Buscar

Ética jurídica_ a advocacia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 1/40
Ética jurídica: a advocacia
Prof. Paulo Machado
false
Descrição
Origem e evolução da atividade de advogado, bem como sua divulgação.
Propósito
Conhecer acerca do surgimento e do desenvolvimento da advocacia, além de saber como divulgar a
atividade advocatícia, é essencial para a construção de uma carreira sólida e de sucesso.
Preparação
Tenha em mãos a Lei nº 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB), o Regulamento Geral do EAOAB e o
Código de Ética e Disciplina.
Objetivos
Módulo 1
Origem, evolução e divulgação da atividade de
advogado
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 2/40
Reconhecer a origem e evolução da atividade de advogado, assim como sua divulgação.
Módulo 2
Advogado sócio e advogado empregado
Distinguir a figura do advogado sócio do advogado empregado.
Módulo 3
Direitos e prerrogativas. Honorários advocatícios
Analisar os direitos, prerrogativas e honorários advocatícios.
Conhecer as bases, os princípios e as regras éticas da nossa profissão é essencial para um futuro
promissor.
A deontologia jurídica ensina que de nada adianta o advogado saber muito sobre determinado ramo
do Direito, mas não utilizar seus conhecimentos de forma ética.
Por conseguinte, um advogado que infringe as normas éticas pode colocar a história de sua carreira
em risco.
Introdução
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 3/40
1 - Origem, evolução e divulgação da
atividade de advogado.
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a origem e evolução
da atividade de advogado, assim como sua divulgação.
Origem e evolução da advocacia
Origem e evolução da advocacia
Você conhece a origem da advocacia? E quanto à sua evolução? Vamos acompanhar o professor Paulo
Machado discorrer sobre o assunto.

26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 4/40
Origem e evolução da advocacia
Não temos como precisar quem foi o primeiro advogado do mundo.
Rui Barbosa dizia que o primeiro foi aquele que defendeu alguém de uma injustiça, de uma lesão ou de uma
ameaça.
Alguns historiadores tentam se ater a alguns pontos, até mesmo da Bíblia, para achar algum registro de
quando a advocacia se tornou profissão. Isso se dá porque antigamente essa profissão estava entre
atividades não especulativas, assim como médicos, professores e amas de leite.
No entanto, existe um registro de quem foi o primeiro advogado no Brasil. Trata-se de Duarte Perez, um
português degredado em 1502.
Em linhas gerais, podemos organizar o surgimento e a evolução da advocacia em três momentos (sem nos
prender a lugar e tempo).
Foi caracterizado pelo uso intenso da oratória, pois nessa época ainda não havia escrita. Esse
momento se iniciou com as partes atuando em defesa própria, surgindo depois a possibilidade de
levar um amigo (amicus) ao “tribunal”.
Mais tarde, os amigos que mais se destacavam pelo dom da palavra evoluíram para a figura de
orador, etapa em que passaram a ser contratados para representar alguém. Daí a expressão
advogado, do latim AD (para junto) mais VOCATUS (chamado), aquele que é chamado para junto.
Com isso, o uso intenso da palavra deu azo para o surgimento das falácias (falsas ideias, quando a
premissa aparentemente verdadeira era utilizada para se chegar a conclusões equivocadas). Diante
disso, algumas restrições passaram a ser criadas: limite do uso do tempo, menores de idade não
puderam mais representar outras pessoas e o orador tinha de abandonar a causa, se ela fosse
injusta.
Tão logo a escrita foi sendo criada, iniciou-se o segundo momento da evolução da advocacia. Há
registos de que, no Egito, o processo passou a ser 100% escrito (por muito tempo). Tudo isso com o
objetivo de se evitar o abuso da oratória.
Primeiro momento 
Segundo momento 
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 5/40
O terceiro momento da evolução da advocacia ocorreu com a criação das leis. Aqui então junta-se a
figura do orador com a do jurisconsulto, que é a versão mais próxima dos advogados dos tempos
atuais.
Você deve estar se perguntando como isso se deu no Brasil, certo?
Curiosidade
No Brasil, os principais acontecimentos do surgimento da advocacia foram em 1825, mais precisamente no
dia 11 de agosto, quando foi autorizada a criação da primeira faculdade de Direito do país, que acabou não
acontecendo.
Selo postal de 1977 homenageando a lei imperial de 11 de agosto de 1827 que criou os cursos em Olinda e São Paulo.
Entretanto, aproveitando o ensejo, Visconde de Cachoeira criou o primeiro estatuto das faculdades de
Direito.
Em 1827, de fato, foram criadas as primeiras faculdades de Direito do país, mais precisamente em Olinda e
São Paulo.
Divulgação e publicidade da advocacia
A questão da publicidade dos serviços advocatícios está abordada nos arts. 39 a 47 do Novo Código de
Ética e Disciplina, que manteve a permissão da publicidade, mas com algumas restrições.
Saiba mais
Diferentemente de outros lugares (como, por exemplo, nos EUA, onde a publicidade pode ser feita com mais
liberdade), no Brasil não se admite o uso de mecanismos ou de expressões que possam captar clientes nem
a divulgação da advocacia com outra atividade. Vedam-se ainda a veiculação pelo rádio e pela televisão e a
denominação de nome fantasia.
Terceiro momento 
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 6/40
A fim de alcançar todos os detalhes acerca desse relevante tema, veremos a seguir as regras básicas a
respeito dele trazidas no Código de Ética e Disciplina (CED).
Regramento da divulgação e publicidade na advocacia
O art. 39 do CED determina que a publicidade profissional do advogado tem caráter meramente informativo
e deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização
da profissão.
Já o art. 40 do mesmo diploma traz as principais diretrizes acerca do tema ao dizer que são vedados:
I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão; II - o uso
de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade; [...] III
- as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço
público; IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras
atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras; V - o fornecimento de
dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários,
culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando
de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação
de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail; VI - a utilização
de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de
publicidade, com o intuito de captação de clientela.
(BRASIL, 2022, art. 39)
Entretanto, exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de advocacia, é permitida a utilização
de placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas, desde que respeitadas as diretrizes previstas
no artigo 39.
Outro ponto importante é o que está determinado no art. 41: as colunas que o
advogado mantiver nos meios de comunicação social ou os textos que, por meio
deles, divulgar não deverão induzir o leitor a litigar nem promover, dessa forma, a
captação de clientela.
