Buscar

Teoria da Constituição_ conceito, sentidos, teorias, classif

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Teoria da Constituição:
conceito, sentidos, teorias,
classificação e princípios
de interpretação.
1. Conceito
Lei suprema do estado que
define a sua organização
política-jurídica, a sua
estrutura e como se dá o
exercício do poder.
A Constituição ideal para
Canotilho tem quatro
características:
Deve ser escrita e positivada
para conferir maior
segurança jurídica.
Deve conter um catálogo ou
sistema de direitos
fundamentais individuais,
liberdades negativas,
representam limitações ao
poder do estado.
Deve adotar um sistema
democrático.
Deve reconhecer o princípio
da separação dos poderes.
2. Concepções ou Sentidos de 
Constituição:
2.1. Sentido sociológico -
Ferdinand Lassale:
Segundo Lassale, a
Constituição seria a soma
dos fatores reais de poder
dentro de uma sociedade,
como ela é na prática. Uma
Constituição só seria
legítima se representasse o
efetivo poder social,
reletindo as forças sociais
que constituem o poder, caso 
não ocorresse, ela seria
ilegítima, seria uma mera
folha de papel. Ex: Países
ditatoriais que possuem
Constituições figurativas.
2.2. Sentido político - Carl
Schmitt:
A Constituição é uma decisão
política fundamental do
titular do poder
constituinte. Traz as normas
de organização do estado
(artigo 18 CF), limitação do 
estado, direitos
individuais, normas de
conteúdo materialmente
constitucionais. Obra de
referência: Teoria da
Constituição.
Faz uma distinção entre
normas materialmente
constitucionais e normas
formalmente
constitucionais. Ex: o
artigo 242 § 2º CF, é exemplo
de norma formalmente
constitucional, porque não é 
decisão política
fundamental.
2.3. Sentido jurídico - Hans
Kelsen:
A constituição é fruto da
vontade racional do homem, e
não das leis naturais. É
considerada norma jurídica
pura, abstraindo-se de
qualquer consideração de
cunho político, social,
filosófico.
Para o sentido
lógico-jurídico
Constituição significa
norma fundamental
hipotética, cuja função é
servir de fundamento lógico
transcedental da validade
da Constituição
jurídico-positiva, que
equivale à norma positiva
suprema, conjunto de normas
que regula a criação de
outras normas, lei nacional
no seu mais alto grau.
Sentido lógico-jurídico:
norma pressuposta -
hipotética fundamental
Sentido jurídico-positivo:
norma posta - Constituição
escrita que ocupa o todo do
ordenamento jurídico.
No direito há um verdadeiro
escalonamento de normas,
uma constituindo o
fundamento de validade da
outra, numa verticalidade
hierárquica, até chegar na
Constituição, que é o
fundamento de validade de 
todo o sistema
infraconstitucional. Obra
de referência: Teoria Pura
do direito.
3. Teorias Explicativas:
Constituição Aberta: Tem por
obejtivo permanecer atual
dentro do seu tempo e evitar
a perda da sua força
normativa. A abertura da
Constituição está
intimamente ligada ao
fenômeno da mutação 
constitucional,
compreendido como a
mudança da mentalidade
social e política capaz de
gerar reflexos na ordem
jurídica. Na mutação
constitucional ocorre um
confronto entre a
literalidade da
Constituição rígida e as
mudanças da realidade da
vida, ensejando uma
acomodação das regras
constitucionais aos novos
padrões de cultura e 
civilização.
Constituição Dúctil ou
Suave (Gustavo Zagrebelsky)
aquela que não predefine ou
impõe uma forma ou projeto
de vida, mas sim deve criar
condições para o exercício
dos mais variados projetos
de vida, sendo um espelho
que reflita o pluralismo
ideológico, moral, político
e econômico existente nas
sociedades.
Constituição em branco é a
que não veicula limitações 
explícitas ao poder de
reforma.
Constituição Semântica (Karl
Loewenstein) dentro da
classificação ontológica é
aquela que está a serviço das
classes dominantes,
legitimando práticas
autoritárias de poder.
Constituição Simbólica
(Marcelo Neves) é definida
como aquela em que há
predomínio ou hipertrofia
da função simbólica
(essencialmente 
político-ideológica) em
detrimento da função
jurídico-instrumental (de
caráter
normativo-jurídico).
Neoconstitucionalismo ou
Constituição
Principiológica e
Judicialista: importância
crucial dos direitos
fundamentais, incluindo os
sociais, limitando a
liberdade do legislador e
impondo sua implementação;
centralidade dos princípios 
constitucionais que se
multiplicam e adquirem
relevância prática e
aplicabilidade imediata,
desde que sejam adotados
métodos de interpretação
abertos, evolutivos e
desvinculados da
textualidade das regras, em
particular a ponderação de
princípios e/ou valores;
importância do Poder
Judiciário que se torna
protagonista da
Constituição de 1988, em 
razão da ampliação e da
intensificação do controle
de constitucionalidade e da
incumbência de implementar
o projeto constitucional
mediante aplicação de
métodos “abertos” de
interpretação.
