERA INSTANTÂNEA DA KODAK NOS ANOS 1970
FONTE: <https://bit.ly/2Yg9ZJL>. Acesso em: 18 set. 2021.
3.2 LINGUAGEM FOTOGRÁFICA
A	 fotografia	 não	 é	 apenas	 uma	 imagem	 estática	 de	 um	 momento	 do	
mundo	real.	É	preciso	entender	a	construção	da	mensagem	a	partir	dos	aspectos	
técnicos	da	linguagem.
A	composição	de	uma	imagem	é	a	organização	dos	elementos	dentro	da	fo-
tografia.	Os	elementos	podem	ser	visuais,	como	pontos,	planos,	ângulos,	cor,	pers-
pectiva	etc.,	e	expressam	a	mensagem	que	o	fotógrafo	quer	transmitir	visualmente.
No Tópico 3 da unidade, iremos abordar a evolução do analógico para o digital.
ESTUDOS FU
TUROS
A	 linguagem	 fotográfica,	 embora	 tenha	 se	 expandido	 no	 quesito	
intertextualidade	com	outras	mídias	e	possibilidades,	continuam	as	mesmas.	Os	
fundamentos	básicos	como	enquadramento,	ângulo,	 luz,	 sombra,	entre	outros,	
continuam	valendo	até	na	fotografia	feita	com	celular.
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
14
FIGURA 13 – COMPOSIÇÃO (BARRY O. CARROLL)
FONTE: <https://bit.ly/3uyc2Vh>. Acesso em: 18 set. 2021.
Enquadramento:	é	um	recorte	feito	pelo	fotógrafo	do	mundo	que	o	cerca.	
O	 fotógrafo	 escolhe	 qual	 parte	 deseja	 recortar	 e	 quais	 elementos	 devem	 estar	
presentes	na	imagem.	O	recorte	e	a	organização	dos	elementos	escolhidos	devem	
ser	 pensados	 no	 processo	 de	 construção	 da	 imagem	 (ARRUDA;	 NOVIKOFF;	
MITHIDIERI,	2016).
A	regra	dos	nove	terços	(Figura	13)	é	uma	técnica	de	composição	utilizada	
para	 obter	 o	 enquadramento	 perfeito	 na	 fotografia.	 O	 fotógrafo	 traça	 quatro	
linhas	imaginárias	na	cena,	dividindo	em	terços	e	coloca	o	objeto	principal	que	
deseja	capturar	em	um	dos	pontos	formados	pelo	cruzamento	das	linhas	para	ter	
um	melhor	enquadramento	da	foto.
FIGURA 14 – ENQUADRAMENTO (ERIC PROUZET)
FONTE:< https://unsplash.com/photos/dIqIgw6UFLk>. Acesso em: 18 set. 2021.
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
15
Ângulo:	 diferentes	 enquadramentos	 que	 podem	 ser	 construídos	 pela	
mudança	de	ângulo	ou	ponto	de	vista	do	fotógrafo.	Se	o	fotógrafo	subir	numa	
cadeira	ou	se	deitar	no	chão,	por	exemplo,	verá	a	mesma	cena	ou	objeto	de	formas	
diferentes	(ARRUDA;	NOVIKOFF;	MITHIDIERI,	2016).
FIGURA 15 – ÂNGULOS (ILIE MICUT-ISTRATE)
FONTE: <https://unsplash.com/photos/wSFVBUmm5Bk>. Acesso em: 18 set. 2021.
Pontos,	linhas	e	planos:	se	observarmos	com	atenção,	podemos	perceber	
que	as	imagens	são	compostas	por	pontos,	linhas	e	planos.	Essas	dimensões	da	
fotografia	são	usadas,	muitas	vezes,	para	conduzir	o	olhar	do	espectador,	criando	
pontos	 de	 atenção,	 movimento,	 equilíbrio	 ou	 desequilíbrio	 etc.	 No	 caso	 dos	
planos,	o	 fotógrafo	pode	estabelecer	uma	relação	entre	os	elementos	que	estão	
em	diferentes	distâncias	da	câmera	(ARRUDA;	NOVIKOFF;	MITHIDIERI,	2016).
FIGURA 16 – PONTOS, LINHAS E PLANO ABERTO (ED 259)
FONTE: <https://unsplash.com/photos/xcrI6CPkkJs>. Acesso em: 18 set. 2021.
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
16
Luz	e	sombra:	a	 luz	é	um	elemento	fundamental	da	fotografia,	sem	ela	
não	 se	 pode	 produzir	 imagens	 fotográficas.	 Para	 se	 construir	 boas	 imagens	
fotográficas	é	importante	perceber	como	está	a	luz	do	espaço	ou	o	objeto	a	ser	
fotografado.	Essa	percepção	nos	ajuda	a	ter	controle	da	quantidade	de	luz	que	a	
câmera	irá	capturar	ou	se	será	necessário	usar	outras	fontes	de	luz	como	o	flash,	
abajur	ou	até	uma	lanterna	(ARRUDA;	NOVIKOFF;	MITHIDIERI,	2016).
FIGURA 17 – LUZ E SOMBRA (YANG MIAO)
FONTE: <https://unsplash.com/photos/CzzgqkWPQc0>. Acesso em: 18 set. 2021.
Assista ao vídeo “Como fotografar melhor - fotografia para iniciantes - 
fundamentos e triângulo de exposição” do canal do YouTube Bruno Pavão no link: https://
www.youtube.com/watch?v=FKtjsoRMkB0 para compreender melhor os fundamentos e 
linguagens da fotografia.
DICAS
17
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 A	luz	foi	estudada	através	dos	séculos	por	físicos	e	matemáticos.	Que	a	luz	
também	é	o	principal	elemento	para	a	fotografia,	já	que	para	conseguirmos	
fotografar	 uma	 cena,	 pessoa,	 paisagem	 ou	 objeto,	 precisamos	 de	 quatro	
elementos:	câmera,	emulsão,	químicos	e,	principalmente,	 luz,	seja	natural	
ou	artificial.
•	 Diversos	 experimentos	 e	 estudos	 aconteciam	 em	 vários	 lugares	 do	mundo.	
Que	 foi	 Nicéphore	 Niépce	 quem	 conseguiu	 captar	 a	 primeira	 fotografia	
conhecida	na	história,	no	ano	de	1826.	Enquanto	a	primeira	fotografia	em	cores	
foi	capturada	por	James	Clerk	Maxwell,	em	1861.	
•	 O	 inglês	 George	 Eastman,	 incomodado	 com	 o	 processo	 lento	 de	 revelação	
das	 fotos,	 emulsionou	 o	 primeiro	 filme	 em	 rolo	 da	 história	 após	 diversos	
experimentos,	 criando	 a	 câmera	 KODAK.	 Esse	 processo	 possibilitou	 a	
diminuição	do	tamanho	das	câmeras,	tornando-as	mais	populares,	mudando	a	
relação	que	as	pessoas	tinham	com	a	fotografia.
•	 A	 íris	 do	 olho	 humano	 funciona	 como	 o	 diafragma	da	 câmera,	 enquanto	 o	
cristalino	do	olho	se	assemelha	com	a	lente	da	câmera.	O	diafragma	controla	a	
quantidade	de	luz,	enquanto	a	lente	torna	as	imagens	nítidas.
•	 A	câmera	é	composta	por	corpo,	objetiva	(ou	lente)	e	obturador	(ou	diafragma).	
As	câmeras	se	classificam	em	simples,	semiprofissionais	e	profissionais	e	quais	
sãoas	características	de	cada	uma.
•	 A	 linguagem	 fotográfica	 e	 seus	 conceitos	 se	 aplicam	 tanto	 para	 as	 câmeras	
analógicas	quanto	profissionais.	A	composição	de	uma	imagem	é	importante,	
assim	como	enquadramento,	angulação,	linhas,	luz	e	sombra	etc.
