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Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre SP 1.2: Eu hein...nem pensar! 01: Descrever a epidemiologia, fisiopatologia,diagnóstico, tratamento, fatores de risco, prevenção, quadro clínico, estadiamento, escala de Gleasor e evolução do Câncer de Próstata. PRÓSTATA A próstata é uma em glândula em formato piramidal, fibromuscular que envolve a parte prostática da uretra. A próstata normal de um adulto é um órgão de consistência ferroelástica com peso aproximadamente de 20g. Localiza-se inferiormente a bexiga, sendo atravessada pela primeira porção da uretra, limitada anteriormente pela sínfise pública e posteriormente pelo reto. Podemos dividir a próstata em 3 regiões anátomo-histologicas: 1. Zona de transição: situa-se em torno da uretra, “abraçando-a”, abrange 5% do volume da próstata normal. E é nessa zona que se origina a HPB. 2. ZONA CENTRAL: POSSUI forma piramidal, tem seu ápice na extremidade distal da uretra prostática e sua base sob colo vesical, possui glândulas curtas. É atravessada pelos ductos ejaculadores e abrange 20% do tecido prostático. 3. Zona periférica: situada póstero- lateralmente, representa a porção mais volumosa da próstata normal e contém cerca de 75% de tecido glandular. Nesta zona, origina-se a maior parte dos adenocarcinomas de próstata. As regiões central e periférica são separadas por uma fina camada de tecido fibroelastico que é a capsula cirúrgica. As glândulas prostáticas são constituídas de ácinos e ductos excretores revestidos por células cubicas ou cilíndricas altas. Os núcleos dessas células são basais e o citoplasma mostra, à imuno hitoquimica, forte positividade para o antígeno especifico da próstata (PSA). Admite-se que as células basais da próstata atuem apenas como células de reserva e diferenciando-se em células epiteliais secretoras. Próximo a uretra prostática, o epitélio de revestimento dos ductos excretores é do tipo urotelial. O estroma prostático é constituído de tecido fibroso e muscular liso, com Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre quantidade variáveis de fibras elásticas. O estroma tem função na regulação da proliferação e diferenciação do epitélio glandular por meio da produção e liberação de diferentes polipeptídios, como fatores de crescimento. A próstata secreta um liquido leitoso e ligeiramente ácido, que vai conter as seguintes substancias: 1. Ácido cítrico, que é usado pelos espermatozoides para a produção de ATP; 2. Várias enzimas proteolíticas, como o antígeno prostático especifico (PSA), pepsinogênio, amilase e hialuronidase, que quebrar as proteínas de coagulação das glândulas seminais. 3. Plasmina seminal do liquido prostático é um antibiótico que pode destruir bactérias. As secreções da próstata entram na parte prostática da uretra por meio de diversos canais prostáticos. As secreções prostáticas constituem aproximadamente 25% do volume do sêmen e contribuem para a motilidade e viabilidade dos espermatozoides. EPIDEMIOLOGIA O câncer de próstata é a segunda neoplasia maligna mais comum no sexo masculino tanto nos EUA, quando no Brasil. Estima-se que ¾ dos casos ocorra em pacientes com mais de 65 anos, o que faz dessa doença ser típica da terceira idade. Nos últimos anos, a incidência do Ca. De Próstata vem aumentando no Brasil, em parte pelo envelhecimento da população, mas também pela maior utilização dos métodos de rastreio diagnostico, bem como a melhoria dos serviços de informação. FATORES DE RISCO Idade A idade é o principal fator de risco para o CA de próstata. Uma serie de autopsias demonstraram que em torno dos 60 anos, 20% dos homens possui tecido neoplásico maligno em suas próstatas. Por volta dos 80 anos, esse tecido maligno está em torno de 70%. Hereditariedade Todo homem nasce com potencial para câncer de próstata, pois todos carregam em seu código genético os proto-oncogenes, que pode sofrer uma mutação tornando-se um oncogene. O câncer de próstata surge porque as múltiplas divisões celulares que vao ocorrendo com o passar dos anos acompanha uma discreta fragmentação dos cromossomos, com perdas de genes supressores e de ativação de oncogenes, relacionados com a inflamação ou com proliferação celular. Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre RAÇA Pacientes negros possuem média 30% mais chance de desenvolver a doença do que brancos. As principais hipóteses para explicar esse fenômeno são: Os negros teriam níveis relativamente mais altos de testosterona, um hormônio que estimula o tecido prostático. Além disso, não apenas os fatores genéticos relacionados a raça, mas também o menor acesso aos cuidados de saúde pela população negra. DIETA Sabemos que um elevado consumo de gorduras e carne vermelha aumenta não só o risco de CA de Próstata, mas também de outros cânceres e doenças crônicas. Um dos fatores protetores que reduz a chance do câncer de próstata é o licopeno, um retinoide em frutos vermelhos como o tomate. PAPEL DA TESTOSTERONA A regressão da neoplasia após a supressão dos níveis séricos de andrógenos e a absorção experimental de que ratos tratados cronicamente com testosterona desenvolvem adenocarcinoma da próstata fizeram com que se postulasse uma associação entre câncer da próstata e esses hormônios. PATOLOGIA O câncer de próstata nasce próximo a um tipo especial de lesão tecidual chamado de Atrofia Inflamatório Proliferativo ou também da Neoplasia Intraepitelial Prostática (NIP) cujas células costumam apresentar várias alterações genéticas presentes no câncer invasivo. A neoplasia intraepitelial prostática (NIP) constitui-se de lesões atípicas do epitélio de revestimento de ductos e acenos que apresentam um maior risco de evoluir pra adenocarcinoma histológico ou clínico. Ela é caracterizada por células atípicas, irregularmente dispostas, com núcleos volumosos e nucléolos evidentes. No entanto, é importante ressaltar que as células basais estão presentes, o que exclui o diagnóstico do adenocarcinoma invasivo. A evolução para um CAP é um processo lento com muitas etapas sucessivas de transformação genética. Uma das alterações mais precocemente identificadas é a hipermetilação do gene GSTP1 responsável pela decodificação intracelular de uma série de carcinógenos (produzidos pelo estresse oxidativo). A perda de função desse gene torna a célula mais susceptível as influencias carcinogênicas do meio ambiente, que se somam para originar o fenótipo maligno. Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre QUADRO CLÍNICO Como o tumor se origina na periferia da glândula, indivíduos com doença localizada (intraprostática) são habitualmente assintomáticos. A presença de sintomas sugere doença localmente avançada ou metastática. A invasão da uretra ou do colo vesical resulta em sintomas urinários obstrutivos (diminuição da força do jato, hesitação em urinar e micção intermitente com gotejamento pós miccional). A hematúria geralmente denota invasão do trigo no vesical pelo tumor. Com a progressão local e obstrução dos ductos ejaculatórios, podem ocorrer hematoespermia e diminuição do volume ejaculado. A impotência é uma complicação rara. As vezes o paciente se apresenta com lombalgia, decorrente d e metástases ósseas, na ausência de sintomas urinários. Pode haver ainda anemiapor ocupação medular e edema de membros inferiores por envolvimento dos linfonodos pélvicos e compressão das veias ilíacas. SCREENING E RASTREIO O rastreio para câncer de próstata na população assintomática é um dos assuntos mais controversos na medicina atual, apesar de efetivamente permitir um diagnóstico da doença em estágios mais precoces. Até 2009, dois grandes estudos estavam sendo feitos a respeito desse assunto. E o que se concluiu foi que o rastreio realmente parece reduzir a mortalidade do CA de próstata, por em essa redução é muito discreta e ainda não há consenso se este pequeno benefício suplantaria os riscos de um tratamento agressivo na maioria dos pacientes. O grande problema é que não existe maneiras de se determinar quais tumores evoluirão de forma agressiva e quais permaneceram latentes e clinicamente insignificantes por longos períodos até mesmo para o resto da vida. Para piorar essa situação, muitos autores acreditam que o diagnóstico precoce, não consiga definir o desfecho dos tumores, devido à baixa sensibilidade dos métodos empregados, como o Toque retal e o PSA. Em alguns casos é possível que a disseminação de micro metástases ocorra antes do surgimento de alterações no P SA ou TR, de modo que a doença se torne incurável antes mesmo da possibilidade