Constituição Chapa-Branca:
Tutelar interesses e
privilégios dos dirigentes
do setor público; assegurar
posições de poder a
corporações e organismos
estatais ou paraestatais; o 
núcleo duro do texto
preserva interesses
corporativos do setor
público e estabelece formas
de distribuição e de
apropriação dos recursos
públicos entre vários
grupos.
Constituição Ubíqua: (Daniel
Sarmento) A referência a
normas e valores
constitucionais é um
elemento onipresente no
direito brasileiro
pós-1988. Essa 
“panconstitucionalização”
deve-se ao caráter
detalhista da Constituição,
que incorporou uma
infinidade de valores
substanciais, princípios
abstratos e normas concretas
em seu programa normativo.
Constituição
Liberal-Patrimonialista:
objetiva preponderantemente
garantir os direitos
individuais, preservando
fortes garantias ao direito
de propriedade e procurando 
limitar a intervenção
estatal na economia.
Constituição
Dirigente-Transformadora:
impõe ao legislador
programas de ação
normativamente densos e
juridicamente vinculantes,
limitando drasticamente sua
discricionariedade jurídica
e política; impõe um
programa de transformação
social baseado nos eixos de
melhoria das condições de
vida das classes populares, 
diminuição das
desigualdades regionais e
fortalecimento da economia
nacional; é crucial o papel
do Estado como planejador,
propulsor e executor dos
programas de
desenvolvimento social no
sentido indicado.
Destinatários principais
dos imperativos
desenvolvimentistas são o
Legislativo e o Executivo.
4. Classificação:
4.1. Quanto à origem:
Outorgada é a Contituição
imposta de maneira
unilateral, pelo agente
revolucionário que não
recebeu do povo a
legitimidade para em nome
dele atuar. Ex: 1824
Imperial, 1937 Era Vargas,
1967 Ditadura Militar.
Promulgada, também chamada
de dmeocrática, votada ou
popular é aquela fruto da
Assembleia Nacional 
Constituinte, eleita
diretamente pelo povo, para
em nome dele atuar, nascendo
da deliberação da
representação legítima
popular. Ex: 1891 República,
1934 Social, 1946 e a atual
de 1988.
Cesarista é aquela fomada
por plebiscito popular sobre
um projeto elaborado por um
Imperador ou um Ditador. A
participação popular não é
democrática, pois visa
apenas ratificar a vontade 
do detentor do poder.
Pactuada surge através de um
pacto, o poder constituinte
originário se concentra nas
mãos de mais de um titular.
Foi bastante difundida nas
monarquias da Idade média,
quando o poder estatal
aparecia cindido entre o
monarca e as ordens
privilegiadas. Ex: Magna
Carta de 1215 que os barões
inleses obrigaram João Sem
Terra a jurar.
* Diferença entre 
Constituição e Carta:
Constituição é o nome que se
dá à lei fundamental
promulgada, democrática ou
popular, que teve sua origem
em uma Assembleia Nacional
Constituinte. Já a Carta é o
nome reservado para a
Constituição outorgada,
imposta de maneira
unilateral mediante ato
arbitrário e ilegítimo.
4. 2 Quanto à forma:
Escrita (instrumental)é
formada por um conjunto de
regras sistematizadas e
organizadas em um único
documento, estabelecendo as
normas fundamentais de um
estado. Ex: Constituição de
88, portuguesa, espanhola.
Costumeira (não-escrita ou
consuetudinária) não traz
regras em um único texto
solene e codificado. É
formada por textos esparsos,
reconhecidos pela sociedade 
como fundamentais, e
baseia-se nos usos e
costumes, jurisprudência,
convenções. Ex: inglesa.
4.3 Quanto à extensão:
Sintéticas: são enxutas,
veiculam apenas princípios
fundamentais e estruturais
do Estado, Não descem a
minúcias, motivo pelo o qual
são mais duradouras. Ex:
americana.
Analíticas: abordam todos os
assuntos que os 
representantes do povo
entenderem fundamentais,
possui minúcias,
estabelecendo regras que
deveriam estar em leis
infraconstitucionais. Ex:
Constituição de 88.
4.4 Quanto ao conteúdo:
Material: será o texto que
contiver as normas
fundamentais e estruturais
do Estado, a organização dos
seus órgãos, os direitos e
garantias fundamentais. Ex: 
Constituição Imperial de
1824.
Formal: elege como critério
o processo de sua formação, e
não o conteúdo de suas
normas. Assim, qualquer
regra nela contida terá o
caráter de constitucional.
Ex: Constituição de 88.
4.5 Quanto ao modo de
elaboração:
Dogmáticas: sempre escritas,
consubstanciam os dogmas
estruturais e fundamentais 
do Estado ou, partem de
teorias preconcebidas, de
planos e sistemas prévios, de
ideologias bem declaradas,
de dogmas políticos, de
valores predominantes em
determinado momento
histórico. Ex: Constituição
de 88.