RESUMO DO TÓPICO 1
18
1	 Com	base	nos	estudos	é	possível	afirmar	que	a	humanidade	sempre	teve	
interesse	em	registrar	a	história.	Assinale	a	alternativa	INCORRETA:
a)	(			)	 Hieróglifos	 do	 Antigo	 Egito	 e	 pinturas	 rupestres	 são	 formas	 de	
registros	históricos.
b)	(			)	 Físicos	e	matemáticos	de	séculos	diferentes	faziam	experimentos	com	
a	finalidade	de	capturar	imagens	para	a	posterioridade.
c)	(			)	 Pintores	renascentistas	utilizavam	a	câmera	escura	para	poder	observar	
melhor	a	imagem	e,	assim,	ter	um	registro	mais	fiel	possível.
d)	(			)	 Artistas	 renascentistas	 utilizavam	 a	 câmera	 escura	 para	 replicar	 os	
hieróglifos	egípcios.
2	 Aplicando	 as	 técnicas	 de	 fotografia	 adquiridas	 na	 unidade,	 podemos	
dizer	que:
I-	 A	câmera	é	composta	por	três	elementos:	corpo,	objetiva	e	diafragma.	
II-	 A	 objetiva	 é	 um	 conjunto	 de	 lentes	 que,	 na	 captação	 da	 imagem,	 é	
responsável	pelo	foco.
III-	 O	 filme	 utilizado	 nas	 câmeras	 analógicas	 é	 uma	 emulsão	 química	
composta	de	sais	de	prata	sensíveis	à	luz.
IV-	O	obturador	é	responsável	por	decodificar	as	cores	na	fotografia.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 As	sentenças	I,	II	e	IV	estão	corretas.
b)	(			)	 Somente	a	sentença	II	está	correta.
c)	(			)	 As	sentenças	I,	II	e	III	estão	corretas.
d)	(			)	 Somente	as	sentenças	I	e	IV	estão	corretas.
3	 George	 Eastman,	 criador	 da	 empresa	 Kodak,	 tem	 um	 grande	 papel	 na	
história	da	fotografia	porque:
(			)	Desenvolveu	 o	 primeiro	 filme	 em	 rolo	 da	 história	 após	 diversos	
experimentos.
(			)	 Inventou	a	câmera	fotográfica.
(			)	 É	considerado	o	pai	da	fotografia	porque	descobriu	o	processo	de	revelar	
uma	foto	em	papel.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	 V	–	F	–	V.
b)	(			)	 V	–	F	–	F.
c)	(			)	 F	–	V	–	F.
d)	(			)	 F	–	F	–	V.
AUTOATIVIDADE
19
4	 A	história	da	fotografia	é	muito	complexa	porque	não	houve	apenas	um	
inventor.	 Durante	 séculos,	 físicos,	 matemáticos	 e	 cientistas,	 no	 geral,	
tentavam	compreender	a	luz	como	fenômeno.	Defina	em	poucas	palavras,	
qual	a	importância	da	luz	na	fotografia.
5	 Linguagens	 fotográficas	 são	 importantes	 para	 uma	 boa	 construção	 da	
mensagem	 de	 uma	 imagem.	 Liste	 dois	 dos	 principais	 fundamentos,	
descrevendo	a	definição	de	cada	um.
20
21
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
DO ESTÁTICO AO MOVIMENTO
1 INTRODUÇÃO
Com	 a	 Segunda	 Revolução	 Industrial,	 na	 virada	 do	 século	 XIX,	 a	
humanidade	começou	a	se	desenvolver	de	uma	forma	nunca	vista	antes,	 tanto	
tecnológica	quanto	demograficamente.	
A	 febre	 de	 inovações	 técnicas	 entusiasmou	 populações	 cada	 vez	 mais	
sedentas	pelo	entretenimento,	estímulos	e	novidades.	Entre	elas,	esse	misto	de	
arte,	magia,	encantamento	e	tecnologia	que	o	mundo	viria	conhecer	com	o	nome	
de	cinema	(SABADIN,	2018).
Acadêmico,	o	 foco	da	nossa	matéria	é	 fotografia	e	audiovisual	nas	mídias	
sociais,	mas	para	entender	a	evolução,	contexto	e	 intertextualidade	da	era	digital,	
precisamos	conhecer	as	origens,	os	primórdios.	Assim	como	a	fotografia,	o	cinema	
teve	 seu	 início	 no	 século	 XIX,	 e	 abordaremos	 um	 pouco	 de	 como	 a	 captura	 da	
imagem	saiu	da	estática	para	a	mágica	do	movimento,	para	que	assim,	possamos	
compreender	como	o	audiovisual	foi	moldado	da	forma	como	o	conhecemos	hoje.
2 IMAGENS EM MOVIMENTO
Assim	como	acontece	na	fotografia,	há	algumas	divergências	sobre	quem	
inventou	realmente	o	cinema.	Boa	parte	dos	livros	e	enciclopédias	nomeiam	os	
Irmãos	Lumière	como	os	pais	do	cinema	e	seu	nascimento	tendo	acontecido	em	
28	de	dezembro	de	1895.
Todavia,	 assim	 como	 aconteceu	 com	 a	 fotografia,	 durante	 séculos	
foram	 feitos	 experimentos	 em	 busca	 de	 um	 dispositivo	 capaz	 de	 registrar	 as	
movimentações	da	natureza	e	do	cotidiano.
Antes	 mesmo	 de	 surgir	 um	 aparato	 capaz	 de	 projetar	 imagens	 em	
movimento,	 ainda	 no	 século	 XVIII,	 experiências	 se	 basearam	 nas	 milenares	
Lanternas	Mágicas	chinesas,	espécie	de	projetor	de	slides,	uma	caixa	à	prova	de	
luz,	 com	uma	vela	 acesa	dentro,	 que	projetava	 sombras,	 silhuetas	 e	 pequenos	
desenhos	a	uma	plateia	(SABADIN,	2018).
Esse	espetáculo	de	sombras	se	tornou	muito	popular	na	segunda	metade	
do	século	XVIII,	sendo	apresentado	em	circos	e	feiras.	Alguns	nomes	surgiram	
para	denominar	esses	inventos:
22
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
•	 Eidophusikon,	pelo	cenógrafo	teatral	Phillipe-Jacques	de	Loutherbourg.
•	 Panorama,	de	Robert	Baker,	pintor	irlandês.
•	 Fantasmagoria,	performance	criada	pelo	belga	Étienne	Robertson.
Apesar	 de	 populares	 e	 inovadores	 no	 quesito	 artístico,	 os	 espetáculos	
estavam	mais	para	performances	circenses	e	teatrais,	não	havendo	uma	tecnologia	
que	 projetasse	 qualquer	 imagem.	 Para	 entendermos	 melhor	 a	 evolução	 dos	
projetores	 até	 chegarmos	 aos	 irmãos	 Lumière,	 vamos	 adentrar	 em	uma	 breve	
linha	do	tempo.
FIGURA 18 – REPRESENTAÇÃO DO ESPETÁCULO EIDOPHUSIKON
FONTE: <https://bit.ly/3uyc2Vh>. Acesso em: 18 set. 2021.
2.1 LINHA DO TEMPO DOS EXPERIMENTOS 
CINEMATOGRÁFICOS
Em	1833	surge	o	Fenacistoscópio,	criação	resultada	de	muitas	pesquisas	
do	 belga	 Joseph	 Plateau	 e	 do	 austríaco	 Simon	 Stampfer.	 Um	 dispositivo	 que	
consistia	em	um	disco	rotativo	com	desenhos	e	uma	pequena	fenda	entre	eles,	
quando	girado	em	velocidade	rápida,	o	espectador	via	um	“desenho	animado”.
TÓPICO 2 — DO ESTÁTICO AO MOVIMENTO
23
FIGURA 19 – FENACISTOSCÓPIO DE PLATEAU E STAMPFER
FONTE: <https://bit.ly/3l1SOnM>. Acesso em: 18 set. 2021.
No	ano	seguinte,	em	1834,	William	George	Horner	mostrava	à	comunidade	
científica	 inglesa	 o	 Zoetrope,	 que	 consistia	 no	 mesmo	 princípio	 do	 anterior,	
apenas	trocando	disco	por	cilindro.
