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CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR POLO CAMPO GRANDE – RIO DE JANEIRO GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS STÉFANE DANTAS ATIVIDADE DISCURSIVA UNIDADE 1 HISTÓRIA DA ARTE CAMPO GRANDE – RJ JUNHO 2022 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE: Ao longo da Unidade 1, vimos que a arte no Egito Antigo estava fortemente ligada à religião e servia como forma de comunicação do pensamento e da cultura nos diferentes períodos do império, além de contribuir para a preservação das crenças e desígnios. A arte, nesse período, estava disposta em papiros, paredes de templos, palácios e túmulos, bem como obras arquitetônicas e objetos fabricados de diferentes materiais. A produção artística era financiada pela teocracia e pela nobreza, as classes dominantes no Egito Antigo. As cores utilizadas transmitiam simbolismos e estavam associadas a figuras específicas. Pela dimensão das composições em templos e túmulos, as representações artísticas somente podiam ser realizadas por equipes de artesãos, que formavam verdadeiras linhas de produção. Referência ANDE, Edna. LEMOS, Sueli. Egito. Arte na idade antiga. São Paulo: Callis, 2011. Disponível em Biblioteca Virtual Universitária. Com base no texto, aponte outro período da história no qual a produção artística esteve diretamente ligada à religião. Indique os traços religiosos do período e ao menos uma obra de grande destaque. Mencione ainda as contribuições desse período para o desenvolvimento da arte. IDADE MÉDIA Os períodos da história foram divididos em quatro partes, são eles: Antiga, Média, Moderna e Contemporânea. A nomenclatura “Idade Média” não foi criada por quem viveu nesse período, mas sim pelas pessoas que vieram em seguida – os renascentistas – que tinham uma visão negativa sobre essa época, e que julgavam ter sido um tempo de retrocesso e interrupção do progresso da humanidade. Por conta dessa imagem que eles tinham, esse período também passa a ser chamado de “Idade das Trevas”. A Idade Média se estendeu por um longo tempo na história, começando no século V e indo até o século XV. Teve por início a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e seu fim foi marcado pela tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453. Geralmente quando se fala sobre a Idade Média, a Europa sempre será associada direta ou indiretamente. Os principais acontecimentos dessa época foram: o processo de ruralização que a Europa viveu entre os séculos V e X; o fortalecimento e a grande influência da Igreja Católica; a estruturação do sistema feudal, não só no campo econômico, mas também no político e social. A Idade Média foi dividida pelos historiadores em duas grandes fases: • Alta Idade Média: século V ao século X Durante a Alta Idade Média, a Europa passa por transformações por conta da desagregação do Império Romano, e por isso se torna um tempo de instabilidade e insegurança generalizada; o feudalismo estava em formação. • Baixa Idade Média: século XI ao século XV A Baixa Idade Média foi o tempo em que o feudalismo estava no auge, e a Europa começa a sofrer modificações originadas pelo renascimento urbano e comercial. A decadência dessa fase levou ao aparecimento de novas formas de organização política e social, que marcava o fim do medievo. Com novas técnicas agrícolas que permitiriam o aumento na produção de alimentos houve também um aumento populacional e do comércio, consequentemente, da circulação de moeda. A partir do século XI, o renascimento urbano e comercial abre caminho para a crise do século XIV, que determina o fim da Idade Média. ARTE MEDIEVAL A Arte na Idade Média está diretamente associada à religiosidade, visto que nesse período a Igreja exercia grande poder e influência sobre a sociedade, supervisionando e filtrando todas as produções científicas e culturais. O Teocentrismo (Deus como centro do mundo) foi a principal característica da cultura medieval, com isso, suas pinturas, esculturas, literaturas e construções (templos, igrejas, mosteiros e palácios) tinham como principal tema a religião. O princípio introduzido nesta cultura, foi a valorização do divino e do sobrenatural. As pinturas ilustravam manuscritos e histórias bíblicas, já as esculturas eram feitas para decorar o interior dos templos. Somente