de diagnóstico. Dessa forma, o INCA e a Associação médica Brasileira não recomendam a realização rotineira do rastreio. Afirma-se que todo paciente que busque o médico desejando ser submetido ao rastreio deve ser informado sobre os riscos e benefícios dessa pratica. Quem deve ser submetido ao rastreio de CA de próstata? HOMENS > 50 anos sem história familiar ou grupo de risco; HOMENS > 45 anos com história familiar e sendo grupo de risco; Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre DIAGNÓSTICO 1. TOQUE RETAL Tipicamente, o Ca de próstata produz uma consistência aumentada no parênquima. Portanto, qualquer região nodular ou endurecida deve ser considerada suspeita (toque retal positivo) , ainda que tais achados não garantam 100% de certeza, pois existem causas benignas de nódulos prostático endurecido como: cálculos, prostatite, infarto prostático. Todavia, é importante ter em mente que cerca de 50% dos nódulos pros táticos palpáveis ao toque retal são malignos. Por esse motivo, a biopsia é recomendada sempre que o toque dor positivo, independente dos níveis de PSA. 2. PSA (ANTÍGENO PROSTATICO ESPECIFICO) É uma glicoproteína produzida exclusivamente pelo parênquima pros tático e tem a função de liquefazer o coagulo seminal. O PSA é usado tanto como uma ferramenta diagnóstica (rastreamento) quanto como um meio de estratificar o risco de CaPs conhecidos. Fisiologicamente, circula em baixos níveis no sangue, com meia vida de 2-3 dias. Os limites da normalidade variam em função da faixa etária, e a tendência natural é o aumento dos níveis séricos ao longo da vida. É importante perceber que o PSA s e trata de um marcador prós tata- especifico e não câncer-especifico, logo espera-se que o PSA aumente no CaP, mas também em condições não malignas onde o volume glandular se modifica ( ex. HPB) ou ocorre alterações na arquitetura tecidual com ruptura da barreira de permeabilidade (ex.PROSTATITE) O PSA circula de duas formas: livre e complexada a carreadores. A soma do PSA livre com o PSA -ACT representa o PSA total. Um PSA "normal" tem sido definido tradicionalmente como < 4 ng/ml. É valido ressaltar que nas patologias prostáticas benignas, o PSA costuma se elevar para uma faixa entre 4 - 10ng/ml. Níveis> 10ng/ml são proporcionalmente mais específicos para câncer, e quando muito aumentados (>50NG/ML) tem grande valor positivo para a existência de metástases. Velocidade de ascensão do PSA: em pacientes com CaP, os níveis de PSA tendem a subi r entre 5 0 e 100% ao ano. Quando essa velocidade é superior a 200% ao ano, é provável que a doença de base seja uma prostatite e não neoplasia local. Ajuste por idade: De forma geral, o PSA tende a aumentar com a idade. Sab emos que grande parte do PSA produzido em pacientes mais idosos provavelmente é oriunda do tecido prostático hiperplasia do (HPB). Por isso, aumenta-se o limite do valor normal em função da faixa etária. OBS: A fosfatase acida também pode ser usada com o marcador tumoral do câncer de próstata. Alguns tumores pouco diferenciados (altamente agressivos) são positivos para a fosfatase acida e negativos para PSA. 3.ULTRASSONOGRAFIA TRANS RETAL COM BIOPSIA A biopsia pros tática guiada pela ultrassonografia trans retal é o exame de Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre escolha para a confirmação do câncer de próstata. Atualmente, recomenda-se uma técnica de coleta de 12 fragmentos, englobando a prós tata inteira, além das coletas adicionais em áreas suspeitas; A biopsia trans retal associa-se a maior incidência de complicações sépticas, que surgem na forma de infecção urinaria. Por isso, para reduzir esse risco, antes do procedimento o paciente deve ser preparado com clister retal e receber antibioticoprofilaxia contra Gram- negativos e aeróbios (ex. metronidazol ou clindamicina em associação com o ciprofloxacino). TRATAMENTO Vários são os métodos disponíveis para tratar o câncer de próstata, e a opção por um tipo especifico de terapia deve levar em consideração as comorbidades do paciente, sua expectativa de vida, suas preferencias e a possibilidade ou não de cura (após estimativa do prognostico em f unção do estadiamento, escore de Gleason e nível de PSA pré- tratamento). Cada método possui vantagens e desvantagens podendo fornecer relações “risco x benefícios ” diferentes para cada paciente. Nos tumores bem diferenciados, restritos à glândula prostática, podemos escolher entre duas condutas: a) Expectante: principalmente para pacientes com expectativa de vida inferior a 10 anos , níveis de PSA baixos e baixo grau histológico Gleason 2 a 4). Nestes casos , o seguimento é feito através de dosagens seriadas de PSA e toque retal a cada 6 meses, considerando a realização de nova biopsia trans retal a c ada avaliação. Na progressão da doença ou surgimento de sintomas, o tratamento pode vim a ser instituído. b) Terapêutica: pacientes jovens com expectativa de vida > 10 anos deve ser tratados com uma das modalidades: 1. PROSTECTOMIA RADICAL A postectomia radical retro púbica é a cirurgia mais frequentemente realizada. Também pode ser feita por vídeo laparoscopia(recuperação pós operatória mais rápida). Remove-se a próstata, vesículas seminais e os gânglios, ressecando no mínimo a cadeia obturadora. Espera-se que o PSA se negative dentro das primeiras 4 semanas de pós-operatório. A cura é bastante provável caso o paciente fique livre da doença (PSA indetectável por mais de 5 anos). Aumentos progressivos do PSA em três medidas consecutivasindicam recidiva local (no leito prostático) ou metástase à distância. A complicação mais comum é a disfunção erétil, seguida pela incontinência urinaria. 2. RADIOTERAPIA A radioterapia deve ser preferida em pacientes de alto risco cirúrgico. Existem duas modalidades: radioterapia externa e braquiterapia (implante de sementes radioativas dentro da prós tata pela via perineal, sem necessidade de cirurgia). A braquiterapia pode ser indicada em casos claramente precoces, com P SA <10ng/ml, peso glandular estimado menor que 40g e Gleason < 6. Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre 3. CRIOTERAPIA Técnica que consiste na inserção trans perineal de uma agulha, capaz de induzir a congelação dos tecidos ao redor. Com isso se consegue destruir o tecido neoplásico. 4. TERAPIA HORMONAL É importante salientar, que dentro do tumor, existem células andrógeno- sensível e andrógeno-resistente, e a resposta ao bloqueio hormonal, portanto, não dura indefinidamente, pois ocorre uma seleção natural dessas células que crescem sem precisar de testosterona. O padrão ouro é a orquiectómia bilateral (castração cirúrgica), mas muitos pacientes se recusam a receber este tratamento. Por isso, utiliza-se um arsenal farmacológico que pode substituir a retirada dos testículos. Alguma s drogas agem pela redução dos níveis séricos de testosterona, enquanto outros bloqueiam diretamente a ação da testosterona na célula tumoral. Hoje o método mais indicado é o agonista do GnRH. Os antiandrogênicos periféricos representam a opção terapêutica com menor resultado, porém, estão indicados em pacientes que desejam manter a atividade sexual, pois acaba mantendo os níveis séricos de testosterona. Uma das principais complicações do bloqueio hormonal é a síndrome da de privação androgênica. Essa síndrome possui semelhanças com o climatério nas mulheres, é caracterizada por ondas de calor, perda de massa óssea, perda de massa muscular, anemia, impotência sexual. 5. QUIMIOTERAPIA O CA de próstata é pouco responsivo a QT, e a toxicidade dos esquemas propostos ainda é muito grande. Seu emprego é reservado para casos hormônios resistentes. Pacientes nesse estágio é indicada a radioterapia externa, devido aos tumores serem mais volumosos. Outra modalidade também indicada nestes casos (em associação com a RT ou PR) é a terapia hormonal. No tratamento da doença avançada nos baseamos nas estratégias de castração química (terapia hormonal) ou cirúrgica (orquiectomia), a fim de remover o efeito trófico da testosterona. Isso permite uma importante melhora sintomática (obstrução, dor óssea, anemia). Quando as metástases podem ser identificadas , a terapia hormonal permanece como grande pilar do tratamento. ESTADIAMENTO Após confirmação histopatológica do adenocarcinoma prostático (biopsia), seu estadiamento deve ser feito para predizer o prognostico e direcionar a terapia. O estadiamento clinico é realizado por dados do toque retal , PSA, biopsia e exames de imagem. Nos pacientes com indicação cirúrgica, o estadiamento é complementado pela inspeção pélvica e biopsia