Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

2018
ComuniCação e 
Linguagem
Prof.ª Cláudia Suéli Weiss
Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner
Prof.ª Estela Maris Bogo Lorenzi
Prof.ª Luana Ewald
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof.ª Cláudia Suéli Weiss
Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner
Prof.ª Estela Maris Bogo Lorenzi
Prof.ª Luana Ewald
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
W429c
 Weiss, Cláudia Suéli 
 Comunicação e linguagem. / Cláudia Suéli Weiss; Elisabeth Penzlien 
Tafner; Estela Maris Bogo Lorenzi; Luana Ewald. – Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 225 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0222-8
 1.Linguagem e línguas. – Brasil. 2.Psicolinguística. – Brasil. I. Weiss, 
Cláudia Suéli. II. Tafner, Elisabeth Penzlien. III. Lorenzi, Estela Maris Bogo. IV. 
Ewald, Luana. V. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 401
III
apresentação
Linguagem e comunicação são partes integrantes de nossas vidas, 
indispensáveis não somente para a aquisição de conhecimentos, nas mais 
diversas áreas do saber, como para a participação nos diferentes contextos 
sociais. 
O ritmo em que desenvolvemos nossas atividades é cada vez mais 
acelerado, daí a necessidade de uma comunicação eficaz tanto nas relações 
pessoais como nas interpessoais. E não somos apenas nós que vivemos 
nesta rotina, a sociedade também é caracterizada pelo ritmo frenético 
das mudanças, especialmente no mundo dos negócios, com a integração 
apressada das diversas mídias, o perfil das organizações tanto empresariais 
como sociais vem se alterando significativamente. 
É preciso reconstruir o cenário em que tais modificações ocorrem, 
porque na verdade a comunicação e a linguagem funcionam como um ícone, 
que liga diferentes culturas e, inclusive, tendências. Tentar situá-las à revelia 
deste contexto – amplo e complexo – implica esgotar o seu conteúdo e o seu 
poder de persuasão.
Na Unidade 1, analisaremos a origem, a importância, as funções 
e as formas que a linguagem e a comunicação apresentam. Saber a real 
funcionalidade do processo de comunicação, utilizando recursos que 
enfatizam a intenção do que o emissor quer compartilhar, reforça tanto a boa 
comunicação das empresas e/ou instituições para com seus clientes, como 
também gera um diferencial no profissional que partilha dessas informações.
Na Unidade 2, trataremos dos textos que compõem os documentos 
(em especial os que você utiliza no seu dia a dia profissional), descreveremos 
sua função, definiremos sua estruturação, apresentaremos modelos e 
características. A compreensão de coesão e coerência textual também é parte 
integrante dessa unidade, pois escrever é uma habilidade que pode ser 
aperfeiçoada diariamente, por meio de atividades rotineiras simples, como 
variadas leituras. Nesse sentido, quanto maior o contato com diferentes 
gêneros, maior será a intimidade do leitor com eles e, por conseguinte, 
menores seriam suas dificuldades em produzi-los.
Na Unidade 3, abordaremos os tópicos de gramática, no que se 
refere ao uso da pontuação, classes gramaticais e expressões. O emprego da 
norma padrão é importante para que você possa adotá-la em situações mais 
formais de uso da linguagem, como em entrevistas de emprego, concursos, 
produção de textos acadêmicos ou de sua área profissional. Para que a escrita 
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
e a comunicação sejam mais eficazes, devemos conhecer o vocabulário e as 
regras que são aceitas pela nossa comunidade linguística, o que implica, em 
determinados momentos, o uso da norma padrão da língua portuguesa. 
Esperamos que, caro acadêmico, ao final deste livro, a partir dos 
conhecimentos adquiridos, você possa interagir com maior segurança em 
relação ao uso da Língua Portuguesa, nas modalidades falada e/ou escrita, em 
situações formais ou informais, tanto corriqueiras como profissionais. Para 
tanto, este livro de estudos contém textos, reflexões, ideias, imagens, dicas 
funcionais e questões pertinentes ao uso adequado da Língua Portuguesa.
Bons estudos!
Prof.ª Cláudia Suéli Weiss
Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner
Prof.ª Estela Maris Bogo Lorenzi
 Prof.ª Luana Ewald
V
VI
VII
UNIDADE 1 – LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES 
COGNITIVAS ............................................................................................................... 1
TÓPICO 1 – LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL .................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 PARTICULARIDADES DA LINGUAGEM: LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL ....... 5
2.1 A LINGUAGEM NÃO VERBAL ................................................................................................... 9
2.2 A LINGUAGEM VERBAL .............................................................................................................. 11
3 PARTICULARIDADES DA LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA .................................... 13
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 16
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 17
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 18
TÓPICO 2 – COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS .................................................... 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19
2 O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS ..................................... 19
2.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO ......................................................................................................... 22
3 ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ................................................................. 24
3.1 EMISSOR ........................................................................................................................................... 24
3.2 RECEPTOR ....................................................................................................................................... 25
3.3 MENSAGEM ....................................................................................................................................25
3.4 CANAL DE COMUNICAÇÃO .................................................................................................... 25
3.5 CÓDIGO ............................................................................................................................................ 25
3.6 REFERENTE ..................................................................................................................................... 26
4 BARREIRAS A UMA COMUNICAÇÃO EFICAZ ......................................................................... 27
4.1 REDUNDÂNCIA ............................................................................................................................ 28
4.2 RUÍDO ............................................................................................................................................... 29
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 31
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 32
TÓPICO 3 – A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES .................................................... 33
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 33
2 NÍVEIS DE LINGUAGEM ................................................................................................................. 33
2.1 NÍVEL CULTO OU FORMAL ........................................................................................................ 34
2.2 NÍVEL INFORMAL ......................................................................................................................... 34
2.3 USO ADEQUADO DA LÍNGUA ÀS SITUÇÕES DE COMUNICAÇÃO ............................... 38
2.4 GÍRIAS ............................................................................................................................................... 38
3 A LINGUAGEM PARTICULAR DE UMA PROFISSÃO ............................................................. 39
4 A LINGUAGEM E SUAS FUNÇÕES ................................................................................................ 41
4.1 FUNÇÃO EMOTIVA ...................................................................................................................... 42
4.2 FUNÇÃO REFERENCIAL .............................................................................................................. 44
4.3 FUNÇÃO APELATIVA ................................................................................................................... 44
sumário
VIII
4.4 FUNÇÃO FÁTICA ........................................................................................................................... 46
4.5 FUNÇÃO METALINGUÍSTICA .................................................................................................... 47
4.6 FUNÇÃO POÉTICA ........................................................................................................................ 48
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 49
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 51
UNIDADE 2 – A ESTRUTURA TEXTUAL ......................................................................................... 55
TÓPICO 1 – O TEXTO E SUA INTENÇÃO ....................................................................................... 57
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 57
2 A CONSTRUÇÃO DO TEXTO: COESÃO E COERÊNCIA ......................................................... 58
2.1 COESÃO ............................................................................................................................................ 58
2.1.1 Mecanismos de coesão ........................................................................................................... 58
2.2 COERÊNCIA .................................................................................................................................... 61
3 PARÁGRAFO ........................................................................................................................................ 66
3.1 A ESTRUTURAÇÃO DO PARÁGRAFO ...................................................................................... 67
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 69
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 70
TÓPICO 2 – OS DIVERSOS TEXTOS ................................................................................................. 73
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73
2 CARACTERÍSTICAS DOS TEXTOS ................................................................................................ 73
3 A NARRAÇÃO ...................................................................................................................................... 74
4 A DESCRIÇÃO ...................................................................................................................................... 79
5 A ARGUMENTAÇÃO .......................................................................................................................... 81
6 COESÃO E ARGUMENTAÇÃO ........................................................................................................ 82
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 86
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 87
TÓPICO 3 – O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS ................ 91
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 91
2 A LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL ............................................................................. 92
2.1 O MAIOR DESAFIO DAS INSTITUIÇÕES: A COMUNICAÇÃO INTERNA ....................... 92
3 OS MODELOS TEXTUAIS ................................................................................................................. 93
3.1 RELATÓRIOS ................................................................................................................................... 95
3.1.1 Partes do relatório ................................................................................................................... 95
3.1.2 Aplicação .................................................................................................................................. 96
3.2 ATA .................................................................................................................................................... 97
3.2.1 Escritura e modelo .................................................................................................................. 98
3.3 OFÍCIO .............................................................................................................................................. 99
3.3.1 Elaboração e modelo ............................................................................................................100
3.4 REQUERIMENTO .........................................................................................................................102
3.4.1 Escritura e modelo ................................................................................................................1023.5 E-MAIL ............................................................................................................................................103
3.5.1 Linguagem e dicas na elaboração de um e-mail formal .................................................104
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................106
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................107
IX
UNIDADE 3 – A GRAMÁTICA E SUAS PARTES ..........................................................................109
TÓPICO 1– AS CLASSES DE PALAVRAS .......................................................................................111
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................111
2 AS CARACTERÍSTICAS DE CADA CLASSE .............................................................................111
2.1 SUBSTANTIVO ..............................................................................................................................113
2.2 ADJETIVO ......................................................................................................................................118
2.3 ADVÉRBIO .....................................................................................................................................123
2.4 NUMERAL ......................................................................................................................................125
2.5 ARTIGO ...........................................................................................................................................126
2.6 PREPOSIÇÃO .................................................................................................................................129
2.7 CONJUNÇÃO ................................................................................................................................131
2.8 INTERJEIÇÃO ...............................................................................................................................134
2.9 VERBO .............................................................................................................................................135
2.10 PRONOMES .................................................................................................................................147
2.10.1 Os pronomes de tratamento ...............................................................................................154
3 COLOCAÇÃO PRONOMINAL ......................................................................................................156
3.1 PRÓCLISE .......................................................................................................................................156
3.2 MESÓCLISE ....................................................................................................................................157
3.3 ÊNCLISE .........................................................................................................................................157
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................159
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................161
TÓPICO 2 – PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN ..........................................163
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163
2 O EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO ...........................................................................164
2.1 O PONTO .................................................................................................................................................... 164
2.2 DOIS-PONTOS ...............................................................................................................................166
2.3 O PONTO E VÍRGULA ................................................................................................................166
2.4 A VÍRGULA ....................................................................................................................................167
2.5 O PONTO DE INTERROGAÇÃO ...............................................................................................174
2.6 O PONTO DE EXCLAMAÇÃO....................................................................................................174
2.7 AS RETICÊNCIAS .........................................................................................................................175
2.8 AS ASPAS ........................................................................................................................................176
2.9 O TRAVESSÃO ...........................................................................................................................................176
2.10 OS PARÊNTESES .........................................................................................................................177
3 A ACENTUAÇÃO DAS PALAVRAS ......................................................................................................178
3.1 A CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A TONICIDADE DAS SÍLABAS ..........................179
4 CRASE ...................................................................................................................................................183
5 HÍFEN ....................................................................................................................................................185
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................191
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................193
TÓPICO 3 – LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA 
 DE UM TEXTO ................................................................................................................195
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................195
2 AMBIGUIDADE .................................................................................................................................196
X
3 ESTRANGEIRISMOS ........................................................................................................................198
4 PLEONASMO ......................................................................................................................................200
5 EXPRESSÕES .......................................................................................................................................201
5.1 USO DOS PORQUÊS ....................................................................................................................201
5.2 USO DE MAU E MAL ..................................................................................................................203
5.3 USO DE SENÃO E SE NÃO ........................................................................................................205
5.4 USO DE MAIS E MAS ..................................................................................................................206
5.5 USO DO HÁ E A ...........................................................................................................................207
5.6 USO DE AONDE E ONDE ..........................................................................................................208
5.7 USO DE A FIM E AFIM ...............................................................................................................2105.8 USO DE DEMAIS E DE MAIS .....................................................................................................211
5.9 USO DE AO ENCONTRO DE E DE ENCONTRO A ................................................................212
5.10 USO DE ACERCA, A CERCA E HÁ CERCA ..........................................................................213
5.11 USO DE A PRINCÍPIO E EM PRINCÍPIO ...............................................................................214
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................216
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................218
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................219
1
UNIDADE 1
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: 
REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES 
COGNITIVAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar as particularidades e a importância da língua escrita e falada;
• entender os processos e elementos da comunicação;
• refletir e adequar o uso da linguagem em diferentes situações;
• conhecer e diferenciar as funções da linguagem, bem como compreender 
a importância de cada uma no processo comunicativo;
• refletir sobre os tipos de comunicação e verificar sua real e eficaz utilização 
no contexto comunicativo;
• identificar e apresentar soluções para os problemas relacionados às falhas 
comunicativas no cotidiano profissional.
 Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
TÓPICO 2 – COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
TÓPICO 3 – A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
Expressar-se de maneira competente na língua materna é uma necessidade 
inegável para o bom desempenho de atividades que envolvam a palavra. Portanto, 
uma primeira reflexão merece atenção: qual é a distinção de linguagem e língua? 
De maneira geral, a linguagem está atrelada ao ato de comunicar-se com 
as pessoas. De acordo com Terra (1997), damos o nome de linguagem a todo 
sistema de sinais convencionais que nos permite realizar atos de comunicação. 
Existem várias linguagens: a dos surdos, a que você fala, a dos sinais de trânsito, 
a das bandeiras em corridas de automóveis, entre outras. 
 Língua, por sua vez, refere-se ao conjunto de expressões e palavras que 
são usadas por um determinado povo, sendo esta munida de regras para o uso 
adequado. A língua é um dos atributos da linguagem.
Para interagir, articular a linguagem, o ser humano faz uso de uma língua, 
constituída de uma gramática própria. É importante ressaltar que a língua é um 
organismo vivo e, por esse motivo, é natural que exista um distanciamento, por 
vezes, entre o que é prescrito pelas normas de uma gramática tradicional e o que 
é efetivamente utilizado por seus falantes. 
De acordo com Terra (1997, p. 13), a definição de língua é: “[...] a linguagem 
que utiliza a palavra como sinal de comunicação”. Entendemos, então, que a 
língua é um aspecto da linguagem e pertence a um grupo de indivíduos, estes, 
por sua vez, concretizam a língua através da fala. 
 
Podemos dizer que no ato da comunicação não utilizamos somente um 
conjunto de palavras faladas e/ou escritas, mas também imagens, gestos, cores e 
sinais. Observe:
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
4
FIGURA 1 – COMUNICAÇÃO
FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/_R98DBfPQdxw/S8dsVEpZvGI/AAAAAAAAAFk/gAJ9vRnexR4/
s400/libras-708316.png>. Acesso em: 6 ago. 2018.
Temos, como exemplo de gestos e sinais, o alfabeto de libras. A seguir, 
você pode visualizar a importância das cores na comunicação. 
FIGURA 2 – A COR NA COMUNICAÇÃO
FONTE: <https://vilamulher.uol.com.br/imagens/thumbs/2010/10/08/o-significado-das-cores-
32-807-thumb-570.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
5
A cor é muito explorada pelos publicitários, pois é um elemento que causa 
distintas sensações. Elas são fundamentais na representação de logomarcas e 
produtos de empresas.
Para compartilhar a essência da empresa e/ou corporação e provocar a percepção 
da marca nos consumidores, é necessário fazer um estudo das cores mais adequadas para 
o seu negócio. A logomarca precisa causar impacto, ser lembrada e reconhecida perante os 
diversos públicos das empresas. Este é o grande desafio dos designers, criar marcas que se 
destaquem entre tantos concorrentes.
NOTA
Além disso, é preciso adequar a linguagem para as diferentes situações, 
ou seja, dependendo do lugar, do momento e das pessoas com quem nos 
comunicamos, faz-se necessária a adequação da linguagem. É com base nessas 
questões que convidamos você, acadêmico, a aprofundar seus estudos nos tópicos 
seguintes. 
2 PARTICULARIDADES DA LINGUAGEM: LINGUAGEM VERBAL 
E NÃO VERBAL
Como vimos, a linguagem não é somente um conjunto de palavras – 
faladas ou escritas –, mas de gestos e imagens. Assim, não nos comunicamos 
apenas pela fala ou escrita, não é verdade? A linguagem pode ser verbalizada, 
daí é que vem a analogia com o verbo. Alguma vez você já tentou comunicar-se 
sem utilizar um verbo? Faça o teste e você vai perceber o quão difícil é obter algo 
coerente. 
As pessoas podem comunicar-se pelo Código Morse, pela escrita, por gestos, 
pelo telefone, e-mail, internet etc.
UNI
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
6
A comunicação é essencial nas relações, sejam elas pessoais, empresariais 
e/ou educacionais. Apesar de poder ser realizada de várias maneiras, só existe 
comunicação quando a mensagem é recebida com o mesmo valor com que ela 
foi transmitida. A linguagem possui, então, particularidades que vão além de 
somente substantivo, adjetivo, verbo, pronomes e/ou preposições. Por isso, 
veremos a distinção entre linguagem verbal e linguagem não verbal. 
Tanto a linguagem verbal quanto a não verbal têm um papel muito 
importante na comunicação. Para tanto, torna-se imprescindível que as duas 
estejam em concordância, para que a comunicação seja coerente. 
 
A linguagem humana é um processo altamente complexo. Podemos 
afirmar que ela está presente nas diversas situações de comunicação. Por exemplo:
FIGURA 3 – NA CONVERSA DAS PESSOAS
BLABLABLA
BLABLABLA
FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/_mtUsGlokEt4/TOvPfReYhwI/AAAAAAAAAKY/
hN8UdcwgWpc/s320/desenho%2Bde%2Bpessoas%2Bconversando%2B2.jpg>.
 Acesso em: 6 ago. 2018.
FIGURA 4 – EM PLACAS DE SINALIZAÇÃO
FONTE: <https://www.portaldecarapicuiba.com/wp-content/uploads/placa-de-sinalizacao-
120x120.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
7
FIGURA 5 – EM LIVROS, JORNAIS E REVISTAS
FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/-CGRsjBidsJo/Tx9ZRzB6yAI/AAAAAAAAALo/rqyFs14GpSQ/
s400/imagesCAMA8X5Z.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.
FIGURA 6 – NAS MENSAGENS PUBLICITÁRIAS
FONTE: As autoras
FIGURA 7 – NA DANÇA 
FONTE: <http://the-contact.org/wp-content/uploads/2018/03/380x380-M1-Open-Stage.jpg>. 
Acesso em: 6 ago. 2018.
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
8
FIGURA 8 – NOS GESTOS
FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/-L0V8GSkudOg/TY8usvQOxDI/AAAAAAAAABc/
CJa3Hyq3w-0/s320/allgestures.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.
FIGURA 9 – NA EXPRESSÃO FISIONÔMICA
FONTE: <http://lh5.ggpht.com/I5_d4Qbmx3KoM5cz0SrBfqEemxgNTM67H_
MP22cmJZ7ySfdGoXUzq1gTZZOnjlbFhQ=h310>. Acesso em: 6 ago. 2018.
FIGURA 10 – NOS CÓDIGOS CIENTÍFICOS 
FONTE: <https://www.grupoescolar.com/thumbnail.php?imagem=painel/files/8C0ED.
jpg&l=330&a=170>. Acesso em: 6 ago. 2018.
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL9
Todas as situações mencionadas demonstram a capacidade humana de 
se comunicar utilizando as linguagens não verbais e verbais. Vamos conhecê-las? 
2.1 A LINGUAGEM NÃO VERBAL
A linguagem não verbal é aquela que não utiliza palavras para comunicar. 
Como ela ocorre? Ela é estabelecida por meio de gestos, sons, cores, imagens, 
entre outras. Os sinais de trânsito, por exemplo, demonstram que a mensagem 
é repassada através das cores. A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) efetiva-se 
através dos gestos. 
 
Muitas vezes a linguagem não verbal serve como reforço para aquilo 
que dizemos: em determinados momentos, junto com a fala, utilizamos outros 
recursos para reforçar nossa mensagem. Podemos citar como exemplo as histórias 
em quadrinhos, pois o conteúdo da fala da personagem é reafirmado através da 
imagem. Nas propagandas publicitárias também fica evidente a importância e 
função da linguagem não verbal. 
Segundo Terra (1997, p. 12), “[...] a linguagem não verbal é aquela que 
utiliza para atos de comunicação outros sinais que não as palavras”. 
Vamos conhecer mais sobre a linguagem não verbal através das figuras 
que seguem:
FIGURA 11 – PROIBIDO FUMAR
FONTE: <https://i1.wp.com/piniglarism.com/wp-content/uploads/2008/05/nosmoking.jpg>. 
Acesso em: 6 ago. 2018.
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
10
FIGURA 12 – ADEUS À CIDADE
FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/_Y95C4ipvBCA/TIfU9caW2mI/AAAAAAAAAEs/5r8cYpXiwds/
s320/charge3.JPG>. Acesso em: 6 ago. 2018.
Entendemos facilmente a mensagem que cada figura quer transmitir, não 
é mesmo? A linguagem não verbal, então, apesar de não utilizar as palavras, é 
capaz de efetivar um ato comunicativo. Além disso, é importante destacarmos 
que a linguagem não verbal também se faz presente em situações de avaliações 
acadêmicas, como o ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes). 
Gráficos, tabelas, infográficos e figuras compõem a linguagem não verbal e 
comumente são usados com finalidades comunicativas em avaliações e, inclusive, 
no ambiente empresarial. Por isso, convidamos você a analisar e praticar as 
orientações a seguir, que tratam dos recursos visuais de áudio em apresentações 
empresariais.
DICAS
• O público consegue ler projeções visuais muito mais rápido do que você 
consegue falá-las. Portanto, não tente ler. 
• Recursos visuais que funcionam com uma plateia pequena não funcionam bem com uma 
grande. 
• Não se mova quando desejar que a plateia se concentre no material visual. 
• Ideias abstratas são mais fáceis de serem compreendidas quando são representadas 
visualmente, através de desenhos, gráficos etc. Estes devem ser simples, porém impactantes.
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
11
O mais importante sobre a utilização de recursos tecnológicos (informática, 
telecomunicações etc.) é saber acompanhar as novidades e tendências que surgem 
a cada dia, e manter-se atualizado – up to date – para renovar e incorporar novas 
práticas ao seu repertório.
2.2 A LINGUAGEM VERBAL
Podemos definir como linguagem verbal aquela em que as palavras são 
os sinais utilizados para os atos comunicativos. O termo “verbal” vem do latim 
verbale e significa palavra. Assim, é por meio de palavras – linguagem verbal – que 
expressamos desejos, sentimentos, ordens, opiniões, revelando nossas opiniões e 
expondo nosso raciocínio. 
Segundo Nicola (2009, p. 126), “[...] a linguagem verbal é aquela que 
utiliza a língua (falada ou escrita)”. A linguagem verbal pode ser abordada sob 
duas modalidades: a língua escrita e a oral. Veremos a seguir algumas charges 
que exemplificam a linguagem verbal. 
FIGURA 13 – LINGUAGEM VERBAL ESCRITA
FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/_zf0VLAWc7Vs/TIAeYGtNrCI/AAAAAAAAACM/
fw3M6Db8xPo/s320/charge_calvin_haroldo-480x304.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.
Às vezes eu acho que o indício
mais óbvio de que existem formas
de vida inteligente fora da terra
é que nenhuma delas tentou
entrar em contato conosco.
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
12
FIGURA 14 – LINGUAGEM VERBAL FALADA
Quando eu crescer
quero ter
muitos 
vestidos! E eu muita
cultura!
Se você sair na rua
sem cultura, a polícia
te prende?
Não
Experimenta 
sair sem vestido
É triste ter
que bater em alguém
que tem razão!
FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/_UM5gUHvwWrA/S5Am8El0vvI/AAAAAAAAAB4/
G7C3XjX17no/s400/mafa1.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.
Você já encontrou dificuldades em colocar no papel algo que na linguagem 
oral consegue transmitir sem dificuldades? Acreditamos que sua resposta seja 
sim. Então, vamos aprofundar nossos estudos? 
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
13
3 PARTICULARIDADES DA LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA
Vimos que língua é um sistema de representação constituído por palavras 
e por regras que se combinam, permitindo que expressemos uma ideia, uma 
ordem, emoção, enfim, um enunciado de sentido completo que estabelece 
comunicação. Tais regras e palavras são comuns aos membros de uma sociedade, 
assim, a língua pertence a toda comunidade. 
A fala, por sua vez, se concretizará a partir do uso que o falante faz da 
língua. No momento em que efetivamos o processo de comunicação o fazemos 
através da fala ou da escrita. Ao analisarmos a história da humanidade ou a nossa, 
podemos perceber que primeiro falamos e depois escrevemos. Adquirimos a fala 
naturalmente, porém a escrita nos é ensinada. Na fala, o significante é sonoro; e na 
escrita, é gráfico. Caro acadêmico, ao transmitirmos uma mensagem percebemos 
que a fala e a escrita adquirem algumas particularidades, não é mesmo? 
Quando falamos da importância da língua escrita, esta reside nas suas 
próprias características se comparada à língua falada. A língua oral possui 
diversos recursos, como entonação da voz, expressão fisionômica, gestos, além 
de ser mais espontânea. A escrita requer mais atenção, pois não é uma simples 
representação do que se fala. Em todas as línguas as pessoas escrevem e falam de 
maneira distinta, porém podemos efetivar a comunicação tanto num enunciado 
falado quanto em um escrito.
Perceba que não escrevemos conforme falamos, nem falamos conforme 
escrevemos. O humorista Jô Soares, em uma entrevista à revista VEJA (1990), fez 
o seguinte comentário, "Português é fácil de aprender porque é uma língua que 
se escreve exatamente como se fala”. Ele brinca com a diferença entre a fala e a 
escrita, observe:
Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, purqui é uma língua 
qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até 
vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. 
Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais 
doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi 
muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá 
sabi iscrevê.
FONTE: <http://educacao.uol.com.br/portugues/lingua-escrita-e-oral-nao-se-fala-como-se-
escreve.jhtm>. Acesso em: 6 ago. 2018. 
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
14
Na linguagem falada, especialmente em situações mais informais, temos 
menos planejamento que na escrita, pois podemos detectar se estamos sendo 
entendidos ou não. Então, a linguagem é mais espontânea, a coesão se dá por meio 
de gestos, entonação da voz, expressão fisionômica, entre outros. Há também a 
presença de elementos que mantêm a conversação aberta, como, por exemplo, 
“você entendeu?”, “está claro?”, “você concorda?”. Contudo, se pensarmos em 
um discurso mais formal, como o próprio pronunciamento de um presidente, ou 
a apresentação de um telejornal, ou a apresentação de um trabalho acadêmico, a 
linguagem apresentará um grau de planejamento bastante significativo.
A modalidade escrita formal, como a produção dos seus textos acadêmicos, 
avaliações, textos empresariais, requer ainda mais planejamento. Marcuschi 
(2004), ao tratar da falae da escrita, explica que, embora normalmente sejam 
vistas de forma dicotômica, polarizadas, estão fortemente entrelaçadas. Nos 
gêneros mais planejados, como a apresentação e produção escrita de trabalhos 
acadêmicos, vemos que o planejamento linguístico é alto em ambas as situações, 
especialmente porque a escrita envolve, neste caso, também a oralidade. Em 
gêneros menos planejados, como os bilhetes, mensagem de Whatsapp e conversas 
orais, percebemos que a oralidade está influenciando não somente a fala, mas 
também a escrita. Por isso, a dicotomização da fala e escrita não tem sido aceita 
entre estúdios da linguagem.
Apesar de a linguagem falada ser mais utilizada, na comunicação 
é a escrita que adquire maior importância para as teorias gramaticais, pois se 
considera que a última possui aspecto de maior permanência. Há um dizer dos 
antigos romanos: “verba volant; scripta manent”, que se traduz: “as palavras voam, 
aquilo que está escrito permanece”. 
Não há como negar que a língua escrita é mais bem elaborada que a 
língua falada, porque é a modalidade que mantém a unidade linguística 
de um povo e é a que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. 
Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem 
a língua escrita, cujas transformações se processam lentamente e 
em número consideravelmente menor, quando comparada com a 
modalidade falada (CASAGRANDE, 2016, p. 729).
É importante compreendermos que a escrita NÃO é superior à fala, 
mas que ambas são modalidades distintas para a realização da língua, tanto em 
situações formais quanto informais. O contexto da escrita, contudo, é claramente 
diferente do contexto da fala, já que o autor precisa considerar o distanciamento 
físico do leitor no planejamento linguístico, a fim de buscar sua compreensão. 
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
15
Assim, a sintaxe da língua falada e da escrita se diferencia. Enquanto 
esta tem a possibilidade de planejar, corrigir e apresentar o resultado 
pronto fazendo com que o leitor não tenha acesso nem controle sobre 
o mecanismo de preparação do texto; aquela sucede orações sem a 
preocupação de estruturar as frases, o interlocutor se preocupa 
sempre em preencher vazios, o que resulta na presença de parênteses, 
correções, paráfrases, truncamentos, repetições, elipses, pausas, 
anacolutos, marcadores conversacionais, digressões (CASAGRANDE, 
2016, p. 726).
Depois de apresentadas algumas distinções entre as modalidades da 
língua, você, acadêmico, já está apto para diferenciá-las. Dispomos, na sequência, 
um texto sobre esse assunto. 
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
16
NO BOCHINCHO
Manuel do Nascimento Vargas Neto
Ao Rubens de Barcellos
Huai-huin, huai-huin, huai-huin, hua-huaia-huin...
O gaiteiro abre a gaita no bochincho...
Por gostar de fandango foi que eu vim,
Mas ‘stá apertado como queijo em cincho...
Gaiteiro, toca um “chote” só pra mim,
Pois ninguém “junta” no rincão que eu rincho!
Quero ver se aqui tem algum micuim
Que queira se meter como capincho...
Veio o dono com parte de teteia,
Já le traquei meu mango bem na ideia,
Pois pra esparramar foi mesmo um upa!
Dei um talho de adaga no gaiteiro
Atravanquei um coice no candiero
E levei uma china na garupa...
FONTE: VARGAS NETO, Manuel do Nascimento. In: BERTUSSI, Lisana. De Simões Lopes Neto 
aos poetas da Califórnia. Porto Alegre: Tchê! Comunicações, 1985, p. 63.
Na leitura acima, você deve ter identificado que, embora o texto esteja 
representado na modalidade escrita, possui traços da oralidade, como na própria 
escolha lexical: talho; china; capincho, só para citar alguns exemplos. Além 
disso, as escolhas morfológicas e sintáticas (como em “Atravanquei um coice no 
candiero” e “Já le traquei meu mango bem na ideia”) reforçam a intenção do autor 
em aproximar a oralidade da escrita com finalidades poéticas. Outros gêneros, 
em contrapartida, dificilmente aceitariam essa aproximação da oralidade com a 
escrita, como é o caso da produção de relatórios, avaliações, artigos, entre outros.
LEITURA COMPLEMENTAR
17
Neste tópico, você aprendeu que:
• Linguagem é o uso da língua para comunicar-se com os pares.
• A linguagem humana é um processo complexo e está presente em diversas 
situações.
• Língua refere-se ao conjunto de expressões e palavras que são usadas por um 
determinado povo.
• A língua não é uniforme.
• Não utilizamos somente um conjunto de palavras – faladas e escritas – para nos 
comunicar, mas também gestos, expressão fisionômica, entre outros elementos.
• Faz-se necessário adequar a linguagem de acordo com os momentos de uso.
• A comunicação é vital nas relações interpessoais.
• A fala concretiza-se a partir do uso que o falante faz dela.
• A linguagem verbal é aquela que utiliza palavras para efetivar o ato 
comunicativo.
• A linguagem não verbal é aquela que não utiliza palavras, efetiva-se através de 
gestos, cores, sinais e imagens.
• A linguagem não verbal não é menos importante que a verbal e, portanto, 
complementam-se.
• A linguagem escrita tende a apresentar maior preocupação com as regras 
gramaticais e a coerência da mensagem por não dispor da negociação de 
sentidos simultânea que costuma ocorrer na fala durante conversas face a face, 
por exemplo. 
• Na linguagem oral menos planejada, a comunicação ocorre de forma mais 
espontânea e está acompanhada da entonação de voz, expressão fisionômica 
e gestos. Além disso, o uso de repetições é mais frequente, enquanto na 
linguagem escrita deve ser evitado.
• Não falamos conforme escrevemos. Não escrevemos conforme falamos. 
• A fala antecede a escrita.
RESUMO DO TÓPICO 1
18
1 Leia o excerto de texto apresentado a seguir, produzido pela Equipe IBC 
Coaching, em 15 de abril de 2013, intitulado A importância da comunicação 
interpessoal nas empresas.
“A efetiva comunicação interpessoal nas empresas é um dos itens 
fundamentais para o sucesso de líderes, liderados e o alcance dos resultados 
planejados pela organização. Imagine um “chefe” que não consegue ser 
entendido, pois não sabe dar ordens ou explicar, de forma clara, a finalidade 
de uma ação, projeto, compartilhar seus conhecimentos ou dar um feedback. 
Com certeza, os colaboradores sob sua tutela terão dificuldades de entender as 
tarefas e executá-las com exatidão”.
FONTE: <http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/a-importancia-da-
comunicacao-interpessoal-nas-empresas/74968/>. Acesso em: 12 jun. 2018.
Elabore, com suas palavras, um comentário sobre a temática: A 
importância da comunicação nas relações interpessoais. Procure relacionar 
seu comentário com a compreensão de linguagem construída ao longo de seus 
estudos até o momento.
2 Sobre a presença de linguagem verbal e não verbal em seu cotidiano, indique 
uma situação de ocorrência para cada. 
3 Sobre a linguagem escrita e a linguagem oral, aponte três particularidades 
de cada.
AUTOATIVIDADE
LINGUAGEM ESCRITA LINGUAGEM ORAL
19
TÓPICO 2
COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Vive-se num mundo globalizado, recheado de situações incertas. A 
sociedade é caracterizada pelo ritmo frenético das mudanças, seja por uma 
nova geografia (ou nova geopolítica) ou pela acelerada integração das mídias. E, 
neste contexto, a comunicação tem seu valor. E só poderão fazer o diferencial as 
empresas e/ou instituições que aprenderem a se comunicar, a trabalhar de forma 
interligada, somando forças e gerando o “saber fazer” na sua equipe. Condição 
essencial para que os resultados se aperfeiçoem e se transformem num diferencial, 
visto que se vive numa época em que a competitividade é demasiadamente 
acirrada em qualquer organização.
 
É preciso reconstruir o cenário em que estas modificações ocorrem 
porque, na verdade, a comunicação funciona como um ícone que liga diferentes 
culturas e tendências. Tentar situá-la à revelia deste contexto – amplo e complexo 
– implica esvaziar o seu conteúdo e o seu poder de persuasão.Convidamos você, acadêmico, a explorar o vastíssimo campo da 
comunicação em seus variados aspectos. Temos ainda por objetivo estudar a 
questão da comunicação e os diversos conceitos que a envolvem, além de refletir 
sobre os elementos que a completam. Faremos, também, algumas reflexões sobre 
a sua importância nas relações interpessoais como num todo. 
2 O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES 
INTERPESSOAIS
A capacidade comunicativa não é privilégio dos seres humanos; ela é 
bastante complexa e pode ser encontrada em outros momentos da vida animal, 
nas aves, nos peixes, nos mamíferos e outros. Em sua etimologia, Marques de 
Melo (1975, p. 14) lembra que “[...] comunicação vem do latim ‘communis’, comum. 
O que introduz a ideia de comunhão, comunidade”. Se falamos em “processo de 
comunicação”, cabe também uma rápida verificação no termo “processo”. Berlo 
(1991, p. 33) o descreve como “[...] qualquer fenômeno que apresente contínua 
mudança no tempo”, ou “qualquer operação ou tratamento contínuo”. 
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
20
Entendê-lo implica relacioná-lo com a linguagem, a cultura e a tecnologia. 
Quanto à linguagem, Tattersall (2006, p. 73) afirma que “[...] se estamos 
procurando um único fator de liberação cultural que abriu caminho para a 
cognição simbólica, a invenção da linguagem é a candidata mais óbvia”. 
Quanto à cultura e tecnologia, nos parece essencial concordar com Mayr 
(2006, p. 95) ao sugerir que “Uma pessoa do século XXI vê o mundo de maneira 
bem diferente daquela de um cidadão da era vitoriana” e que “Essa mudança 
teve fontes múltiplas, em particular os incríveis avanços da tecnologia”. 
Souza Brasil (1973, p 76), mais ousado, enxerga a cultura como subordinada 
à comunicação. E sabe-se que um subordinado, geralmente, identifica-se com o 
seu superior.
Logo, caro acadêmico, podemos dizer que comunicação é uma ação pela 
qual os indivíduos trocam entre si informações, sentimentos ou experiências. 
É através dela, por exemplo, que podemos alcançar sinergia dentro de uma 
organização, visto que ela nos permite unir forças e atuar de maneira a cooperar 
e colaborar obtendo resultados positivos por meio do trabalho em equipe. 
Quando nos comunicamos partilhamos algo e, por este ato de compartilhar 
ou comunicar, conhecemos e somos conhecidos. E, se somos conhecidos e 
conhecemos, estamos vivendo em relação, por isso a qualidade da nossa existência 
humana depende, e muito, de nossos relacionamentos.
 
