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Transtorno de personalidade Define um transtorno da personalidade geral como um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo; o padrão é inflexível; começa na adolescência ou no início da idade adulta; é estável ao longo do tempo; leva a sofrimento ou prejuízo; se manifesta em pelo menos duas das 4 áreas seguintes: 1. Cognição 2. Afetividade 3. Funcionamento interpessoal 4. Controle de impulsos Os subtipos são divididos em 3 grupos 1. Grupo A: características estranhas ou de afastamento o Esquizotípico o Esquizoide o Paranoide 2. Grupo B: características dramáticas, impulsivas ou erráticas o Narcisista o Borderline o Antissocial o Histriônico 3. Grupo C: características de ansiedade e medo o Obsessivo-compulsivo o Dependente o Evitativo Fatores psicanalíticos Fantasia: muitas pessoas classificadas como esquizoides – pessoas excêntricas, solitárias, assustadas – buscam conforto e satisfação dentro de si mesmas criando vidas imaginárias, especialmente amigos imaginários Dissociação: ou negação, é uma substituição de afetos desagradáveis por agradáveis. Esses indivíduos se comportam como adolescentes ansiosos que, para aplacar essa ansiedade, se expõem sem preocupações a perigos excitantes. Isolamento: é característico de pessoas controladas e metódicas que costumam ser caracterizadas como tendo personalidade obsessivo-compulsiva. Em uma crise, o paciente pode demonstrar maior autocontrole, comportamento social excessivamente formal e teimosia. Projeção: o paciente atribui seus próprios sentimentos inconfessos a outros. Agressividade passiva: pessoas com defesa passivo- agressiva voltam sua raiva contra si mesmas. Em termos psicanalíticos, esse fenômeno é denominado masoquismo e inclui fracasso, procrastinação, comportamento tolo ou provocativo, ridicularização autodegradante e atos de autodestruição manifestos. GRUPO A Transtorno da personalidade paranoide O indivíduo com transtorno da personalidade paranoide caracteriza-se por suspeita e desconfiança arraigadas em relação a pessoas em geral. Suspeita, sem fundamento suficiente, de estar sendo explorado, maltratado ou enganado por terceiros. Ele recusa a responsabilidade por seus próprios sentimentos e a atribui a outros. Guarda rancores persistentes, ou seja, é implacável com insultos, injúrias ou deslizes Diagnóstico: Durante o exame psiquiátrico, pacientes com transtorno da personalidade paranoide podem apresentar modos formais e agir perplexos por terem que buscar ajuda psiquiátrica. Tensão muscular, incapacidade de relaxar e necessidade de vasculhar o ambiente por pistas podem ser sinais evidentes, e seus modos são com frequência sérios e sem humor. Características clínicas: Os atributos inconfundíveis do transtorno da personalidade paranoide são suspeita e desconfiança excessivas em relação a outras pessoas expressas como uma tendência global de interpretar os atos dos outros como deliberadamente aviltantes, malévolos, ameaçadores, exploradores ou enganadores. Quase de modo invariável, indivíduos com o transtorno esperam ser explorados ou lesados pelos outros de alguma forma. São patologicamente ciumentos. Parecem frios e sem emoção. Critérios diagnósticos: A. Um padrão de desconfiança e suspeita difusa dos outros, de modo que suas motivações são interpretadas como malévolas, que surge no inicio da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por 4 (ou mais) dos seguintes critérios: 1) Suspeita, sem embasamento suficiente, de estar sendo explorado, maltratado ou enganado 2) Preocupa-se com dúvidas injustificadas acerca da lealdade ou da confiabilidade de amigos e sócios 3) Relutam em confiar nos outros devido a medo infundado de que as informações serão usadas maldosamente contra si 4) Percebe significados ocultos humilhantes ou ameaçadores em comentários ou eventos benignos 5) Guarda rancores de forma persistente 6) Percebe ataques a seu caráter ou reputação que não são percebidos pelos outros e reage com raiva ou contra- ataca rapidamente 7) Tem suspeitas recorrentes e injustificadas acerca da fidelidade do cônjuge ou parceiro sexual B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos ou outro transtorno psicótico e não é atribuível aos efeitos fisiológicos de outra condição médica Diagnóstico diferencial: O transtorno da personalidade paranoide normalmente pode ser diferenciado do transtorno delirante devido à ausência de delírios fixos. Diferentemente de indivíduos com esquizofrenia paranoide, pessoas com transtornos da personalidade não têm alucinações nem um transtorno manifesto do pensamento. O transtorno da personalidade paranoide pode ser distinguido do transtorno da personalidade borderline porque pacientes paranoides raramente são capazes de desenvolver um envolvimento excessivo ou relacionamentos tumultuosos com outras pessoas. Indivíduos com transtorno da personalidade esquizoide são retraídos e indiferentes e não apresentam ideação paranoide Transtorno da personalidade esquizoide É caracterizada por um padrão vitalício de retraimento social. os indivíduos costumam ser vistos pelos outros como excêntricos, isolados ou solitários. Seu desconforto com a interação humana, sua introversão e seu afeto frio e constrito são destaques. Ele raramente tolera contato visual, e o entrevistador pode supor que esse tipo de paciente esteja