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Terapia de família com crianças - Desenho a nossa casa.

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Terapia de família com
crianças
 Referência: Papai, mamãe, você e eu? Conversações terapêuticas em família com crianças. Helena Maffi Cruz, 2000.
Desse modo, tornar-se-ia possível conversar a
respeito da família mantendo criança e adultos na
mesma sessão. 
 A teoria sistêmica e seu enfoque relacional trouxeram-
nos inquietações a respeito de nosso posicionamento
como terapeuta de crianças, bem como mudanças
significativas em nossa prática clínica. 
 A exigência de dedicar um olhar à interação familiar
apresentava-se cada vez que uma criança era
encaminhada para avaliação; era preciso contextualizar
o que apresentava-se como sintoma.
 Tínhamos ciência de que a criação de um espaço que
gerasse informação para todos, família e terapeuta,
não poderia advir de conversa convencional, pois, nela, o
verbal dos adultos, permaneceria inacessível às
crianças.
 Recebemos de Gladis Brun a sugestão de propor uma
sessão lúdica com a família, mais precisamente de
elaborar um desenho com o tema "A nossa casa". 
 O lúdico, terreno acessível a todos em virtude de
constituir linguagem universal, veio então ao encontro
de nosso intento. 
 O tema foi sendo transformado, aos poucos, em
formato estruturado de sessão, em jogo, cujas regras e
sequencia catalisavam questionamentos e possível
reflexões. 
"A nossa casa"
 Consideramos hoje o jogo não mais instrumento de
avaliação, mas um recurso terapêutico. Um recurso
eficaz de reflexão, por possibilitar uma conversa em
família, e não apenas em famílias com crianças. 
 Ao propor o jogo, reunimos a família e falamos da
possibilidade de conversar brincando. Assim, propomos
o jogo como um desenho feito por todos. 
 Mostramos o material disponível e oferecemos o título
do desenho: a nossa casa. Explicamos que, como
qualquer jogo, este também tem suas regras e que
devem ser cumpridas. 
A realização de desenho único para o qual todos
contribuam;
A participação de todos;
A escolha individual de uma cor, para que possamos
identificar depois o que coube a cada um no
desenho.
O maior mérito deste trabalho e o que o qualifica
está expresso em sua forma de execução. Assim,
enquanto a família interage na confecção do
desenho, o terapeuta observa os movimentos
relacionais, ou seja, seu modo de executar a
proposta. 
 Sugerimos então três regras:
1.
2.
3.
 O limite do espaço - uma ou duas folhas de cartolina - e
do tempo - em torno de 15 minutos -, além da solicitação
de se posicionarem confortavelmente. 
 Tal introdução ao trabalho está repleta de
metacomunicações e de imagens metafóricas. O jogo
interativo assemelha-se à família, na medida em que
solicita a participação e a consequente inter relação de
todos os seus membros para a obtenção de um desenho
único. 
 A identificação pela cor busca representar as
individualidades e suas possíveis fronteiras no sistema.
Ao adotarmos o conceito de totalidade sistêmica como
referencial, temos em mente que o desenho não será o
resultado da soma das individualidades, mas sim da
interação entre elas. 
 A maneira como as pessoas vão lidar com o jogo, de
que forma vão interagir durante a brincadeira, será o
foco da atenção, pois é o que dará qualidade e
movimento à metáfora. O retrato da família que se
exprimirá no desenho, adquirirá valor significativo se
puder ser transformado em filme, ou seja, incorporar a
sequencia de ações, durante e após sua execução.