A comunicação não pode ser confundida com a simples transmissão 
unilateral de informações. A comunicação humana exige a participação, no 
mínimo, de duas pessoas. Assim, ela só existe quando se estabelece entre mais de 
uma pessoa. Quando há um bloqueio, a mensagem não é captada e a comunicação 
é interrompida, pois, “[...] se um indivíduo fala e ninguém ouve, o processo da 
comunicação humana não se completou” (PENTEADO, 1977, p. 5). Existindo esse 
problema, a diferença de significado do que foi captado de uma mensagem e o 
que o transmissor queria exatamente dizer é o ícone que pode atrapalhar o elo 
comunicativo. 
Acredita-se, acadêmico, que praticamente todas as relações humanas e 
interpessoais abrangem a comunicação, pois ela é um veículo de significados que 
pode influenciar, inclusive, nossos comportamentos. Vamos entender melhor? 
Cada pessoa produz significados próprios diante dos acontecimentos ou das mais 
variadas situações e, ao expressá-los, acrescenta algo de sua personalidade, por 
isso os significados que damos às experiências são desfigurados, enriquecidos ou 
empobrecidos através da comunicação. 
A comunicação nas relações interpessoais pode ser entendida de uma forma 
mais simplificada, como sendo uma atividade caracterizada pela transmissão 
e recepção de informações entre indivíduos ou, ainda, como o modo pelo qual 
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
21
se constroem e se interpretam significados a partir das trocas de experiências. 
Enfim, o processo de comunicação é marcado por um procedimento resultante 
de uma interação social. 
Então, caro acadêmico, só há comunicação quando, de alguma forma, 
o conteúdo da mensagem é interpretado e internalizado pelo receptor, ou seja, 
quando é notada uma resposta em decorrência da mensagem. Enviar um e-mail 
ou deixar uma mensagem gravada no celular, por exemplo, não representa 
exatamente o comunicar, mas, sim, transmitir uma informação. Só haverá uma 
comunicação completa se, de alguma forma, o receptor indicar ao emissor que 
recebeu a informação que lhe foi emitida. E isso só acontecerá quando uma nova 
ação desencadeie significação, ou seja, um sinal de retorno for identificado. 
A linguagem é um elemento essencial para que o processo de interação 
aconteça, pois é a partir do significado dos sinais que as pessoas atribuem sentido 
às atividades. Desse modo, o processo de comunicação implica retorno ou 
feedback para as interações sociais. O resultado da comunicação pode ser aquele 
que o emissor pretendia (ou não). Se for o que pretendia, houve comunicação 
eficaz. E, como processo interativo de troca de mensagens, o emissor atua sempre 
simultaneamente com o receptor e vice-versa. 
ATENCA
O
Afinal, você sabe o que é feedback? É uma palavra de origem inglesa, que já 
pertence ao nosso idioma, isto é, ela foi aportuguesada e, segundo o Dicionário Houaiss 
2009, significa a informação que o emissor (o que envia a mensagem) obtém da reação do 
receptor, e que serve para avaliar os resultados da transmissão.
No entanto, os significados atribuídos a uma mensagem dependem das 
características pessoais de quem a envia, de quem a recebe e do contexto da 
interação social. A cada mensagem o receptor agrega determinado significado, o 
qual poderá ou não corresponder à intenção do emissor. Assim, constata-se que a 
comunicação tem um procedimento imperfeito, dependendo do grau de eficácia 
com as variáveis que intervêm na interpretação de significados. 
Nas relações interpessoais, a comunicação está, também, atrelada aos 
movimentos corporais que podem exprimir o positivo ou o negativo do que se 
sente em relação ao outro. Os gestos que desenvolvemos podem transmitir muitas 
informações, principalmente relativas ao nível social, à competência, à segurança 
e à franqueza. Entretanto, acredita-se que a maior barreira para a comunicação 
interpessoal é a nossa tendência automática de julgar, avaliar, aprovar ou não o 
comportamento ou a opinião de outra pessoa ou de um grupo. 
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
22
Então, acadêmico, você acredita que existe alguma maneira de solucionar 
ou amenizar essa barreira? Certamente há! Quando ouvimos com atenção, essa 
tendência é minimizada. Isto significa que devemos analisar e avaliar a ideia 
expressa e a atitude de interpretação da outra pessoa, devemos perceber como 
ela se posiciona diante do assunto do qual se está falando. 
Você precisa ser capaz de ver o ponto de vista do outro, assim os seus 
próprios conceitos serão reavaliados. Agindo desta maneira, a emoção não 
será mais o ápice da discussão, as diferenças serão diminuídas e aquelas 
que permanecerem serão racionalmente compreensíveis, e a comunicação se 
estabelecerá.
Assim, a clara e efetiva comunicação é, absolutamente, essencial para os 
relacionamentos de qualquer ordem como muitas outras realizações humanas. 
Comunicar-se bem e de forma favorável é uma questão de prática diária. A falta 
ou deficiência de comunicação nos relacionamentos, sejam pessoais, profissionais 
ou sociais pode afetar em níveis variados todas as áreas da vida ou ocasionar 
muito desgaste e até angústia. Praticar a arte da boa comunicação é muito valioso: 
é, acima de tudo, agregar maturidade pessoal que trará bons resultados para 
muitos segmentos de sua vida. 
2.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO
Caro acadêmico, vimos a importância da comunicação para a 
sobrevivência de uma organização e/ou instituição, mas,para que esta tenha 
sucesso, é necessário que os tipos de comunicação sejam entendidos com atenção, 
pois, como você já estudou até aqui, a comunicação é um processo de interação 
no qual compartilhamos mensagens, ideias, sentimentos e emoções, podendo 
influenciar o comportamento das pessoas que, por sua vez, reagirão a partir de 
suas vivências, crenças, valores, história de vida e cultura. Por isso, a eficácia da 
interpretação não pode ser garantida, embora possa haver planejamento para 
auxiliar esse processo. 
No cotidiano profissional utilizamos a comunicação para o desempenho de 
nossas atividades, o que nos traz muitos benefícios se seu uso for consciente, pois 
a boa comunicação tende a facilitar o alcance dos nossos objetivos, independente 
da área em que atuamos.
Assim, você pode notar que existem vários tipos de comunicação. Ela 
pode ser direta, indireta, formal ou não, unilateral ou bilateral. Vamos observar 
alguns conceitos: 
A comunicação formal é uma transmissão oficial feita através das vias de 
diálogo que existem no organograma de uma empresa e/ou instituição. Geralmente 
é feita por escrito e devidamente documentada através de correspondências ou 
formulários (GOMES; CARDOSO; DIAS, 2010).
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
23
Já a comunicação informal é a desenvolvida espontaneamente através 
da estrutura sem formalidades e fora dos canais de comunicação estabelecidos 
pelo organograma de uma empresa e/ou instituição. Segundo Gomes, Cardoso e 
Dias (2010), esta conduz mensagens que podem ou não ser relativas às atividades 
profissionais. Através dela, pode-se conseguir mais rapidamente mensurar 
opiniões e insatisfações dos colaboradores, ao ter uma ideia mais ampla do clima 
organizacional e da reação das pessoas aos processos de mudança.
Quando pensamos na comunicação unilateral, temos que ter em mente 
que é estabelecida de um emissor para um receptor, e este último é passivo. 
Pertencem a este grupo os locutores de uma rádio, da televisão, o cartaz de 
parede com mensagens publicitárias e de propaganda ou aquele que pronuncia 
uma palestra ou um discurso (GOMES; CARDOSO; DIAS, 2010).
A comunicação bilateral exige reciprocidade entre o emissor e o receptor. 
É o que acontece nas conversas, nos diálogos, nas entrevistas, enfim, onde há uma 
troca de mensagens. Este tipo de comunicação permite que se estabeleça, entre 
emissor e receptor, uma troca de papéis (GOMES; CARDOSO; DIAS, 2010). 
Existe ainda a comunicação direta, na qual duas ou mais pessoas estão cientes 
do que se quer fazer em comum; está muito claro o que se pretende.
A comunicação indireta pode ser definida como a que o emissor está consciente do que 
pretende, embora o receptor não o esteja. Neste tipo de comunicação há a persuasão, que 
influi no pensamento do outro sem que este perceba.
IMPORTA
NTE
Há de se considerar que a utilização dos diversos tipos de comunicação 
em uma empresa e/ou instituição não garante a sua eficácia. Portanto, antes de 
iniciar um comunicado, é sensato perguntar-se: 
• O que e a quem quero comunicar? 
• Que causas e finalidades tenho ao transmitir este conteúdo?
• Este conteúdo é justo para que eu consiga persuadir o receptor?
Partindo destas questões, observe o esquema a seguir, elaborado por 
Harold Lasswell (1902-1978), que representa o ato comunicativo.
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
24
FIGURA 15 – ESQUEMA LINEAR DE COMUNICAÇÃO DE LASSWELL
• Emissor
• Estudo da
 produção 
• Mensagem
• Análise de
 conteúdo
• Meio
• Análise da
 mídia
• Receptor
• Análise da
 audiência
• Efeitos
• Estudo dos
 Efeitos
FONTE: <http://raquelcamargo.com/blog/wp-content/uploads/2010/08/midia.jpg>. 
Acesso em: 6 ago. 2018.
A diretora-geral de informação da Agência Angola Press (ANGOP), Luísa 
Damião, afirmou em entrevista à Rádio Luanda em 30 de março de 2010 que “o uso correto 
da comunicação, através da transmissão de mensagens adequadas e eficazes, é capaz de 
promover mudanças de atitudes na sociedade”.
NOTA
Caro acadêmico, existem alguns elementos que são fundamentais 
para que haja comunicação. Assim, podemos afirmar que estes elementos, na 
maioria das vezes, são utilizados sem que nós percebamos, alguns, porém, são 
identificados, pois sem eles não haveria como comunicar-se. Quer saber como? 
É o que veremos a seguir.
3 ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Nas diversas situações de comunicação, seja falada, escrita ou até mesmo 
nos sinais de trânsito, você está interagindo com o mundo e com os demais a sua 
volta. Assim, o ato comunicativo, às vezes, é muito sutil, mas sempre engloba 
alguns elementos básicos, tais como: emissor, receptor, mensagem, canal de 
comunicação, código e referente.
3.1 EMISSOR
É o remetente, ou seja, o que envia uma mensagem, e pode ser uma pessoa 
ou um grupo, um órgão, uma empresa, um canal de televisão, um site na internet 
e assim por diante. Em conformidade com Penteado (1977, p. 4):
Ninguém se comunica consigo mesmo. O clássico exemplo do 
faroleiro ilustra esse princípio: – Na solidão em que vive, o processo 
da comunicação humana somente se completa quando o facho de luz 
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
25
– transmissor – atinge o navio que passa – receptor. Enquanto o facho 
de luz não é percebido de bordo, não existe comunicação humana.
 Cabe, ainda, lembrar que geralmente o emissor analisa o nível de 
conhecimento de seu público-alvo antes de emitir uma mensagem.
3.2 RECEPTOR
É o destinatário da mensagem, isto é, para quem a mensagem foi ou será 
enviada. Pode ser para uma pessoa ou para um público-alvo, ou ainda um animal 
ou uma máquina, como o computador.
3.3 MENSAGEM
“É o objeto de comunicação, ela é estabelecida pelo conteúdo das 
informações transmitidas. A mensagem é o elo dos dois pontos do circuito; é o objeto 
da comunicação humana e sua finalidade” (PENTEADO, 1977, p. 5). Chamamos 
ainda de mensagem o que o emissor transmite e o que o receptor recebe. 
3.4 CANAL DE COMUNICAÇÃO 
Meio pelo qual a mensagem pode circular: jornal, revista, televisão, rádio, 
folheto, folder, outdoor e o próprio ar. 
Concordamos com Penteado (1977, p. 5) quando menciona o exemplo: 
“Suponhamos que alguém – o receptor – encontre uma garrafa numa praia 
deserta e que dentro dessa garrafa exista uma mensagem [...]”. Nesta situação, 
percebemos um canal de comunicação, pois o mesmo cumpriu seu papel, que é o 
de transportar uma mensagem.
3.5 CÓDIGO
O código é o meio através do qual a mensagem é transmitida, isto é, através 
da fala, da escrita, dos gestos ou das imagens. De acordo com Penteado (1977, p. 
5), “[...] um pedaço de papel coberto de garatujas não é uma mensagem, porque é 
ininteligível, não pode ser percebido pela inteligência”. Em suma, pode-se dizer 
que é o conjunto de elementos com significado aceitos pelo emissor e receptor. 
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
26
Garatujas correspondem a um desenho rudimentar, sem forma e ilegível.
NOTA
3.6 REFERENTE
O referente é o contexto ou a situação a que a mensagem remete ou ainda 
é a situação na qual emissor e receptor estão inseridos. Assim, a linguagem irá 
adquirir diversas funções, como a de emocionar, informar, persuadir, fazer 
refletir, entre outras.
Existem dois tipos de referente: o situacional, formado pelos elementos 
que situam o emissor e o receptor e pelas circunstâncias da transmissão da 
mensagem; e o textual, formado pelos elementos de todo o contexto linguístico. 
Agora que você conhece os elementos da comunicação, veja como eles 
podem ser representados observando o esquema a seguir:
FIGURA 16 – ESQUEMA DA COMUNICAÇÃO
Emissor Receptor
Código
Referente
Canal de Comunicação
Mensagem
FONTE: <https://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/linguagem_2.JPG>.
 Acesso em: 6 ago. 2018. 
É importante ressaltar, portanto, que a comunicação deve ser simples, 
direta, lógica e adaptada ao público-alvo, pois só se sabeverdadeiramente o que se 
disse depois de ouvir a resposta ao que se disse. Para que isto aconteça, o emissor 
deve ser um bom observador e ouvinte; a mensagem deve ser clara, precisa e 
com uma informação de retorno, já que a comunicação serve para informar, 
persuadir, motivar, educar, integrar os indivíduos na sociedade, distrair, divertir 
e muito mais.
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
27
4 BARREIRAS A UMA COMUNICAÇÃO EFICAZ
Conforme vimos, se analisarmos o ato da comunicação, vale ressaltar que 
ela é um tanto dificultada já entre pessoas próximas, com laços afetivos, pois há 
uma tendência de dispensar tolerância, paciência e cuidado com o que vai ser 
falado ou ouvido.
Em uma instituição ou empresa, onde a afetividade é praticamente 
imperceptível ou, por muitas vezes, inexistente, conclui-se que a comunicação 
tende a ser ainda mais complexa. Entretanto, Pimenta (2004), com um ponto 
de vista adverso, diz que a neutralidade e a racionalidade, características do 
ambiente empresarial, tendem a facilitar a comunicação, uma vez que as emoções 
e a passionalidade, às vezes exageradas das relações familiares, podem servir 
como empecilhos.
Em muitas situações, os deslizes que suscitam esses problemas são 
involuntários, os indivíduos os cometem sem perceber, seja por uma questão 
de hábitos adquiridos ou por referências culturais e familiares. É imprescindível 
pensar bem antes de falar, agir e ter sempre em mente que, em uma empresa 
ou instituição, as opiniões e percepções serão sempre suscetíveis a discussões e 
confusão, principalmente quando se trabalha com grupos heterogêneos. Vamos 
conhecer alguns tipos de barreiras que podem gerar falhas à boa comunicação? 
Vejamos: 
• A distração é um elemento de alta capacidade de embaralhar a recepção correta 
de uma informação, é uma ligação inesperada. 
• A presunção não enunciada acontece quando o emissor pressupõe que o 
receptor já saiba o significado, porém não o sabe, assim as informações são 
perdidas.
• A apresentação confusa é a falta de ordem e coerência que dificultam o 
entendimento das informações. 
• A representação mental pode causar confusão, pois o receptor obtém os 
dados e constrói uma imagem do que está sendo dito. Uma voz carinhosa, por 
exemplo, chama a atenção do receptor, o que pode distorcer a mensagem. 
• A credibilidade, que é a autoridade das pessoas, tem um peso muito grande 
na hora do recebimento de uma informação.
• A distância física é a probabilidade decrescente de as pessoas se comunicarem 
quando a distância é significativa entre elas. 
• A defensidade acontece quando temos um conceito sobre o emissor e a 
defensiva impede a comunicação.
• A limitação do receptor, que é o grau cultural ou a forma de encarar situações 
e os interesses que temos, limita a capacidade de entender o que é proposto. 
Diante do exposto, ainda pode-se acrescentar um último tipo de barreira que 
efetivamente dificulta a condição de uma boa comunicação, a autossuficiência. E 
podemos concordar com Penteado (1977, p. 71) quando diz: “Para a comunicação 
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
28
humana, a autossuficiência, com todas as suas consequências, significa obstáculo 
por vezes intransponível: é impossível para qualquer pessoa começar a aprender 
o que ela julga que já sabe. O sucesso do aprendizado depende da disposição em 
se admitir que não se sabe”. 
Quem tem autossuficiência é autossuficiente. Afinal, caro acadêmico, você 
sabe o que é ser uma pessoa autossuficiente? 
Autossuficiente é aquele que tem a capacidade de viver sem depender de outrem; 
independente, ou capaz de atender às próprias necessidades de consumo, sem necessitar 
de recorrer à importação de produtos.
FONTE: <https://www.dicio.com.br/autossuficiente/>. Acesso em: 6 ago. 2018.
NOTA
Nos próximos subtópicos veremos com mais detalhamento alguns tipos 
de barreiras que podem gerar falhas à boa comunicação.
4.1 REDUNDÂNCIA 
A redundância na comunicação acontece quando o emissor transmite 
uma informação repetindo-a, quando poderia utilizar uma linguagem mais 
clara e objetiva. Utilizar positivamente este artifício é um dos maiores desafios 
de quem almeja ser um bom comunicador. Se você prestar atenção, muitas 
informações retratam redundâncias sintáticas, quando falamos “subir para 
cima”, por exemplo; redundâncias gestuais, quando apontamos o polegar para 
cima para dizer positivo, ou redundâncias tonais, quando exclamamos: “Estou 
morto de fome!”, entre outras. Por vezes, a redundância se faz necessária para 
que uma mensagem mostre perceptibilidade, como também para nos livrarmos 
de possíveis ruídos. Bem, estes você estudará logo mais. 
Pode-se dizer, então, que redundância é toda a parte da mensagem que não 
traz nenhuma informação nova, isto é, refere-se a um excesso ou a um pleonasmo. 
A redundância se associa à contenção da informação. Na comunicação cotidiana 
a encontramos na união dos gestos com a fala. Então, quando dizemos “nós 
estamos aqui”, poderíamos apenas falar “estamos aqui”.
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
29
Ei, você lembra o que é pleonasmo?
O pleonasmo pode ser tanto uma figura quanto um vício de linguagem. Ele é uma 
redundância, proposital ou não, numa expressão, enfatizando-a. Não se preocupe, adiante 
você encontrará uma explicação completa, ok?
NOTA
4.2 RUÍDO
De modo mais informal, o ruído ou a interferência é tudo o que afeta a 
transmissão da mensagem. São fatores que surgem ou que se colocam entre o 
emissor e o receptor no processo de comunicação. 
 
“A interferência ou ruído é criado por todos os fatores que, embora 
não pretendidos pela fonte, acrescentam-se ao sinal durante o processo de 
transmissão” (RÜDIGER, 1998, p. 21). 
Se você falar em voz muito baixa, se efetuar erros de codificação, se você 
estiver nervoso, se faltar com a atenção, se faltar energia elétrica, se manchar o 
papel que contém a informação, certamente ocorrerão ruídos num contexto de 
comunicação. Para que todas essas informações fiquem claras, observe o esquema 
a seguir:
FIGURA 17 – ESQUEMA DE RUÍDO NA COMUNICAÇÃO
FONTE: As autoras
Emissor Receptor
Ruído
Mensagem
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
30
O bom senso é palavra de ordem dentro das relações comunicativas 
profissionais. Para tanto, cabe a cada um a constante autoanálise em relação ao 
comportamento e à postura diante do grupo e das situações comunicativas que 
exercemos.
Caro acadêmico, após esta etapa de estudos, quando você se comunicar, 
tente minimizar as barreiras para uma comunicação eficaz. E para tanto, observe 
algumas dicas: 
• utilize uma linguagem apropriada e direta; 
• forneça informações claras e completas;
• use canais múltiplos para estimular os vários sentidos do receptor; 
• comunique-se face a face;
• ouça ativamente; e 
• tenha empatia. 
Para você visualizar como a comunicação funciona, observe o esquema de 
Shannon e Weaver: 
FIGURA 18 – O MODELO DE SHANNON-WEAVER DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Fonte de
Informação Transmissor Canal Receptor Destino
Mensagem MensagemSinal Sinal
Fonte de
Ruído
Feedback
FONTE: Adaptado de <http://www.ceismael.com.br/oratoria/shannon.gif>. 
Acesso em: 6 ago. 2018.
DICAS
Para você aprofundar seus conhecimentos em relação à comunicação e sentir-
se mais autoconfiante nesse processo, leia: RIBEIRO, Lair. Comunicação global: a mágica da 
influência. Rio de Janeiro: Objetiva, 1993. Você vai aprender muito numa leitura divertida e 
de fácil acesso!
31
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A comunicação não pode ser confundida com a simples transmissão unilateral 
de informações, ela só existe quando se estabelece entre duas ou mais pessoas.
• Todas as relações humanas e interpessoais abrangem a comunicação, pois 
ela é um veículo de significados que pode, inclusive, influenciar nossos 
comportamentos.
• A comunicação nas relações interpessoais pode ser entendida,de uma forma 
mais simplificada, como uma atividade caracterizada pela transmissão e 
recepção de informações entre indivíduos.
• A comunicação formal é a comunicação oficial endereçada através dos canais 
de diálogo existentes no organograma de uma empresa ou de uma instituição.
• A comunicação informal é aquela desenvolvida espontaneamente através da 
estrutura sem formalidades e fora dos canais de comunicação.
• Há seis elementos no processo de comunicação, que são: o emissor (remete a 
informação); o receptor (o destinatário da mensagem); a mensagem (o objeto 
de comunicação); o canal de comunicação (o meio pelo qual a mensagem pode 
circular); o código (o meio através do qual a mensagem é transmitida) e o 
referente (o contexto, a situação e os objetos reais a que a mensagem remete).
• A comunicação precisa ser simples, direta, lógica e adaptada ao público-alvo, 
pois só se sabe verdadeiramente o que se disse depois de ouvir a resposta ao 
que se disse, o chamado feedback.
• A redundância acontece quando o emissor transmite uma informação 
repetindo-a, em vez de transmiti-la com clareza.
• O ruído ou a interferência é tudo o que afeta a transmissão de uma mensagem.
32
1 Duas pessoas conversam ao telefone celular. A pessoa que está ouvindo, 
porém, não consegue entender o que a outra está dizendo, pois o seu aparelho 
apresenta um pequeno defeito. O ruído, neste processo de comunicação, 
está no:
a) ( ) Código.
b) ( ) Canal.
c) ( ) Emissor.
d) ( ) Receptor.
e) ( ) Mensagem.
2 Observe e responda:
AUTOATIVIDADE
FIGURA 19 – CALVIN CONVERSA POR TELEFONE
FONTE: <https://escolakids.uol.com.br/public/upload/image/calvin-e-haroldo(1).jpg>. 
Acesso em: 31 out. 18.
A tirinha ilustra elementos do processo de comunicação que você já 
estudou. Com base no que foi visto, e com relação à tirinha, julgue os itens a 
seguir:
I- A voz da personagem Calvin é um canal de comunicação.
II- A personagem Calvin desempenha o papel de emissor da mensagem.
III- A forma como o diálogo por telefone se desenvolveu indica que houve um 
ruído no processo de comunicação.
IV- Os elementos fonte, código, canal, estão presentes na tirinha.
Estão corretos apenas os itens:
a) ( ) I e III.
b) ( ) I e IV.
c) ( ) II e III.
d) ( ) II e IV.
e) ( ) III e IV.
3 Diga quais são as barreiras para uma comunicação eficaz e explique-as. 
Oi,
Eu, Calvin!
Como vai ?
.UH HUH...
Belo dia lá fora,
Não? ... YEP...
Ouça, eu suponho
que você deve estar
pensando por que
eu liguei...
33
TÓPICO 3
A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Abordamos no Tópico 1 que a linguagem possui peculiaridades. A língua 
é de domínio público, pertence a todos os membros de uma comunidade, e 
concretiza-se por meio do uso individual da fala, ou seja, cada falante a utiliza 
conforme as suas necessidades de comunicação, seu grau de escolaridade, 
sua faixa etária, ou sua região na qual reside, daí a dizer que a língua possui 
variedades. 
Você, ao imitar alguém, já acabou por reproduzir algumas palavras que 
são características da pessoa imitada? Podemos dizer que a diversidade dessa 
utilização ocorre devido a inúmeros fatores ou níveis, assunto a ser abordado 
neste tópico.
2 NÍVEIS DE LINGUAGEM 
Uma das variantes a ser estudada diz respeito aos níveis de linguagem. No 
processo de comunicação torna-se imprescindível que o falante (emissor) faça a 
seleção das variantes da língua, ou seja, as formas adequadas para cada situação, 
considerando alguns aspectos, tais como: o que dizer, para quem dizer, em que 
lugar e como dizer. 
DICAS
Ao considerar os aspectos “o que dizer, para quem dizer, em que lugar e como 
dizer”, você já está realizando seu planejamento textual. Acesse o portal UOL para conferir 
mais dicas de planejamento textual para suas produções escritas: <https://alunosonline.uol.
com.br/portugues/dicas-para-planejar-sua-redacao.html>.
A partir disso, analisaremos distintos níveis de linguagem. Vamos 
conhecer quais são e em que momento utilizar cada um?
34
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
2.1 NÍVEL CULTO OU FORMAL
Em situações formais, como o próprio nome sugere, esse nível de fala é 
utilizado pelas pessoas escolarizadas. A linguagem culta deve ser utilizada pelos 
meios de comunicação escrita, como jornais, revistas, livros etc. O nível culto 
se caracteriza pelo uso mais apurado do vocabulário e o cuidado com as regras 
gramaticais. Em situações de cerimônia, deve ser usada a linguagem formal. 
O fragmento a seguir apresenta linguagem em nível formal.
A memória paulista está em risco. Um levantamento inédito produzido 
pelo Sistema Estadual de Museus (SISEM), órgão ligado à Secretaria de Estado 
da Cultura de São Paulo, mostra que 86% dos 415 museus paulistas têm, ao 
menos, um problema grave.
Faltam políticas de conservação do acervo, cuidados de climatização, 
reservas técnicas, funcionários e, em alguns casos, visitantes – porque há 
instituições fechadas ao público. O diagnóstico mostra a situação em que se 
encontram documentos e peças importantes para a história de São Paulo. Se 
bem utilizado [o levantamento], pode indicar quais medidas urgentes devem 
ser tomadas pelos responsáveis pelos museus.
FONTE: <http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/86-dos-museus-paulistas-tem-
problemas-20110918.html>. Acesso em: 6 ago. 2018.
2.2 NÍVEL INFORMAL
A espontaneidade é característica presente neste nível de linguagem. No 
dia a dia, em situações informais, as pessoas não estão atentas ao que é certo ou 
errado, segundo a linguagem padrão. Elas se comunicam com maior liberdade e 
necessitam, muitas vezes, de agilidade na transmissão da mensagem. 
Geralmente, nos diálogos encontramos exemplos da linguagem coloquial. 
O texto que segue O Poeta na Roça, de Patativa do Assaré, reproduz o nível 
informal. Observe:
O poeta da roça
Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabaio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de paia de mio.
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
35
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.
Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
Só canto o buliço da vida apertada,
Da lida pesada, das roça e dos eito.
E às vez, recordando a feliz mocidade,
Canto uma sodade que mora em meu peito.
Eu canto o caboco com suas caçada,
Nas noite assombrada que tudo apavora,
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando as visage chamada caipora.
Eu canto o vaquero vestido de coro,
Brigando com o toro no mato fechado,
Que pega na ponta do brabo novio,
Ganhando lugio do dono do gado.
Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem casa e sem pão.
E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade.
Cantando as verdade das coisa do Norte.
FONTE: ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que eu canto cá. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1984, p. 20-21.
De acordo com Travaglia (1996), a língua escrita e a oral apresentam cada 
uma um conjunto próprio de variedades de grau de formalismo. As variedades 
de grau de formalismo da língua escrita apresentam uma tendência para maior 
regularidade e geralmente maior formalidade que as da língua falada, todavia, 
importa lembrar que em cada caso existe uma mesma relação entre os níveis de 
grau de formalismos propostos para a língua falada e para a escrita. É necessário 
lembrar que não é válida a distinção que frequentemente encontramos enunciada 
36
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
por professores de que alíngua falada seria informal e a escrita formal. Isso 
não é verdadeiro. Podemos ter textos altamente formais na língua falada e 
textos totalmente informais na língua escrita. Isso fica claro no paralelismo dos 
níveis de formalidade registrados no quadro a seguir. Convém anotar que a 
língua escrita também pode apresentar variantes dialetais, embora essas sejam 
usualmente pouco numerosas e menos marcantes que na língua falada, porque 
no escrito desaparecem as diferenças fonéticas, prosódicas e outras. Assim, 
entre o português escrito do Brasil e o de Portugal as diferenças de convenção 
ortográfica, bem como as diferenças sintáticas, podem ser consideradas mínimas. 
A maior diferença parece ficar no léxico.
Considerando cinco graus de formalismo distintos, tanto na língua oral 
quanto na escrita, Bowen (1972) propõe o seguinte quadro das variedades de 
modo e de grau de formalismo:
QUADRO 3 – VARIANTES DE MODO 
Língua Falada Língua Escrita
Oratório
Formal (Deliberativo)
Coloquial
Coloquial distenso
Familiar
Hiperformal
Formal
Semiformal
Informal
Pessoal
Vejamos, a seguir, com algumas pequenas modificações, acréscimos ou 
reduções, a caracterização sumária que se apresenta de cada grau de formalismo 
em Bowen (1972).
1) Oratório: elaborado, intrincado, enfeitado, inteiramente composto 
de períodos equilibrados e construções paralelas. É usado quase 
exclusivamente por especialistas, tais como: advogados, sacerdotes, e 
outros oradores religiosos, políticos etc. e é sempre reconhecido como 
apropriado para uma situação muito formal. Poder-se-ia citar exemplos 
tirados de nossa literatura, tais como os sermões do Padre Antônio Vieira e 
as orações.
1a) Hiperformal: o equivalente escrito do oratório. Uma composição escrita 
para efeitos grandiosos ou sublimes. Uma poesia que segue estritamente 
os padrões formais, como o soneto, seria um exemplo. Um poema épico, 
romances de autores como Machado de Assis e José de Alencar. 
2) Deliberativo: usado quando se fala a grupos grandes ou médios, em que 
se excluem as respostas informais. É preparado previamente e mantém de 
proprósito uma distância entre falantes e ouvintes. Diferenciando-se do 
grau de formalismo coloquial, o deliberativo se caracteriza por sentenças 
que são mais rigorosamente definidas, por um número mais reduzido de 
sentenças curtas, por um vocabulário mais rico, com muitos sinônimos 
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
37
ou quase sinônimos, usados par evitar repetições léxicas desnecessárias, 
mostrando assim uma preocupação do falante com o estilo de expressão. 
Frequentemente é muito difícil para os falantes a aquisição de uma 
performance nesse nível, embora entendam o que ouvem e apreciem as 
habilidades reveladas pelos outros. Conferências científicas normalmente 
são realizadas com esse nível de formalidade. 
2a) Formal: apresenta características semelhantes ao do deliberativa, numa 
forma de linguagem cuidada na variedade culta e padrão, mas dentro 
do estilo escrito. É o caso da escrita dos bons jornais e revistas, por 
exemplo, cuidadosamente editada e elaborada. Correspondências oficiais 
normalmente se enquadram nesse nível.
3) Coloquial: comumente aparece no diálogo entre duas pessoas, ambas 
participantes ativas, alternando-se no papel de falante e emitindo sinais 
de realimentação, quando na posição de ouvinte. Sem planejamento 
prévio, mas continuamente controlado, é caracterizado por construções 
gramaticais soltas, repetições frequentes, frases bem curtas e conectivos 
simples, léxico constituído de palavras de uso mais frequente.
3a) Semiformal: corresponde na escrita ao coloquial, mas tem um pouco mais 
de formalidade que este. É a forma de língua que encontramos, por exemplo, 
em cartas comerciais e de recomendação, declarações, reportagens escritas 
para posterior leitura pelos locutores nas rádios e televisões, relatórios e 
projetos. 
4) Casual (coloquial distenso): nesse nível percebe-se uma completa 
integração entre falante e ouvinte, com o uso frequente de gíria, que é um 
indicador do relacionamento próprio de um grupo fechado (linguagem 
particular ou semiparticular). É caracterizado pela omissão de palavras 
e pouco cuidado em sua pronúncia, que pode ocorrer com mudanças de 
sons, sem seus finais etc. Seriam exemplos desse nível as conversações 
descontraídas entre amigos, colegas de trabalho.
4a) Informal: é o caso de correspondência entre membros de uma família ou 
amigos íntimos e caracteriza-se pelo uso de formas abreviadas, abreviações 
padronizadas, ortografia simplificada, construções simples, sentenças 
fragmentadas.
5) Íntimo (familiar): inteiramente particular, pessoal, usado na vida familiar 
privada. Este grau de formalismo é a língua em que há a intimidade da 
afeição. Aparecem, portanto, muitos elementos da linguagem afetiva com 
função emotiva.
5a) Pessoal: Quase sempre notas para uso próprio. Como exemplos podemos 
citar um recado anotado ao telefone, um bilhete que deixamos para avisar 
alguém da casa de algo ou mesmo uma lista de compras de uma dona de 
casa.
FONTE: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/gestar/tpportugues/tp1.pdf>. 
Acesso em: 6 ago. 2018
38
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
2.3 USO ADEQUADO DA LÍNGUA ÀS SITUÇÕES DE 
COMUNICAÇÃO
Quando pensamos em que roupa colocar para ir ao escritório, por 
exemplo, certamente bermuda e camiseta não estão em nossa lista, não é? Com a 
linguagem não é diferente, devemos adequá-la conforme o uso que faremos dela, 
ou seja, conforme a situação, o lugar e as pessoas com que vamos nos comunicar.
Um diálogo entre amigos sugere uma situação de informalidade, sendo 
possível utilizar a língua de forma espontânea, sem preocupação com as regras de 
gramática normativa. Caso diferente é um discurso de formatura. Assim como há 
a preocupação com a vestimenta, deve haver com a linguagem utilizada. Nessa 
situação, não seria adequada a linguagem coloquial e, sim, a formal. 
2.4 GÍRIAS
Apesar de muitas pessoas pensarem que a gíria é um desvio da linguagem, 
a maioria já pronunciou palavras como: bacana, cara, cuca, entre outras, não é 
mesmo? O que não podemos esquecer é que a gíria não pertence à linguagem 
padrão, não é aceita em situações de formalidade, como, por exemplo, redações 
de vestibular, ofícios, preenchimento de relatórios, e-mails, textos acadêmicos, 
artigos científicos etc. 
Assim, podemos afirmar que a língua formal não aprova o uso de gírias, 
salvo em reprodução de falas de personagens. Quando usada em momento 
oportuno, ela cumpre o papel de denotar expressividade, podendo revelar grande 
criatividade do emissor, à medida que esteja adequada à situação: adaptada ao 
meio, à mensagem e a quem a receber.
A gíria, portanto, é característica da linguagem informal. Para Terra (1997, 
p. 66) “[...] a gíria é uma variante da língua padrão utilizada por indivíduos de um 
grupo social ou profissional em circunstâncias especiais”. Muitas vezes utilizamos 
algumas delas sem perceber que não estamos fazendo uso da linguagem formal, 
pois encontramos gírias diferenciadas, como, por exemplo: a dos jovens, a dos 
surfistas, a dos jogadores de futebol, entre outras. 
Constantemente surgem novas gírias e outras caem em desuso, isso 
porque a gíria, como já mencionado, é uma variante da língua, e esta, por sua 
vez, está em constante evolução e/ou reformulação. 
Leia agora um pequeno texto sobre o assunto.
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
39
GÍRIA: O LADO JOVEM E TRANSITÓRIO DA LINGUAGEM
Da festa do balacobaco à reúna onde se descolava aquela mina até o 
“ficar” de hoje, os jovens de todas as épocas reinventam a língua portuguesa. 
A juventude principalmente, mas todos os grupos de interesse e vivências 
particulares criam seu próprio modo de expressão e identidade, enriquecendo 
e dando gosto e graça ao vocabulário.
Perseguida pelos puristas, sempre provocadora de polêmicas entre os 
gramáticos, escolas e redações de jornais,a gíria, na verdade, inova e renova a 
linguagem. Chamar alguém de bacana anos atrás era um elogio e linguagem 
de quem estava “por dentro”. Agora, a mesma palavra pode ser classificada 
como uma expressão típica de um “mauricinho”. Com humor e criatividade, 
as gírias são fugazes e estão sempre se renovando.
Recentemente, foi lançado em Brasília, pelo jornalista e professor 
universitário, João Bosco Serra e Gurgel, o Dicionário de Gíria; modismo linguístico 
e equipamento falado do brasileiro. Serra e Gurgel defende que a disseminação 
da gíria pode estar levando o português a se tornar uma língua ágrafa, sem 
representação gráfica para sua manifestação sonora.
O uso da gíria pela juventude e pelos meios de comunicação sempre 
gerou polêmica. Serra e Gurgel dizem que 90% dos jovens adotam a gíria e 
desprezam a estruturação de sujeito, verbo e complemento. “Suas frases são 
vagas, carregadas de sons que nada significam”. Celso Luft afirma que a gíria 
é própria da juventude e da linguagem coloquial, informal.
Descontraída, debochada ou crítica, a gíria tem contribuído para dar um 
colorido próprio à linguagem. Sem ela, sem o recurso de regionalismo, acredita 
Luft, a linguagem corre o risco de empobrecer pela padronização, ficando 
sem vida. “Por trás do preconceito contra a gíria há sempre um conflito entre 
conservadores e juventude, grupo social contra grupo social. Se a linguagem 
da juventude se restringir só à gíria, então haverá perigo”.
FONTE: BRAGANÇA, Maria Alice. Revista ZH. Porto Alegre, 1991, p. 6-7.
3 A LINGUAGEM PARTICULAR DE UMA PROFISSÃO
A escolha de uma profissão não é algo que se decide de uma hora para 
outra, não é? Vários fatores são levados em conta, como as habilidades que se 
têm, a afinidade com alguma área em especial ou até mesmo a admiração por 
profissionais que já exercem tal trabalho. Pode-se afirmar que cada vez mais a 
pressão em torno da responsabilidade pela escolha certa, na era da informação, 
do avanço tecnológico e comunicacional proporcionado pela globalização está 
exigindo profissionais muito qualificados.
40
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
Você sabe, provavelmente, que não é possível haver indivíduos 
qualificados sem levar em conta um item muito importante no currículo de 
qualquer profissional das mais variadas áreas: o uso do nível culto da língua 
portuguesa.
 
Vimos, anteriormente, que nós temos a linguagem falada e escrita, porém 
não escrevemos como falamos nem vice-versa. Você deve concordar conosco que, 
em situações de oralidade, a negociação de sentido entre os interlocutores é mais 
imediata, o que pode implicar, muitas vezes, na facilidade de compreensão do 
conteúdo da mensagem. Além disso, a oralidade dispõe de elementos como a 
entonação e variação de voz, que contribuem para o entendimento. Em outras 
palavras, dependendo da situação, você emprega a linguagem que mais se adequa: 
se informal, usa-se uma linguagem sem formalidades; se formal, emprega-se 
a norma culta. Você já estudou, também, que a modalidade escrita vem sendo 
muito exigida em concursos e entrevistas para emprego. Assim, preste atenção, 
acadêmico, pois a era digital parece informal, mas, no trabalho, requer o uso de 
regras coerentes. Assim, o profissional que quer permanecer num mercado de 
trabalho tão competitivo no mundo globalizado precisa ter domínio da norma 
culta, bem como das regras, e ainda saber falar e escrever muito bem. 
Queiramos ou não, a linguagem particular utilizada nas diversas 
profissões, seja na elaboração de um ofício, relatório, ata, memorando, e-mail, 
mala direta, num aviso a colegas de trabalho, numa conversa, entre outros, exige 
o uso da norma culta da língua. 
Reconhecemos, então, que a norma culta constitui como um aspecto da 
linguagem importante para a comunicação empresarial. Acerca da linguagem 
profissional, também é importante discutirmos a linguagem técnica ou jargão, que 
corresponde a um palavreado particular de uma categoria ou de uma profissão. 
Segundo o dicionário Michaelis (2008), jargão é uma gíria profissional. Perceba 
que linguagem técnica ou jargão é um código da língua, pertencente a um grupo 
profissional ou sociocultural com vocabulário especial.
Apesar de em muitos casos o jargão ser apenas um modo de impressionar 
o receptor, há também os casos em que sua colocação é quase que obrigatória. Seja 
qual for a causa de sua existência, o jargão tem um sentido muito importante para 
quem o utiliza. Quando um advogado peticiona, por exemplo, ele expressa o que 
os leigos conhecem por “pedir para o juiz”. Assim, podemos dizer que a linguagem 
técnica ou o jargão é a “gíria” usada específica e limitadamente por grupos de 
profissionais de um mesmo meio: professores, advogados, médicos etc.
O uso de jargões, como pudemos ver, corresponde a um recurso, a uma 
função da linguagem, que contribui para a produção de textos (orais ou escritos) 
na área profissional. Na seção a seguir, vamos refletir sobre a linguagem e suas 
funções.
TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
41
4 A LINGUAGEM E SUAS FUNÇÕES
As funções da linguagem são recursos que enfatizam a intenção do emissor 
para que se estabeleça uma comunicação eficiente. Um texto pode apresentar 
mais de uma função enfatizadora.
As funções da linguagem têm a finalidade de levar o leitor ou o receptor a 
compreender determinado efeito ou conceito para determinado objetivo. Diante 
disso, comungamos da ideia de Chalhub (1990, p. 9): 
Numa mesma mensagem [...] várias funções podem ocorrer, uma 
vez que, atualizando corretamente possibilidades de uso do código, 
entrecruzam-se diferentes níveis de linguagem. A emissão, que 
organiza os sinais físicos em forma de mensagem, colocará ênfase em 
uma das funções – e as demais dialogarão em subsídio, [...].
Obviamente, as funções da linguagem requerem, antes de serem 
individualmente estudadas e antes de observarmos suas influências no dia a dia, 
indicar que todo processo comunicativo é centrado em elementos. Chalhub (1990, 
p. 1) reflete a respeito disso dizendo: 
Diferentes mensagens veiculam significações as mais diversificadas, 
mostrando na sua marca e traço [...]. O funcionamento da mensagem 
ocorre tendo em vista a finalidade de transmitir – uma vez que 
participam do processo comunicacional: um emissor que envia a 
mensagem a um receptor, usando do código para efetuá-la; esta, 
por sua vez, refere-se a um contexto. A passagem da emissão para 
a recepção faz-se através do suporte físico que é o canal. Aí estão, 
portanto, os fatores que sustentam o modelo de comunicação: emissor; 
receptor; canal; código; referente; mensagem.
Os elementos da comunicação instituem funções, assim conhecidas: 
• função referencial; 
• função emotiva;
• função conativa;
• função fática; 
• função metalinguística e
• função poética.
Vamos visualizar o esquema a seguir para poder entendê-las melhor?
42
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
FIGURA 20 – FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Emissor (emotiva) Mensagem
Contexto (referencial)
(poética) Receptor (conativa)
Canal (fática)
Código (metalinguística)
FONTE: As autoras
4.1 FUNÇÃO EMOTIVA 
A função emotiva ou expressiva é focada nas opiniões, ideias e nas emoções 
de quem emite a mensagem. As interjeições e as exclamações são geralmente 
utilizadas. O texto faz uso da primeira pessoa do singular. 
 
Esta função aparece especialmente nas biografias, poesias líricas, 
memórias e nas cartas de amor. 
ATENCA
O
Consulte seus conhecimentos e responda: o que é interjeição? Hum, 
esqueceu?! Bem, saiba que as interjeições são palavras invariáveis, isto é, não sofrem variação 
em gênero, número e grau. No entanto, em uso específico, algumas interjeições sofrem 
variação em grau. Deve-se entender que, neste caso, não se trata de um processo natural 
dessa classe, mas tão somente uma variação que a linguagem permite. 
Exemplos de frases contendo interjeições.
«Ah! não, minha filha,traga-me de volta os retratos.» 
«Arre! Até que enfim chegamos.» 
«Avante! O dia está raiando.» 
«Bis! Excelente apresentação.» 
«Bravo! Execução maravilhosa.» 
«Calma, gente! O Brasil parece ser nosso.» 
«Calma, governador! No fim do túnel sempre tem um pedágio.» 
«Caramba! Tudo aqui parece abandonado.» 
«Cruz-credo! Que medo daquele escuro.» 
«Cuidado! Maria está chegando.» 
«Ei, amigos, venham!» 
«Epa! Tem alguém por aqui.» 
«Fora, bicho!» 
«Fora! Estou farta de você.» 
TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
43
«Graças a Deus! Saí sã e salva dessa fria.» 
«Hum, que chiqueza!» 
«Macacos me mordam! Que dia de cão.» 
«Meu Deus! Quanta chuva.» 
«Não diga! Ela parecia tão boa.» 
«Ô, venha!» 
«Ôba! Feriado na terça!» 
«Ôba! Férias de julho novamente.» 
«Oh! Bendito aquele que cria e não copia.» 
«Oi! Tudo bem por aí?» 
«Olá! Tem alguém em casa?» 
«Parabéns! Eu sabia que você ia conseguir a vaga.» 
«Psiu! Preciso de uma ajudinha.» 
«Puxa! Que calor.» 
«Puxa vida! Isso não acaba nunca.» 
«Que horror! Esse desrespeito passou dos limites.» 
«Que pouca vergonha! Essas meninas perderam a noção.» 
«Quem me dera! Um sorteiozinho na Mega e estaria feita.» 
«Silêncio! Tem gente dormindo.» 
«Tomara! Um dia ela se vinga!» 
«Ué! Cadê sua ajuda?» 
«Ui! Dói só de pensar!» 
«Valha-me Deus! Não quero morrer agora.» 
«Xi! Azedou o leite.» 
«Xô, bicho!»
FONTE: <http://www.lpeu.com.br/q/tlua6>. Acesso em: 7 ago. 2018.
Leia o exemplo a seguir:
UMA MORENA
Não ofereço perigo algum: sou quieta como folha de outono esquecida 
entre as páginas de um livro, sou definida e clara como o jarro com a bacia de 
ágata no canto do quarto – se tomada com cuidado, verto água limpa sobre as 
mãos para que se possa refrescar o rosto, mas, se tocada por dedos bruscos, num 
segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada. Tenho pensado 
se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, 
embora sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre 
são suficientes para despertar a suavidade alheia, mesmo assim insisto: meus 
gestos, minhas palavras são magrinhos como eu, e tão morenos, que esboçados 
à sombra, mal se destacam do escuro, quase imperceptível me movo, meus 
passos são inaudíveis feito pisasse sempre sobre tapetes, impressentida, mãos 
tão leves que uma carícia minha, se porventura a fizesse, seria mais branda que 
a brisa da tardezinha. Para beber, além do chá, raramente admito um cálice de 
vinho branco, mas que seja seco para não esbrasear em excesso minha garganta 
em ardores...
FONTE: ABREU, Caio Fernando. Fotografias. In: Morangos mofados. 2. ed. São Paulo: 
Brasiliense, 1982, p. 93.
44
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
No texto, você pode observar que são descritas as sensações da mulher. 
Esta descrição é pessoal e subjetiva. O emissor exterioriza seu estado psíquico, 
predominando a função emotiva da linguagem. Observe que o texto se caracteriza, 
também, pelo uso da 1ª pessoa do singular, o eu.
4.2 FUNÇÃO REFERENCIAL
Esta função centra-se no referente. O texto apresenta informações sobre a 
realidade, traduzindo objetivamente o fato acontecido, uma linguagem direta e 
objetiva. Prevalece a terceira pessoa do singular. Sem emitir uma opinião pessoal, 
é utilizada na ciência, na arte realista, no jornal e em livros científicos.
Leia o texto a seguir:
A índia Everon, da tribo Caiabi, que deu à luz três meninas, através de 
uma operação cesariana, vai ter alta depois de amanhã, após ter permanecido 
no Hospital Base de Brasília desde o dia 16 de março. No início, os índios da 
tribo foram contrários à ideia de Everon ir para o hospital, mas hoje já aceitam 
o fato, e muitos já foram visitá-la. Everon não falava uma palavra de português 
até ser internada e as meninas serão chamadas de Luana, Uiara e Potiara.
FONTE: <https://docgo.net/philosophy-of-money.html?utm_source=dinamica-dVozf7Z>. 
Acesso em: 7 ago. 2018.
Observe que o texto apresenta, como objetivo único, informar ou confirmar 
ao receptor um fato ocorrido. A linguagem é objetiva, não admite mais que uma 
interpretação. Assim, evidencia-se a clara função de linguagem empregada, a 
referencial, que traduz objetivamente a realidade.
4.3 FUNÇÃO APELATIVA
Esta função indica que a mensagem está centrada no receptor. O emissor, 
por sua vez, busca influenciar a conduta do receptor com o intuito de convencê-lo 
ou de lhe dar ordens. É comum o uso do tu e do você (2ª e 3ª pessoas do singular) 
ou o próprio nome a quem se dirige a fala, além de usar vocativos e imperativos. 
Nos discursos, nos sermões e nas propagandas, que são dirigidos diretamente ao 
consumidor, é muito comum o uso desta função.
TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
45
Você lembra o que é um vocativo? Bem, é muito fácil! Vocativo é um termo 
que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético. Exemplo: “Não 
fale tão alto, Juliana!” O nome “Juliana” é um vocativo.
E o modo imperativo dos tempos verbais, você sabe sua função? Ele é usado quando 
queremos ordenar ou aconselhar. Exemplos: “Traga-me um chá!” “Tome cuidado, menino!”
NOTA
Observe a imagem: 
FIGURA 21 – PROPAGANDA
FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/-dLxAGiuQEnA/TaG2KWI7ZtI/AAAAAAAAABM/0eF-rRozbjw/
s320/greenpeace2.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.
46
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
Ela propaga uma mensagem que, geralmente, chama muito a atenção 
pelo impacto. As propagandas classificadas como apelativas têm a incumbência 
de proporcionar, muitas vezes, uma mensagem de cunho social. Veja, a seguir, 
mais um exemplo de textos publicitários que explicitamente utilizam o apelo 
ao receptor.
FIGURA 22 – PROPAGANDA
FONTE: <https://empiricusimagens.s3.amazonaws.com/imagens/copys/fn01/13.png>.
 Acesso em: 12 jun. 2018.
4.4 FUNÇÃO FÁTICA
A função fática objetiva verificar se o canal de comunicação está em pleno 
funcionamento. Tem a finalidade de prolongar ou não a relação comunicativa com 
o receptor. No linguajar das falas telefônicas, as saudações são características da 
função fática, bem como as interjeições, comentários sobre o clima, entre outros 
aspectos.
Veja o exemplo que segue: 
FIGURA 23 – FUNÇÃO FÁTICA
FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/_8gWyZQJ8R0E/Svm0h1GIVzI/AAAAAAAAAQ8/
J1i7Akoomlw/s400/blog1.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018. 
A letra da música da figura, que serve como exemplo da função fática, 
mostra que o emissor utiliza claramente expressões que tentam prolongar o 
contato com o receptor.
TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
47
4.5 FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
Na função metalinguística o código linguístico é posto em destaque, usando 
a linguagem para falar dela mesma, ou seja, ela faz menção ao próprio código. A 
poesia que fala da poesia, um texto que explana outro texto e os dicionários são 
exemplos de metalinguagem. Então, dicionários, gramáticas, textos que analisam 
textos, poemas que abordam o assunto da poesia são exemplos desta função. 
Observe os exemplos a seguir: 
FIGURA 24 – FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
Mãe, você acha que eu 
sou Mal-Educado?
Educado não é aquele que
sabe as regras de etiqueta.
Educado é aquele que 
pensa nos outros!
Viu, seu �*!!!ξ?
Eu sou educado!
Você não
tá pensando
na minha mãe
quando diz isso!
FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/_8gWyZQJ8R0E/SvBIbCGCozI/AAAAAAAAAQk/uk2njO4Ail8/
s1600-h/blog1.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.
Mulher. [Do lat. muliere.] S. f. 1. Pessoa do sexo feminino após a 
puberdade. [Aum.: mulherão, mulheraça, mulherona.] 2. Esposa.
FONTE: <http://www.coladaweb.com/portugues/a-linguagem-e-os-processos-de-
comunicacao>. Acesso em: 7 ago. 2018.
Os exemplos apresentam a função metalinguística, o primeiro tem como 
objetivo explicar, de uma maneira bem-humorada, o significado de mal-educado 
a um falante da nossa língua. O segundo é um verbete de um dicionário que 
esclarece um elemento do código – a palavra mulher – empregando o próprio 
código na explicação.48
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
4.6 FUNÇÃO POÉTICA
É a função que se centraliza na mensagem e que utiliza recursos 
imaginativos. Esta função tem uma linguagem figurada, geralmente apresentada 
em obras literárias, letras de música ou em algumas propagandas. Além disso, a 
métrica, o ritmo e a rima são alguns dos recursos inerentes à linguagem poética. 
Veja o exemplo:
A mulher que passa
Meu Deus, eu quero a mulher que passa. 
Seu dorso frio é um campo de lírios 
Tem sete cores nos seus cabelos 
Sete esperanças na boca fresca!
Oh! Como és linda, mulher que passas 
Que me sacias e suplicias 
Dentro das noites, dentro dos dias!
Teus sentimentos são poesia. 
Teus sofrimentos, melancolia. 
Teus pelos leves são relva boa 
Fresca e macia. 
Teus belos braços são cisnes mansos 
Longe das vozes da ventania.
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
[...]
FONTE: MORAIS, Vinícius de. A mulher que passa. In:______. Antologia poética. 4. ed. Rio de 
Janeiro: Ed. do autor, 1960, p. 90.
O exemplo apresentado é desenvolvido com criatividade. O som, o ritmo, 
o jogo de ideias são explorados no texto e a linguagem poética desperta interesse 
e desejo no leitor.
49
RESUMO DO TÓPICO 3
 Neste tópico, você aprendeu que: 
• As funções da linguagem são recursos que destacam a intenção do emissor 
para que uma comunicação eficiente aconteça. Um texto pode apresentar 
várias funções enfatizadoras.
• As funções de linguagem são seis: função referencial ou denotativa; função 
emotiva ou expressiva; função fática; função conativa ou apelativa; função 
metalinguística e função poética.
• A função emotiva ou expressiva é centrada nas opiniões e emoções do emissor.
• A referencial ou denotativa centra-se no referente.
• Na função apelativa a mensagem é voltada para o receptor, e o emissor 
procura persuadir o outro a determinado comportamento, com a intenção de 
convencimento ou de, inclusive, dar ordens.
• A função fática tem foco no canal, que tem por finalidade prolongar ou não o 
contato com o receptor.
• Na função metalinguística, o código linguístico é posto em destaque, utilizando 
a linguagem para falar dela.
• A função poética é a que se centraliza na mensagem. É aquela que utiliza 
recursos imaginativos inventados pelo emissor.
• A linguagem culta deve ser utilizada pelos meios de comunicação escrita, como 
jornais, revistas, livros etc.
• O nível culto se caracteriza pelo uso mais apurado do vocabulário e o cuidado 
com as regras gramaticais.
• No nível coloquial a espontaneidade é característica presente.
• No dia a dia, em situações informais, as pessoas não estão atentas ao que é 
certo ou errado, segundo a linguagem padrão.
• Devemos adequar a linguagem conforme o uso que faremos dela, ou seja, 
conforme a situação, o lugar e as pessoas com quem vamos nos comunicar.
50
• Os desvios da norma culta não são aceitos pela gramática normativa.
• A gíria não pertence à linguagem padrão. Não é aceita em situações de 
formalidade como, por exemplo, redações de vestibular, ofícios, preenchimento 
de relatórios, e-mails, textos acadêmicos, artigos científicos etc.
• Quando usada em momento oportuno, a gíria cumpre o papel de denotar 
expressividade, podendo revelar grande criatividade do emissor.
• Constantemente surgem novas gírias e outras caem em desuso, isso porque a 
gíria é uma variante da língua, e esta, por sua vez, está em constante evolução 
e/ou reformulação.
• Indivíduos qualificados precisam de um item muito importante no currículo 
de qualquer profissional de qualquer área: o uso do nível culto da língua 
portuguesa.
• A linguagem técnica ou o jargão é um conjunto de palavras particular de uma 
categoria ou de uma profissão.
• Apesar de o jargão ser apenas um modo de impressionar o receptor, há também 
os casos em que sua colocação é quase que obrigatória. 
51
1 Caro acadêmico, para você entender melhor as funções da linguagem, 
elabore um esquema que as represente e exemplifique cada uma delas. 
2 Leia a tirinha que segue e identifique a alternativa que apresenta a linguagem 
informal.
AUTOATIVIDADE
FIGURA 25 – HAGAR 
Tá legal, espertinho!
onde é que você esteve?!
E lembre-se: se você disser
uma mentira, os seus 
chifres cairão!
Tudo bem, eu vou contar... estou
atrasado porque ajudei uma
velhinha a atravessar a rua...
...E ela me deu um anel mágico
que me levou a um tesouro,
mas bandidos o roubaram 
e os persegui
até a etiópia,
onde um 
DRAGÃO...
FONTE: <https://1.bp.blogspot.com/-blzeTqcRaVk/Ud74tHKjiOI/AAAAAAAADWs/-5cl6r3xcxw/
s1600/enem+b76aa228250685c7eb97d63662ec8f14.jpg>. Acesso em: 7 ago. 2018.
a) ( ) "Tá legal, espertinho!"
b) ( ) "[...] e ela me deu um anel mágico [...]"
c) ( ) "[...] mas bandidos o roubaram [...]"
d) ( ) " Onde é que você esteve?!"
3 Relacione os textos a seguir com suas correspondentes funções textuais:
52
I- Pra você guardei o amor
Que aprendi, vem dos meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que o arco-íris
Risca ao levitar
FONTE: <https://www.letras.mus.br/nando-reis/1491960/>. 
Acesso em: 12 jun. 2018.
( ) Função 
metalinguística
II- 
pa·lan·fró·ri·o 
(alteração de palavrório) 
substantivo masculino
1. Conversa para enganar ou convencer = LÁBIA
2. Discurso inútil ou aborrecido = ARANZEL
 
