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CASO 7 Identificação: P.L.C., 52 anos, homem, pardo, casado, lavrador, natural e procedente de Gurupi (GO). Queixa principal: "Caroço" no pescoço. História da doença atual: Relata que, nos últimos quatro meses, tem sentido dificuldade para ingerir alimentos sólidos, principalmente carne-seca, pão e farinha, porque "a língua não ajuda". lnforma que houve aumento da salivação e emagrecimento discreto desde esta época. lnforma também que, há dois meses, quando estava fazendo a barba, notou o aparecimento de nódulo cervical direito, indolor, que vem apresentando crescimento lento. Há mais ou menos trinta dias sente "pontadas" no ouvido direito que melhoram com analgésico comum. Nega sangramento bucal. Refere odontalgias raras. Fez extração de dentes da arcada superior há mais ou menos quarenta e cinco dias. Interrogatório sistemático: Sem queixas relacionadas a outros aparelhos e sistemas. Antecedentes pessoais: Não sabe informar sobre as viroses comuns da infância. Aos 25 anos, teve siífilis que foi tratada por farmacêutico. Certa vez, eliminou "lombriga de porco", quando criança. Nunca fez tratamento para vermes. Nega qualquer tratamento cirúrgico. Antecedentes familiares: Pai "morreu de repente" quando tinha 40 anos. Mãe viva com problemas de "bexiga solta". Tem seis irmãos vivos e com saúde. Hábitos de vida: Tabagista desde os 15 anos, fumando cigarro de papel. Etilista, bebe desde os 20 anos, atualmente cerca de meia garrafa de aguardente por dia. Já morou em casa infestada por barbeiros Exame macroscópico: Duas amostras tissulares firmes e eláticas, em cunha de 0,4 cm, de coloração róseo-acinzentada. Exame microscópico: Mucosa escamosa infiltrada por massas irregulares de células epiteliais neoplásicas e atípicas, com limites citoplasmáticos marcados, desmossomas visíveis, citoplasma eosinófilo forte e núcleo central volumoso e denso. Há formação de pérolas córneas no centro das massas. A neoplasia infiltra o plano muscular esquelético. R: O caso clínico é maligno, pois tem mucosa escamosa infiltrada por massa irregulares de células epiteliais neoplasicas e atípicas ,há formação de pérolas córneas no centro das massas . CASO 8 Identificação: M.A.G., 2 anos, masculino, branco, procedente de Campinas (SP) Queixa principal: Mancha branca no olho direito. História da doença atual: A mãe refere que há seis meses notou desvio do olho direito da criança, sempre que esta fixava o olhar. Procurou um pediatra, que orientou para observar o desvio por mais algum tempo. Há cinco meses, procurou um oftalmologista, pela mesma queixa, o qual prescreveu o uso de óculos para estrabismo. Há um mês, notou que o olho da criança apresentava reflexo esbranquiçado na menina dos olhos ao bater da luz, como se fosse olho-de-gato. Com esta queixa, retornou ao oftalmologista, que a encaminhou a este serviço especializado. Para avaliar a extensão do tumor e as estruturas oculares acometidas, foi realizada ultra-sonografia ocular que evidenciou tumor único, volumoso, que comprometia toda a retina, invadia a bainha do nervo óptico e avançava para a cavidade vítrea. Faz-se, entretanto, necessária a enucleação, que consiste na ressecção completa do globo ocular Abaixo está o resultado da biópsia do olho que foi removido cirurgicamente: E x a m e m a c r o Globo ocular completo, ressecado em conjunto com u m segmento do nervo óptico em extensão de 1,5 cm. Aberto, demonstra massa esbranquiçada que substitui a retina, ocupa toda a cavidade vítrea e, posteriormente, prolonga-se no nervo óptico. s c ó p i c o : A massa descrita é neoplásica maligna, estruturada por células pequenas, citoplasma reduzido e núcleo de cromatina densa, sem detalhe de distribuição. Há formações celulares em estruturas que configuram rosetas e há grandes áreas de necrose. O nervo óptico está infiltrado pela neoplasia, mas a sua margem cirúrgica distal está livre de comprometimento R: Maligna, estruturada por células pequenas, citoplasma reduzido e núcleo de cromatina densa, sem detalhe de distribuição, Há formações celulares em estruturas que configuram rosetas e há grandes áreas de necrose. CASO 09 Identificação: F.N.S., 52 anos, homem, branco, casado, comerciário, procedente