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Sete Lagoas 2021 SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO PEDAGOGIA – LICENCIATURA RESSIGNIFICAÇÃO DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS QUE ATENDAM ÀS PROPOSTAS DA CONTEMPORANEIDADE Sete Lagoas 2021 RESSIGNIFICAÇÃO DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS QUE ATENDAM ÀS PROPOSTAS DA CONTEMPORANEIDADE Trabalho apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia - a Universidade Norte do Paraná como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas de: avaliação na educação, história da educação, teorias e práticas do currículo, sociologia da educação, educação formal e não formal, práticas pedagógicas: gestão da sala de aula e didática. Tutor à DistânciaKASSIA REGINA BAR GRACIELE SILVA DE OLIVEIRA RIBEIRO SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3 2 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................... 4 2.1 PRESSUPOSTOS DAS CONCEPÇÕES AVALIATIVAS ................................. 4 2.2 CONSTRUÇÃO DO PERCURSO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO .................... 5 2.3 PRESSUPOSTOS DAS TEORIAS CURRICULARES ...................................... 6 2.4 GESTÃO DA SALA DE AULA .......................................................................... 7 2.5 DIDÁTICA E ATUAÇÃO DO DOCENTE .......................................................... 8 3 CONCLUSÃO ................................................................................................... 9 4 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 10 3 1 INTRODUÇÃO Uma das maiores discussões atuais no meio educacional é a necessidade de se formar professores críticos, comprometidos com uma educação de qualidade e com o seu papel frente ao sucesso escolar. Fala-se muito em formação de professores, mas pouco se tem feito para mudar essa realidade, a qual continua, na maioria, com um ensino voltado para transmissão e assimilação do conhecimento, em que os professores em sua formação inicial encontram dificuldades em relacionar teoria e prática. Conforme Vasconcellos (1998) e Fernandes (2009), somente a ressignificação das práticas avaliativas proporcionará uma prática que relacione e favoreça os processos de ensino e aprendizagem. Mas não somente das práticas avaliativas, mas também da gestão da sala de aula, compreensão da história da educação, pressupostos curriculares e da didática e atuação do docente. A Prática Pedagógica tem grande importância para a formação acadêmica, pois articula entre a teoria e a prática. Mesmo que se esteja num estabelecimento de ensino com amplas condições de trabalho, até mesmo para um coordenadora pedagógica estruturar um plano de trabalho para um ano letivo, torna-se um grande desafio quando os professores encontram dificuldades em relacionar teoria e prática para colaborara na formação de sujeitos críticos com vistas a superar a prática pedagógica tradicional. A ação de cada professor e profissional da educação no sentido de se adequarem às teorias e concepções pedagógicas contemporâneas, requer ressignificação, principalmente pelas práticas pedagógicas, seja pela educação digitalizada, socialização, conscientização, interdisciplinaridade, aprendizagem compartilhada, atividades em grupo, integrações culturais ou outros. 4 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E PRATICOS DAS CONCEPÇÕES AVALIATIVAS As formas como os professores organizam o processo de ensinar e de avaliar estão relacionadas às experiências por eles vivenciadas (TARDIF, 2002), assim sendo a necessidade de se efetuar o processo avaliativo, centrado na melhoria das aprendizagens, demanda do professor uma mudança de representação. A avaliação serve para detectar os pontos frágeis no processo de ensino e de aprendizagem; avalia-se para saber se as estratégias de ensino têm proporcionado aprendizagem aos alunos. Caso se perceba que esta aprendizagem não esteja acontecendo, conclui-se que as práticas pedagógicas necessitam de revisão, levando-se em consideração a inserção de práticas coletivas e acordadas entre professores e alunos. No que se refere às representações dos alunos sobre práticas avaliativas, objetivo dessa