Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LESÕES ENDOPERIODONTAIS • Hipótese diagnóstica de necrose pulpar: alteração da cor da coroa, teste de vitalidade negativo e radiolucidez periapical (tem que ter 2 dos 3 indícios) • É uma infecção que envolve os tecidos pulpares e periodontais, podendo gerar alterações, tanto nos tecidos endodônticos como nos sistemas de sustentação do elemento dental • Há relações biológicas entre a polpa e o periodonto porque os dois tem a mesma origem (embrionária e formação concomitante) • Relação dinâmica: na fase raiz, novas estruturas se formam (bainha epitelial de Hertwig e diafragma epitelial). A bainha epitelial de Hertwig estimula a diferenciação da papila dentária em odontoblastos e o odontoblasto secreta dentina radicular. Conforme a dentina vai crescendo, ela rompe a bainha epitelial de Hertwig, formando os restos epiteliais de Malassez • Pra ter a formação do cisto, precisa ter estímulo dos restos epiteliais de Malassez • Quando a dentina entra em contato com o folículo dentário, ela o estimula a se diferenciar em cementoblastos, osteoblastos e fibroblastos. Todo o processo da fase de raiz ocorre quando o dente erupciona • Tem mesma origem embrionária, formação concomitante, memoria biológica similar e feixe vasculho-nervoso • Vias de comunicação: polpa e periodonto. Via de passagem (2 sentidos) para bactérias e/ou seus produtos tóxicos. Etiologia das lesões está comprovadamente relacionada com ação bacteriana e/ou produtos de seu metabolismo. Elas se comunicam pelos forames, canalículos, canais laterais • Vias de comunicação entre a polpa e periodonto: é uma via anatômica. Canais laterais e acessórios, foraminas apicais, canalículos dentinários e forame apical. O maior número de canais acessórios ocorre na porção apical da raiz • Vias patológicas de comunicação: sulcos congênitos, perfurações radiculares, fraturas e reabsorções RELAÇÕES PATOLOGICAS ENTRE A POLPA E O PERIODONTO • Lesão periodontal de origem pulpar: O tecido periodontal é bastante vulnerável as infecções pulpares. A resposta a essa agressão bacteriana e aos seus produtos tóxicos é a reabsorção. Em alguns casos, dependendo da duração ou agressividade, após feita a endodontia, a lesão periodontal regride. Inflamação/necrose pulpar que gera reação inflamatória aguda ou crônica do periodonto apical ou adjacente a canais laterais. As lesões pulpares podem ser, no máximo, fatores predisponentes, nunca agentes etiológicos da doença periodontal • O tecido periodontal é bastante vulnerável as infecções pulpares • Lesão pulpar de origem periodontal: progressão apical da doença periodontal (bolsas): destruição total de tecidos de sustentação dos dentes atingindo vias de comunicação entre polpa e periodonto. Colapso total da polpa: somente quando atingir forame apical ou canal secundário de grosso calibre. como uma infecção periodontal atinge a polpa ainda não está bem definida. Hipótese: a polpa é mais resistente aos efeitos colaterais da doença periodontal e responde a essas agressões com dentina reacional (calcificações pulpares e/ou atresia dos canais radiculares) • Pulpite retrógrada: Pulpite do ápice até a cervical • Efeito do tratamento endodôntico sobre o periodonto: substâncias utilizadas na terapia pulpar são irritantes aos tecidos periodontais. Dentes endodonticamente tratados não respondem tão bem ao tratamento periodontal como dentes vitais • Efeito do tratamento periodontal sobre a polpa: RAP e agentes químicos auxiliares para a regeneração periodontal: remoção do cemento/dentina expondo a polpa a microrganismos do meio bucal (permeabilidade dos túbulos dentinários). Ruptura de vasos e destruição do feixe vasculho-nervoso de canais laterais: diminuição do aporte sanguíneo (o2, defesa e nutrientes), causando hipersensibilidade dentaria • Microbiota da infecção periodontal: teoria da especificidade bacteriana. 