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• Condições que favorecem as infecções pulmonares – redução do reflexo da tosse (por anestesia, coma, medicamentos, debilitação), anormalidades do sistema mucociliar (como tabagismo, viroses respiratórias), acúmulo de secreções nas vias aéreas (como obstrução brônquica, fibrose cística), congestão e edema pulmonar, redução da atividade de macrófagos alveolares (como tabagismo e etilismo), redução do sistema imune (como imunodeficiência primária ou secundária) • As pneumonias podem ser classificadas em relação a sua origem (hospitalar ou comunitária), etiologia (bacteriana, viral, fúngica ou parasitoses), padrão morfológico (específico ou inespecífico → refere-se à reação inflamatória, por exemplo, com ou sem formação de granulomar) e distribuição anatômica (lobar, lobular, intersticial ou abscesso) • O comprometimento pulmonar nas infecções possui diversos padrões, entre eles, podemos encontrar o tipo consolidação/condensação (pensar em agentes etiológicos como pneumococos, klebisiella haemophylus), intersticial (agentes etiológicos comuns são micoplasma, clamídia, legionella, infecções virais) ou nódulos irregulares (os agentes etiológicos mais comuns relacionados são micobactérias e fungos) • A pneumonia bacteriana costuma comprometer bronquíolos respiratórios e alvéolos, principalmente no processo inflamatório intra-alveolar • Nos alvéolos, as bactérias se disseminam no parênquima pulmonar através dos poros de Khon, que fazem a comunicação interalveolar • Padrão morfológico: é caracterizada pelo padrão de condensação pulmonar, podendo ser lobar (comprometimento homogêneo de um ou mais lobos), lobular (múltiplos focos de condensação alternados com áreas de pulmão normal) ou com formação de abscessos (aparecem principalmente como complicação) Pneumonia lobar: • A pneumonia lobar classicamente evolui em quatro fases, em que se notam alterações macroscópicas e, principalmente, microscópicas • A congestão está relacionada ao aumento do volume do sangue local (hiperemia ativa), causando edema e aparecimento de células inflamatórias • A hepatização vermelha caracteriza-se pela troca do tecido amolecido e preenchido por ar, por tecido de consistência aumentada, com alvéolos sem ar ou destruidos. Nessa fase, ainda há muita congestão vascular e aparecem muitas células inflamatórias, principalmente neutrófilos, formando exsudato neutroílico alveolar importante • Na etapa de hepatização cinzententa há organização do processo inflamatório, surgindo também os macrófagos para auxiliar no processo de combate inflamatório dos neutrófilos. Há uma redução da congestão vascular, alterando a coloração para cinzenta Infecções pulmonares PNEUMONIA BACTERIANA • Na fase final, chamada de resolução ou organização, depende do grau de destruição do parênquima pulmonar. Em casos de pouca ou nenhuma destruição do arcabouço pulmonar, a presença de macrófagos fagocitando restos necróticos, o pulmão retorna à sua estrutura (regeneração). Quando há muita desorganização e destruição do arcabouço pulmonar, o pulmão sofre transformação em focos de fibrose (reparação) Broncopneumonia ou pneumonia lobular: • Apresenta-se com focos de pneumonia entremeados por tecido normal e preservado. Esses focos apresentam-se em bronquíolos respiratórios, com células inflamatórias dentro do bronquíolo com comprometimento alveolar do entorno • Essas pneumonias podem ser resolvidas com regeneração ou podem lesar o pulmão de forma permanente, com formação de pneumatocele (cavitações cheias de sangue), destruição da parede brônquica (cicatrização e dilatação brônquicas – bronquiectasia) e formação de abscessos (cavitações com pus, que podem drenar para a cavidade pleural, formando empiema) Pneumonias mais frequentes: • Pneumonia lobar ou broncopneumonia por S.pneumoniae (é a causa mais frequente de pneumonia comunitária de condensação) – costuma acometer pacientes de 30 a 50 anos de idade • Pneumonia de Klebsiella pneumoniae (principalmente etilista e indivíduos com baixa higiene oral) – costuma acometer pacientes com 40-60 anos de idade, é frequentemente lobar com formação de abscessos • Pneumonia por H.influenzae (principalmente em crianças ou invidíduos com bronquite crônica, fibrose cística e bronquiectasia) – acomete frequentemente a região lobar e broncopneumonia com