Ainda podemos citar como vedações ao advogado aquelas elencadas no art. 42 do CED:
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 7/40
I. responder com habitualidade à consulta sobre matéria jurídica nos meios de comunicação social;
II. debater, em qualquer meio de comunicação,causa sob o patrocínio de outro advogado;
III. abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o congrega;
IV. divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas;
V. insinuar-se para reportagens e declarações públicas.
Além disso, podemos destacar outras regras:
O advogado que eventualmente participar de programa de televisão ou de rádio, de entrevista
na imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por qualquer outro meio, para
manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e
instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos
sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão.
Quando convidado para manifestação pública por qualquer modo e forma, visando ao
esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado evitar insinuações com o
sentido de promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista
(art. 43, parágrafo único, do CED).
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 8/40
Na publicidade profissional que o advogado vier a promover ou nos cartões e material de
escritório dos quais se utilizar, ele fará constar seu nome, o nome social ou o da sociedade de
advogados, o número ou os números de inscrição na OAB (art. 44 do CED).
Poderão ser referidos apenas os títulos acadêmicos do advogado e as distinções honoríficas
relacionadas à vida profissional, bem como as instituições jurídicas das quais faça parte e as
especialidades às quais se dedica, o endereço, e-mail, site, página eletrônica, QR code,
logotipo e a fotografia do escritório, o horário de atendimento e os idiomas em que o cliente
poderá ser atendido.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 9/40
Ressalte-se que o art. 45 do CED admite, como formas de publicidade, o patrocínio de eventos ou
publicações de caráter científico ou cultural, assim como a divulgação de boletins, por meio físico ou
eletrônico, sobre matéria cultural de interesse dos advogados, desde que sua circulação fique adstrita a
clientes e a interessados do meio jurídico.
É importante lembrar ainda que a publicidade veiculada pela internet ou por outros meios eletrônicos deverá
observar as diretrizes estabelecidas no CED/OAB. A telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo
de publicidade, inclusive para o envio de mensagens a destinatários certos, desde que isso não implique o
oferecimento de serviços ou represente forma de captação de clientela.
Em 2021, o Conselho Federal editou o novo provimento que trata da publicidade da advocacia (Provimento
205/2021).
Nos cartões de visitas do advogado, é proibida a inclusão de fotografias pessoais ou de
terceiros, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou
pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 10/40
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(XVII Exame ‒ FGV) O advogado Nelson, após estabelecer seu escritório em local estratégico, nas
proximidades dos prédios que abrigam os órgãos judiciários representantes de todas as esferas da
Justiça, resolve publicar anúncio em que, além dos seus títulos acadêmicos, expõe a sua vasta
experiência profissional, indicando os vários cargos governamentais ocupados, inclusive o de ministro
de prestigiada área social. Nos termos do Código de Ética da Advocacia, assinale a afirmativa correta.
A
O anúncio está adequado aos termos do Código, pois indica os títulos acadêmicos e a
experiência profissional.
O anúncio está adequado aos termos do Código por não conter adjetivações ou
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 11/40
Parabéns! A alternativa D está correta.
O Código de Ética e Disciplina da OAB trata da publicidade da advocacia a partir do artigo 39. No Brasil,
a publicidade da atividade do advogado é permitida com algumas restrições. Entre as proibições, estão
a referência a cargos públicos que exerceu ou que ainda exerce, bem como qualquer outra atividade
estranha à advocacia (exceto a de professor ou ex-professor de Direito).
B O anúncio está adequado aos termos do Código por não conter adjetivações ou
referências elogiosas ao profissional.
C
O anúncio colide com as normas do Código, pois a referência a títulos acadêmicos é
vedada por indicar a possibilidade de captação de clientela.
D
O anúncio colide com as normas do Código, que proíbem a referência a cargos públicos
capazes de gerar captação de clientela.
E O Código de Ética da OAB não trata do tema acerca da publicidade da advocacia.
Questão 2
(FGV ‒ VI Exame de Ordem ‒ Duque de Caxias) O escritório de advocacia do Dr. Zangão decide
patrocinar um programa televisivo com um supermercado e uma companhia de cervejas. O programa é
de estilo popular, com belas mulheres vestidas de forma apropriada ao verão brasileiro. No intervalo
dele, o apresentador apresenta homenagens aos seus patrocinadores e, em relação ao escritório de
advocacia, recita um texto: “Caso você tenha um problema com a Justiça, procure quem é bom.
Consulte um dos advogados do escritório do Dr. Zangão. Pode não ser uma rima, mas é a solução”.
Essa situação caracteriza:
A publicidade imoderada.
B propaganda regular.
C patrocínio cultural.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 12/40
2 - Advogado sócio e advogado empregado.
Ao �nal deste módulo, você será capaz de distinguir a �gura do advogado
sócio do advogado empregado.
Formação de sociedade
Parabéns! A alternativa A está correta.
O artigo 39 e os seguintes do CED da OAB trazem as regras acerca da publicidade da advocacia no
Brasil. Entre as vedações, estão: fazer menção a expressões que possam captar clientes e divulgar sua
atividade em televisão, rádio, outdoor, cinema e elevador.
D atividade permitida pelo Estatuto.
E instituto não previsto.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 13/40
Advogado sócio e advogado empregado
Neste vídeo, o professor Paulo Machado discorre sobre a atuação do advogado como sócio e como
empregado, trazendo suas principais características.
Advogado sócio
Quando um advogado começa a assumir uma quantidade considerável de causas, chega o momento de se
unir a outro(s) advogado(s), constituindo, juntos, uma sociedade de advogados. Os sócios dividem as
tarefas e rateiam os lucros auferidos.
Nos termos do art. 15, §2º, da Lei nº 8.906/1994, isso se aplica à sociedade de advogados e à sociedade
unipessoal de advocacia o Código de Ética e Disciplina, no que couber.
Advogado empregado
O advogado empregado é aquele que mantém um vínculo empregatício com uma empresa ou uma
sociedade de advogados para a qual presta os seus serviços de advocacia.
Ele preenche todos estes requisitos caracterizadores do mencionado vínculo:

Habitualidade

Onerosidade

Pessoalidade

26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 14/40

Subordinação
Pela primeira vez, essa forma de advocacia recebeu sua tutela legal com o advento do atual Estatuto da
Advocacia e da OAB (Lei nº 8.906/94) nos arts. 18 ao 21. O Regulamento Geral também tratou do assunto
nos arts. 11 ao 14.
A relação de emprego não retira do advogado a isenção técnica, tampouco reduz a independência
profissional inerente à advocacia.
O advogado empregado não está obrigado a prestar serviços
pro�ssionais de interesse pessoal dos empregadores fora da relação
empregatícia.
Vejamos alguns aspectosimportantes relacionados a essa espécie de advogado:
O salário-mínimo do advogado empregado será fixado por sentença normativa, salvo quando
ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho.
