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RESENHA CRÍTICA - CAP 2 A MECANIZAÇÃO ASSUME O COMANDO

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Felipe Rosa Albacete Ramos
RESENHA CRÍTICA – CAP. 2 “A MECANIZAÇÃO ASSUME O COMANDO”
Morgan, Gareth, 1943 – Imagens da organização: edição executiva/Gareth Morgan; tradução: Geni G. Goldschmidt. – 2ª ed. – 4ª reimpressão - São Paulo: Atlas, 2002.
A metáfora que fala sobre as organizações como máquinas, sem dúvida é historicamente muito importante para o contexto da organização, apesar de suas vantagens e desvantagens, trouxe uma mudança extremamente significativa de como administrar. A abordagem mecanicista que já era de certa forma conhecida no século IV a.C. pelo sábio chinês Chuang-Tzu, que aconselhou o velho que trabalhava em sua horta nas regiões ao norte do rio Han, a usar uma alavanca de madeira pesada atrás e leve na frente para despejar água no sulco de sua horta de forma em que fosse mais eficiente, ou seja, substituir o processo de manual por outro mecanizado em busca de mais produtividade.
Conforme a evolução do homem e a invenção das máquinas, os conceitos de organização realmente se tornaram mecanizados, e o uso de máquinas especialmente na indústria, exigiu que as organizações fossem adaptadas às necessidades das máquinas. Isso tomou grandes proporções na metade do século XVIII com A Revolução Industrial na Inglaterra, os trabalhadores artesanias desistiram de trabalhar de forma autônoma em suas casas e oficinas para trabalhar de forma não especializada em fábricas, a divisão do trabalho intensificou-se e foi se tornando mais especializada na rotina rigorosa de produção fabril, através de supervisão, controle, redução de liberdade de ação do operário e treinamento.
Foi possível aprender muitos conceitos mecanicistas com as organizações militares, desde o tempo de Frederico, o Grande, da Prússia, que reinou de 1740 a 1786. Frederico tinha como propósito transformar seu exército num mecanismo eficiente que operasse por meio de peças padronizadas, usando procedimentos de treinamento e tornando qualquer um em soldado e substituindo-os facilmente, usando medo como forma de manter seu exército submisso e sob comando de seus oficiais, distinção entre funções consultivas e de comando formando o que hoje é conhecido como “staff” nas organizações e por tanto liberar orientadores especializados para realizar planejamentos e garantir melhor uso da máquina militar nesta ocasião, e a descentralização permitindo assim maior autonomia das peças em diferente situações de combate. Essa ideia foi aprimorada na administração clássica pelos teóricos Henri Fayol, F. W. Mooney e Lyndall Urwick que discutiram os princípios básicos da administração, que é um processo de planejamento, organização, comando, coordenação e controle.
Dentro das organizações mecanicistas, principalmente na indústria, o trabalhador oferecia uma mão de obra totalmente mecanizada, não passava de uma engrenagem da máquina, atribuíam pequenas tarefas, porém repetitivas, sem aberturas para pensarem, pois eram pagos somente para executarem, e os teóricos clássicos foram muito criticados por negligenciar o lado humano da organização.
Apesar de Frederico, o Grande, ter servido de modelo para os teóricos clássicos elaborar os princípios básicos, outro Frederico foi um grande teórico da administração, Frederick Taylor, um grande engenheiro americano que cujos princípios da administração científica, construiu base para o planejamento do trabalho durante a primeira metade do século XIX, que inclusive prevalecem até os dias de hoje. Taylor diz em seus princípios que a responsabilidade pela organização do trabalho do trabalhador é do gerente, devendo ele pensar somente no planejamento e organização do trabalho e deixando os trabalhadores com a tarefa de implementação, usar métodos científicos para determinar a maneira mais eficiente de se executar o trabalho e especificar com clareza e precisão ao trabalhador como o trabalho deve ser feito, escolher a melhor pessoa para realizar o trabalho planejado, treinar o trabalhador para fazer o trabalho eficiente e monitorar o desempenho do trabalhador para garantir os procedimentos de trabalho e alcance dos resultados. Taylor também defendia o estudo de tempos e movimentos como um meio de analisar e padronizar as atividades de trabalho.
A metáfora da máquina trouxe vantagens e desvantagens para as organizações, ela funciona bem sob as condições em que as máquinas funcionam bem, como quando existe uma tarefa clara a ser desempenhada, quando o ambiente é estável e previsível, quando se quer produzir sempre o mesmo produto, quando a precisão e a eficiência é muito valorizada, quando as partes humanas da “máquina” precisa ser submissa e se comportar como o planejado, porém as abordagens mecanicistas criam formas organizacionais que têm dificuldade de se adaptar à mudanças e podem resultar em um tipo de burocracia insensível e desprovida de bom-senso, ou seja problemas podem ser ignorados porque não existem respostas prontas, as comunicações podem ser ineficientes porque procedimentos e canais padronizados de comunicação em geral são incapazes de lidar com circunstancias novas, pode haver paralisia e falta de iniciativa e levar ao acúmulo de trabalhos não terminados e levar muitos membros da organização a adotar atitudes de descaso e de não-questionamento do tipo “Não é minha obrigação preocupar-me com isso”, “Isso é responsabilidade sua e não minha”, ou “Estou aqui para cumprir ordens”.
De uma perspectiva histórica, a abordagem mecanicista é da organização pertence a era mecânica. Agora que estamos entrando numa era de tecnologia completamente nova, baseada na microeletrônica, novos princípios organizacionais provavelmente vão tornar-se cada vez mais importantes. Embora vale ressaltar que a era mecânica foi um grande salto na evolução da administração nas organizações, no aumento da produtividade, gerando emprego e aumento do PIB das grandes nações que seguiram esse modelo na época, aquecendo a economia mundial.

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