dos linfonodos (estadiamento patológico). Cada câncer possui um estadiamento TNM próprio, composto por T (tumor), N (linfonodos), e M (metástase à distância). No CA de próstata e em Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre alguns outros, ainda existe a letra G que de termina o grau de diferenciação histológica. ESCALA DE GLEASON Escore de Gleason é uma pontuação dada a um câncer de próstata baseado em sua aparência microscópica. O escore de Gleason é importante porque escores maiores estão associados a piores prognósticos, já que são dados a canceres mais agressivos. Para determinar o escore de Gleason, uma peça de tecido prostático deve ser obtida por meio de biopsia. Os patologistas classificam o câncer d e prós tata usando números de 1 a 5 baseados no quanto as células cancerígenas se parecem com o tecido prostático normal sob o microscópio. Isto é denominado pontuação de Gleason. Os graus 1 e 2 não são frequentemente utilizados para biopsia, a maioria das amostras de biopsia são grau 3 ou superior. O câncer de próstata, muitas vezes, tem áreas d e diferentes graus, um grau é atribuído para as duas áreas que compõe a maior par te do câncer. Estes 2 graus são somados para produzir a pontuação de Gleason. O primeiro número atribuído é o grau que é mais comum no tumor. Por exemplo, se a classificação de Gleason é 3 + 4 =7, significa que a maior parte do tumor é grau 3, seguida por uma porção grau 4 e a somatória tem como resultado 7. O mais alto grau para a pontuação gleason é 10. 02: Estudar as políticas públicas e o rastreamento desenvolvidas na UBS para o Câncer de Próstata. O movimento Novembro Azul teve origem em 2003, na Austrália, com o objetivo de chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças que atingem a população masculina. No Brasil, a OMS colocou-se favorável à abordagem integral da saúde dos homens. Recentemente, o Ministério lançou, com apoio técnico do INCA, a página Câncer de próstata; A cartilha incentiva a conversa com o profissional de saúde. Além disso, o Instituto também produziu o vídeo Saúde do homem – um alerta e ao mesmo tempo um convite para que o homem se cuide. Em 2015, o MS e o INCA editaram nota técnica na qual sugerem, entre outras coisas, a capacitação dos profissionais da atenção básica par a que esclareçam os homens sobre os sintomas do câncer de próstata; a promoção da qualificação dos agentes comunitários e das equipes de saúde da família para que também possam orientar a população; a implementação de estratégias educacionais, de comunicação e de divulgação de medidas preventivas, promoção e atenção à saúde masculina; e a instauração de políticas nacionais voltadas para a saúde do homem e da pessoa idosa. Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre BIOPSICOSSOCIAL Os pacientes acometidos pelo procedimento tendem a apresentar sintomas depressivos e medos relacionados à morte e isolamento. Os efeitos causados pelo procedimento cirúrgico são devastadores, pois agridem a integridade emocional e social do sujeito, visto que além da disfunção sexual, a incontinência urinária é um dos principais efeitos colaterais da prostatectomia radical e inibe a permanência do homem no convívio em sociedade habitual. Diante dessa realidade, o papel do psicólogo é considerado fundamental no período pré-cirurgia, desmistificando crenças limitantes e esclarecendo dúvidas do paciente, e principalmente no período pós -cirúrgico para uma reabilitação de uma rotina saudável, bem como para possibilitar o manejo adequado de situações de ordem física e emocional, caracterizadas pela psicoeducação e auto percepção corporal. 03: Abordar os diagnósticosdiferenciais para Câncer de Próstata (HPB e Prostatite) diferenças clinicas e laboratoriais. A hiperplasia prostática benigna é definida pela proliferação (hiperplasia) de células do epitélio e estroma prostático. Esse processo geralmente provoca um aumento do volume da glândula associado a uma história clínica de sinais e sintomas obstrutivos/irritativos, cuja origem pode ser atribuída a nenhuma outra causa, como prostatite ou câncer. O processo de HPB instala-se inicialmente na zona de transição, em torno d a uretra. Neste local, surge uma proliferação de nódulos formados por tecido glandular e em seguida nódulos comporto