A jornada de trabalho do advogado empregado não poderá ultrapassar a duração diária de 4 horas
contínuas e a de 20 horas semanais, exceto se houver acordo ou convenção coletiva de trabalho, ou
ainda em caso de dedicação exclusiva. O estatuto considerará dedicação exclusiva o regime de
trabalho que for previsto expressamente em contrato individual de trabalho.
Piso salarial 
Jornada de trabalho e hora extra 
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 15/40
As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas com um adicional não
inferior a 100 % (cem por cento) sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito.
Naqueles casos de dedicação exclusiva, serão remuneradas como extras as horas trabalhadas que
passarem da jornada de 8 (oito) horas diárias. Considera-se como período de trabalho todo o tempo
em que o advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu
escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsados os gastos efetuados com transporte,
hospedagem e alimentação.
O art. 21 do estatuto e seu parágrafo único determinam que, nas causas em que o empregador (ou
pessoa por ele representada) for parte, os honorários de sucumbência serão devidos aos advogados
empregados.
Já se o advogado for empregado de sociedade de advogados, os sucumbenciais serão partilhados
entre ele e a sociedade conforme o estabelecido em acordo. Esses dispositivos, embora tenha sido
objetos de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI nº 1.194-4), foram declarados constitucionais
pelo STF, que deu interpretação conforme, sem redução do texto.
Os referidos honorários, por decorrerem precipuamente do exercício da advocacia e só
acidentalmente da relação empregatícia, não integram o salário ou a remuneração do advogado
empregado, não podendo, assim, ser considerados para efeitos trabalhistas. Os honorários
sucumbenciais desses advogados constituem fundo comum, cuja destinação é decidida pelos
profissionais integrantes do serviço jurídico da empresa ou por seus representantes.
Os honorários de sucumbência e o advogado empregado 
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 16/40
Falta pouco para atingir seus objetivos.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 17/40
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(FGV ‒ VI Exame de Ordem ‒ Duque de Caxias) No concernente à sociedade de advogados, é correto
afirmar, à luz do Estatuto e do Código de Ética e Disciplina da OAB, que:
Parabéns! A alternativa B está correta.
Nos termos do art. 15, §2º, da Lei nº 8.906/94, o Código de Ética e Disciplina da OAB se aplica aos
advogados, aos estagiários e às sociedades de advogados, no que couber.
A pode se organizar de forma mercantil, com registro na Junta Comercial.
B está vinculada às regras de ética e disciplina dos advogados.
C seus sócios estão imunes ao controle disciplinar da OAB.
D
seus componentes podem isoladamente representar clientes com interesses
conflitantes.
E
a lei não permite o registo das sociedades de advogados na OAB, devendo ser feito na
junta comercial.
Questão 2
O Estatuto da OAB prevê mais de um tipo de advogado: o advogado empregado e o advogado sócio.
Desse modo, assinale a alternativa que corresponde corretamente às disposições do referido estatuto
quanto ao advogado empregado.
A
A relação de emprego retira do advogado a isenção técnica, respeitando a diretriz da
empresa empregadora.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 18/40
Parabéns! A alternativa C está correta.
A redação do art. 21 do estatuto prevê que, nas causas em que for parte o empregador ou pessoa por
ele representada, os honorários de sucumbência serão devidos aos advogados empregados.
B
O advogado empregado está obrigado a prestar serviços profissionais de interesse
pessoal dos empregadores fora da relação empregatícia.
C
Nas causas em que o empregador (ou pessoa por ele representada) for parte, os
honorários de sucumbência serão devidos aos advogados empregados.
D
A jornada de trabalho do advogado empregado é de, no mínimo, oito diárias horas
contínuas.
E
As horas trabalhadas que excederem a jornada normal serão remuneradas com um
adicional não inferior a 50%.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 19/40
3 - Direitos e prerrogativas. Honorários
advocatícios.
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar os direitos,
prerrogativas e honorários advocatícios.
Advocacia e seus direitos
Direitos do advogado
O estatuto trata indistintamente as expressões “direitos” e “prerrogativas” do advogado. Desse modo,
inicialmente nos cabe fazer um breve esclarecimento sobre a diferença técnica entre ambas.
Direito
Podemos dizer que o “direito” está relacionado a todas as pessoas.
Prerrogativa

26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 20/40
Já a “prerrogativa” é um direito exclusivo de determinada profissão para o seu pleno exercício.
Desse modo, todos têm o direito à livre locomoção no território nacional em tempo de paz (art. 5º, XV,
Constituição Federal), mas os advogados têm a prerrogativa visitar clientes presos, sem procuração, como
determina o art. 7º, III, da Lei nº 8.906/1994.
Comentário
Entretanto, por questões didáticas, também empregaremos as expressões “direitos” e “prerrogativas” sem
distinção, como se fossem sinônimos.
O Estatuto da Advocacia e da OAB disciplina os direitos dos advogados ao longo de
toda a lei, sendo que as concentra em maior número no Capítulo II do Título I (arts.
6º e 7º).
Sendo a advocacia indispensável à realização da justiça – ao lado da magistratura do Ministério Público –, o
art. 6º logo determina que não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros
do Ministério Público, devendo todos tratarem-se com consideração e respeito recíprocos. Para que o
advogado possa exercer de maneira plena e sem embaraços a sua atividade, impõe-se às autoridades, aos
servidores públicos e aos serventuários da justiça o dever de tratar os advogados, no exercício da profissão,
de forma compatível com a dignidade da advocacia, inclusive com condições adequadas ao seu
desempenho.
Conforme o disposto no art. 7º do estatuto, são direitos do advogado:
I – exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional.
O advogado devidamente inscrito em um determinado conselho seccional da OAB pode exercer a profissão
em todo o país. É importante apenas lembrar que tal prerrogativa permite que o profissional advogue
ilimitadamente no respectivo conselho e eventualmente em qualquer outro estado.
Se passar a exercer habitualmente a profissão, considerando-se habitualidade a intervenção judicial que
exceder as cinco causas por ano, em outro estado, ele deverá providenciar outra inscrição (inscrição
suplementar - art. 10, § 2º, do EAOAB). Desse modo, é garantido o direito de advogar livremente dentro do
território nacional, sendo que, em alguns casos, essa atuação é condicionada à realização de outra
inscrição.
II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de
sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da
advocacia.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 21/40
Esta é a nova redação dada a tal inciso pela Lei nº 11.767/2008. Essalei também acrescentou os
parágrafos 6º e 7º ao art. 7º do Estatuto da Advocacia, o qual, em linhas gerais, melhor tratou do tema da
inviolabilidade referida nesse inciso.
A inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de
seus instrumentos de trabalho, não é absoluta.
