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Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Clínica de grandes animais II Processo inflamatório da glândula mamária, que se caracteriza por alterações físicas e químicas do leite bem como modificações do tecido glandular A primeira coisa que chama atenção são os quartos mamários assimétricos, logo em seguida a consistência estará alterada (palpação geral) – Lembrando que podemos passar a contaminação do quarto mamário doente para o saudável ETIOLOGIA Etiologia (fatores determinantes) microrganismos + fatores pre disponentes (animal e ambiente) FATORES DETERMINANTES (MICRORGANISMOS) Lembrando que as infecções podem ser simples ou mistas (vários microrganismos agindo) Os principais: Staphylococcus, Streptococcus, E. coli FATORES PPREDISPONENTES (ANIMAL) Imunidade de cada animal Estresse – térmico, nutricional, manejo Morfologia de tetos, mamas ou orifícios (qualquer alteração de anatomia predispõe) Idade - plurigenitoras – tem orifício mais aberto (entra mais bactérias) e novilhas o orifício do teto muito fechado (retendo leite) Ordenhas não satisfatórias: ordenhadores cometem erros deixando leite residual nos tetos – meio de cultura para bactérias Estágio de lactação: fase inicial do período seco – pouco leite, dificulta a ordenha e primeiros 2 meses de lactação onde há um volume muito maior de leite o que pode facilitar ficar um pouco residual de leite OBS: Devemos lembrar que vacas estressadas liberam além de cortisol, a adrenalina, esta compete com ocitocina, a ocitocina promove a descida do leite, com a adrenalina alta, o úbere estará cheio de leite, mas estará retido e retenção de leite predispõe a mastites (proliferação de bactérias) FATORES PREDISPONENTES (AMBIENTE) Alta taxa de lote → aumento de dejetos → mais sujeira Limpeza e qualidade de camas Clima (mais chuva → mais sujeira → mais infecção Manejo da ordenha (instalações e maquinários limpos) – Pré/Pós dipping e 1 papel toalha por teto PATOGENIA Formas que o agente pode entrar no organismo da vaca VIA ASCENDENTE – VIA ORIFÍCIO DO TETO Fases: 1. Invasão 2. Infecção 3. Inflamação VIA DESCENDENTE OU HEMATÓGENA SINAIS CLÍNICOS Aguda – primeiros sinais que identificamos são os sinais de inflamação e alterações no leite (grumos, pús etc) Crônica – quando não tratada aparecem as fibroses DIAGNÓSTICO Inspeção – Direta e indireta Palpação – Direta e indireta Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Clínica de grandes animais II Exame do leite: fundo escuro, CMT, CCS (contagem de células somáticas), Ph, composição (gorduras, proteínas, lactose), teste de eletrocondutividade, microbiológico CLASSIFICAÇÕES Aguda (sinais de inflamação) x Crônica (presença de fibrose nos tetos) Clínica (aparente – há manifestação clínica visível no exame clínico) x Subclínica (quando não é aparente - assintomática, leite aparentemente bebível mas no laboratório aponta alterações) – Mesmo sendo subclínica é importante tratar a doença subclínica OBS: Se vemos os grumos no leite já determinamos que é uma mastite clínica, sem os grumos não é considerada uma mastite clínica Ambiental (adquirida a mastite através do ambiente) – não é tratável, mas será feita correção de manejo x Contagiosa (adquirida a mastite através de outra vaca) – Para descobrirmos isso precisamos saber qual agente etiológico está causando a doença, a contagiosa é tratável Catarral – É a mais simples, animal ainda está produzindo leite, porém com grumos ou pús, aumento de volume, sinais de inflamação x Apostematosa – Presença de abcessos, aqui não há mais produção de leite, apenas pús, glândula mamária parece glandular x Flegmonosa – Mais complicada, prognóstico mais reservado, não há produção de leite, necrose e gangrena das glândulas mamárias, presença de sangue, cianose de glândula mamária, baixa temperatura. A necrose pode começar em uma mama e ir para outra pela corrente sanguínea Agalaxia Gangrena de tetos Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Clínica de grandes animais II TRATAMENTO Alterações locais: retirar todo leite e aplicar pomadas intramamárias pós ordenha (3 a 7 dias) – Essas pomadas são apenas no teto afetado Alterações sistêmicas (febre, apatia, sinais de toxemia, inapetência, distúrbios digestivos, abcessos, poliartrites, liminites): baseado nos sinais clínicos, antibiótico sistêmico, antiinflamatorios, dipirona (febre), fluidoterapia (endotoxemia), abcessos no úbere (puncionar) ÚLCERA DA LACTAÇÃO Definição: formação ulcerosa de tamanho variável Etiologia: Stephanofilaria (helminto) Sinais clínicos: úlcera profunda de difícil cicatrização, crostas sanguinolentas, supuração secundária – Staphylococcus Diagnóstico: Clínico – inspeção e etiológico – raspado da úlcera/punch Tratamento: organofosforado (local ou sistêmico) 10g – 100ml de água ou 6% em pasta de vaselina – basicamente antiparasitários com base de ivermectina
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