Históricas: constituem-se
através de um lento e
contínuo processo de
formação ao longo do tempo,
reunindo a história e as
tradições de um povo. 
Aproximam-se da costumeira.
Ex: inglesa.
4.6 Quanto à alterabilidade:
Rígidas: são aquelas que
exigem, para a sua alteração
um processo legislativo mais
árduo, mais solene, mais
dificultoso do que o
processo de alteração das
normas não constitucionais.
Ex: Constituição de 88.
Flexíveis: não possuem um
processo legislativo de
alteração amis dificultoso 
do que o processo
legislativo de lateração das
normas
infraconstitucionais.
4.7 Quanto a correspondência
com a realidade (critério
ontológico):
Constituição normativa: é
aquela que possui normas
capazes de efetivamente
dominar o processo político.
Ela é capaz de dominar e
submeter a realidade a ela. É
uma constituição 
conformadora.
Constituição nominal
(nominativa): Embora tenha
pretensão de conformar a
realidade, a constituição
nominal é aquela que é
incapaz de conformar
integralmente o processo
político às suas normas.
Constituição semântica: São
aquelas cujas normas são
instrumentos para a
estabilização e perpetuação
do controle do poder
político pelos detentores do 
poder fático. É uma
constituição de "fachada”. O
objetivo dessas
Constituições é apenas
legitimar os detentores do
poder.
4.8 Quanto À dogmática
(critério ideológico):
Ortodoxa: é aquela formada
por uma só ideologia. Ex:
China.
Eclética: é aquela formada
por diversas ideologias. Ex:
Constituição de 88.
5. Princípios de
Interpretação:
Princípio da unidade da
Constituição - a
Constituição deve ser
interpretada em sua
globalidade, como um todo, e,
assim, as aparentes
antinomias deverão ser
afastadas.
Princípio do efeito
integrador - Muitas vezes
associado ao princípio da 
unidade, conforme ensina
Canotilho,"na resolução dos
problemas
jurídico-constitucionais
deve dar-se primazia aos
critérios ou ponto de vista
que favoreçam a integração
política e social e o reforço
da unidade política.
Princípio da máxima
efetividade - Também
chamado de princípio da
eficiência e a interpretação
efetiva, deve ser entendido 
no sentido de a norma
constitucional ter a mais
ampla efetividade social.
Princípio da justeza ou da
conformidade (exatidão ou
correção) funcional -
estabelece ao intérprete
constitucional a aplicação
do sentido normativo que
respeite os limites da
divisão de funções
constitucionalmente
estabelecidas pelo poder
constituinte originário 
entre os poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário,
não pode chegar a um
resultado que subverta ou
perturbe o esquema
organizatório-funcional
constitucionalmente
estabelecido.
Princípio da força
normativa - Os aplicadores
da Constituição, ao
solicionar conflitos, devem
conferir máxima efetividade
às normas constitucionais. 
Assim, de acordo com
Canotilho, "na solução dos
problemas
jurídico-constitucionais
deve dar-se prevalência aos
pontos de vista que, tendo em
conta os pressuspostos da
Constituição (normativa)
contribuem para uma
eficácia ótima da lei
fundamental.
Princípio da interpretação
conforme a Constituição -
Diante de normas 
plurissignificativas ou
polisêmicas (que possuem
mais de uma interpretação),
deve-se preferir a exegese
que mais se aproxime da
Constituição e, portanto,
que não seja contrária ao
texto constitucional, daí
surgirem várias dimensões a
serem consideradas, seja
pela doutrina, seja pela
jurisprudência,
destacando-se que a
interpretação conforme será
implementada pelo 
Judiciário e, em última
instância, de maneira final,
pela Suprema Corte;
estabelece ao intérprete
constitucional a vedação de
aplicação de normas
inconstitucionais e a
proibição do exercício da
função de legislador
positivo criando normas
divergentes dos propósitos
do legislador.
Princípio da
proporcionalidade - Ao 
expor a doutrina de Karl
Larenz, Coelho esclarece (...)
o princípio consubstancia
uma pauta de natureza
axiológica que emana
diretamente das ideias de
justiça, equidade, bom senso,
prudência, moderação, justa
medida, proibição de
excesso, direito justo e
valores afins; precede e
condiciona a positivação
jurídica, inclusive de
âmbito constitucional; e
ainda , enquanto princípio 
geral do dreitio, serve de
regra de interpretação para
todo o ordenamento jurídico.
Resumo:
Concordância Prática: em
caso de colisão entre
princípios.
Conformidade Funcional:
Divisão de FUNÇÕES entre os
3 poderes.
Máxima efetividade: maior 
grau de efetividade social
Fontes:
https://bibliotecadigital
.fgv.br/dspace/bitstream
/handle/10438/10959
/Resiliencia
_constitucional.pdf
?sequence=3&isAllowed=y
Lenza, Pedro. Direito
Constituconal
Esquematizado. 21ª ed.
Saraiva, 2017.

Continue navegando