Uma vez presentes os indícios de autoria e materialidade da prática de crime pelo advogado, a autoridade
judiciária competente poderá, em decisão motivada, decretar a quebra da inviolabilidade de que trata esse
inciso, expedindo, para tanto, o devido mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser
cumprido na presença de representante da OAB.
É de salientar que, em qualquer hipótese ‒ mesmo nesses casos ‒, é proibida a utilização dos documentos,
das mídias e dos objetos que pertencem aos clientes do advogado averiguado, muito menos dos demais
instrumentos de trabalho que tenham informações acerca de clientes, a não ser que algum cliente do
advogado averiguado seja formalmente investigado como partícipe ou coautor pela prática do mesmo
crime que deu origem à quebra da inviolabilidade.
III – comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando eles se
acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados
incomunicáveis.
A Constituição Federal garante a todo preso a assistência de advogado (art. 5º, LXIII). Ao encontro da Lei
Maior, o Estatuto da Advocacia e da OAB confere ao advogado esse direito.
Apenas por questão de debate, ainda que de forma bem sucinta, no que tange à incomunicabilidade do
preso (tratada no art. 21 do Código de Processo Penal), acompanhamos o entendimento de renomados
autores, entre eles, Fernando da Costa Tourinho Filho (2012): na atualidade, pelo fato de a Constituição
Federal determinar que é vedada a incomunicabilidade do preso na vigência do estado de defesa, com mais
razão tal incomunicabilidade não deve existir na ausência dele.
Reforçando esse entendimento, o ilustre professor (2012) afirma que, “se por acaso, houver entendimento
contrário, não se deve olvidar que a incomunicabilidade é medida perversa e que, no fundo, o seu objetivo,
que é impedir a comunicação do preso com o mundo exterior, se reduz a uma nonada, em face do direito
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 22/40
conferido ao advogado de se comunicar com o incomunicável pessoal e reservadamente”. De qualquer
forma, a incomunicabilidade não alcança o advogado.
IV – ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da
advocacia, para a lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade, e, nos demais casos, a comunicação
expressa à seccional da OAB.
Este inciso foi objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI nº 1.127-8), proposta pela Associação
dos Magistrados Brasileiros (AMB), em relação à expressão “ter a presença de representante da OAB”, que
chegou a ficar suspensa desde 1994. Contudo, o STF, no julgamento do mérito, ocorrido em 17 de maio de
2006, decidiu pela integral constitucionalidade do inciso.
Ressalte-se que os ministros do pretório excelso destacaram que, se a OAB não remeter um representante
em tempo hábil, não haverá de se falar em invalidade da prisão em flagrante.
Em complementação, o parágrafo 3º do art. 7º do estatuto garante ao advogado o direito de somente ser
preso em flagrante em caso de crime inafiançável, desde que por motivo ligado ao exercício da profissão e,
mesmo assim, com as observações indicadas no inciso IV.
Ainda sobre o assunto:
Imunidade profissional do advogado
A imunidade profissional do advogado é tratada no artigo 7º, parágrafo 2º, do Estatuto da Advocacia e da
OAB (Lei nº 8.906/1994):
“O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer
manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções
disciplinares perante a OAB pelos excessos que cometer”.
Saiba mais
Acontece que a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) propôs uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI nº 1.127-8) na qual o Supremo Tribunal Federal, em 1994, suspendeu
liminarmente a eficácia da expressão “desacato”, tendo o mérito sido julgado em 17 de maio de 2006 e,
nessa parte, julgado procedente, ou seja, o advogado não tem mais imunidade profissional em relação ao
crime de desacato.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 23/40
V – não ser recolhido preso, antes da sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com
instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar.
Mais uma vez, a AMB insurgiu-se, por meio de ADI, contra a Lei nº 8.906/1994. Nesse caso, foi em relação à
expressão “assim reconhecidas pela OAB”. O STF, confirmando a liminar antes concedida, julgou, nessa
parte, procedente a ação, ou seja, declarou a inconstitucionalidade da expressão “assim reconhecidas pela
OAB”.
A prerrogativa de prisão domiciliar, na ausência de sala de Estado Maior, continua valendo. Esse é o
entendimento do Supremo Tribunal Federal.
VI – ingressar livremente:
a. nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos
magistrados;
b. nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de
registro e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da
presença de seus titulares;
c. em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o
advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional,
dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou
empregado;
d. em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual
ele deva comparecer, desde que munido de poderes especiais;
Com essas prerrogativas, o estatuto garante ao advogado o pleno exercício de sua atuação a fim de que ele
possa representar os interesses de seus clientes de maneira eficaz. Qualquer impedimento a essas
garantias deve ser entendido como ilegal e, nos casos de violações às alíneas a, b e c, como crime de abuso
de autoridade, previsto no art. 3º, f, da Lei nº 4.898/1995.
Na alínea d, encontramos um direito que, para ser exercido, exige procuração com poderes especiais.
VII – permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior,
independentemente de licença.
Conforme o art. 6º do estatuto, não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e
membros do Ministério Público. Nesse mesmo sentido, esse inciso assegura ao advogado decidir a melhor
maneira de ficar nos locais onde precisa estar para o exercício da advocacia, sem qualquer interferência por
parte dos agentes públicos (nem mesmo das autoridades policiais e judiciárias).
Importa em desprestígio para a classe - e nenhum advogado pode a isso condescender - quando o
magistrado determina o local onde o advogado deve ficar com a clara intenção de menoscabo ou em
atitude arbitrária.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 24/40
VIII – dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de
horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada.
Justamente em razão de não haver hierarquia nem subordinação entre advogados e magistrados, e pelo
fato de ser o advogado um dos figurantes essenciais à justiça, é assegurado o seu livre acesso aos
magistrados.
Entretanto, é razoável que, em razão de um ato processual estar sendo realizado, a autoridade judiciáriasolicite ao advogado que aguarde o término do aludido ato. O que não se admite é a restrição para atendê-lo
somente em alguns dias da semana e em horários previamente estipulados.
Comentário
Para fins de prova (Exame de Ordem), é direito do advogado - e não do estagiário.
IX – sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de julgamento, após o
voto do relator, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de 15 minutos, salvo se prazo maior for
concedido.
O STF declarou inconstitucional todo o conteúdo desse inciso por ocasião do julgamento da ADI nº 1.127-8
proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros.
Quis o legislador garantir ao advogado o direito de sustentar oralmente as razões recursais “após o voto do
relator”, o que contribuiria muito para a realização da justiça, uma vez que, após ouvir o voto do relator, o
advogado melhoraria sua argumentação para o melhor esclarecimento das razões para os demais
julgadores do órgão colegiado.
Com a declaração de inconstitucionalidade, o advogado deve prever o voto do relator e preparar uma
sustentação oral a mais completa e sintetizada possível.