os membros da Igreja e alguns nobres sabiam ler, assim, a arte servia para educar as pessoas, ensinar a liturgia e ilustrar passagens bíblicas. Ela também tinha o papel de aproximar as pessoas da religiosidade. Os autores não costumavam assinar suas obras, pois havia um pensamento que pregava que o próprio Deus era o verdadeiro autor e que, expressava suas ideias e vontades através dos seres humanos. Na Idade Média predominou-se dois importantes movimentos artísticos: • Arte Românica Estava associado à cultura romana e se desenvolveu na Alta Idade Média. Teve origem na França e depois se espalhou pela Espanha, Inglaterra, Flandres, Alemanha, Itália até as outras regiões. Simbolizou a crescente riqueza das cidades europeias e o poder dos mosteiros. Na arquitetura tinham arcos arredondados, paredes baixas e grossas, colunas grossas, janelas pequenas e os espaços eram pouco iluminados. Uma outra característica está ligada ao grande avanço construtivo da arquitetura românica que eram as coberturas em abóbadas, que apesar de ser um motivo estilístico era também um avanço da arquitetura ocidental. Algumas plantas arquitetônicas tinham formato de cruz. As construções eram feitas de pedras, tijolos e o teto de madeira, seu objetivo era a defesa pois tinham que ser fortes e resistentes para abrigar os fiéis. Por meio de esculturas, vitrais e pinturas, o estilo românico da arte medieval abrangeu temas sobre a vida de Jesus Cristo, de santos, passagens da Bíblia, bem como outros temas do cristianismo. A pintura não se destacou tanto quanto a arquitetura, seus principais trabalhos eram feitos em murais, iluminuras, tapeçarias e nas paredes dos templos. Elas decoravam as paredes e altares da Igreja instruindo os fiéis na palavra de Deus. As figuras de Jesus e Maria eram representadas maiores do que outros, lembrando o estilo egípcio. As características da pintura românica foram a deformação e o colorismo. A falta de rigor anatômico nas figuras, representadas com proporções disformes e deformadas com tendência para a geometrização dos corpos, as posições demasiado desarticuladas. As cores eram aplicadas a cheio, ou seja, planas e sem sombreados ou outros efeitos. Os cenários abstratos e sem grande importância e cuidado, normalmente eram lisos ou inexistentes. As composições eram geometricamente complexas e desorganizadas. A primeira pintura acima é datada de 1123 e seu autor é conhecido como o Mestre de Taull, já que as pinturas nesta época não estavam assinadas. Representa a Cristo em majestade (Pantocrátor), rodeado pelos quatro evangelistas e seus símbolos: São Lucas (touro), São Marcos (leão), São João (águia) e São Mateus (anjo). No conjunto são conhecidos como os Tetramorfos. Cristo segura um livro aberto com uma inscrição latina, que significa: “Eu sou a luz do mundo”. As letras gregas alfa e ômega, transmitem a ideia de Deus como a origem e o fim de todas as coisas. A pintura combina a temática do Juízo Final, segundo a concepção de visões bíblicas, como o Apocalipse, o Livro de Isaías e Ezequiel. As esculturas eram feitas de metais, marfim e pedras esculpindo imagens para a decoração da parte de dentro do templo. Geralmente, as esculturas em madeira eram policromadas e situavam-se no altar. Sua finalidade não era apenas decorativa ou narrativa, mas servia para comover o fiel com uma imagem concreta da divindade. As figuras representadas eram tratadas de forma pouco natural, sem proporçãoentre as distintas partes do corpo e as composições eram rígidas e solenes. A Virgem Maria é uma das figuras mais representadas nas esculturas de madeira do românico Espanhol. Aparece sempre acompanhada pelo Menino Jesus, sentada no trono da sabedoria, geralmente com os braços junto ao corpo e segurando o Menino Jesus no colo, sempre em posição frontal. Uma das formas como Deus era representado na escultura românica era conhecida como “Dextera Domini”, a mão direita de Deus Pai em posição de bendição. Constitui o símbolo do poder divino, que demonstra sua autoridade. Dextera Domini, Igreja de San Pau del Camp, Barcelona. • Arte Gótica Foi uma expressão artística da Baixa Idade Média (século XII) que frutificou até o renascimento. A arte gótica revelou maior leveza e abertura e representou, nas grandes e altas arquiteturas, o poder divino e a redenção humana. Em síntese, teve grande