ansioso para que a entrevista termine 1. Não deseja nem gosta de relacionamentos íntimos, incluindo fazer parte de uma família 2. Quase sempre opta por atividades solitárias 3. Manifesta pouco, se algum, interesse em ter experiências sexuais com um parceiro 4. Tem prazer em poucas atividades, se alguma 5. Não tem amigos íntimos ou confidentes, outros que não parentes em primeiro grau 6. Mostra-se indiferente a elogios ou críticas 7. Demonstra frieza emocional, distanciamento ou embotamento afetivo Características clínicas: Pessoas com transtorno da personalidade esquizoide parecem frias e indiferentes; exibem um retraimento distante e demonstram falta de envolvimento com eventos diários e com as preocupações de terceiros. Podem viver suas vidas com extraordinariamente pouca necessidade ou vontade de formar laços afetivos Embora pareçam pensar apenas em si mesmas e estar perdidas em devaneios, pessoas com transtorno da personalidade esquizoide apresentam capacidade normal de reconhecer a realidade. Diagnóstico diferencial: Embora indivíduos com transtorno da personalidade paranoide compartilhem diversos traços com os da personalidade esquizoide, os primeiros exibem maior envolvimento social, uma história de comportamento verbal agressivo e uma maior tendência a projetar seus sentimentos nos outros Teoricamente, a principal distinção entre um paciente com transtorno da personalidade esquizotípica e um com transtorno da personalidade esquizoide é que o primeiro se assemelha mais a um paciente com esquizofrenia no que se refere a estranhezas de percepção, pensamento, comportamento e comunicação. Aqueles com transtorno da personalidade evitativa (mais adiante) são isolados, mas têm um forte desejo de participar de atividades, uma característica ausente em indivíduos com transtorno da personalidade esquizoide. Curso e prognóstico: Em geral, ocorre no começo da infância ou na adolescência. Não é necessariamente vitalício Farmacoterapia: A farmacoterapia com pequenas doses de antipsicóticos, antidepressivos e psicoestimulantes beneficia alguns pacientes. agentes serotoninérgicos podem deixar o paciente menos sensível a rejeição. Benzodiazepínicos podem ajudar a diminuir a ansiedade interpessoal Transtorno da personalidade esquizotípica Pessoas com transtorno da personalidadeesquizotípica exibem características estranhas ou excêntricas impressionantes, mesmo para leigos. Pensamento mágico, noções peculiares, ideias de referência, ilusões e desrealização são parte do mundo cotidiano de uma pessoa com o transtorno Características clínicas: Exibem perturbação de pensamento e comunicação. Sua fala pode ser distinta ou peculiar, pode fazer sentido apenas para eles mesmos e com frequência necessita de interpretação O indivíduo com transtorno da personalidade esquizotípica pode desconhecer seus próprios sentimentos e ainda assim ter extrema sensibilidade e consciência a respeito dos sentimentos dos outros, sobretudo os negativos, como de raiva. Seu mundo interior pode estar cheio de relacionamentos imaginários vívidos e temores e fantasias infantis O paciente pode exibir características de transtorno da personalidade borderline, e, de fato, ambos os diagnósticos podem ser estabelecidos. Não tem amigos íntimos ou confidentes, exceto parentes em primeiro grau. Não tem a frieza do esquizóide 1. Experiências perceptivas incomuns 2. Discursos e pensamentos bizarros 3. Desconfiança ou ideação paranoide 4. Afeto inadequado ou constrito 5. Aparência ou comportamento esquisito, peculiar ou excêntrico Diagnóstico diferencial: Teoricamente, pessoas com transtorno da personalidade esquizotípica podem ser diferenciadas daquelas com transtorno de personalidade esquizoide e evitativa devido à presença de excentricidades em seu comportamento e pensamento, sua percepção e comunicação e, talvez, por uma história familiar evidente de esquizofrenia. Pacientes com o transtorno de personalidade esquizotípica podem ser distinguidos daqueles com esquizofrenia em razão da ausência de psicose. Caso surjam sintomas psicóticos, eles são breves e fragmentados. Alguns pacientes satisfazem os critérios para ambos os transtornos da personalidade, esquizotípica e borderline. Os que apresentam transtorno da personalidade paranoide se caracterizam por suspeita, mas não exibem o comportamento estranho daqueles com u subtipo esquizotípico. GRUPO B Transtorno da personalidade antissocial O transtorno da personalidade antissocial é uma incapacidade de se adequar às regras sociais que normalmente governam diversos aspectos do comportamento adolescente e adulto de um indivíduo. Embora se caracterize por atos contínuos de natureza antissocial ou criminosa, o transtorno não é sinônimo de criminalidade Características clínicas: É o associal. Tem comportamento que não é compatível com o mínimo necessário para se viver em sociedade Incapacidade de adequar-se às normas sociais com relação a comportamentos lícitos, indicada pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção Propensão para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro Irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia Irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou de honrar obrigações financeiras Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado alguém Nos antissociais temos dois tipos de pessoas: sociopatas e psicopatas − Sociopata: quer dinheiro, poder ou prestígio e faz isso por meios ilícitos, pela forma fácil. Ainda tem um grau de empatia − Os psicopatas tem uma crueldade fortuita. É aquele que mata a mãe e depois vai tirar um cochilo e não estar psicótico. Psicopatas: O psicopata tem um defeito funcional do cérebro A região ventral sub-orbitária do córtex frontal, não funciona. Não se sabe o motivo deste defeito, mas este achado já é consagrado universalmente Psicopata corporativo: Nem todos os psicopatas acabam na prisão Alguns alcançam altos cargos nas corporações e têm uma ascensão extremamente rápida Estima-se que as tendências à manipulação e à desonestidade sejam frequentes. Se precisar matar, mata Transtorno de personalidade borderline Tem por características afeto, humor, comportamento, relações objetais e autoimagem extraordinariamente instáveis. Esforços frenéticos no sentido de evitar um abandono real ou imaginário Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e resistente da auto-imagem ou do sentimento de self Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais à própria pessoa Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante Instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor Sentimentos crônicos de vazio Raiva inadequada e intensa ou dificuldade em controlar a raiva Ideação paranóide transitória e relacionada ao estresse ou graves sintomas dissociativos São pessoas que tem mais dor crônica Transtorno de personalidade histriônica Desconforto em situações nas quais não é o centro das tenções A interação com os outros frequentemente se caracteriza por um comportamento inadequado, sexualmente provocante ou sedutor Mudanças rápidas e superficialidade na expressão das emções Constante utilização da aparência física para chamar a atenção sobre si próprio Estilo de discurso excessivamente impressionista e carente de detalhes Dramaticidade, teatralidade e expressão emocional exagerada Sugestionabilidade, ou seja, é facilmente influenciado pelos outros ou pelas circunstâncias Considerar os relacionamentos mais íntimos do que realmente são Transtorno de personalidade narcisista Sentimento grandioso acerca da própria importância (p. ex., exagera realizações e talentosos, espera ser reconhecido como superior sem realizações à altura) Preocupação com fantasias de ilimitado sucesso, poder, inteligência, beleza ou amor ideal Crença de ser especial e único e se que somente pode ser compreendido ou deve associar-se a outras pessoas ou instituições especiais ou de condição elevada exigência de admiração excessiva Presunção, ou seja, possui expectativas irracionais de receber um tratamento especialmente favorável ou obediência automática às suas expectativas É explorador em relacionamentos interpessoais, isto é, tira vantagem de outros para atingir seus próprios objetivos Ausência de empatia Frequentemente sente inveja de outras pessoas ou acredita ser algo de inveja alheia Comportamentos e atitudes arrogantes e insolentes GRUPO C Transtorno da personalidade de esquiva Pessoas que evitam atividades ocupacionais que envolvam contato interpessoal significativo por medo de críticas, desaprovação ou rejeição Reluta a envolver-se, a menos que tenha certeza da estima da pessoa Preocupação excessiva com crítica ou rejeição em situações sociais Vê a si mesmo como socialmente inapto, sem atrativos pessoais, ou inferior Inibição em novas situações interpessoais, em virtude de sentimentos de inadequação Transtorno da personalidade dependente Dificuldade em tomar decisões do dia-a-dia sem uma quantidade excessiva de conselhos e reasseguramento da parte de outras pessoas Necessidade de que os outros assumam a responsabilidade pelas principais áreas de sua vida Dificuldade em expressar discordância de outros, pelo medo de perder apoio ou aprovação Dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas por conta própria em vista de uma falta de autoconfiança em seu julgamento ou capacidades (não por falta de motivação ou energia). Vai a extremos para obter carinho e apoio, a ponto de oferecer-se para fazer coisas desagradáveis Sente desconforto ou desamparo quando só, em razão de tremores exagerados de ser incapazde cuidar de si próprio Busca urgentemente um novo relacionamento como fonte de carinho e amparo, quando um relacionamento íntimo é rompido Preocupação irrealista com temores de ser abandonado à própria sorte Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva Existe a doença TOC. Isso aqui é como se fosse um pródromo do TOC Preocupação tão extensa com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários, que o alvo principal da atividade é perdido Perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas Devotamento excessivo ao trabalho e à produtividade, em detrimento de atividades de lazer e amizades Excessiva consciensiodade, escrúpulos e inflexibilidade em questões de moralidade, ética ou valores Incapacidade de desfazer-se de objetos usados ou inúteis, mesmo quando não têm valor sentimental Relutância em delegar tarefas ou trabalhar em conjunto com outras pessoas, a menos que estas se submetam a seu modo exato de fazer as coisas Adoção de um estilo miserável quanto à gastos pessoais e com outras pessoas; o dinheiro é visto como algo que dever ser reservado para catástrofes futuras Rigidez e teimosia
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