destruição extensa do parênquima pulmonar; suas complicações comuns são bronquiolite obliterante, abscessos e bronquiectasia • Pneumonia por S.aureus – leva a várias complicações, como hemorragia e abscessos, empiema e pneumatoceles • Principalmente por vírus, seguido por bactérias atípicas • O padrão inflamatório é caracterizado por espessamento do septo interalveolar • Nessas pneumonias, os alvéolos estão relativamente mais preservados e o acometimento é, principalmente, do interstício. Na microscopia, os pneumócitos estão mais evidentes (hipertróficos e hiperplásicos), com espessamento do septo interalveolar por infiltrado inflamatório • O vírus mais frequente que causa essa pneumonia é o influenza. É caracterizado por uma microscopia com inclusão viral presenta nas células, levando ao aumento dos núcleos, PNEUMONIAS AGUDAS INTERSTICIAIS borramento e alterados de forma geral. Podem evoluir com quadro respiratório grande, com dano alveolar difuso, levando a um quadro de insuficiência respiratória importante • Outros vírus comum é o Sars-Cov-2, que leva à insuficiência respiratória importante, devido ao dano alveolar difuso, chamado de tempestade de citocinas (resposta inflamatória exacerada, principalmente por IL-6), isso provoca diversas repercussões, como dano alveolar difuso, lesão epitelial e endotelial, formação de trombos • As pneumonias crônicas apresentam um padrão de resposta inflamatória do tipo granulomatoso (nódulos irregulares), apresentados por aglomerado de macrófagos epitelioides com células gigantes multinucleadas (células de Langerhans), podendo haver áreas de necrose central, áreas de infiltrado leucocitário, entre outro • Os granulomas estão associados a causas não infecciosas, como a granulomatose de Wegner, pneumonia de hipersensibilidade, sarcoidose e outras Tuberculose: • Causado principalmente por Mycobacterium tuberculosis (bactéria BAAR, corada por Ziehl- Nieelsen) • Patogenia: as primeiras três semanas após o contato e infecção pelo bacilo de Koch ocorre reação inata do organismo, com fagocitose do bacilo e união do fagossoma ao lisossomo, provocando formação de fagolisossoma, que não consegue destruir a bactéria por mecanismo próprio de virulência da bactéria, por isso, o bacilo continua se proliferando durante 3 semanas até que ocorre a reação adaptativa; na reação adaptativa, os macrófagos alveolar sinalizam para os LT, estimulando a produção de LTH1, esses, por sua vez, produzem INF-gama que ativa macrófagos, melhorando sua capacidade de destruição de bactérias devido a produção de TNF-alfa e quimiocinas, a quimiotaxia de macrófagos ativados formam áreas localizadas de agressão contras as micobactérias, caracterizando a reação inflamatória granulomatosa com formação do granuloma típico (necrose caseosa central com infiltrado de macrófagos e linfócitos no entorno) • O patógeno infecta a via aérea e se instala mais frequentemente no lobo médio ou porção superior do lobo inferior, provocando um processo inflamatório em região subpleural (chamado de lesão de Ghon) • As micobactérias podem se disseminar para o linfonodo de drenagem no hilo pulmonar, provocando uma linfadenite hilar. A associação da linfadenite hilar com a lesão de Ghon é chamada de complexo primário tuberculoso – nessa fase, normalmente não há sintomas específicos • A partir da formação do complexo primário, pode haver as seguintes respostas → lesão cicatricial curada (eliminação de todas as bactérias, é o que ocorre em grande parte das vezes), lesão cicatricial latente (ainda restammicobactérias latentes, que podem ser reativadas), disseminação hematogênica (as micobactérias se disseminam para outros tecidos, podendo provocar novas lesões. Se o indivíduo não conseguir controlar a doença nessa fase, tanto no pulmão, quanto em outros órgãos, ocorre doença tuberculose primária, também chamada de tuberculose miliar) o Pode haver lesão cerebral, com comprometimento de meninge e do encéfalo (espessamento de meninges – meningoencefalite tuberculosa; destruição do parênquima cerebral com formação de granulomas típicos) • Na reinfecção e tuberculose secundária, costuma ocorrer em indivíduos que tiveram a tuberculose e conseguiram controlar a infecção na fase de complexo primário, mas que anos depois desenvolvem a doença. Pode ocorrer por reativação de lesão latente ou por reinfecção. Nesse