desenvolvimento na França, por conta da riqueza do país. Nessa época a universidade de Paris era o centro intelectual do mundo ocidental. Assim, a França teve grande representação do estilo gótico em suas catedrais. Se compararmos a arquitetura desses dois períodos, notaremos que na arte gótica, as construções não possuíam paredes tão grossas. Além disso, as entradas (seja das igrejas ou dos mosteiros) já incluíam mais aberturas, desde janelas e portas. As janelas da arte românica eram muito estreitas, enquanto na arte gótica as janelas já são maiores e em maior número, permitindo assim, a entrada da luz. O estilo gótico apresentou uma arquitetura com edifícios mais altos e menos extensos. Com o uso de pilares, a construção de paredes grossas com janelas estreitas foi dispensada, dando lugar à construção de paredes com grandes áreas de vitrais coloridos. Os vitrais feitos de vidros e repleto de cores, serviam de entrada de luz e, em sua maioria, representavam temas religiosos. A arquitetura das igrejas, dos castelos, das catedrais e dos mosteiros seguiam um mesmo padrão. Todas eram construídas em formato vertical, com paredes finas, aspecto leve, e com um grande número de janelas, torres em formato de pirâmide, arcos de volta-quebrada e ogivas. As construções elevadas e a verticalidade se tornaram as principais características do estilo gótico, revelando a força da religiosidade, pois a ideia era a de que quanto mais alto estivessem, mais estariam perto de Deus. Na pintura gótica, a arte medieval começou a ganhar novas características que anunciavam o renascimento. O realismo estava presente nas representações dos seres, porém, ainda não se conseguia realizar de forma plena a ilusão da profundidade do espaço. Os personagens escolhidos para figurarem nas peças frequentemente olhavam para o céu e estavam sempre muito vestidos. Em relação às cores utilizadas, havia uma preferência pelos tons claros. Alguns tons ficaram estigmatizados: o azul era sempre dedicado a mãe de Jesus e o marrom a São João Batista. Esse gênero de pintura apresentou uma evolução importante ao passar a ilustrar não apenas cenas bíblicas, de modo frio, mas também a retratar a vida da burguesia e transmitir alguma emoção. A escultura gótica também expressa o desejo de verticalidade. Esboça o naturalismo capaz de atribuir movimento e vida às esculturas, as quais são quase sempre, um complemento à arquitetura. As Catedrais Góticas são consideradas verdadeiras “Bíblias feitas de Pedra”, uma referência à grande presença dos personagens religiosos do livro sagrado e dos episódios mais significativos da vida de Cristo, da Virgem Maria e dos santos e apóstolos nas esculturas que decoram os templos. As chamadas Estátuas-Colunas, esculpidas no mesmo bloco de pedra formadas pelas colunas, constituem um diferencial das portas góticas francesas, posteriormente adotadas em muitos países. As pequenas esculturas feitas de madeira também adquirem uma expressividade que as diferenciam do estilo românico. A Virgem Maria, por exemplo, que normalmente aparecia esculpida com o Menino Jesus no colo, se torna mais feminina, maternal e emotiva, refletindo e trocando sentimentos com o filho. Por fim, vemos que a religião influenciou diretamente todo esse período, e foi muito importante para a realização dessas grandes obras históricas, principalmente das arquitetônicas, que permanecem até os dias de hoje e são esplendorosas. Vimos também que o principal papel da arte era o de pregar os ensinamentos da Bíblia, pois, eram um povo humilde e muitos não sabiam ler, assim, aprendendo com as imagens das pinturas e esculturas feitas pelos artistas a mando da Igreja Católica. Para que o medo de morrer e não ir para o paraíso, fizessem com que os homens não perdessem sua fé e se mantivessem alinhados ao cristianismo, sendo obedientes a Igreja e aos nobres. No fim da Idade Média a arte se desenvolveu e os pintores já faziam obras mais realistas, trazendo expressão e sentimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDE, Edna. LEMOS, Sueli. Egito. Arte na idade antiga. São Paulo: Callis, 2011. https://conhecimentocientifico.com/arte-medieval/ https://www.culturagenial.com/arte-medieval/ https://conhecimentocientifico.com/arte-medieval/ https://www.culturagenial.com/arte-medieval/
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