300 a 400 bacterianas podem habitar a cavidade bucal humana. • Microbiota da infecção pulpar: mista e polimicrobiana, com predomínio de anaeróbios estritos. Mais de 100 espécies bacterianas foram isoladas em canais radiculares afetados • Patologia e localização: independente da origem, a doença endoperio é uma infecção única (microbiota do canal radicular é mais complexa e mais patogênica, se comparada a lesão puramente endodôntica). No canal radicular, há um predomínio maior de microrganismos anaeróbios estritos do que na bolsa periodontal, devido a diferença entre os dois nichos. No abcesso periodontal, a prevalência é de espiroquetas e poucos microrganismos coccus (no abcesso endodôntico é o contrário) CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES ENDOPERIODONTAIS • Lesão endodôntica primária: lesão pulpar com propagação do processo inflamatório/infeccioso para o periodonto. Características: presença de fistula, pouca ou nenhuma presença de placa bacteriana e/ou cálculo; presença de restaurações extensas e/ou invasão do espaço pulpar (capeamento, pulpotomia ou pulpectomia) e dor a percussão vertical. O tratamento é somente endodôntico e o prognóstico é excelente. SEM BOLSA • Lesão endodôntica primária com envolvimento periodontal secundário: o processo inflamatório/infecioso da LEP presente no periodonto cronifica, tornando-se uma doença periodontal verdadeira. Características: alteração pulpar de longa duração, presença de cálculo/placa bacteriana considerável, inflamação periodontal e radiograficamente apresenta defeitos angulares. O tratamento é combinado e o prognóstico depende do sucesso do tratamento. os agentes nocivos no sistema de canais radiculares resultam em inflamação nos tecidos periodontais. Quando uma lesão de origem endodôntica não é tratada, a doença poderá progredir, levando a destruição do osso alveolar periapical e à progressão para dentro da área interradicular, causando destruição dos tecidos moles e duros adjacentes. PROBLEMA PERIODONTAL POSTERIOR AO ENDODONTICO. Sempre se começa pelo endo (no mínimo até o hidróxido de cálcio) e ir motivando o paciente para melhor higienização • Lesão periodontal primária: lesão de origem periodontal onde a polpa permanece inalterada. Características: perda óssea generalizada, presença de cálculo/placa bacteriana, inflamação de tecidos moles, possível trauma oclusal, bolsas com bases amplas. O tratamento é puramente periodontal: motivação do paciente, RAP e controle da placa bacteriana. O prognóstico é bom • Lesão periodontal primária com envolvimento pulpar secundário: um acúmulo de placa na superfície externa da raiz leva a inflamação dos tecidos pulpares. A doença periodontal pode ter um efeito sobre a polpa através dos túbulos dentinários e/ou canais laterais. A lesão periodontal torna-se crônica, chegando ao forame apical ou a canais laterais e/ou acessórios mais amplos. Características: bolsas periodontais profundas (6 a 8mm), histórico de doença periodontal, alteração pulpar irreversível, exacerbação da dor e alterações radiográficas. O tratamento é associado e o prognóstico depende do seu sucesso • Lesão endoperio verdadeira combinada: presença de lesão periodontal e de lesão endodôntica que se desenvolvem de forma independente e se encontram em algum ponto da superfície radicular. Os dois processos se iniciam independentemente e, por último, se juntam nos tecidos perirradiculares circunjacentes. Características: origina-se da lesão endodôntica apical e bolsa periodontal progressiva, podendo ter natureza aguda ou crônica. O tratamento inicia-se pela terapia pulpar, seguida pela periodontal. O prognóstico depende da duração e agressividade das lesões. PODE SER SEM DOR ou um achado radiográfico DIAGNÓSTICO 