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Bruna Braga Barbosa 13/09/2022. Semiologia Pulmonar/Tórax- Inspeção, palpação, percussão e ausculta Slide 292 do Mário López.pdf Divisão da região anterior do tórax: - supraclavicular - infraclavicular - esternal - supraesternal - mamária - inframamária Divisão da região posterior do tórax: - supraescapular - escapular - infraescapular - interescapulovertebral Divisão da região lateral do tórax: - axilar - infra-axilar (seu limite superior é a linha traçada na altura do apêndice xifóide). Formas do tórax: observado na inspeção estática O certo é o diâmetro lateral(transversal) ser duas vezes maior que diâmetro ântero-posterior: Em B, os diâmetros estão iguais 1:1, isso ocorreu pelo fato do tórax estar mais globoso. Deformidades torácicas: observado na inspeção estática - Tórax em tonel: o diâmetro ântero-posterior está aumentado porque o pulmão está hiperinsuflado, logo, o tórax está numa constante posição inspiratória. Isso ocorre em doenças como, DPOC, ENFISEMA, ASMA, BRONQUIECTASIAS. Há um aumento da resistência ao fluxo aéreo ou perda da elasticidade e capacidade retrátil dos pulmões, o que dificulta a expiração. - Tórax em peito de pomba: o esterno se projeta para frente, devido uma proeminência anormal na sua parte anterior. Pode ser congênito, que é raro, ou adquirido. A forma adquirida mais comum é por defeito no septo interatrial ou interventricular, e isso ocorre quando o ventrículo direito, que é anterior, está aumentado. Outro caso da forma adquirida é devido a Asma GRAVE PERSISTENTE da infância. - Tórax em peito escavado: os arcos costais se projetam mais anteriores que o esterno. Normalmente é congênito e sem complicações clínicas. - Cifoescoliose torácica: anormalidade na curvatura da coluna, podendo ser mais pra lateral (escoliose) ou mais posterior (cifose) ou associando as duas. É de natureza idiopática (surge espontâneo), e sua principal complicação é Cor Pulmonale crônico (aumento do ventrículo direito). Simetria do tórax: observado na inspeção estática O volume dos pulmões é o que dará simetria aos hemitórax e é o que mantém o mediastino na posição medial correta. *Na atelectasia: como ocorre perda de ar dos alvéolos o pulmão perde volume e o hemitórax fica mais retraído.Além disso, o mediastino irá desviar para o lado lesado tentando compensar a perda de volume. *Na consolidação: ocorre substituição do ar dos alvéolos por transudato(acúmulo de líquido por aumento da pressão capilar, a qual empurra líquido para fora do vaso, e diminuição da pressão oncótica, que ocorre devido a perda de proteína e é ela quem mantém líquidos dentro do vaso), exsudato(vazamento de líquidos por alterações na permeabilidade da membrana, não tendo a ver com desequilíbrios de pressão) ou células. Logo, o volume pulmonar fica o mesmo e a simetria dos hemitórax se mantém. *Na fibrose cicatricial: como há cicatriz, ocorre aumento da rigidez do pulmão o que impede sua extensão, tornando o hemitórax atingido mais retraído. *No derrame pleural: o extravasamento de líquido para as pleuras faz o pulmão ficar colabado então pode não ter um aumento do hemitórax comprometido porque a diminuição do pulmão dá espaço ao líquido. Mas se o extravasamento for muito grande o hemitórax comprometido fica abaulado e o mediastino é empurrado pro lado oposto. *No enfisema: ocorre hiperinsuflação então o hemitórax comprometido ficará globoso. Se for bilateral ficarão globosos simetricamente. OBS: em casos de retração do hemitórax, o mediastino se desloca para o lado de menor volume para tentar compensar, por exemplo, se a atelectasia for bilateral ele vai para o lado mais comprometido, o mais retraído. Em casos de aumento do volume, o mais comprometido será o mais cheio e vai empurrar o mediastino para o lado menos volumoso, por exemplo se o derrame for bilateral. Inspeção dinâmica - movimentos respiratórios - Frequência respiratória: em doenças restritivas como edema, embolia etc ocorre taquipnéia para tentar vencer a resistência dos vasos e passar um maior fluxo. Já nas doenças obstrutivas a taquipnéia pode acontecer como nas crises asmáticas e exacerbação do DPOC mas não é eficaz. - Intensidade dos movimentos: observa-se o uso de musculatura acessória, porque fisiologicamente apenas a inspiração necessita de músculos, sendo o diafragma o principal deles. Palpação (expansibilidade + FTV) Avalia mais precisamente a expansibilidade, que pode ser observado de forma superficial na inspeção. Pode detectar pequenas variações que serão sinais precoces para anormalidade da caixa torácica, pleura ou pulmão. Técnica de expansibilidade: *LOBO ANTERIOR: paciente sentado, médico de frente com a ponta dos dedos no trapézio e os polegares unidos na linha medioesternal na região infraclavicular. Pedir para o paciente virar a cabeça de lado e respirar fundo. Observa-se o afastamento dos polegares. *LOBO MÉDIO E LÍNGULA: paciente sentado, a ponta dos dedos no côncavo axilar e os polegares na região medial fazendo uma prega cutânea. Nesse caso testa a expansibilidade lateral, observa-se a prega estender e comprimir. *LOBOS INFERIORES: nesse caso avalia-se a região posterior, não precisa mais pedir pro paciente virar a cabeça de lado pra respirar fundo. A ponta dos dedos ficam no côncavo axilar e os polegares fazem uma prega cutânea na linha vertebral. Na inspiração observa-se o afastamento simétrico dos polegares, com a prega estendendo. Frêmito