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02 - Crescimento e Desenvolvimento Craniofacial Pré-natal

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Desenvolvimento 
Da primeira à terceira semana de vida intrauterina 
o embrião apresenta uma característica bilaminar. A partir 
da terceira semana, na região da membrana bucofaríngea 
e da membrana cloacal ocorre a junção do ectoderma e do 
endoderma, formando uma estrutura única. 
 
 
 
Ao final da terceira semana as células do 
ectoderma da região central migram para o interior e 
formam uma terceira camada, denominada mesoderma. 
Depois de ocorrer essa migração para dentro ocorre a 
migração em sentido linear, que forma a linha primitiva 
(futura notocorda). 
A migração das células do ectoderma para o centro 
do embrião proporciona a sua divisão em três planos, ou 
seja, o embrião passa a ser trilaminar. Depois dessa etapa, 
na quarta semana, o embrião começa a sofrer 
dobramentos, que ocorrem sempre no sentido da linha 
média. Esses dobramentos são importantíssimos, pois 
formam os arcos faríngeos, que são responsáveis pela 
formação da cabeça e do pescoço (qualquer interferência 
que ocorra na quarta semana de vida intrauterina 
promoverá alterações na face). 
 
4° Semana: Início da Formação da Face 
 
A face começa a se desenvolver na quarta semana. 
Da quarta a oitava semana é onde ocorre um processo mais 
intenso de 
histomorfodiferenciação. É 
nesse momento em que os 
órgãos começam a tomar as 
suas posições e as células 
indiferenciadas começam a se 
especializar. 
O primeiro sinal de 
crescimento é a expansão do 
prosencéfalo (indicado pela 
seta). 
Por se tratar de um 
momento de intensa diferenciação, é importante lembrar 
que fatores ambientais, como o consumo de drogas lícitas 
ou ilícitas, podem alterar o desenvolvimento da face. 
 
 
 
Na imagem à direita é possível visualizar o formato 
em C do embrião, que decorre do seu dobramento em 
direção à linha média. Além disso, se observa o aumento 
do prosencéfalo e a origem dos arcos faríngeos. É a partir 
desse momento em que o embrião começa a tomar a 
forma de um ser humano. 
No 27° dia ocorre a perfuração das membranas 
bucofaríngea e cloacal. Esse espaço primitivo na região da 
membrana cloacal e bucofaríngea dá origem ao aparelho 
digestivo. 
 
 
 
Período de Organização da Face 
 
A face tem um maior desenvolvimento da 4° a 8° 
semana, em decorrência do intenso processo de 
histomorfodiferenciação. No entanto, até à décima 
segunda semana a face cresce em volume. 
A sua formação se inicia com a 4° semana VIU e, 
consequentemente, é nesse momento em que se foram os 
arcos branquiais. Até o final da sexta semana é possível 
observar a presença de 4 arcos faríngeos ou branquiais, 
mas no total existem 6. Isso ocorre porque o quinto e o 
sexto arcos rapidamente involuem, não possuindo um 
papel significativo na formação da face. Vale ressaltar que 
os arcos faríngeos são separados por sulcos. 
Crescimento e Desenvolvimento Craniofacial 
Pré-Natal 
 
 
 
No momento em que se obtém o corte de uma 
lâmina histológica, cada par de arco irá apresentar uma 
artéria e uma veia, além de ter a sua própria inervação e o 
seu componente muscular. É por conta disso que, durante 
a anestesia da mandíbula ou maxila, ocorre o bloqueio de 
diferentes nervos numa mesma região (na boca), visto que 
arcos distintos dão origem às estruturas da cavidade oral. 
 
 
 
O primeiro par de arcos faríngeos é chamado de 
arco mandibular. Esse arco é formado pelas 
proeminências/processos maxilares, que, quando se 
fusionam, formam a maxila, o zigomático e o vômer. Além 
disso, esse arco é formado também pelas proeminências 
dos processos mandibulares que, ao se fusionarem, 
originam a mandíbula e a parte escamosa do osso 
temporal. Dessa forma, o primeiro par de arcos faríngeos é 
formado pelos processos maxilares e mandibulares. 
 
 
 
 
 
O segundo par de arcos faríngeos é chamado de 
arco hióideo e dá origem ao osso hioide. Já o terceiro e 
quarto par de arcos faríngeos contribuem na formação do 
pescoço, além de que o terceiro contribui na formação da 
base da língua. 
 
 
 
Desenvolvimento da Face 
 
Para melhor compreender o desenvolvimento da 
face, a imagem a seguir traz o feto visto frontalmente. Com 
isso, observa-se um processo frontonasal (verde), duas 
proeminências maxilares (amarelo) e duas proeminências 
mandibulares (azul). As estruturas em azul e amarelo, 
como dito anteriormente, fazem parte do mesmo par de 
arcos faríngeos: o arco mandibular. 
 
