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Sistema cardiovascular • Transporte de substâncias para os tecidos • Remoção de produtos finais do metabolismo dos tecidos • Mecanismos homeostáticos: - Regulação da temperatura corporal - Controle de F.C. - Controle de contratilidade 3 divisões principais • Sistema de distribuição: coração, artérias e arteríolas • Sistema de distribuição e perfusão: artérias, arteríolas e capilares • Sistema de coleta: veias, vênulas e coração • Sistema Cardiovascular é uma das Átria mortis – porta de entrada da morte. • Falencia circulatória, respiratória ou do sistema nervoso são as principais causas de morte • Abordagem diagnóstico/necroscópica o coração é abordado na retirada do primeiro conjunto de vísceras • Localização: espaço mediastínico médio do tórax, com predominância ao lado esquerdo Funções Macroscopia Tipos de exame Divisões Sistema cardiovascular • Composta pelo: Pericárdio miocárdio endocárdio • Pericardio: são estruturas qye envolvem o coração, possui uma porção fibrosa e uma serosa - Fibrosa: camada externa do pericárdio - Serosa: se divide em camada interna (epicardio) e externa (cavidade pericárdica) • Miocardio: musculatura cardíaca: fibras atriais, ventriculares, excitatórias e condutoras • Endocardio: camada mais interna do coração, se divide em mural e valvar - Mural: reveste a superfície das câmaras cardíacas – átrios e ventrículos - Valvar: reveste as valvas cardíacas • Endocárdio + tecido conjuntivo + endocárdio Estrutura cardíaca Estrutura valvular Estrutura vascular Coração Vaso Interna Endocárdio Túnica intima vascular Intermediaria Miocárdio Túnica media Externa Epicárdio Adventícia Patologia das válvulas cardíacas • A valvulopatia é um conjunto de doenças que afetam as válvulas cardíacas causada por defeito no coração ao nascimento ou por infecção nas válvulas • São processos inflamatórios que nas espécies domesticas são de natureza infecciosa, principalmente bacteriana. • Acomete principalmente a válvula atrioventricular esquerda, na maioria das espécies domésticas. Entretanto, nos ruminantes a válvula atrioventricular direita é a mais acometida Portas de entrada: • Via hematógena - Sítios distantes: manipulações dentárias, queimaduras, manipulações uretrais Migração parasitária dilrofilaria • Via iatrogênica Cateteres intravenoso e intracardíaco • Dano vascular induzido por uremiaValvulopatias Endocardite Bovinos • Trueperella pyogenes (Corynebacterium/Actinomyces/Arcanoba cterium pyogenes) • Streptococcus spp Ovinos • Streptococcus spp. – frequente associação com poliartrites Suínos • Streptococcus spp. • Erysipelothrix rhusiopathiae Equinos • Streptococcus equi • Actinobacillus equuli • E. coli • Pseudomonas aeruginosa • Candida parapsilosis • migração de larvas de Strongylus vulgaris Cães • Streptococcus spp. • Erysipelothrix rhusiopathiae • E. coli • Eventualmente fungos, em animais • imunodebilitados: • Mucor • Aspergillus spp. • Histoplasma Etiologia Patologia das válvulas cardíacas • Geralmente inicia-se nas áreas de aposição de folhetos valvulares que recebem o fluxo sanguíneo • A patogênese de endocardites envolve uma combinação de eventos • Trauma local: Desnudamento endocárdico Perda da atividade endotelial (antiplaquetária, fibrinolítica, anticoagulante) desnudamento endocárdico Exposição colágeno subendotelial com fator de von willebrand Adesão e ativação plaquetária Trombose • Bacteremia: Colonização da área ulcerada/massa trombótica Patogenia Agregados amarelo-avermelhados, sobelevados, inseridos na margem ivre valvar, de aspecto verrucoso ou couveflorístico, de consistência friáveis (fibrina). Como existe movimento bacteriano, existe migração leucocitária para esse microambiente (principalmente polimorfonuclear – neutrófilo), e haverá como resultado grande quantidade de liberação de espécies reativas de O2 e de enzimas, com liquefação tecidual, gerando consistência friável e quebradiça • Inicialmente: - Ulcerações irregulares nas bordas valvulares - Friáveis, rompem-se com facilidade e, quando retiradas, promovem erosões do endotélio valvular • Endocardite valvular vegetativa Crônicas: aspecto verrucoso (deposição de tecido conjuntivo) Macroscopia Associação Trauma local + Bacteremia Patologia das válvulas cardíacas Fibrina e sangue com colônias bacterianas depositadas sobre uma camada de células inflamatórias associadas à proliferação de tecido de granulação Aspecto microscópico esperado da Tromboendocardite Verrucosa: perda do revestimento endotelial, formação