FIGURA 20 – ZOETROPE DE WILLIAM G. HORNER
FONTE: <https://bit.ly/3D2kTS6>. Acesso em: 18 set. 2021.
24
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
Em	 1872,	 o	 fotógrafo	 inglês	 Eadweard	 Muybridge	 foi	 contratado	 por	
Leland	Stanford,	governador	da	Califórnia,	para	registrar	um	cavalo	galopando	
e	provar	que	o	animal	tirava	as	quatro	patas	do	chão	durante	a	ação.	Utilizando	
24	câmeras	com	disparadores	automáticos,	Muybridge	conseguiu	a	prova	que	o	
governador	queria	e	percebeu	que	as	fotos,	tiradas	em	um	curto	espaço	de	tempo,	
davam	a	ilusão	de	movimento.	Em	1880,	realizou	uma	exibição	da	experiência	em	
San	Francisco	Art	Association,	sendo	aclamado	pela	imprensa.
FIGURA 21 – EXPERIMENTO DE MUYBRIDGE
FONTE: Sabadin (2018, p. 11)
FIGURA 22 – REGISTRO DO CHRONOPHOTOGRAPHE DE MAREY
FONTE: <https://bit.ly/3B1EeSZ>. Acesso em: 18 set. 2021.
Em	1988	são	descobertos	dois	fragmentos	de	filmes	sobre	rolos	de	papel	
de	50	milímetros,	supostamente	realizados	pelo	francês	Louis	Aimé	Augustin	Le	
Prince.	O	primeiro	filme	filmado	entre	10	e	12	quadros	por	segundo,	enquanto	o	
segundo	tem	20	quadros	por	segundo.	Le	Prince,	que	havia	marcado	uma	reunião	
para	mostrar	seus	experimentos,	embarcou	em	um	trem	de	Dijon	e	nunca	mais	foi	
visto,	nem	seu	equipamento	encontrado.
Étienne-Jules	 Marey	 construiu,	 em	 1888,	 uma	 câmera	 cinematográfica	
rudimentar,	utilizando	o	rolo	de	celuloide	criado	por	George	Eastman,	fundador	
da	Kodak.	Essa	câmera	foi	batizada	de	Chronophotographe.
TÓPICO 2 — DO ESTÁTICO AO MOVIMENTO
25
FIGURA 23 – DISPOSITIVO COM 16 LENTES DE LOUIS AIMÉ AUGUSTIN LE PRINCE (1886)
FONTE: <https://bit.ly/3irD2kl>. Acesso em: 18 set. 2021.
Em	 1889,	 Edison	 e	 seu	 assistente	 William	 Kennedy-Laurie	 Dickson	
desenvolveram	o	Cinetofonograph,	 também	chamado	Cinetophone.	O	aparato	
era	formado	por	uma	câmera	(chamado	de	Cinetograph)	utilizando	películas	de	
celuloide	de	35	mm	de	largura	(também	desenvolvida	por	George	Eastman)	com	
quatro	perfuraçõesde	 cada	 lado	do	 fotograma.	O	 resultado	 foi	um	filme	 com	
cerca	de	15	metros,	exibido	de	uma	caixa	de	observação	individual.	Foi	batizado	
de	Kinetoscope	ou	CInetoscope,	mais	traduzido	por	Cinetoscópio.
FIGURA 24 – REPRESENTAÇÃO KINETOSCOPE DE EDISON E DICKSON
FONTE: <https://www.tech-faq.com/kinetoscope.html>. Acesso em: 18 set. 2021.
26
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
Em	22	de	maio	de	 1891	 aconteceu	 a	 primeira	demonstração	do	Kine-
toscope.	A	exibição	foi	realizada	nos	laboratórios	de	Thomas	Edison	em	Nova	
Jersey,	com	audiência	de	147	pessoas.	Apesar	de	simples,	todos	os	movimentos	
eram	perfeitos.
FIGURA 25 – PROPAGANDA DO KINETOSCOPE DE EDISON EM JORNAL DA ÉPOCA
FONTE: Sabadin (2018, p. 12)
Os	norte-americanos	 costumam	 considerar	 Thomas	 Edison	 o	 inventor	 do	
cinema,	mas	muitos	historiadores	rebatem	que	o	Kinetoscope	não	é	o	marco	inicial	
do	encantamento	do	cinema,	 já	que	o	sistema	de	Edison	contempla	a	observação	
individual	 de	 um	 filme,	 não	 coletiva.	 Outro	 ponto	 que	 historiadores	 levantam	 é	
que	o	invento	tinha	um	caráter	mais	experimental	do	que	comercial,	contribuindo	
efetivamente	para	o	desenvolvimento	do	cinema.
No	próximo	subtópico,	falaremos	dos	Irmãos	Lumière	e	o	marco	que	eles	
deixaram	na	história	e	origem	do	cinema.
2.1.1 Irmãos Lumière
De	 qualquer	 maneira,	 o	 ano	 de	 1895	 é	 considerado,	 pela	 maioria	 dos	
pesquisadores,	 o	 ano	 zero	 da	 história	 do	 cinema,	 visto	 que	 a	 data	marca	 não	
apenas	o	histórico	evento	dos	Lumière,	como	também	outras	projeções	pioneiras	
(SABADIN,	2018).
Em	maio	de	1985,	William	Kennedy-Laurie	Dickson	e	Woodville	Lathan	
desenvolveram	 o	 Panopticon,	 um	 sistema	 de	 filmagem	 e	 projeção,	 exibindo	
em	Nova	York	um	registro	de	quatro	minutos	de	uma	luta	de	boxe.	O	curta	foi	
nomeado	de	Young Griffo versus Battling Charles Barnett	e	a	primeira	exibição	com	
cobrança	de	ingressos.
TÓPICO 2 — DO ESTÁTICO AO MOVIMENTO
27
FIGURA 26 – PHANTASCOPE DE ARMAT E JENKINS
FONTE: <https://bit.ly/3uyLXpe>. Acesso em: 18 set. 2021.
Mais	 tarde,	em	 junho	do	mesmo	ano,	Thomas	Armat	e	Charles	Francis	
Jenkins	apresentaram	o	Phantascope	em	uma	feira	agrícola	em	Atlanta.	Thomas	
Edison	se	interessou	e	se	associou	a	Armat,	criando	mais	tarde	o	Edison	Vitascope.	
Em	 Berlim,	 outubro	 do	 mesmo	 ano,	 Ottomar	 Anschütz	 exibiu	 projeções	 de	
imagens	em	um	sistema	chamado	Tachyscope.	No	mês	seguinte,	ainda	em	Berlin,	
Max	e	Emil	Skladanowsky	mostram	ao	público	o	Bioskop.
FIGURA 27 – MAX E EMIL SKADANOWSKY EM IMAGENS PROJETADAS PELO BIOSKOP
FONTE: <https://bit.ly/3imeTLV>. Acesso em: 18 set. 2021.
28
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
Embora	 todas	 as	 invenções	 e	 projeções	 tenham	 seus	 valores	 e	 tenham	
marcado	época,	não	fizeram	história	como	os	Irmãos	Lumière.
Os	 franceses	Auguste	e	Louis	Lumière	eram	sócios	e	herdeiros	de	uma	
bem-sucedida	empresa	no	ramo	de	fotografia,	a	Société	Anonyme	des	Plaques	et	
Papiers	Photographiques	Antoine	Lumière	et	ser	Fils.
Os	irmãos	conheceram	o	Kinetoscope	de	Thomas	Edison	no	ano	anterior,	
1894,	 e	 logo	 começaram	a	 trabalhar	para	 aperfeiçoá-lo.	 Em	13	de	 fevereiro	de	
1895,	 patentearam	 um	 novo	 aparato	 que	 chamaram	 de	 Cinématograpge	 (em	
português,	Cinematógrafo).
FIGURA 28 – IRMÃOS LUMIÈRE, OS PAIS DO CINEMA
FONTE: <https://bit.ly/3oufPSq>. Acesso em: 18 set. 2021.