Sinônimo Geral: PALAVRÓRIO
FONTE: <http://dicionario.priberam.pt/sobre.aspx>. 
Acesso em: 12 jun. 2018.
( ) Função apelativa
III-
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=sX8H4ToC-
OQ>. Acesso em: 12 jun. 2018.
( ) Função poética.
IV- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, 
e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, se reunirão 
a sós durante um tempo – ainda indeterminado – ao 
começo da sua cúpula desta terça-feira (segunda, 11, 
no Brasil) em Singapura, informou a Casa Branca.
FONTE: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/trump-
e-kim-se-reunirao-a-sos-no-comeco-da-cupula.ghtml>. 
Acesso em: 12 jun. 2018.
( ) Função emotiva
53
V- 17h30min
Ai, Deus. Tinha acabado de mandar: Eu ia amar, 
mas tenho que trabalhar hoje à noite, então melhor 
não, a Mabel de repente deu um pulo e começou a 
cantar a música que o Billy mais odeia perto dele. 
“Forgeddaboudermoneymoneymoney, wedon’ 
needyermoneymoney, money!” Então o telefone 
tocou. Agarrei o aparelho. O Billy deu um salto, 
gritando “Mabel, pare de cantar Jessie J!” quando a 
voz da recepcionista ronronou: “Brian Katzenberg vai 
falar com você”. “Hum… Será que eu poderia retornar 
a ligação para o Brian em…” “Berbling berbling!”, 
cantou a Mabel, correndo em volta da mesa atrás do 
Billy. 
FONTE: FIELDING, Helen. Bridget Jones: Mad About the Boy. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2009, s.p.
( ) Função fática
VI-
– Alô! Como você está?
– Tudo bem, e você?
– Vamos ao shopping hoje?
– Sim, adoraria. Ligo daqui a pouco para confirmar o 
horário.
( ) Função 
referencial
54
55
UNIDADE 2
A ESTRUTURA TEXTUAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender os conceitos de coesão e coerência;
• identificar os mecanismos de coesão no texto;
• conhecer a estruturação de um parágrafo e diferenciar as partes que o 
compõem;
• refletir sobre a estrutura textual;
• caracterizar a narração, a descrição e a dissertação;
• aprimorar a interpretação textual;
• identificar as características dos textos, aperfeiçoar sua escrita no que se 
refere às regras gramaticais, à clareza, à impessoalidade e à objetividade;
• adequar a linguagem de acordo com a situação escrita;
• identificar e destacar alguns documentos oficiais utilizados no dia a dia 
das empresas e/ou instituições;
• aprimorar as habilidades necessárias à redação do texto/documento oficial, 
que vai além do simples uso de modelos prontos.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – O TEXTO E SUA INTENÇÃO
TÓPICO2 – OS DIVERSOS TEXTOS
TÓPICO 3 – O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E 
 GÊNEROS
56
57
TÓPICO 1
O TEXTO E SUA INTENÇÃO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Quando nos comunicamos, seja por escrito ou oralmente, temos em mente 
repassar uma mensagem. Então, podemos dizer que todo texto tem uma intenção. 
Para isso, existem componentes básicos que devem ser levados em consideração: 
quem fala, para quem, como e com que intenção.
Assim, sempre que escrevemos ou nos comunicamos oralmente 
organizamos toda uma estrutura para sermos entendidos pelo nosso ouvinte e/ou 
leitor. Que estrutura é essa? É a organização dos parágrafos, a seleção das palavras, 
a extensão do texto ou da fala. Em outras palavras, a linguagem difere quando 
você se comunica com a família, com o superior, com uma pessoa desconhecida 
ou muito conhecida, ou ainda em uma entrevista de emprego. Diante disso, 
responda: sua linguagem se diferencia, dependendo da situação? Provavelmente 
sua resposta foi positiva.
Então veja: é correto dizer que para cada situação adequamos nossa 
linguagem, seja ela oral ou escrita, porque temos uma intenção e queremos ser 
compreendidos. Sobre a adequação da linguagem, Infante (1998, p. 66) diz que:
O nível do vocabulário utilizado decorre dos fatores que condicionam 
a elaboração do texto: o tema tratado, a finalidade a que se propõe, 
o receptor a que se dirige, o meio de divulgação utilizado. Um 
comunicado oficial a ser lido na ONU ou uma carta aberta à população 
de uma pequena vila ameaçada pela devastação da natureza podem 
tratar do mesmo assunto, mas a seleção vocabular deve ser apropriada 
a cada caso... Dessa forma, as melhores palavras são as mais eficazes e 
não as mais pomposas...
Muitas vezes, na oralidade, fazemos a seleção das palavras de maneira 
natural, pois podemos nos certificar se estamos sendo entendidos pela reação do 
receptor. E na escrita? Durante a redação de relatórios, e-mails e outros documentos, 
o texto tem que estar claro para que a mensagem não seja prejudicada.
Convido você, acadêmico, a conhecer mais sobre a estrutura do texto, de 
modo a tornar sua comunicação profissional e pessoal cada vez mais coerente e 
coesa.
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
58
2 A CONSTRUÇÃO DO TEXTO: COESÃO E COERÊNCIA
Um texto deve apresentar textualidade, ou seja, um conjunto de 
características que fazem com que seja um texto e não uma sequência de 
frases. São sete os aspectos responsáveis pela textualidade: coesão, coerência, 
intertextualidade, intencionalidade, aceitabilidade, informatividade, 
situacionalidade. Veremos a seguir a coerência e a coesão textual.
2.1 COESÃO
Segundo Infante (1998, p. 66), “Dominar um bom vocabulário é requisito 
para a elaboração eficiente de textos escritos”. Contudo, não são apenas palavras 
rebuscadas que permitem coesão ao texto. Um texto coeso precisa de mais 
elementos que possam garantir a sua eficácia. 
A coesão, de acordo com o Dicionário Michaelis, é a união entre as 
partes formando um todo. Coeso, por sua vez, segundo Koch e Travaglia (2002), 
significa quando a interpretação de algum elemento no discurso é dependente da 
interpretação de outro.
 
Desta forma, podemos concluir que, para um texto ser coeso, ele precisa de 
elementos que liguem suas partes de modo a transmitir claramente a mensagem 
que deseja. Sobre o texto escrito, Infante (1998, p. 66) acrescenta que:
 
[...] dentre as características específicas da modalidade escrita 
da língua, destaca-se a necessidade de um vocabulário preciso e 
criterioso, capaz de suprir a ausência dos recursos mímicos e dos 
matizes da entonação da língua falada. Manejar um bom vocabulário 
não significa impressionar os outros com um punhado de palavras 
difíceis e desconhecidas. O que importa é conhecer e utilizar as 
palavras necessárias para a produção de textos claros e enxutos.
 
Perceba que, segundo Infante (1998), o mais importante para tornar um 
texto coeso é usar as palavras apropriadas para cada situação. Agora que você já 
conhece o conceito e a importância da coesão, vamos estudar como ela acontece 
na prática? Vejamos a seguir.
2.1.1 Mecanismos de coesão
Como uma das marcas essenciais da textualidade, a coesão pode ocorrer 
por meio de diferentes mecanismos. Entre eles citamos: a coesão sequencial, a 
coesão referencial e a coesão recorrencial. Vejamos cada uma delas:
Coesão sequencial: refere-se ao desenvolvimento textual, seja por 
procedimentos de manutenção do assunto, empregando os termos pertencentes 
ao mesmo campo semântico, seja por meio de processos de progressão temática. 
TÓPICO 1 | O TEXTO E SUA INTENÇÃO
59
Dito de outra maneira, é o que empregamos para relacionar o já dito ao que será 
dito, à medida que progredimos com o texto.
 
De acordo com Carneiro (2001), a progressão temática pode se efetivar 
por intermédio da satisfação de compromissos textuais anteriores ou, ainda, 
utilizando-se de novos acréscimos ao texto. Para exemplificar a afirmativa, vamos 
apresentar alguns exemplos. Observe a seguir exemplos da primeira situação que 
apresentamos:
a) condicionalidade: Se chover, eu não apresentarei o teatro. 
b) causalidade: Todos foram de roupa quente, pois estava fazendo muito frio. 
c) implicação lógica: Somente há um meio de resolver a situação: contando a 
verdade. 
Agora, acompanhe exemplos de progressão temática com acréscimos ao 
texto:
a) explicação ou justificativa: Os alunos fizeram o pagamento, pois o sistema estava 
funcionando. 
b) conjunção: Entreguei os trabalhos no dia agendado. E pude fazer as avaliações. 
Podemos inferir, então, que a coesão sequencial, como o próprio nome 
sugere, realiza-se conforme o texto vai se efetivando. Dito de outra maneira, ela é o 
elemento responsável por apontar a evolução da narrativa e permite caracterizar 
a passagem do tempo. 
Coesão referencial: esta ocorre quando um elemento da sequência do 
texto se remete a outro do mesmo texto, substituindo-o. Sendo assim, tal referência 
estabelecida pelos elementos do texto podem acontecer com um elemento externo 
ou interno do texto. 
Dessa maneira, podemos classificar a coesão referencial em dois tipos: 
Exofórica e Endofórica. Coesão referencial exofórica, como o próprio nome 
sugere, ocorre quando a relação se estabelece com um elemento fora do texto. 
Veja:
“A gente era pequena naquele tempo. E aquele era um tempo em 
que ainda se apregoava nas ruas. Não em todas as ruas, mas naquela onde 
vivíamos. Naquela rua, que tinha por nome a data de um santo, o tempo passava 
mais lentamente do que no resto da cidade de Porto Alegre”.
FONTE:  <http://revistagloborural.globo.com/EditoraGlobo/componentes/article/edg_article_
print/0,3916,597278-2868-1,00.html>. Acesso em: 7 ago. 2018.
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
60
Acadêmico, você percebeu que as informações destacadas (naquele, 
aquele e naquela) referem-se a elementos que não estão presentes no texto? Nesse 
exemplo ocorre a coesão referencial exofórica. Busque mais exemplos e treine 
essa identificação em diversos textos. 
Coesão referencial endofórica remete-nos à palavra dentro, não é mesmo? 
Esse tipo de coesão referencial ocorre quando fazemos referência a algum elemento 
que se encontra dentro do texto. Muito bem. Porém, com a coesão endofórica, a 
referência pode acontecer a algo mencionado anteriormente no texto – anáfora – 
ou a algo mencionado posteriormente – catáfora.
Vamos explicar melhor:
Anáfora: algo mencionado antes
Catáfora: algo mencionado depois
Vejamos exemplos para compreender na prática:
Ex. 1: Não consegui pegar o avião, pois quando cheguei ao aeroporto, ele 
já havia decolado. 
Ex. 2: Lá foi ele, pelos ares, meu avião. 
No exemplo 1 temos a ocorrência de anáfora, não é mesmo? Veja que o 
termo anafórico é ele, que se refere ao avião (elemento mencionado anteriormente). 
No exemplo 2 temos a ocorrência de catáfora, pois o termo ele exerce a 
função catafórica, ou seja, refere-se a um termo expresso posteriormente na frase,ou seja: meu avião. 
Veja mais exemplos: 
a) Encontrei o atleta na concentração, porém não conversei com ele.
Note que, neste caso, ocorre a anáfora, pois o elemento ele relaciona-se 
com o elemento anterior: o atleta.
b) Ele estava lá, na concentração, o atleta.
Neste exemplo, temos um caso de catáfora, sendo que o primeiro elemento 
relaciona-se com o segundo.
Coesão recorrencial: caracteriza-se pela repetição de algum tipo de 
elemento anterior que não funciona como alusão ao mesmo referente, e sim como 
uma recordação de um mesmo padrão. Observe o exemplo:
A criança chorava, chorava, chorava, enquanto os colegas a olhavam 
tristes.
TÓPICO 1 | O TEXTO E SUA INTENÇÃO
61
Note que ocorre a repetição do termo chorava.
Para complementar, podemos dizer que neste tipo de coesão pode ocorrer 
a elipse. Veja:
O maior objetivo da vida não é o conhecimento, mas [...] a ação.
Percebe-se aqui que se omite a estrutura “maior objetivo da vida é”.
Vamos entender melhor o que é ELIPSE? Veja: Elipse é uma figura de 
linguagem da língua portuguesa que consiste na omissão de um ou mais termos de uma 
oração, sendo que estes são facilmente identificados a partir do contexto do texto.
Na classificação das figuras de linguagem, a elipse é categorizada como uma figura de 
construção, com o principal objetivo de atribuir maior expressividade ao significado de 
determinado texto.
O termo omitido na sentença está subentendido, sendo identificável unicamente por 
causa do contexto do texto. Etimologicamente, a palavra “elipse” se originou a partir do 
grego élleipsis, que pode ser traduzido como “falta” ou “defeito”.
FONTE: <https://www.significados.com.br/elipse/>. Acesso em: 7 ago. 2018.
NOTA
2.2 COERÊNCIA
A coerência textual é a organização lógica das ideias, havendo assim 
continuidade entre as frases e/ou sequências, produzindo um sentido único para 
o todo. Segundo o Dicionário Michaelis (2008), é a ligação, harmonia, conexão 
ou nexo entre os fatos, ou as ideias. Na construção do texto, portanto, ela é 
fundamental para que se entenda a mensagem. Para explicitar na prática, leiamos 
o texto que segue, Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Nele, o autor narra a viagem 
de Fabiano e sua mulher com a cadelinha Baleia, que fogem da seca no Nordeste.
Na sequência, apresentamos algumas considerações.
BALEIA
A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo caíra-
lhe em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde as manchas 
escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e a 
inchação dos beiços dificultavam- lhe a comida e a bebida.
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
62
Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio 
de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho 
queimados. Mas Baleia, sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral 
ou metia-se no mato, impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas 
murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa na base, cheia de moscas, 
semelhante a uma cauda de cascavel.
Então Fabiano resolveu matá-la. Foi buscar a espingarda de pederneira, 
lixou-a, limpou-a com o saca-trapo e fez tenção de carregá-la bem para a 
cachorra não sofrer muito.
Sinhá Vitória fechou-se na camarinha, rebocando os meninos assustados, 
que adivinhavam desgraça e não se cansavam de repetir a mesma pergunta:
- Vão bulir com a Baleia?
Tinham visto o chumbeiro e o polvarinho, os modos de Fabiano 
afligiam-nos, davam-lhes a suspeita de que Baleia corria perigo.
[...]
FONTE: RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 2002, p. 85 [Fragmento].
Podemos perceber que o texto possui coerência, não é mesmo? Ou seja, o 
texto possui um sentido único, do início ao fim ele trata da mesma temática, mas 
para que um texto tenha coerência ele será permeado por elementos coesivos. 
Vejamos, então, alguns elementos coesivos que auxiliaram neste texto, para a sua 
coerência:
Por isso: este conectivo estabelece uma relação de causa e consequência: a 
aparência da boca da Baleia era tal que, consequentemente, Fabiano pensou que 
ela estivesse com hidrofobia.
Mas: esta conjunção introduz uma situação contrária à tentativa de 
Fabiano salvar a Baleia.
Então: esta palavra expressa a ideia de causa e consequência, sendo que 
Baleia não melhora, continua muito mal.
La: este pronome (a na forma la), substitui a palavra Baleia.
Podemos perceber, então, a importância que tais elementos adquirem na 
construção do texto: sem eles a mensagem ficaria prejudicada. Assim, podemos 
afirmar que um texto, para ser coerente, precisa de coesão. 
TÓPICO 1 | O TEXTO E SUA INTENÇÃO
63
Acadêmico, leia o texto a seguir e reflita se o trecho possui coerência:
“Os problemas de um povo têm de ser resolvidos pelo presidente. Este 
deve ter ideais muito elevados, Esses ideais se concretizarão durante a vigência 
do seu mandato. O seu mandato deve ser respeitado por todos” (VIANA et al., 
1998, p. 28).
Reflita sobre o texto! Falta coesão a ele? Você deve ter pensado que não, 
pois o texto possui elementos coesivos que ligam perfeitamente as frases umas às 
outras, não é mesmo? Será que ele possui coerência? Vamos retomar o conceito de 
coerência que elencamos anteriormente: sentido único/trata da mesma temática 
do início ao fim do texto. 
Então, podemos dizer que o trecho apresentado não é coerente, pois 
não conseguimos elencar um assunto ou tema únicos, não é mesmo? Trata do 
presidente? Dos problemas do povo? Do mandato? Podemos afirmar então que 
a coesão não consegue atribuir coerência ao texto sozinha. Um texto coeso pode 
não ser um texto coerente. 
Sabemos que o assunto não se esgota por aqui. Por isso, acesse a sua trilha de 
aprendizagem, assista aos vídeos que disponibilizamos e amplie seu estudo. Destacamos, 
ainda, que o uso correto dos conectores facilita a interpretação do texto e a construção da 
coerência pelo leitor.
UNI
DICAS
Caro acadêmico! Você deve habituar-se, sempre que estiver em uma situação 
de escritura de qualquer modelo textual, a consultar um dicionário. Seja durante uma leitura 
ou redação, como afirma Infante (1998, p. 67), “[...] consultá-lo contribui de forma decisiva para 
a perfeita compreensão e expressão de ideias, opiniões e sentimentos”.
Para aprofundar os estudos, sugerimos a leitura do seguinte texto:
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
64
A REFERENCIAÇÃO/OS REFERENTES, COERÊNCIA E COESÃO
A fala e o texto escrito constituem-se não apenas numa sequência 
de palavras ou de frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas forma uma 
cadeia que vai muito além da simples sequencialidade: há um entrelaçamento 
significativo que aproxima as partes formadoras do texto falado ou escrito. 
Os mecanismos linguísticos que estabelecem a conectividade e a retomada 
e garantem a coesão são os referentes textuais. Cada uma das coisas ditas 
estabelece relações de sentido e significado tanto com os elementos que a 
antecedem como com os que a sucedem, construindo uma cadeia textual 
significativa. Essa coesão, que dá unidade ao texto, vai sendo construída e 
se evidencia pelo emprego de diferentes procedimentos, tanto no campo do 
léxico, como no da gramática. (Não esqueçamos que, num texto, não existem 
ou não deveriam existir elementos dispensáveis. Os elementos constitutivos 
vão construindo o texto, e são as articulações entre vocábulos, entre as partes 
de uma oração, entre as orações e entre os parágrafos que determinam a 
referenciação, os contatos e conexões e estabelecem sentido ao todo).
 
Atenção especial concentram os procedimentos que garantem ao texto 
coesão e coerência. São esses procedimentos que desenvolvem a dinâmica 
articuladora e garantem a progressão textual.
 
A coesão é a manifestação linguística da coerência e se realiza nas 
relações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos 
em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos; tempos 
verbais nas relações espaço-temporais constitutivas do textoetc.), na 
organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como formadoras 
de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver um tema ou as 
unidades de um texto. Construída com os mecanismos gramaticais e lexicais, 
confere unidade formal ao texto.
 
1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada no léxico. Ela pode dar-se pela 
reiteração, pela substituição e pela associação. É garantida com o emprego 
de:
 
• enlaces semânticos de frases por meio da repetição. A mensagem tema do 
texto apoiada na conexão de elementos léxicos sucessivos pode dar-se por 
simples iteração (repetição). Cabe, nesse caso, fazer-se a diferenciação entre 
a simples redundância resultada da pobreza de vocabulário e o emprego 
de repetições como recurso estilístico, com intenção articulatória. Ex.: “As 
contas do patrão eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, 
mas Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patrão queria enganá-lo. 
Enganava” (Vidas Secas, p. 143);
• substituição léxica, que se dá tanto pelo emprego de sinônimos como de 
palavras quase sinônimas. Considerem-se aqui, além das palavras sinônimas, 
TÓPICO 1 | O TEXTO E SUA INTENÇÃO
65
aquelas resultantes de famílias ideológicas e do campo associativo, como, 
por exemplo, esvoaçar, revoar, voar;
• hipônimos (relações de um termo específico com um termo de sentido geral, 
ex.: gato, felino) e hiperônimos (relações de um termo de sentido mais amplo 
com outros de sentido mais específico, ex.: felino, gato);
• nominalizações (quando um fato, uma ocorrência, aparece em forma de verbo 
e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.: consertar, o conserto; viajar, 
a viagem). É preciso distinguir-se entre nominalização estrita e generalizações 
(ex.: o cão < o animal) e especificações (ex.: planta > árvore > palmeira);
• substitutos universais (ex.: João trabalha muito. Também o faço. O verbo fazer 
em substituição ao verbo trabalhar);
• enunciados que estabelecem a recapitulação da ideia global. Ex.: O curral 
deserto,o chiqueiro das cabras arruinado e também deserto, a casa do vaqueiro 
fechada, tudo anunciava abandono (Vidas Secas, p. 11). Esse enunciado é 
chamado de anáfora conceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global 
a que ele se refere são retomados por outro enunciado que os resume e/
ou interpreta. Com esse recurso, evitam-se as repetições e faz-se o discurso 
avançar, mantendo-se sua unidade.
2. À coesão apoiada na gramática dá-se no uso de:
• certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-se aqui 
os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados como substitutos de 
elementos anteriormente presentes no texto, diferentemente dos pronomes 
de 1ª e 2ª pessoa, que se referem à pessoa que fala e com quem esta fala;
• certos advérbios e expressões adverbiais;
• artigos;
• conjunções;
• numerais;
• elipses: a elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado anterior, a 
palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia 
que ia necessitar de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido 
e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.). É a própria ausência do 
termo que marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio 
enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraverbais, 
exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares públicos (ex.: Perigo!) 
e as frases exclamativas, que remetem a uma situação não verbal. Nesse caso, 
a articulação se dá entre texto e contexto (extratextual);
• as concordâncias;
• a correlação entre os tempos verbais.
Os dêiticos exercem, por excelência, essa função de progressão textual, 
dada sua característica: são elementos que não significam, apenas indicam, 
remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os componentes 
concentram em si a significação. Referem os participantes do ato de comunicação, 
o momento e o lugar da enunciação.
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
66
Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos: os pronomes pessoais 
e as desinências verbais indicam os participantes do ato do discurso. Os 
pronomes demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem 
como os advérbios de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo 
indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, 
hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns 
dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo ano, depois de 
(futuro).
 
Maria da Graça Costa Val lembra que “esses recursos expressam 
relações não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também entre 
frases e sequências de frases dentro de um texto”.
 
Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Muitas 
vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoiada no 
conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo comunicativo 
têm da língua.
 
FONTE: <http://professornogueira.blogspot.com/p/coesao-e-coerencia.html>.Acesso em: 
7 ago. 2018.
3 PARÁGRAFO
Costumamos chamar de parágrafo o espaço em branco num trecho 
escrito, que geralmente corresponde a seis ou sete caracteres de afastamento da 
margem esquerda, ou seja, um recuo no início da frase. Entretanto, nosso foco é 
destacar que o parágrafo é uma unidade do discurso formada por um ou mais 
períodos, ou seja, é parte de uma redação. Segundo Medeiros (2004), utilizamos 
o parágrafo para dividir o texto em partes menores, já que um texto possui 
diferentes enfoques. As partes menores ou parágrafos de um texto auxiliam na 
interpretação que faremos sobre o escrito, pois a divisão possui algumas funções, 
as quais veremos adiante. 
Quando se muda o parágrafo, não se muda o assunto. Este deve ser o 
mesmo do princípio ao fim da redação. A abordagem, porém, pode mudar. E 
é aqui que o parágrafo entra em ação. A cada novo ponto de vista, a cada nova 
abordagem, haverá um novo parágrafo.
O entendimento da estrutura do parágrafo é o melhor caminho à segura 
compreensão do texto. No caso de diálogos, percebemos o uso de parágrafos, 
quando a abertura deste indica a mudança de interlocutor.
Agora que já sabemos quando utilizamos um parágrafo, vamos estudar 
como ele está estruturado.
TÓPICO 1 | O TEXTO E SUA INTENÇÃO
67
O símbolo para parágrafo, representado por §, equivale a dois esses (ss) 
entrelaçados, iniciais das palavras latinas “signum sectionis”, que significam sinal de secção, 
de corte. Num ditado, quando queremos dizer que o período seguinte deve começar em 
outra linha, falamos parágrafo ou alínea. A palavra alínea (vem do latim a + lines) significa 
distanciado da linha, isto é, fora da margem em que começam as linhas do texto.
NOTA
3.1 A ESTRUTURAÇÃO DO PARÁGRAFO
Ao escrever não devemos iniciar sem abrir parágrafo. Uma vez aberto, 
a leitura deve merecer pausa maior que a sinalizada pelo ponto final. Durante a 
escrita, devemos observar com atenção o momento oportuno de abrir parágrafos, 
a troca de abordagem ou ponto de vista, assim o escrito não se tornará cansativo 
e desinteressante.
Você deve estar se perguntando: quando devo, efetivamente, iniciar novo 
parágrafo? A resposta é que não existe uma regra que o escritor deva seguir. 
A prática da escrita nos proporciona o equilíbrio nesse momento, fazendo com 
que não escrevamos parágrafos compostos de frases muito curtas nem parágrafos 
muito densos de informações.
Dito de outra maneira, quando concluímos a enunciação de diversos 
conceitos para dar continuidade a outros relacionados ao mesmo discurso, 
porém sob aspecto diverso, é que sentimos a necessidade de abertura de um novo 
parágrafo. 
 
Na escritura de um texto faz-se necessário estruturá-lo bem a partir dos 
parágrafos, que podem variar de extensão de acordo com o tema que se escreve. 
O parágrafo pode ser estruturado em partes bem distintas. Vamos estudá-las? 
São elas: 
 a) Tópico frasal 
O tópico frasal é a ideia núcleo que se encontra no interior do parágrafo,pode ser denominado também como período tópico ou frase síntese. É através 
deste que o escritor desenvolve o pensamento.
 
 b) Desenvolvimento 
O desenvolvimento é onde se agregam ideias secundárias ao tópico frasal.
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
68
 c) Conclusão 
A conclusão nem sempre está presente; serve para resumir o conteúdo do 
parágrafo e localiza-se ao final do mesmo. 
 
 d) Elemento relacionador 
 
Este item poderia estar presente a partir do segundo parágrafo, 
estabelecendo um encadeamento lógico entre as ideias, ou seja, serve de elo 
entre o parágrafo em si e o tópico que o antecede. 
 
Quando refletimos sobre parágrafo, estamos direta ou indiretamente 
aprimorando a organização das ideias e o seu encadeamento lógico. Ao redigir um 
texto, esta habilidade está sempre em prática, fazendo com que esta capacidade 
seja cada vez mais aperfeiçoada.
O uso de parágrafos é muito comum nos códigos de leis por indicar
os parágrafos únicos.
Exemplo: § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação 
do disposto no § 4º (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
UNI
69
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Todo texto tem uma intenção.
• Devemos organizar a linguagem, seja ela escrita ou oral, de acordo com a 
situação comunicativa.
• Um texto tem coesão quando há concatenação entre seus vários elementos.
• Coerência é a organização lógica das ideias, sentido único.
• A coerência é fundamental para o entendimento do texto.
• O parágrafo é parte de uma redação.
• Na escrita, o parágrafo é um espaço em branco no início da linha.
• Quando iniciamos um novo parágrafo mudamos o enfoque do texto.
• A prática da escrita nos proporciona a compreensão sobre quando iniciar novo 
parágrafo.
• O símbolo do parágrafo é representado por “§”, que equivale a dois esses (SS) 
entrelaçados.
70
AUTOATIVIDADE
1 Todo texto escrito ou falado, como vimos, possui uma intenção. Escreva 
qual a intenção ou intenções do texto abaixo.
QUEM TEM MEDO DO ABSINTO
Em outras eras, o absinto era considerado um demônio verde das 
artes, capaz de levar ao delírio escritores e artistas em geral, mas sabe qual 
é a base do absinto? Pois é losna, aquela mesma das nossas melhores hortas. 
Claro que, para chegar ao absinto de antigamente, a nossa boa e velha losna, 
na espécie chamada Artemísia absinthum, tinha que passar por misturas e 
formulações com outras ervas. O resultado era uma bebida de altíssimo 
teor alcoólico, chegando a uns incendiários 75 graus. Tudo isso para dizer 
que a Dubar elaborou e está lançando no Brasil um aperitivo de absinto, o 
Lautrec, igualmente expressivo, mas bem mais maneiro (53,5 graus) que o seu 
controvertido avô. Na nova composição, os vegetais aromáticos que se unem à 
nossa losna passam por uma destilação cuidadosa e, posteriormente, por uma 
retificação dos elementos indesejáveis. No mais, é o lendário, carregado de 
história e de um verde sonhador.
FONTE: ÍCARO, abril de 2011. Disponível em: <https://www.algosobre.com.br/redacao/o-
texto-e-sua-intencao.html>. Acesso em: 30 maio 2017.
 
2 Sobre os mecanismos de coesão estudados, aprendemos que eles servem 
para apresentar uma leitura mais clara e eficiente. Sendo assim, encontre 
sinônimos para substituir a expressão “O papa João Paulo II”.
TEXTO
O papa João Paulo II disse ontem, dia de seu 77º aniversário, que seu 
desejo é “ser melhor”. ______ reuniu-se na igreja romana de Ant’Attanasio com 
um grupo de crianças, sendo que uma delas disse: “No dia do meu aniversário 
minha mãe sempre pergunta o que eu quero. E você, o que quer?” __________ 
respondeu: “Ser melhor”. Outro menino perguntou a __________ que presente 
gostaria de ganhar neste dia especial. “A presença das crianças me basta”, 
respondeu __________. Em seus aniversários, __________ costuma compartilhar 
um grande bolo, preparado por irmã Germana, sua cozinheira polonesa, com 
seus maiores amigos, mas não sopra as velinhas, pois este gesto não faz parte das 
tradições de seu país, a Polônia. Os convidados mais frequentes a compartilhar 
nesse dia a mesa com __________ no Vaticano são o cardeal polonês André 
Marie Deskur e o engenheiro Jerzy Kluger, um amigo judeu polonês de colégio. 
Com a chegada da primavera, __________ parece mais disposto. __________ 
deve visitar o Brasil na primeira quinzena de outubro.
FONTE: <http://hmg.pucrs.br/gpt/coesao.php>. Acesso em: 30 maio 2017.
71
3 Com base nos conhecimentos sobre coerência e coesão, que você estudou 
nesta unidade de ensino, leia o texto a seguir e em seguida assinale V para 
verdadeiro e F para falso, sobre as proposições elencadas para o texto lido:
Ulysses era impressionante sob vários aspectos, o primeiro e mais 
óbvio dos quais era a própria figura. Contemplado de perto, cara a cara, ele 
tinha a oferecer o contraste entre as longas pálpebras, que subiam e desciam 
como pesadas cortinas de ferro, e os olhos claríssimos, de um azul leve como 
o ar. As pálpebras anunciavam profundezas insondáveis. Quando ele as abria, 
parecia estar chegando de regiões inacessíveis, a região dentro de si onde 
guardava sua força. 
FONTE: <http://professor-joseantonio.blogspot.com/2012/05/coesao-e-coerencia.html>. 
Acesso em: 7 ago. 2018.
( ) O texto possui coerência, mas não possui coesão. 
( ) Trata-se de um trecho de reportagem, o qual gira em torno de Ulysses 
Guimarães.
( ) Faz descrição precisa desse político brasileiro com frases bem amarradas.
( ) Retomada direta ou indireta do nome de Ulysses, que dá estabilidade ao 
texto. 
Agora, assinale a alternativa correta:
a) ( ) F – V – V – V. 
b) ( ) F – V – F – V. 
c) ( ) F – F – V – V. 
d) ( ) V – V – V – F.
4 Ainda baseando-se no texto da questão anterior, recorde os conhecimentos 
adquiridos que versam sobre coesão. Sabemos que a coesão é um processo 
de união das frases de modo a estabelecer uma estrutura sólida do texto. 
Com base nesses apontamentos e no texto anterior, analise as 
afirmativas a seguir: 
I- Na primeira frase, vários aspectos projetam o texto para adiante. 
II- Na segunda frase, o pronome relativo que retoma o termo as longas 
pálpebras. 
III- Na última frase, o sujeito ele (quando ele as abria) refere-se às pálpebras. 
IV- Na última frase, o pronome relativo onde mantém o elo coesivo com a 
região dentro de si. 
Agora, assinale a alternativa correta:
a) ( ) Os itens I e II estão corretos. 
b) ( ) Os itens II e IV estão corretos. 
c) ( ) Apenas o item IV está incorreto. 
d) ( ) Os itens I, II e IV estão corretos.
72
73
TÓPICO 2
OS DIVERSOS TEXTOS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Antes de partirmos para a caracterização dos textos, é importante saber o 
que significa a palavra texto, não é mesmo? Você, acadêmico, consegue conceituá-
la? Uma análise etimológica é bastante esclarecedora. A palavra texto provém do 
latim textum, que significa “tecido, entrelaçamento”.
Dito em outras palavras, um texto se desenvolve linearmente, pois a cada 
parte agrega-se outra relacionando o que já foi dito com o que ainda se pretende 
dizer. Segundo Koch (2008, p. 201-213):
O processamento de um texto, portanto, depende não só de 
características textuais, como também de características sociocognitivas 
dos usuários da língua. Ele pressupõe um conjunto de atividades do 
ouvinte/leitor, de modo que se caracteriza como um processo ativo 
e contínuo de construção de sentidos, que se realiza na interação 
entre os interlocutores. Dentro dessa concepção, considera-se o texto 
o próprio lugar da interação e os interlocutores como sujeitos ativos 
que – dialogicamente – nele se constroem e por ele são construídos. 
A produção de linguagem constitui atividade cognitivo-interativa 
altamente complexa de produção de sentidos, que se realiza, 
evidentemente, com base nos elementos linguísticos presentes na 
superfície textual e na sua forma de organização, mas que requer não 
apenas a mobilização de um vasto conjunto de saberes, como também, 
sobretudo,a sua reconstrução no momento da interação verbal.
Para nós, no momento, basta termos em mente que a palavra texto deriva 
da ação de tecer ou de entrelaçar algumas partes com a finalidade de tornar um 
todo coeso e coerente. Partimos, então, para as características textuais.
2 CARACTERÍSTICAS DOS TEXTOS
Vimos que, ao escrevermos um texto, este sempre possui uma intenção. 
Para conseguirmos transmitir a mensagem de maneira correta, faz-se necessário 
que sigamos alguns passos de modo a caracterizar os textos.
A seguir, apresentamos um quadro no qual é possível perceber diferenças 
marcantes entre os textos – modo descritivo, narrativo e dissertativo –.
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
74
QUADRO 1 – SEQUÊNCIAS TEXTUAIS
 MODO DESCRITIVO NARRATIVO DISSERTATIVO
 Agente Observador Narrador Argumentador
 Conteúdo Seres, objetos,cenas, processos
Ações ou
sentimentos
Opiniões,
argumentos
 Tempo Momento único Sucessão Ausência
 Objetivo Identificar Relatar Discutir, informarou expor
 Classes de
 palavras
Substantivos e
adjetivos
Verbos, advérbios
e conjunções
temporais
Conectores
 Tempos verbais Presente ou imperfeitodo indicativo
Presente ou perfeito
do indicativo
Presente do
indicativo
FONTE: CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2001, p. 29.
Marcuschi (2007) adota a terminologia tipologia textual, isto é, segundo 
esse autor, narração, descrição, argumentação, injunção e exposição são tipologias textuais.
UNI
Vale lembrar que dificilmente um texto pertencerá exclusivamente a 
um modo de organização, ou seja, um texto raramente será somente descritivo, 
dissertativo ou narrativo. Geralmente sua classificação ocorre levando em conta 
a predominância de sequências de um tipo sobre as demais. 
 
A seguir, veremos como se desenvolvem os textos narrativos. Este 
momento de seu estudo é muito importante, pois o conhecimento das sequências 
textuais o auxiliará na interpretação dos diversos modelos textuais.
3 A NARRAÇÃO
Diariamente ouvimos, contamos, lemos ou redigimos histórias, não é 
mesmo? Algumas pessoas com mais frequência, outras com menos, porém, 
podemos dizer que todos saberiam contar, recontar ou inventar uma história.
TÓPICO 2 | OS DIVERSOS TEXTOS
75
O contato com histórias auxilia no desenvolvimento da nossa imaginação. 
Por meio delas podemos inventar, criar e nessa produção acabamos por buscar 
palavras para exprimir o que pretendemos, resultando em aprimoramento da 
fala e da escrita, do vocabulário e da comunicação. 
Reveja o quadro que ilustramos na página anterior e vamos retomar 
algumas informações importantes sobre a narração. Como já mencionamos, um 
texto dificilmente pertence a apenas um modo de organização; para reconhecer 
os elementos de uma narração, devemos atentar, por exemplo, para o uso das 
classes de palavras. Nos textos narrativos prevalecerão os verbos, advérbios 
e as conjunções temporais, bem como o objetivo central é narrar, relatar um 
acontecimento. Antes de entrarmos mais detidamente nas particularidades das 
narrativas, leia o texto que segue de Samira Nahid de Mesquita (1986. p. 7-8). Leia 
com atenção e estabeleça uma tentativa de reconhecer as características narrativas 
do texto. 
CONTAR E OUVIR HISTÓRIAS
Contar e ouvir histórias são atividades das mais antigas do homem. 
Pessoas de todas as condições socioculturais têm o prazer de ouvir e de contar 
histórias. Um romancista e ensaísta inglês, E. M. Forster, chama esta atividade 
de atávica, isto é, transmitida desde a idade mais remota da humanidade, 
ligada aos rituais pré-históricos do Homem de Neanderthal, força de vida e 
de morte, conforme sua capacidade de manter acordados ou de adormecer os 
membros de um grupo, nas noites dos primeiros dias... O mesmo autor cita 
ainda a protagonista de As Mil e Uma Noites, Xerazade, que se salvou da morte 
contando histórias que, a cada noite, eram interrompidas em momentos de 
calculado suspense, a fim de motivar a curiosidade do sultão. Interessamo-
nos intensamente pelo desenrolar de uma história bem contada. (Estão aí as 
novelas de TV, impondo a milhares de pessoas em todo o país, e até no exterior, 
um tipo massificante de lazer, num horário igualmente imposto).
Todas as atividades que o inventar/narrar, ouvir/ler histórias envolvem 
podem ser associadas também à natureza lúdica do homem. O jogo é uma 
atividade muito presente em todas as situações do homem em sociedade. Sob 
as mais diversas formas, o fenômeno lúdico mantém um significado essencial. 
É um recorte na vida cotidiana, tem função compensatória, substitui os objetos 
de conflito por objetos de prazer, obedece a regras, tem sentido simbólico, 
de representação. Como a realização, supõe agenciamentos, manipulações, 
mecanismos, movimentos, estratégias. Construir um enredo é começar um 
jogo. O narrador é um jogador, e forma, com o leitor e o próprio texto, o que 
pode chamar uma comunidade lúdica. No ritual de se pegar um livro para ler 
ou de sentar à volta ou diante de um narrador, uma tela de cinema ou de TV, 
para ler/ver/ouvir, contar-se uma história, desenrolar-se um enredo, tal como 
no exercício do jogo, há a busca do prazer, há tensão, competição, há a máscara, 
a simulação, pode haver até a vertigem. 
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
76
 A partir da leitura do texto de Mesquita (1986), evidencia-se a importância 
de ler, ouvir ou contar uma história. Veja, acadêmico, que demarcamos alguns 
verbos do texto em negrito, para que você possa refletir sobre as características 
desse modo de organização textual. Para que o narrador relate as ações e/ou 
sentimentos, ele se vale da classe de palavras VERBO, que vamos aprofundar na 
próxima unidade, bem como percebemos que há uma sucessão de acontecimentos, 
de acordo com a progressão da história. Vamos nos deter agora na redação desses 
textos. O fato de escrever uma narração nos obriga a assumir uma determinada 
sequência a fim de que o texto adquira essa estrutura. 
 
Assim, podemos afirmar que o texto narrativo é composto por: 
apresentação, complicação, clímax e desfecho. Vamos conceituar cada parte para 
que você compreenda melhor:
 
Apresentação: nesse momento identificam-se os personagens, lugares e 
momentos da história. Complicação: momento em que se iniciam as ações, dando 
origem às transformações dos fatos iniciais, podendo acontecer em um ou mais 
episódios ou parágrafos. 
Clímax: este é o momento em que a narrativa exige um desfecho, pois 
a história atinge um momento de tensão onde é inevitável a resolução dos 
fatos. 
 
Desfecho: nesta parte, apresenta-se a solução dos conflitos gerados pelos 
personagens, reestabelecendo assim o equilíbrio. 
Além dessa estrutura, a narrativa elucida alguns acontecimentos, tais 
como: 
O QUÊ? - fato(s) que determina(m) a história;
QUEM? - a personagem ou personagens;
COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos;
ONDE? - o lugar da ocorrência; 
QUANDO? - o momento em que se passam os fatos; 
POR QUÊ? - a causa do acontecimento.
Vamos exemplificar como essa estrutura e informações se organizam na 
prática, com o texto narrativo “Tragédia brasileira”, de Manoel Bandeira:
Tragédia brasileira
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.
Conheceu Maria Elvira na Lapa, – prostituída com sífilis, dermite nos 
dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, 
pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.
TÓPICO 2 | OS DIVERSOS TEXTOS
77
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um 
namorado.
Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. 
Não fez nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim.
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de 
casa.
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, 
Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, 
Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio,Todos os Santos, Catumbi, 
Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...
Por fim, na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e 
inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito 
dorsal, vestida de organdi azul.
FONTE: <http://www.escritas.org/pt/t/11095/tragedia-brasileira>. Acesso em: 10 ago. 2018. 
Quanto à estruturação da narrativa, podemos destacar:
Apresentação: a união de Misael, 63 anos, funcionário público, a Maria 
Elvira, prostituta.
Complicação: a infidelidade de Maria Elvira obriga Misael a buscar nova 
moradia para o casal.
Clímax: as sucessivas mudanças de residência, provocadas pelo 
comportamento desregrado de Maria Elvira, acarretam o descontrole emocional 
de Misael.
Desfecho: a polícia encontra Maria Elvira assassinada com seis tiros.
Observe os acontecimentos da narrativa:
O quê? Romance conturbado, que resulta em crime passional.
Quem? Misael e Maria Elvira.
Como? O envolvimento inconsequente de um homem de 63 anos com 
uma prostituta.
Onde? Lapa, Estácio, Rocha, Catete e vários outros lugares.
Quando? Duração do relacionamento: três anos.
Por quê? Promiscuidade de Maria Elvira.
Da próxima vez em que você se deparar com um texto, observe quais desses 
recursos estão presentes. Este exercício fará com que você perceba que a narrativa se 
estrutura dentro de uma gama de possibilidades e estas são escolhidas pelo escritor. 
 