caso, a micobactéria provoca um comprometimento mais evidente no ápice pulmonar, local onde há mais chances de haver bactérias latentes o As principais manifestações são formação de cavernas nos ápices pulmonares (manifestação clássica), infiltrado precoce de Assmann (acometimento do ápice pulmonar visualizado em PNEUMONIA CRÔNICA radiografia), disseminação do processo inflamatório para brônquios e bronquíolos (leva a um quadro semelhante à broncopneumonia – disseminação ácino-nodosa ou broncogênica), disseminação hematogênica (tuberculose miliar) e comprometimento intestinal (ocorre quando há consumo de leite infectado ou deglutição de escarro infectado), renal (formação de cavernas no parênquima renal com eliminação de material necrótico na urina), laríngeo (em caso de deglutição de escarro contaminado) e ósseo (ocorre por reativação de foco formado na disseminação hematogênica na tuberculose primária chamado de Mal de Pott) Paracoccidioidomicose: • Acomete principalmente população rural, com infecção por inalação de partículas do solo contaminado, resultando em infecção pulmonar, semelhante à tuberculose • As formas clínicas são aguda ou subaguda (semelhante à tuberculose primária, também pode haver disseminação por via linfática e hematogênica) • O aspecto clínico é comprometimento do parênquima pulmonar (aspecto em asa de borboleta no RX) e comprometimento linfonodal • Na macroscopia, observa-se disseminação broncogênica com formação de cavernas e aparecimento de nódulos localizados. Na microscopia, observa-se levedura com dupla cápsula refringente, com característico aspecto de roda de leme (exoesporulação múltipla, típico de Paracoccidioiomicosis brasiliensis) em coloração de impregnação por prata Histoplasmose: • Fungo oportunista, costuma infectar imunodeprimidos, com quadro de infecções disseminadas • É uma doença causada por inalação de poeira de solo contaminado com excremento de morcegos • Pode produzir reação granulomatosa em imunocomponentes ou aparecimento de macrófagos dispersos que não conseguem destruir o patógeno em imunossuprimidos Criptococose: • Também é um fungo oportunista • A infecção ocorre por inalação de poeira do solo contaminado com fezes de pombo • O fungo possui uma cápsula rica em mucopolissacarides, que cora-se com coloração mucicarmin Apergilose: • Caracteriza-se por uma forma alérgica que coloniza os brônquios • A sua forma invasiva tem capacidade de invadir parede de vasos e pode levar à necrose por isquemia • A microscopia é caracterizada sob a forma de hifas septadas ramificadas em ângulo agudo • Pode haver colonização de cavernas pulmonares já existentes (aspergiloma ou aspergilose colonizante) PNEUMONIA FÚNGICA • Causas: alterações hemodinâmicas (edema pulmonar hemodinâmico ou cardiogênico) ou por aumento da permeabilidade dos capilares alveolares, como resultado de lesão microbascular Edemas hemodinâmicos: • Associados a alterações de pressão hidrostática (aumento da pressão venosa pulmonar) e/ou diminuição da pressão oncótica (menos comum) • No caso do aumento da pressão hidrostática, a causa mais comum é por ICC, seguido de sobrecarga de volume e obstrução da veia pulmonar; já no caso de diminuição da pressão oncótica, pode ocorrer por hipoalbuminemia, síndrome nefrótica, doenças do fígado e enteropatia perdedora de proteínas • Pode ser causado também por obstrução linfática, chamado de linfedema • A microscopia é caracterizada por extravasamento de macrófagos contendo hemossiderina para os alvéolos Edema decorrente de lesão epitelial ou microvascular: • Pode ocorrer por lesão direta (infecção, inalação de fezes, aspiração de líquidos ou radiação) ou lesão indireta (septicemia, transfusão de sangue, queimaduras, drogas e substâncias químicas, choque, trauma, neurogênico ou de altitude) • Essa doença causa quadro grave de hipoxemia, de início abrupto, associado a infiltrado pulmonar bilateral na ausência de insuficiência cardíaca o Síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) – causada por três principais condições → pneumonia + sepse + aspiração o Manifestações histológicas: dano alveolar difuso com lesão da barreira alvéolo-capilar • Patogenia: essa doença causa lesão epitelial dos pneumócitos que revestem os alvéolos, causam lesão endotelial dos capilares também (pode levar a um quadro de TEP, edema). A ativação da resposta