2.1.2 O Cinematógrafo
O	Cinematógrafo,	embora	muito	parecido	com	o	Kinetoscope	de	Edison,	
era	um	equipamento	mais	detalhado.	Uma	caixa	de	madeira	equipada	com	uma	
lente	na	parte	dianteira	 e	uma	manivela	pequena	do	 lado	direito.	O	que	mais	
diferenciava	 de	 outros	 equipamentos	 como	 o	 próprio	 Kinetoscope,	 era	 que	 o	
Cinematógrafo,	além	de	mais	leve	e	compacto,	era	mais	fácil	de	operar	e	tinha	
um	importante	diferencial:	o	mesmo	dispositivo	que	filmava	também	projetava	o	
filme,	permitindo	uma	exibição	coletiva	de	um	filme.	
TÓPICO 2 — DO ESTÁTICO AO MOVIMENTO
29
FIGURA 29 – CINEMATÓGRAFO DOS IRMÃOS LUMIÈRE
FONTE: <https://bit.ly/2WJwFBu>. Acesso em: 18 set. 2021.
Os	Irmãos	Lumière	promoveram,	em	22	de	março	de	1895,	uma	exibição	
para	 os	 membros	 da	 Société	 d’Encouragement	 pour	 l’Industrie	 Nationale,	
localizada	em	Paris.	Esse	evento	foi	a	primeira	exibição	pública	do	Cinematógrafo,	
mas	a	grande	“première”	aconteceu	no	dia	28	de	dezembro	de	1895,	realizada	no	
Salão	Indiano,	subsolo	do	Le	Grand	Café,	localizado	no	Boulevard	dês	Capucines,	
centro	de	Paris.	
A	entrada	cobrada	na	exibição	era	de	um	 franco	por	 ingresso	e	 reuniu	
cerca	de	cem	pessoas	em	uma	sessão	que	durou	em	torno	de	20	minutos.	Foram	
exibidos	curtas	produzidos	pelos	Irmãos	Lumière,	incluindo	A Saída dos Operários 
da Fábrica Lumière,	a	primeira	produção	dos	irmãos.	
O	dia	28	de	dezembro	de	1895	foi	considerado	“o	nascimento	do	cinema”.	
Diferente	de	outros	pesquisadores	que	divulgavam	seus	 inventos	apenas	para	
o	público	científico,	os	Irmãos	Lumière	enxergaram	uma	atividade	ligada	como	
ramo	do	entretenimento	e	diversão,	focando	no	público	geral.
30
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
FIGURA 30 – PÔSTER CINEMATÓGRAFO LUMIÈRE
FONTE: <https://bit.ly/2WJwFBu>. Acesso em: 19 set. 2021.
Com	a	repercussão	positiva	e	o	interesse	do	público	pelo	aparato	“mágico”,	
os	 Lumière	 recrutaram	 representantes,	 chamados	 de	 “cinegrafistas”,	 para	 que	
vendessem	a	 facilidade	da	operação	do	Cinematógrafo	 a	qualquer	pessoa,	 em	
qualquer	parte	do	planeta.	
No	 entanto,	 não	 era	 uma	 venda	 propriamente	 dita,	 mas	 preferiram	
trabalhar	 com	sistema	de	 concessão	de	 seus	filmes	e	 equipamentos,	dividindo	
os	lucros	da	bilheteria	meio	a	meio.	O	negócio	deu	tão	certo	que,	em	18	meses,	a	
empresa	contava	com	um	catálogo	de	mais	ou	menos	mil	filmes.
Assista ao vídeo “A Saída dos Operários da Fábrica Lumière”, do canal do 
YouTube Cine All no link: https://www.youtube.com/watch?v=4jmCFzzCQvw, uma cena 
tão cotidiana que foi um marco revolucionário para a história do entretenimento.
DICAS
A	arte	do	cinema	se	espalhou	rapidamente	por	todos	os	cantos	do	planeta,	
expandindo	por	toda	a	Europa,	Estados	Unidos,	África	do	Sul,	Egito,	Argentina,	
Japão,	México	e	até	mesmo	o	Brasil,	entre	outros	países.	
TÓPICO 2 — DO ESTÁTICO AO MOVIMENTO
31
Os	 primeiros	 filmes	 eram,	 em	 sua	 maioria,	 curtas-metragens	 que	
registravam	o	cotidiano,	como	a	movimentação	nas	ruas,	ou	o	almoço	de	uma	
criança.	Registros	simples	de	coisas	corriqueiras,	mas	a	novidade	e	o	encantamento	
do	cinema	eram	o	suficiente	para	atrair	atenção	do	público.
Neste ponto, acadêmico, podemos traçar paralelos com os registros cotidianos 
de refeições, estradas em movimento, paisagens e detalhes simples que correspondem às roti-
nas de usuários de redes sociais. Mas o que, naquela época, os registros eram uma descoberta 
muito recente, atualmente são registros de smartphone, além da necessidade de se fazer pre-
sente e ser lembrado. Retomaremos mais esse paralelo na Unidade 3 do livro didático.
ESTUDOS FU
TUROS
2.2 GEORGES MÉLIÈS
Foi	o	parisiense	Georges	Méliès	quem	elevou	o	cinema	à	categoria	de	es-
petáculo	e	arte.	Desenhista,	escultor,	pintor	e	manipulador	de	marionetes	e	bo-
necos,	estudou	na	École	de	Beaux-Arts.	Aos	27	anos	comprou	o	lendário	Théâtre	
Robert-Houdin,	 e	 em	 1896,	 incorporou	projeções	 de	 filmes	 em	 seus	 shows	de	
magia	e	humor,	começando	a	produzir,	pouco	tempo	depois,	suas	próprias	pro-
jeções	com	a	marca	Star	Film.	A	Star	Film	tomaria	um	rumo	muito	à	frente	de	seu	
tempo:	 efeitos	especiais.	Em	1897,	Méliès	decide	 focar	 totalmente	no	cinema	e	
começa	a	construção	de	um	novo	estúdio,	com	iluminação	artificial	para	as	filma-
gens,	considerado	um	pioneirismo	na	época.
Com	inquietação	e	criatividade	acima	de	seus	concorrentes,	ele	adaptou	para	
as	 telas	 a	 clássica	história	de	Cinderela, Cendrillon	 (1899),	 contratou	500	figurantes	
para	rodar	Jeanne	D’Arc	(1900),	fez	um	homem	comum	se	transformar	numa	mosca	
em	L’Homme-Mouche	(1902),além	de	filmar	clássicos	da	literatura	e	do	teatro,	como	
Barba-Azul	(1901),	Le Voyage de Gulliver à Lilliput et Chez les Géants	(1902),	Les Aventures 
de Robinson Crusoé	(1903),	Les Mousquetaires de la Reine	(1903),	Hamlet	(1907),	20.000 
Léguas Submarinas	(1907),	e	até	um	profético	O Túnel do Canal da Mancha	(1907),	ficção	
mostrando	o	rei	da	Inglaterra	e	o	presidente	da	França	unindo	esforços	para	construir	
um	túnel	submarino	ligando	as	cidades	de	Dover	e	Calais,	praticamente	90	anos	antes	
do	Eurotúnel	(SABADIN,	2018).
32
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
FIGURA 31 – A COROAÇÃO DO REI EDUARDO (MÉLIÈS, 1902)
FONTE: <https://woomagazine.com.br/4-filmes-de-george-melies/>. Acesso em: 19 set. 2021.
Não	há	 como	contestar	que	Méliès	 era	um	gênio,	 revolucionando	 toda	
a	 forma	 de	 fazer	 cinema	 com	 suas	 técnicas	 inovadoras	 de	 ilusão	 de	 ótica	 e	
efeitos	especiais.	Com	mais	de	500	filmes	em	seu	currículo,	levou	muito	da	sua	
experiência	no	teatro	e	ilusionismo	para	suas	filmagens,	desenvolvendo	cenários,	
figurinos,	 trabalhando	 com	 iluminação	 artificial	 e	 podemos	 considera-lo	 o	pai	
dos	“efeitos	especiais”.	Uma	curiosidade	era	a	câmera	sempre	fixa,	no	ponto	de	
vista	de	uma	plateia	teatral.