Ainda sobre as narrativas, vale ressaltar que existem diferenciadas formas 
de apresentar as falas dos personagens (INFANTE, 1998). Vamos conhecê-las?
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
78
Discurso direto: este tipo de discurso nos permite reproduzir diretamente 
a fala dos personagens, imprimindo assim maior agilidade ao texto. Vamos 
conhecer um exemplo:
FIGURA 1 – MAFALDA
Você não disse que a
gente vai para o céu
quando morre?
Disse
por que?
Porque tem uma
coisa que eu não entendo.
Por exemplo, como é
que os gordos fazem
para tomar o impulso?
Não é assim,
Miguelito! É a alma
que vai para o céu,
o corpo fica
aqui.
Como assim?...
Quer dizer que
tem que devolver
o vasilhame?
FONTE: <https://i.pinimg.com/236x/04/4e/d7/044ed7da98c850c4b852522f21d6d4a9--comic-
book-cartoons.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2018.
Perceba, acadêmico, que nesta tirinha não há a presença de um narrador, 
ou seja, as falas das personagens são reproduzidas diretamente.
Discurso indireto: é onde as falas dos personagens são incorporadas pelo 
narrador. Observe um pequeno exemplo do romance “Vidas Secas”, de Graciliano 
Ramos:
"Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais 
velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.”
Note que as falas das personagens não estão reproduzidas diretamente, 
e sim através do narrador. Em outras palavras, podemos dizer que o narrador 
conta o que a personagem diz.
TÓPICO 2 | OS DIVERSOS TEXTOS
79
Discurso indireto livre: é uma maneira de unir os dois tipos já 
mencionados, com a intenção de mostrar e contar os fatos ao mesmo tempo. Veja, 
através de um trecho de “Vidas Secas”:
"Seu Tomé da bolandeira falava bem, estragava os olhos em cima de jornais 
e livros, mas não sabia mandar: pedia. Esquisitice de um homem remediado ser 
cortês. Até o povo censurava aquelas maneiras. Mas todos obedeciam a ele. Ah! 
Quem disse que não obedeciam?".
Neste exemplo, notamos a mescla entre a fala do narrador e da personagem.
4 A DESCRIÇÃO
Pode-se dizer que o ato de descrever é empregar os sentidos a fim de 
captar uma realidade e exemplificá-la no texto.
Então, para elaborar um texto descritivo, faz-se necessário utilizar os 
conhecimentos linguísticos na construção de imagens. Segundo Infante (1998, p. 
136), “Elaborar um texto descritivo é apresentar um ser, um objeto, um recorte da 
realidade a partir de um determinado ponto de vista, ou seja, o objeto da descrição 
deve ser observado a partir de uma determinada posição física”. Se retomarmos 
o quadro em que apresentamos as características do modo descritivo, vamos 
perceber claramente o que Infante nos diz, pois no texto descritivo o momento é 
único e o objetivo e identificar, a partir de um ponto de vista, um ser, um objeto, 
uma cena e/ou um processo, sendo que as classes de palavras que predominarão 
no texto são: substantivos e adjetivos. 
Leia o texto que segue de Cecília Meireles, ele servirá de exemplo sobre as 
sequências descritivas.
 
SE EU FOSSE PINTOR... 
 
Se eu fosse pintor começaria a delinear este primeiro plano de 
trepadeiras entrelaçadas, com pequenos jasmins e grandes campânulas roxas, 
por onde flutua uma borboleta de cor marfim, com um pouco de ouro nas 
pontas das asas. 
 
Mas logo depois, entre o primeiro plano e a casa fechada, há pombos 
de cintilante alvura, e pássaros azuis tão rápidos e certeiros que seria 
impossível deixar de fixá-los, para dar alegria aos olhos dos que jamais os 
viram ou verão. 
 
Mas o quintal da casa abandonada ostenta uma delicada mangueira, 
ainda com moles folhas cor de bronze sobre a cerrada fronde sombria, uma 
delicada mangueira repleta de pequenos frutos, de um verde tenro, que se 
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
80
destacam do verde-escuro como se estivessem ali apenas para tornar a árvore 
um ornamento vivo, entre os muros brancos, os pisos vermelhos, o jogo das 
escadas e dos telhados em redor. 
 
E que faria eu, pintor, dos inúmeros pardais que pousam nesses muros 
e nesses telhados, e aí conversam, namoram-se, amam-se, e dizem adeus, cada 
um com seu destino, entre a floresta e os jardins, o vento e a névoa? 
 
Mas por detrás estão as velhas casas, pequenas e tortas, pintadas de cores 
vivas, como desenhos infantis, com seus varais carregados de toalhas de mesa, 
saias floridas, panos vermelhos e amarelos, combinados harmoniosamente 
pela lavadeira que ali os colocou.
Se eu fosse pintor, como poderia perder esse arranjo, tão simples e 
natural, e ao mesmo tempo de tão admirável efeito?
Mas, depois disso, aparecem várias fachadas, que se vão sobrepondo 
umas às outras, dispostas entre palmeiras e arbustos vários, pela encosta do 
morro. Aparecem mesmo dois ou três castelos, azuis e brancos, e um deles tem 
até, na ponta da torre, um galo de metal verde. Eu, pintor, como deixaria de 
pintar tão graciosos motivos?
Sinto, porém, que tudo isso por onde vão meus olhos, ao subirem do 
vale à montanha, possui uma riqueza invisível, que a distância abafa e desfaz: 
por detrás dessas paredes, desses muros, dentro dessas casas pobres e desses 
castelinhos de brinquedo, há criaturas que falam, discutem, entendem-se e 
não se entendem, amam, odeiam, desejam, acordam todos os dias com mil 
perguntas e não sei se chegam à noite com alguma resposta.
Se eu fosse pintor, gostaria de pintar esse último plano, esse último 
recesso da paisagem. Mas houve jamais algum pintor que pudesse fixar esse 
móvel oceano, inquieto, incerto, constantemente variável que é o pensamento 
humano?
FONTE: MEIRELES, Cecília. Ilusões do mundo. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1976, p. 17-18.
Percebem-se, ao final da leitura, várias sequências descritivas, não é? O 
modo como foram escolhidas as palavras, estabelecida a ordem, revela que a 
autora elaborou um plano para desenvolver a descrição.
No primeiro parágrafo descreve o que acontece na casa, primeiro plano. 
No segundo, apresenta-nos o que acontece entre o primeiro plano e a casa fechada, 
existem aves... No terceiro parágrafo nos revela, por meio da descrição, as aves e 
a vegetação existente.
TÓPICO 2 | OS DIVERSOS TEXTOS
81
Perceba que o esquema segue uma dimensão que nos desvenda um olhar 
do perto para o longe. Resquícios dessa descrição podem ser retirados do trecho 
“as asas das borboletas”, no qual diz: “uma borboleta de cor marfim, com um 
pouco de ouro nas pontas das asas”.
Você poderá continuar fazendo este exercício de observação, que ajudará 
a estabelecer a sequência adotada, ou melhor, escolhida por Cecília. Além disso, 
reforçará o seu entendimento sobre parágrafo estudado anteriormente.Lembre-se 
de que cada parágrafo representa não a mudança de assunto, mas outro enfoque. 
Pensamos que esse texto exemplifica bem a questão.
Muito raramente um texto pertencerá somente a uma sequência. No 
entanto, analisamos a predominância delas durante a leitura.
5 A ARGUMENTAÇÃO
Em nosso dia a dia é muito comum termos que expor nossas opiniões ou 
até mesmo convencer as pessoas sobre as diversas temáticas. Pense em várias 
situações nas quais utilizamos uma linguagem argumentativa e/ou persuasiva, 
seja em um relacionamento amoroso, na vida profissional, na venda de um 
produto, em uma reunião de negócios e, também, ao nos relacionarmos com os 
professores, vizinhos ou amigos.
Ao analisarmos por outro viés, percebemos que muitas mensagens nos 
chegam através de jornais, televisão, e-mail, celular, cujo fim é conquistar a nossa 
adesão, seja a uma ideia ou produto, seja para escolha de um candidato, um carro 
ou mudança na maneira de conduzir nossa vida.
O texto argumentativo, no entanto, nos permite utilizar a linguagem de 
modo a expressar nossas ideias, articular argumentos e conclusões. Outro aspecto 
importante é conhecer o assunto a ser comunicado, pois na dissertação nosso 
posicionamento crítico é fator decisivo.
Vamos conhecer mais sobre essa temática? Leia o texto que segue.
Você já refletiu sobre o poder de persuasão das pessoas? É inevitável que 
tenhamos domínio do funcionamento da língua escrita para aprimorar essa habilidade.
UNI
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
82
6 COESÃO E ARGUMENTAÇÃO
O fato de o ato de escrever ser um momento em que aquele que escreve 
se vê sozinho frente ao papel, tendo em mente apenas uma imagem de um 
possível interlocutor, faz com que haja necessidade de uma maior preocupação 
em relação à coesão. Em geral, o aluno não sabe até que ponto deve explicitar o 
que tenta dizer para que se faça compreender.
 
Entretanto, o “fazer-se compreender” é um ponto central em qualquer 
texto escrito; a coesão deve colaborar nesse sentido, facilitando o estabelecimento 
de uma relação entre os interlocutores do texto. O que se busca não é um texto 
fechado em si mesmo, impenetrável a qualquer leitura, e sim algo que possa 
servir como veículo de interação entre os interlocutores.
 
Há ainda mais uma questão em que se deve pensar na consideração das 
especificidades da modalidade escrita – a argumentação. É através dela que o 
locutor defende seu ponto de vista. A argumentação contribui na criação de 
um jogo entre quem escreve o texto e um possível leitor, já que aquele discute 
com este, procurando mostrar-lhe que tipo de ideias o levou a determinado 
posicionamento. Dito de outra maneira, ao escrever um texto, o locutor 
estabelece relações a partir do tema a que se propôs discutir e tira conclusões, 
procurando convencer o receptor ou conseguir adesão ao texto.
Não se pode traçar uma distinção absoluta entre coesão e argumentação: 
a coesão garante a existência de uma relação entre as partes do texto que 
tomadas como um todo devem constituir um ato de argumentação. As duas 
noções contribuem para a constituição de um conjunto significativo capaz de 
estabelecer uma relação entre o sujeito que escreve e seu virtual interlocutor.
É próprio da linguagem seu caráter de interlocução. A escrita não foge 
a esse princípio, ela também busca estabelecer uma relação entre sujeitos. O 
texto deve ser suficiente para caracterizar seu produtor enquanto um agente, 
um sujeito daquela produção, ao mesmo tempo em que confere identidade ao 
seu interlocutor. O texto, enquanto uma totalidade revestida de significados, 
acaba sendo um jogo entre sujeitos, entre locutor e interlocutor.
FONTE: DURIGAN, Regina H. de Almeida et al. A dissertação no vestibular. In: A magia da mudança 
-vestibular Unicamp: língua e literatura. Campinas: Unicamp, 1987, p. 14-15.
Agora, vamos conhecer a estrutura de um texto argumentativo? Como 
já foi dito, a argumentação requer do escritor o seu posicionamento crítico. 
Além disso, é preciso conhecimento sobre o assunto. Adequar a linguagem aos 
interlocutores também é muito importante, pois queremos ser compreendidos.
Sobre a estrutura, podemos afirmar que existe uma maneira muito usada 
para a organização desses textos. Basicamente, precisamos dispor as informações 
que obtemos em três momentos: introdução, desenvolvimento e conclusão.
TÓPICO 2 | OS DIVERSOS TEXTOS
83
Introdução: é o momento de apresentar de maneira clara o assunto que 
se pretende abordar. Ela deve atuar como um roteiro, que norteará o leitor para 
o desenvolvimento da temática. Uma introdução bem construída ajuda quem 
escreve a controlar a coesão e a coerência do texto.
Desenvolvimento: como o nome diz, nessa parte do texto é que se 
desenvolve o assunto apresentado na introdução. Faz-se necessário ampliar a 
explicação retomando o que foi explicitado de forma sucinta na introdução.
Conclusão: é a parte que finaliza o texto. Dessa forma, deve conter um 
resumo de tudo que foi dito, de modo a reafirmar seu posicionamento. Poderá 
também trazer propostas de ações sobre o tema discutido.
Com base nessas informações, vamos verificar na prática, por meio de um 
exemplo, como essa estrutura se organiza. Leia o texto que segue:
Considerações sobre justiça e equidade
Luís Alberto Thompson Flores Lenz
1. Hoje, floresce cada vez mais, no mundo jurídico a acadêmico nacional, a 
ideia de que o julgador, ao apreciar os caos concretos que são apresentados 
perante os tribunais, deve nortear o seu proceder mais por critérios de justiça 
e equidade e menos por razões de estrita legalidade, no intuito de alcançar, 
sempre, o escopo da real pacificação dos conflitos submetidos a sua apreciação.
2. Semelhante entendimento tem sido sistematicamente reiterado, na 
atualidade, ao ponto de inúmeros magistrados simplesmente desprezarem 
ou desconsiderarem determinados preceitos de lei, fulminando ditos dilemas 
legais sob a pecha de injustiça ou inadequação à realidade nacional.
3. Abstraída qualquer pretensão de crítica ou censura pessoal aos insignes juízes 
que se filiam a esta corrente, alguns dos quais reconhecidos como dos mais 
brilhantes do país, não nos furtamos, todavia, de tecer breves considerações 
sobre os perigos da generalização desse entendimento.
4. Primeiro, porque o mesmo, além de violar os preceitos dos arts. 126 e 127 
do CPC, atenta de forma direta e frontal contra os princípios da legalidade e 
da separação de poderes, esteio no qual se assenta toda e qualquer ideia de 
democracia ou limitação de atribuições dos órgãos do Estado.
5. Isso é o que salientou, e com a costumeira maestria, o insuperável José Alberto 
dos Reis, o maior processualista português, ao afirmar que: "O magistrado 
não pode sobrepor os seus próprios juízos de valor aos que estão encarnados 
na lei. Não o pode fazer quando o caso se acha previsto legalmente, não o 
pode fazer mesmo quando o caso é omisso".
6. Aceitar tal aberração seria o mesmo que ferir de morte qualquer espécie de 
legalidade ou garantia de soberania popular proveniente dos parlamentos, 
até porque, na lúcida visão desse mesmo processualista, o juiz estaria, nessa 
situação, se arvorando, de forma absolutamente espúria, na condição de 
legislador.
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
84
7. A esta altura, adotando tal entendimento, estaria institucionalizada a 
insegurança social, sendo que não haveria mais qualquer garantia, na medida 
em que tudo estaria ao sabor dos humores e amores do juiz de plantão.
8. De nada adiantariam as eleições, eis que os representantes indicados pelo 
povo não poderiam se valer de sua maior atribuição, ou seja, a prerrogativa 
de editar as leis.
9. Desapareceriam também os juízes de conveniência e oportunidade política 
típicos dessas casas legislativas, na medida em que sempre poderiam ser 
afastados por uma esfera revisora excepcional.
10. A própria independência do parlamento sucumbiria integralmente frente 
à possibilidade de inobservância e desconsideração de suas deliberações.11. Ou seja, nada restaria, de cunho democrático, em nossa civilização.
12. Já o Poder Judiciário, a quem legitimamente compete fiscalizar a 
constitucionalidade e legalidade dos atos dos demais poderes do Estado, 
praticamente aniquilaria as atribuições destes, ditando a eles, a todo 
momento, como proceder.
13. Nada mais é preciso dizer para demonstrar o desacerto dessa concepção.
14. Entretanto, a defesa desse entendimento demonstra, sem sombra de 
dúvidas, o desconhecimento do próprio conceito de justiça, incorrendo 
inclusive numa contradictio in adjecto.
15. Isto porque, e como magistralmente o salientou o insuperável Calamandrei, 
"a justiça que o juiz administra é, no sistema da legalidade, a justiça em 
sentido jurídico, isto é, no sentido mais apertado, mas menos incerto, 
da conformidade com o direito constituído, independentemente da 
correspondente com a justiça social".
16. Para encerrar, basta salientar que a eleição dos meios concretos de 
efetivação da Justiça social compete, fundamentalmente, ao Legislativo e 
ao Executivo, eis que seus membros são indicados diretamente pelo povo.
17. Ao Judiciário cabe administrar a justiça da legalidade, adequando o 
proceder daqueles aos ditames da Constituição e da Legislação.
FONTE: <https://brainly.com.br/tarefa/9736761>. Acesso em: 10 ago. 2018. 
Ao ler o texto, percebemos que no primeiro parágrafo é apresentada a 
ideia, ou seja, o assunto que será desenvolvido no decorrer dos parágrafos. Na 
continuação do texto há a explicitação da temática com base em argumentos e 
dados que o autor utiliza no intuito de expor a sua opinião e convencer o leitor. 
No decorrer da leitura, acadêmico, você notou que nos dois últimos parágrafos o 
autor retoma as afirmações já realizadas e conclui a sua argumentação. 
Além disso, você observou que cada parte de um texto relaciona-se com 
as demais, ou retomando ou preparando para o que é ou foi dito? Tecemos um 
texto à medida que acrescentamos ao que foi dito o que ainda temos por dizer. No 
momento de redigir um texto, há que se considerar aquele para quem escrevemos 
e quais são nossos objetivos com o texto. Dessa maneira, adequamos a linguagem 
à situação e nos fazemos entender, atingindo assim nosso propósito.
TÓPICO 2 | OS DIVERSOS TEXTOS
85
A persuasão é utilizada pela propaganda, que visa convencer o consumidor 
sobre o que pretende vender. Busca-se empregar a linguagem de maneira inteligente com a 
finalidade de chamar a atenção do interlocutor. Nos textos publicitários, outra ferramenta está 
presente: é a ambiguidade. Você sabe o que ela significa?
Estudaremos na próxima unidade!
UNI
86
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A palavra texto provém do latim textum, que significa “tecido, entrelaçamento”.
• O texto desenvolve-se de maneira linear.
• A classificação de um texto se faz através da predominância de uma das 
características com relação às demais.
• Na narrativa o tempo é marcado pela sucessão dos fatos. O agente é o narrador.
• Na descrição o tempo é um momento único. O agente é observador.
• Na argumentação não há marcação do tempo. O agente é argumentador.
• Apresentação, complicação, clímax e desfecho são partes estruturantes da 
narrativa.
• Nos textos argumentativos a ideia central é a argumentação/persuasão.
• Adequar a linguagem aos interlocutores é muito importante, pois esse cuidado 
auxilia a compreensão.
• A argumentação é que nos permite utilizar a linguagem de modo a expressar 
nossas ideias, articular argumentos e conclusões.
• Descrever é empregar os sentidos a fim de captar uma realidade e exemplificá-
la no texto.
• Discurso direto: é reproduzir diretamente a fala dos personagens.
• Discurso indireto: é quando o narrador adapta as falas das personagens.
• Discurso indireto livre: é a intenção de mostrar e contar os fatos ao mesmo 
tempo.
• A persuasão é muito utilizada nos textos publicitários.
87
AUTOATIVIDADE
1 Classifique as sequências textuais predominantes nos textos abaixo em 
sequência descritiva (SD), sequência narrativa (SN) ou sequência dissertativa 
(SDI):
 a) ( ) Uma vez, dois homens saíram na Semana Santa para caçar tatu. 
Quando eles estavam cavando o buraco, o tatu saiu para fora e falou para 
eles: - Isso tudo é vontade de comer carne? (Antonio Henrique Weitzel)
b) ( ) A aventura pode ser louca, mas o aventureiro tem que ser lúcido! 
(Chesterton)
c) ( ) De repente entrou aquele bruto crioulo. Tinha quase dois metros de 
altura, era forte como um touro, e caminhava no mais autêntico estilo da 
malandragem carioca. Ladeado por duas mulheres imobilizadas por uma 
chave de braço cada uma, caminhou calmamente até o centro da sala, 
enquanto as duas faziam o maior banzé, sem que
 ele tomasse o menor conhecimento.
d) ( ) Um homem estava contando que tinha ido pescar no Rio Paraibuna e 
matou uma traíra tão grande que quase não coube dentro do barco. Aí o 
outro falou:
 - Na minha fazenda tem um tacho tão grande que quando alguém, que está 
mexendo o tacho, fala, do outro lado nem dá para escutar. 
 Aí o pescador perguntou:
 - Mas, para que serve um tacho tão grande assim?
 O homem respondeu:
 - É para fritar a traíra que você pescou!
 
e) ( ) Só há dois minutos importantes no destino de um homem: o minuto em 
que nasce e aquele em que morre. O resto são horas perdidas na vida.
 
f) ( ) É necessário que se ensine às crianças o que seja moral; contudo, é 
dispensável que lhes ensine o que seja imoral.
 
2 Ainda sobre os textos narrativos, descritivos e argumentativos, leia o texto 
de Rubem Braga, no intuito de reconhecer qual tipologia prevalece:
88
A outra noite
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento 
sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei 
um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das 
nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam 
a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma 
paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal 
fechado para voltar-se para mim:
- O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem 
mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia 
uma outra – pura, perfeita e linda.
- Mas, que coisa...
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de 
chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser 
aviador ou pensava em outra coisa.
- Ora, sim senhor...
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um 
“muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse 
feito um presente de rei.
Rubem Braga
FONTE: <http://biscoitocafeenovela.blogspot.com.br/2014/09/sessao-leitura-outra-noite-
rubem-braga.html>. Acesso em: 10 ago. 2018. 
Com base nas principais características do texto lido, podemos dizer 
que predomina(m) a(s):
a) ( ) Narração.
b) ( ) Narração e Descrição.
c) ( ) Argumentação. 
d) ( ) Descrição. 
e) ( ) Argumentação e Narração. 
3 Leia o texto a seguir, ele é predominantemente descritivo, mas apresenta 
algumas sequências narrativas. 
De súbito, surgiu no pátio, dum corredor escuro, um cão. Um cão 
trivial e sorna, que arrastava atrás de si uma velha lata vazia, de marmelada, 
amarrada por mão gaiata a sua cauda. E sobre a lata vinha a metade de um 
tijolo. [...] Por toda a área vagueou o cachorro, arrastando a carga barulhenta. 
Pelas lajes a folha entrebatida, monótona, arrastava-se, levando o tijolo. [...] 
89
Passeava pelos cantos; tornava ao Sol; estirava-se; em três patas, coçava o ventre; 
prosseguia; farejava; volvia aos mesmos pontos, a cauda estirada, o tijolo atrás, 
sobre a lata, chiando. Por fim, encontrou um velho osso, voltou ao Sol, estirou-
se sobre o ventre, a roer a presa, com pachorra. 
FONTE: VAZ, Leo. In: CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção.São Paulo: 
Moderna, 2001, p. 31. 
Assinale a alternativa que contém todas as sequências narrativas do 
texto:
a) ( ) Passeava pelos cantos; tornava ao Sol; estirava-se; em três patas, coçava 
o ventre; prosseguia; farejava; volvia aos mesmos pontos, a cauda estirada, o 
tijolo atrás, sobre a lata, chiando.
b) ( ) Por toda a área vagueou o cachorro, arrastando a carga barulhenta./
Pelas lajes a folha entrebatida, monótona, arrastava-se, levando o tijolo.
c) ( ) Por fim, encontrou um velho osso, voltou ao Sol, estirou-se sobre o 
ventre, a roer a presa, com pachorra.
d) ( ) De súbito, surgiu no pátio, dum corredor escuro, um cão./Por toda a 
área vagueou o cachorro, arrastando a carga barulhenta./Por fim, encontrou 
um velho osso, voltou ao Sol, estirou-se sobre o ventre, a roer a presa, com 
pachorra.
e) ( ) E sobre a lata vinha a metade de um tijolo. [...]/Por toda a área vagueou 
o cachorro, arrastando a carga barulhenta.
90
91
TÓPICO 3
O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E 
GÊNEROS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
As habilidades de leitura e escrita são muito mais que uma necessidade. 
Saber ler e interpretar diferentes textos em diferentes linguagens, avaliar 
e comentar informações ou ideias, além de estabelecer relações e formular 
perguntas, são competências primordiais básicas para que uma organização 
empresarial ou para que qualquer instituição possa oferecer ao seu público o 
retorno e/ou atendimento que merecem.
Neste sentido, caro acadêmico, queremos dizer que conseguir dominar a 
leitura e a escrita num determinado campo não significa saber ler e escrever em 
outro. A compreensão dos textos nas diversas áreas depende necessariamente 
do conhecimento anterior que o receptor tem sobre o assunto e da familiaridade 
que tiver construído com a leitura de textos de diferentes gêneros. Para ilustrar a 
importância dos gêneros textuais, Bakhtin (1988, p. 71) explica:
Gêneros são tipos de enunciados relativamente estáveis e normativos, 
que se constituem historicamente, elaborados pelas esferas de utilização 
da língua. Esses enunciados se relacionam diretamente a diferentes 
situações sociais, que geram, por sua vez, um determinado gênero com 
características temáticas, composicionais e estilísticas próprias.
Nesta linha de raciocínio, aliadas à leitura, estão a compreensão e a 
interpretação dos gêneros textuais. À medida que eles focalizam discussões 
para determinadas estratégias de escrita, ampliam o conhecimento linguístico e 
também o textual.
Diante disso, conforme Geraldi (2001), produzir esquemas, sínteses que 
norteiem o processo de compreensão dos textos, bem como criar roteiros que 
indiquem os objetivos e expectativas que cercam o texto que se espera produzir 
não pode mais ser uma tarefa alheia ao seu dia a dia no trabalho.
Caro acadêmico, diante dessa reflexão, a partir de hoje, preste atenção na 
hora da leitura e da escritura de um texto. Ter uma boa escrita e ainda conseguir 
ler e entender textos ou documentos é um diferencial positivo na sua área de 
atuação. Convido você a ler e aprender mais sobre este interessante assunto. 
Continue atento!
92
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
Se você quiser saber mais sobre gêneros textuais, visite o site: <http://www.
portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/Linguagem_ Discurso/article/view/347/368> e leia na 
íntegra O ENSINO DE PRODUÇÃO TEXTUAL COM BASE EM ATIVIDADES SOCIAIS E GÊNEROS 
TEXTUAIS, da professora Désirée Motta-Roth.
UNI
2 A LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
A leitura é uma atividade que requer, além do prazer, concentração. A 
importância do ato de ler é incontestável, pois, além de abrir caminhos para 
o conhecimento, exige uma visão perceptível do leitor para com os textos e 
linguagens.
 
Cabe lembrar que a tecnologia facilitou, e muito, a comunicação entre as 
empresas e/ou instituições. Todavia, ao mesmo tempo, incutiu nos usuários uma 
habilidade que limita o ato da leitura ou até no escrever um texto ou documento 
na sua íntegra. A rapidez e a agilidade que esta ferramenta nos trouxe deixam-
nos tão seguros que esquecemos a produção com qualidade, apenas priorizamos 
a quantidade. E amenizar esta crise da leitura e da interpretação textual correta 
merece interação e compromisso, pois estes são pontos decisivos para a mudança 
desse quadro. As pessoas que têm o hábito de ler têm mais facilidade para 
interpretar textos e, obviamente, os que não possuem esse hábito encontram mais 
dificuldade.
 
Fique atento, acadêmico, por intermédio da leitura você se familiariza 
com as normas gramaticais e pode expandir seu vocabulário. Dessa forma, a 
leitura é uma construção que leva você, gradativamente, a interagir com o autor 
em um determinado momento no texto e, consequentemente, você também 
interage com o mundo, ampliando sua competência discursiva tanto na língua 
escrita como na oral.
2.1 O MAIOR DESAFIO DAS INSTITUIÇÕES: A 
COMUNICAÇÃO INTERNA
Diante do cenário exposto, vamos encaminhar nosso estudo para um 
ponto relevante, pois, nas dificuldades que existem em qualquer empresa ou 
instituição, pode-se dizer que uma causa muitas outras. Então, já tem em mente 
do que estamos falando?
TÓPICO 3 | O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS
93
Como você já deve ter percebido, toda empresa e/ou instituição é única, 
como todo ser humano também o é. Cada um tem sua história, sua cultura, seus 
valores, sua missão ou metas, perfil de funcionários, de clientela, entre outros. A 
comparação com o ser humano fez-se necessária, pois as empresas/instituições 
são compostas, fundamentalmente, de pessoas. E, pasme! sofrem do mesmo mal. 
Afinal, que mal é esse? Hum, o mal da ausência ou da má comunicação.
A comunicação, em especial a interna, envolve procedimentos 
comunicacionais que reúnem papéis, cartas internas, memorandos, entre 
outros. E este tipo de comunicação se desenvolve paralelamente à comunicação 
administrativa, que visa proporcionar meios para promover maior integração 
dentro da organização mediante o diálogo, a troca de informações, experiências e 
a participação de todos os níveis (TORQUATO, 2003).
Para Kunsch (1999), a comunicação interna é planejada em torno de 
propósitos claramente definidos que viabilizam toda a interação possível entre a 
organização e seus colaboradores, lançando mão de metodologias e técnicas de 
comunicação institucional e até da comunicação mercadológica.
Bem, como você pode perceber, apesar de Torquato e Kunsh utilizarem 
terminologia e até conceitos distintos sobre o que é e qual o papel da comunicação, 
ambos enfatizam a necessidade de a comunicação ser pensada de forma integrada 
e como uma ferramenta estratégica.
Para tanto, podemos pautar ações comunicacionais utilizando-se da 
transferência de informações de modo claro, curto e rápido. O gestor pode ainda 
tornar habitual a frequência de encontros, tornando assim as informações mais 
objetivas.
Lembre-se, devemos começar levando em consideração os aspectos 
humanos e gerenciais: avalie a cultura participativa do seu grupo, faça uma 
autoavaliação e identifique como a comunicação na instituição ou empresa em 
que você trabalha acontece nos diversos setores e, a partir desta imagem, crie 
estratégias simples, porém eficazes.
3 OS MODELOS TEXTUAIS
A correspondência de uma empresa e/ou instituição é vista hoje como 
um importante instrumento de boa organização e até de marketing. Assim, a 
comunicação feita através da correspondência interna ou externa é a responsável 
pela representação da instituição ou empresa perante os deus diferentes públicos. 
A eficiência e a clareza são importantes itens exigidos quanto ao teor da 
mensagem que se quer transmitir. Tal elegância e clareza devem estar explícitas 
na forma e na língua utilizadas. Na forma quanto à disposição dos elementos na 
correspondência, e na língua, quanto ao estilo de linguagem utilizada.
94
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
Neste sentido, a noção de gêneros textuais como sistemas discursivos 
complexos,socialmente construídos pela linguagem, com padrões de organização 
facilmente identificáveis e configurados pelo contexto sócio-histórico produtor 
das atividades comunicativas, é bastante esclarecedora para os nossos propósitos 
neste livro de estudos (MARCUSCHI, 2002).
O que toda empresa e/ou instituição, inclusive o público externo, deseja 
é que, além da clareza e da eficiência, a correspondência ou a comunicação seja 
rápida e objetiva, e isso não se consegue com um texto desorganizado e mal 
escrito. Portanto, caro acadêmico, há alguns pontos que devemos levar em conta 
quando o assunto é a produção textual. Comece prestando atenção no estilo, na 
língua e na forma.
 
Quanto ao estilo, podemos dizer que é conversão da linguagem escrita 
na imagem que queremos passar. É como se você soubesse dosar a formalidade 
e a informalidade, já que ambas são exigidas num texto profissional para atingir 
muitos objetivos, dentre eles o de conquistar clientela ou até mesmo motivar 
colaboradores.
A língua é responsável pela comunicação com e entre seus diversos 
públicos. Assim, devemos ter o cuidado para que nossa correspondência chegue 
aos receptores sem falhas gramaticais, pois isso pode gerar uma incontornável 
má impressão de qualquer natureza.
 
Já a forma é a embalagem do documento profissional. Assim, o que se 
quer comunicar deve estar disposto de forma prática e atraente. As informações 
que constam no texto, como a data, o assunto, o destinatário, os endereços, entre 
outros aspectos, não podem estar obscuros.
 
Agora vamos conhecer algumas correspondências oficiais e perceber 
como cada uma tem particularidades na sua forma, conteúdo e linguagem.
Os conceitos das correspondências aqui apresentados foram extraídos 
de manuais de redação, tais como: Redação Científica, O texto oficial: aspectos gerais e 
interpretações e Manual de modelos de cartas comerciais.
UNI
TÓPICO 3 | O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS
95
3.1 RELATÓRIOS
O relatório é um documento no qual se apresenta uma descrição de um 
acontecimento, ou a forma como um serviço foi executado. Ele pode ser também 
um relato das ocorrências administrativas, de uma apresentação de resultado de 
uma pesquisa ou até de uma investigação.
Preste atenção, acadêmico, pois um bom relatório apresenta os dados 
necessários que abrangem sua finalidade, como: a quem ele se destina, qual 
periodicidade e o que quer comunicar. E para que isso aconteça, gráficos, 
ilustrações, mapas, entre outros, devem acompanhá-lo.
Cabe lembrar que um relatório pode ser desenvolvido em tópicos ou em 
forma de texto discursivo.
Assim, antes de iniciar a elaboração de um relatório, pense:
• Para quem vou escrever?
• Com qual objetivo?
• Qual canal de comunicação vou utilizar?
• Qual a melhor forma de dizer o que realmente quero apresentar?
Agora mãos à obra, escreva seu texto, relate tudo o que for necessário e 
lembre-se de reler e revisar o que escreveu.
3.1.1 Partes do relatório
Geralmente, nas empresas ou nas instituições, os relatórios já estão 
preestabelecidos no formato de formulários e estes apenas necessitam do simples 
preenchimento dos setores ou órgãos competentes. Assim, o que você, acadêmico, 
deve fazer é preencher os espaços em branco, observando o tipo de relatório que 
lhe é requerido, seja em tópicos ou em texto discursivo, como já foi mencionado. 
No entanto, podemos citar seis principais partes integrantes de um 
relatório, segundo as normas técnicas. Vamos conhecê-las?
a) TÍTULO: com ele você identificará claramente o tema do relatório.
b) VOCATIVO: você escreverá aqui a quem se dirige o relato.
c) TEXTO: quando você relatar, preste atenção na introdução, que deve indicar 
o motivo ou, ainda, lembrar quem determinou a execução do relatório. No 
desenvolvimento, você expõe o assunto cronologicamente, em parágrafos ou 
em tópicos, e no encerramento deve haver as considerações finais, ou sugestões, 
bem como os agradecimentos.
96
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
d) LOCAL e DATA.
e) ASSINATURA.
f) ANEXOS, quando necessários.
3.1.2 Aplicação
Antes de você visualizar e analisar o relatório a seguir, cabe salientar que 
escrever serve para comunicar nossas ideias e, para dominar a habilidade da 
escrita, ela deve ser exercitada.
 
Considere especialmente importante no ato da escritura de um relatório a 
clareza, a coesão e a exatidão. Não esqueça que, quando não houver normas para 
a escritura do relatório, você deve seguir o seu bom senso. 
Leia o exemplo a seguir e reconheça as seis partes integrantes do relatório 
que citamos acima. Enumeramos as partes do relatório com as mesmas letras. 
 
a) RELATÓRIO DEMONSTRATIVO DAS DESPESAS E O LUCRO TOTAL DA 
EMPRESA XXXX S/A
 
b) À Gerente Administrativa XXXX
 
c) Como solicitado por V.Sa., um levantamento da empresa XXXX S.A. fora feito. 
Este levantamento realizou-se no período de 20/08/2003, com o objetivo de 
demonstrar as despesas e o lucro total da empresa, no período de 01/01/2003 
a 30/06/2003.
Os procedimentos que foram utilizados estão descritos abaixo:
1. levantamento contábil da empresa durante o período indicado;
2. levantamento das vendas;
3. outros métodos em que confio mais.
A empresa em questão demonstra que obtém uma grande margem de 
lucro, apesar de ser uma empresa multinacional, e retém mais de 70% do lucro 
no Brasil. Existe em seus registros que, durante o ano de 2002, obteve um alto 
volume de vendas, em torno de US$ 50.000.000,00, e durante o período avaliado 
o volume de vendas já era de 65% sobre o valor do ano passado.
Para o ano de 2003, a empresa espera que suas vendas aumentem e 
os lucros também. Espera também que consiga uma maior participação no 
mercado nacional para o ano de 2003 e 2004. Este ano há um planejamento 
TÓPICO 3 | O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS
97
de entrada em uma nova divisão do mercado, o ramo de Administração de 
Empresas, e também aumentar o seu nível tecnológico com relação ao seu 
maquinário e computadores.
A empresa está em crescimento, já podendo competir com as grandes 
corporações.
Depois de feita a atualização de tecnologia, espera-se a possibilidade de 
domínio do mercado e o crescimento em outras áreas; este foi o único problema 
encontrado na empresa XXXX S.A.
d) XXXXX, 24 de agosto de 2003.
Atenciosamente
XXXX XXXX
e) MM Business
FONTE: Adaptado de: <http://www.coladaweb.com/administracao/relatorio-administrativo>. 
Acesso em: 10 ago. 2018.
3.2 ATA
É o registro escrito, objetivo, claro e confiável, com valor administrativo 
ou legal dos acontecimentos de uma reunião, assembleia ou convenção. Se for 
um documento tão valorativo, ela deve ser redigida de forma a não permitir 
qualquer modificação posterior.
Logo, caro acadêmico, é preciso tomar alguns cuidados ao escrever uma 
ata, preste atenção nas orientações a seguir descritas: 
a) Atas manuscritas: elas são registradas num livro específico para esse fim, o 
qual deve ter um termo de abertura e as páginas devem estar numeradas. Se 
a ata for digitada, precisa ser arquivada em uma pasta e deve ser organizada 
levando em conta a data de sua escritura.
b) Escreva em linhas corridas: sem os parágrafos e evite espaços, pois estes 
elementos podem ser utilizados no intuito de garantir que acréscimos ou 
alterações aconteçam.
c) Rasuras: não podem aparecer, nem emendas ou uso de corretivos. Para retificar 
um erro, utilize palavras como “digo”. Se o erro for notado após a redação 
da ata, recorre-se à expressão “em tempo”, ou apresente uma errata, que será 
colocada sempre após o texto.
98
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
d) Abreviaturas ou expressões: não podem ser utilizadas.
e) Os números devem ser escritos por extenso.
3.2.1 Escritura e modelo
Observe alguns elementos básicos na escritura de uma ata e, em seguida, 
visualize um exemplo:
a) título: identifique a reunião;
b) data: escreva por extenso: dia, mês, ano e hora da reunião;
c) local: não se esqueça de indicar olocal onde está sendo realizada a reunião;
d) finalidade ou ordem do dia: aqui você escreve o objetivo da reunião;
e) identificação da Presidência e do Secretário: indique quem está presidindo a 
reunião;
f) discussão/votação e deliberações: neste tópico você escreve o que foi discutido, 
votado e aprovado;
g) encerramento: neste momento finalize a ata;
h) assinatura: todos os presentes assinam.
Agora observe o exemplo e verifique os elementos apontados acima, eles 
se apresentam na sequência em que explicitamos. 
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE CONSTITUIÇÃO DE 
ASSOCIAÇÃO OU SOCIEDADE CIVIL
Ao(s)......... dia(s) do mês de........... do ano 
de......... , às.......... horas, reuniram-se, em Assembleia Geral, no 
endereço da.............. as pessoas a seguir relacionadas: (nominar as pessoas, 
profissão, estado civil, endereço residencial e número do CPF). Os membros 
presentes escolheram, por aclamação, para presidir os trabalhos (nome de 
membro), e para secretariar (nome de membro). Em seguida, o Presidente 
declarou abertos os trabalhos e apresentou a pauta de reunião, contendo os 
seguintes assuntos: 1º) discussão e aprovação do Estatuto da associação; 
2º) escolha dos associados ou sócios que integrarão os órgãos internos da 
associação; e 3º) designação de sede provisória da associação. Em seguida, 
começou-se a discussão do estatuto apresentado e, após ter sido colocado em 
TÓPICO 3 | O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS
99
votação, foi aprovado por unanimidade, com a seguinte redação: (transcrever 
redação do estatuto aprovado). Passou-se, em seguida, ao item “2” da pauta, 
em que foram escolhidos os seguintes membros para comporem os órgãos 
internos: DIRETORIA EXECUTIVA: (nominar os membros, estado civil, 
profissão, endereço residencial, número do CPF e cargo). Por fim, passou-
se à discussão do item “3” da pauta e foi deliberado que a sede provisória 
da associação será no seguinte endereço: (discriminar o endereço completo). 
Nada mais havendo, o Presidente fez um resumo dos trabalhos do dia, bem 
como das deliberações, agradeceu a participação de todos os presentes e deu 
por encerrada a reunião, da qual eu, (nome do secretário da reunião), secretário 
ad hoc reunião, lavrei a presente ata, que foi lida, achada conforme e firmada 
por todos os presentes abaixo relacionados.
FONTE: <http://www.pgj.ce.gov.br/orgaos/orgaosauxiliares/cao/caofunda_reg/modelos/
Modelo.Ata.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2018.
3.3 OFÍCIO
O ofício, dentre os tipos de comunicação, é um dos mais utilizados tanto 
no setor público como privado. Sua utilidade é das mais variadas, ora como 
troca de informações administrativas, solicitações, agradecimentos, ora como 
estabelecimento de uma ordem, entre outras. 
 
Segundo Campos Mello (1978, p. 122), o ofício serve para:
 
[...] informar, encaminhar documentos importantes, solicitar 
providências ou informações, propor convênios, ajustes, acordos etc., 
convidar alguém com distinção para a participação em certos eventos, 
enfim, tratar o destinatário com especial fineza e consideração.
 
É uma correspondência oficial, podendo ser usada também por clubes, 
associações e, ainda, como correspondência protocolar. A linguagem utilizada 
é formal e, sendo uma correspondência dirigida a autoridades, devemos prestar 
atenção ao tratamento exigido para cada cargo.
Se quiser saber mais sobre as normas que regulamentam uma redação de 
atos e comunicações oficiais, acesse o site: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/
ManualRedPR2aEd.PDF> e visualize o Manual de Redação da Presidência da República, que 
mostra as regras que a linguagem deve ter nas correspondências.
UNI
100
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
3.3.1 Elaboração e modelo
Um modelo moderno de estruturação de ofício contém:
• cabeçalho e/ou papel timbrado;
• o número de ordem fica na margem superior esquerda;
• local e data ficam na mesma linha do número de ordem, do lado direito, o mês 
vem escrito por extenso;
• um resumo e/ou referência sobre o assunto é escrito abaixo do número;
• vocativo (observar o pronome de tratamento adequado);
• o texto pode ser dividido em parágrafos;
• deve ser concluído com cortesia;
• assinatura, com nome completo e cargo do emissor;
• endereçamento na parte inferior esquerda na primeira página, mesmo que haja 
páginas seguintes (nome, cargo, local).
Conheça algumas observações pertinentes à elaboração de um ofício:
A epígrafe é uma palavra ou expressão que resume o assunto de que o 
texto trata. Ela não é obrigatória, mas conveniente, pois torna a tramitação do 
documento no ambiente de destino mais rápida. O recebedor, ao ver a epígrafe, 
encaminha imediatamente o ofício ao setor competente. Ela costuma aparecer à 
esquerda, entre a data e o vocativo.
Os parágrafos do corpo do texto podem ser numerados. Neste caso, o 
primeiro parágrafo e o fecho não recebem número.
Se houver anexos, será indicado seu número (Anexo 1, Anexo 3) entre a 
assinatura e o endereçamento. Às vezes, o anexo é volume composto de diversas 
folhas, o que é indicado pelo número de volumes e o total de folhas de que se 
compõem: Anexos: 1/10, 2/15.
Visualize um exemplo de ofício:
TÓPICO 3 | O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS
101
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RADIOEXPEDICIONÁRIOS (ABRA)
Of. nº 15/02 Brasília (DF), 25 de março de 2002.
Ref.: Expedição à ilha da Coroa Vermelha
Excelentíssimo Senhor Comandante,
Tendo em vista que nossa associação pretende realizar expedição rádio 
amadorística à ilha da Coroa Vermelha, da jurisdição desse distrito naval, 
solicitamos-lhe a especial fineza de autorizar nosso desembarque e permanência 
naquela ilha. Seguem os dados do empreendimento:
• Período: de 17 a 19 de maio de 2002.
• Número de operadores: três.
• Transporte: traineira "Teixeira de Freitas", baseada no porto de Caravelas 
(BA).
• Estações a serem instaladas: duas.
• Abrigo:
- das estações - barraca militar cedida pelo Comando Militar do Planalto, do 
Exército Brasileiro.
- dos operadores - três barracas do tipo canadense.
2. Informamos-lhe ainda que os indicativos de chamada das estações já foram 
requeridos com a ANATEL. Estamos a seu dispor para mais informações, se 
necessárias. Na expectativa de resposta favorável, subscrevemo-nos.
 