investigação, percebemos por meio das respostas ao questionário que, tanto em suas representações quanto em seu cotidiano como discentes, as práticas avaliativas estão associadas ora à classificação ora à avaliação formativa. Com base na discussão realizada neste texto, salientamos a necessidade de se repensar a atuação do professor que forma professores, pois, se a formação da identidade docente se dá com base nas experiências pessoais e profissionais (CATANI et al., 1997; TARDIF, 2002), apresentar e problematizar questões referentes à avaliação das aprendizagens é uma possibilidade de fomentar práticas menos instrumentais e mais relacionadas aos processos de ensino e aprendizagem. Diante disso, ressaltamos a importância de se rever como as práticas pedagógicas na Universidade vêm sendo desenvolvidas e considerar que as mudanças na educação básica e nas práticas avaliativas passam, principalmente, pelos cursos de formação de professores. Atentar para as práticas pedagógicas, instituídas nas licenciaturas, é imprescindível, uma vez que as vivências dos futuros professores no contexto da formação inicial terão repercussões quando eles estiverem no exercício da docência. 5 2.2 CONSTRUÇÃO DO PERCURSO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO Para o francês e historiador da educação André Chervel (1999, p. 178), uma primeira e importante tarefa para o historiador da educação que se propõe a tratar da história das disciplinas é a de definir a noção de disciplina, ao mesmo tempo em que faz a sua história. Atualmente, é consenso o entendimento de que a História da Educação se construiu como parte da Filosofia da Educação. Pesquisadores do campo da História da Educação vêm estudando os fatores que levaram à aproximação da História e da Filosofia da Educação e, em sua trajetória a História da Educação acabou firmando-se como uma ciência auxiliar da Pedagogia. Em 1986, sob a coordenação de Saviani, estruturou-se na UNICAMP, o Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil”. O Grupo adquiriu status e articulou vários e diferentes locais do Brasil, visando investigar a História da Educação a partir dos pressupostos do materialismo histórico. Analisando as estruturas curriculares do curso de Pedagogia, identifica-se que o pedagogo, em sua formação, não adquire conhecimentos que compõem o campo da História. Portanto, é saudável ter cautela no exercício, no fazer da História da Educação, como recomenda Brandão (1998). Acredita-se, portanto, que, neste momento, entre os muitos desafios, o nosso ainda seja o de buscar a compreensão do fenômeno educativo no movimento histórico, priorizando o rigor científico-metodológico, sem, abrir mão, como diria Nunes (1990, p. 36), “[...] da imaginação, da paixão e do desejo de sentir ou conversar com o passado”. Os autores, estão condicionados pelas “leis do meio”, pela “polícia do trabalho”, pela “materialidade de lugar de produção”; já os leitores podem praticar uma antidisciplina perante os textos, que também são produtos culturais. (CERTEAU, 1994, p. 41). Entende-se que os autores têm regras, limites que permeiam seus trabalhos, ao passo que os leitores e pesquisadores não são passivos e podem exercer sua astúcia, sua criatividade e produzir outras realidades textuais com os elementos apresentados. Portanto, o que caracteriza o movimento da escrita e da leituraé o da sua constante reconstrução. Esperamos ter deixado claro a importância atual da História da Educação para a formação dos professores, pois para o bom desempenho de sua função, nada mais eficaz do ler, pesquisar e compreender sua história, pois a História da Educação é, em boa medida, a história daqueles responsáveis pela transmissão, institucional ou não, dos saberes sociais, o professor. 