2.2.1 Le Voyage dans la Lune
O	mais	popular	entre	os	mais	de	500	filmes	do	diretor,	Le	Voyage	dans	la	
Lune	(em	português,	Viagem	à	Lua)	é	um	épico	cósmico,	produzido	em	1902	e	
que	inspirou	diversas	outras	obras	audiovisuais.	É	o	predecessor	de	Flash Gordon 
(1936),	Destino à Lua	(1950),	2001:	Uma odisseia no espaço	(1968)	e	Guerra nas Estrelas	
(1977)	(KEMP,	2011).
FIGURA 32 – CENA ATERRISSAGEM NA LUA (LE VOYAGE DANS LA LUNE, 1902)
FONTE: Kemp (2011, p. 21)
TÓPICO 2 — DO ESTÁTICO AO MOVIMENTO
33
O	enredo	do	filme	é	uma	mistura	de	duas	histórias	de	ficção	científica	clás-
sicas,	Da	terra	à	lua,	de	Júlio	Verne	e	Os	primeiros	homens	na	lua,	de	H.	G.	Wells.
Assista ao filme “Le Voyage dans la Lune” disponível no canal do YouTube 
TheParmaViolet no link: https://www.youtube.com/watch?v=9m830jhUi3E, um dos 
primeiros filmes com efeitos especiais na história do audiovisual
DICAS
2.3 CHARLES CHAPLIN E BUSTER KEATON
Falar	da	história	do	cinema	sem	citar	Charles	Chaplin	e	Buster	Keaton	
é	 falar	de	uma	história	 incompleta.	Dois	dos	grandes	nomes	da	 comédia,	 que	
deixaram	 marcas	 tão	 grandes	 na	 linguagem	 cinematográfica,	 que	 até	 hoje,	
diretores	 de	 cinema	 bebem	da	 fonte,	 utilizando	 tanto	 Chaplin	 quanto	Keaton	
como	referência	em	linguagem	corporal,	efeitos	especiais,	comédia	visual.
Quando	falamos	de	Charles	Chaplin,	uma	das	primeiras	referências	que	
vem	à	mente	é	seu	personagem	icônico	de	chapéu	coco,	bigode	e	bengala,	com	
uma	 linguagem	 corporal	 cômica.	 Mas	 o	 ator,	 compositor,	 roteirista,	 cineasta,	
editor	e	músico	britânico	era	mais	do	que	apenas	um	comediante.	Claro	que	sua	
mímica	notória	foi	quem	o	fez	tão	popular	e	famoso	até	os	dias	de	hoje,	mas	sua	
marca	no	cinema	vai	além	disso.	
Chaplin	 foi	 criador	 do	 personagem	 Carlitos,	 talvez	 o	 grande	 mito	 de	
seu	cinema,	que	muitas	vezes	se	destaca	do	seu	autor	em	uma	existência	quase	
autônoma.	Vinculado	intimamente	ao	cinema	silencioso,	o	personagem,	em	toda	
a	sua	existência,	não	falou;	ou	melhor,	na	única	vez	em	que	o	fez,	em	Tempos	
Modernos,	foi	de	uma	forma	diferente	do	habitual,	sem	linguagem	comunicativa	
tradicional.	Quando	aderiu	totalmente	ao	cinema	sonoro,	em	1940,	com	O	Grande	
Ditador,	Chaplin	abandonou	Carlitos,	passando	a	adotar	personagens	diferentes	
para	cada	obra	realizada	a	seguir	(FACINI,	2020).
34
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
FIGURA 33 – PERSONAGEM CARLITOS (CHARLES CHAPLIN)
FONTE: <https://bit.ly/3AcsjAi>. Acesso em: 19 set. 2021.
Chaplin	deixou	um	legado	de	grandes	filmes	para	a	história,	além	do	seu	
personagem	ser	um	dos	mais	copiados	até	hoje	na	comédia.	Seu	jeito	de	atuar,	
utilizando-se	da	pantomima	(representação	exclusivamente	através	de	gestos)	é	
reconhecido	e	imitado	por	comediantes	atuais.
Para	conhecer	um	pouco	mais	de	seu	trabalho:	
•	 Os	clássicos	vadios	(1921).
•	 Tempos	Modernos	(1936).
•	 O	Grande	Ditador	(1940).
•	 Luzes	da	Ribalta	(1952).
FIGURA 34 – O GRANDE DITADOR (CHARLES CHAPLIN, 1940)
FONTE: <https://cinemascope.com.br/especiais/o-grande-ditador/>. Acesso em: 19 set. 2021
TÓPICO 2 — DO ESTÁTICO AO MOVIMENTO
35
Outro	grande	nome	do	cinema	e	da	comédia	é	Buster	Keaton.	O	americano	
foi	um	ator,	comediante,	diretor,	produtor,	 roteirista	e,	ainda,	dublê.	O	humor	
de	Buster	Keaton	se	fazia	através	das	gags	(corridas,	quedas,	fugas).	Com	uma	
expressão	 corporal	 icônica,	 uma	 de	 suas	 inovações	 é	 o	 fato	 de	 que	 criar	 um	
personagem	 impassível,	mantendo	sempre	as	mesmas	 feições	diante	dos	 fatos	
ocorridos,	sendo	até	mesmo	apelidado	pela	imprensa	na	época	como	“o	homem	
que	nunca	ri”.	
FIGURA 35 – BUSTER KEATON ATUANDO COM FEIÇÃO IMPASSÍVEL, SUA MARCA REGISTRADA
FONTE: <https://glo.bo/3l7SrYT>. Acesso em: 19 set. 2021.
Keaton	estrelou	seu	primeiro	filme,	Com	culpa	no	cartório	(1917),	contra-
cenando	com	Fatty	Arbuckle.	Sua	persona	cinematográfica	já	estava	estabelecida,	
incluindo	um	chapéu	de	copa	baixa	característico.	Seu	primeiro	papel	principal	foi	
em	O	pesado	(1920).	Joseph	M.	Schenck	achou	o	astro	tão	promissor	que	lhe	deu	
uma	produtora	própria,	a	Buster	Keaton	Comedies	(KEMP,	2011).
FIGURA 36 – CENA DO FILME A GENERAL (1926)
FONTE: <https://bit.ly/3a38pNB>. Acesso em: 19 set. 2021.
36
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
Não	 só	 na	 atuação	 de	 comédia,	mas	 os	 efeitos	 especiais	 presentes	 nos	
filmes	de	Keaton	 são	notórios	 para	 a	 época	 e	deixaram	 sua	marca	na	história	
cinematográfica.	
Para	conhecer	melhor	a	obra	do	ator	e	diretor:
• O pesado	(1920).
• As três eras	(1923).
• The Playhouse	(1921).
• One Week	(1920).
Assista ao vídeo “Buster Keaton: O Mestre do Cinema Mudo”, do canal do 
YouTube Arthur Steagall Condé no link: https://www.youtube.com/watch?v=pQ2-Y2dpaHM, 
e saiba como funciona o processo de revelação de um filme analógico.
DICAS
3 O CINEMA AMERICANO
A	 Primeira	 Guerra	 Mundial	 trouxe	 consigo	 desestabilização	 social	 e	
econômica	para	a	Europa	e	ascendeu	os	Estados	Unidos	à	liderança	do	mercado	
internacional	 cinematográfico.	 Foi	 durante	 a	 Primeira	 Guerra	 que	 o	 formato	
longa-metragem	se	 estabilizou,	 e	 as	produções	 europeias	não	diminuíram	nos	
anos	de	guerra,	mas	o	crescimento	do	cinema	americano	foi	desproporcional.
Os	Estados	Unidos,	que	finalizaram	12	longas	em	1913	—	portanto,	antes	
do	 início	 da	 guerra	—,	 produziram	um	número	 70	 vezes	maior	 em	 1918	 (841	
longas),	o	último	ano	do	conflito.	A	média	norte-americana	de	longas	produzidos	
entre	1914	e	1918	foi	de	um	filme	e	meio	a	cada	dia,	sem	contabilizar	os	curtas	
(SABADIN,	2018).