inflamatória começa com macrófagos alveolares liberando substâncias mediadoras pró- inflamatórias e quimiocinas, ativando e atraindo neutrófilos que liberam substâncias e enzimas na tentativa de destruir o agente etiológico. Nesse processo, ocorre destruição também do revestimento epitelial e endotelial pela resposta inflamatória, uma vez que os neutrófilos e macrófagos atuam de maneira indistinta, formando um ambiente inflamatório com aumento da permeabilidade vascular, aumento da expressão de adesão nas células lesadas (aderência de neutrófilos) e ativação da cascata de coagulação com predisposição a formação de trombos pela hiperativação de fibrina • Reparação da lesão: a partir de uma semana do processo inflamatório, a depender do controle da doença inflamatória, pode ocorrer fagocitose de restos necróticos por macrófagos e repovoamento do epitélio, com reativação da bomba de sódio e potássio para correção do edema. Caso não seja eficiente esse processo, ocorre fibrose por repitelização inadequada ou retardada, levando ao espessamento dos septos alveolares Embolia pulmonar: • O infarto é caracterizado pela área de necrose isquêmica, causada por obstrução por trombo ou êmbolo; a embolia caracteriza-se por qualquer substância que caminhe pela corrente sanguínea ou linfática, retendo-se em vasos de menor calibre (podem ser sólidos, líquidos ou gasosos); e trombo é Alterações vasculares EDEMA PULMONAR a solidificação do sangue dentro do sistema vascular que ocorre associada à tríade de Virchow (lesão endotelial + hipercoagulabilidade + estase venosa) • Na embolia pulmonar, a maioria dos trombos estão localizados nas veias profundas de membros inferiores (TVP), sendo a principal fonte de embolia pulmonar. Outra fonte importante são os trombos de câmaras direitas do coração • As consequências da embolia variam de acordo com o tamanho do êmbolo e da quantidade de êmbolos que estão sendo enviados ao pulmão • Obstrução no hilo pulmonar: caracterizado por êmbolos grandes, causam obstrução de 60% da vascularização, podendo causar infarto • Obstrução em artérias pulmonares: caracterizado por êmbolos médios; em casos em que há doença de base (cardiovascular ou pulmonar), os êmbolos médios podem determinar áreas de necrose do parênquima pulmonar com hemorragia (infarto hemorrágico) • Obstrução da arteríolas distais e capilares: caracterizado por êmbolos pequenos Infarto: • O infarto pode ocorrer por hipóxia ou por bloqueio agudo de mais de 60% da vascularização • Patogenia: o infarto decorre de uma oclusão da circulação sistêmica, impedindo a manutenção do débito cardíaco e da pressão arterial, causandochoque obstrutivo (colapso circulatório com falta de enchimento do átrio esquerdo + falência aguda do ventrículo direito – cor pulmonale agudo) • É causado normalmente por êmbolos grandes ou chuva de êmbolos • Infarto hemorrágico: ocorre em órgãos de circulação dupla, como os pulmões; é causado por obstruções da artéria pulmonar e nas artérias brônquicas, ocorre por conta de isquemia com inundação de sangue que chega por outras vias, na tentativa de reparação e manutenção da perfusão; o aspecto microscópico é caracterizado por necrose de coagulação com inundação hemorrágica Hipertensão pulmonar: • É uma condição em que a PS pulmonar e a PM pulmonar excedem valores normais de 30 e 25 mmHg, respectivamente, em repouso; ou 35 e 30 mmHg, respectivamente, durante o esforço • Ocorre por obstrução gradual da circulação pulmonar, com oclusão de vários vasos ao longo do tempo • Pode ser causado por diversos motivos, dentre eles temos as malformações cardíacas (produzem hiperfluxo pulmonar por comunicação entre lado esquerdo e direito do coração, que criam um shunt da esquerda para a direita, aumentando a pressão arterial do pulmão) • Tipos de hipertensão pulmonar: hipertensão pulmonar secundária a ICE, hipertensão pulmonar originada de doenças do parênquima pulmonar e/ou hipoxemia, hipertensão pulmonar tromboembólica crônica e hipertensão pulmonar de base multifatorial • Como as artérias pulmonares são mais finais do que as demais, ocorrem alterações nos vasos pulmonares decorrentes do aumento da pressão, levando ao espessamento da túnica média, e consequentemente, espessamento da túnica íntima • As doenças pulmonares obstrutivas crônicas são as principais repercussões de obstrução de vias