Toracovocal: A principal, talvez única, utilidade é conseguir diferenciar uma consolidação de uma atelectasia ou derrame pleural. Isso porque, a Consolidação é o único caso em que o frêmito estará aumentado. Técnica: a palpação é feita com o ‘’peito’’ da mão e o paciente deve repetir em voz alta 33. OBS1: na região anterior o número 3 pode ser feito com a mão de lado, só com o 5° dedo encostado na região, e ao fazer do outro lado deve virar a mão (então de um lado é com a palma pra cima e do outro com a palma pra baixo) OBS2: NÃO TROCA DE MÃO. OBS3: SEMPRE EM BARRA GREGA, SEM CRUZAR. Ausculta respiratória O som é a vibração de corpos em um meio ELÁSTICO, caso não seja esse meio não terá som, por exemplo, no vácuo. Classificação: - Som bronquial: pode ser escutado com o esteto no pescoço. É um som rápido e turbulento, rude, intenso e bem audível(puro pois não tem interferência do parênquima).É curto devido ao pequeno espaço entre a origem e o ponto de ausculta e possui uma pausa após inspirar. Audível na inspiração e expiração. NÃO EXISTE SOM BRONQUIAL NO TÓRAX. - Som vesicular: fluxo transicional, não é mais turbulento mas ainda não é laminar. É o murmúrio vesicular, o som do parênquima pulmonar todo. O ar está indo de vias aéreas maiores para mais finas, e tem maior vibração onde há ramificação na região da Carina. É mais audível na inspiração, porém suave, e na expiração é curto e pouco audível. - Som broncovesicular: é o som do ápice dos pulmões. Nas regiões infra e supra claviculares, interescapulovertebral e supraescapular também. É difícil auscultar porque existe apenas em pontos específicos. Tem inspiração e expiração de duração e intensidade igual e sem pausa entre elas. Som Bronquial no tórax - Patológico: Você irá comparar os lados, se um estiver mais rude que o outro é porque está auscultando um som bronquial. Isso ocorre na CONSOLIDAÇÃO porque houve substituição de ar para líquido (som ar < som líquido < som sólido). Para confirmação pode testar: Broncofonia (os sons vocais ficam mais intensos em áreas consolidadas, então faz uma comparação dos dois lados) e Pectorilóquia Afônica (consegue auscultar nitidamente as sílabas da palavra mesmo com a voz cochichada). Se ainda tiver dúvidas, compare a ausculta do tórax com o pescoço. Ruídos adventícios: ESTERTORES (todo ruído estranho na respiração) - crepitações: som descontínuo, explosivo (parece bolhas estourando) e de curta duração (principal diferencial, duração menor que 20 ms). Ocorre pela presença de secreção nas grandes vias ou pela reabertura súbita de brônquios previamente colapsados (emcasos de consolidação, onde o brônquio já está com um peso mantendo ele quase fechado, daí o ar vem e força a reabertura súbita desses vasos colapsados). - Sibilos: som contínuo, pode ser fino ou grosso, localizado ou variável (se for localizado é por obstrução com corpo estranho). Parece musical, e tem duração maior que 250 ms (ou seja, longa). Diferente das crepitações, nesse caso o ar não força uma reabertura súbita, mas sim força a passagem batendo nas paredes gerando vibrações devido a alta velocidade do fluxo (então o ar passa no apertadinho mesmo). - estridor: são sibilos especiais, de alta intensidade na inspiração e audíveis à distância. Acontecem em obstrução de via aérea alta. - roncos: são sibilos porém de menor tonalidade, com som mais grave e ocorrem quando a obstrução do fluxo não é tão grande então não estando muito apertado o ar não gera tantas vibrações. Para confirmar o ronco basta pedir pro paciente tossir, se parar é ronco. OBS: ‘’TÓRAX SILENCIOSO’’ acontece em obstruções maiores, como nas crises graves de asma, onde o ar praticamente não passa então não gera vibrações e os sibilos somem. Pontos de ausculta respiratória: 8 pontos anterior e 6 posterior - supraclavicular - infraclavicular - supra mamário - infra mamário - supra escapular - interescapulovertebral - infra escapular OBS: marcar os 4 dedos abaixo do fim da escápula para saber até onde o pulmão vai. Percussão: Apoia-se o terceiro dedo da mão esquerda sobre a parede torácica (o restante da mão fica desencostado), e dá duas batidas rápidas com o terceiro dedo da outra mão sobre a falange distal do dedo apoiada. Após a segunda batida já retira-se o dedo encostado para não abafar o som. Também é um exercício comparativo, então deve ser feito em barra grega. OBS: para o professor Marlon não é necessária percussão na região supraclavicular. OBS: na região lateral há dois pontos, o axilar e o infra axilar, deve-se ter cuidado para não ultrapassar a altura do apêndice xifóide. Além disso, você faz no ponto axilar direito depois vai e já faz do lado esquerdo, aí faz o ponto infra axilar esquerdo e volta pra fazer o direito. Isso porque se você fizer seguidamente o axilar e o infra do mesmo lado você não estará comparando com o lado oposto. - INFRACLAVICULAR - SUPRA MAMÁRIO - INFRA MAMÁRIO - AXILAR - INFRA AXILAR - SUPRA ESCAPULAR - INTERESCAPULOVERTEBRAL - INFRAESCAPULAR OBS: pedir pro paciente contrair as escápulas para localizar a ponta delas e marcar 4 dedos abaixo para saber onde termina o pulmão. OBS: pedir pro paciente cruzar os braços colocando as mãos sobre os ombros opostos para localizar melhor o espaço entre escápula e vertebra. OBS: alguns professores fizeram a percussão na linha mamilar ao invés do supra mamário. Coisas que tem no Mario Lopez mas não vimos na prática: ↓↓↓↓
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