de agregados de plaqueta, hemácias e fibrina infiltrados por leucócitos e colonizados por bactérias • Casos leves: Revolução completa, com a reposição do endotélio descamado e retorno à atividade normal. • Casos Moderados: Haverá aumento de volume na margem livre valvar e esse aumento de volume da valva vai determinar uma dificuldade na abertura valvar, com uma abertura incompleta. podendo desenvolver um fechamento valvar incompleto, chamado de Insuficiência Valvar. No mesmo processo de endocardite, pode haver estenose e/ou insuficiência, vai depender do momento, da fase do processo.. O grau de reparo interfere na capacidade de fechamento valvar. Se a retração cicatricial for muito extensa, pode comprometer o fechamento, e assim ocorre a insuficiência – vai depender da intensidade da lesão inicial/primária Pode ocorrer embolização Geram casos de obstrução isquemia/infarto • Casos severos: Geralmente fatais – comprometimento das cordas tendíneas e extensão do processo de endocardite para o endocárdio mural EvoluçãoMicroscopia Patologia das válvulas cardíacas • A valvulopatia é um conjunto de doenças que afetam as válvulas cardíacas causada por defeito no coração ao nascimento ou por infecção nas válvulas • Lesão cardiovascular mais frequente em cães (75% dos cães com mais de 16 anos) • Existe uma analogia da endocardiose com degeneração mixomatosa mitral na espécie humana – as morfologias são parecidas. • Processo degenerativo valvular com envolvimento principalmente de átrio- ventriculares • Acomete principalmente de machos • Progressão com a idade • Pode envolver cordoalhas • Etiologia desconhecida - Mas, aparentemente, ocorre deposição de glicosaminoglicanos concomitantemente à degeneração do colágeno da válvula,. • Esse tipo de lesão progride com a idade, e pode se estender além da valva para as cordas tendíneas, determinando uma insuficiência valvular, ocorrendo um enrrigessimento da superfície valvar, perdendo sua elasticidade - Ex: insuf. Mitral/dilatação átrio E/hipertrofia ventrículo E/ICC • Todas as válvulas cardíacas podem ser acometidas, contudo, sua ocorrência é mais elevada na válvula atrioventricular esquerda (mitral) e menos frequente na atrioventricular direita (tricúspide) e nas semilunares das artérias aorta e pulmonar • Alguns autores sugerem participação de citocinas e fatores de crescimento no processo; • Cães com endocardiose apresentam aumento da expressão de receptor para endotelina-1, aumentando a proliferação e atividade sintética de fibroblastos, aumentando a deposição de MEC e colágeno Valvulopatias Endocardiose Patogenia ATENÇÃO A endocardiose é um processo degenerativo válvular, enquanto a endocardite é um processo inflamatório (É necessário conhecer as condições para distinguir a endocardite crônica da endocardiose) Etiologia Patologia das válvulas cardíacas • Espessamento nodular Esse aspecto nodular vai determinar o fechamento incompleto das valvas. • Consistência firme, coloração brancacenta ou amarelada • Superfície lisa e brilhante, localizado nas bordas livres das válvulas • Edema, hialinização e fragmentação de fibras colágenas, deposição de proteoglicanas, ácido hialurônico e sulfato de condroitina na parte fibrosa valvular • Deposição de colágeno na parte esponjosa valvular • A estrutura que era delgada agora assume aspecto nodularcom consistência firma. Macroscopia Microscopia Pericardites Processo inflamatório do pericárdio que envolve os folhetos visceral e parietal. • Hematogena pela corrente sanguiea • Contiguidade processos proximos • Trauma perfuração do saco pericardico Definição Portas de entrada O tipo de pericardite é determinado pelo tipo de exsudato presente, classificado como: • Serosa: líquido no saco pericárdico rico em proteínas, com conteúdo hemorrágico variável e escassa fibrina.. Associado a processos mais brandos como início de uremia já que a toxina urêmica provoca discretas induzir a um derrame seroso. Pode também ser provocada por agentes infecciosos como Haemophilus somnus, bactéria que acomete suínos e causa poliserosite (processo inflamatório de diversas serosas do organismo). • Fibrinosa: a superfície do pericárdio é recoberta por quantidade variável de material filamentoso friável (fibrina) de coloração amarelo a cinza, que pode estar misturado com sangue Classificação Pericardites Bovino: • Reticulopericardite traumática, • Pasteurella spp, • Clostridium chauvoei • Chlamydophila (Chlamydia) psittaci, • Mycoplasma mycoides var. mycoides, • Brucella abortus Suíno: • Pasteurella