Observe que, no Novo Código de Ética e Disciplina (art. 60, §4º), ainda consta que,
no processo disciplinar na OAB, a sustentação oral do advogado será após o voto
do relator!
X – usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para
esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no
julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas.
Aqui temos uma importantíssima prerrogativa garantida pelo estatuto aos advogados. Trata-se da utilização
da expressão “pela ordem” quando se verificar a necessidade de esclarecer algum equívoco ou uma dúvida
relevante que possa influir no julgamento, ou ainda como forma de defesa contra acusações ou censura que
lhe forem feitas.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 25/40
XI – reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a
inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento.
Este inciso traz mais uma forma de o advogado reclamar para as autoridades contra a inobservância de
preceito de lei, regulamento ou regimento. A diferença entre o inciso anterior e este é que, no primeiro, a
intervenção deve ser sumária, de modo a evitar um prejuízo maior, enquanto, no último, pode-se esperar um
momento mais oportuno para intervir.
XII – falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública
ou do Poder Legislativo.
O advogado tem o direito de se manifestar oralmente, sentado ou em pé, em qualquer órgão do Poder
Judiciário, do Legislativo ou da Administração Pública, não podendo nenhum ato normativo interno
estabelecer forma diversa.
XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em
geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estiverem
sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com possibilidade de tomar
apontamentos (Redação dada pela Lei nº 13.793, de 2019).
O direito ao exame dos autos e o de vista dos autos não se confundem:

Direito ao exame dos autos
Tal direito nada mais é do que a simples consulta dos autos no cartório.

Direito de vista
É a retirada dos autos pelo advogado mediante registro em livro de carga ou em documento que
declare a saída dos autos.

26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 26/40
Por vezes, o exame dos autos é necessário para suprir uma dúvida urgente ou até mesmo para que o
advogado decida se irá ou não ingressar na causa.
Assim, o estatuto assegura ao advogado examiná-los em qualquer órgão do Poder Judiciário, do Poder
Legislativo e da Administração Pública em geral, findos ou em andamento, mesmo sem procuração, desde
que não estejam submetidos a sigilo, sendo assegurada a obtenção de cópia, além de ele poder tomar
apontamentos.
Em relação ao direito de obtenção de cópia mesmo sem procuração explicitado nesse inciso, explica
Geronimo Theml de Macedo (2009, p. 81): “aqui é fundamental ter em mente que o direito não é de retirar os
autos de cartório para levá-los até a copiadora mais próxima. O direito é de obter as cópias, o que implica
dizer que cada cartório judicial deverá disponibilizar os mecanismos adequados para garantir tal direito,
alguns, por exemplo, possibilitam que servidores acompanhem o advogado até a copiadora”.
A novidade trazida pela Lei nº 13.793/2019 foi para permitir o acesso dos advogados aos processos
eletrônicos mesmo sem procuração, desde que eles não estejam sujeitos a sigilo (art. 7º, XIII, §13, do
EAOAB).
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração,
autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos
à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital.
Este inciso foi alterado pela Lei nº 13.245/2016. Antes, em seu texto original, não constavam as expressões
“em qualquer repartição policial responsável por conduzir investigação” e “investigações de qualquer
natureza” (constava apenas “autos de flagrante e de inquérito policial”), bem como a questão da obtenção
de cópias por meio digital, como, por exemplo, a fotografia por scanner portátil ou por aparelho de telefone
celular.
Comentário
Tais alterações vieram em boa hora, pois há muito tempo já se discutia o direito de acesso do advogado aos
procedimentos investigatórios nos mais variados setores, e não só em sede policial (como é o caso do
procedimento investigatório criminal feito pelo Ministério Público).
Para assegurar esse direito, a Lei nº 13.245/2016 também acrescentou o §12, determinando que: “A
inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos ou o
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 27/40
fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará
responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o acesso do
advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado
de requerer acesso aos autos ao juiz competente.”
Assim, entendemos que o mesmo direito deve ser estendido para se ter vista e cópia de registros de
ocorrência (ou boletins de ocorrência), de termos circunstanciados e de qualquer procedimento anterior à
instauração do inquérito policial, como o comumente chamado procedimento de “verificação das
procedências das informações” (na prática penal denominada VPI), tratado no art. 5º, §3º, do Código de
Processo Penal (CPP). Afinal, se pode o mais (inquérito policial), pode o menos (VPI, registro de ocorrência
ou boletim de ocorrência).
É importante observar o seguinte: embora o art. 20 do CPP estabeleça que “a
autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo interesse da sociedade”, essa sigilosidade – característica do IP – não
alcança o advogado em virtude do que lhe é garantido pelo art. 7º, inciso XIV, da Lei
nº 8.906/1994.
Em razão disso, em fevereiro de 2009, o Supremo Tribunal Federal editou a súmula vinculante nº 14 com o
seguinte teor: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de
prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”.
Nesse sentido, a Lei nº 13.245/2016 acrescentou os §§10 e 11, que esclarecem mais ainda esse tema.
Vejamos:
No §10, consta o seguinte:“nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o
exercício dos direitos de que trata o inciso XIV”. Isso ocorre porque, como já comentamos, o sigilo do
inquérito policial não alcança o advogado.
No entanto, há casos em que pode haver uma interceptação telefônica decretada pelo juiz ou a quebra de
sigilo bancário. Assim, documentos e informações sigilosas são juntadas aos autos do inquérito policial.
Nessa hipótese, para que o advogado tenha acesso, ele deverá ter procuração.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 28/40
Já o §11 atesta que, “no caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do
advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados
nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das
diligências”. Esse inciso esclareceu melhor o teor da aludida Súmula Vinculante 14.
XV – ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na
repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais.
XVI – retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias.
Os direitos trazidos nos incisos XV e XVI não se aplicam aos seguintes casos mencionados no § 1º do art.
7º:
a. quando o processo estiver sob o regime do segredo de justiça;
b. quando houver nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante
que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade
em despacho motivado, proferido ex officio, mediante representação ou requerimento da parte
interessada;
c. até o encerramento do processo ao advogado que tenha deixado de devolver os respectivos autos no
prazo legal e só o fizer depois de intimado.
XVII – ser publicamente desagravado quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela.
O estatuto tratou o desagravo público como um direito do advogado, tendo o Regulamento Geral
especificado o tema nos arts. 18 e 19.
