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• A queda é definida como o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais que comprometem a estabilidade • Estudos apontam que 60% das quedas ocorrem dentro de casa (por conta de armadilhas como tapetes e cachorro), enquanto 40% ocorrem nas ruas (principalmente nas calçadas inadequadas). Dentro de casa, os lugares que os idosos caem com maior frequência são o banheiro (36%), quarto (21%), cozinha (15%), sala (6%), terraço (5%), locais de passagem (4%) e outros (14%) • Os fatores de risco para quedas compreendem os distúrbios de equilíbrio, problemas de marcha, problemas visuais, hipotensão ortostática, polifarmácia, incapacidade para atividades instrumentais de vida diária (AIVD), incapacidade para atividades básicas de vida diária (ABVD), problemas cognitivos, depressão e risco de domicílio • Primeiramente deve-se perguntar sobre o número de quedas que o paciente teve no último ano. Se ele não tiver tido nenhuma queda no último ano, deve-se perguntar se ele tem medo de cair e se isso limita suas atividades diárias - se não tiver medo, deve-se prescever exercícios para saúde geral e pode-se incluir a prevenção de quedas; por outro lado, se tiver um medo limitante, deve-se avaliar o equilíbrio, a marcha e a força muscular, além da prescrição de exercícios de prevenção de quedas, fisioterapia e dispositivo para auxiliar a marcha. Porém, se o idoso tiver tido pelo menos 1 queda no último ano, é preciso obter a história sobre a circunstância da queda e analisar se ela é consistente com síncope - caso seja consistente (com perda de consciência), deve-se fazer uma avaliação para síncope; se a história não for consistente, devem ser feitas três perguntas (se caiu 2x no último ano, se foi ao PS devido à queda no último ano e se tem problemas de equilíbrio ou marcha) e, caso ele responda "sim" para qualquer pergunta, deve ser feita uma avaliação multifatorial e intervenção • Devem ser realizados alguns testes, que são: o Teste do alcance funcional (TAF): avalia o equilíbrio - o resultado menor que 15 cm indica aumento do risco de queda o Teste do Levantar e Andar Cronometrado (TUGT): avalia o equilíbrio - o resultado igual ou menor que 10 segundos é considerado normal, entre 11 e 19 segundos indica risco de queda e maior ou igual a 20 segundos indica alto risco de quedas o Avaliação da velocidade da marcha: normalmente é traçada uma linha de 6 metros e é cronometrado o tempo que o idoso demora para percorrer essa linha. Se a velocidade for igual ou menor que 0,8 m/s, a velocidade é considerada ruim e, portanto, há um aumento do risco de queda Queda LOCAIS DAS QUEDAS FATORES DE RISCO AVALIAÇÃO E MANEJO DAS QUEDAS AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO, MARCHA E FORÇA MUSCULAR o Teste do Sentar e Levantar na Cadeira 5x: avalia força muscular - o resultado maior que 15 segundos indica grande risco de queda o Força de Preensão Palmar: o resultado menor que 27kg em homens e menor que 16kg em mulheres indica sarcopenia • As quedas frequentes estão relacionadas com a fragilidade e, por isso, o ideal é que o paciente realize modalidades diversificadas de exercícios, o que ajuda muito na redução do risco de quedas; então, o idoso deve realizar pelo menos três das seguintes modalides: exercício resistido (ex: musculação), exercício aeróbico, exercício de equilíbrio e exercício de flexibilidade. Um estudo mostrou que o programa de exercícios diversificados reduz em 29% as quedas; a realização do programa dentro do domicílio também está associada com uma redução das quedas em 32%. Além disso, constatou-se que duas sessões por semana de Tai Chi Chuan reduzem o risco de queda em 58% • A fisioterapia motora é indicada para pacientes com certo grau de limitação (equilíbrio e velocidade de marcha ruins) e auxilia na força e no aumento da amplitude dos movimentos. Também podem ser prescritos dispositivos auxiliares de marcha (ex: andadores e bengalas) e protetores de quadril • O médico deve avaliar se o paciente possui problemas nos joelhos e quadril (ex: osteoartrite), se tem os pés planos, etc; com base nisso pode-se optar por uma abordagem baseada em tratamento farmacológico ou não farmacológico • Em relação às orientações, os sapatos dos idosos devem ter cordões ou fixação forte para segurar os pés, colarinho de apoio alto, salto baixo e quadrado para melhorar a estabilidade, entressola firma e fina e sola antiderrapante; já o calçado inadequado contém um colarinho macio (faz o pé deslizar no calçado), salto alto (prejudica a estabilidade ao caminhar), salto estreito (também deixa o pé instável ao caminhar), falta de fixação na entressola (pode fazer o pé deslizar) e solas lisas ou desgastadas (prejudicam o equilíbrio) • Sabe-se que a correção dos fatores ambientais inadequados reduz em 39% os prejuízos relacionados a quedas. Nesse sentido, os principais fatores associados com quedas são: iluminação inadequada, superfícies escorregadias (ex: piso do banheiro), tapetes soltos ou com dobras, degraus altos ou estreitos, obstáculos no caminho (ex: móveis baixos e animais de estimação), ausência de barras de segurança no banheiro, prateleiras excessivamente altas ou baixas e via pública mal conservada (com buracos e irregularidades) • A polifarmácia corresponde ao uso de 5 ou mais medicamentos. Sabe-se que os medicamentos mais relacionados com quedas são os antipsicóticos (principalmente), benzodiazepínicos, antidepressivos (tricíclicos, ISRS e combinações), anticonvulsivantes, digoxina, diuréticos e insulina. Constatou-se que a retirada de psicotrópicos diminui em 66% o risco de quedas PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FISIOTERAPIA MOTORA AVALIAÇÃO DE PÉ E ARTICULAÇÃO AVALIAÇÃO DOS FATORES AMBIENTAIS AVALIAÇÃO DOS MEDICAMENTOS • A redução da acuidade visual está muito associada ao processo de envelhecimento e gera redução da capacidade de adaptação noturna, redução da nitidez das cores, redução da visão periférica e redução da percepção de distância • Em relação às orientações, estas compreendem a avaliação oftalmológica, utilização de óculos, correção de catarata e evitar o uso de lente multifocal quando for subir escadas ou caminhar • Hipotensão ortostática: caracteriza-se pela redução de 20 mmHg ou mais da pressão arterial sistólica (PAS) e/ou redução de 10 mmHg ou mais da pressão arterial diastólica (PAD) em até 3 minutos após assumir a posição ortostática. As principais causas de hipotensão ortostática são a desidratação, uso de certos medicamentos e disautonomia. Já as principais condutas incluem a hidratação, redução ou suspensão de medicamentos, uso de meia elástica (melhora retorno venoso) e uso de fludrocortisona e midodrine (em casos de disautonomia) • Outras anormalidades cardiovasculares: são a hipersensibilidade do seio carotídeo, síndrome vasovagal, bradiarritmias e taquiarritmias - são mais graves que a hipotensão ortostática. As principais condutas são o uso de marcapassos ou antiarrítmicos ↪ OBS: a suplementação de vitamina D em idosos não diminui os riscos de queda. É preciso fazer a suplementação somente quando o paciente apresenta níveis baixos da 25-hidroxi vitamina D AVALIAÇÃO DA ACUIDADE VISUAL AVALIAÇÃO CARDIOVASCULAR
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