spp., • Haemophilus parasuis • Mycoplasma hyopneumoniae Equino • Mycoplasmas pp. • Streptococcus spp. Canino • Coccidioides immitis Felino • Coronavírus felino (PIF) Etiologia Pericardite aguda Estagio crônico Fibrose e espessamento do pericárdio Obliteração do espaço pericárdico • Purulenta: de exsudato purulento no saco pericárdico. O exsudato é fino, amarelo, verde ou cinza, dependendo do agente envolvido, e pode estar misturado com fibrina • Pericardite constritiva: O coração é envolvido por um tecido cicatricial fibroso ou fibrocalcificado denso que limita a expansão diastólica e o débito cardíaco Patologias miocárdicas • Inflamação: miocardites e miosites • Neoplasias: primárias, secundárias e quimiorreceptores (arco aórtico) • Hipertrofia: resposta cardíaca adaptativas ou compensatórias • Inflamação dos cardiomiócitos presentes no miocárdio (músculo do coração) • Lesão comum • São predominantemente infecciosas, • Lesões geralmente são multifocais • Podem ser primárias (em que o agente infeccioso não provoca patologia importante em outros locais do organismo) ou secundárias (há infecções primárias em outros locais do organismo) • Geralmente secundárias - Extensão de processos pericárdicos ou endocárdicos - Disseminação via hematógena • Predominantemente infecciosa • Achado de necrópsia • Agentes infecciosos associados a doenças sistêmicas, como bactérias, vírus ou vermes • Extensão direta: que vai direto para o coração (não passa pelo sangue) como por exemplo, algo que perfure e esteja infectado • Extensão de uma endocardite • Infiltrado inflamatório predominantemente linfocitário, • Comum em infecções virais – exemplo: parvovirose e febre aftosa • Roedores como reservatório • Surtos relacionados à ingestão de água contaminada a partir de roedores, ou de carcaças de roedores infectados • Apresenta necrose miocárdica • Associada a leões encefálicas • Quadros agudos morte subita hidrotórax, hidropericárdio, ascite, palidez ventricular com focos amarelados – necrose miocárdica • Macroscopia: coração tigrado, áreas vermelhas intercaladas com áreas brancas → infiltrado de leucócitos associados a patologias virais Definições Miocardite linfocítica Etiologia Miocardites Patologias miocárdicas • Microscopia: Extensa fibrose do miocárdio e o infiltrado inflamatório crônico composto por linfócitos, plasmócitos e macrófagos. Há também intensa hipertrofia vicariante das fibras miocárdicas, para compensar as que sofreram necrose M. supurativa - Listeria monocytogenes - Actinobacillus equuli M. necrosante - Toxoplasmose - Tripanosomiase M. caseosa - Corynebacterium ovis - M. granulomatosa - Mycobacterim bovis M. Eosinofílica: - Sarcocistose: Sarcocystis sp - Toxocara Os eosinófilos possuem grânulos citoplasmáticos que contêm proteínas citotóxicas que, uma vez libertadas, podem lesar diretamente os tecidos. • Diagnóstico no matadouro • Lesões esverdeadas bem delimitadas - Miocárdio - Mm. Membro posterior - Diafragma - Língua Miosite eosinofilica Etiologia Patologias miocárdicas Neoplasias primarias • Neoplasia primária do coração é considerada uma alteração rara nos animais domésticos, exceto pelo hemangiossarcoma em cães e pelo neurofibroma em bovinos. Coração de cão com hemangiossarcoma no átrio direito Neoplasias secundarias Já as neoplasias secundárias (metastáticas) são relativamente comuns, sendo o linfoma e os carcinomas as mais frequentes Quimiodectoma/Quemodectoma Se localizam externamente ao coração, mas os tumores do corpo aórtico e carotídeo (quimiorreceptores) possuem estreita proximidade com a base do coração e por suas consequências afetarem principalmente o sistema cardiovascular Neoplasias cardiacas Patologias miocárdicas • Aumento da massa muscular devido ao aumento de tamanho dos cardiomiócitos • Resposta Adaptativa/Compensatória Aumento da carga de trabalho Secundárias • Resposta à falência Cardíaca (comprometimento no bombeamento; incapacidade de suprir o sistema; necessidades metabólicas ) - Falência: Sobrecarga de pressão/sobrecarga de volume = diminui contratilidade; diminui débito cardíaco = pode gerar falência • Reversível • Adaptação: útil por um determinado tempo, com o tempo pode levar a degeneração da fibra Classificação anatômica: • Excêntrica: sobrecarga de volume; tensão na parede miocárdica ocorre na diástole, ocorre o alongamento das fibras. Ex: insuficiência valvar/endocardiose • Concêntrica: sobrecarga de pressão; ocorre no pico da sístole; determina o aumento do diâmetro da fibra. Ex: Estenose Aorta Classificação anatômicaHipertrofia