6 2.3 PRESSUPOSTOS DAS TEORIAS CURRICULARES A formação de professores para a educação básica é tema de constante discussão no meio educacional a partir da preocupação em se formar profissionais críticos e reflexivos, conscientes e comprometidos com uma educação de qualidade. Para falar em formação de professores é imprescindível abordar o currículo necessário para essa formação Durante o percurso na coordenação do Curso Normal Superior e Pedagogia, período de 2004 a 2008, muitas inquietações surgiram, entre elas, a preocupação com um currículo que possibilitasse a formação de profissionais críticos, engajados com um ensino crítico e não apenas de reprodução de conteúdos. A partir dessa roblemática encontrada na prática e, ao cursar a disciplina de “Políticas de Planejamento e Gestão do Projeto Pedagógico” do Mestrado em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC/ PR, houve o interesse ainda maior em pesquisar para compreender as teorias curriculares críticas e pós – críticas e a influência que podem exercer na formação inicial de professores. Na Teoria curricular crítica, segundo Romanowski (2007, p. 53): O professor é visto como mediador para promover essa aprendizagem. O aluno é o centro do processo escolar; o professor é um facilitador, artista ou profissional clínico que deve empregar sua sabedoria, experiência e criatividade para agir na promoção das condições do desenvolvimento, para a aprendizagem dos seus alunos. A prática docente acontece na valorização das relações e dos processos cognitivos; o próprio professor é considerado um aprendiz. Nas teorias pós–críticas abordam com ênfase as preocupações com a diferença, com as relações saber-poder no âmbito escolar, o multiculturalismo, as diferentes culturas raciais e étnicas, enfim, não é uma questão de superação da teoria crítica, mas segundo Silva (2007, p. 147), [...] a teoria pós–crítica deve se combinar com a teoria crítica para nos ajudar a compreender os processos pelos quais, através de relações de poder e controle, nos tornamos aquilo que somos. Ambas nos ensinaram, de diferentes formas, que o currículo é uma questão de saber, identidade e poder. O currículo, a partir da teoria pós–crítica, deve ser visto como um complemento, como uma forma de aprofundamento e ampliação às teorias críticas. 7 2.4 GESTÃO DA SALA DE AULA A Gestão de sala de resume-se em ações do professor para promover um ambiente de aprendizagem efetivo para que todos os estudantes se sintam estimulados a aprender e, essa gestão é um trabalho contínuo, onde o professor está agindo, percebendo e controlando o “feedback” dos instruendos, identificando os problemas e traçando novas práticas para solucioná-los. A avaliação é um importante aliado, quando concretizada na concepção formativa, cumpre o seu papel, que é o de informar os atores do processo, ou seja, possibilitar ao professor conhecer o que o aluno já sabe e ainda precisa aprender, tendo em vista ajustar suas práticas de ensino para que, em suas práticas pedagógicas, os professores deixem de ser apenas transmissores de saberes voltados para a reprodução de conteúdos, mas que realmente se preocupem com o ensino e que sejam capazes de transformar a prática existente por meio de atividades de discussões realizadas por alunos e professores, aperfeiçoando as suas práticas pedagógicas é possível problematizar as dificuldades encontradas e as possíveis formas de posicionamento e atuação do profissional frente a essas dificuldades, pois seguindo das dificuldades da prática e não da teoria é possível se chegar mais próximo da realidade escolar. Na Tendência Renovada Progressivista, por exemplo, há o objetivo de ressignificar as práticas escolares, propõe que elas estejam voltadas ao desenvolvimento mais livre e integral dos educandos, no intuito de favorecer a descoberta de si mesmos (LUCKESI, 1992). Nessa tendência, o ato de avaliar faz parte do processo de ensino e aprendizagem, pois levanta os pontos que ainda necessitam de aprofundamentos, tornando-os objetos de reflexão, por indicarem o que o aluno precisa entender. 