Atenciosamente,
PAULO ANTONIO OUTEIRO HERNANDES
Secretário
 
Ex.mo Sr. Vice-Almirante
JOSÉ DA SILVA PEREIRA
102
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
DD. Comandante do 2º Distrito Naval
Rua Conceição da Praia, 335
40015-250 - Salvador (BA) 
FONTE: <http://www.paulohernandes.pro.br/dicas/001/dica082.html>. Acesso em: 30 maio 2017.
3.4 REQUERIMENTO
O requerimento é um documento utilizado para solicitar informações 
ou para fazer pedidos a um organismo público, a uma instituição ou ainda a 
uma autoridade. Ele possui características próprias e pode ser tanto manuscrito 
como digitado. Ele deve ser entregue pessoalmente, em duas vias: uma das vias 
protocoladas é sua, ou deve ser enviado pelos correios com Aviso de Recebimento 
(AR).
3.4.1 Escritura e modelo
Um requerimento bem estruturado e escrito ajuda a autoridade competente 
a melhor compreender aquilo que lhe é pedido. Geralmente, após o vocativo, 
dez espaços são deixados destinados ao despacho da autoridade competente e 
sempre se finaliza com o pedido.
Observe as partes de um requerimento:
• identificação (a quem o requerimento é dirigido);
• introdução (que contém os dados pessoais do requerente: nome, naturalidade, 
idade, profissão etc.);
• mensagem e/ou exposição (que manifesta o pedido e as razões que justificam 
o motivo do pedido enumerando, de forma ordenada, os argumentos e as 
causas);
• petição: espaço onde se expressa o que se solicita à pessoa ou entidade a que é 
dirigido o requerimento (pode-se utilizar: SOLICITO a V. Ex.ª que...);
• fecho: consta de três elementos (expressão da conclusão: Pede deferimento; 
data: escrita por extenso, antecedida da indicação do lugar e assinatura do 
requerente).
Quanto à apresentação,deve-se utilizar uma folha branca; separar os 
diferentes pontos do requerimento; adequar as formas de tratamento à entidade 
a que se destina.
TÓPICO 3 | O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS
103
Se você não recorda os pronomes de tratamento que se utilizam para 
determinada autoridade, não se preocupe! Na Unidade 3, você vai encontrar: PRONOMES e 
OS PRONOMES DE TRATAMENTO.
UNI
SENHOR DIRETOR DO CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO
 DA VINCI
(seu nome), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF sob o nº (informar) e 
no RG nº (informar), residente e domiciliado à rua (informar endereço), nesta 
cidade, vem respeitosamente à presença de Vossa Senhoria informar que (expor 
aqui as razões que o levam a formular o pedido).
Dessa forma, requer (colocar aqui o seu requerimento).
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Localidade, dia, mês e ano.
FONTE: Adaptado de: <http://www.tudobox.com/72/modelo_de_requerimento.html>. 
Acesso em: 10 ago. 2018.
3.5 E-MAIL
O correio eletrônico (e-mail) transformou-se na principal forma de 
comunicação para expedição de avisos e, inclusive, de documentos em empresas 
e instituições. Isso tudo se deu com o advento da internet, e a comunicação por 
e-mail tornou-se essencial nas relações comerciais, tanto interna como externa, 
seja por seu baixo custo ou pela sua celeridade. O e-mail proporciona rapidez e, 
também, oficializa, por se utilizar da modalidade escrita, a comunicação. 
104
UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL
3.5.1 Linguagem e dicas na elaboração de um e-mail 
formal
Um dos encantos deste tipo de comunicação é sua flexibilidade, pois não 
há preocupação quanto à forma para sua composição. No entanto, deve-se evitar 
o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
O campo assunto do formulário do e-mail, deve-se preencher com 
uma informação que resume o objetivo da mensagem, de modo a facilitar o 
entendimento tanto do destinatário quanto do remetente.
Os arquivos anexos à mensagem devem trazer informações mínimas 
sobre seu conteúdo.
É muito interessante utilizar, sempre que possível, o recurso de 
“confirmação de leitura” ou deve constar na própria mensagem o pedido de 
confirmação de recebimento.
Lembre-se de que, quando redigir um e-mail, escreva textos de fácil e 
rápida assimilação.
Portanto, textos curtos são os melhores e, na hora de responder, seja ágil. 
O padrão dos textos para internet é de cerca de 60 caracteres por linha e, se a 
quantidade de informações for muito grande, prefira anexar em arquivos. Não 
utilize letras maiúsculas ou em negrito, nem abreviaturas e ícones de emoção.
Cuidado com as respostas, pois elas não devem ser pomposas e longas, 
porém, preste atenção, as respostas curtas demais também não são bem vistas, 
pois elas podem prejudicar o entendimento da mensagem. 
Ao finalizar a redação do e-mail, leia sempre o que você escreveu, pois é 
muito desagradável receber um texto cheio de erros ortográficos e/ou concordância, 
não é mesmo? Com a leitura final da mensagem do e-mail, certifique-se de que 
seu destinatário compreenderá as informações que você deseja repassar.
Quando uma informação é dirigida a um destinatário externo da empresa ou 
instituição escolar, o correio é apenas um meio mais moderno e eficaz de fazer chegar a 
mensagem com rapidez. Dessa maneira, deve-se manter a formalidade que se exige em 
cada situação comunicativa.
IMPORTA
NTE
TÓPICO 3 | O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS
105
Observe, a seguir, alguns exemplos de e-mail formal:
1 – E-mail para envio de currículo
Boa tarde (nome/cargo do destinatário)
Venho, por este meio, candidatar-me à vaga de auxiliar administrativo, de 
acordo com o anúncio publicado no site da UNIASSELVI.
Anexo, segue o meu curriculum vitae, assim como a minha carta de 
apresentação, explicando os motivos da minha candidatura.
Qualquer questão, não hesite em contatar-me. 
Atenciosamente,
Monalisa
2 – E-mail para pedido de esclarecimentos
Boa tarde (nome/cargo do destinatário)
Solicito esclarecimentos relativos à proposta enviada na última quinta-feira, 
relativa à compra dos equipamentos. 
Agradeço a disponibilidade,
Atenciosamente
Monalisa
3 – E-mail para confirmação de reunião
Boa tarde (nome/cargo do destinatário)
Estou confirmando nossa reunião de quinta-feira, às 14h. Não se atrasem, 
pois temos vários assuntos na pauta para discussão. A reunião ocorrerá na sala dos 
professores, no prédio do NEAD. 
Estamos à disposição,
Atenciosamente,
Monalisa
106
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A comunicação feita através da correspondência interna ou externa é 
responsável pela representação da instituição ou empresa perante os seus 
diferentes públicos.
• A comunicação é vista hoje também como um importante instrumento de boa 
organização e de marketing.
• Numa produção textual, deve-se prestar atenção no estilo, na língua e na forma.
• Ao estilo cabe converter a linguagem escrita em uma imagem que se quer 
passar; quanto à língua, ela é responsável pela comunicação com e entre seus 
diversos públicos.
• A forma é a embalagem do documento profissional.
• Dentre as diversas correspondências que existem, estudamos em especial: 
relatório, ata, ofício, requerimento e e-mail.
• Quando redigir um e-mail, escreva textos de fácil e rápida assimilação.
• Textos curtos são os melhores e, na hora de responder, seja ágil, porém 
compreensível. 
 
• O requerimento é um documento utilizado para solicitar informações ou para 
fazer pedidos a um organismo público, a uma instituição ou a uma autoridade.
• O ofício, dentre os tipos de comunicação, é um dos mais utilizados, tanto no 
setor público como privado.
 
• Ata é o registro escrito, objetivo, claro e confiável, com valor administrativo ou 
legal dos acontecimentos de uma reunião, assembleia ou convenção.
 
• E-mail é o meio de comunicação mais utilizado nos dias atuais.
107
1 Releia os documentos oficiais que estudamos no tópico: relatório, ata, 
ofício, requerimento e e-mail e elabore um esquema com as principais 
características de cada um. O mapa conceitual elaborado auxiliará na 
compreensão e assimilação das características de cada documento. 
AUTOATIVIDADE
Documento Características
Ata
E-mail
Ofício 
Relatório
Requerimento
2 Uma boa comunicação empresarial é condição primária para a constituição 
de uma boa imagem institucional, pois ela transmite maior credibilidade 
da empresa ou instituição escolar junto ao seu destinatário. Nesse sentido, 
sobre a comunicação empresarial, junto aos diversos públicos, analise as 
afirmativas a seguir:
I- Na correspondência empresarial, na qual o cliente é sempre o destinatário, é 
para ele que é redigido o documento e é ele quem deve responder à mensagem. 
Se o cliente der a resposta que se espera, o texto foi eficaz; se não, o texto tem 
de ser obrigatoriamente repensado e reescrito. 
II- Quando circulam documentos mal escritos na empresa as pessoas tornam-
se desmotivadas para prestar atenção ao que estão lendo. 
III- Quando o texto da mensagem é muito longo, a empresa tem sua 
credibilidade enfraquecida, pois a ideia que se transmite é a de que se deseja 
“enrolar”. 
Agora, assinale a opção CORRETA:
a) ( ) Apenas o item I está correto. 
b) ( ) Apenas os itens II e III estão corretos. 
c) ( ) Os itens I, II e III estão corretos. 
d) ( ) Apenas o item III está correto. 
e) ( ) Os itens estão incorretos. 
108
3 (QUESTÃO 19, ENADE 2012, TECNOLOGIA EM GESTÃO DE RECURSOS 
HUMANOS) Diante de um cenário de constantes mudanças e concorrência 
altamente acirrada, conquistar, manter e satisfazer os clientes são desafios 
para as empresas que desejam expandir-se no mercado. Nesse contexto, os 
gestores devem compreender que o sucesso da empresa também depende 
dos recursos humanos que nela trabalham e, para tanto, os profissionais 
devem estar satisfeitos e motivados, de forma a responderem com alto nível 
de envolvimento e comprometimento com os objetivos da organização.Nesse sentido, a comunicação interna, baseada nas ações de endomarketing, 
é fundamental para se criarem e manterem níveis elevados de satisfação 
humana e clima organizacional saudável. Considerando que a comunicação 
organizacional está diretamente relacionada à qualidade de vida das pessoas 
que atuam em organizações, avalie as afirmações abaixo. 
I- As ações de endomarketing desenvolvem os Programas de Qualidade de 
Vida no Trabalho (QVT), que efetivamente garantem a melhoria do clima 
organizacional. 
II- O endomarketing reforça a noção de cliente interno e proporciona o 
fortalecimento das relações entre empresa e colaboradores. 
III- O alinhamento dos Programas de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e 
as ações do endomarketing convergem para resultados de uma gestão efetiva 
e bem-sucedida. 
FONTE: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2012/13_CST_
RECURSOS_HUMANOS.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2018. 
É correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas. 
b) ( ) III, apenas. 
c) ( ) I e II, apenas. 
d) ( ) II e III, apenas. 
e) ( ) I, II e III.
109
UNIDADE 3
A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer as regras que compõem as classes de palavras e sua aplicação;
• identificar as características de cada classe de palavras;
• utilizar, conforme a norma padrão da língua, a colocação pronominal;
• compreender a acentuação gráfica e, em especial, o acento indicativo de 
crase;
• realizar a pontuação cabível de acordo com cada situação textual;
• empregar o hífen com eficiência;
• reconhecer as funções da ambiguidade;
• reconhecer e utilizar, quando necessário, os estrangeirismos;
• compreender o que é um pleonasmo;
• identificar o emprego adequado de expressões como: porque e por que;
 mau e mal; senão e se não; entre outros;
• escrever de acordo com a norma padrão da língua portuguesa
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – AS CLASSES DE PALAVRAS
TÓPICO 2 – PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
TÓPICO 3 – LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA
 ESCRITURA DE UM TEXTO
110
111
TÓPICO 1
AS CLASSES DE PALAVRAS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
O estudo de regularidades de uma língua por pessoas que já são falantes 
dessa língua oportuniza a reflexão de usos linguísticos para diferentes práticas 
de leitura e escrita, interpretação e oralidade. É a escola a responsável por dar 
acesso à aprendizagem da norma padrão da língua, reconhecendo estruturas 
que constituem regras da gramática normativa, da língua cotidiana, da língua 
falada e da língua escrita. É preciso, então, incitar a reflexão e compreensão acerca 
de recursos linguísticos e textuais (como o uso de intensificadores, conectivos, 
pontuação, entre outros) para oportunizar diferentes práticas de leitura e escrita 
para a vida social, que extrapola os muros da escola. Assim, cabe lembrar que ler 
e escrever devem ser atividades primordiais no ensino de qualquer língua.
Dentre as atividades de reflexão de textos (orais e escritos), é fundamental 
realizar-se a prática de análise linguística, isto é, a análise de regularidades 
de recursos argumentativos, literários, ortográficos, discursivos, sintáticos 
morfológicos, semânticos, dentre outros, para a leitura, escrita e interpretação 
dos mais variados textos que constituem nossa vida social. Não são apenas erros 
ortográficos ou de acentuação que precisam ser evitados para que um texto seja 
considerado bem escrito, haja vista que em muitos textos há uma considerável 
perda com relação à semântica, sendo, inclusive, impossível resgatar elementos 
de coerência.
Neste tópico, vamos realizar um recorte desse quadro e estudar sobre a 
formação das palavras. As classes relacionadas neste processo são o substantivo, 
o adjetivo, o verbo, o advérbio, o numeral, o artigo, a preposição, a conjunção, a 
interjeição e os pronomes. Vamos relembrar?
2 AS CARACTERÍSTICAS DE CADA CLASSE
Você sabe dizer o que são classes de palavras e por que o estudo de seus 
usos é importante? Na Língua Portuguesa, as palavras são classificadas de acordo 
com a função que exercem dentro de uma frase (seja a função de substantivo, 
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
112
adjetivo, verbo, advérbio, numeral, artigo, preposição, conjunção, interjeição ou 
pronome). Você deve ter percebido que são reconhecidas dez classes de palavras, 
e cada uma delas tem um papel específico na frase. Logo, qualquer expressão ou 
palavra na nossa língua, dependendo das suas características, está conectada a 
uma dessas dez classes de palavras.
Para quê, então, estudamos os usos dessas classes de palavras/classes 
gramaticais? Mais importante que reconhecer a classificação gramatical de uma 
palavra, como substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, por exemplo, é compreender 
de que forma essas palavras são utilizadas nos textos, reconhecer de que forma 
ocorre a concordância nominal ou verbal, como modalizar nossas afirmações, ou 
ainda, quando e como podemos utilizar intensificados textuais (como advérbios 
de intensidade). Toda essa discussão, importante para sua reflexão linguística, 
isto é, reflexão de usos da linguagem, acerca da produção e leitura de variados 
textos, será foco deste tópico.
A partir de agora, você estudará com maior detalhamento as classes 
de palavras ou classes gramaticais, que podem ser variáveis (admitem flexão 
(mudança) em sua forma) ou invariáveis (não admitem alteração em sua 
estrutura). Procure pensar, agora, em palavras variáveis e palavras invariáveis. 
Pensou? Vamos citar, por enquanto, apenas dois exemplos: “mal” e “mau”. Você 
sabe dizer qual dessas duas palavras é a variável? Certamente, você já ouviu falar 
na história da Chapeuzinho Vermelho, na qual narra-se sobre o Lobo Mau que 
vive na floresta. Se, na história, não tivéssemos um lobo, mas uma loba, diríamos 
que a loba é má. Portanto, a palavra variável entre “mau” e “mal” é “mau”, cuja 
classe gramatical corresponde a um adjetivo, assim como “bom” (a função é de 
atribuir uma característica ao substantivo, neste caso, o lobo). “Mal”, antônimo 
(oposto) de “bem”, por sua vez, um advérbio de modo, e por isso é invariável: 
Hoje, a criança não está bem, ela está mal. Percebeu como algumas palavras 
podem variar (mau e má) e outras não (mal) conforme sua classe gramatical?
O Dicionário Michaelis (2008, p. 901) apresenta que um termo variável 
está: “1 Sujeito a variações. 2 Que pode ser variado ou mudado; mutável”. 
Segundo o mesmo dicionário (p. 489), invariável é o termo: “1 Que não é variável. 
2 Constante. 3 Inalterável”. Então, algumas classes podem sofrer alterações em 
sua forma, tendo uma escrita para o plural e singular, outra para o feminino 
e masculino, como vimos com o exemplo do adjetivo mau. Entretanto, outras 
classes possuem apenas uma forma escrita, conforme o exemplo de mal. Vamos 
conhecer estas e outras palavras!
Variáveis: Substantivo – Artigo – Adjetivo – Numeral – Pronome – Verbo. 
Invariáveis: Advérbio – Preposição – Conjunção – Interjeição.
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
113
Se estudarmos um pouco da língua, observaremos que alterações aconteceram 
ao longo do tempo quanto às classes de palavras. Isso se deu porque a nossa língua é viva, e 
é alterada pelos falantes, ou seja, nós somos os principais responsáveis por mudanças que já 
ocorreram e por aquelas que ainda virão.
NOTA
É importante saber que a parte da gramática normativa que lida com as 
classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo = forma, logia = estudo), ou seja, o 
estudo da forma. Deste modo, na morfologia, não estudamos o contexto em que 
as palavras são empregadas, mas somente a forma da palavra.
Convidamos você, agora, a conhecer e distinguir as principais 
características de cada classe de palavras.
2.1 SUBSTANTIVO
Para tratarmos dessa classede palavras, vamos fazer uma reflexão inicial. 
Se alguém lhe perguntar onde você estuda, você certamente responderia: na 
UNIASSELVI. Se lhe perguntassem o que é a UNIASSELVI, você provavelmente 
responderia que é uma instituição de ensino superior. Os nomes que você daria 
a essas respostas são substantivos: UNIASSELVI (um substantivo próprio, pois 
corresponde a um nome específico) e instituição (substantivo comum, pois é um 
nome mais genérico de determinada classe).
De maneira bem sucinta, podemos dizer que substantivo é a palavra que 
nomeia os seres com vida ou sem vida, ou seja, tudo que recebe um nome é um 
substantivo. Veja:
Seres materiais: João, criança, casa, fogo, carro, escritório, relatório...
Seres espirituais: Deus, anjo, alma...
Seres fictícios: Branca de Neve, curupira, cupido, fada... Observe a frase:
Assim que o relatório foi redigido, João foi para casa.
As palavras em destaque – relatório, João e casa – são substantivos, pois 
nomeiam entidades (neste caso, coisas, como casa e relatório, e pessoas, como 
João). Os substantivos se classificam em: comuns, próprios, concretos, abstratos e 
coletivos. Vamos conhecê-los?
Comuns: são nomes ou designações a entidades, seres de qualquer 
espécie, ou fatos. Ex.: criança, país, estado, cidade, gato, cachorro.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
114
Próprios: “não são nomes que se aplicam, em geral, a qualquer elemento 
de uma classe” (NEVES, 2011, p. 69, grifo nosso), como ocorre com os substantivos 
comuns. Os substantivos próprios são, na verdade, os que dão nome a seres 
específicos de cada espécie ou entidade e, por isso, são escritos com a letra inicial 
maiúscula. Ex.: João, Brasil, São Paulo, Campinas.
Concretos: são os substantivos comuns que nomeiam seres que existem 
independentemente de outros, sejam eles reais ou fictícios. Ex.: duende, elfo, 
computador, homem, bruxa, ar.
Abstratos: são os substantivos comuns que nomeiam seres que dependem 
da existência de outros. Eles designam noções, ações, estados e qualidades dos 
seres. Ex.: corrida (existe no ser que corre), beleza (existe no ser que é belo).
Coletivos: esse é um tipo de substantivo comum que, mesmo estando 
na forma singular, nomeia vários seres de uma mesma espécie. Ex.: vocabulário 
(palavras), frota (navios, ônibus, aviões), biblioteca (livros).
Agora, você já se sente capaz de identificar o substantivo em uma frase?
Vamos conferir um pouco mais este seu reconhecimento. Leia o parágrafo 
de uma notícia, cujo conteúdo divulga um seminário que pretende discutir 
educação, cultura e universidade:
Para participar do debate, foram convidados o cineasta Manoel Rangel, 
ex-presidente da Agência Nacional do Cinema, o sociólogo Cesar Barreira, 
professor da Universidade Federal do Ceará (UFCE), o cientista político Hélgio 
Trindade, ex-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e da 
Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), e a educadora 
Jaqueline Moll, da Ufrgs. 
 
FONTE: Jornal do Comércio. Disponível em: <http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2018/04/
politica/623410-seminario-discute-educacao-cultura-e-universidade.html>. 
Acesso em: 10 ago. 2018.
Procure identificar os substantivos comuns e próprios. Para diferenciá-
los, abaixo, sublinhamos os substantivos próprios e negritamos os comuns:
Para participar do debate, foram convidados o cineasta Manoel Rangel, 
ex-presidente da Agência Nacional do Cinema, o sociólogo Cesar Barreira, 
professor da Universidade Federal do Ceará (UFCE), o cientista político Hélgio 
Trindade, ex-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e da 
Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), e a educadora 
Jaqueline Moll, da Ufrgs. 
Você percebeu como é importante diferenciar um substantivo próprio 
de comum para nos atentarmos ao uso de letras iniciais maiúsculas na palavra? 
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
115
Perceba, por exemplo, que quando identificamos uma pessoa por cineasta, ex-
presidente, sociólogo, professor, cientista, ex-reitor, educadora, utilizamos 
letras minúsculas, pois temos substantivos comuns (que designam categorias 
mais gerais). Contudo, quando passamos a utilizar os substantivos próprios, a 
fim de atribuir um nome às pessoas ou às entidades, passamos a usar as letras 
iniciais maiúsculas: Manoel Rangel, Agência Nacional do Cinema, Cesar Barreira, 
Universidade Federal do Ceará (UFCE), Hélgio Trindade, Universidade Federal 
do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Universidade Federal da Integração Latino-
Americana (Unila), Jaqueline Moll.
No caso das universidades, você deve ter percebido que elas vêm acompanhadas 
de suas siglas, que podem ser redigidas com todas as letras em caixa alta (maiúsculas), como 
em UFCE, ou apenas a primeira letra maiúscula, como em Ufrgs, caracterizando nome 
próprio. Conforme Nicola e Terra (2000), quando as siglas são formadas por até três letras, 
obrigatoriamente são grafadas em maiúsculas (como é o caso de PT, ONU, STF). Contudo, se 
as siglas possuírem mais de três letras, podem ser grafadas com inicial maiúscula e as demais 
letras minúsculas (como é o caso de Unesco e Ufrgs), desde que possam ser pronunciadas 
como uma palavra.
FONTE: NICOLA, José de; TERRA, Ernani. 1.001 Dúvidas de Português. 10. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2000, p. 118.
NOTA
No parágrafo lido, não possuímos substantivos comuns que sejam 
abstratos ou coletivos. Contudo, é importante reconhecermos sua importância 
para, no caso dos coletivos, reconhecermos a possibilidade de agrupamentos de 
seres ou coisas em uma só palavra sem a colocarmos no plural. O reconhecimento 
de substantivos abstratos, por sua vez, nos permite refletir sobre os termos 
que estamos utilizando em nossos textos para designar conceitos e realidades 
imateriais. Nesse sentido, a escolha de substantivos utilizados nos textos não se 
dá de forma aleatória, mas pensada com precisão e clareza para nomearmos os 
seres (reais ou imaginários), concretos ou abstratos. 
ATENCA
O
Como vimos, o substantivo é responsável por nomear tudo o que vemos 
e imaginamos. Na construção do texto, esta classe gramatical é essencial, pois oferece 
referência que permite ao leitor a construção de imagens, proporcionando a interpretação 
da leitura. O substantivo é uma das classes de palavras variáveis, ou seja, ele sofre flexões em 
sua estrutura, para concordar com os termos de uma frase.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
116
Leia o texto do escritor Alan Lightman: ele recorre ao poder de nomeação 
dos substantivos para criar imagens.
15 DE MAIO DE 1905
[...] Uma folha no chão no outono, vermelha, dourada e marrom, delicada. 
[...] Poeira em um peitoril de janela. Uma pilha de pimentões na Marktgasse, 
amarelos, verdes, vermelhos. [...] O buraco de uma agulha. Mofo nas folhas, 
cristal, opalescente. Uma mãe em sua cama, chorando, cheiro de manjericão no 
ar. [...] Uma torre para preces, alta e octogonal, sacada aberta, solene, rodeada 
de brasões. Vapor subindo de um lago no início da manhã. Uma gaveta aberta. 
Dois amigos em um café, o lustre iluminando o rosto de um dos amigos, o outro 
na penumbra. Um gato olhando um inseto na janela. Uma jovem em um banco, 
lendo uma carta, lágrimas de contentamento em seus olhos verdes. [...] Uma 
imensa árvore caída, raízes esparramadas no ar, casca e ramos ainda verdes. O 
branco de um veleiro, com o vento de popa, velas se agitando como asas de um 
gigantesco pássaro branco. Um pai e um filho sozinhos em um restaurante, o 
pai, triste, olhos fixos na toalha de mesa. Uma janela oval, de onde se avistam 
campos de feno, uma carroça de madeira, vacas, verde e púrpura na luz da 
tarde. Uma garrafa quebrada no chão, líquido marrom nas fissuras do piso, 
uma mulher com os olhos vermelhos. Um velho na cozinha, preparando o café 
da manhã para o neto, o menino à janela com os olhos fixos em um banco 
pintado de branco. Um livro surrado sobre uma mesa ao lado de um abajur de 
luz branda. O branco na água quando quebra uma onda,erguida pelo vento. 
Uma mulher deitada no sofá, cabelos molhados, segurando a mão de um 
homem que nunca voltará a ver. Um trem com vagões vermelhos, sobre uma 
grande ponte de pedra, de arcos delicados, o rio que sob ela corre, minúsculos 
pontos que são as casas a distância. Partículas de poeira flutuando nos raios 
de sol que entram por uma janela. A pele fina que recobre um pescoço, fina o 
suficiente para se sentir o pulsar do sangue que sob ela corre. Um homem e uma 
mulher nus, envolvidos um no outro. As sombras azuis das árvores numa noite 
de lua cheia. O topo de uma montanha com um vento forte constante, os vales 
que se esparramam por todas as suas bordas, sanduíches de carne e queijo. [...] 
Uma foto de família, os pais jovens e tranquilos, as crianças trajando gravatas 
e vestidos e sorrindo. Uma pequeniníssima luz, visível por entre as árvores de 
um bosque. O vermelho do pôr do sol. Uma casca de ovo, branca, frágil, intacta. 
Um chapéu azul na praia, trazido pela maré. Rosas aparadas flutuando sob 
uma ponte, próximas a um castelo que vai emergindo. O cabelo ruivo de uma 
amante, selvagem, traiçoeiro, promissor. As pétalas púrpuras de uma íris na 
mão de uma jovem mulher. Um quarto com quatro paredes, duas janelas, duas 
camas, uma mesa, um lustre, duas pessoas de rostos vermelhos, lágrimas. [...]
FONTE: Lightman (1977, p. 72-76)
Note que nesse texto, acadêmico, o autor emprega a nomeação de 
substantivos. Estes são sempre acompanhados de adjetivos que permitem 
ao leitor a construção de imagens. Vamos, no próximo subtópico, conceituar 
adjetivo. Assim, você perceberá que estas duas classes de palavras sempre 
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
117
estarão muito próximas na construção de textos. Antes, faça a autoatividade a 
seguir para se certificar de sua aprendizagem até o momento.
AUTOATIVIDADE
1 Leia o poema que segue:
Dona-de-casa
Carine Vargas
 
Sol.
Bom dia, dentes, filhos, uniforme,
merenda, café, carro, escola, carro, supermercado,
carne, pão, banana, refrigerante, alface, cebola, tomate. Carro,
casa, cama, lençol, travesseiro, colcha, roupa, lavanderia, máquina, sabão, sala,
almofada, pano, pó, cortina, tapete, feiticeira. Banheiro, descarga, balde, água,
desinfetante, toalha molhada, lavanderia, arame, prendedor. Cozinha, pia,
tábua, faca, panela, fogão, bife, arroz, molho, feijão, salada, mesa, toalha,
pratos, talheres, copos, guardanapos, carro, escola, filhos, carro, almoço, mesa,
pia, louça, armário, fogão, piso. Televisão, jornal, filhos, tema, lanche, leite,
Nescau, pão, margarina, banana, louça, pia, armário. Carro, filhos, natação,
futebol, mensalidade, espera, revista, filhos, carro, casa. Vizinha, conversa rápida,
lavanderia, arame, roupas, agulha, linha, camisa, calça, ferro de passar.
Janta, marido, filhos, sala, televisão, família reunida, dinheiro, discussão,
cozinha, mesa, louça, pia, armário. Filhos, sono, escova, creme dental, cama,
beijo, durmam com os anjos. Portas chaveadas, janelas fechadas,
banho, sabonete, água, toalha, creme no corpo, camisola,
renda, escova, cabelo, perfume, dentes limpos,
cama, marido, sexo, sono, boa noite,
Lua."
Até o presente momento, você estudou o que são classes de palavras e, 
dentre elas, estudou os substantivos, reconhecendo os substantivos próprios e 
comuns. Dentre os substantivos comuns, você passou a reconhecer os concretos, 
abstratos e coletivos. Diante dessas considerações, assinale V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas.
( ) O poema é composto por vários substantivos que sinalizam o cotidiano de 
uma dona-de-casa.
( ) Na quarta linha, o substantivo CARRO é um substantivo comum, embora 
inicie com letra maiúscula.
( ) DONA-DE-CASA é um substantivo composto e concreto.
( ) Na sétima linha, MOLHADA, é um substantivo comum e abstrato.
( ) NATAÇÃO, na linha 11, é um substantivo comum e concreto.
 
2 A partir das sentenças assinaladas como falsas na atividade anterior, procure 
explicar individualmente cada sentença, justificando o porquê você a(s) 
considera falsa(s).
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
118
2.2 ADJETIVO
Estudamos que os substantivos são as palavras que nomeiam os seres, 
não é mesmo? Os adjetivos, por sua vez, são as palavras que os caracterizam. 
Para iniciarmos nossa conversa sobre os adjetivos, recomendamos que leia 
atentamente o meme a seguir.
Os memes “constituíram formas [...] de construção de significados de ver e 
agir em sociedade”, proliferando-se em ambientes virtuais na forma de gêneros textuais 
permeados de simbologias gráficas, imagéticas e textuais (PASSOS, 2012, p. 9).
NOTA
FIGURA 1 - MEME PARA ENTENDER AS CLASSES DE PALAVRAS
FONTE: Adaptado de <https://i.pinimg.
com/564x/2c/6e/70/2c6e70ffa8eb8157db7ed1c47cbc6665.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2018.
( ) Na sétima linha, MOLHADA, é um substantivo comum e abstrato. – A 
alternativa é falsa porque MOLHADA exerce função de caracterizar 
outro substantivo (toalha). Portanto, sua classe gramatical não é de um 
substantivo, mas de adjetivo.
( ) NATAÇÃO, na linha 11, é um substantivo comum e concreto. Natação não 
é substantivo concreto, mas abstrato, porque depende de outro ser para 
existir (de quem nada). Este substantivo abstrato designa uma ação (é 
derivado de um verbo): natação (de nadar).
FONTE: <https://www1.educacao.pe.gov.br/cpar/ProfessorAutor/L%C3%ADngua%20
Portuguesa/L%C3%ADngua%20Portuguesa%20%20I%20%207%C2%BA%20ano%20
%20I%20%20Fundamental/Fun%C3%A7%C3%A3o%20do%20substantivo%20na%20
nomea%C3%A7%C3%A3o%20de%20personagens%20e%20lugares.ppt>. Acesso em: 30 out. 18.
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
119
Na figura acima, você se deparou com um meme bastante interessante 
para reconhecermos a função do substantivo e adjetivo no texto. No meme, há um 
efeito de humor causado justamente a partir das classes de palavras substantivo 
e adjetivo, bem como a partir das características da personagem de um desenho 
animado da MTV, Funérea, que está sempre mal-humorada. Ao mesmo tempo, 
há uma crítica essencialmente levantada ao jornalismo e ao humor, que se revela 
no conhecimento linguístico das classes de palavras adjetivo e substantivo, a fim 
de confirmar que o humor da personagem é inteligente.
Em “Jornalismo criativo; humor inteligente; hotel limpo”, temos 
combinados aos substantivos jornalismo, humor e hotel, os adjetivos criativo, 
inteligente e limpo. Para a personagem, todo jornalismo tem que ser criativo; todo 
humor tem que ser inteligente; e todo hotel tem que ser limpo. Por isso, ela afirma 
haver problema com o substantivo. Esses adjetivos, isto é, essas características, 
não deveriam ser necessárias, pois todos os substantivos elencados deveriam 
atender tais características como obrigação.
A partir do que você viu até aqui, deve ter percebido que o adjetivo se 
liga ao substantivo, como limpo (adjetivo) está ligado a hotel (substantivo); 
inteligente (adjetivo) está ligado a humor (substantivo); criativo (adjetivo) está 
ligado a jornalismo (substantivo). Observe mais um exemplo:
Os acadêmicos maranhenses visitaram o polo de Indaial.
Note que a palavra “acadêmicos” é um substantivo. A palavra em 
destaque (maranhenses) acompanha este nome a fim de caracterizar, identificar 
os acadêmicos. Os adjetivos podem ser: primitivos, derivados, simples ou 
compostos.
Os primitivos são aqueles que não provêm de nenhuma outra palavra da 
língua. Exemplo: Redigi a ata no livro de capa azul.
Observe que a palavra em destaque (azul) é um adjetivo primitivo, ou 
seja, azul é uma palavra primitiva e, neste caso, caracteriza o substantivo capa.
Os derivados são aqueles que se formam a partir de uma palavra que já 
existe. Exemplo: Seu trabalho está belíssimo.
A palavra em destaque (belíssimo) é um adjetivo derivado da palavra “belo”.
Os adjetivos simples se formam de apenas um radical. Exemplo: O povo 
brasileiro quer qualidade em educação.
Neste exemplo, temos o substantivo “povo” acompanhado do adjetivo 
simples “brasileiro”.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES120
Os compostos são aqueles que se formam a partir de dois ou mais radicais.
Exemplo: A literatura infanto-juvenil em nosso país é ampla.
Aqui temos o substantivo “literatura” seguido do adjetivo composto 
“infanto-juvenil”, que se formou a partir de infantil + juvenil.
Então, podemos dizer que os adjetivos acompanham um substantivo, 
formam-se a partir de um verbo, um substantivo e/ou outro adjetivo e podem 
conter um, dois ou mais radicais. Ufa! Respire fundo, pois temos ainda o adjetivo 
pátrio e a locução adjetiva.
A locução adjetiva nada mais é que uma expressão representada por mais 
de uma palavra, ou seja, um conjunto de palavras que tenham valor de adjetivo. 
São exemplos de locução adjetiva:
QUADRO 1 – LOCUÇÕES ADJETIVAS
LOCUÇÃO ADJETIVA ADJETIVO CORRESPONDENTE
da audição auditivo
de cidade urbano
de estômago gástrico
de inverno hibernal
de orelha auricular
de professor docente
do campo campestre
FONTE: As autoras
Até agora, você viu que os adjetivos, ou as locuções adjetivas, são usados 
para modificar o significado de substantivos, atribuindo-lhes uma característica (como os 
acadêmicos maranhenses), uma qualidade (como o hotel limpo) ou um julgamento (como 
o homem imaturo). Tanto os adjetivos quanto as locuções adjetivas são recursos que devem 
ser utilizados com cautela na produção textual, já que exprimem o juízo de valor do escritor 
diante de um substantivo (quando se descreve um livro como importantíssimo, ou uma 
pessoa como desprezível, por exemplo). Além disso, quando você procura escrever com maior 
objetividade e de forma sucinta, pode ser prudente evitar o uso de locuções adjetivas e substitui-
las por adjetivos correspondentes (por exemplo: animais do campo/animais campestres).
IMPORTA
NTE
O adjetivo pátrio é aquele que designa local de origem, como continentes, 
países, estados e municípios, entre outros. Em sua maioria são adjetivos derivados 
do nome do local e acrescidos de sufixo. Confira alguns adjetivos pátrios, seguidos 
das localidades brasileiras, no quadro a seguir:
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
121
QUADRO 2 – ADJETIVOS PÁTRIOS
ADJETIVO PÁTRIO LOCALIDADES BRASILEIRAS
acriano Acre
baiano Bahia
cearense Ceará
maceioense Maceió
manauense, manauara Manaus
paraense Pará
catarinense, barriga-verde Santa Catarina
potiguar, rio-grandense-do-norte Rio Grande do Norte
FONTE: As autoras
Vamos relembrar também alguns adjetivos pátrios que se referem a 
localidades estrangeiras:
QUADRO 3 – ADJETIVOS PÁTRIOS
ADJETIVO PÁTRIO LOCALIDADES ESTRANGEIRAS
alemão, germânico Alemanha
buenairense, portenho Buenos Aires
indiano, hindu Índia
lisboeta, lisbonense Lisboa
madrilense, madrileno Madri
patagão Patagônia
pequinês Pequim
FONTE: As autoras
Os adjetivos pátrios podem ser compostos, ou seja, formados de dois ou 
mais radicais. Confira:
luso-brasileira – greco-romana – indo-europeia
Quando se forma um adjetivo pátrio composto, as palavras com menor 
número de letras devem aparecer primeiro. Quando houver coincidência de 
número de sílabas, deve ser seguida a ordem alfabética.
Vamos colocar em prática algumas de suas aprendizagens? Faça a 
autoatividade a seguir.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
122
AUTOATIVIDADE
1 Leia o fragmento do texto narrativo a seguir, recorte de O Sítio do Pica-Pau 
Amarelo:
Numa casinha branca, lá no Sítio do Pica-Pau Amarelo, mora uma velha 
de mais de sessenta anos. Chama-se Dona Benta. Quem passa pela estrada e 
a vê na varanda, de cestinha de costura ao colo e óculos de ouro na ponta do 
nariz, segue seu caminho pensando:
- Que tristeza viver assim tão sozinha neste deserto.
Mas engana-se. Dona Benta é a mais feliz das vovós, porque vive em 
companhia da mais encantadora das netas — Lúcia, a menina do narizinho 
arrebitado, ou Narizinho como todos dizem.
Narizinho tem sete anos, é morena como jambo, gosta muito de pipoca 
e já sabe fazer uns bolinhos de polvilho bem gostosos. [...]
FONTE: <http://pausapraleitura.blogspot.com.br/2011/10/o-sitio-de-picapau-amarelo.html>. 
Acesso em: 10 ago. 2018.
Assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas:
( ) Branca é um adjetivo primitivo utilizado para caracterizar casinha.
( ) O termo velha é utilizado no texto como um adjetivo primitivo. 
( ) Morena é um adjetivo derivado utilizado para atribuir uma característica à 
Narizinho.
( ) Arrebitado é um adjetivo, pois caracteriza o nariz da neta de Dona Benta.
2 Explique cada alternativa falsa assinalada na atividade anterior.
3 Leia a tirinha a seguir:
Helga disse que eu sou
um bárbaro sem modos,
rude e grosseiro!
E o que
você
disse?
Eu disse, "todo
mundo precisa ser
alguma coisa"!
Nossa! Essa foi
uma resposta
devastadora!
FONTE: <https://scontent.cdninstagram.com/vp/
bdb42b008d5b3f91473acb89df928b33/5BFE9E1F/t51.2885-15/e35/32362813_18413
58149502282_4578854979179118592_n.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2018.
a) Identifique, na tirinha, o uso de uma locução adjetiva e identifique a quem 
se refere essa característica.
b) Caso fosse necessário substituir a locução adjetiva identificada na atividade 
acima por um adjetivo equivalente, que adjetivo você escolheria?
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
123
Caro acadêmico, como vimos até o momento, os adjetivos, quando 
bem selecionados, têm o poder de definir a atmosfera de um texto. Nos textos 
narrativos, como você viu na primeira autoatividade, que esta classe gramatical 
é a responsável por caracterizar as personagens e ajudar na criação de imagens da 
narração. Agora, vamos conhecer outra classe, o advérbio!
2.3 ADVÉRBIO
Vamos iniciar o estudo desta classe de palavras lendo o texto que segue:
QUE TIPO DE CLASSE GRAMATICAL VOCÊ É? ADVÉRBIO, 
MUITO PRAZER!
Se eu fosse uma classe gramatical, desejaria ser o advérbio. Não porque 
sou invariável, pelo contrário. Vario muito. Por indicar circunstância, e esta 
varia, como varia! Além disso, modifico... Ah! se modifico! Altero frases, 
palavras (verbos, adjetivos e até "euzinho" mesmo, o advérbio). Assim são as 
pessoas, precisam modificar suas ações, suas características, a si mesmas.
Além disso, posso transformar a frase mais proferida do mundo "Eu te 
amo” em mensagens extraordinárias: Eu te amo muito, Eu te amo devagar, Eu 
te amo silenciosamente, Eu te amo à noite, ao amanhecer, aqui, ali e sempre... 
Tenho, ainda, o poder do desprezo: eu te amo pouco, talvez nem ame; não, na 
verdade eu não te amo. Nunca te amei.
FONTE: Texto adaptado (autor desconhecido)
As palavras em destaque no texto são advérbios. Dito de outra maneira, 
o advérbio é a palavra que modifica, principalmente, o verbo, indicando a 
circunstância em que ocorre a ação que ele expressa.
Os advérbios, bem como as locuções adverbiais (conjunto de palavras 
com valor de advérbio), podem representar sete tipos de circunstâncias. São 
elas: tempo, lugar, modo, afirmação, negação, intensidade e dúvida. Conheça 
alguns exemplos de advérbios e locuções adverbiais.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
124
QUADRO 4 – EXEMPLOS DE ADVÉRBIOS
TEMPO LUGAR MODO AFIRMAÇÃO NEGAÇÃO INTENSIDADE DÚVIDA
ontem Aqui bem sim não bem Talvez
hoje Perto mal certamente tampouco bastante Acaso
amanhã Além melhor realmente absolutamente mais Quiçá
cedo por perto depressa efetivamente de jeitonenhum menos provavelmente
quando em cima devagar por certo de formaalguma muito possivelmente
às vezes por ali às pressas com certeza de modo nenhum de pouco por certo
FONTE: As autoras
No quadro de advérbios acima, você deve ter visto que, dentre os advérbios de 
tempo, temos a palavra “quando”. Contudo, essa palavra nem sempre terá função de advérbio! 
Vamos explicar melhor a condição do termo “quando” a partir do que o portal Ciber Dúvidas 
(site sem fins lucrativos que esclarece, informa e debate questões sobre a língua portuguesa) 
explica:
 
O advérbio quando pode ocorrer com valor circunstancial expressando uma circunstância 
de tempo, indicando «em que ocasião» (ex.: «Ele decidiu levá-la para passear, mas não disse 
quando»).Pode ainda ocorrer em frases interrogativas diretas ou indiretas (ex.: «Quando ela 
chega?»). Neste exemplo, a palavra quando é um advérbio interrogativo.
Quando também pode ser, no entanto, uma conjunção. Como conjunção, a 
palavra quando pode ser conjunção subordinativa:
— temporal (ex.: «Quando chove, fico em casa»);
— proporcional (ex.: «Quando a mãe refilava, ela gritava mais alto»);
— condicional (ex: «Quando queria sair, sempre dava um jeitinho»);
— concessiva (ex: «Costuma convidá-la para sair, quando sabe muito bem que ela tem de 
estudar para os exames»).
FONTE: Disponível em: <https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-diferenca-
entre-quando-conjuncao-e-quando-adverbio/22786>. Acesso em: 10 ago. 2018.
Revisite este UNI quando chegar à classe das conjunções!
IMPORTA
NTE
Depois de tantos exemplos ficou mais fácil compreender o que é um 
advérbio, não é? Vamos continuar nossos estudos!
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
125
AUTOATIVIDADE
Analise as sentenças a seguir e identifique os advérbios:
 
a) Hoje, estudamos o material de Linguagem e Comunicação. 
b) Não realizei toda a leitura do livro. 
c) Talvez possamos fazer um grupo de estudos on-line. 
d) Estamos muito preocupados com as atividades da graduação. 
e) Alegremente o professor nos comunicou sobre nosso sucesso na disciplina.
2.4 NUMERAL
Esta classe indica a ideia numérica dos seres. De acordo com as ideias que
exprime, o numeral pode ser classificado da seguinte maneira:
Cardinais: por expressar a quantidade exata dos seres.
Ordinais: por expressar a ordem dos seres.
Multiplicativos: por expressar aumento de proporção de uma quantidade 
ou multiplicação.
Fracionários: por expressar diminuição de proporção de uma quantidade 
ou divisão.
Vamos conhecer alguns exemplos dispostos no quadro a seguir:
QUADRO 5 – EXEMPLOS DE NUMERAIS
ALGARISMOS
CARDINAIS ORDINAIS MULTIPLICATIVOS FRACIONÁRIOSRomanos
indo- 
arábicos
I 1 Um Primeiro - -
II 2 Dois Segundo dobro, duplo meio, metade
III 3 Três Terceiro triplo, tríplice terço
IV 4 quatro Quarto Quádruplo quarto
V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
VII 7 sete sétimo séptuplo sétimo
VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
IX 9 nove nono nônuplo nono
X 10 dez décimo décuplo décimo
FONTE: As autoras
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
126
Incluem-se nos numerais cardinais o “zero” (0) e “ambos” (os dois).
NOTA
AUTOATIVIDADE
Relacione as colunas a seguir:
(1) Numerais Cardinais
(2) Numerais Ordinais
(3) Numerais Multiplicativos
(4) Numerais Fracionários
(5) Algarismos romanos
(6) Algarismos indo-arábicos
( ) Quarto
( ) 10
( ) Quatro
( ) Dobro
( ) XXI
( ) Oitavo
2.5 ARTIGO
Você viu, ao longo deste tópico, os usos dos substantivos, adjetivos, 
advérbios e numerais, relacionando algumas questões de regras normativas com 
a textualidade. Tendo em vista o que aprendeu até agora, leia a fábula a seguir:
O cavalo e o asno
Um homem tinha um cavalo e um asno. Certo dia, quando ambos 
caminhavam por uma estrada, o asno disse ao cavalo:
– Se minha vida importa-lhe, carregue um pouco de minha carga. 
Mas o cavalo não deu ouvido ao sofrimento do asno. O asno acabou caindo 
morto de tanto esforço. O dono então pôs toda a carga do asno sobre o lombo 
do cavalo, inclusive os despojos do asno morto.
O cavalo pôs-se a lamentar seu destino aos brandos:
– Como sou infeliz! Que triste destino o meu! Não quis carregar parte 
da carga do asno e agora estou carregando tudo em dobro, e, como prêmio, a 
pele do outro.
Moral da história: Quem ajuda ao próximo ajuda a si mesmo.
FONTE: <https://www.epochtimes.com.br/fabulas-de-esopo-um-modo-inteligente-e-moral-de-
ensinar-criancas/#.WlAIh0qnGM8>. Acesso em: 10 ago. 2018.
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
127
“[...] o clássico conceito de fábula que tem sua origem em Esopo (séc. VI a.C.) 
e Fredo (séc. I d.C.) e foi retomada no Classicismo francês, por La Fontaine. Trata-se de uma 
narrativa, quase sempre breve, em prosa ou, na maioria, em verso, de ação não muito tensa, 
de grande simplicidade e cujos personagens (muitas vezes animais irracionais que agem 
como seres humanos) não são de grande complexidade. Aponta sempre para uma conclusão 
ético-moral. É um gênero de grande projeção pragmática por seu claro objetivo moralizador 
e de grande efeito perlocutório, próprio dos textos narrativos, pois vai ao encontro dos 
hábitos, das expectativas e das disponibilidades culturais do leitor” (COSTA, 2012, p. 124).
NOTA
Você deve ter percebido, em sua leitura, o uso de animais como 
personagens com características mais humanas. Reveja o texto e destaque as 
palavras que aparecem antes dos animais e dos termos que referenciam o homem 
(que são substantivos, quando analisamos sua classe de palavras). Dentre essas 
palavras, você irá se deparar com o uso de “um” e “o”, dois artigos masculinos, 
o primeiro indefinido, e, o segundo, definido. Agora, procure identificar em que 
situação no texto foi utilizado o artigo indefinido diante do personagem (que 
é um substantivo) e em que situação foi utilizado o artigo definido. Você deve 
perceber que “um” introduz pela primeira vez homem, cavalo e asno, quando 
ainda não conhecemos os personagens da história. A partir do momento que já 
conhecemos os personagens, o texto passa a empregar o artigo definido “o” antes 
dos personagens. Identificou como é importante empregar artigos definidos e 
indefinidos em diferentes situações do texto?
Agora, propomos a você, acadêmico, mais uma reflexão: Como é possível 
sabermos que o “um” utilizado no texto é um artigo indefinido e não um 
numeral? A resposta a esta pergunta não é tão complexa. Sabemos que “um” é 
artigo indefinido porque sua função dentro do texto é de apresentar, inicialmente, 
personagens que ainda não conhecemos. Se “um” fosse numeral, teria a função 
de contabilizar um homem dentre outros apresentados, um asno dentre outros 
asnos, um cavalo dentre outros cavalos (apresentar como quantidade).
A partir do que vimos até aqui, podemos afirmar que artigos são utilizados 
antes de substantivos; e podem ter duas classificações: os artigos definidos e os 
indefinidos. Vejamos:
Definidos: indicam que se trata de um ser da mesma espécie. São artigos 
definidos: o, a, os, as. Observe:
O administrador da empresa compareceu à reunião.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
128
Note que estamos tratando de um ser específico naquela situação. 
Indefinidos: indicam que se trata de um ser de qualquer espécie. São eles: um, 
uma, uns, umas. Observe:
Um administrador da empresa compareceu à reunião.
Neste caso, trata-se de um administrador qualquer entre outros naquela 
situação.
Como você viu no início desta unidade, o artigo é uma classe de palavra 
variável, isto é, possui diferentes formas para concordar com o substantivo a que se 
refere. Ele varia em gênero (feminino e masculino) e em número (singular e plural).
o administrador – a administradora – os administradores – as 
administradoras
um administrador – uma administradora – uns administradores – umas 
administradoras
Vamos colocar em prática algumas de suas aprendizagens?
AUTOATIVIDADE
1 Leia as sentenças abaixo e identifique se a palavra destacada é um artigo ou 
numeral. Explique sua escolha pela classe de palavra. 
a) Fui à livraria e comprei só um livro.
b) Fui à livraria e comprei um livro.
2 Leia a tirinha a seguir e explique se a palavra UM no primeiro quadrinho se 
refere a um artigo ou a um numeral:
Aquele rato
roubou um
biscoito!
Vá pega-lo Garfield!
Peguei!
FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/_yEE_GL-q3ho/S8sVa2Eo5aI/
AAAAAAAAAnk/_9jPV1kG8k0/s400/garfield.png>. Acesso em: 10 ago. 2018.
FIGURA 3 – GARFIELD
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
129
2.6 PREPOSIÇÃO
Você já ouviu alguma vez a música Eduardo e Mônica? Caso conheça a 
música, procure lembrar da letra e preencher as lacunas:
Eduardo e Mônica
Legião Urbana
 
Quem um dia irá dizer
Que existe razão
__________ coisas feitas _________coração?
E quemirá dizer
Que não existe razão?
 