Outros	pontos	foram	primordiais	para	essa	virada	americana	no	eixo	de	
produção	 cinematográfica:	 a	 decadência	 de	 importantes	 empresas	 de	 cinema	
francesas	 e	 o	 crescimento	 populacional	 e	 industrial	 americano,	 além	das	 altas	
taxas	de	imigração.
Não	por	acaso,	nessa	mesma	época,	solidificaram-se	os	grandes	magnatas	
do	cinema	norte-americano,	uma	casta	formada	por	poucos	homens	de	origem	
humilde	 desembarcados	 na	América	 no	 início	 do	 século	 XX,	 que	 tentaram	 a	
sorte	construindo	pequenas	“poeiras”	nas	inchadas	metrópoles	de	Nova	York	e	
Chicago.	Homens	que,	em	poucos	anos,	enriqueceram	construindo	impérios	do	
entretenimento	e	 forjando	um	nome	que	se	 tornaria	mítico	em	todo	o	planeta:	
Hollywood	(SABADIN,	2018).
https://www.youtube.com/watch?v=pQ2-Y2dpaHM
TÓPICO 2 — DO ESTÁTICO AO MOVIMENTO
37
3.1 HOLLYWOOD
FIGURA 37 – LETREIRO HOLLYWOOD
FONTE: <https://bit.ly/3iymRSy>. Acesso em: 19 set. 2021.
Inicialmente,	os	estúdios	de	cinema	americanos	ficavam	em	Nova	York	
e	na	costa	leste,	mas	na	segunda	metade	nos	anos	1910,	começou	a	se	expandir	
para	a	costa	oeste	americana.	 Isso	ocorreu	principalmente	pelo	 fator	climático.Não	raro,	as	filmagens	na	costa	leste	precisavam	ser	interrompidas	por	nevascas	
e	chuvas,	dificultando	cumprir	os	prazos	e	demandas.	
Pensando	 em	 uma	 maior	 produtividade	 da	 indústria,	 a	 Califórnia	 se	
mostrou	uma	opção	muito	atrativa	pelo	clima	mais	ameno	(calor	praticamente	o	
ano	todo),	diversidade	de	cenários	naturais	para	filmagens	como	desertos,	rios,	
montanhas,	vales,	 tudo	 isso	em	poucos	quilômetros	de	distância	um	do	outro,	
ampliando	e	muito	as	possibilidades	criativas	para	os	donos	dos	estúdios.
As	empresas	mantiveram	escritórios	em	Nova	York,	mas	transferiram	seus	
estúdios	para	Los	Angeles,	na	época	já	era	um	centro	urbano	bem	desenvolvido.	
O	local	escolhido	foi	o	sopé	das	montanhas	de	Santa	Mônica,	subúrbio	de	terrenos	
baratos	chamados	Hollywood.	Já	nos	anos	1920,	o	nome	Hollywood	se	confundia	
com	o	próprio	 conceito	de	 cinema	 e	 abrigava	 a	maior	 concentração	de	 atores,	
atrizes,	produtores	e	cineastas	no	mundo.
Na	tentativa	de	proporcionar	a	atividade	cinematográfica	a	ares	menos	
mundanos	e	mais	nobres,	em	1927,	produtores	da	área	fundaram,	em	Los	Angeles,	
a	Academy	of	Motion	Picture	Arts	and	Sciences	(Academia	de	Artes	e	Ciências	
Cinematográficas),	 nome	 pomposo	 que	 visava	 conter	 os	 ânimos	 moralistas	 e	
elevar	o	cinema	a	algum	suposto	nível	acadêmico,	artístico	e	científico.	A	mesma	
academia	passou	a	conferir,	a	partir	de	1929,	uma	premiação	anual	que	entrou	
para	a	história	com	o	nome	de	Oscar.	Era	necessário	conferir	alguma	dignidade	
ao	tão	combatido	cinema	(SABADIN,	2018).
38
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
Hollywood	virou	sinônimo	de	luxo,	glamour,	mas	também	de	desilusões	
de	muitas	 pessoas	 que	 se	 arriscavam	 em	 busca	 do	 sonho	 do	 estrelado	 ou	 de	
produzir	 o	 próprio	 filme.	Contudo,	 não	 podemos	 negar	 a	 importância	 para	 a	
indústria	cinematográfica	americana	e	mundial,	se	tornando	a	maior	referência	e	
produtora	de	filmes	no	mundo	todo.
FIGURA 38 – CLÁSSICA CENA DO FILME “E O VENTO LEVOU...”
FONTE: <https://bit.ly/3l86fmb>. Acesso em: 19 set. 2021.
3.1.1 Indústria cultural do cinema de Hollywood
O	 termo	 indústria	 cultural	 foi	 cunhado	 por	 Theodor	 Adorno	 e	 Max	
Horkheimer	(1947),	na	Dialética	do	Iluminismo.	Ambos,	formadores	da	Escola	de	
Frankfurt,	junto	a	Erich	Fromm	e	Herbert	Marcuse	(HOLANDA,	2013).
A	indústria	cultural	se	tornou,	ao	longo	dos	anos,	o	pilar	da	comunicação,	
estudos	de	cultura	e	mídia.	Resumindo,	é	a	cultura	feita	para	a	massa,	não	são	
sempre	 iguais,	 mas	 não	 são	 necessariamente	 inovadores.	 Para	 exemplificar	
melhor	o	que	é	uma	indústria	cultural,	podemos	pegar	como	referência	os	filmes	
de	comédia	romântica	produzidos	em	grande	escala	no	final	dos	anos	1990	e	início	
dos	anos	2000.	Atualmente,	filmes	de	comédia	romântica	já	não	têm	o	espaço	em	
salas	de	cinema	como	em	seus	tempos	áureos,	visto	que	com	o	desenvolvimento	
do	cinema	3D	e	efeitos	especiais,	filmes	de	ação	e	super-heróis	ganharam	muito	
mais	espaço.
	
O	fato	é	que	Hollywood	tem	uma	influência	enorme	e	consolidada	sobre	
a	indústria	cinematográfica	que	perdura	até	os	dias	de	hoje,	mais	de	cem	anos	
após	 sua	 fundação	 e	 anos	 de	 ouro.	 Embora	 a	 tecnologia	 consiga	 ampliar	 as	
possibilidades	de	como	produzimos	audiovisual,	ainda	terá	uma	influência,	seja	
no	roteiro,	no	modo	de	produção,	na	idealização	dos	efeitos	especiais	ou	apenas	
como	utilizando	de	referência	as	suas	grandes	obras.
TÓPICO 2 — DO ESTÁTICO AO MOVIMENTO
39
FIGURA 39 – CENA DE PSICOSE (HITCHCOCK, 1961)
FONTE: <https://glo.bo/3l64WUT>. Acesso em: 19 set. 2021.
Acadêmico, na Unidade 3 do livro didático, aprofundaremos as metalinguagens 
no audiovisual da era digital e voltaremos a falar sobre a referência da forma hollywoodiana 
de fazer filmes.
ESTUDOS FU
TUROS
40
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 Os	 experimentos	 para	 captar	 movimentos	 da	 natureza	 e	 cotidiano,	 assim	
como	 aconteceu	 com	 a	 fotografia,	 perdurou	por	muitos	 séculos.	 Passamos	
por	experimentos	de	performances	teatrais	utilizando	sombras	e	velas.
•	 Bem	 antes	 de	 dispositivos	 para	 captação	 e	 projeção	 de	 imagens,	 alguns	
cientistas	 inventaram	 aparatos	 que	 simulavam	 desenhos	 em	movimentos,	
utilizando	discos	ou	cilindros	e	rotação	para	dar	a	ilusão	de	uma	animação.
•	 Conheceu	 um	 pouco	 da	 linha	 do	 tempo	 até	 a	 origem	 do	 cinema	 como	
conhecemos	 hoje,	 e	 da	 contribuição	 dos	 franceses,	 os	 Irmãos	 Lumière	 que	
aprimoraram	o	Kinetoscope,	deixando	mais	 leve	e	mais	 fácil	de	manusear,	
podendo	além	de	captar	as	imagens	em	movimento,	reproduzir	coletivamente.