de Quixadá (CE). Queixa principal: Má digestão e dor no estômago. História da doença atual: O paciente relata ter sido "sadio e forte" até há oito meses, quando passou a apresentar dispepsia e a fazer uso de antiácidos. Há aproximadamente cinco meses, começou a sentir sensação de plenitude gástrica, mesmo após refeições ligeiras, e discreta dor epigástrica, sem irradiação, que melhorava com a alimentação e que, progressivamente, se tornou contínua, porém suportável. Passou a apresentar anorexia, percebendo perda de peso de 5,5 kg desde o início dos sintomas. Há quatro meses, procurou um posto de saúde, quando, sem que o tivessem examinado, lhe foram pescritos vermífugo e vitaminas. Sem obter melhora e apresentando astenia intensa, que o impedia de trabalhar, com perda de peso de mais 4,5 kg, procurou outro médico, que, após examiná-lo, o internou. Permaneceu sete dias internado, recebendo soro com vitaminas (sic). Por ocasião da alta, foi informado sobre a necessidade de submeter-se à radiografia do estômago em outro serviço, visto que o aparelho do hospital estava com defeito. Interrogatório sistemático: Refere constipação intestinal e fezes muito duras; anorexia intensa; vomitou duas vezes quando forçou a alimentação. Nega hematêmese, melena e eructações. Antecedentes familiares: Pai e tia paterna falecidos de câncer de estômago. Mãe viva e saudável. Oito filhos vivos, saudáveis. Hábitos de vida: Tabagista de vinte cigarros/dia desde os 16 anos. Diariamente, tomava um aperitivo (cachaça). Condições de alimentação e moradia regulares N.S. foi informado sobre a provável natureza maligna da sua doença e de suas possibilidades terapêuticas e de que, caso confirmada a malignidade, a cirurgia visaria a uma melhor qualidade de vida e não à cura. O pacientefoi compensado clinicamente no pré-operatório e levado à cirurgia. Na laparotomia, foi encontrado um tumor comprometendo todo o estômago e linfonodos da pequena e grande curvaturas. Após a confirmação da malignidade, através de biópsia por congelação, foi realizada gastrectomia total O paciente evoluiu satisfatoriamente, recebendo alta hospitalar no 10º dia pós-operatório. Retornou ao ambulatório, após seis meses, com quadro de carcinomatose peritoneal, contando que passara regularmente até dois meses atrás, quando voltou a apresentar anorexia, emagrecimento, vômitos incontroláveis e aumento do volume abdominal. O paciente foi novamente internado, vindo a falecer decorridos quinze dias. R: carcinomatose peritoneal maligno, apresentou anorexia, emagrecimento, vômitos incontroláveis e aumento do volume abdominal. CASO 10 Identificação: I.C.M.F., 5 anos, menino, branco, natural de Leme (SP), residente na mesma cidade. Queixa principal: Vômitos há quatro meses. História da doença atual: A mãe da criança narra que há quatro meses o menino começou a apresentar vômitos, não antecedidos por náuseas e sem relação com a alimentação. Os vômitos eram quase diários, mais freqüentes pela manhã, em jato, e acompanhados de palidez e sudorese fria. A criança foi atendida por vários médicos, que fizeram diagnósticos de problemas do estômago (sic). Foi realizada radiografia contrastada do esôfago, estômago e duodeno, cujo laudo foi de "úlcera duodenal". Instituído tratamento com cimetidina, não se verificando melhora. Há dois meses foi, então, realizada endoscopia digestiva alta, que não evidenciou úlceras. Nessa ocasião, foi observado nistagmo constante e marcha cambaleante, com quedas freqüentes. A mãe atribuía esse andar à fraqueza, já que os vômitos eram agora diários. Há um mês surgiram episódios de cefaléia frontal. I.C.M.F. foi submetido à tomografia computadorizada do cérebro que mostrou lesão expansiva, captante de contraste, com calcificações puntiformes no seu interior. Notou-se que o tumor invadia o tronco cerebral à direita. Estava muito aderente ao tronco, impedindo a dissecção completa. Foi, então, feita ressecção de cerca de 70% da massa tumoral, em sua porção anterior. O prognóstico desta criança é sombrio, pela presença de tumor irressecável O tratamento, nestes casos, alicerça-se na radioterapia crânioespinhal e na quimioterapia pré- e pós-radioterapia. I.C.M.F. já se submeteu à