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
__________outro canto __________cidade, como eles disseram
FONTE: Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/legiao-urbana/eduardo-e-monica.html>. 
Acesso em: 10 ago. 2018.
Pelo título deste subtópico, certamente você já sabe classificar 
gramaticalmente as palavras que estão faltando na música: são as preposições 
“nas”, “pelo”, “no”, “da”. Veja como a preposição é importante para 
compreendermos o texto, a fim de ligarmos diferentes termos. Além desse elo 
que a preposição estabelece entre diferentes elementos textuais, ela estabelece 
sentidos. Por exemplo: tente substituir a preposição “pelo”, no verso “Nas coisas 
feitas pelo coração”, pela preposição “para” mais artigo definido “o”: “nas coisas 
feitas para o coração”. Está percebendo a importância da preposição? Em “pelo 
coração”, é o coração que faz a ação; em “para o coração”, as coisas são feitas em 
razão do coração, para ele e não por ele. Podemos dizer, então, que a preposição 
não é empregada aleatoriamente no texto, ela precisa ligar os termos de forma 
que estabeleça o sentido pretendido pelo autor. 
As relações que são estabelecidas entre as partes do discurso por meio 
das preposições podem possuir noções de tempo, causa, assunto, finalidade etc. 
Por isso, dizemos que, na língua portuguesa, as preposições são imprescindíveis 
para a construção do sentido nos textos que produzimos, constituindo-se como 
importante recurso para estabelecermos a conexão entre palavras e orações. 
Vejamos, agora, de que forma essa conexão ocorre:
Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?
razão nas coisas: “razão” e “coisas” são elementos ligados pela preposição 
“nas”.
nas: preposição “em” + artigo definido “as” = nas.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
130
feitas pelo coração: “feitas” e “coração” são elementos ligados pela 
preposição “pelo”.
pelo: preposição “por” (ou sua forma antiga per) + artigo definido “o” = 
pelo.
As principais preposições essenciais que elencamos para seus estudos são:
a, ante, até, após, com, contra, dês / desde, em, entre, para, perante, 
por, sem, sob, sobre.
Além dessas preposições, também temos as locuções prepositivas! 
Como já vimos, locução é um conjunto. As locuções prepositivas são duas ou 
mais palavras com valor de uma preposição, sendo que a última é sempre uma 
preposição essencial.
Podemos elencar, como de uso mais frequente, as seguintes locuções 
prepositivas:
QUADRO 6 – EXEMPLOS DE LOCUÇÕES PREPOSITIVAS
abaixo de a par de além de diante de em frente a junto a
acerca de a respeito de dentro de embaixo de em vez de por cima de
de trás de por detrás de por trás de ao lado de perto de graças a
FONTE: As autoras
ATENCA
O
Você reparou na grafia “trás”, escrita com “s” e acento gráfico na letra “a”? É 
comum as pessoas se confundirem com a grafia de “atrás”, “trás” e “traz”. Para que você não se 
confunda com esse aspecto, basta reconhecer a função da palavra e sua classe gramatical. 
“Atrás”, por exemplo, é grafado com acento agudo e “s” e sua classe gramatical é de advérbio 
de lugar: “Estou atrás da biblioteca esperando por você”. Perceba que “atrás” está indicando o 
lugar. “Traz”, por sua vez, é um verbo conjugado em terceira pessoa do singular: Ela traz todos 
os livros sempre que necessário. “Trás” é empregado como preposição (especialmente dentro 
de uma locução prepositiva): O meu vizinho estava por trás de toda essa confusão; Se você 
não andar rápido, vai ficar para trás.
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
131
AUTOATIVIDADE
1 Observe neste anúncio o papel da preposição e assinale a alternativa 
verdadeira:
FONTE: <https://byzezinho.files.wordpress.com/2009/06/03.jpg>. 
Acesso em: 10 ago. 2018.
a) ( ) SEM é uma preposição que liga a palavra queria ao verbo sair, 
especificando o modo de se obter lazer.
b) ( ) SAIR DE é uma locução prepositiva que tem o papel de ligar a palavra 
sem da palavra casa.
c) ( ) DE é uma locução prepositiva que expressa a noção de lugar.
d) ( ) Na locução prepositiva SAIR DE, DE cumpre papel de preposição 
essencial
2.7 CONJUNÇÃO
Assim como a preposição, a conjunção tem função de ligar, unir, 
mas em uma perspectiva um pouco diferente da que vimos anteriormente, 
já que, do ponto de vista sintático, estabelece a relação de subordinação ou 
coordenação quando liga duas orações. Você recorda o que é oração em 
língua portuguesa? Pois bem, oração é uma frase ou parte de uma frase 
com verbo. Assim, para existir oração tem que haver um verbo. Se uma 
frase contiver dois verbos, teremos duas orações, três verbos, três orações... 
Vamos visualizar na prática? Então, segue um exemplo:
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
132
Os jovens adormeceram e o silêncio espalhou-se pela casa.
Observe que as palavras “adormeceram” e “espalhou” são verbos. 
Portanto, temos nessa frase duas orações. Agora, a palavra em destaque 
“e” é a que liga as duas orações, sendo, portanto, uma conjunção.
Podemos dizer, então, que conjunções são palavras invariáveis que 
conectam orações, estabelecendo entre elas uma relação de subordinação 
ou de coordenação. Portanto, as conjunções são classificadas em 
coordenativas e subordinativas. Estas, por sua vez, apresentam outra 
divisão. Veja:
Conjunção coordenativa: são as que simplesmente coordenam as 
orações.
Não estabelecem relação de dependência sintática (sentido). 
Dividem-se em:
• Aditivas: são as que expressam relação de soma. Ex.: nem, e, não só, mas 
também.
• Adversativas: são as que expressam relação de adversidade ou 
oposição. Ex.: mas, porém, todavia, contudo, não obstante, entretanto.
• Alternativas: são as que expressam sentido de alternância ou exclusão. 
Ex.: ou, ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer.
• Conclusivas: estas exprimem relação de conclusão. Ex.: logo, assim, 
portanto, por isso, pois (posposto ao verbo).
• Explicativas: são as que exprimem sentido de explicação. Ex.: que, 
porque, pois (anteposto ao verbo).
Conjunção subordinativa: são as que ligam duas orações e estas 
são dependentes uma(s) da(s) outra(s).
• Causais: expressam relação de causa. Ex.: porque, pois, porquanto, 
como (= porque), pois que, visto que, visto como, por isso que, já que, 
uma vez que, entre outras.
• Concessivas: são as que iniciam orações adverbiais que exprimem 
concessão. Ex.: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, se bem que, 
apesar de que, entre outras.
• Condicionais: são as que iniciam orações adverbiais que exprimem 
condição. Ex.: se, caso, contanto que, salvo se, desde que.
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
133
• Conformativas: são as que iniciam orações adverbiais que indicam 
conformidade. Ex.: conforme, segundo, como, consoante.
• Comparativas: estas iniciam orações adverbiais que exprimem 
comparação. Ex.: como, mais... que, menos... que, maior... que, menor... 
que, entre outras.
• Consecutivas: são as que iniciam orações adverbiais que indicam 
consequência. Ex.: que (combinado com tal, tanto, tão, tamanho), de 
sorte que, de forma que.
• Finais: são as que iniciam orações adverbiais para expressar finalidade. 
Ex.: para que, a fim de que.
• Proporcionais: estas iniciam as orações adverbiais que indicam 
proporção. Ex.: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto 
mais, quanto menos.
• Temporais: iniciam orações adverbiais que exprimem tempo. Ex.: 
quando, enquanto, logo que, depois que, antes que, desde que, sempre 
que, até que, assim que, todas as vezes que.
• Integrantes: estas iniciam as orações subordinadas substantivas que 
representam sujeito, objeto direto etc. Ex.: que, se.
Vale lembrar que uma mesma conjunção ou locução conjuntiva pode iniciar 
orações que indicam sentidos distintos. Então, caro acadêmico, o estudo não deve voltar-se 
para a memorização classificatória, mas, sim, para o sentido das frases no texto.
NOTA
AUTOATIVIDADE
1 Na tirinhaa seguir você verá Armandinho interagindo com seu pai. A partir 
de sua leitura, verifique as sentenças corretas:
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
134
Uma história
pra dormir?
Tudo bem...
Há muitos
e muitos 
anos...
... Quando ainda
havia jornalismo
investigativo ...
FONTE: <https://retalhosinterativos.files.wordpress.com/2013/09/1045104_598360100209
300_1527914012_n.png>. Acesso em: 10 ago. 2018.
I- QUANDO é uma conjunção subordinativa que une duas orações: “Há 
muitos e muitos anos” e “quando ainda havia jornalismo investigativo”.
II- No segundo quadrinho, a conjunção E une duas palavras da mesma classe 
gramatical.
III- QUANDO é uma conjunção coordenativa temporal, cuja função é de unir 
duas orações independentes.
IV- A intensidade atribuída ao tempo (muitos e muitos anos) a partir do 
uso de advérbio e conjunção, ao ligar-se à oração subordinada iniciada pela 
conjunção temporal QUANDO, dá ideia de que o jornalismo investigativo 
pertence a uma época passada e não existe mais.
Assinale a alternativa correta:
a) ( ) Apenas a sentença IV está correta.
b) ( ) Apenas as sentenças II e IV estão corretas.
c) ( ) Apenas as sentenças I, II e IV estão corretas.
d) ( ) Apenas as sentenças III e IV estão corretas.
2.8 INTERJEIÇÃO
A interjeição é uma das classes de palavras invariáveis. Ela exprime 
sensações e estados emocionais. Dito em outras palavras, com a interjeição 
traduzimos de modo vivo nossas emoções. Podemos dizer que o uso dessa 
classe é mais frequente em textos narrativos, nos quais há a apresentação 
de falas coloquiais, pois contribuem para transmitir ao leitor as emoções e 
reações das personagens.
O significado da interjeição dependerá do momento em que é 
expressa e também da entonação de voz. Vamos conhecer algumas, então?! 
Veja a classificação, conforme os sentimentos que indicam:
De alegria: Ah! Eh! Oh! Oba! Viva! De dor: Ai! Ui!
De animação: Vamos! Coragem! 
De chamamento: Psiu! Olá! Alô!
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
135
De desejo: Quem me dera! Tomara! Oxalá! De silêncio: Psiu! Boca 
fechada! Quieto!
De aplauso: Bis! Viva! Bravo!
De medo: Ui! Uh! Ai! Credo! Que horror! 
De espanto, surpresa: Ah! Oh! Nossa! Xi! De alívio: Ufa! Ah! Uf! Arre! 
Uai!
De afugentamento: Fora! Xô! Passa!
Você percebeu uma característica comum às interjeições? Se você 
pensou no ponto de exclamação, acertou! Na escrita, as interjeições são 
seguidas do ponto de exclamação. Observe a tirinha que segue:
FIGURA 4 – MAFALDA
FONTE: <https://guiroque.files.wordpress.com/2008/07/mafalda1.jpg>. 
Acesso em: 10 ago. 2018.
Podemos destacar facilmente várias interjeições, não é mesmo? Muito bem, 
completamos, assim, o estudo de mais uma classe. Vamos continuar?
2.9 VERBO
Dentre as classes de palavras, podemos dizer que o verbo é a palavra que 
mais varia. Assim, ele indica: pessoa, número, tempo, modo, estados e fenômenos 
naturais e voz. Ele exprime o que se passa, isto é, um acontecimento representado 
no tempo. 
Algumas dúvidas acerca do tema verbos podem ser um pouco frequentes, 
como a própria ortografia. Você já se confundiu alguma vez com a escrita de 
conseguiram e conseguirão? Com surge e surgi? O conhecimento acerca da sílaba 
tônica e desinência do verbo pode contribuir para você escolher entre a grafia 
“am” e “ão”, na conjugação dos verbos na terceira pessoa do plural (compraram 
e comprarão); e a grafia “e” e “i”, na terceira e primeira pessoa do singular (surge 
e surgi). 
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
136
Para não se confundir mais, pense na sílaba tônica da palavra. Em 
conseguirão, a sílaba tônica é a última sílaba da palavra, logo, sua grafia é com 
“ão” e seu tempo verbal é o futuro do presente. Em conseguiram, a sílaba tônica é 
a penúltima da palavra, logo, a grafia do som nasal na última sílaba é com “am”, e 
seu tempo verbal é o pretérito perfeito, que expressa uma ação passada. Em surge 
(ele surge), temos como sílaba tônica a penúltima sílaba da palavra (sur), logo, a 
grafia final é com “e”, embora em algumas regiões do nosso país a pronúncia seja 
de “i” (algo como súrgi). Em surgi (eu surgi), a sílaba tônica é a última da palavra 
(gi), logo, a grafia é com a letra “i” e sua desinência é para a primeira pessoa do 
singular no pretérito perfeito do indicativo. Não se preocupe com todos esses 
termos, pois nas discussões a seguir, você conhecerá um pouco melhor sobre a 
flexão e função dos verbos.
O verbo constitui-se basicamente em duas partes: radical e terminação 
(desinência). Veja o exemplo com os verbos amar, sofrer e partir, conjugados no 
presente do indicativo:
QUADRO 7 – EXEMPLOS DE VERBOS
AMAR SOFRER PARTIR
EU Amo sofro parto
TU Amas sofres partes
ELE Ama sofre parte
NÓS Amamos sofremos partimos
VÓS Amais sofreis partis
ELES Amam sofrem partem
FONTE: As autoras
Podemos notar que, em cada conjugação, uma parte do verbo não sofreu 
alteração (amar = AM; sofrer = SOFR; partir = PART), portanto, esta parte, que 
contém a base do significado, é denominada radical.
A terminação ou desinência é a parte do verbo que contém as indicações de 
pessoa, tempo, modo e voz. Conjugar um verbo significa apresentá-lo em todos os 
seus modos, pessoas, tempos, vozes e números. Quando agrupamos todas essas 
flexões, de acordo com uma ordem, temos uma conjugação.
Os verbos da Língua Portuguesa são classificados em três diferentes 
grupos, caracterizados pela vogal temática. Conhecer a vogal temática do verbo 
contribui para refletirmos sobre a regularidade da conjugação desse verbo.
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
137
Vogal temática é a parte que indica a conjugação à qual os verbos pertencem. 
É formada pela vogal que vem depois do radical. Ex.: cant - a - r (a - vogal temática); sofr - e 
- r (e - vogal temática); part - i - r (i - vogal temática).
NOTA
Conheça os três grupos de conjugação da Língua Portuguesa:
QUADRO 8 – AS TRÊS CONJUGAÇÕES
1ª conjugação - verbos terminados em AR, cuja vogal temática é A. Ex.: 
cantar, sonhar, falar, amar, andar, nadar, limpar, anotar, flexionar, escapar, 
rasgar, amarrar...
2ª conjugação - verbos terminados em ER, cuja vogal temática é E. Ex.: comer, 
sofrer, mexer, roer, escrever, absorver, expor, compor, repor, compor...
3ª conjugação - verbos terminados em IR, cuja vogal temática é I. Ex.: partir, 
sentir, emitir, sorrir, fingir, falir, mentir, iludir, cair, abrir...
FONTE: As autoras
E os verbos terminados em OR, como compor e expor? Por que foram 
classificados na segunda conjugação, terminados em ER? Você já deve ter ouvido 
que a língua passa por mudanças ao longo dos anos, não é mesmo!? Esses verbos 
(compor e expor), por terem origem no antigo verbo “poer”, são encaixados na 
segunda conjugação. Cada conjugação verbal possui terminações específicas que 
são utilizadas para flexionar seus respectivos verbos
ATENCA
O
Lembre-se! Dizemos que o verbo não é flexionado ou que está no infinitivo 
quando termina em R. Veja: enviar, escrever, comprar, relatar, sorrir, latir, ser, caber, fazer...
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
138
AUTOATIVIDADE
Muito bem! Agora que já conhecemos as conjugações verbais, 
vamos praticar? Classifique os verbos a seguir em 1ª, 2ª e 3ª conjugação:
a) Explicar: 
b) Dividir: 
c) Rever: 
d) Supor: 
e) Mentir: 
f) Dispor: 
g) Caprichar: 
h) Absorver: 
Na aula de português, a professora pergunta para Joãozinho:
Joãozinho, qual é o futuro do verbo roubar? Ele, sem pestanejar, responde:
Ir preso, professora.
A professora mandou Joãozinho recitar uma poesia. Ele, todo cheio de compostura, começou 
a declamar:
Eu cavo, tu cavas, ele cava, nós cavamos, vós cavais, eles cavam. A professora, intrigada, pede 
ao Joãozinho:
Joãozinho, mas o que há de poético nestes verbos? Joãozinho, com muita convicção, 
responde:
Professora, isso pode não ser poético, mas é bastante profundo.
FONTE: Adaptado de: <https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Curso-De-Nivelmanento-
Portugues/51209813.html>. Acesso em: 10 ago. 2018.
UNI
Sendoo verbo uma palavra variável, podemos afirmar que se 
flexiona em:
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
139
QUADRO 9 – FLEXÃO DO VERBO
Número Singular e plural
Pessoa 1ª, 2ª e 3ª
Modo Indicativo, Subjuntivo e Imperativo
Tempo Presente, Passado e Futuro
Voz Ativa, Passiva e Reflexiva
FONTE: As autoras
Afinal, o que é flexionar um verbo? Flexionar quer dizer adaptar o verbo ao 
número, ao modo, ao tempo, à voz e às formas nominais, fazendo com que ele 
concorde com o pronome anterior a ele. Quanto a essas flexões, estudaremos uma 
a uma detalhadamente para facilitar a sua compreensão. Vejamos:
Número e pessoa: quando a forma indica se o verbo está no singular ou no 
plural. Singular quando se refere a apenas uma pessoa (eu ando, tu andas, ele anda). 
Plural quando se refere a mais de uma pessoa (nós andamos, vós andais, eles andam). 
O número, então, refere-se à primeira pessoa do singular (eu ando), primeira pessoa 
do plural (nós andamos), segunda pessoa do singular (tu andas), segunda pessoa do 
plural (vós andais), terceira pessoa do singular (ele(a) ou você anda), terceira pessoa 
do plural (eles(as) ou vocês andam).
Modo verbal: é a flexão que nos mostra qual é a intenção do falante ao 
expor suas ideias. Através dessa flexão, podemos perceber se o que é expresso por 
ele indica uma dúvida ou possibilidade, uma certeza ou uma ordem. Os verbos 
são classificados em três modos. Confira:
 
• Modo indicativo: indica um fato que ocorre, ocorreu ou ocorrerá com certeza. 
Um fato real. Por exemplo: Pedro partiu ontem.
Nessa oração, temos certeza de que Pedro realmente partiu. O fato está 
concretizado. Dito de outra maneira, o indicativo indica uma ação.
• Modo subjuntivo: indica um fato hipotético, ou seja, não é certo que acontecerá. 
Pode exprimir dúvida, probabilidade ou suposição. Por exemplo: Quem sabe 
eu vá à reunião, se não chover.
Nessa oração, não se sabe ao certo se a ação ocorrerá. O fato não está 
concretizado.
• Modo imperativo: indica ordem, pedido, súplica, sugestão, convite. Observe o 
exemplo:
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
140
Estude para a avaliação.
Neste exemplo, percebemos que a oração exprime uma ordem ao seu 
receptor. Reconhecer o modo do verbo é importante para que entendamos a 
intenção do autor de algum texto (oral ou escrito) acerca da ação expressa pelo 
verbo. Além disso, quando você ocupar a posição de autor, seja escrevendo um 
e-mail, redigindo uma resposta dissertativa de avaliação, um relatório, entre 
outros textos, você deve estar ciente se o verbo indica a ação de um sujeito, a 
ordem/pedido a um sujeito ou, ainda, um fato hipotético, para flexionar o verbo 
conforme o modo correspondente.
Tempo verbal: o estudo do tempo verbal é um pouco mais complexo do 
que os demais, porém muito interessante, pois, a partir da observação deste, 
podemos saber quando a ação ou o fato foram realizados. Desta forma, o tempo 
verbal divide-se em três grandes grupos: presente, pretérito (que é o mesmo que 
passado) e futuro. O passado, por sua vez, subdivide-se em pretérito perfeito, 
pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito (quando no modo indicativo), e 
o futuro subdivide-se em futuro do presente e futuro do pretérito (quando no 
modo indicativo).
Voz verbal: em algumas ações verbais, o verbo admite estruturas com 
diferentes atuações do sujeito. São os casos em que o verbo sofre a flexão de voz. 
São três as vozes verbais, vamos conhecê-las?
Ativa: é quando o sujeito é o agente da ação verbal, ou seja, ele pratica a 
ação. Ex.: Os alunos estudaram muito para a avaliação. Neste caso, o sujeito da 
frase é “Os alunos”, e estes realizaram a ação do verbo estudar.
Passiva: é quando o sujeito é paciente da ação verbal, isto é, ele recebe 
ou sofre a ação. Ex.: Carolina foi machucada por Aline. Neste caso, o sujeito é 
“Carolina”, e este sofre ou recebe a ação expressa pelo verbo machucar.
Reflexiva: acontece quando o sujeito é agente e paciente da ação verbal. 
Dito em outras palavras, ele pratica a ação em si mesmo e a recebe. Ex.: Cláudio 
penteou-se assim que levantou. Note que o sujeito “Cláudio” pratica e recebe a 
ação expressa pelo verbo.
Quanto às vozes verbais, vale destacar que, dentro de um texto, elas 
possuem funções bastante específicas. Por exemplo, em textos acadêmicos, 
como os papers, que são produzidos nas disciplinas de prática interdisciplinar, 
predominantemente, recomendamos que você escreva na voz ativa, seja da forma 
pessoal ou impessoal, por exemplo: 
Este trabalho tem por objetivo analisar a produção acadêmica voltada à 
morfologia da língua portuguesa publicada nos anais dos principais congressos 
de linguística do país.
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
141
Objetivamos analisar a produção acadêmica voltada à morfologia da 
língua portuguesa publicada nos anais dos principais congressos de linguística 
do país.
Na linguagem impessoal, o sujeito é “Este trabalho” e é o sujeito agente 
que explicitamente está ligado ao verbo “ter (tem)”. Nessas situações, outros 
sujeitos ainda podem ser produzidos textualmente, como “o presente estudo”, 
“esta pesquisa”, “a investigação”, “este paper”, entre outros. Na linguagem 
pessoal, o sujeito é “Nós”, embora esteja oculto na frase. É o sujeito agente “nós” 
que explicitamente está ligado ao verbo “objetivar (objetivamos)”. Tanto na 
linguagem pessoal quanto impessoal, o uso da voz ativa torna o trabalho mais 
claro, objetivo e argumentativo. Atente-se, nesses casos, sempre à concordância 
verbal com o sujeito!
A voz passiva, por sua vez, também possui uma função importante na 
escrita acadêmica, como na seção voltada à descrição metodológica do trabalho. 
Por exemplo, é possível afirmar: 
Realiza-se um estudo bibliográfico para atender ao objetivo da pesquisa.
Foi realizado um estudo bibliográfico para atender ao objetivo da pesquisa.
Quando descrevemos o passo a passo do nosso trabalho não buscamos 
mais argumentar a validade, relevância da pesquisa, não estamos tentando 
comprovar nossos argumentos. Por isso, a voz ativa não se faz tão necessária. 
Contudo, quando o trabalho é escrito em uma linguagem mais pessoal, mesmo 
na metodologia, devemos evitar o uso de voz passiva sintética (realiza-se), apesar 
de a voz passiva analítica ainda poder ser aplicada (Foi realizado um estudo 
bibliográfico).
Perceba que na construção da voz passiva, “Foi realizado um estudo bibliográfico 
para atender ao objetivo da pesquisa”, o verbo “realizado”, em sua forma nominal, precisa 
concordar com o sujeito paciente, neste caso, “um estudo”. Se substituirmos “um estudo” 
para “uma pesquisa”, por exemplo, teríamos de dizer “realizada”: Foi realizada uma pesquisa. 
Percebeu como ocorre a concordância? Veja, ainda, se colocarmos o sujeito paciente no 
plural e feminino: Foram realizadas pesquisas.
IMPORTA
NTE
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
142
Formas nominais: os verbos, além de todas essas flexões que já foram 
estudadas, podem ser ainda apresentados em três formas nominais: infinitivo, 
gerúndio e particípio. Vamos aprender um pouco mais? Vejamos cada uma delas:
• Infinitivo: exprime a própria ação verbal, porém sem nenhuma localização de 
tempo. É marcado pela terminação R, quando no singular.
Observe o exemplo: Estudar é preciso. Esta forma nominal indica a 
ação: estudar. O infinitivo pode ser pessoal ou impessoal. Caso apresente 
um sujeito, será pessoal, caso não apresente, ou seja, não se refira a 
ninguém, será impessoal. Veja mais alguns exemplos:
É proibido fumar neste local.
Comer muita doçura faz mal à saúde.
No caso de infinitivo pessoal, termos as seguintes flexões:
para comer (eu)
para comeres (tu)
para comer (ele/a ou você)
para comermos (nós)
para comerdes (vós)
para comerem (eles/as ou vocês)
• Gerúndio: exprime um fato que está em desenvolvimento, ou seja, que ainda 
não chegou ao fim. É marcado pela terminação NDO. O exemplo “Alex está 
viajando” mostra que a ação ainda está em andamento. Veja alguns exemplos:
Ele está estudando.
Emíliaficou na escola treinando para a apresentação.
• Particípio: ao contrário do gerúndio, o particípio indica um fato já terminado.
O verbo apresenta-se, em geral, com as terminações ADO e IDO. No 
exemplo “José foi multado”, a ação já foi concluída. Exemplos:
O carro está estragado.
A casa foi vendida.
Vamos colocar em prática alguns de seus conhecimentos?
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
143
AUTOATIVIDADE
1 Relacione a coluna das formas nominais dos verbos com a coluna que 
apresenta os verbos em uso:
(1) Infinitivo
(2) Gerúndio
(3) Particípio
( ) Procure estudar regularmente.
( ) A turma tinha acertado todas as autoatividades do livro.
( ) É para estudarmos em conjunto.
( ) Deise estava lendo o material de Comunicação e 
Linguagem.
2 Leia o fragmento a seguir:
“Essa corrente precisa de você. DOE SANGUE! 
Procure o hemocentro mais próximo de você. Torne isso um hábito, seja um 
doador. Entregue-se a esta causa e compartilhe sua alegria de viver.
SEJA UM HERÓI, SALVE VIDAS!”
FONTE: <http://www.quempodedoarsangue.com.br/porque-doar-sangue/>. Acesso em:
 25 abr. 2018.
Assinale a alternativa que apresenta o modo verbal dos verbos 
destacados:
a) ( ) Imperativo.
b) ( ) Indicativo.
c) ( ) Subjuntivo.
3 Relacione cada frase com a numeração correspondente à voz do verbo:
1.ativa
2. passiva 
3. reflexiva
( ) O livro de Comunicação e Linguagem já foi entregue aos 
acadêmicos.
( ) Deise realizou a prova às pressas.
( ) Os animais viram-se no espelho pela primeira vez.
( ) Realiza-se, neste trabalho, uma pesquisa quantitativa.
Agora que terminamos uma fase importante dos nossos estudos sobre 
verbos, que foram as flexões verbais, vamos entrar em uma nova etapa, que é o 
estudo da CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS. 
Por que classificar os verbos?
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
144
A conjugação dos verbos segue um determinado padrão, um paradigma. 
No caso de um verbo regular, dependendo da sua terminação, ele terá uma forma 
a ser conjugada. Também há casos em que este paradigma não é seguido, que é 
o que chamamos de verbo irregular. Há verbos que são utilizados em apenas 
algumas pessoas, tempos ou modos. O motivo pelo qual isto acontece é bastante 
variável. Em muitos casos, a própria ideia que o verbo quer transmitir não se 
aplica a todas as pessoas. E há também os verbos que possuem duas formas 
equivalentes, que precisamos conhecer para saber onde aplicá-las. Então, agora 
que já sabemos o porquê da classificação dos verbos, vamos conhecê-las?
Verbo regular: classificamos como regulares aqueles verbos que são 
conjugados sem que sejam feitas alterações em seu radical. Utilizaremos, como 
exemplo, o verbo sofrer. Este verbo é formado pelo radical sofr-, e, quando o 
conjugamos, ele permanece. Observe:
Eu sofro com esta situação. Confira mais exemplos, de verbo regular, no 
quadro a seguir:
QUADRO 10 – INDICATIVO PRESENTE
ANDAR VENDER PARTIR
And-o Vend-o Part-o
And-as Vend-es Part-es
And-a Vend-e Part-e
And-amos Vend-emos Part-imos
And-ais Vend-eis Part-is
And-am Vend-em Part-em
FONTE: As autoras
Verbo irregular: classificamos como irregulares aqueles verbos que, quando 
conjugados, têm seu radical modificado. Para este exemplo, utilizaremos o verbo 
pedir. Este verbo é formado pelo radical ped-, e, quando conjugamos, o radical é 
modificado. Observe:
Eu peço um presente de Natal. Observe o quadro a seguir com mais
exemplos.
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
145
QUADRO 11 – VERBO FAZER (PRESENTE DO INDICATIVO)
FAZER
Eu Faço
Tu Fazes
Ele Faz
Nós Fazemos
Vós Fazeis
Eles Fazem
FONTE: As autoras
Verbo anômalo: classificamos como anômalos aqueles verbos que, quando 
conjugados, apresentam no seu radical mudanças mais evidentes e profundas do 
que os verbos irregulares. Podemos citar os verbos “ser” e “ir” como exemplos de 
verbos anômalos. Observe o quadro com o exemplo do verbo ser.
QUADRO 12 – VERBO SER (INDICATIVO)
PRESENTE PRETÉRITOPerfeito
PRETÉRITO
imperfeito
Eu sou Fui era
Tu és foste eras
Ele é foi era
Nós somos fomos éramos
Vós sois fostes éreis
Eles são foram eram
FONTE: As autoras
Verbo defectivo: classificamos como defectivos aqueles verbos que não 
possuem todas as suas formas. Por exemplo, o verbo abolir. Não podemos dizer 
“eu abolo”, mas usamos a expressão “eu vou abolir” ou “eu estou abolindo”. Da 
mesma forma “eu coloro”. Quando queremos nos expressar utilizando este verbo 
(colorir), usamos a expressão “eu vou colorir” ou “eu estou colorindo”. Confira a 
conjugação do verbo colorir nos seguintes tempos:
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
146
QUADRO 13 – VERBO COLORIR (INDICATIVO)
PRESENTE PRETÉRITOperfeito
PRETÉRITO
imperfeito
Eu - colori coloria
Tu colores coloriste colorias
Ele colore coloriu coloria
Nós colorimos colorimos coloríamos
Vós coloris coloristes coloríeis
Eles colorem coloriram coloriam
FONTE: As autoras
Verbo abundante: classificamos como abundantes aqueles verbos que 
possuem duas formas aceitáveis de particípio, uma regular e uma irregular. 
Observe:
QUADRO 14 – VERBOS ABUNDANTES
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
acender acendido aceso
benzer benzido bento
eleger elegido eleito
enxugar enxugado enxuto
expulsar expulsado expulso
frigir frigido frito
ganhar ganhado ganho
isentar isentado isento
imprimir imprimido impresso
matar matado morto
romper rompido roto
soltar soltado solto
suspender suspendido suspenso
tingir tingido tinto
FONTE: As autoras
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
147
ATENCA
O
Acadêmico! Acesse a trilha de aprendizagem da disciplina. Lá você encontrará 
vários modelos de verbos conjugados. Bom estudo!
AUTOATIVIDADE
1 Preencha as lacunas com as formas verbais indicadas entre parênteses:
a) Nós _______________________ sobre os estudos linguísticos antes de 
termos lido o material. (saber – pretérito mais-que- perfeito do indicativo) 
b) Os acadêmicos _______________________o material didático regularmente. 
(ler – presente do indicativo) 
c) Você _______________________pelo resultado da avaliação? (ansiar – 
presente do indicativo) 
d) Eles _______________________nas promessas políticas dessas últimas 
eleições. (crer – pretérito imperfeito do indicativo) 
e) Raquel _______________________o livro de Comunicação e Linguagem 
para mim (trazer – futuro do presente) 
f) Onde tu _______________________as chaves? (pôr – pretérito perfeito do 
indicativo) 
g) Se você _______________________, podemos estudar juntos. (querer – 
futuro do subjuntivo) 
2.10 PRONOMES
Pronomes são palavras empregadas na frase utilizadas para 
substituir um substantivo ou para acompanhá-lo, determinando sua 
extensão. Vejamos alguns exemplos:
Os acadêmicos estudaram muito para a prova, mas ela era difícil.
Perceba no exemplo acima como o pronome “ela” substitui o 
substantivo “prova”, evitando que o termo seja repetido na frase. O 
pronome, portanto, é um elemento de coesão textual. Vamos a outro 
exemplo:
Estava conversando com aquela professora agora a pouco.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
148
Perceba que o pronome aquela acompanha o substantivo professora, 
a fim de determinar quem é a professora com a qual estava conversando.
Os pronomes pertencem à classe de palavras variáveis e podem 
ser classificados em pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, 
interrogativos e relativos. Veremos cada um deles separadamente:
Pronome pessoal: é aquele que substitui o substantivo. Observe o 
exemplo:
Cláudio saiu mais cedo do trabalho. Ele precisava ir ao médico.
Note, neste exemplo, que a palavra “Cláudio” é um substantivo. 
A palavra empregada para substituí-la foi “ele”, ou seja, um pronome 
pessoal.
Os pronomes pessoais indicam os seres que representam as pessoas 
do discurso. Eles se dividem em três tipos: do caso reto, do caso oblíquo e os de 
tratamento. Essa classificação se dá de acordo com a função que eles exercem 
nas orações. Veremos separadamente os dois primeiros.
Observe:
QUADRO 15 – PRONOMES
PRONOMESPESSOAIS DO CASO RETO E DO CASO OBLÍQUO
Pessoas do 
discurso Caso reto
Oblíquos
Átonos Tônicos
Singular
1ª pessoa eu me mim, comigo
2ª pessoa tu te ti, contigo
3ª pessoa ele, ela o, a, lhe, se ele, ela, si, consigo
Plural
1ª pessoa nós nos nós, conosco
2ª pessoa vós vos vós, convosco
3ª pessoa eles, elas os, as, lhes, se eles, elas, si, consigo
FONTE: As autoras
Pronomes possessivos: são os que fazem referência às pessoas do 
discurso, indicando a relação de posse existente. Assim, eles mantêm com 
os pronomes pessoais uma estreita relação, pois designam o que pertence 
aos seres referidos pelos pronomes pessoais. Observe a disposição deles 
no quadro a seguir:
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
149
QUADRO 16 – PRONOMES POSSESSIVOS
Pessoas do discurso Pronomes possessivos
1ª pessoa do singular meu, minha, meus, minhas
2ª pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3ª pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1ª pessoa do plural nosso, nossa, nossos, nossas
2ª pessoa do plural vosso, vossa, vossos, vossas
3ª pessoa do plural seu, sua, seus, suas
FONTE: As autoras
Por indicar uma relação de posse com relação à pessoa do discurso, o 
pronome possessivo é facilmente identificado. Observe o uso na seguinte tira:
FIGURA 5 – CALVIN
Você sabe o
que há de
errado com
sua mãe?
Não, no
entanto, 
ela foi ao
médico
hoje.
Eu adoraria
se... não. O quê?
Você não
acha que ela
está esperando
um bebê, acha?
Um 
bebê?!?
Por que ela iria
querer outra criança?
Ela já tem a mim!
Sim, ela deve
ter aprendido
a lição... 
FONTE: <https://apatossauros.files.wordpress.com/2007/10/calvinharodotira354.gif>. 
Acesso em: 13 ago. 2018.
No primeiro quadrinho, identificamos o uso de sua na expressão “sua 
mãe”. Analisando o quadro, vemos que o pronome possessivo sua refere-se à 
terceira pessoa do singular, no caso, ela.
Pronomes demonstrativos são aqueles que substituem ou acompanham o 
substantivo, indicando relações de espaço entre os seres e as pessoas do discurso.
O pronome demonstrativo, assim como o possessivo, também mantém um 
vínculo estreito com os pronomes pessoais, pois indica, com relação às pessoas 
do discurso, o que delas está mais próximo ou distante, no espaço e no tempo. 
Observe as formas dos pronomes demonstrativos no quadro:
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
150
QUADRO 17 – PRONOMES DEMONSTRATIVOS
VARIÁVEIS
INVARIÁVEISMasculino Feminino
este estes esta estas isto
esse esses essa essas isso
aquele aqueles aquela aquelas aquilo
FONTE: As autoras
Você deve estar se perguntando: quando devo usar este ou esse? 
Ou isso, isto e aquilo? Existe, sim, uma regrinha para o uso dos pronomes 
demonstrativos. Vamos conhecer o emprego deles.
Este, esta, isto: referem-se à 1ª pessoa (eu), são usados para objetos 
que estão próximos do falante. Com relação ao tempo, é usado no presente. 
Exemplos:
Este é o livro de Comunicação e Linguagem de que lhe falei.
Esta semana a turma está com sorte.
Isto na minha mão é o seu lápis?
Esse, essa, isso: referem-se à 2ª pessoa (tu, você), portanto são 
usados para objetos que estão próximos da pessoa com quem se fala. Com 
relação ao tempo é usado no passado ou futuro. Exemplo:
Esse mês vai haver muitas provas.
Quando você comprou essa coletânea?
Isso que você está segurando são seus materiais?
Aquele, aquela, aquilo: referem-se à 3ª pessoa (ele, ela) e são 
usados para indicar distanciamento espacial com relação à 1ª e 2ª pessoas 
do discurso. Exemplos:
Aquelas disciplinas foram muito interessantes.
Pensei muito sobre aquilo que você me disse.
DICAS
Nos momentos de escrita, quando aparecerem dúvidas a respeito do uso de 
“esse” ou “este”, lembre-se:
• este = próximo a mim, presente;
• esse = distante de mim, passado e futuro.
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
151
AUTOATIVIDADE
Leia a tirinha que segue, identifique e explique o uso do pronome 
que nela aparece. Discuta com seu professor e demais colegas sobre a 
resposta.
FIGURA 6 – MAFALDA
É incrível a
importância do
dedo indicador!
Um patrão faz assim
com o indicador... E
três mil operários
vão para a rua!
AAAAAAH!...
Esse deve ser o
tal indicador de
desemprego de
que tanto se fala!
FONTE: <http://s3.static.brasilescola.com/img/2015/06/tirinha-da-mafalda.jpg>. Acesso em: 
13 ago. 2018
Pronomes indefinidos: esses pronomes referem-se à 3ª pessoa do discurso 
e, como o nome indica, de maneira imprecisa, indefinida. Faz-se uma divisão entre 
os pronomes indefinidos. São eles: variáveis e invariáveis. Acompanhe o quadro a 
seguir e conheça alguns exemplos.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
152
QUADRO 18 – PRONOMES INDEFINIDOS
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
algum, alguma, alguns, algumas Alguém
nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas Algo
todo, toda, todos, todas Ninguém
muito, muita, muitos, muitas Nada
pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
vário, vária, vários, várias Cada
tanto, tanta, tantos, tantas Outrem
quanto, quanta, quantos, quantas Mais
outro, outra, outros, outras Menos
bastante, bastantes Demais
FONTE: As autoras
Pronomes interrogativos: como o nome sugere, os interrogativos são 
usados para formular perguntas diretas ou indiretas. Ex.: Que assunto é esse? 
(pergunta direta). Diga-me que assunto é esse. (pergunta indireta)
São pronomes interrogativos:
QUADRO 19 – PRONOMES INTERROGATIVOS
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
qual, quais Que
quanto, quanta, quantos, quantas Quem
FONTE: As autoras
Pronomes relativos: são os que substituem um substantivo citado 
anteriormente e dão início a uma nova oração. Ex.:
Comprei uma casa. A casa é perfeita.
SUBSTANTIVO
A casa que comprei é perfeita.
PRONOME RELATIVO
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
153
Lembre-se! Oração é uma frase ou parte de uma frase que contenha verbo.
NOTA
Existe uma confusão recorrente na aplicação dos pronomes relativos precedidos 
de preposição, “em que”, “no qual”, e o advérbio “onde”, relativo de lugar. O Portal Ciber Dúvidas, 
do Instituto Universitário de Lisboa, traz algumas importantes explicações que podemos 
explorar:
O termo onde deve empregar-se quando se está perante a referência a lugares. Exemplo: «A 
universidade onde estudei é muito boa.» No entanto, pode ser substituído por em que ou na 
qual: «A universidade em que estudei é muito boa»; «A universidade na qual estudei é 
muito boa.» Nestes casos, a escolha deve recair sobre a melhor sonoridade, ou seja, utiliza-
se sempre onde para se referir a lugares, mas pode substituir-se por em que ou no qual, 
permanecendo a frase correta do ponto de vista gramatical e semântico.
O mesmo não acontece com em que e no qual, que devem ser aplicados em situações 
que não se referem a lugares. Passa-se a exemplificar: «O processo em que tal foi referido 
foi arquivado»; «O contexto no qual isso foi dito era justificável.» Nestes casos não se deve 
utilizar o advérbio de lugar onde, mas utiliza-se o pronome relativo precedido de preposição.
FONTE: Disponível em: <https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/onde-em-
que-no-qual/34035>. Acesso em: 1º maio 2018.
IMPORTA
NTE
Conheça alguns pronomes relativos visualizando o quadro a seguir:
QUADRO 20 – PRONOMES RELATIVOS
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
o qual, a qual, os quais, as quais Que
cujo, cuja, cujos, cujas Quem
quanto, quantos, quantas Onde
FONTE: As autoras
Note que o pronome relativo que (= a qual) se refere ao substantivo “casa”. 
Com a junção das frases o pronome substitui o termo expresso anteriormente 
(casa) e inicia uma nova oração.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
154
ATENCA
O
Caro acadêmico! Vimos que “quem” pode tanto ser um pronome interrogativo 
quanto relativo, não é mesmo? Para saber a qual pronome estamos nos referindo em 
determinada situação, basta que você recorde a função de cada um na frase!
2.10.1 Os pronomes de tratamento
Para indicar o grau de formalidade que existe entre as pessoas do 
discurso, devemos empregar os pronomes de tratamento. Ao redigir relatórios, 
enviar e-mails, escrever atas e demais documentos, sempre nos perguntamos: 
qual pronomedevemos usar?
Nestas e demais situações certas autoridades exigem tratamentos 
específicos. Consulte os quadros a seguir e relembre alguns tipos de pronome de 
tratamento.
QUADRO 21 – EMPREGO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO - PODER JUDICIÁRIO
Destinatário Tratamento Abreviação Vocativo
Presidente do Supremo 
Tribunal Federal
Vossa 
Excelência Não se usa
Excelentíssimo 
Senhor Presidente 
do Supremo 
Tribunal Federal
Membros do Supremo 
Tribunal Federal
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor + cargo 
respectivo
Presidente e Membros 
do Superior Tribunal 
de Justiça
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor + cargo 
respectivo
Presidente e Membros 
do Tribunal Superior 
Militar
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor + cargo 
respectivo
Presidente e Membros 
do Tribunal Superior 
Eleitoral
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor + Cargo 
respectivo
Presidente e Membros 
do Tribunal Superior 
do Trabalho
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor + Cargo 
respectivo
Presidente e Membros 
dos Tribunais de 
Justiça
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor + Cargo 
respectivo
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
155
Presidente e Membros 
do Tribunais Regionais 
Federais
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor + Cargo 
respectivo
Presidente e Membros 
dos Tribunais 
Regionais Eleitorais
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor + Cargo 
respectivo,
Presidentes e Membros 
dos Tribunais 
Regionais do Trabalho
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor + Cargo 
respectivo
Juízes Vossa Excelência V.Exa. Senhor Juiz
Desembargadores Vossa Excelência V.Exa.
Senhor 
Desembargador
Auditores da Justiça 
Militar
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor + cargo 
respectivo
FONTE: <http://www.casacivil.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=9>. 
Acesso em: 13 ago. 2018.
QUADRO 22 – EMPREGO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO - PODER LEGISLATIVO
Destinatário Tratamento Abrev. Vocativo
Presidente do 
Congresso Nacional
Vossa 
Excelência
Não se 
usa
Excelentíssimo 
Senhor 
Presidente 
do Congresso 
Nacional
Presidente da Câmara Vossa Excelência V.Exa.
Senhor 
Presidente
Vice-Presidente da 
Câmara
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor Vice-
Presidente
Membros da Câmara 
dos Deputados
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor 
Deputado
Membros do Senado 
Federal
Vossa 
Excelência V.Exa. Senhor Senador
Presidente e Membros 
do Tribunal de 
Contas da União e 
dos Tribunais de 
Contas Estaduais
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor + cargo 
respectivo
Presidente e 
Membros das 
Assembleias 
Legislativas Estaduais
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor + cargo 
respectivo
Presidentes das 
Câmaras Municipais
Vossa 
Excelência V.Exa.
Senhor + cargo 
respectivo
FONTE: <http://www.casacivil.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=9>. 
Acesso em: 13 ag. 2018.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
156
DICAS
Para acessar outros pronomes de tratamento que podem lhe ser importantes, 
consulte o site da Casa Civil: <http://www.casacivil.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.
php?conteudo=9>.
3 COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Antes de estudarmos na prática a colocação pronominal, é interessante 
saber que o emprego dos pronomes oblíquos se deve, especialmente, à eufonia, ou 
seja, à sonoridade da frase. Portanto, em determinados casos ocorrem diferenças 
entre o que a norma gramatical recomenda e o que é realmente utilizado.
 