miocárdica Patologias miocárdicas • Idiopaticas • Cardiomiopatia hipertrófica: gatos gene autossômico recessivo • Cardiomiopatia dilatada: Deficiência de taurina (metionina+cisteína) em gatos • Cardiomiopatia restritiva: gatos idosos; diminuição complacência pela deposição de um tecido fibroelástico em endocárdio • Produzida por lesões que causam sobrecarga de volume (EXCÊNTRICA): insuficiências valvulares; defeitos septais • Produzida por lesões que causam sobrecarga de pressão (CONCÊNTRICA): estenoses valvulares, hipertensão sistêmica, doença pulmonar • Hipertrofia ventricular direita • Hipertrofia ventricular esquerda • Estenose pulmonar Ex: estenose pulmonar congênita, • Hipertensão pulmonar Ex: dirofilariose (VD,A. pulm) • Cães/felinos: hipertensão sistêmica • Nos gatos relação com hipertireoidismo e insuficiência renal crônica • Nos cães relação com insuficiência renal crônica, hiperadrenocorticismo e feocromocitomas • Concêntrica • Principalmente em felinos, machos, • 1-3ª • Infrequente em cães – raças grande porte • Em fel. ICC, 10%-20% com paresia de posteriores devido à tromboembolismo na aorta abdominal caudal (“trombo em sela”), secundária à trombose atrial esquerda • Autossômico dominante em Maine Coons • Também em Ragdolls, Persas, American Shorthair • Hipertrofia do ventrículo esquerdo e do septo interventricular • Dilatação átrio esquerdo Hipertrofia primaria Hipertrofia secundaria Hipertrofia ventricular direita Hipertrofia ventricular esquerda Cardiomiopatia hipertrófica Patologias vasculares • A aterosclerose é uma inflamação, com a formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias de grande e médio calibre • Esporádica • Raramente determina quadro clínico • Coelhos, suínos e frangos são susceptíveis à doença experimental • Doença natural detectada em suínos, aves idosas (principalmente papagaios), cães com hipotireoidismo e diabetes • Associada ao hipercolesterolismo • Aa. Coração, rins, mesentério espessadas, enrijecidas e amareladas Lesão aterosclerótica inicial Lesão ou estresseendotelial (fluxo) (sem desnudamento) Migração leucocitária (Monócitos e LT), interação entre moléculas de adesão, mediação por prostaciclinas, PDGF, NO entre outros mediadores Aumento de permeabilidade endotelial ao LDL e demais componentes plasmáticos • Injúria à íntima vascular sem desnudamento endotelial (Hipóxia, toxinas, ag. Infecciosos, fluxo turbulento, hipercolesterolemia) Ativação endotelial Expressão ICAM-1; VCAM-1 – recrutamento leucocitário migração para a íntima PatogêneseAterosclerose Etiologia Lesão precoce da aterosclerose = estrias de gordura discretas em leito vascular Patologias vasculares • Calcificação • Ruptura focal/ulceração • Hemorragia • Trombose Lesão aterosclerótica intermediaria LDL na íntima, migração leucocitária, expressão contínua de moléculas de adesão (VCAM, selectinas...) formação de FOAM cells, queda de produção de fatores antiplaquetários e anticoagulantes Produção de fatores de crescimento; mitógenos Migração e proliferação de fibras musculares lisas Lesão aterosclerótica avançada LDL na íntima, migração leucocitária, expressão contínua de moléculas de adesão (VCAM, selectinas...) formação de FOAM cells, queda de produção de fatores antiplaquetários e anticoagulantes Produção de fatores de crescimento; mitógenos Migração e proliferação de fibras musculares lisas e deposição de tecido conjuntivo Lesão complicada Patologias vasculares • A vasculite, também chamada de angeíte, é a inflamação dos vasos sanguíneos Tipos • Arterite – Inflamação das arterias • Flebite – Inflamação das veias • Linfangite - infecção de vasos linfaticos • Processo inflamatório - natureza adversa • Frequente • Lesão na parede vascular; comprometimento de uma ou mais camadas • Necrose de endotélio, fibras elásticas/musculares • Infiltrado leucocitário • Trombose • Proliferação Fibro-muscular Etiologia • Vírus: Arterite viral equina, língua azul peste suína, africana, PIF • Bactérias: Haemophilus spp. Erysipelothrix rhusiopathiae • Fungos: Aspergillus fumigatus • Protozoários: Sarcosporidiose • Helmintos: Strongylus vulgaris – EQ Dirofilaria immitis; spirocerca lupi – CÃES, Aelurostrongylus abstrusus – GAT • Geralmente acompanhado por trombose – tromboflebite • Frequentemente deve-se a expansão de uma lesão por contiguidade Frequentemente como desdobramento de lesões em territórios adjacentes • Corynebacterium ovis • Sporothrix schencki Vasculites Arterite Flebites Flebites
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