•	 Georges	Méliès,	francês	que	foi	pioneiro	na	forma	de	fazer	cinema,	utilizou	
luz	artificial	e	“efeitos	especiais”,	produzindo	mais	de	500	filmes	ao	longo	de	
sua	carreira,	com	destaque	para	o	épico	Le Voyage dans la Lune,	de	1902.
•	 Também	foi	abordada	quais	as	circunstâncias	que	levaram	os	Estados	Unidos	
a	se	consolidar	no	cinema	mundial.	Falamos	sobre	a	origem	de	Hollywood,	
bairro	 no	 subúrbio	 da	Califórnia,	 onde	 os	 donos	 de	 estúdios	 encontraram	
o	 clima	perfeito	 e	diversidade	na	paisagem	natural,	 ampliando	e	muito	os	
cenários	para	as	filmagens.
•	 O	que	é	a	indústria	cultural	e	porque	Hollywood	e	sua	forma	de	fazer	cinema	
influencia	o	audiovisual	até	os	dias	de	hoje.
41
1	Os	 Irmãos	 Lumière	 são	 considerados	 os	 patronos	 do	 cinema,	mas	 como	
aprendemos	na	unidade,	essa	informação	não	é	exatamente	correta	porque:
a)	(			)	 Eles	apenas	aprimoraram	o	Kinetoscope	de	Thomas	Edison,	chegando	em	
um	aparato	mais	leve,	fácil	de	manusear	e	que	projetava	para	o	coletivo.
b)	(			)	 Porque	antes	dos	Irmãos	Lumière,	os	alemães	Max	e	Emil	Skladanowsky	
já	haviam	criado	um	dispositivo	mais	completo.
c)	(			)	 Thomas	Edison	é	o	pai	do	cinema	porque	inventou	o	Kinetoscope.
d)	(			)	 George	Eastman	aperfeiçoou	a	câmera	fotográfica	até	chegar	em	um	
aparato	que	filmasse	movimentos.
2	 Georges	Mèliés	é	um	dos	pioneiros	no	cinema	e	inovou	em	seus	filmes:
I-	 Trouxe	técnicas	circenses	e	do	ilusionismo	para	seus	filmes,	aprimorando	
as	filmagens	e	criando	os	primeiros	efeitos	especiais	no	cinema.		
II-	 Seu	filme	mais	conhecido	é	Viagem à Lua	e	mistura	livros	do	Júlio	Verne	e	
H.	G.	Wells	em	sua	narrativa.
III-	 Tem	mais	de	500	filmes	em	seu	currículo,	tendo	inovado	apostando	em	
luz	artificial	para	as	gravações.
	
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 As	sentenças	I	e	II	estão	corretas.
b)	(			)	 Somente	a	sentença	II	está	correta.
c)	(			)	 Todas	as	sentenças	estão	corretas.
d)	(			)	 Somente	a	sentença	III	está	correta.
3	 Por	que	Hollywood	e	o	cinema	americano	se	 tornou	o	mais	 influente	do	
mundo:
(			)	Após	a	Primeira	Guerra	Mundial,	Estados	Unidos	cresceu	econômica	e	
demograficamente,	investindo	em	produções	de	longas-metragens.	
(			)	O	mercado	cinematográfico	europeu	estava	defasado	após	a	guerra	e,	por	
consenso,	decidiram	apostar	em	cinema	como	arte,	não	como	indústria.
(			)	Os	 estúdios	 apostaram	 na	 costa	 oeste	 americana	 pelo	 clima	 ameno	 e	
cenários	diversos,	possibilitando,	assim,	mais	filmes	e	menos	gastos	com	
produções.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	 V	–	F	–	F.
b)	(			)	 V	–	F	–	V.
c)	(			)	 F	–	V	–	F.
d)	(			)	 F	–	F	–	V.
AUTOATIVIDADE
42
4	 O	que	é	Indústria	Cultural	para	você?
5	 Por	que	Hollywood	influencia	o	audiovisual	até	hoje?
43
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
DO ANALÓGICO AO DIGITAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico,	chegamos	ao	último	 tópico	desta	unidade.	Agora	que	você	
aprendeu	a	origem	da	fotografia,	um	pouco	da	história	do	cinema,	chegou	a	hora	
de	falarmos	sobre	a	transformação	do	analógico	para	o	digital.	
Primeiro,	 precisamos	 falar	 sobre	 a	 popularização	 da	 fotografia,	
principalmente	 como	 registro	 familiar,	 como	 artefato	 da	 memória.	 Câmeras	
pequenas,	 com	filmes	 com	 limitação	 de	 poses,	 onde	 primeiro	 tirava-se	 a	 foto,	
depois	fazia	torcida	para	que	ela	saísse	bonita	na	hora	da	revelação.
Ainda	 noanalógico,	 mas	 revolucionário,	 temos	 a	 criação	 dos	 vídeos.	
Filmadoras	portáteis	que	modificaram	a	forma	de	se	fazer	audiovisual,	seja	no	
cinema	ou	na	televisão.	A	partir	de	então,	cria-se	a	intertextualidade,	em	que	uma	
mídia	sempre	está	flertando	com	a	outra,	ponto	que	se	aprofunda	ainda	mais	na	
era	digital.
2 A FOTOGRAFIA COMO MEMÓRIA
É	um	fato	praticamente	unânime	que	a	fotografia	é	uma	fonte	histórica.	
Com	 ela,	 temos	 registros	 através	 do	 tempo,	 desde	 figuras	 importantes	 que	
marcaram	épocas,	como	acontecimentos	que	marcaram	histórias.	
Indo	mais	 além,	 a	 fotografia	 é	 uma	 fonte	 histórica	 afetiva,	 registrando	
reuniões	 familiares,	 nascimentos	 de	 bebês,	 evoluções	 das	 crianças,	 e	 servindo	
como	lembrança	quando	um	ente	se	vai.	Não	importa	a	finalidade,	a	fotografia	
foi	feita	para	registrar/documentar.	
Desde	então,	o	mercado	fotográfico	tem	experimentado	uma	crescente	evo-
lução	tecnológica,	como	o	estabelecimento	do	filme	colorido	como	padrão	e	o	foco	
automático.	 Essas	 inovações	 indubitavelmente	 facilitam	 a	 captação	 da	 imagem,	
melhoram	a	qualidade	de	reprodução	ou	a	rapidez	do	processamento,	mas	muito	
pouco	foi	alterado	nos	princípios	básicos	da	fotografia	(FALCÃO,	2019).
44
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
FIGURA 40 – REGISTRO INSTANTÂNEO FAMILIAR (UTILIZADA KODAK INSTAMATIC)
FONTE: Mauad (1996, p. 5)
2.1 DEMOCRATIZAÇÃO DA FOTOGRAFIA 
A	 fotografia	 é	 um	 dos	 meios	 de	 comunicação	 visual	 que	 alcança	 boa	
parcela	 da	 sociedade	 e	 que	 possui	 uma	 grande	 credibilidade	 junto	 à	mesma,	
devido	ao	seu	contexto	histórico	social.	Em	decorrência	do	forte	desenvolvimento	
tecnológico	alcançado	pelas	indústrias,	a	máquina	fotográfica	tornou-se	um	bem	
de	consumo	de	relativa	acessibilidade	à	população.	Com	custos	reduzidos	e	com	
uma	forma	cada	vez	mais	compacta,	a	câmera	fotográfica	é	um	objeto	presente	
no	cotidiano	da	sociedade,	tendo	deixado,	há	tempos,	de	ser	item	exclusivo	de	
profissionais	da	área	(KAWAKAMI,	2012).
FIGURA 41 – OLYMPUS TRIP 31
FONTE: <https://bit.ly/2YeI2lk>. Acesso em: 19 set. 2021.
TÓPICO 3 — DO ANALÓGICO AO DIGITAL
45
Fotografia	é	uma	manifestação	imagética,	possui	uma	construção	da	men-
sagem	do	fotógrafo	e	que	pode	ser	lida	por	quem	vê.	