por estroma fibromuscular. A HPB geralmente t em início por volta dos 30 anos, sendo que, quando o homem atinge seus 80 anos, a maioria deles apresenta HPB. A maioria dos indivíduos com esse diagnostico tem próstatas com mais de 20g, quando avaliadas pela USG, e fluxo urinário máximo inferior a 15ml/s . Idade avançada e presença de androgênios são os principais determinantes do surgimento de HPB, mas o aparecimento de manifestações clinicas de HPB antes dos 65 anos de idade em um parente de primeiro grau também é fator de risco. Atualmente, acredita-se que o desenvolvimento da HPB resulte da ação de vários mecanismos interativos, nos quais se destacam a testosterona, a diidroxitestosterona (DHT) e alguns fatores de crescimento tecidual. A DHT além de atuar diretamente nestas células, representa um potente estimulador das células do estroma prostático, levando-as a secretar fatores de crescimento, que através do mecanismo par acrino, modulam também o crescimento das células epiteliais. As manifestações mais comuns estão relacionadas com a obstrução do trato urinário inferior, frequentemente na forma de dificuldade de iniciar o fluxo de urina e com a interrupção Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre intermitente do flux o urinário durante a micção. Esses sintomas são geralmente acompanhados por urgência e frequência urinaria, e nicturia, indicadores de irritação da bexiga. A presença de urina residual na bexiga causada por obstrução crônica aumenta o risco de infecções do trato urinário. O diagnóstico de HPB deve ser f eito de acordo com uma boa história clínica, toque retal, exame de urina e uma dosagem plasmática das escorias nitrogenadas (ureia e creatinina) e do PSA. A história clinica é útil para afastar outras etiologias. A presença de febre caracteriza a prostatite infecciosa por exemplo. A HPB no TR costuma revelar uma próstata de tamanho aumentado, mas de consistência ferroelástica (igual a ponta do nariz). O que difere de nódulos endurecidos que é sugestivo de adenocarcinoma. Em relação aos exames laboratoriais, solicita-se o: Exame de Urina tipo I (EAS) para descartar outras doenças, como a presença de piuria é significativo de prostatite. A ureia e creatinina avalia uma importante complicação d a HPB que é a nefropatia obstrutiva. Já o PSA sérico nos casos de HPB costuma estar entre 4-10ng/ml. Quanto maior a próstata m ais alto os níveis de PSA, lembrando que acima de 10ng/ml o diagnóstico de adenocarcinoma é mais provável. As opções terapêuticas são indicadas de acordo com os sintomas do paciente. Em pacientes com sintomas leves e s em complicações é indicado apenas a observação e o acompanhamento anual. Já os pacientes com sintomatologia moderada o tratamento farmacológico é indicado. Geralmente utiliza drogas antiandrogenicas que promovem atrofia do epitélio, como a Finasterida. Ou os bloqueadores da alfa-adrenérgicos, que diminuem o tônus prostático. E nos pacientes com sintomatologia grave devem ser submetidos a intervenção cirúrgica. PROSTATITE As bactérias são a causa mais frequente de prostatite aguda. Os microrganismos chegam a próstata por meio do refluxo intraprostático de urina infectada ou, por via linfática e hematogênica a partir de focos de infecção distantes. Na maioria das vezes, a infecção é causada por Escherichia coli; menos comumente, devido a Proteus, Klebsiella, Enterobacter, Pseudomonas , Serratia e outros tipos menos comuns de bactérias Gram-negativas. A próstata pode também ser comprometida secundariamente por propagação de uretrite gonocócica. As prostatites bacterianas agudas tratadas inadequadamente ou não tratadas podem evoluir para prostatites crônicas. As prostatites crônicas inespecíficas, que são as não infecciosas constituem achado quase constante de hiperplasia nodular da próstata. Admite-se que tais inflamações resultem do extravasamento de Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre secreção prostática no estroma consequente à obstrução de ductos. Clinicamente, a Prostatite bacteriana aguda está associada a febre, calafrios e disúria e pode ser complicada por sepse. No exame retal, a próstata é intensamente macia e esponjosa. A prostatite bacteriana crônica geralmente está associada a infecções recorrentes do trato urinário intercaladas por períodos assintomáticos. 