radioterapia programada e encontra-se sob quimioterapia. R: carcinoma de próstata maligno pois com tem metástases ósseas disseminadas, provocando compressão de raiz nervosa do segmento lombossacro. R: tumor maligno comprometendo todo o estômago e linfonodo e com lesão expansiva, captante de contraste, com calcificações puntiformes. CASO 11 Identificação: V. P. S., 74 anos, homem, branco, viúvo, pescador, natural de Olinda (PE), onde reside. Queixa principal: "Dificuldade de urinar e dores nos ossos". História da doença atual: O paciente relata que a sua doença começou há dois anos, quando passou a apresentar nictúria de três a quatro episódios por noite. Nessa ocasião, procurou assistência médica, sendo diagnosticada "hipertrofia prostática" e indicado tratamento cirúrgico, que o paciente recusou. Em função da recusa, foi instituído "tratamento clínico", durante cinco meses, sem que se verificasse melhora no quadro. A doença evoluiu com dificuldade progressiva para urinar, e, nos últimos quatro meses, o paciente apresentou três episódios de retenção urinária, sendo submetido a cateterismo vesical, nessas ocasiões, em serviços de emergência. Há dois meses, vem sentindo dores contínuas em todo o corpo, principalmente na região dorso-lombar, no ombro direito e na coxa esquerda, que melhoram um pouco com o uso de analgésicos comuns e pioram durante a noite. Interrogatório sistemático: Um episódio de hematúria por ocasião de cateterismo vesical. Inapetência. Trânsito intestinal normal. Manteve atividade sexual até o início das dores. Perda de 10 Kg nos últimos seis meses. Hábitos de vida: Etilista moderado. Nega tabagismo. Condições precárias de moradia. Alimentação à base de frutos do mar e de farinha. Assim, o diagnóstico mais provável para V.P.S. é de carcinoma de próstata com metástases ósseas disseminadas, provocando compressão de raiz nervosa do segmento lombossacro, a partir de L3. Atualmente V.P.S. está fora de possibilidades terapêuticas e encontra-se em sua residência, restrito ao leito, com sonda vesical de demora, e necessitando de analgesia e de cuidados constantes, em virtude da progressão da sua doença, também irresponsiva ao antiandrogênio utilizado CASO 12 Identificação: R.F.M., 3 anos e 9 meses, menina, branca, natural de Limeira (SP), residente em Campinas (SP) Queixa principal: Dores em todo o corpo há dois meses e palidez progressiva há um mês. História da doença atual: A mãe de R.F.M. conta que, há três meses, a criança acidentou-se, sofrendo fratura traumática da tíbia esquerda. Engessou a perna, havendo consolidação da fratura em trinta dias. Há dois meses, a criança queixa-se de dores ósseas difusas que não melhoram com o uso de analgésicos comuns. Paralelamente, a criança apresenta, desde do início das dores, febre baixa intermitente, cefaléia, vômitos freqüentes, anorexia, perda de quatro quilos e irritação, com prejuízo do sono. A mãe consultou uma pediatra, que, a partir do resultado do hemograma, diagnosticou "anemia discreta", prescrevendo sulfato ferroso. Visto que não houve melhora, R.F.M. foi encaminhada a um ortopedista, que repetiu a radiografia da perna esquerda, observando consolidação completa da fratura. Levantou-se a hipótese de se tratar de um distúrbio emocional, sendo a criança encaminhada a um psicólogo, com quem permanece sob tratamento. De um mês para cá, a mãe notou palidez que vem se acentuando. Há vinte dias, a criança recebeu injeção para gripe, por via intramuscular, sem que ocorresse formação posterior de hematoma. A hipótese diagnóstica mais provável, no caso de R.F.M.,é de leucemia aguda, baseando-se na presença de dores ósseas, anemia intensa, linfadenomegalia generalizada, hepatoesplenomegalia, febre baixa intermitente e comprometimento do estado geral. Vale ressaltar que a ocorrência de dois destes achados já alerta para o diagnóstico de leucemia, devendo o médico solicitar exame do sangue periférico e, caso este não elucide o diagnóstico, solicitar um mielograma. R:Diagnóstico de leucemia aguda, presença de dores ósseas, anemia intensa, linfadenomegalia generalizada, hepatoesplenomegalia, febre baixa intermitente e comprometimento do estado geral.
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