aéreas. Entre elas, destacam-se três doenças – DPOC, asma e bronquiectasia • As doenças de pequenas vias aéreas são enfisema (destruição da parede alveolar e hiperinsuflação_ e bronquite crônica (tosse produtiva e inflamação das vias aéreas) – o enfisema e a bronquite crônica são consideradas em conjunto e referidos como DPOC • A asma é a hiperresponsividade brônquica desencadeada por alérgenos, por infecção, ou por outras razões • É o indivíduo com tosse persistente produtiva por no mínimo 3 meses em pelo menos dois anos consecutivos, na ausência de outra causa identificável • Patogenia: a exposição a substâncias nocivas ou irritativas inaladas, como fumaça do tabaco, poeira de grãos, algodão e sílica. Essa exposição leva a hipersecreção de muco, hipertrofia das glândulas mucosas na traqueia e brônquios, e aumento das células caliciformes nas pequenas vias aéreas. Ocorre a liberação de mediadores inflamatórios como a histamina e IL-13. A inflamação aguda ou crônica leva a fibrose envolvendo as pequenas vias aéreas. As infecções não são a causa da bronquite crônica, mas a cada quadro de infecção tem chance de piorar o quadro inflamatório • Em relação às alterações morfológicas, caracteriza-se por maior presença de muco com aumento das células caliciformes, além disso, o epitélio especializado e respiratório sofre invasão de células inflamatórias e se transforma em epitélio estratificado pavimentoso (esse processo é chamado de metaplasia escamosa que se continuar sendo agredido, pode evoluir para um carcinoma). Além disso, as alterações de pequenas vias aéreas inclui metaplasia mucosa com formação de “plugs” mucosos, infiltrado inflamatório discreto, fibrose leve de parede bronquiolar, acúmulo, etc • É uma diltação irreversível dos espaços aéreos terminais (distal ao bronquíolo terminal) com destruição de suas paredes sem fibrose evidente • Em relação à patogenia, está fortemente relacionado com o cigarro, mas pode ocorrer também por ar poluente, porém o indivíduo precisa ter predisposição genética. O estresse oxidativo leva ao aumento da apoptose e senescência das células, que por sua vez leva à inflamação das células e liberação de mediadores inflamatórios como leucotrienos, IL-8 e TNF, tudo isso causa o Doenças pulmonares obstrutivas BRONQUITE CRÔNICA ENFISEMA desequilíbrio de proteases/antiproteases levando à destruição da parede alveolar. Os neutrófilos também contribuem para a destruição da parede alveolar • Em relação à morfologia, o enfisema leva a hiperplasia de células caliciformes (conhecido como rolhas de muco), infiltrado inflamatório (folículos linfoides) e espessamento da parede bronquiolar por hipertrofia muscular e fibrose peribrônquica. Além disso, é possível observar pigmentos mais escuros que indicam antracose (pigmento do carbono liberado pelo cigarro) Tipos de enfisema: • Centroacinar – a porção proximal do ácino (bronquíolo respiratório) está comprometida e os alvéolos periféricos estão preservados. Costuma afetar os lobos superiores. A causa mais comum é o cigarro e tem associação com bronquite crônica. Conforme seu progresso, torna-se indistinguível do enfisema pan-acinar • Pan-acinar – o ácino uniformemente está acometido. Está associado à deficiência de alfa-1-AT. Acomete mais frequentemente em lobos inferiores • Parasseptal • Irregular Complicações: • A DPOC pode levar a hipertensão pulmonar secundária a hipoxemia crônica (causando vasoconstrição) que pode levar a cor pulmonale crônico e insuficiência cardíaca direita. Além disso, pode levar a quadro de infecções de repetição (principalmente por H.influenza e S.pneumoniae) • Classificada como episódios recorrentes de dispneia, sibilos e tosse, por obstrução brônquica reversível devido à broncoconstrição • É uma doença mediada imunologicamente, causando reação inflamatória de hiperreatividade brônquica, inflamação da parede brônquica e aumento de secreção mucosa • Às vezes, a asma pode ter um estado de mal asmático, em que os pacientes tem crises frequentes e recorrentes, podendo levar à óbito • Pode ser desencadeada por poluentes atmosféricos, infecções respiratórias, estresse, frio e exercício físico • Em relação à patogenia, a asma é uma resposta inflamatória crônica e persistente, mesmo nos intervalos intercrises. Ocorre uma resposta exacerbada do tipo Th2 aos antígenos ambientais, em indivíduos