04: Explicar a ocorrência da metástase (conceito, mecanismo geral). METÁSTASE Metástase é a formação de uma nova lesão tumoral a partir da primeira, mas s em continuidade entre as duas. A formação de metástases envolve: (a) destacamento das células da massa tumoral original; (b) deslocamento dessas células através da matriz extracelular (MEC); (c) invasão de vasos linfáticos ou sanguíneos; (d) sobrevivência das células na circulação; (e) adesão ao endotélio vascular no órgão em que irão se instalar; (f) saída dos vasos nesse órgão (diapedese); (g) proliferação no órgão invadido; (h) indução de vasos para o suprimento sanguíneo da nova colônia. Classicamente, considera-se que a metástase é um fenômeno tardio, em que células com potencial de se implantar em outros órgãos surgiriam após várias alterações genéticas e epigenéticas aleatórias que originam clones capazes de originar lesões secundarias. Mais recentemente, tem se admitido que as células cancerosas adquirem as propriedades de se implantar a distância em fase precoce do desenvolvimento de um tumor. A capacidade d e invadir tecidos, uma característica da malignidade, ocorre em quatro etapas: afrouxamento dos contatos célula-célula, degradação da MEC, fixação aos novos componentes da MEC e migração d as células tumorais. Células normais encontram-se aderidas umas às outras e ao interstício por meio de moléculas de adesão, como as caderinas . O destacamento de células tumorais depende de profundas modificações na expressão de moléculas de adesão, como a perda de algumas caderinas E; A degradação da membrana basal e da matriz intersticial é mediada por enzimas proteolíticas secretadas por células tumorais e células estromas, como MMPs e catepsinas. A expressão de receptores para quimosinas em células cancerosas parece deslocamento e a colonização de tecidos a distância. Invasão de vasos sanguíneos e linfáticos: Células tumorais, isoladas ou em blocos, deslocam-se em direçãoaos vasos sanguíneos e linfáticos, atraídas por quimosinas produzidas por células endoteliais. A penetração ocorre sobretudo em capilares e vênulas de parede mais fina. Sobrevivência de células tumorais na circulação: A maioria das células tumorais que penetram na circulação é Mayra Maisa – Medicina – 4º semestre destruída pelas forças de cisalhamento da corrente sanguínea, pelo sistema complemento e por anticorpos e células citotóxicas circulantes, especialmente aquelas que ficam retidas em leitos capilares. Um mecanismo importante para escape dos mecanismos de defesa do organismo é ativação da coagulação sanguínea, que resulta em ativação de plaquetas e formação de uma capa de fibrina sobre as células tumorais. Alguns tumores mostram tropismo de órgão, provavelmente pela ativação da adesão ou por meio de receptores de quimosina cujos ligantes são expressos por células endoteliais no local metastático. METASTASE NO CA DE PRÓSTATA Cerca de 70% dos CAP se originam na zona periférica do órgão. A extensão local da doença costuma acometer estruturas adjacentes, como as vesículas seminais, uretra, colo vesical e trígono vesical. A parede do reto só é comprometida rara e tardiamente. Metástases linfáticas são comuns , sendo atingidas em ordem decrescente de frequência, os linfonodos obturadores e para aórticos. A invasão de vesículas seminais aumenta a probabilidade de metástases linfonodais. Metástases hematogênicas também acontecem, sendo as metástases ósseas a que ocorre em 70% d os casos e atinge os ossos da pelve, vertebras torácicas e costelas. Isso se deve a comunicação natural entre o plexo venoso periprostático e o plexo venoso valvular vertebral. Em alguns casos, a primeira manifestação do carcinoma de próstata relaciona-se com metástases ósseas em forma de dor ou fraturas, sendo na maioria metástases osteoplásticas (brancas no rx). Fosfatase acida prostática e o PSA estão elevados em quase todos os casos com metástases ósseas. Nas fases avançadas do tumor, praticamente todos os órgãos podem ser acometidos por metástases, notadamente os pulmões, fígado, suprarrenais, pleura e rins. Metástases pulmonares ocorre em cerca de 25% dos pacientes que falecem por carcinoma de Próstata, sendo geralmente linfático.
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