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Estudos de personalidade
 Referências: DALGALARRONDO. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Cap. 25
 Uma definição curta de personalidade afirma ser ela
“o modo característico como uma pessoa sente, pensa,
reage, se comporta e se relaciona com as outras
pessoas”. Bastos (1997b) apresenta outra definição
elucidativa: personalidade “é o conjunto integrado de
traços psíquicos, consistindo no total das
características individuais, em sua relação com o meio,
conjugando tendências inatas e experiências adquiridas
no curso de sua existência”.
 Para o psicopatólogo e filósofo Karl Jaspers, o
conhecimento exaustivo de uma personalidade humana
na sua totalidade é uma tarefa fadada ao fracasso;
sempre há e haverá dimensões e elementos que não
poderão ser alcançados, que se nos irão escapar.
 Segundo uma longa tradição da psicologia e da
psicopatologia, busca se construir uma tipologia humana
que integra várias dimensões e aspectos.
 Sobre a Constituição corporal, psicopatólogos
propuseram que haveria um conjunto de propriedades 
 bioquímicas, hormonais, entre outras, transmitidas ao
indivíduo principalmente pelos mecanismos genéticos e
que se correlacionaram com a personalidade. A
constituição corporal seria responsável, em boa parte,
pelo aspecto corporal do indivíduo, sua aparência física,
o perfil de seus gestos, sua voz, o estilo de seus
movimentos.
 Por sua vez, o temperamento diz respeito conjunto de
particularidades psicofisiológicas e de padrões de
reação psicológica inatos, de base neurobiológica, que
diferenciam um indivíduo de outro. O temperamento
seria, portanto, determinado por fatores genéticos ou
constitucionais precoces, que formariam a base
genético-neuronal da personalidade. A apreensão do
temperamento de uma pessoa, em estado puro, é
extremamente difícil, pois o temperamento inato se
integra ao caráter para formar a personalidade total. 
 Já o caráter seria o conjunto de elementos da
personalidade de base psicossocial e sociocultural. Ele
representaria os aspectos da experiência psicológica do
indivíduo que desde cedo incidem sobre seu
temperamento. 
 Em certos casos, o caráter se desenvolveria no sentido
oposto ao do temperamento, por sobrecompensação
psíquica; muitas vezes, um indivíduo com caráter
exibicionista e teatral esconde um temperamento tímido
e fóbico, ou um caráter agressivo e audaz encobre um
temperamento medroso e angustiado. 
Padrões de Jung
 A tipologia de Carl Gustav Jung é uma concepção
extremamente original sobre a estrutura e o
funcionamento do psiquismo e da personalidade
humana. As duas atitudes básicas – a extroversão e a
introversão – indicam o movimento e a direção
fundamental da energia psíquica (libido em Jung) na vida
de cada pessoa. 
 Na extroversão, a libido flui sem embaraço ou
dificuldade em direção aos objetos externos. Os
extrovertidos são pessoas que partem rápida e
diretamente em direção ao mundo externo, têm suas
referências e buscam suas satisfações no ambiente
externo. 
 A introversão, por sua vez, indica que a libido recua
perante os objetos do mundo externo, voltando-se para
seu interior; o mundo externo é ameaçador ou sem
importância, as satisfações e referências provêm do
próprio mundo interno.
 Outros elementos do psiquismo humano (pensamento,
sentimento, percepção, intuição) entram na composição
do tipo de personalidade que resultará ao final. 
Padrões de Freud
 Para Freud, a personalidade se desenvolve marcada
pelo modo como a criança é gratificada em termos de
sua libido (compreendida como energia “vital-sexual”).
Assim, as fixações infantis da libido em modos pré-
genitais e a tendência à regressão (a esses pontos de
fixação pré-genitais) acabam por determinar tanto os
diversos tipos de neuroses como o perfil de
personalidade do adulto. 
 Para Freud, a personalidade se desenvolve marcada
pelo modo como a criança é gratificada em termos de
sua libido (compreendida como energia “vital-sexual”).
Assim, as fixações infantis da libido em modos pré-
genitais e a tendência à regressão (a esses pontos de
fixação pré-genitais) acabam por determinar tanto os
diversos tipos de neuroses como o perfil de
personalidade do adulto. 
 Particularmente importante na concepção freudiana é
a trama estrutural inconsciente de amor, ódio e temor
de represália em relação aos pais, o complexo de Édipo.
Assim, a personalidade do adulto forma-se pela
introjeção (sobretudo inconsciente) de aspectos dos
relacionamentos que se estabelecem no interior das
relações familiares, sobretudo da criança pequena com
seus pais e destes com ela. 
 Além disso, a personalidade é marcada pelo modo
como se estrutura o desejo inconsciente e pelas formas
como o ego lida com seus conflitos e frustrações,
sobretudo libidinais, por meio dos variados mecanismos
de defesa.
 Para ele, chama atenção no tipo de caráter anal (que
tais pessoas seriam particularmente organizadas,
econômicas, com inclinações para a ira e a vingança,
tendo uma forma unilateral de enfrentar os problemas.
O caráter anal pode ter seu prazer concentrado tanto
no reter seus afetos, atos e pensamentos como no
expelir, expulsar abruptamente esses elementos
psíquicos. Os traços de caráter obsessivo e compulsivo,
o desejo de controlar a si mesmo e aos outros, assim
como as tendências a fantasias de onipotência e
pensamento mágico. 
 O indivíduo fixado em um modo oral de organização da
libido tende à avidez no tomar e no receber; não suporta
a privação e tem dificuldades com a rejeição. Tende a
ser passivo e exigentemente ávido por receber em
relação às pessoas mais próximas. O exagero do tipo
oral é descrito tradicionalmente como dependente, sem
iniciativa, passivo e acomodado.
 O caráter fálico pode tender ao narcisismo de suas
qualidades, ao exibicionismo físico e mental, aos
atributos e poderes ou à inibição amedrontada em
desejar qualquer coisa que lhe seja de valor. Além de
exibicionista, o tipo fálico pode ser descrito como
agressivo, intrometido, julgando-se merecedor de
penetrar em qualquer espaço que considere como seu de
direito.
Tipo erótico - emprega toda sua libido na vida
amorosa, desejando intensamente amar e,
sobretudo, ser amado. É governado pela angústia de
possível perda do amor dos outros, sendo, por isso,
particularmente dependente dos demais. 
Tipo compulsivo - é dominado por seu superego; é
governado pela consciência moral, trocando a
dependência dos outros pela dependência interna
de normas de conduta. Ele se considera o genuíno
portador dos valores de sua sociedade, sendo
geralmente uma pessoa conservadora. 
Tipo narcisista - se define negativamente por não
apresentar qualquer tensão entre o ego e o
superego, não atribuindo também importância às
necessidades eróticas. Na vida amorosa, prefere
apenas ser amado do que amar. Tende a se impor
como personalidade forte diante dos outros, para
liderar, desprezando os valores estabelecidos. 
 No fim de sua vida, Freud escreveu um trabalho no qual
propôs uma forma adicional de classificar os tipos de
personalidade (ou tipos libidinais, como denominou). Por
meio da forma de direcionamento da libido, Freud
vislumbrou três tipos libidinais básicos: 
1.
2.
3.

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