Com	o	aperfeiçoamento	de	todo	o	aparato	técnico,	surgimento	de	câmeras	
profissionais,	as	linguagens	fotográficas,	abordadas	no	Tópico	1,	foram	se	apri-
morando	cada	vez	mais.	Mas	a	partir	do	momento	em	que	há	uma	democratiza-
ção	e	popularização,	perde-se	um	pouco	do	valor	artístico.
FIGURA 42 – FOTOGRAFIA COMO ARTE DEMOCRATIZADA (LEON SEIBERT)
FONTE: <https://unsplash.com/photos/kgYWXMSkSaw>. Acesso em: 19 set. 2021.
É	algo	comum	na	produção	contemporânea	de	imagens,	a	grande	geração	de	
figuras	que	acabam	perdendo	o	valor.	Ainda	assim,	esse	tipo	de	produção	se	tornou	
muito	necessária	na	sociedade	imagética	de	hoje,	que	apesar	de	não	dar	o	devido	
valor	à	imagem,	sente	a	necessidade	visual	de	tê-la	em	seus	textos,	em	suas	vidas,	
até	mesmo	para	ilustrar	seu	cotidiano	nas	redes	(BARAÚNA;	VIANA;	HIRTE,	2013).
Assista ao vídeo “FOTOGRAFIA – Laboratório Analógico” do canal do YouTube 
Débora Rocha no link: https://www.youtube.com/watch?v=pt_oNSrTivw, e saiba como 
funciona o processo de revelação de um filme analógico.
DICAS
2.1.1 Fotografia Digital
Hoje,	 todos	 têm	 acesso	 à	 câmera,	 seja	 modelo	 digital	 ou	 no	 celular.	
A	 maioria	 dos	 celulares	 modernos,	 inclusive,	 possuem	 mais	 de	 uma	 câmera	
acoplada,	elevando	assim	a	qualidade	da	imagem.	Mas	devemos	lembrar	de	que	
a	transição	do	analógico	para	o	digital	não	foi	tão	simples	e	rápido.
https://www.youtube.com/watch?v=pt_oNSrTivw
46
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
A	primeira	 câmera	digital,	 ou	pelo	menos	um	protótipo,	 foi	 criado	em	
1975	pelo	engenheiro	da	Kodak,	chamado	Steve	Sasson.	Foi	criada	utilizando	um	
sensor	Sairchild	CCD	e	uma	objetiva	de	câmeras	de	filmar	da	Kodak.
FIGURA 43 – PRIMEIRO PROTÓTIPO DE UMA CÂMERA DIGITAL (STEVE SASSON)
FONTE: Falcão (2019, p. 10)
As	 câmeras	 analógicas	 originaram	 as	 digitais,	 mas	 ambas	 cumprem	 a	
mesma	função,	visto	que	registram	cenas	utilizando	a	energia	da	luz	para	provocar	
uma	mudança	em	um	material	sensível,	seja	um	fotossensor	ou	um	filme,	sendo	
amplificada	por	meio	eletrônico	ou	químico.	A	técnica	desses	meios	é	a	mesma,	
quando	se	trata	de	abertura	de	diafragma,	velocidade	e	ISO	(BARAÚNA;	VIANA;	
HIRTE,	2013).
As	 maiores	 diferenças	 entre	 câmeras	 analógicas	 e	 digitais	 estão	 na	
possibilidade	 de	 armazenamento	 das	 imagens	 e	 revelação.	 Enquanto	 câmeras	
analógicas	 precisam	 dos	 rolos	 dos	 filmes,	 inventados	 por	 George	 Eastman,	
geralmente	com	um	número	limitado	de	imagens,	e	passavam	por	um	processo	
de	 revelação	 em	 papel,	 com	 toda	 uma	 técnica	 de	 câmera	 escura,	 negativo	 e	
positivo,	 as	 digitais	 ampliam	 possibilidades.	 O	 armazenamento	 em	 cartão	 de	
memória	permite	um	número	relevante	maior	de	imagens,	enquanto	o	processo	
de	revelação	é	opcional,	já	que	podemos	visualizar	as	imagens	direto	no	visor	na	
câmera,	no	computador,	ou	outros	dispositivos	eletrônicos.	
TÓPICO 3 — DO ANALÓGICO AO DIGITAL
47
FIGURA 44 – PRIMEIRA CÂMERA A UTILIZAR CARTÃO DE MEMÓRIA
FONTE: Falcão (2019, p. 11)
Acadêmico, na Unidade 2 do livro didático, vamos estudar as mudanças que 
a fotografia trouxe em termos de intertextualidade entre as mídias e quais impactos para a 
profissão fotógrafo.
ESTUDOS FU
TUROS
Acadêmico,	 como	abordado	no	Tópico	2,	 aprendemos	um	pouco	sobre	
a	história	do	cinema	e	como	a	câmera	de	captação	de	movimento,	considerada	
como	 magia	 em	 um	 primeiro	 momento,	 causou	 impacto	 tão	 grande	 para	 o	
entretenimento,	que	surgiu	uma	 indústria	cinematográfica,	com	destaque	para	
Hollywood,	ditando	tendências,	influenciando	a	cultura.
O	 cinema,	 até	 então,	 estava	 na	mão	 de	 grandes	 empresários,	 donos	 de	
estúdios,	com	dinheiro	para	contratar	diretores,	roteiristas,	produtores	e	um	elenco,	
filmando	uma	obra	audiovisual	que	seria	veiculada	apenas	em	salas	de	cinema.
No	 entanto,	 o	 surgimento	 do	 vídeo,	 ou	 melhor,	 câmeras	 de	 vídeos	
portáteis,	 de	 fácil	 aquisição,	 tirava	 o	 poder	 de	 fazer	 cinema	 das	 mãos	 dos	
magnatas.	Com	esse	novo	aparato,	era	possível	registrar	desde	filmes	caseiros	de	
festas	de	aniversário	a	documentários	feitos	por	entusiastas	da	arte	do	cinema,	
mas	que	não	estava	inserido	na	indústria.
Possibilitou,	ainda,	que	a	exibição	dos	filmes	e	vídeos	não	ficasse	mais	
limitada	à	sala	de	cinema,	mas	à	sala	de	casa,	pois	outro	eletrônico	que	adentrou	
o	mercado	foi	o	videocassete.
3 O VÍDEO E A REVOLUÇÃO NO AUDIOVISUAL
48
UNIDADE 1 — A ORIGEM DA FOTOGRAFIA E DO AUDIOVISUAL
FIGURA 45 – PROPAGANDA AMERICANA DE BETAMAX, UM DOS PRIMEIROS MODELOS DE 
VIDEOCASSETE
FONTE: <https://bit.ly/3Bc0LMH>. Acesso em: 19 set. 2021.
3.1 CÂMERAS E VIDEOTAPE
Acadêmico,	 é	 importante	 dizer	 que	 pulamos	 um	 dos	 maiores	 marcos	
para	 o	 audiovisual:	 a	 televisão,	mas	 adentraremos	 com	mais	 aprofundamento	
na	 Unidade	 2	 sobre	 “transmídia”	 e	 a	 televisão	 será	 indispensável	 para	 que	
consigamos	compreender	os	próximos	capítulos.
Esclarecido	este	ponto,	falaremos	sobre	as	câmeras	portáteis	e	o	videotape,	
ou	videocassete,	que	democratizaram	e	viabilizaram	uma	nova	forma	de	fazer	
cinema	e	audiovisual,	dando	o	pontapé	inicial	para	criação	de	novos	formatos,	
novos	movimentos.
	
Na	televisão,	que	era	feita	toda	ao	vivo,	passou	a	ter	uma	maior	flexibilidade	
com	as	câmeras	portáteis	para	gravação	de	matérias	com	antecedência,	produção	
e	edição.	Enquanto	o	videotape	era	o	aliado	para	que	essas	matérias	fossem	ao	ar.
	
Na	vida	das	pessoas,	o	papel	da	câmera	e	do	videocassete	era	diferente.	
Era	possível	agora	registrar	os	primeiros	passos	do	filho,	as	festas	de	aniversário	e	
outros	acontecimentos	familiares.	Enquanto	o	videocassete	possibilitava,	além	da	
exibição	das	filmagens	caseiras,	alugar

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