1. Presença de dor: diferenciar dor endodôntica (pulpite, abcessos agudos e lesões crônicas e reagudizadas) e periodontais (abcesso periodontal).Dor da periodontite: caráter persistente, suave e moderada 2. Teste de vitalidade: respondeu? = lesão periodontal primária (LPP ou LPP com envolvimento endodôntico secundário). Não respondeu? = classificar 3. Presença de edema: endodôntico: abrange dente e mucosa. Periodontal: abrange também região alveolar e/ou palatal. Edema é incomum em lesão combinada devido a presença de fístula 4. Presença de fistula: endodôntica: fistula estreita e limitada a uma pequena porção do dente. Falsa bolsa periodontal. Também pode ocorrer pela mucosa ou pela gengiva. Periodontal: supuração mais abrangente, geralmente drena pela bolsa periodontal. Trajeto fistuloso: 1/3 apical X 1/3 médio e cervical 5. Exame radiográfico: fundamental para determinar presença de associações patológicas. Em relação a etiologia pode ser de pouca validade se não houver registros anteriores 6. Mobilidade dental: geralmente associada a uma lesão endoperio verdadeira ou combinada. Quando há mobilidade generalizada, está relacionada a doença periodontal 7. Sondagem periodontal: geralmente, nas faces proximais e vestibular as bolsas são mais evidentes e profundas 8. História clínica: causa endodôntica: fator etiológico = carie, restauração, trabalho protético, abrasão severa, trauma. Causa periodontal: presença de bolsas, placa bacteriana, gengivite, histórico de doença periodontal e presença de cálculo FATORES DO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL • Histórico clínico e radiográfico do paciente, localização dos sinais clínicos e radiográficos; mobilidade acentuada (sem justificativa clara); DP caraterística – bolsas (extensão, forma e localização da perda óssea); elementos de evidenciação de necrose ou vitalidade pulpar e presença de fístula (determinação da origem do trajeto fistuloso) TRATAMENTO • Alívio da dor e controle de inflamação e/ou infecção (analgésico); ajuste oclusais quando necessário e motivação do paciente; tratamento endodôntico; tratamento periodontal conservador e tratamento periodontal radical (raspagem em campo aberto) PROGNÓSTICO • O prognóstico depende ampla e diretamente do diagnóstico do tratamento instituído, porém, devido as dificuldades de se conseguir uma regeneração completa das estruturas periodontais, tem-se um prognostico mais favorável quando o comprometimento é só endodôntico LESÃO ENDODÔNTICA PRIMÁRIA - PULPITE Vitalidade Sim Bolsa Ausente Calor Sim Frio Sim Percussão Sim Dor Presente, espontânea ou provocada, podendo ser severa Cálculo Não Radiografia Pode apresentar região radiolúcida periapical Tratamento Somente endodôntico LESÃO ENDODÔNTICA PRIMÁRIA – POLPA NECRÓTICA Vitalidade Negativa Bolsa Ausente – trajeto fistuloso Calor Sim/Não Frio Não Percussão Sim Dor Indolor, duvidosa a severa Cálculo Não Radiografia Pode apresentar região radiolúcida periapical Tratamento Somente endodôntico LESÃO ENDODÔNTICA PRIMÁRIA COM ENVOLVIMENTO PERIODONTAL SECUNDÁRIO Vitalidade Negativa Bolsa Fístula Calor Não Frio Não Percussão Sim Dor Indolor, duvidosa a severa Cálculo Não Radiografia Radioluminescência periapical isolada do ápice ao sulco Tratamento Endodôntico com o mínimo de tratamento periodontal possível LESÃO PERIODONTAL PRIMÁRIA Vitalidade Sim Bolsa Significantes Calor Não Frio Sim Percussão Não Dor Não Cálculo Sim Radiografia Perda óssea da crista para o ápice Tratamento Somente periodontal LESÃO PERIODONTAL COMBINADA VERDADEIRA Vitalidade Negativa Bolsa Extensas, comunicando-se com a lesão endodôntica Calor Não Frio Não Percussão Sim Dor Ausente ou duvidosa ou severa Cálculo Sim Radiografia Perda óssea da crista ao ápice e do ápice à crista Tratamento Endodôntico e periodontal (nesta ordem)
Compartilhar