O desagravo público é um procedimento formal utilizado pela Ordem dos Advogados do Brasil para mostrar
o repúdio e prestar uma solidariedade às ofensas sofridas pelo advogado no exercício da sua profissão, ou
de cargo ou função nos órgãos da OAB, sem prejuízo das sanções penais em que incorrer o ofensor. Não
raramente, os advogados são ofendidos por juízes, promotores de justiça ou delegados de polícia no
desempenho de seu mister, devendo o desagravo ser promovido pelo conselho competente, de ofício, a
requerimento do próprio advogado ou de qualquer outra pessoa.
O desagravo público, como meio de defesa dos direitos e das prerrogativas da advocacia, não depende de
concordância do ofendido, que não pode dispensá-lo, sendo, portanto, um critério do próprio conselho. Uma
vez ocorrendo a ofensa no espaço territorial da subseção a que se vincule o inscrito, a sessão de desagravo
pode ser promovida pela diretoria ou conselho da subseção, com representação do conselho seccional.
Com razão, se o advogado foi ofendido num município distante da sede do Conselho Seccional, de nada
adiantará a solenidade ser lá realizada. Atenderá melhor ao seu objetivo se ela for feita em um local mais
próximo de onde ocorreu a ofensa.
Por outro lado, competirá ao Conselho Federal promover o desagravo público nos casos de ofensa a
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 29/40
conselheiro federal ou a presidente de conselho seccional, quando eles forem ofendidos no exercício das
atribuições de seus cargos e quando a ofensa a advogado se revestir de relevância e grave violação às
prerrogativas profissionais com repercussão nacional. Dessa forma, o Conselho Federal indica seus
representantes para a sessão pública de desagravo, que será realizado na sede do conselho seccional,
exceto no caso de ofensa a conselheiro federal, caso em que ela acontecerá no próprio Conselho Federal.
O procedimento do desagravo público é disciplinado nos parágrafos do art. 18 do Regulamento Geral.
Na sessão do desagravo público, o presidente lê a nota a ser publicada na imprensa, encaminhada ao
ofensor e às autoridades e registrada nos assentamentos do inscrito.
Compete ao relator, convencendo-se da existência de prova ou indício de ofensa relacionada
ao exercício da profissão ou cargo da OAB, propor ao presidente que solicite informações da
pessoa ou autoridade ofensora, que serão fornecidas no prazo de 15 dias, a não ser que haja
urgência ou notoriedade do fato.
Pode o relator propor o arquivamento do pedido se: (1) a ofensa tiver natureza pessoal; (2) se
não estiver ligada ao exercício profissional ou às prerrogativas gerais do advogado; ou (3) se
configurar crítica de caráter doutrinário, político ou religioso.
Sendo recebidas ou não as informações solicitadas e convencendo-se da procedência da
ofensa, o relator emitirá um parecer, que será submetido ao conselho. Em caso de
acolhimento do parecer, é designada a sessão de desagravo, que será amplamente divulgada.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 30/40
XVIII – usar os símbolos privativos da profissão de advogado.
Apenas o advogado devidamente inscrito na OAB pode utilizar os símbolos privativos da advocacia. São
anéis, adornos e outros itens relacionados à profissão. Compete ao Conselho Federal criar ou aprovar o seu
uso (art. 10, inciso X, EAOAB): “Compete ao Conselho Federal: X – dispor sobre a identificação dos inscritos
na OAB e sobre os respectivos símbolos privativos”.
Não se deve confundir essa competência do Conselho Federal com o que está disposto no art. 58, XI, do
mesmo diploma: compete ao conselho seccional determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos
advogados no exercício profissional. Um fala sobre os símbolos; o outro, sobre o traje.
XIX – recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre
fato relacionado com pessoa de quem seja ou tenha sido advogado, mesmo quando autorizado ou
solicitado pelo constituinte.
A recusa em depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deve funcionar, ou até mesmo
sobre algum fato vinculado à pessoa de quem seja ou foi advogado, é um direito assegurado pelo estatuto,
mas também é um dever imposto pelo Código de Ética e Disciplina (arts. 35 a 38 do Novo CED).
XX – retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após 30 minutos do
horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante
comunicação protocolizada em juízo.
O advogado ganhou com esse inciso uma importantíssima prerrogativa. Para evitar abusos
lamentavelmente cometidos por alguns magistrados, garantiu-lhe o Estatuto da Advocacia e da OAB o
direito de se retirar do recinto onde está aguardando para a realização do ato judicial após passados 30
minutos do horário marcado e sem que a respectiva autoridade tenha chegado.
Esse direito não se aplicará quando o magistrado, já estando no local, esteja realizando outro ato
processual, como é o caso de uma audiência designada para um horário anterior, mas que ainda não
terminou.
Saiba mais
É mister salientar que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) traz um prazo menor. Assim, para os
advogados que atuarem perante a Justiça Trabalhista, o tempo de espera será de apenas 15 minutos a
partir do horário designado (art. 815, CLT).
Em qualquer caso, obviamente exige-se a comunicação protocolizada em juízo.
XXI - assistir seus clientes investigados durante a apuração de infrações sob pena de nulidade absoluta do
respectivo interrogatório ou depoimento e subsequentemente de todos os elementos investigatórios e
probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo inclusiveno curso da
respectiva apuração:
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 31/40
a) apresentar razões e quesitos;
Essa inovação trazida pela Lei nº 13.245/2016 traduz um relevante avanço para a Justiça e para o exercício
do direito de defesa. Embora o princípio da ampla defesa não seja aplicado à fase da investigação policial, a
presença e a participação do advogado evitam que se cometam abusos contra os investigados.
Honorários advocatícios
Honorários advocatícios
Neste esclarecedor vídeo, o professor Paulo Machado discorre sobre os principais aspectos dos honorários
advocatícios, assim como sobre sua cobrança e prescrição.
Advogar é muito mais do que defender direitos e pensar em ganhar dinheiro. Trata-se de entender que o
advogado é um dos agentes indispensáveis à administração da Justiça.
A Lei nº 8.906/1994 (EAOAB) traz uma hipótese em que o advogado trabalha gratuitamente. Isso ocorrerá
quando ele defender outro colega em processo originário de ação ou omissão no exercício da profissão.
Entende-se aqui que as prerrogativas da advocacia estão em debate, motivo pelo qual há interesse de toda a
classe, e não só daquele profissional. Veja que o defensor dativo nomeado pela OAB faz a representação do
advogado processado disciplinarmente por delegação da própria Ordem, constituindo um múnus (e um
motivo) extremamente célebre.
O Novo Código de Ética e Disciplina passou a tratar da advocacia pro bono no art. 30 e seus parágrafos. No
exercício da advocacia pro bono e ao atuar como defensor nomeado, conveniado ou dativo, o advogado
empregará o zelo e a dedicação habituais, de modo que a parte por ele assistida se sinta amparada e confie
no seu patrocínio.
dvocacia pro bono
Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita, eventual e voluntária de serviços jurídicos em favor de
instituições sociais sem fins econômicos e de seus assistidos sempre que os beneficiários não dispuserem de

26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 32/40
recursos para a contratação de profissional.