 
 
Ao analisar o embrião lateralmente, também é 
possível visualizar o processo frontonasal, além do primeiro 
e o segundo arcos faríngeos. 
O estomodeu, também chamado de boca primitiva, 
surge ao redor desses cincos processos. É interessante 
observar como essa organização é sugestiva para a forma 
como se observa as estruturas da face após o nascimento, 
onde o processo frontonasal dá origem à região da testa, 
os processos maxilares se posicionam acima do estomodeu 
e os processos mandibulares se posicionam abaixo dele, 
originando, respectivamente, a maxila e a mandíbula. 
No vigésimo 
oitavo dia se observa a 
proeminência frontonasal 
e, mais à frente, se observa 
os placóides olfatórios. Os 
olhos ainda se encontram 
posicionados 
lateralmente, antes de 
ocorrer o giro em 90 graus. 
No desenho esquemático a seguir é possível 
observar as vesículas ópiticas posicionadas lateralmente, 
enquanto que na frente se observa o nariz primário, ou 
seja, o placóide olfatório, que é dividido em processo nasal 
lateral e processo nasal medial. Ao centro desses processos 
nasais medias se observa a fosseta nasal (processo 
frontonasal). 
 
 
 
Em roxo e mais ao centro se observa o estomodeu 
(que era a membrana bucofaríngea). Ao redor dele se 
observa as eminências/processos maxilares e 
mandibulares. 
Durante a formação da face é preciso que os 
processos se fusionem. Caso contrário, ocorre a formação 
de fendas. A partir da união dos processos ocorre a 
formação de estruturas da face. 
 A fusão do processo frontonasal com os processos 
nasais mediais dos dois lados gera a porção medial 
do nariz, a porção anterior da maxila e do palato 
(palato primário – até a região da papila incisiva). 
 A fusão dos processos maxilares com os processos 
nasais mediais gera o lábio superior. 
 A fusão dos processos maxilares gera a maxila, o 
palato secundário, a região superior das bochechas 
e o lábio superior. 
 Os processos nasais laterais originam as asas do 
nariz (continuam fusionados aos processos nasais 
mediais). 
 A fusão dos processos mandibulares origina a 
mandíbula, o lábio inferior, o mento e a região 
inferior das bochechas. 
A fusão completa dos processos ocorre por volta da 
38° semana de gestação. A partir disso a face começa a 
crescer em volume. 
No tocante a correlações clínicas, observa-se que 
as malformações da face têm origem no primeiro arco 
braquial. Além disso, quando os processos não se fusionam 
ocorre a formação das fendas. 
 
Fendas Orofaciais 
 
As fendas palatinas e labiais decorrem da falta de 
fusão entre os processos faciais que formam o lábio e o 
palato e são divididas didaticamente, segundo o professor 
Spina, em: 
 Pré-forame; 
 Trans-forame; 
 Pós-forame; 
 Raras da face (acrescentadas pelo professor 
Tessier). 
 
 
 
 
 
 
 
As fendas orofaciais podem envolver só o lábio; 
lábio e início de rebordo; lábio, rebordo e palato duro; 
lábio, rebordo e palato duro e mole; não envolver o lábio, 
estando restrita apenas ao palato; envolver só a úvula. 
As fendas labiais bilaterais geralmente possuem 
uma estética mais impactante, o que torna necessário 
realizar a primeira interferência cirúrgica ainda no hospital. 
As fissuras pós-
forame se localizam 
atrás do forame 
incisivo, o que faz com 
que a estética facial 
esteja ok, escondendo 
as suas presenças. Elas 
são classificadas em completas, quando atingem o palato 
duro, e incompletas, quando restritas somente ao palato 
mole (melhor prognóstico, bastando apenas suturar). 
 
 
 
As fendas transforame são aquelas que se originam 
na região anteriorda face e atingem a região após o forame 
incisivo, podendo ser uni ou bilateral. 
 
 
As fendas oblíquas da face, que foram adicionadas 
pelo professor Tessier, englobam outras regiões, como o 
nariz (falta de fusão do processo frontonasal com o nasal 
medial) e as comissuras labiais (sorriso do coringa, 
decorrente da falta de fusão dos processos maxilares e 
mandibulares. 
 
 
 
Resumindo 
 
Resumindo, na 4° semana de VIU ocorre o início do 
desenvolvimento da face. Mais para frente, por volta da 
sexta semana, a face se apresenta plana e larga, tendo as 
fossetas nasais em posição lateral. Nesse período, bem 
próximo à 7° semana, ocorre o movimento do maxilar para 
frente e o giro dos olhos e bochechas em 90°. 
Por fim, por volta da 7° semana a face se encontra 
com aspecto humano reconhecível, ocorre a diferenciação 
do nariz e o aumento da mandíbula. 
 