Vamos observar, a seguir, as orientações para a colocação dos pronomes 
oblíquos nas formas mais prestigiadas da língua escrita. Os pronomes oblíquos 
átonos são: me, te, se, nos, vos, lhe, lhes. Nas frases, estes pronomes podem 
aparecer em três diferentes posições com relação ao verbo: antes, no meio ou 
depois do verbo. Vamos conhecê-las, então.
Para relembrar os pronomes oblíquos, átonos e tônicos, consulte o quadro 
estudado anteriormente.
UNI
3.1 PRÓCLISE
Chamamos de próclise quando o pronome se posiciona antes do verbo. 
Vamos conhecer algumas situações que determinam a próclise!
Usa-se a próclise depois de:
• advérbios (Ex.: Não me deixe esperando!);
• pronomes demonstrativos (Ex.: Para Silva, isso se deve devido a misturas 
homogêneas.);
• pronomes indefinidos (Ex.: Poucos me disseram bom dia quando entrei.);
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
157
• pronomes relativos (Ex.: Dentre os resíduos de plástico que se encontravam no 
mar, havia uma grande quantidade de canudos de bebidas.);
• conjunções subordinativas (Ex.: Os resultados do estudo contribuíram com a 
realidade ambiental, visto que se realizou uma intervenção no contexto a partir 
de uma pesquisa-ação);
• preposição seguida de gerúndio e infinitivo pessoal (Ex.: Em se tratando de 
aspectos metodológicos, o autor destaca cinco características de estudos 
qualitativos);
• frases optativas/que exprimem desejo (Esperamos que se contribua com o 
contexto educacional a partir do estudo realizado).
3.2 MESÓCLISE
Denomina-se mesóclise o fato de o pronome posicionar-se no meio do 
verbo. Em duas situações é admitido o emprego da mesóclise. Vejamos:
• Verbo no futuro do presente. Ex.: Comprar-te-ei um presente. (comprarei + 
te)
• Verbo no futuro do pretérito. Ex.: Comprar-te-ia um presente, se tivesse dinheiro. 
(compraria + te)
DICAS
Caso você não recorde a conjugação desses tempos, consulte o item VERBOS, 
estudado anteriormente neste livro.
3.3 ÊNCLISE
A ênclise ocorre quando o pronome se encontra depois do verbo. São 
justificativas para a ênclise:
• Frase iniciada com verbo. Ex.: Entregaram-me os relatórios no momento da 
reunião.
• Depois de pausa. Ex.: Crianças, comportem-se!
• Verbo no infinitivo impessoal. Ex.: Irei contar-lhe tudo sobre a reunião.
Vamos praticar o que você estudou sobre os pronomes?
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
158
AUTOATIVIDADE
1 O livro é para _________ estudar ________ agora, mas não __________ 
encontrei na aula de hoje. 
a) ( ) eu – com ele – o
b) ( ) eu – com ele – lhe 
c) ( ) mim – consigo – lhe 
d) ( ) mim – contigo – te 
2 Complete as lacunas com o pronome adequado: 
1) _____ livro que você recebeu, é o livro de Comunicação e Linguagem? 
2) _______ é meu paper da disciplina Seminário da Prática VI. 
a) ( ) Esse – este 
b) ( ) Este – este 
c) ( ) Este – esse 
d) ( ) Esse – esse 
3 Complete as lacunas com os pronomes oblíquos que substituam os pronomes 
retos de dentro dos parênteses, fazendo as modificações necessárias:
a) Envio ________ os livros pelo correio. (a eles)
b) Encontraram _______ escondido nos fundos da escola. (ele)
c) Quanto aos trabalhos de aula, fiz _________ dentro do prazo. (eles)
d) Ao iniciar uma disciplina nova, você precisará do livro. Por isso, é preciso 
buscar _________ no polo. (ele)
159
 Neste tópico, você aprendeu que: 
• As classes de palavras são dez: substantivo, adjetivo, advérbio, numeral, artigo, 
preposição, conjunção, verbo, interjeição e pronome.
• O substantivo é a classe de palavras que dá nome aos seres.
• O substantivo pode se classificar em: comum, próprio, concreto e abstrato.
• O adjetivo caracteriza o substantivo.
• O adjetivo pátrio indica a localidade de origem.
• O advérbio tem a função de acompanhar e/ou modificar um verbo, um adjetivo 
ou um advérbio.
• O numeral é a classe de palavra que indica a quantidade.
• O numeral divide-se em quatro tipos: cardinal, ordinal, multiplicativo e 
fracionário.
• O artigo tem a função de determinar ou indeterminar o substantivo.
• Definidos e indefinidos são os tipos de artigo.
• As preposições são palavras que ligam dois termos. Elas podem ser essenciais 
e acidentais.
• A conjunção é a palavra que liga duas orações.
• A conjunção divide-se em coordenativa e subordinativa.
• A interjeição caracteriza-se por expressar alegria, espanto, tristeza, admiração.
• O ponto de exclamação acompanha a interjeição.
• O verbo é a classe gramatical mais variável, pois flexiona em pessoa, número, 
tempo, modo e voz.
• Existem três modos verbais: indicativo, imperativo e subjuntivo.
RESUMO DO TÓPICO 1
160
• O modo indicativo divide-se entre os tempos: presente, pretérito imperfeito, 
perfeito e mais-que-perfeitoe futuro do presente e do pretérito.
• O modo imperativo apresenta duas divisões. São elas: imperativo negativo e 
afirmativo.
• O modo subjuntivo apresenta três tempos. São eles: presente, pretérito imperfeito 
e futuro.
• As vozes verbais são divididas em: passiva, ativa e reflexiva.
• Pronome é a palavra que acompanha ou substitui um nome.
• São tipos de pronomes: pessoal, tratamento, possessivo, demonstrativo,
 interrogativo e relativo.
• O pronome pessoal subdivide-se em: caso reto, caso oblíquo e de tratamento.
• Empregamos os pronomes de tratamento para indicar o grau de formalidade 
existente entre as pessoas do discurso.
• O pronome pode aparecer em três posições na frase.
o Próclise: pronome antes do verbo.
o Mesóclise: pronome no meio do verbo.
o Ênclise: pronome depois do verbo.
161
1 Leia a tirinha que segue:
AUTOATIVIDADE
FIGURA 7 – MAFALDA
Tem razão, Mafalda.
Não posso ser uma mulher
como nossas mães, que se
conformavam em aprender
corte e costura.
Nossa geração é
diferente, é a geração da
tecnologia, da era 
espacial, da eletrônica, etc.
Portanto,
não vou cair na
mediocridade do corte e
costura! Nunca! A ciência 
me chama!
Quando eu crescer,
vou comprar uma
máquina de tricô.
A cibernética me atrai!
Adoro a cibernética!
FONTE: <https://d2q576s0wzfxtl.cloudfront.net/2018/01/10162528/921.png>. Acesso em: 
13 ago. 2018.
Agora, destaque do primeiro quadrinho do texto:
a) Os verbos. _____________________________________________________
b) Os substantivos. _______________________________________________
2 Os pronomes de tratamento indicam o grau de formalidade existente 
entre as pessoas do discurso. Com base no exposto, indique o pronome de 
tratamento adequado para as seguintes situações:
a) Funcionários públicos graduados. ________________________________
b) Altas autoridades do governo. ____________________________________
c) Reis. __________________________________________________________
d) Cardeais. ______________________________________________________
e) Reitores de universidades. _______________________________________
3 A colocação pronominal pode ocorrer de três maneiras distintas. São elas: 
próclise (pronome antes do verbo), mesóclise (pronome no meio do verbo), 
ênclise (pronome depois do verbo). Baseando-se nisso, escreva:
• Uma regra para cada caso.
• Elabore uma frase para exemplificar cada regra que você escreveu.
• Socialize sua resposta com a turma e seu tutor externo.
162
163
TÓPICO 2
PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Todos nós sabemos o valor do uso da pontuação e da acentuação adequada 
e precisa, seja oral ou escrita.
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a 
coesão e a coerência textual. Servem, também, para representar pausas, entonação 
e ritmo da língua falada. Seu uso é fundamental, dado que, se utilizados 
inadequadamente, podem levar a interpretações errôneas.
O mesmo acontece com a acentuação. Na Língua Portuguesa, a pronúncia 
é que permite ao leitor identificar o real significado das palavras. Observe a tirinha 
e tire suas conclusões quanto ao emprego do termo cágados com ou sem acento!
FIGURA 8 – CÁGADOS
Só os cágados, tem noção exata de como é
importante acentuar as palavras
corretamente.
FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/_KLpOBs9YT5E/S8d4e8jEb7I/AAAAAAAAAfE/_fNGy-aa4o4/
s640/c%C3%A1gados.PNG>. Acesso em: 13 ago. 2018.
164
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
2 O EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO
Na linguagem escrita, utilizamos sinais para marcar pausas, ritmo, 
divisões das ideias, relacionamento das palavras e grupos de palavras entre si, 
como também os sinais que indicam a entonação na voz e melodia do texto. 
Esses são chamados de sinais de pontuação e permitem à escrita maior clareza e 
simplicidade. Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação 
reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios.
Nesta unidade, apresentaremos algumas das regras básicas para o uso 
adequado da pontuação. Este livro servirá de guia durante sua caminhada 
intelectual, aprimorando sua escrita e auxiliando-o na elaboração de papers, 
trabalho de conclusão de curso, provas dissertativas, relatórios de estágio, 
interpretação de textos e melhor desempenho em sua vida profissional durante a 
escritura e leitura de textos escritos. Vamos começar?
2.1 O PONTO
O ponto final representa a pausa máxima da voz. É empregado ao final de 
frases imperativas e declarativas (afirmativas). Exemplos:
Estude para a avaliação. (frase imperativa)
Vamos redigir o relatório ainda hoje. (frase declarativa/afirmativa) 
Observe o texto a seguir, que traz mais informações sobre o uso do ponto final.
Ponto Final:
O ponto tem uso ortográfico em dois casos: para indicar o fim de período 
declarativo e no final de abreviaturas (ex.: Sr., a.C., V.Sa.). No primeiro caso, a 
função é sintática e equivale à pausa do discurso oral. No segundo caso, trata-se 
de uma convenção ortográfica para orientar a leitura e sem correspondência no 
discurso oral.
O uso do ponto como indicador de fim de período se dá no corpo de texto. 
Praticamente não se usa ponto com essa função em final de títulos, manchetes e 
em comunicação visual, mesmo que tenhamos, nesses casos, período completo.
Se o redator desejar, o ponto pode ser substituído pelo ponto de 
exclamação. Com isso, está sugerindo uma leitura mais intensa para o período. 
Nas frases interrogativas, a indicação de fim de período é feita pelo ponto de 
interrogação.
Se o período terminar com uma abreviatura, não se deve colocar dois 
pontos seguidos, um indicando final de período; e outro, abreviatura. Um ponto é 
considerado suficiente para representar as duas funções. Exemplo:
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
165
Vários estados participarão do torneio: Paraná, Minas Gerais, São Paulo 
etc.
Algumas abreviaturas não são finalizadas com ponto, como as de 
unidades métricas. São exemplos: metro (m), grama (g), Kelvin (K).
FONTE: <http://radames.manosso.nom.br/linguagem/gramatica/grafologia/ponto/>. Acesso 
em: 13 ago. 2018.
Em abreviaturas também utilizamos o ponto final (exceto em unidades de 
medida: m (metros), h (horas), kg (quilogramas). Veja: Sr. (senhor), Sra. (senhora), 
Srta. (senhorita), p. (página), etc. (et cetera), Cia. (companhia).
Caro acadêmico, que tal exercitar um pouco os seus conhecimentos? 
Comente a utilização de pontos no texto seguinte.
Chegaram a Lisboa ao cair da tarde, na hora em que a suavidade do 
céu infunde nas almas um doce pungimento, agora se vê como tinha razão 
aquele admirável entendedor de sensações e impressões que afirmou ser a 
paisagem um estado de alma, o que ele não soube foi dizer-nos como seriam 
as vistas nos tempos em que não havia no mundo mais que pitecantropos, 
com pouca alma ainda, e além de pouca, confusa. Passados tantos milênios, 
e graças ao aperfeiçoamento, já pode Pedro Orce reconhecer na melancolia 
aparente da cidade a imagem fiel de sua própria tristeza íntima. Habituara-
se à companhia destes portugueses que o tinham ido procurar às inóspitas 
paragens onde nascera e vivia, agora não tarda que devam separar-se, cada 
um para seu lado nem as famílias resistem à erosão da necessidade, que 
fariam simples conhecidos, amigos de fresca data e tenras raízes.
FONTE: SARAMAGO, José. A jangada de pedra. Porto Alegre: Companhia de Bolso, 2006, p.93.
Acesse o material de apoio para encontrar a resolução desta atividade.
UNI
166
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
2.2 DOIS-PONTOS
Os dois-pontos são empregados, na escrita, para marcar uma sensível 
suspensão da voz na melodia de uma frase não concluída. São empregados nos 
seguintes casos:
• Para iniciar uma enumeração. Exemplo:
O computador tem a seguinte configuração:
- memória RAM 500 MB;
- HD 120 GB;
- fax-modem;
- placa de rede;
- som.
• Antes de uma citação. Exemplos:
“Eu lhe responderia: a vida é uma ilusão”... (A. PEIXOTO) 
Como já diz a música: o poetanão morreu.
• Para iniciar a fala de uma pessoa, personagem. Exemplo:
O repórter disse: – Nossa reportagem volta à cena do crime.
• Para indicar esclarecimento, um resultado ou resumo do que já foi dito. Exemplos: 
O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde.
Nota de esclarecimento: nossa empresa não envia e-mail a seus clientes.
Quaisquer informações devem ser tratadas em nosso escritório.
2.3 O PONTO E VÍRGULA
Como o próprio nome indica, este sinal serve de intermediário entre 
o ponto e a vírgula, podendo aproximar-se ora mais daquele, ora mais desta, 
segundo os valores pausais e melódicos que representa no texto. Emprega-se 
o ponto e vírgula nos seguintes casos:
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
167
• Para itens de uma enumeração. Exemplo: As vozes verbais são:
a) voz ativa;
b) voz passiva;
c) voz reflexiva.
• Para aumentar a pausa antes das conjunções adversativas – mas, porém, 
contudo, todavia – e substituir a vírgula. Exemplo:
Deveria entregar o documento hoje; porém só o entregarei amanhã à noite.
• Para separar orações coordenadas que já tenham vírgula em seu interior. 
Exemplo:
“Não gostem, e abrandem-se; não gostem, quebrem-se; não gostem, e 
frutifiquem”. (Pe. Antônio Vieira)
Chegamos ao final da explicação de mais um sinal de pontuação. O 
próximo que estudaremos é a vírgula. Esta requer muita atenção.
2.4 A VÍRGULA
A vírgula é um recurso textual que pode modificar o sentido do texto. Por 
isso, é sempre importante que você revise bem seus escritos para verificar se suas 
intenções estão claras. Para entender melhor sobre o que estamos falando, veja a 
figura a seguir:
168
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
FIGURA 9– VALOR SEMÂNTICO DA VÍRGULA
FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/df/55/58/df5558ddab2789f46da6eebf0884649c.
jpg>. Acesso em: 13 ago. 2018.
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
169
A vírgula também marca uma pequena pausa e deve indicar uma 
mudança na entonação. Ela ainda é usada nos seguintes casos:
• Para separar o nome de localidades das datas. Exemplo:
Indaial, 14 de janeiro de 2012.
Salvador, 24 de dezembro de 2011.
Capivari de Baixo, 25 de março de 2011.
• Para separar o vocativo. Exemplo:
“Oremos, Maria, porque eu quero agradecer ao Divino Criador sua 
proteção
sobre esta casa”. (Cornélio Penna)
Senhor, eu preciso que você envie a ata da reunião com antecedência.
ATENCA
O
Caro acadêmico, você recorda o que é VOCATIVO? Então, vamos conceituar. 
Vocativo é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração. Não 
pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, 
invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético. Por seu caráter, geralmente se relaciona 
à segunda pessoa do discurso.
• Para separar o aposto. Exemplo:
Pelé, o rei do futebol, é um grande ídolo para muitos jogadores.
Brasília, capital da república, fundou-se em 1960.
Brasil, um dos maiores países do mundo, tem parte da população que 
vive em baixas condições.
170
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
ATENCA
O
APOSTO é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal 
para explicá-lo ou especificá-lo melhor.
• Para separar expressões explicativas ou retificativas, tais como: isto é, aliás, 
além, por exemplo, além disso, então. Exemplos:
O sistema precisa de proteção, isto é, de um bom antivírus.
[...] além disso, precisamos de alunos conscientes.
Os visitantes viajaram ontem, aliás, anteontem.
• Para separar orações coordenadas assindéticas. Exemplos:
“Os anos vieram,/ o menino crescia,/ as esperanças maternas de D. Carmo 
iam morrendo”. (Machado de Assis)
Abriu a janela vagarosamente,/ sentiu o vento,/ foi até a sala,/ adormeceu
em paz.
ATENCA
O
Oração coordenada assindética é aquela colocada justaposta, ou seja, uma ao 
lado da outra, sem qualquer conectivo que as enlace.
• Para separar orações coordenadas sindéticas, desde que não sejam iniciadas 
por e, ou, nem. Exemplo:
“Nas horas nobres deitava no chão, cruzava as mãos debaixo da cabeça e 
ficava olhando as nuvens...” (Lygia Fagundes Telles)
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
171
ATENCA
O
Oração coordenada sindética é aquela ligada por uma conjunção coordenativa. 
No exemplo a conjunção coordenativa é a vogal “e”.
• Para separar orações adjetivas explicativas. Exemplos:
O motorista, que fumava nervosamente, ficou quieto. As crianças, que 
gostam de pular, divertiram-se muito.
ATENCA
O
Oração adjetiva explicativa é aquela que acrescenta ao antecedente uma 
qualidade acessória, isto é, esclarece a qualidade ou a sua significação. No exemplo anterior, 
a oração adjetiva explicativa é introduzida pelo pronome relativo “que”.
• Para separar o adjunto adverbial. Exemplo:
Com a pá, retirou a sujeira.
ATENCA
O
Adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma circunstância (dando 
ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade etc.). O adjunto adverbial é o termo que 
modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. No exemplo anterior, o 
adjunto adverbial indica modo.
• Para separar termos da mesma função sintática. Exemplos:
Gostava dos amigos, da cidade, das coisas.
172
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
Crianças, jovens e idosos participaram do manifesto contra a violência.
• Para separar elementos paralelos de um provérbio. Exemplos:
Tal pai, tal filho.
Casa de ferreiro, espeto de pau.
Quanto maior a nau, maior a tormenta.
Segundo o Dicionário Michaelis (2008, p. 709), um provérbio é: “Frase curta de 
caráter prático e popular [...] aforismo, anexim, ditado, máxima, rifão”.
NOTA
Vale ressaltar que, em alguns casos, é proibido o uso da vírgula. São eles:
• Entre o sujeito e o verbo de uma oração. Exemplo:
Alguns administradores estiveram no Congresso.
Note que o emprego de uma vírgula entre o sujeito (Alguns 
administradores) e o verbo (estiveram) não seria admissível, pois comprometeria 
a lógica estabelecida na relação sujeito-verbo.
• Entre o verbo de uma oração e seus complementos. Exemplo:
Alguns jovens ganharam um prêmio.
Perceba, acadêmico, que o emprego de uma vírgula entre o verbo 
(ganharam) e o objeto direto (um prêmio) não seria cabível, pois comprometeria 
a lógica estabelecida nesta relação - verbo e objeto direto.
Leia o trecho do texto que segue, o qual faz referência sobre a importância 
da vírgula nos textos escritos. Você perceberá que a falta dela ou o uso inadequado 
podem gerar informações distintas.
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
173
A vírgula pode ser uma pausa ou não. Não, espere. Não espere. Ela pode 
sumir com o seu dinheiro. 23,4. 2,34. Pode ser autoritária. Aceito, obrigado. 
Aceito obrigado. Pode criar heróis. Isso só, ele resolve. Isso só ele resolve. A 
vírgula muda uma opinião. Não queremos saber. Não, queremos saber...
FONTE: <https://brainly.com.br/tarefa/14700527>. Acesso em: 13 ago. 2018.
DICAS
No Youtube, você encontrará a Campanha dos 100 anos da ABI, que aborda a 
importância da vírgula. Veja o vídeo <https://www.youtube.com/watch?v=NDn1tukRE_E> e 
reflita sobre algumas frases que nele se fazem presentes: 
• Não, espere! / Não espere!
• Aceito, obrigado. / Aceito obrigado.
• Isso só, ele resolve. / Isso, só ele resolve.
• Esse, juiz, é corrupto. / Esse juiz é corrupto.
• Vamos perder, nada foi resolvido. / Vamos perder nada, foi resolvido.
• “Não queremos saber!” / “Não, queremos saber!”
Agora que já entendemos o importante papel que este sinal de pontuação 
assume em textos escritos, vamos adiante?
AUTOATIVIDADE
1 No trecho a seguir, de uma notícia do portal G1, a pontuação foi removida, 
dificultando nossa leitura. Leia atentamente o parágrafo e procure pontuar 
com vírgula, ponto final, e dois-pontos onde for necessário (ao total, serão 
três vírgulas; dois dois-pontos; dois pontos finais):
Em 1982 o humorista teve seu próprio programa "Estúdio A... Gildo" 
uma das últimas aparições do ator na televisão foi em um episódio especialde "Tá no Ar a TV na TV" da Rede Globo que homenageou grandes nomes do 
humor
FONTE: <https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/agildo-ribeiro-morre-aos-86-anos.ghtml>. 
Acesso em: 28 abr. 2018.
174
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
2 Assinale a alternativa cuja vírgula está mal empregada:
a) ( ) As pesquisas sobre células-troncos, que foram empreendidas ao longo 
dos últimos cinco anos, revelaram resultados surpreendentes.
b) ( ) Este trabalho, tem o objetivo de realizar um levantamento bibliográfico 
das pesquisas de gênero no campo da educação no período de dez anos.
c) ( ) Com as entrevistas semiestruturadas, geram-se os dados qualitativos 
do estudo.
d) ( ) Utilizaram-se como principais instrumentos de pesquisa as entrevistas 
narrativas, diário de campo e questionários com perguntas abertas e 
fechadas.
3 Leia a frase a seguir: 
“Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de quatro aos 
seus pés”.
Procure pontuar a frase com o uso da vírgula onde achar mais 
apropriado. Em seguida, reflita sobre a possibilidade de essa vírgula poder 
ser usada em outro espaço da frase, alterando seu sentido.
2.5 O PONTO DE INTERROGAÇÃO
É utilizado ao fim de uma palavra, oração ou frase, indicando uma pergunta 
direta. Exemplos:
Quem é você?
Por que não me disseram nada sobre o caso?
O ponto de interrogação não deve ser usado nas perguntas indiretas.
Exemplo:
Perguntei a você quem estava no quarto.
Atenção! Compare: - Quem chegou? [= interrogação direta]
- Diga-me quem chegou. [= interrogação indireta]
2.6 O PONTO DE EXCLAMAÇÃO
É usado no fim de frases exclamativas, depois de interjeições ou do 
imperativo. Exemplos:
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
175
Ah! Não se esqueça de trazer o material amanhã! (FRASE EXCLAMATIVA) 
Nossa! Que lindo seu trabalho! (INTERJEIÇÃO)
Coração, para! Ou refreia, ou morre! (A. de Oliveira) (IMPERATIVO)
Leia a tirinha que segue. Nela, encontramos mais exemplos do emprego 
do ponto de exclamação.
FIGURA 10 – TIRINHA
FONTE: <http://mariabobrinha.blogspot.com/2008/04/melhor-tirinha-dos-ltimos-tempos.
html>. Acesso em: 08 nov. 2018.
2.7 AS RETICÊNCIAS
Este sinal de pontuação marca uma suspensão na frase, devido, muitas 
vezes, a elementos de natureza emocional. Dito em outras palavras, as reticências 
indicam uma interrupção ou suspensão na sequência normal da frase. São usadas 
nos seguintes casos:
• Para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. Exemplos:
Estava digitando quando...
Guiava tranquilamente quando passei pela cidade e...
• Para marcar suspensões provocadas por hesitações, surpresa, dúvida e timidez, 
comuns na língua falada. Exemplos:
Fiador... para o senhor?! Ora!... (G. AMADO) Falaram todos. Quis falar... 
Não pude...
Baixei os olhos... e empalideci... (A.TAVARES)
Adoro a
Natureza!
Os 
passarinhos 
moram dentro
do meu coração!
Vou
bater nessa
garota!
176
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
• Para indicar movimento ou continuação de um fato. Exemplo:
E as pessoas foram entrando...
2.8 AS ASPAS
São empregadas nos seguintes casos:
• Citações diretas. Exemplo:
Segundo Silva (2012, p. 91), a representação é “uma forma de atribuição de 
sentido. Como tal, a representação é um sistema linguístico e cultural: arbitrário, 
indeterminado e estreitamente ligado a relações de poder”.
Na disciplina de metodologia científica, você deve ter se deparado com 
a explicação de aspas nas citações, mas é sempre bom lembrar! Usamos aspas 
quando a citação é direta, isto é, quando trazemos um trecho literal da produção 
intelectual de outra pessoa. Além disso, para o uso de aspas, a citação direta 
precisa ser igual ou menor que três linhas. Se a citação direta for maior que isto, 
não utilizamos aspas para marcar o trecho citado, mas realizamos o recuo de 4 
cm do trecho, com espaçamento simples entre linhas e tamanho da fonte em 10. 
Para relembrar esse conteúdo, não deixe de revisitar seu material de metodologia 
científica.
• Também usamos aspas na representação de nomes de livros e legendas. 
Exemplos:
Já li “O Ateneu”, de Raul Pompéia.
“Os Lusíadas”, de Camões, têm grande importância literária.
2.9 O TRAVESSÃO
Este sinal de pontuação é utilizado:
• Para indicar a mudança de interlocutor nos diálogos.
– Por que você não toca? – perguntei.
– Eu queria, mas tenho medo.
– Medo de quê?... (José J. Veiga. Os cavalinhos de Platiplanto)
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
177
Neste exemplo, você pode perceber que a mudança de interlocutor é 
indicada através do uso do travessão, certo? Em outro gênero literário (histórias 
em quadrinhos), a mudança de interlocutor é marcada através da mudança de 
balões. Veja:
FIGURA 11 – Calvin e Hobbes
FONTE: <http://i.imgur.com/SjzYc85.gif>. Acesso em: 05 nov. 2018.
• Para isolar a fala da personagem da fala do narrador. Exemplo:
– Que deseja agora? – gritou-lhe afinal, a voz transtornada.
– Já não lhe disse que não tenho nada a ver com suas histórias? (Fernando Sabino)
• Para destacar ou isolar palavras ou expressões no interior das frases (como 
se fossem parênteses). Exemplo: Grande futuro? Talvez naturalista, literato, 
arqueólogo, banqueiro, político, ou até bispo – bispo que fosse –, uma vez 
que fosse um cargo... (Machado de Assis).
2.10 OS PARÊNTESES
Este sinal de pontuação tem a função de intercalar, no texto, qualquer 
indicação acessória. É geralmente utilizado nos seguintes casos:
• Na separação de indicação de ordem explicativa. Exemplo:
Como vamos
brincar de guerra?
Tem tantos
modelos.
Eu serei o des-
temido americano,
defensor da
liberdade e da
democracia.
...E você vai ser o
repugnante e dis-
crente comunista
opressor.
Nós começamos a guerra, ai
se você for acertado por um
dardo, você esta morto e o
outro lado ganha, ok? Certo.
Tipo de brinca-
deira estúpida
não acha?
178
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: o verbo (núcleo 
verbal) e o predicativo (núcleo nominal).
• Na separação de um comentário ou reflexão. Exemplo:
Os escândalos estão se proliferando (a imagem política do Brasil está 
manchada) por todo o país.
• Para separar indicações bibliográficas. Leia o poema que segue, ele será nosso 
exemplo:
Pra que partiu?
Estou sentado sobre a minha mala 
No velho bergantim desmantelado...
Quanto tempo, meu Deus, malbaratado Em tanta inútil, misteriosa escala!
(Mario Quintana, A Rua dos Cata-Ventos, Porto Alegre, 1972).
Depois de conhecermos detalhadamente os sinais de pontuação e suas 
funções, observe o texto que segue. Os sinais de pontuação foram omitidos 
propositalmente. Para você, qual a pontuação correta? De que forma você 
pontuaria o fragmento que segue? Reescreva-o e depois socialize o resultado com 
a turma. Você perceberá que o sinal de pontuação pode mudar todo o sentido 
conforme for empregado.
Um homem rico estava muito mal. Pediu papel e pena, escreveu assim:
“deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a
conta do alfaiate nada dou aos pobres” (autor desconhecido)
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem ele deixou a fortuna?
3 A ACENTUAÇÃO DAS PALAVRAS
Você já parou para pensar como seria complexo para um leitor 
compreender um texto sem uso da acentuação? Pense, por exemplo, como o 
acento é responsável para evitar ambiguidades ou trocas em palavras que teriam 
a mesma grafia, se não fosse o acento (é/e; está/esta/ substância/substancia). 
Na língua escrita, existem sinais que acompanham as letras. Tais sinais estão 
relacionados à pronúncia das palavras. O acento gráfico é um desses sinais e 
possui três nomenclaturas. São elas:
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
179
• agudo (´);
• circunflexo (^);
• grave (`).
Antes de iniciarmos o estudo da acentuação gráfica, devemos conhecer a 
sílaba tônica das palavras. Todas as palavras da língua portuguesa apresentam 
uma sílaba mais forte. Sílaba tônica é aquela pronunciada com mais intensidade, 
mais força. As demais sílabasde uma palavra são chamadas átonas.
Só existe uma sílaba tônica em cada palavra. Por exemplo: na palavra 
cadeira, a sílaba tônica é a penúltima (dei); as outras, (ca) e (ra) são átonas. Na 
língua portuguesa, a sílaba tônica só pode ocorrer nas três últimas sílabas (sempre 
contadas de trás para frente): quando ocorre na última é chamada de oxítona; na 
penúltima, de paroxítona; e na antepenúltima, de proparoxítona. Vamos conhecer 
as particularidades de cada classificação.
3.1 A CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A TONICIDADE 
DAS SÍLABAS
Como vimos, de acordo com a classificação da sílaba tônica, as palavras 
podem ser: oxítona, paroxítona e proparoxítona. Vejamos exemplos:
Pa-le-tó (última) - oxítona
Pa-li-to (penúltima) - paroxítona
Pá-li-do (antepenúltima) - proparoxítona
Em todos os exemplos mencionados, temos palavras com mais de uma 
sílaba. Existem, todavia, em nossa língua, palavras com uma única sílaba. São os 
chamados monossílabos, que podem ser tônicos ou átonos. Confira:
Monossílabos tônicos: são independentes e possuem a mesma força das 
sílabas tônicas. Ex.: há, pá, pó, lês.
Monossílabos átonos: precisam de outras palavras que lhes deem suporte, 
pois não são independentes e se parecem com sílabas átonas. Além disso, não têm 
sentido quando usadas de forma isolada. Fazem parte desse grupo os artigos, 
pronomes oblíquos, preposições, junções de preposições e artigos, conjunções, 
pronome relativo que. Ex.: o, a, os, as, lhe, com etc.
Agora que já sabemos o que é tonicidade e que, conforme a posição da 
sílaba tônica, as palavras podem ter classificações diferentes, veremos em quais 
situações devemos acentuar as palavras. Preparado? Então, vamos em frente!
180
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
ATENCA
O
Nem todas as palavras da nossa língua são acentuadas graficamente. Apesar 
de existirem palavras que não levam acento, elas possuem sílaba tônica. Veremos adiante 
em que ocasiões devemos acentuar as palavras, conforme algumas regras. Lembre-se de 
que quando uma palavra recebe acento, este deve ser colocado necessariamente na sílaba 
tônica.
As regras de acentuação gráfica relacionam-se ao emprego dos acentos 
agudo e circunflexo. Veja a seguir as regras de acentuação gráfica das palavras 
proparoxítonas, paroxítonas e oxítonas.
DICAS
Para compreender as explicações a seguir, você precisa ter um conhecimento 
prévio acerca de sílabas e separação de sílabas. Caso precise revisitar esse conteúdo, 
recomendamos que acesse o site a seguir: <https://www.gramaticaparaconcursos.
com/2014/06/regras-de-separacao-de-silabas.html>. Você também pode acessar vídeos 
disponíveis no Youtube para complementar seus estudos, como o vídeo: <https://www.
youtube.com/watch?v=J9n6mT0wnUA>. Não deixe de tirar suas dúvidas com a equipe da 
UNIASSELVI!
Proparoxítonas: todas as palavras levam acento. Ex.: sábado, elétrico, 
música, matemática, límpido, lúcido, lâmpada, fôlego, excêntrico, gênio, crânio, 
sílaba etc.
Paroxítonas: acentuam-se todas as palavras paroxítonas com a seguinte 
terminação:
• L – amável, louvável, túnel...
• N – elétron, próton, hífen...
• R – açúcar, câncer...
• X – ônix, tórax...
• Ps – bíceps, tríceps, fórceps...
• us – vírus, bônus, ânus...
• ã(s) – órfã, ímã...
• ão(s) – bênção, órfãos, órgãos...
• ei(s) – pônei, jóquei...
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
181
• i(s) – táxi, júris, tênis...
• um, uns – bônus, álbum, álbuns...
• Ditongo crescente – sério, ânsia, mágoa, substância...
Oxítonas: acentuam-se todas as palavras oxítonas terminadas em:
• a(s) – Pará, sofás, babá, está...
• e(s) – café, chulé, boné, pontapé...
• o(s) – jiló, avó, avôs...
• em, ens – também, parabéns, alguém...
ATENCA
O
Muitas pessoas costumam acentuar palavras oxítonas terminadas em “U”. 
Lembre- se: oxítonas terminadas em “U” não são acentuadas. Portanto, as palavras: angu, 
anu, Aracaju, babaçu, belzebu, bambu, iglu, Iguaçu, inhambu, Itaipu, Itu, jaburu, jacu, peru, 
pirarucu, surucucu, tatu e tantas outras não recebem acento.
O Acordo Ortográfico de 1991 (uso oficial no início de 2012) permitiu o uso 
tanto do acento agudo quanto do circunflexo nos casos de vogais finais tônicas “e” e “o” em 
posição final de sílaba, seguidas de “m” ou “n”, das palavras paroxítonas e proparoxítonas. No 
Brasil, usa-se o circunflexo e, em Portugal, agudo. Ex.: ônix/ónix, acadêmico/académico.
NOTA
Além dessas regras, existem outras muito importantes, e devem ser 
estudadas. Vejamos:
• Regra do U e do I: quando a vogal I ou U estiver sozinha na sílaba ou 
acompanhadas de S, em uma sílaba tônica, e formar um hiato com a vogal 
anterior, deve ser acentuada. Ex.: sa-ú-de, ca-ís-te, ra-í-zes, Cam-bo-ri-ú.
182
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
Hiato é o encontro de dois sons vocálicos pronunciados em sílabas separadas.
Ex.: escoar (es-co-ar), traído (tra-í-do).
NOTA
• Regra do U e do I: não há acento no I e U tônico dos hiatos quando vierem 
precedidos de ditongo. Ex.:
ANTES do Acordo AGORA
Bocaiúva Bocaiuva
feiúra feiura
Ditongo é o encontro de dois sons vocálicos na mesma sílaba
NOTA
• Regra do U e do I: não devem ser acentuadas as palavras em que o I e U forem 
tônicos, porém sucedidos de NH. Ex.: ba-i-nha, ta-i-nha, ra-i-nha.
• Regra dos hiatos: quando a palavra paroxítona terminar em hiato OO e EE, o 
acento não deve mais existir. Ex.: voo, enjoo, leem, creem.
AUTOATIVIDADE
1 Acentue, quando for possível, as palavras a seguir e explique a regra que lhe 
norteou para a acentuação:
a) Coco (fruta): _______________________________________________________
b) Estuda-lo: _________________________________________________________
c) Viuva: ____________________________________________________________
d) Estatico: __________________________________________________________
e) Urubu: ____________________________________________________________
f) Pantano: ___________________________________________________________
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
183
4 CRASE
A crase é um fenômeno fonético que corresponde à união do a preposição 
com o a artigo, ou ainda os pronomes demonstrativos aquele, aquela. Quando 
ocorre essa união, devemos indicá-la com o acento grave. Existem regras para 
o uso correto do acento grave. Para melhor explicação e visualização, dispomo-
las em um quadro, que segue:
QUADRO 22 - CRASE
CASOS OBRIGATÓRIOS USO IMPRÓPRIO DA CRASE
Diante de nome feminino acompanhado 
de artigo. Diante de nomes masculinos.
Diante de nomes de cidade e países 
particularizados. Antes de verbo.
Diante de demonstrativos começados 
por a. Antes de palavras de sentido indefinido.
Nas locuções formadas por nomes 
femininos.
Antes da palavra casa, quando significar 
lugar onde o falante mora.
Diante de pronomes possessivos que se 
referem a substantivo oculto.
Antes da palavra terra, no sentido de chão 
firme.
Antes de palavras tomadas em sentido 
geral.
Nas expressões de palavras repetidas.
Antes de pronomes pessoais de 
tratamento.
FONTE: As autoras
Estas são as regrinhas para o uso da crase, no entanto, nem sempre é simples 
identificar se a palavra admite ou não o artigo. No caso de nomes de lugares, uma 
maneira prática de identificar a crase (fusão de a + a) é construindo uma frase com 
o verbo voltar. Ficou complicado? Vamos ver um exemplo:
Fui a São Paulo.
Voltei de São Paulo. Note que a preposição de não admite artigo.
Fui à Bahia.
Voltei da Bahia. Neste caso, a preposição da é formada pela preposição 
de + a, logo, ocorre a fusão de a + a quando dizemos “Fui à Bahia”. Portanto, há o 
emprego do acento grave.
184
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
Existem, ainda, casos em que o emprego da crase é facultativo. São eles:
• Antes de nomes femininos referentes a pessoas. Ex.:
Quando questiono problemas sobre a empresa, refiro-me a Ariane.
Quando questiono problemas sobre a empresa, refiro-me à Ariane.
• Antes de pronomes possessivos femininos. Ex.:
A felicidade está relacionada a nossa capacidade de colocar-se no lugardo outro.
A felicidade está relacionada à nossa capacidade de colocar-se no lugar 
do outro.
Para usar corretamente o sinal grave (indicativo de crase), é necessário 
atenção. 
AUTOATIVIDADE
1 Em uma das frases abaixo a crase foi empregada incorretamente. Localize o 
erro e explique porque é incorreto utilizar crase nessa situação.
a) ( ) Iremos à fazenda amanhã.
b) ( ) A professora fez críticas à algumas alunas.
c) ( ) Ela está à espera de vocês.
d) ( ) Vou à biblioteca depois da aula.
2 Verifique, novamente, a alternativa que apresenta o emprego incorreto da 
crase. 
a) ( ) O suspeito não estava disposto à colaborar com as investigações.
b) ( ) Os dois times estavam frente à frente novamente para disputar o prêmio.
c) ( ) Os estudantes foram à São Paulo para assistir ao show.
d) ( ) Nenhuma frase aplica corretamente a crase.
3 Complete as lacunas com a ou à: 
“Ontem fui _______ aula para realizar _______ avaliação de Comunicação 
e Linguagem. O livro, apresentou tópicos desde classes de palavras _______ 
estudos da acentuação. Por isso, comecei _______ estudar bastante desde o 
início da disciplina”.
Agora, convidamos você a iniciar o estudo sobre a hifenização!
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
185
5 HÍFEN
Iniciamos, agora, mais uma etapa de estudos. Apresentamos a seguir as 
regras da hifenização. Veremos uma a uma, seguidas de exemplos para facilitar 
e aprimorar sua escrita. Este livro será, durante sua caminhada intelectual, uma 
ferramenta indispensável e de constante consulta, deixando-o mais seguro na 
sua escrita, durante a produção de trabalhos, elaboração de e-mails, relatórios, 
atas, ofícios e demais documentos presentes em sua vida acadêmica, pessoal e 
profissional. Vamos iniciar?
a) Em locuções: em geral, não recebem hífen, sejam substantivas, adjetivas 
pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais. Exemplos:
• Locuções substantivas: ponto e vírgula, fim de semana, sala de jantar, comum 
de dois.
• Locuções adjetivas: à toa, cor de café com leite.
• Locuções pronominais: ele próprio, quem quer que seja, nós mesmos.
• Locuções adverbiais: à vontade, a olhos vistos, tão somente.
• Locuções prepositivas: por cima de, abaixo de, a cerca de, apesar de.
• Locuções conjuncionais: ao passo que, logo que, por conseguinte.
Caro acadêmico! Vimos que as locuções, em geral, não recebem hífen. Em 
algumas delas, porém, o uso do hífen tornou-se consagrado e permaneceu, mesmo 
depois da última reforma ortográfica. São elas: cor-de-rosa, mais-que-perfeito, 
água-de-colônia, arco-da-velha, pé-de-meia, à queima-roupa, ao deus-dará.
Agora, vamos em frente! Falaremos das palavras compostas. 
b) Em compostos:
• Palavras compostas por aglutinação, aquelas que têm mais de um radical, mas 
se unem e se integram, formando uma só palavra, não recebem hífen. Veja alguns 
exemplos:
Girassol Paraquedas
Pontapé Mandachuva
186
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
• Usa-se o hífen em compostos com elementos repetidos, alternadamente ou não. 
Exemplos:
blá-blá-blá zigue-zague
lenga-lenga zás-trás
Bom, até aqui tudo certo, não é mesmo? Agora, vamos conhecer as regras da 
hifenização nas formações com prefixos. Nessas formações, as regras apresentam-
se mais detalhadas. São vários os casos, precisamos conhecê-los separadamente.
c) Em formações com prefixos:
• Devemos hifenizar quando a palavra é formada por um prefixo ou (falso prefixo) 
terminado por vogal igual à vogal que inicia o segundo elemento. Exemplos:
anti-ibérico contra-assalto
anti-iluminismo micro-ondas
auto-ônibus sobre-estimar
semi-improviso sobre-exposição
FALSOS PREFIXOS são elementos de composição que ora funcionam como 
radicais, ora como prefixos. Como exemplos, podemos citar: mal, proto, auto, contra, semi, 
pseudo, infra, neo, entre outros.
NOTA
Leia a tirinha em destaque, da Turma do Português.
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
187
FIGURA 12 – TURMA DO PORTUGUÊS
Ana,
to tentando
entender o
que é um falso
prefixo. Você já
viu algum?
Shirley, fofa.
O Bomba ta com 
uma dúvida. Já
falo com você.
Sei sim.
É quando não 
acerto o prefixo
do telefone da 
vó que mora em 
outro estado.
Ana,
depois dessa
vou colocar 
um hífen na
nossa relação.
Assim 
como os 
anti-ignorantes 
fazem!
em... um hífen entre nós
• Não devemos hifenizar quando o primeiro elemento termina por vogal 
diferente daquela que inicia o segundo elemento. Exemplos:
aeroespacial Antialcoólico
autoescola Extraescolar
infraestrutura Infraumbilical
plurianual Pluriocular
• Nos casos em que o segundo elemento iniciar pela mesma consoante dos prefixos, 
hiper, inter, sub e super, devemos escrever com hífen. Exemplos:
hiper-realista inter-relação
sub-base super-regeneração
• Usa-se o hífen nos casos de “sub” e “sob”, também diante de palavra iniciada 
por “r”. Exemplos:
sub-região sub-reitor
sub-regional sob-roda
Seguindo, temos as palavras iniciadas com H. Estas devem seguir as 
regras:
• Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos:
188
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
anti-higiênico anti-histórico
auto-hemoterapia contra-habitual
macro-história super-homem
• Com prefixos acentuados graficamente, como: pós, pré e pró, e seguidos de 
palavras independentes, usa-se o hífen. Exemplos:
pós-classicismo pré-contratação
pós-data pré-medicação
pró-forma pró-homem
• Não se usa o hífen quando o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar 
por r ou s. Neste caso, dobram-se essas letras. Exemplos:
minissaia antirracismo
ultrassom semirreta
• Usa-se o hífen com os prefixos circum e pan diante de palavra iniciada por 
“m”, “n”, “h” e “vogal”. Exemplos:
circum-murado circum-navegação
pan-americano pan-hidrômetro
• Os prefixos co, pro, pre e re unem-se ao segundo elemento, mesmo quando 
este inicia com “o” e “e”. Exemplos:
Coacusado cocontratado
Preexistente prodivisão
Reeleição reescrever
Note que, neste caso, os prefixos pro e pre não estão acentuados graficamente, 
portanto são escritos aglutinadamente (junto).
UNI
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
189
• Quando o primeiro elemento é um dos prefixos ex, sota, soto, vice, usa-se o hífen. 
Exemplos:
ex-voto sota-embaixador
soto-general vice-tutor
• Não devemos usar o hífen em palavras em que o primeiro elemento termina 
com consoante e o segundo inicia com vogal. Exemplos:
hiperárido interacadêmico Superácido
Outra dica importante em se tratando de hifenização é de que não devemos 
hifenizar vocábulos que tragam o NÃO com função prefixal. Observe alguns 
exemplos:
não agressão não violência não participação
AUTOATIVIDADE
1 Você estudou que locuções (sejam substantivas, adjetivas pronominais, 
adverbiais, prepositivas ou conjuncionais) e palavras compostas por 
aglutinação, em geral, não recebem hífen.
Assinale a alternativa que apresenta o uso de hífen incorretamente:
a) ( ) fim-de-semana, semi-estruturada.
b) ( ) lenga-lenga, micro-ônibus.
c) ( ) semi-improviso, inter-relação.
d) ( ) sub-regional, anti-higiênico.
2 Escolha a alternativa que apresenta o uso correto do hífen:
a) ( ) pós-guerra.
b) ( ) pós guerra.
3 Escolha a alternativa que apresenta o uso correto do hífen:
a) ( ) ultra-sonografia.
b) ( ) ultrassonografia.
190
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
4 Escolha a alternativa que apresenta o uso correto do hífen:
a) ( ) pan-americano.
b) ( ) panamericano.
5 Escolha a alternativa que apresenta o uso correto do hífen:
a) ( ) co-oficial.
b) ( ) cooficial.
6 Escolha a alternativa que apresenta o uso correto do hífen:
a) ( ) vice reitor.
b) ( ) vice-reitor.
191
 Neste tópico, você aprendeu que:
• Os sinais de pontuação são recursos próprios da língua escrita.
• Não possuem critérios rígidos a serem seguidos.
• O ponto final representa a pausa máxima da voz.
• O ponto de interrogação é usado ao final das interrogações diretas.
• O ponto de exclamação é empregado ao final de frases exclamativase/ou 
imperativas.
• A vírgula pode ser um recurso importante para definir sentidos diferentes para 
o texto, por isso seu uso deve ser analisado com cautela.
• A vírgula também é usada para separar datas, vocativo, aposto e elementos de 
um provérbio.
• O ponto e vírgula não tem função nem de vírgula nem de ponto final (mas 
funciona como um intermediário entre os dois) e é especialmente usado para 
separar itens em uma enumeração.
• Os dois-pontos marcam uma sensível suspensão da voz numa frase não 
concluída.
• As reticências são empregadas para realçar uma palavra ou expressão.
• Nas citações empregamos as aspas.
• Os parênteses intercalam, no texto, informação acessória.
• Usa-se o travessão para evidenciar palavras.
• A classificação das palavras se dá por meio da sílaba tônica.
• As oxítonas são palavras que possuem a última sílaba tônica.
• As paroxítonas são palavras que possuem a penúltima sílaba tônica.
RESUMO DO TÓPICO 2
192
• As proparoxítonas são palavras que possuem a antepenúltima sílaba tônica.
• Todas as palavras proparoxítonas da língua portuguesa recebem acento gráfico.
• Não existe, na língua portuguesa, palavra acentuada além da antepenúltima 
sílaba.
• Ditongo é o encontro de duas vogais na mesma sílaba.
• Hiato é o encontro de duas vogais em sílabas diferentes.
• Tritongo é o encontro de três vogais na mesma sílaba.
• A crase é a fusão de a + a.
• Grave é o nome do acento indicativo de crase.
• Não se utiliza crase diante de nomes masculinos ou verbos no infinitivo.
• Antes das palavras: distância, terra e casa, em geral, não se deve utilizar 
acento grave.
• Deve-se empregar a crase diante de palavras femininas acompanhadas de 
artigo.
• O hífen é utilizado na separação das sílabas.
• Utiliza-se a hifenização para separar os verbos dos pronomes oblíquos 
átonos.
• Falso prefixo é um elemento de composição que funciona como radical ou 
prefixo.
• As locuções, em geral, não devem ser hifenizadas.
193
AUTOATIVIDADE
1 Sobre a acentuação das palavras e de acordo com as regras estudadas, acentue, 
se necessário, as palavras abaixo e, em seguida, explique e justifique por que 
tal vocábulo deve ou não receber acento gráfico.
a) social: ____________________________________________________________
b) historia: __________________________________________________________
c) geleia: ____________________________________________________________
d) enjoo: ____________________________________________________________
e) juizes:_____________________________________________________________
f) carater:____________________________________________________________
2 Sobre o uso do acento grave (indicativo de crase), indique em qual(is)
 alternativa(s) pode ocorrer a crase (fusão de a + a).
a) Começaram a chorar assim que souberam.
b) Usava chapéu a Santos Dumont.
c) Comprava a prazo e vendia a vista.
d) Dirigi-me a Vossa Excelência.
e) Vou a terra de meus pais.
3 Vamos colocar em prática o que você aprendeu sobre a hifenização. Nas 
formações com prefixos e com falsos prefixos, usaremos o hífen somente em 
alguns casos. Assinale a forma correta e explique o uso ou não uso do hífen.
a) ( ) autorretrato: ___________________________________________________
b) ( ) automedicação: ________________________________________________
c) ( ) contraindicação: ________________________________________________
d) ( ) contrassenso: __________________________________________________
e) ( ) extraoficial: ____________________________________________________
f) ( ) infraassinado: __________________________________________________
g) ( ) infrarrenal: ____________________________________________________
h) ( ) intrauterino: ___________________________________________________
i) ( ) neoamburguês: ________________________________________________
194
195
TÓPICO 3
LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES
NA ESCRITURA DE UM TEXTO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
O processo de escrita é uma experiência única, individual e dialógica. É 
individual e única porque a escritura de um texto provoca escolhas individuais 
quanto ao que e como se quer dizer. É dialógica porque se escreve relacionando a 
nova ideia a ideias já escritas ou lidas.
Além do contexto exposto, escrever implica o domínio de determinados 
procedimentos, como o de planejar o que vai ser escrito, redigir o que foi planejado, 
revisar o que foi redigido e reescrever o que foi produzido e revisado. Ainda se 
deve prestar atenção a expressões ambíguas ou ao uso de palavras estrangeiras, 
entre outras ocorrências.
ATENCA
O
A revisão do texto corresponde à conferência de alguns elementos da escrita, 
como: coesão e coerência, ortografia, acentuação, concordância e pontuação. Devemos 
sempre revisar o que escrevemos mais de uma vez, pois revisar faz toda a diferença para 
a compreensão do leitor, já que evita frases muito longas no seu texto, problemas de 
concordância (que levam o leitor a se perder nas informações), problemas com ambiguidade, 
dentre outros. Por isso, ao longo de suas atividades acadêmicas e profissionais, destine 
sempre bastante tempo para revisão e reescrita de seus trabalhos. Quando possível, peça 
para que algum colega leia para que você perceba se seu texto está compreensível para 
diferentes leitores.
Assim, vamos estudar a partir de agora alguns importantes itens na 
elaboração da escritura de um bom texto. Vale a pena continuar e verificar!
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
196
2 AMBIGUIDADE
A ambiguidade consiste na duplicidade de sentido e, acredite, nem 
sempre ela é um problema. Muitas vezes, a ambiguidade é fruto de uma 
intenção determinada e clara, encontrada especialmente em textos publicitários e 
humorísticos. Em outras ocasiões, porém, ela surge sem que seja desejada e pode 
até causar algum tipo de constrangimento.
Observe os textos:
Texto 1
FIGURA 13 - PROPAGANDA
FONTE: <https://bit.ly/2CR3oJp>. Acesso em: 17 out. 2018.
Texto 2
O garçom pergunta a um sujeito que entra no bar:
- O senhor, o que toma? Ele responde:
- Eu tomo uma boa vitamina pela manhã, remédio para combater 
minhador nas costas e, aos sábados, uma cervejinha com os amigos.
- Acho que o senhor não me entendeu – diz o garçom. O que eu perguntei é 
o que o senhor gostaria!
- Ah, bom! Eu gostaria de ser rico, de ter uma casa na praia, de viajar 
bastante...
- O que eu quero saber é o que o senhor quer para beber! – diz o garçom, 
já irritado.
TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO
197
- Ah, bom! Vamos ver... que é que você tem?
- Eu? Nada, não, só um pouco chateado porque o meu time perdeu, o 
salário daqui é muito baixo, eu estou me sentindo sozinho...
FONTE: <http://www.sobobagem.com.br/shtml/345.shtml#.W8e1W2hKjIU>. 
Acesso em: 18 out. 2018.
No Texto 1, você pode notar que a ambiguidade foi intencional, ou seja, 
no texto publicitário foi explorado o duplo sentido com a intenção de despertar, 
no interlocutor, a devida atenção.
No Texto 2 a ambiguidade surgiu sem ser desejada, ou seja, não era 
intencional num primeiro momento. Podemos dizer, então, que a ambiguidade é 
um vício de linguagem muito encontrado em textos publicitários e humorísticos.
Ambiguidade, como vimos, significa duplo sentido. Você sabia que ela tem 
outro nome? Isso mesmo, anfibologia é um sinônimo da palavra ambiguidade.
NOTA
Leia as frases que seguem:
A caixa caiu perto do supermercado.
Comprou balas perto da praia.
Suas ações lhe trouxeram muitos bens.
Note que as palavras em negrito podem deixar o enunciado dúbio. 
Na primeira frase, quem caiu? A caixa (embalagem) ou a mulher que trabalha 
na caixa registradora? É essa dupla interpretação que se chama ambiguidade. 
Normalmente os contextos linguístico e situacional indicam qual a interpretação 
correta. Agora descubra a ambiguidade presente nas demais frases acima.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
198
AUTOATIVIDADE
1 A imagem a seguir é um recorte das informações de um software disponívelpara download. Na imagem, você vê o seguinte destaque: “Está em dúvida 
quanto à configuração de sua máquina? Então acabe com ela agora mesmo!”.
FONTE: <https://seumadruga72.files.wordpress.com/2009/10/ambiguidade.jpg>. Acesso em: 
30 abr. 2018.
a) Localize no texto a ambiguidade e explique quais são as possíveis 
significações que podemos criar a partir dessa ambiguidade.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
b) Procure reescrever o excerto destacado a fim de eliminar a ambiguidade que 
você encontrou na questão anterior:
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
3 ESTRANGEIRISMOS
Entende-se por estrangeirismos palavras e expressões de línguas 
estrangeiras utilizadas cotidianamente em um país onde a língua oficial é outra, 
como no caso do Brasil: o uso do inglês “misturado” com a Língua Portuguesa.
TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO
199
É importante notar que a língua está em constante modificação. A própria 
evolução dos costumes, das ideias, enfim, da vida social de modo geral, estabelece a 
criação de novas palavras e formas de dizer certos vocábulos. 
Os estrangeirismos são vocábulos, expressões e estruturas que se 
incorporam ao repertório e à estrutura da língua portuguesa, ou seja, 
integram-se ao código linguístico do português do Brasil. Da mesma 
maneira que transformam a língua portuguesa, os empréstimos 
de outras línguas, especialmente a língua inglesa, também sofrem 
adaptações ao incorporarem-se ao seu léxico. O português do Brasil 
conhece bem a influência de outras culturas e línguas, o que, ao 
contrário do que muitos denunciam, não empobrece a língua, mas a 
enriquece (FARELLI, 2001, p. 13).
Novas palavras são instituídas como produto da dinâmica social e 
incorporadas ao idioma inúmeras expressões de origem estrangeira – os 
estrangeirismos, que vêm para indicar ou explicar realidades não contempladas 
no repertório da língua portuguesa.
Vamos conhecer o uso de estrangeirismo em nosso cotidiano, através da 
figura que segue:
FIGURA 14 – ESTRANGEIRISMO
FONTE: <http://www.unesp.br/aci/jornal/151/estrangeirismos.JPG>. 
Acesso em: 13 ago. 2018.
Percebeu como estamos cercados de estrangeirismos na nossa vida 
cotidiana? Palavras como food delivery, sale, off, welcome, estão na nossa vida 
globalizada. Além delas, ainda temos muitas outras, como delete, enter, notebook, 
entre outras. O problema do abuso de estrangeirismos, se desnecessários ou 
deslocados do seu contexto, é normalmente causado ou pelo desconhecimento 
da riqueza vocabular de nossa própria língua, ou pela incorporação acrítica do 
estrangeirismo.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
200
Lembre-se, acadêmico, ao utilizar palavras estrangeiras elas devem ser grafadas 
em itálico
UNI
4 PLEONASMO
Você já ouviu alguém falando: entrar para dentro, subir pra cima, 
hemorragia de sangue, goteira no teto, certeza absoluta ou ainda prefeitura 
municipal? Pois bem, essas expressões são vícios de linguagem e não são aceitas 
nas normas mais prestigiadas da língua portuguesa. 
Observe:
FIGURA 15 – PLEONASMO
FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/_qyuOh9JmfR0/S6_0uThqVFI/AAAAAAAAAFU/
lJwwIk6HRWQ/w1200-h630-p-k-no-nu/pleonasmo.jpg>. 
Acesso em: 13 ago. 2018.
Enfermeira,
eu estou com uma dor
que dói muito.
HÃ!?
Você está
é com pleonasmo! OHH!!!!
E isso é grave
enfermeira?
Perceba, acadêmico, que pleonasmo é a repetição desnecessária de uma 
informação. Na tirinha em questão, o paciente relata que está com uma dor que 
dói. A repetição da palavra “dói” é desnecessária, visto que “dor” dá conta de 
transmitir a mensagem.
TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO
201
5 EXPRESSÕES
Você certamente já teve dúvidas ao utilizar algumas expressões, não é 
mesmo? Pois bem, neste momento, pretendemos dirimi-las de uma maneira 
simples e prática a fim de contribuir em sua vida acadêmica e profissional, 
quando em momentos de escrita.
Salientamos novamente a importância de grafar as palavras de acordo com 
a norma padrão da língua portuguesa, pois dessa forma diminuímos as chances 
de equívoco e efetivamos positivamente o ato da comunicação. Convidamos você 
a conhecer as regras para o uso de cada expressão, que virá acompanhada de 
exemplos para melhor compreensão.
5.1 USO DOS PORQUÊS
Existem quatro diferentes maneiras de grafar o porquê. Observe:
FIGURA 16 – EMPREGO DOS “PORQUÊS”
FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/usodosporqus-160701235450/95/uso-dos-
porqus-2-638.jpg?cb=1467417701>. Acesso em: 13 ago. 2018.
• Por que: com essa grafia é utilizado em duas situações. Confira:
• Em frases interrogativas diretas, quando as inicia, e nas interrogativas indiretas.
Exemplos:
Por que você não estudou para a avaliação?
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
202
Ela perguntou por que você não estudou para a avaliação.
• Quando equivale a: pelo qual, pelos quais, pela qual, pelas quais. 
Exemplo:
São muitos os motivos por que estou aqui hoje. (pelos quais)
• Porque: a palavra adquire esta grafia quando é empregada como conjunção 
explicativa ou causal. Veja:
Não chores, porque é pior. (porque = pois, conjunção explicativa)
Faltou ao trabalho porque estava em reunião. (porque = conjunção causal)
• Por quê: escreve-se com acento quando aparece no fim das frases interrogativas. 
Assim, o “que” passa a ser um monossílabo tônico. Observe um exemplo na 
tirinha que segue.
FIGURA 17 – MÁRCIA NEURÓTICA
FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/_I-dYUG1GKo0/TPWsPV1bgxI/
AAAAAAAAAM8/2AF0bM0G1oA/s1600/tirinha-marcia-47.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2018.
Perceba, acadêmico, que no segundo quadro, ao final de frase interrogativa, 
utilizou-se o porquê escrito separado e com acento (Mas por quê?). 
• Porquê: é escrito dessa maneira quando empregado como substantivo. Significa 
motivo, razão ou causa, e geralmente aparece acompanhado de determinantes, 
ou seja, artigos e pronomes, entre outros. Exemplos:
Não compreendi o porquê de sua reclamação. 
Seus porquês não mudaram a situação.
TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO
203
AUTOATIVIDADE
Complete o parágrafo a seguir:
Diferentes pesquisadores perguntam-se ___________________ 
(pergunta indireta) o desenvolvimento científico brasileiro passou a receber 
menos verbas no último ano. Não sabem ___________________ (por qual 
motivo) a redução de investimentos para pesquisas nacionais. Contudo, 
reivindicam por equipamentos e bolsas de estudos ___________________ 
(explicação) precisam de materiais novos para avançarem em seus trabalhos. 
O governo parece ignorar o ___________________ (o motivo = substantivo) do 
pedido dos pesquisadores.
5.2 USO DE MAU E MAL
Estas duas palavras causam muitas dúvidas no momento da escrita, apesar 
de existir uma regrinha fácil de usar que o ajudará a diferenciar a grafia com 
“L” ou “U”. Em primeiro lugar, lembre-se sempre de que mal (que será um 
substantivo ou advérbio ou conjunção) é antônimo de bem; e mau (que será um 
adjetivo) é antônimo de bom. 
Quando mal for empregado como substantivo, variará em número 
(singular: mal; plural: males). Quando advérbio e conjunção, a palavra mal será 
invariável. 
Você lembra, por exemplo, da música “Vida Real”, cantada pelo Paulo 
Ricardo? Veja, no refrão da música o emprego do termo mal:
 