A advocacia pro bono poderá ser exercida em favor de pessoas naturais que igualmente não dispuserem de
recursos para, sem prejuízo do próprio sustento, contratar advogado. Ela não pode ser utilizada para fins
político-partidários ou eleitorais nem beneficiar instituições que visem a tais objetivos, tampouco como
instrumento de publicidade para captação de clientela.
O Estatuto da Advocacia e da OAB apresenta três tipos de honorários advocatícios:
Os convencionados (como o próprio nome diz, o advogado e o cliente) combinam um valor fixo. Esse
valor é a principal característica desse tipo de honorários e pode ser contratado de forma verbal ou
por escrito mediante o contrato de honorários advocatícios.
Recomenda-se ao advogado fazer o contrato por escrito por ele ser mais seguro, inclusive para fins
de cobrança, como se verá adiante.
Na ausência de combinação entre advogado e cliente sobre o valor dos honorários, eles serão
arbitrados pelo juiz, ou seja, fixados por arbitramento judicial, com remuneração compatível com o
trabalho e o valor econômico da questão. Advirta-se que, mesmo nesse caso, o valor dos honorários
não pode ser inferior ao estabelecido na tabela de honorários criada por cada conselho seccional da
OAB.
O art. 22, §1º, do estatuto, determina que, quando o advogado for indicado para atuar em causa de
pessoa juridicamente necessitada, nos casos de estados que não tenham Defensoria Pública ou que,
mesmo tendo, sua atuação, por qualquer motivo, esteja impossibilitada (greve, por exemplo), o
profissional terá direito a receber honorários fixados pelo juiz e pagos pelo Estado.
Convencionados 
Arbitrados judicialmente 
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 33/40
Os honorários sucumbenciais são aqueles pagos pela parte vencida (parte sucumbente) ao
advogado da parte vencedora. É importante lembrar que a Lei nº 13.467/2017, que alterou a CLT,
incluiu a possibilidade de honorários sucumbenciais ao acrescentar o art. 791-A.
Acrescente-se que, de acordo com o art. 14 do Regulamento Geral, os honorários de sucumbência,
por decorrerem precipuamente do exercício da advocacia e só acidentalmente da relação de
emprego, não integram o salário ou a remuneração, não podendo, assim, ser considerados para
efeitos trabalhistas ou previdenciários.
O parágrafo único do mesmo dispositivo complementa determinando que os honorários de
sucumbência dos advogados empregados constituem fundo comum cuja destinação será decidida
pelos profissionais integrantes do serviço jurídico da empresa ou por seus representantes. Em caso
de falecimento do advogado, ou se ele vier a se tornar incapaz civilmente, os honorários de
sucumbência, proporcionalmente ao trabalho por ele desenvolvido, são devidos aos seus sucessores
ou representantes legais.
Apesar de o art. 24, §3º, do estatuto estipular que “é nula qualquer disposição, cláusula, regulamento
ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento dos honorários
de sucumbência”, o STF, na ADI nº 1.194-4, declarou o aludido dispositivo inconstitucional. O Novo
CED reservou um capítulo próprio para tratar dos honorários profissionais (Título I, Capítulo IX, arts.
48 ao 54).
Pacto quota litis
Pacto ou cláusula quota litis é a participação do advogado no resultado ou ganho obtido na causa. Paulo
Lôbo (2021) lembra que o direito romano e as ordenações filipinas condenavam essa forma de contratar - e
com razão.
Nesse caso, o advogado se transforma em “sócio” do cliente naquela demanda. Tal profissisonal, nessa
situação, é “quase” parte.
Entretanto, o Código de Ética e Disciplina trouxe a possibilidade de ser feito esse pacto, desde que estejam
presentes as condições do art. 50 e seus parágrafos:
Sucumbenciais 
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 34/40
Art. 50. Na hipótese da adoção de cláusula quota litis, os honorários devem ser
necessariamente representados por pecúnia e, quando acrescidos dos
honorários da sucumbência, não podem ser superiores às vantagens advindas
a favor do cliente.
§ 1º A participação do advogado em bens particulares do cliente só é admitida
em caráter excepcional, quando esse, comprovadamente, não tiver condições
pecuniárias de satisfazer o débito de honorários e ajustar com o seu patrono,
em instrumento contratual, tal forma de pagamento.
§ 2º Quando o objeto do serviço jurídico versar sobre prestações vencidas e
vincendas, os honorários advocatícios poderão incidir sobre o valor de umas e
outras, atendidos os requisitos da moderação e da razoabilidade.
(BRASIL, 2022, art. 50)
De toda forma, apesar da permissão dada pelo Código de Ética, o advogado deve ter todo zelo para que não
incorra em infração disciplinar.
Formas judiciais de cobrança
Na hipótese de o constituinte faltar com a obrigação de pagar os honorários ao advogado, o profissional
deverá procurar ao máximo resolver a situação amigavelmente. Chegando ao ponto de não haver mais
solução pela forma preliminar, surge a necessidade de se buscar a via judicial.
Para isso, o advogado precisa renunciar ao patrocínio da causa e
constituir outro advogado para fazer a cobrança, conforme dispõe o art.
54 do Novo Código de Ética e Disciplina.
O art. 24 do estatuto determina que o contrato feito por escrito (contrato de honorários advocatícios)
constitui título executivo. Desse modo, o advogado não precisará propor ação de conhecimento. A cobrança
será feita, nesse caso, por meio da execução por quantia certa.
Quando o advogado contrata de forma verbal, resta claro que não há o que executar, ensejando, assim, uma
ação de cobrança. Quando for o caso de ele juntar aos autos o contrato de honorários advocatíciosantes da
expedição do mandado de levantamento ou precatório, o juiz terá de determinar que lhe sejam pagos
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 35/40
diretamente, deduzindo o valor respectivo da quantia a ser recebida pelo constituinte, a não ser que ele
comprove que já o pagou.
Os honorários incluídos na condenação, seja por arbitramento, seja por sucumbência, pertencem ao
advogado, tendo o profissional direito autônomo de exigir o cumprimento da sentença, podendo ainda
solicitar ao juiz que o precatório seja expedido em seu nome, quando for o caso.
O art. 24 do estatuto enfatiza que a decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato feito por
escrito têm força de título executivo e constituem crédito privilegiado em falência, concordata, concurso de
credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial.
Quando o advogado receber um substabelecimento com reserva de poderes, ele não poderá cobrar os
honorários respectivos sem a intervenção daquele que lhe substabeleceu (art. 26 do EAOAB).