geneticamente predispostos • Já a macroscopia é caracterizada por insulflação do pulmão, produção excessiva de muco, espessamento da via aérea. A microscopia caracteriza-se por desmacação do epitélio, espessamento da membrana basal, edema da submucosa, eosinófilos e mastócitos e hipertrofia muscular ASMA Classificação: • Atópica – é mais comum na infância, comum ter história familiar de doença alérgica (como rinite e eczema). Esse tipo de asma tem reação de hipersensibilidade mediada por IgE (tipo I) • Não atópica – mais comum em adultos, sem histórico familiar e sem alérgeno identificado • Induzida por fármacos – costuma ocorrer por uso de aspirina e antinflamatórios não esteroides • Ocupacional – por plástico, madeira, algodão, tolueno, etc Mediadores inflamatórios: • Histamina – causa broncoconstrição e aumento da permeabilidade vascular • Leucotrienos (C4, D4 e E4) – causa broncoconstrição prolongada e aumento da permeabilidade vascular • Prostaglandina D2 – causa broncoconstrição e vasodilatação • Fator ativador de plaquetas – gera agregação plaquetária e liberação de serotonina Remodelamento brônquico: • O remodelamento ocorre por conta das crises recorrentes da asma, ou seja, o brônquio que voltava ao tamanho normal da sua luz, passa a ter um estreitamento por conta da fibrose da lâmina própria e da submucosa, da hipertrofia e hiperplasia das fibra musculares lisas, hipertrofia e hiperplasia de glândulas mucosas e aumento de células caliciformes, espessamento da túnica adventícia por infiltrado inflamatório e alterações das fibras elásticas. Tudo isso de forma crônica • É uma patologia que leva à dilatação permanente dos brônquios • O indivíduo temtosse e expectoração abundante e infecções recorrentes • Em relação à etiologia, pode ocorrer por processos obstrutivos (acúmulo de muco + infecções), processos infecciosos (destruição da parede – normalmente por adenovírus) ou por processos congênitos (discinesia ciliar e fibrose cística) • Normalmente ocorre em fumantes, uma vez que o cigarro possui diversas substâncias carcinogênicas, o mais importante é o hidrocarboneto policíclico aromático (HPA), mas possui outras diversas. O indivíduo além de ser fumante, precisa ter uma predisposição genética que está associado a falta do sistema enzimático P450 que é responsável pela metabolização das substâncias tóxicas do cigarro • Hoje sabe-se que dependendo da mutação que o indivíduo tiver, há tratamentos especializados para cada tipo de neoplasia • Tipos histológicos: o Carcinoma epidermoide o Adenocarcinoma BRONQUIECTASIA Neoplasias o Carcinoma de grandes células o Carcinoma sarcomatoide o Tumores neuroendócrinos • Metástases: costuma afetar SNC, cavidade pleural, ossos, fígados, glândulas adrenais, pulmão controlateral e pele (o que mais leva a metástase é o carcinoma de pequenas células) • Subtipos: lepídico, tubular, papilífero, micropapilífero, sólido e variantes • Esse tipo de neoplasia ocorre em cerca de 25-40% dos casos e é um tumor que ocorre mais em pacientes não fumantes • Sua localização é periférica, leva a metástases precoces no SNC e em ossos e se origina nos pneumócitos • É uma neoplasia epitelial com diferenciação glandular ou produção de muco • Ocorre em cerca de 90% dos fumantes • Sua localização é central, leva à obstrução brônquica • Seu grau histológico pode ser bem diferenciado, moderadamente diferenciado e pouco diferenciado • Esse tipo de neoplasia pode causar hipercalcemia devido à síndromes paraneoplásicas • Sua disseminação é local (intraepitelial, endobrônquico polipode) e menos frequentemente metastático (cérebro, fígado, adrenal, TGI e linfonodos) • Tumor carcinoide típico – mais diferenciado • Tumor carcinoide atípico – comportamento mais agressivo • Carcinoma neuroendócrino de grandes células – bastante agressivo • Carcinoma de pequenas células – bastante agressivo, é o mais comum o Ocorre em cerca de 15% dos casos de neoplasia epitelial pulmonar o Sua localização é central, possui crescimento rápido o Há envolvimento de estruturas mediastinais e metástases para linfonodos e a distância ADENOCARCINOMA CARCINOMA EPIDERMOIDE TUMORES NEUROENDÓCRINOS o Tem pior prognóstico e seu tratamento é feito por quimioterapia Se tiver necrose ou mitoses denomina-se de carcinoide atípico Carcinoma de pequenas células
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