8 2.5 DIDÁTICA E ATUAÇÃO DO DOCENTE Com respeito à atuação do docente para o desenvolvimento das aprendizagens, na posição de mediador das aprendizagens, o professor deve levar o aluno à autorregulação e autoavaliação, mediando esse processo. O próprio professor deve realizar também estas ações. No papel de mediador, o professor pontua os pontos comprometedores em que o aluno está falhando, dando-lhe nova oportunidade para se autoanalisar, aprende e evolui. Mediador. Ele precisa estar atento, buscando atender o aluno em suas necessidades e sempre refletir sobre o que é preciso fazer, e se necessário, dar um feedback ao aluno. O educador, durante a sua formação, não aprenderá de forma integral a dar aulas, mas precisará compreender a importância da reflexão, da pesquisa, de ser crítico e inquieto acerca das problemáticas da sua área de atuação, para estar em constante aprendizagem refletindo sobre a sua prática, em busca de crescimento profissional e comprometimento com a profissão, pois a forma como a relação teoria e prática serão trabalhadas faz a diferença na atuação do professor. A Escola Nova apresenta um enfoque na aprendizagem dos alunos de modo ativo, segundo Romanowski (2007, p. 53): O professor é visto como mediador para promover essa aprendizagem. O aluno é o centro do processo escolar; o professor é um facilitador, artista ou profissional clínico que deve empregar sua sabedoria, experiência e criatividade para agir na promoção das condições do desenvolvimento, para a aprendizagem dos seus alunos. A prática docente acontece na valorização das relações e dos processos cognitivos; o próprio professor é considerado um aprendiz. 9 3 CONCLUSÃO Numa necessidade emergente de ressignificar, dar outro significado ou sentido às práticas pedagógicas para que atendam às propostas da nossa contemporaneidade, foram analisados sumariamente: a avaliação da aprendizagem, apresentando pressupostos teóricos e práticos das concepções avaliativas, um pouco da história da educação e da relevância do professor conhecer como se deu a construção do percurso histórico da educação, a descrição de alguns pressupostos teóricos e práticos das teorias curriculares não crítica (tradicional) e crítica(pós- crítica), a importância das práticas pedagógicas na gestão da sala de aula e como podem oportunizar a melhoria da aprendizagem, e por fim a um breve comentário a respeito da atuação docente para o desenvolvimento das aprendizagens.Seja no processo avaliativo: que serve para detectar os pontos frágeis no processo de ensino e de aprendizagem; avalia-se para saber se as estratégias de ensino têm proporcionado aprendizagem aos alunos. Caso se perceba que esta aprendizagem não esteja acontecendo, conclui-se que as práticas pedagógicas necessitam de revisão, levando-se em consideração a inserção de práticas coletivas e acordadas entre professores e alunos. O professor tem um espaço para promover a autorregulação do aluno, que, também inserido no processo, passa a ter responsabilidades com a própria aprendizagem, lançando mão de diversificadas ações para aprender e se desenvolver. A avaliação é “[...] entendida como uma atitude de observação e escuta constante que permite ao professor analisar e interpretar os fatos para ajustar sua intervençãona interação com o grupo e com cada aluno em particular” (BALLESTER et al, 2003, p. 61). Trata-se de um modelo avaliativo que, conforme expõe Libâneo (1985), está embasado na tendência crítico- social dos conteúdos, que concebe a avaliação para beneficiar o ensino e a aprendizagem mediante uma coleta de informações que possibilite redirecionar as ações do professor e do aluno. Verifica-se portanto que, assim como na “situação geradora de aprendizagem e da situação problema” que deu à luz a este trabalho, o acadêmico conhece e reflete a respeito da educação, principalmente da importância de se trabalhar visando à construção e produção de conhecimentos em sala de aula, porém, em sua prática docente, não consegue muitas desenvolver essa forma de trabalho e continua aplicando atividades a partir da reprodução de saberes e não com a construção de conhecimentos. 10 4 REFERÊNCIAS PINHEIRO, Geslani Cristina Grzyb. Teoria curricular crítica e pós-crítica: uma perspectiva para a formação inicial de professores para a educação básica. NEVES, Fátima Maria, COSTA, Célio Juvenal. A importância da história da educação para a formação dos profissionais da educação. NASCIMENTO, Mari Clair Moro. BARBOSA, Raquel Lazzari Leite. ANNIBAL, Sérgio Fabiano. Avaliação das Aprendizagens: Representações decorrentes de Práticas Instituídas na Formação Inicial. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca Central. Normas para apresentação de trabalhos. 2. ed. Curitiba: UFPR, 1992. v. 2./
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