Prescrição (art. 25, EAOAB)
A ação de cobrança de honorários advocatícios prescreve em cinco anos, que serão contados a partir:
a. do vencimento do contrato, quando houver;
b. do trânsito em julgado da decisão que os fixar ou arbitrar;
c. da finalização do serviço extrajudicial (assessoria, consultoria e direção jurídicas ou acompanhamento de
inquérito policial);
d. da desistência ou transação;
e. da renúncia ou revogação de mandato.
Saiba mais
Em 2009, foi acrescentado o art. 25-A, que também trouxe o prazo prescricional de cinco anos para a ação
de prestação de contas das quantias recebidas pelo advogado do seu cliente ou de terceiros por conta dele.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 36/40
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(FGV ‒ XXI - Exame de Ordem) Adolfo, policial militar, consta como envolvido em fato supostamente
violador da integridade física de terceiros e apurado em investigação preliminar perante a Polícia Militar.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 37/40
No curso dessa investigação, Adolfo foi notificado a prestar declarações e, desde logo, contratou a
advogada Simone para sua defesa. Ciente do ato, Simone dirige-se à unidade respectiva, pretendendo
solicitar vista quanto aos atos já concluídos da investigação e buscando tirar cópias com seu aparelho
celular. Além disso, ela pretende acompanhar Adolfo durante o seu depoimento designado. 
Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
A
É direito de Simone e de seu cliente Adolfo o exame dos autos da investigação no que
se refere aos atos já concluídos e documentados, porém a possibilidade de emprego do
telefone celular para tomada de cópias fica a critério da autoridade responsável pela
investigação. Também é direito de ambos que Simone esteja presente no depoimento
de Adolfo, sob pena de nulidade absoluta do ato e de todos os elementos
investigatórios dele decorrentes.
B
É direito de Simone e de seu cliente Adolfo que a advogada examine os autos no que se
refere aos atos já concluídos e documentados, bem como empregue o telefone celular
para a tomada de cópias digitais, o que não pode ser obstado pela autoridade
responsável pela investigação. Também é direito de ambos que Simone esteja presente
no depoimento de Adolfo, sob pena de nulidade absoluta do ato e de todos os
elementos investigatórios dele decorrentes.
C
É direito de Simone e de seu cliente Adolfo que a advogada examine os autos no que se
refere aos atos já concluídos e documentados, bem como empregue o telefone celular
para a tomada de cópias digitais, o que não pode ser obstado pela autoridade
responsável pela investigação. Também é direito de ambos que Simone esteja presente
no depoimento de Adolfo, sob pena de nulidade relativa apenas do ato em que
embaraçava a sua presença.
D
Considerando cuidar-se de mera investigação preliminar, Simone não possui o direito de
examinar os atos já concluídos e documentados ou tomar cópias. Do mesmo modo, por
não se tratar de interrogatório formal, mas mera investigação preliminar, sujeita à
disciplina da legislação castrense, não configura nulidade se obstada a presença de
Simone no depoimento de Adolfo.
E O estatuto não traz previsões acerca do tema.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 38/40
Parabéns! A alternativa B está correta.
Nos termos do art. 7º, XIV, do estatuto, com a redação dada pela Lei nº 13.245/2017, é direito do
advogado examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem
procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda
que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos em meio físico ou digital.
Questão 2
(FGV – XXVII - Exame de Ordem) O advogado Sebastião é empregado de certa sociedade limitada,
competindo-lhe, entre outras atividades da advocacia, atuar nos processos judiciais em que a pessoa
jurídica é parte. Em certa demanda na qual foram julgados procedentes os pedidos formulados pela
sociedade, foram fixados honorários de sucumbência em seu favor. Considerando o caso narrado e o
disposto no Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A
Os referidos honorários integram a remuneração de Sebastião e serão considerados
para efeitos trabalhistas, embora não sejam considerados para efeitos previdenciários.
B
Os referidos honorários integram a remuneração de Sebastião e serão considerados
para efeitos trabalhistas e previdenciários.
C
Os referidos honorários não integram a remuneração de Sebastião nem serão
considerados para efeitos trabalhistas, embora sejam considerados para os
previdenciários.
D
Os referidos honorários não integram a remuneração de Sebastião nem serão
considerados para efeitos trabalhistas e previdenciários.
E O Regulamento Geral não trata do tema.
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 39/40
Considerações �nais
Como vimos neste conteúdo, a ética da advocacia constitui a base sólida de qualquer profissional. Além das
regras deontológicas trazidas no Código de Ética e Disciplina da OAB, o advogado também precisa conhecer
seus direitos, os quais, por sua vez, são tratados no Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei nº 8.906/1994).
Outro ponto importante para o desenvolvimento da atividade é saber os mandamentos acerca do advogado
sócio e do advogado empregado, pois também existem normas a serem seguidas nessa seara. Por fim,
verificamos que o estudo do instituto dos honorários advocatícios, em conjunto com o demais, também faz
parte da trajetória de sucesso do profissional do Direito.
Podcast
Neste podcast, um especialista irá discorrer sobre os principais direitos do advogado, trazendo exemplos de
aplicação dos mais relevantes.
Nos termos do art. 14 e seu parágrafo único do Regulamento Geral, os honorários de sucumbência, por
decorrerem precipuamente do exercício da advocacia e só acidentalmente da relação de emprego, não
integram o salário ou a remuneração, não podendo, assim, ser considerados para efeitos trabalhistas
ou previdenciários.

Referências
26/09/2022 09:05 Ética jurídica: a advocacia
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03194/index.html# 40/40
BRASIL. Casa Civil. Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal.
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 8.906, de 4 de julho 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB).
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 13.245, de 12 de janeiro de 2016. Altera o art.7º da Lei nº 8.906, de 4 de julho de
1994 (Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil).
BRASIL. Ordem dos Advogados do Brasil. Código de Ética e Disciplina. OAB. Consultado em: 27 jan. 2022.
LÔBO, P. Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB. São Paulo: Saraiva, 2021.
MACEDO, G. T. Deontologia jurídica. 1. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
MACEDO JR., M. A. S.; COCCARO, C. Ética profissional e Estatuto da Advocacia – coleção OAB Nacional.
São Paulo: Saraiva, 2009.
MACHADO, P. 10 em ética! 8 ed. Salvador: Jus Podivm, 2021.
TOURINHO FILHO, F. da C. Manual de processo penal. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
Explore +
Assista ao filme O homem que fazia chover, que mostra condutas éticas e antiéticas praticadas pelos
personagens.
Leia o livro Responsabilidade civil do advogado, de Antonio Laert, publicado pela Editora Lumen Juris.

Outros materiais