“Se pudesse escolher 
Entre o bem e o mal 
Ser ou não ser... 
Se querer é poder 
Tem que ir até o final 
se quiser vencer...”
FONTE: Vida Real, Compositores: Paulo Ricardo, Raphael Pinheiro. Disponível em: <https://
www.vagalume.com.br/bbb/vida-real-paulo-ricardo.html>. Acesso em: 30 abr. 2018.
Nessa situação,mal é um substantivo (o mal). Imagine se a letra se referisse 
aos males da vida. Seria perfeitamente possível, ainda, utilizar o substantivo no 
plural. Além disso, na música, podemos perceber nitidamente o termo mal sendo 
empregado em oposição a bem. Sempre que mal for oposto de bem, será grafado 
com “L”.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
204
Vejamos mais um exemplo do emprego de mal:
Tirei uma nota baixa porque meu trabalho está mal feito.
Neste caso, mal é um advérbio que altera o sentido de um verbo (fazer/
feito) e indica o modo (como foi feito o trabalho). Perceba como também 
poderíamos substituir o termo pela palavra bem: “meu trabalho está bem feito”.
Agora, vamos analisar o emprego de mal enquanto conjunção:
Mal entreguei minha avaliação, bateu o sinal indicando término da aula.
Temos, no exemplo acima, a palavra mal exercendo função de conjunção 
subordinativa temporal, pois indica um tempo aproximado entre as informações 
da primeira e da segunda oração.
A palavra mau, grafada com “U”, é um adjetivo, como na história da 
“Chapeuzinho Vermelho” que fugia do “Lobo Mau” na floresta. Nesse caso, 
perceba que mau tem a função de atribuir uma característica ao lobo, assim como 
o adjetivo bom faria. Veja mais um exemplo:
 
 Não era mau (ou bom) cliente, apenas atrasava os pagamentos.
Caro acadêmico, na dúvida, procure usar os termos “bem” ou “bom” para 
testar se precisa escrever “mal” ou “mau”. Simples, não é?
AUTOATIVIDADE
1 Escolha a alternativa correta para preencher a lacuna:
Acabo de tirar a carteira, por isso ainda dirijo _____________.
a) ( ) mal.
b) ( ) mau.
2 Escolha a alternativa correta para preencher a lacuna:
Seu ____________ comportamento tem lhe prejudicado.
a) ( ) mal.
b) ( ) mau.
3 Escolha a alternativa correta para preencher a lacuna:
__________________ terminamos esta avaliação e já estamos estudando para a 
próxima.
a) ( ) mal.
b) ( ) mau.
TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO
205
4 Escolha a alternativa correta para preencher a lacuna:
O excesso de medicamento também faz _______________.
a) ( ) mal.
b) ( ) mau.
5.3 USO DE SENÃO E SE NÃO
Você lembra a música “Pais e Filhos” da banda “Legião Urbana”? Repare 
no excerto da música o uso do termo “se não” no segundo verso:
“É preciso amar as pessoas 
Como se não houvesse amanhã 
Porque se você parar pra pensar 
Na verdade não há”
FONTE: <https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/22488/>. Acesso em: 30 abr. 2018.
Nesse verso, “se não” é escrito separadamente porque tem sentido de 
uma condição negativa. A palavra se não (separada) é utilizada quando equivale 
a caso não, introduzindo orações subordinadas condicionais. Exemplo:
Se não quiser, não redija o relatório.
A palavra senão (junto), por sua vez, é empregada em duas situações. São 
elas:
• Quando equivale a caso contrário.
 Exemplo: Saia daí, senão vai se atrasar.
• Quando equivale a “a não ser”.
 Exemplo: Não faz outra coisa senão choramingar.
AUTOATIVIDADE
Preencha as lacunas com se não ou senão:
a) Estude bastante, _____________________ reprovará na prova.
b) Evite confrontar desnecessariamente as pessoas _____________________em 
situações realmente significativas.
c) A data de entregue do trabalho não será alterada _____________________
houver consenso.
d) _____________________me levar a sério, pare de discutir comigo.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
206
5.4 USO DE MAIS E MAS
É comum confundir o uso de mais e mas, porém tais palavras têm sentidos 
completamente distintos. Por isso, é necessário o uso correto para que a mensagem 
não seja prejudicada.
A palavra mas é uma conjunção adversativa, portanto, significa 
“contrário”. Equivale a porém, contudo, todavia ou entretanto. Assim, sempre 
que a substituição por estas palavras for possível, deve-se escrever MAS, sem o 
“i”. Observe a tirinha que segue:
FIGURA 18 – MAFALDA
Hoje estou com um
humor péssimo
Mas você
parece muito
contente,
Susanita
É que eu não quero
que ninguém perceba
que eu estou de
mau humor
Então você não
devia dizer
Ai eu estaria
sendo hipócrita.
Acho estranho você
defender a hipocrisia,
Mafalda.
Um dia vou
analisar o que me
deixa mais doente:
a Susanita ou a
sopa
FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/-CjVipgXeqfc/TiYPg-JKN7I/AAAAAAAAAPU/OGGTjPZ9eVA/
s1600/mafalda-uso+de+mau.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2018.
Verificamos, no primeiro quadrinho, o emprego de mas. Note, acadêmico, 
que é possível fazer a substituição por “porém” ou “entretanto”. Portanto, trata-
se de uma conjunção adversativa.
O uso de mais ocorre quando este funciona como pronome ou advérbio 
de intensidade. Para saber se o uso está correto, basta trocar por menos, seu 
antônimo. No último quadro da tirinha apareceu o uso da expressão mais. Note 
que é possível realizar a substituição pela palavra menos. Agora, leia a tirinha a 
seguir, com mais um exemplo.
FIGURA 19 – MÁRCIA NEURÓTICA
FONTE: <http://2.bp.blogspot.com/_I-dYUG1GKo0/TPBYhGIz4KI/AAAAAAAAAMs/
VTEcClnUdAM/s1600/tirinha-marcia-45.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2018.
TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO
207
O uso de “mais”, no primeiro quadrinho, permite exemplificar, na prática, 
as situações em que deve ocorrer o uso de tal expressão. Lembre-se: confundir 
estas expressões, no momento de escritura, pode prejudicar a mensagem.
AUTOATIVIDADE
Assinale a alternativa que apresenta o uso da norma padrão da língua 
portuguesa:
a) ( ) Os estudos foram teóricos, mais comprovaram fatos importantes para o 
campo prático.
b) ( ) Fizemos de tudo, mais não conseguimos salvar a vítima.
c) ( ) Procuram por mas provas para poderem declarar o réu culpado.
d) ( ) Cinquenta e nove pessoas preencheram o questionário, mas apenas 
vinte delas participaram das entrevistas.
5.5 USO DO HÁ E A
O uso de há deve ocorrer quando equivaler ao verbo fazer. Este, por sua 
vez, indica tempo já transcorrido. Exemplo:
Saiu da sua casa há (faz) 1 hora. 
Não o vejo há (faz) dois meses.
Além disso, há é usado no sentido de existir. Na linguagem coloquial, 
podemos dizer que “tem cem livros na biblioteca”. Contudo, na norma padrão, 
recomenda-se utilizar “há cem livros na biblioteca”. 
A forma a deve ser empregada quando for uma preposição, um artigo ou 
um pronome. Nesses casos, você não conseguirá substituir o termo nem por “faz” 
nem por “existe”, como nos casos apresentados acima com há. Exemplo:
Daqui a pouco, os alunos chegarão para socializar o trabalho. (preposição)
A pesquisa tem caráter qualitativo. (artigo)
Apresentei-a aos meus irmãos. (pronome)
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
208
AUTOATIVIDADE
Preencha as lacunas com há, a ou à:
O estudo, desenvolvido ____________ dez anos, apresenta contribuições 
importantes para entendermos aspectos da língua. Por isso, estão relacionados 
____________ normas, variedades, e usos linguísticos. ____________ pesquisa 
é base, nos dias de hoje, ____________ diversos estudiosos, preocupados com o 
viés teórico dado ____________ língua. ____________, portanto, um campo de 
estudos se fortalecendo sobre esse aspecto.
Acadêmico, você deve ter percebido que o uso correto das expressões 
requer muita atenção. Vamos adiante?
5.6 USO DE AONDE E ONDE
O emprego do aonde deve acontecer quando este equivaler a: preposição 
a + advérbio onde. Sendo assim, significa “a que lugar”, ou seja, é usado com 
verbos que exprimem movimento e que regem a preposição a. Veja:
• Ir a:
Aonde você vai?
Você vai aonde?
• Chegar a:
Você quer chegar aonde com tantas perguntas?
• Dirigir-se a:
Não sei aonde dirigir-me para obter as fichas cadastrais.
O uso de onde está relacionado com verbos que não regem a preposição a.
Dito de outra maneira, equivale a “em que lugar” ou “no lugar que”. 
Confira:
TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO
209
Onde você está?
Onde fica sua empresa?
O anel perdido estava onde não havia procurado ainda.
AUTOATIVIDADE
Para estaautoatividade, releia também as explicações acerca dos 
advérbios trabalhados anteriormente.
Analise as sentenças a seguir quanto ao uso de onde, aonde e no(a) qual:
I- Fizemos a avaliação de Comunicação e Linguagem, onde nos saímos muito 
bem.
II- O curso de LIBRAS, no qual há várias dicas de expressão facial interessantes, 
ajudou minha comunicação com meus colegas surdos.
III- Aonde foram levados os livros?
IV- O livro de Comunicação e Linguagem apresenta dicas de escrita importantes, 
aonde também há algumas atividades para colocarmos em prática nossa 
aprendizagem.
V- Ontem, estive no polo, ontem fiz minha avaliação final.
Assinale a alternativa correta:
a) ( ) Estão corretas as sentenças I – III – IV – V.
b) ( ) Estão corretas as sentenças I – IV – V.
c) ( ) Estão corretas as sentenças II – III – V.
d) ( ) Todas as sentenças estão corretas.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
210
FIGURA 20 – AFIM X A FIM 
5.7 USO DE A FIM E AFIM
FONTE: As autoras
Uma maneira prática para diferenciar essas expressões é:
• A fim de: indica uma finalidade. Exemplo: Vive cantarolando a fim de me 
incomodar.
• Afim: significa que existe uma afinidade, é semelhante. Exemplo: As matérias 
que cursei são afins.
AUTOATIVIDADE
Preencha as lacunas com a fim ou afim:
a) Procuro estudar Comunicação e Linguagem para aprender algumas 
regularidades da língua portuguesa padrão, ________________ de revisar 
meus próprios textos acadêmicos.
b) Procuro por disciplinas ________________que cursei na minha primeira 
graduação para convalidar na segunda.
Agora, vamos diferenciar o uso de demais e de mais.
TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO
211
5.8 USO DE DEMAIS E DE MAIS
FIGURA 21 - DEMAIS
FONTE: Adaptado de <http://capasanimacao.blogspot.com/2012/08/tres-espias-demais-o-
filme.html?m=0>; <http://capas-silver.com/wp-content/uploads/A-Hist%C3%B3ria-N%C3%A3o-
Autorizada-de-Tr%C3%AAs-%C3%A9-Demais.jpg>. Acesso em: 1º maio 2018.
Talvez você já tenha se deparado com o desenho “Três espiãs demais” 
ou com a série de TV que foi sucesso nos anos 1980 “Três é demais”. Em ambas 
as situações, “demais” se escreve da mesma maneira (junto) e possui o mesmo 
significado. Você sabe qual é? Tanto no desenho quanto na série, demais exerce 
papel de advérbio de intensidade (muito). Logo, quando dizemos três espiãs 
demais ou três é demais, estamos intensificando, afirmando que as três espiãs são 
muito qualificadas e que três crianças já são muitas crianças.
A palavra “demais” (junto) pode ser classificada como advérbio ou 
pronome. Observe o exemplo:
• Advérbio de intensidade (= muito). Exemplo: Não se deve dormir demais.
• Pronome indefinido (= outros). Exemplo: Voltei antes que os demais alunos 
finalizassem os trabalhos.
A expressão “de mais” (separado) significa o contrário de menos. Observe 
o exemplo: Entraram alunos de mais no auditório de reuniões.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
212
AUTOATIVIDADE
Assinale a alternativa correta quanto ao uso de “demais” ou “de 
mais”:
a) ( ) Enquanto minha equipe já finalizava o trabalho, as de mais equipes 
estavam apenas começando.
b) ( ) Minha irmã assistiu ao filme e o achou de mais!
c) ( ) Dificilmente alguém diria que tem dinheiro de mais, normalmente 
ouvimos que tem de menos.
d) ( ) Há pessoas demais inscritas para esse curso de graduação em comparação 
com o número de vagas ofertadas.
5.9 USO DE AO ENCONTRO DE E DE ENCONTRO A
FIGURA 22 – DE ENCONTRO E AO ENCONTRO
FONTE: <https://i.pinimg.com/originals/11/fa/93/11fa933b56685e0e562bb18b0ab90046.jpg>. 
Acesso em: 1º maio 2018.
TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO
213
A expressão ao encontro de possui dois significados. São eles:
• Aproximar-se de. Exemplo: Assim que cheguei, fui ao encontro de meu pai.
• Ser favorável a. Exemplo: Suas ideias vêm sempre ao encontro das minhas.
A expressão de encontro a pode significar:
• Colisão, choque. Exemplo: Ao correr, o aluno foi de encontro à parede.
• Ser contrário a. Exemplo: Por sermos muitos diferentes, suas opiniões vêm 
sempre de encontro às minhas.
Muito bem, depois de conhecermos mais estas importantes expressões, 
convido você a continuar o estudo.
AUTOATIVIDADE
Relacione as colunas de acordo com o uso adequado das expressões 
abaixo:
I- de encontro
II- ao encontro
a) ( ) É utilizada para dizer que algo é favorável.
b) ( ) É utilizada para expressar discordância.
c) ( ) É utilizada para afirmar a aproximação entre ideias, pessoas ou objetos.
d) ( ) É utilizada para expressar colisão.
5.10 USO DE ACERCA, A CERCA E HÁ CERCA
A CERCA ACERCA DE HÁ CERCA DE
 
FONTE: Disponível em: 
<https://thumbs.dreamstime.
com/z/cerca-de-madeira-e-
grama-isoladas-no-fundo-
branco-58780409.jpg>. Acesso 
em: 1º maio 2018.
SOBRE / A 
RESPEITO DE 
FONTE: Disponível em: <http://
www.winesofportugal.info/
uploads/1_2000ac_pt.jpg>. Acesso 
em: 1º maio 2018.
A CERCA É DE MADEIRA.
O ESTUDO 
TRATA ACERCA 
DO USO DE 
AGROTÓXICOS.
HÁ CERCA DE 2000 a.C., 
INICIAVA-SE UMA NOVA ERA.
 2000 a.C.
 Reino dos Tartessos
Séc. X a.C.
Fenícios
Séc. VII a.C.
Gregos
Séc. VI a.C.
Celtas e 
Iberos
Séc. II a.C.
Romanos
Séc.VII
Bárbaros
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
214
A cerca (separado) corresponde ao artigo definido “a” mais substantivo 
“cerca”, cujo sentido está vinculado a uma construção feita ao redor de um 
terreno.
A expressão acerca (junto) significa a respeito de. Veja um exemplo: Nada 
comunicou acerca de suas dúvidas na disciplina.
A expressão há cerca de indica um tempo já transcorrido. Observe a frase 
que segue: Estivemos na minha cidade natal há cerca de uns 15 anos.
AUTOATIVIDADE
A partir do que lhe foi apresentado acerca dos termos: acerca de, a 
cerca, há cerca de, complete as lacunas: 
 
a) ___________________________ de três anos ingressei na graduação. 
b) Falamos ___________________________dos conteúdos de Comunicação e 
 Linguagem. 
c) Este trabalho discute questões ___________________________da cidadania. 
d) Mesmo quando ___________________________for de ferro, é preciso pintá- 
 la, a fim de evitar que enferruje.
5.11 USO DE A PRINCÍPIO E EM PRINCÍPIO
FIGURA 23 – EM PRINCÍPIO X A PRINCÍPIO
EM PRINCÍPIO
ou A PRINCÍPIO?
EM PRINCÍPIO = em tese, em teoria.
"EM PRINCÍPIO, ele é contra o aborto."
 (= por princípios, talvez religiosos)
A PRINCÍPIO = no começo, inicialmente.
" A PRINCÍPIO sou contra as suas ideias."
 (= num primeiro momento).
FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/db/aa/3e/dbaa3e0118d5620a41fc902b8cabd333.jpg>. 
Acesso em: 1º maio 2018.
TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO
215
Estamos chegando ao final do estudo das expressões. Vale ressaltar, ainda, 
que o uso de a princípio significa no começo ou inicialmente. Observe:
A princípio, seu relatório parecia-me completo, mas depois percebi que 
faltam itens importantes.
A expressão em princípio significa em tese ou teoricamente. Confira o 
exemplo:
Em princípio, sua sugestão é muito boa, agora, vamos vê-la na prática.
AUTOATIVIDADE
Analise as sentenças a seguir quanto ao uso das expressões a princípio 
ou em princípio: 
I- Em princípio, acredito que a educação possa transformar realidades diversas. 
II- A princípio, pretendemos aplicar questionários com agricultores locais 
para, em seguida, realizarmos entrevistas com aqueles cujos perfis atenderão 
aos objetivos expressos no projeto de pesquisa. 
III- Em princípio, entende-se a importância de pesquisas voltadas à educação 
agropecuária nacional devido à urgência em modificarmos a agressividade do 
modelo de agronegócio brasileiro.
As expressões foram utilizadas adequadamente apenas nas sentenças:
a) ( ) I – II – III.
b) ( ) I – III.
c) ( ) II – III.
d) ( ) I – II.
216
Neste tópico, você aprendeu que:
• A ambiguidade consiste na duplicidade de sentido.
• Entende-se por estrangeirismos o uso de palavras e expressões de línguasestrangeiras.
• Pleonasmo é a repetição desnecessária de uma informação.
• Pleonasmo é um vício de linguagem e não é aceito na norma culta da língua 
portuguesa.
• Na escrita é importante grafar as palavras de acordo com a norma padrão da 
língua portuguesa.
• Existem quatro diferentes maneiras de empregar o porquê.
• Mal é o antônimo de bem.
• Mau é o antônimo de bom.
• Mas é conjunção adversativa.
• Mais é o antônimo de menos.
• Emprega-se o aonde quando o verbo indicar movimento.
• Utiliza-se o onde quando este está relacionado com verbos que não regem a 
preposição a.
• “Senão” é empregado quando equivale a caso contrário.
• “Se não” equivale a “caso não”.
• Usa-se há quando equivaler ao verbo fazer.
• A forma a deve ser empregada quando for uma preposição, artigo definido ou 
pronome.
RESUMO DO TÓPICO 3
217
• A fim de (separado) indica uma finalidade.
• Afim (junto) significa semelhante.
• A expressão “acerca de” significa a respeito de.
• A expressão “há cerca de” indica um tempo já transcorrido.
218
AUTOATIVIDADE
1 Exercite o uso de ONDE ou AONDE, preenchendo as lacunas:
a)______ essas medidas do governo vão nos levar?
b) Não entendo______ele estava com a cabeça.
c) De______você está falando?
d) ______ querem chegar com essas atitudes?
e)______ se situa o Morumbi? 
f)______pensas que vais?
g) ______ nos levará tamanha discussão?
h) Até______vai sua rebeldia?
i) Não sei______me apresentar, nem a quem me dirigir. 
j)_______acaba o mar e começa o céu?
2 Exercite o uso de MAU ou MAL, preenchendo as lacunas:
a) A firma possuía um_____administrador.
b) Ficamos preocupados,______ouvimos a notícia.
c) O______está sempre à nossa volta.
d) Eu______compreendia o que estava acontecendo.
e)______ saímos de casa, quase fomos assaltados.
3 Utilize SE NÃO ou SENÃO para completar as lacunas a seguir:
a) Vá de uma vez,______você vai se atrasar.
b) Nada mais havia a fazer______conformar-se com a situação.
c) O presidente nada assinará______houver consenso.
d) Luta,______estás perdido.
e) Não era ouro nem prata,______ferro.
219
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. M. O discurso no romance. In: Questões de literatura e de estética
– a teoria do romance. São Paulo: Hucitec; EdUNESP, 1988.
BAITELLO JÚNIOR, Norval. Comunicação, mídia e cultura. São Paulo em 
Perspectiva, São Paulo, v. 12, n. 4, out./dez. 1998.
BERLO, David K. O processo da comunicação. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 
1991.
BONINI, Luci Mendes de Melo. Teoria da comunicação. Disponível em: <https://
www.slideshare.net/lucibonini/funes-da-libguagem-presentation>. Acesso em: 
14 ago. 2018.
BOWDITCH, James L.; BUONO, A. F. Elementos de comportamento 
organizacional. São Paulo: Pioneira, 1992.
CAMPOS MELLO, H. Instrumentos de comunicação oficial. São Paulo: Estrutura, 
1978.
CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção. 2. ed. rev. e ampl. São
Paulo: Moderna, 2001.
CASAGRANDE, Fernanda Couto Guimarães. Língua falada e língua escrita: uma 
proposta didática para as aulas de língua portuguesa. In: Seminário de Pesquisa 
em Ciências Humanas – SEPECH, XI, 2016, Londrina. Anais... Londrina: Editora 
da Universidade Estadual de Londrina. p. 724-736. Disponível em: <http://www.
uel.br/eventos/sepech/sumarios/temas/lingua_falada_e_lingua_escrita_uma_
proposta_didatica_para_as_aulas_de_lingua_portuguesa.pdf>. Acesso em: 12 
jun. 2018.
CHALHUB, Samira. Funções da linguagem. São Paulo: Ática, 1990. 
CONTENTE, Sérgio (Fundação IDEPAC). Técnicas administrativas. São Paulo: 
Fundação IDEPAC, 2009. Disponível em: http://www.cliqueapostilas.com.br/
administracao/tecnicas-administrativas. Acesso em: 17 out. 2018.
COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. 3. ed. rev. ampl. Belo 
Horizonte: Autêntica Editora, 2012.
DAD, Squarisi; SALVADOR, Arlete. A arte de escrever bem: um guia para 
jornalistas e profissionais do texto. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2007.
220
DEITOS, Fátima. Comunicação humana. São Paulo: Ícone, 2005.
DUARTE, Vânia. Memorando. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/
redacao/memorando.htm>. Acesso em: 17 out. 2018.
FARELLI, Eliane Calza. O uso do estrangeirismo como estratégia de persuasão no 
discurso publicitário: análise de três peças publicitárias. 2007. 101 f. Dissertação, 
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2001.
GERALDI, João Wanderley (Org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2001.
GOMES, V. D.; CARDOSO, I. C. D.; DIAS, S. A. V. O poder da comunicação 
informal. 2010. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/
marketing/comunicacao-formal-e-informal/47055/?desktop=true>. Acesso em: 6 
ago. 2018.
GRAÇA, Márcio da. Comunicação empresarial. São Paulo: UVB, 2004.
INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso prático de leitura e redação. São 
Paulo: Scipione, 1998.
JAKOBSON, Roman. Linguística e comunicação. Tradução: Izidoro Blikstein e 
José Paulo Paes. São Paulo: Editora Cultrix, 1976. Disponível em:https://moodle.
ufsc.br/pluginfile.php/1277893/mod_forum/attachment/309034/Jakobson%20
-%20Lingu%C3%ADstica%20e%20comunica%C3%A7%C3%A3o.pdf.Acesso em: 
17 out. 2018.
KOCH, Ingedore G. Villaça. Revista Estudos Linguísticos, Belo Horizonte, v. 16,
1, p. 201-213, jan./jun. 2008. 
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência
textual. São Paulo: Contexto, 2002.
KUNSCH, Margarida. Gestão integrada da comunicação organizacional e os 
desafios da sociedade contemporânea. Comunicação e Sociedade, São Bernardo 
do Campo, n. 32, 1999.
LIGHTMAN, Alan. Sonhos de Einstein. São Paulo: Companhia das Letras, 1977. 
LOPES, Wenderson. A linguagem e os processos de comunicação. Disponível 
em: <https://www.coladaweb.com/portugues/a-linguagem-e-os-processos-de-
comunicacao>. Acesso em: 17 out. 2018.
LUFT, Celso Pedro. Língua e liberdade. 8. ed. São Paulo: Ática, 2000. 
221
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, 
A.
P.; FERREIRA, N. V. C. O texto oficial: aspectos gerais e
interpretações. Uberaba: Faculdades Associadas de Uberaba; Universidade
Federal do Triângulo Mineiro, 2007.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 
São Paulo: Cortez, 2004.
_________. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P. et 
al.Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.
MARLEY, Amauri. Ruído, redundância, entropia e informação. Disponível em:
http://resumos.netsaber.com.br/resumo-72627/ruido--redundancia--entropia-e-
informacao. Acesso em: 17 out. 2018.
MARQUES DE MELO, José. Comunicação social: teoria e pesquisa. 4. ed. 
Petrópolis: Vozes, 1975.
MAYR, Ernst. O impacto de Darwin no pensamento moderno. Scientific
American, São Paulo: Duetto, n. 17, 2006. 
MEDEIROS, João B. Normas para a comunicação em língua portuguesa. São
Paulo: Atlas, 2009.
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
MESQUITA, Samira Nahid de. O enredo. São Paulo: Ática, 1986.
MICHAELIS – dicionário prático da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 
2008.
MOURA, Robson. Funções da linguagem. Disponível em: <https://www.
algosobre.com.br/gramatica/funcoes-da-linguagem.html>. Acesso em: 14 ago. 
2018.
NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de Usos do Português. 2. ed. São 
Paulo: Unesp, 2011.
NICOLA, José de. Língua, literatura e produção de textos. São Paulo: Scipione, 
2009. 
PARRY, John. Psicologia da comunicação humana. Tradução por Octavio 
Mendes Cajado. São Paulo: Cultrix, 1976.
222
PASSOS, Marcos Vinícius Ferreira. O gênero “meme” em propostas de produção 
de textos: implicações discursivas e multimodais. Anais do SIELP. v. 2, n. 1. 
Uberlândia: EDUFU, 2012. Disponível em: <http://www.ileel.ufu.br/anaisdosielp/
wp-content/uploads/2014/07/volume_2_artigo_204.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2018.
SILVA, T. T. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, T. T. 
(Org.). Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, 
RJ: Vozes, 2012.
PENTEADO, José Roberto Whitaker. A técnica da comunicaçãohumana. 13. ed.
São Paulo: Pioneira, 1977.
PIMENTA, Maria Alzira. Comunicação empresarial. 4. ed. São Paulo: Alínea, 
2004.
RIBEIRO, A.; GODOI, E.; SILVESTRIN, C. B. Comunicação, linguagem e 
comunicação organizacional. In: VIII Congresso Latino-americano de Ciências 
da Comunicação, São Leopoldo - RS. Unirevista. São Leopoldo: Unisinos, 2006. 
ROCHA, Ruth. Minidicionário. 10. ed. Rio de Janeiro: Scipione, 1997. 
RODRIGUEZ, Manuela M. Manual de modelos de cartas comerciais. 12. ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de 
gramática no 1° e 2° graus. 5. ed. São Paulo: Cortez, 1996.
RÜDIGER, Francisco. Introdução à teoria da comunicação: problemas, correntes 
e autores. São Paulo: Edicon, 1998.
SARAMAGO, José. A jangada de pedra. Porto Alegre: Companhia de Bolso, 2006. 
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. 4. ed. São Paulo: Cultrix, 
1972.
SILVA NETO, Serafim da. Introdução ao estudo da língua portuguesa no Brasil.
2. ed. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1963.
SMITH, Frank. Leitura significativa. Trad. Beatriz Affonso Neves. 3. ed. Porto 
Alegre: Artes Médicas Sul Ltda.,1998.
SOUZA BRASIL, João Pompeu. Fundamentos antropológicos da comunicação. 
In: SÁ, Adísia (Coord.). Fundamentos científicos da comunicação. Petrópolis: 
Vozes, 1973.
TATTERSALL, Ian. Como nos tornamos humanos. Scientific American, São
Paulo, n. 17, 2006. 
223
TERRA, Ernani. Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 1997.
TORQUATO, Gaudêncio. Cultura, poder, comunicação e imagem: fundamentos 
da nova empresa. São Paulo: Thomson Learning, 2003.
VENERANDO, Daniela. Imagem conta. Vida Executiva, São Paulo, n. 21, fev. 
2006.
VIANA, A. C.; CARDOSO, D. P.; MACHADO, S. M.; VALENÇA, A. Roteiro de 
redação: lendo e argumentando. São Paulo: Scipione, 1998.
VILARINHO, Sabrina. Funções da linguagem. Disponível em: <https://
brasilescola.uol.com.br/gramatica/funcoes-linguagem.htm>. Acesso em: 14 ago. 
2018.
224
225
ANOTAÇÕES
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

Mais conteúdos dessa disciplina