Palatogênese 
 
Entre a 7° e a 8° semana de VIU é preciso formar o 
palato secundário, o que ocorre em forma de prateleiras 
abertas, precisando acontecer o giro dessas prateleiras 
para que o palato se feche e se obtenha a sutura palatina 
ao centro. 
Em 
decorrência da 
grande altura da 
língua, o palato 
inicialmente 
apresenta uma 
comunicação 
entre a boca e a 
cavidade nasal. 
Na imagem anterior e nas imagens a seguir, a 
região inferior mais rósea/alaranjada representa a língua. 
Acima dela se observa o septo nasal e uma abertura, que 
decorre da altura em que a língua está posicionada, 
impedindo o giro das prateleiras (palato secundário). 
 
 
 
Por volta do final da sétima semana e início da 
oitava a língua finaliza a sua formação e toma uma posição 
mais baixa, ocupando o assoalho da boca. Nesse momento, 
as prateleiras ganham espaço para realizar o giro e fechar 
o palato secundário. 
 
 
 
O palato primário é a região que se encontra 
anterior à fossa incisiva e é originado da fusão dos 
processos nasais mediais. Já o palato secundário é 
constituído pelas “prateleiras” dos processos maxilares e é 
responsável por formar o palato duro e o mole. 
 
Resumindo 
 
O processo maxilar forma duas prateleiras que 
chamamos de lâminas palatinas ou processos palatinos. 
Quando a língua entra em movimento ela desce e acaba 
empurrando os processos palatinos para se fusionarem 
entre si e com o septo nasal. 
A palatogênese acaba 
quando termina a fusão da 
úvula e a fusão das prateleiras 
entre si e com o septo nasal. 
Após o giro do palato, 
por volta da décima semana, a 
cabeça se eleva e o pescoço 
torna-se reconhecível. Esse processo de posicionamento da 
cabeça acima do pescoço se inicia quando ocorre o giro do 
palato e o assentamento da língua no assoalho da boca. 
Nessa etapa a face não é mais pressionada pela 
cavidade torácica. 
 
Desenvolvimento da Língua 
 
O desenvolvimento da língua acontece por conta 
das duas saliências linguais e do tubérculo ímpar. As 
saliências linguais crescem em direção ao meio (tubérculo 
ímpar) e vão formando a região anterior da língua. 
A fusão desses processos na região lateral com a 
cópula forma o terço médio da língua, enquanto que a 
região posterior origina a parte faríngea da língua. 
 
 
 
Dessa forma, a língua possui diferentes origens 
embriológicas e, por consequência, a referência de 
inervação vai de acordo com cada arco branquial. 
 
 
 
A região anterior da língua é referente ao primeiro 
arco faríngeo; a região do meio é referente ao secundo 
arco; a região da cópula é referente ao terceiro arco; a 
região final é referente ao quarto arco. 
No tocante a correlações clínicas, observa-se que 
durante o crescimento da língua, podem ocorrer 
anormalidades que afetam o seu tamanho: 
 Anquiloglossia – Língua presa; 
 Macroglossia – Língua grande; 
 Língua bífida. 
 
 
 
Estruturas de Suporte 
 
Desenvolvimento do Crânio 
 
As estruturas de suporte são divididas entre calota 
craniana, base e face. A calota craniana possui uma 
ossificação intramembranosa, enquanto que a base do 
crânio possui uma ossificação endocondral. 
 
 
 
Desenvolvimento da Maxila 
 
A maxila desenvolve-se por meio de um centro de 
ossificação no processo maxilar do 1° arco branquial e 
participa da formação do palato e do zigoma. 
A parede alveolar medial desenvolve-se da junção 
do processo palatino e do corpo da maxila, formando um 
canal em que se alojam os germes dentários superiores 
posteriores. 
 
Desenvolvimento da Mandíbula 
 
Ocorre por meio de uma ossificação 
intramembranosa, exceto no côndilo e na sínfise. 
Em torno da oitava semana a maxila sobrepassa a 
mandíbula e por volta da 11° semana a maxila e a 
mandíbula ficam 
aproximadamente do 
mesmo tamanho. Ao 
nascimento, 
entretanto, a 
mandíbula é 
retrognata. 
No tocante a 
correlações clínicas, 
observa-se que o 
crescimento do 
côndilo e as modificações que ocorrem na maxila e na base 
do crânio são responsáveis pelas reações 
maxilomandibulares que podem, dessa maneira, ser dos 
tipos: retrognatia, ortognatia e prognatia.

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