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Matéria primeira prova de Anestesiologia e Tec. Cirúrgica Tópicos a serem abordados: • Introdução a anestesiologia • Medicação pré-anestésica • Anestesia geral injetável • Anestesia geral inalatória • Monitoramento anestésico Introdução a anestesiologia O ser seciente é todo o aquele que é capaz de sentir dor ou prazer e que não inclui necessariamente a autoconsciência. Anestesia vem do grego ‘’Anaisthasia’’ que significa insensibilidade. É todo procedimento ou droga capaz de suprimir temporariamente a dor, para fins exploratórios, cirúrgicos e de pesquisa. Antigamente não existia drogas anestésicas e os procedimentos eram feitos na base da força, desacordando a base da paulada, asfixia, hipotermia, embriaguez ou compressão de nervos periféricos. A anestesia passou a ser melhor estudado no século 16 pelo Paracelsus que estudou o efeito do éter em galinhas, porém até o século 18 houve pouca evolução, até que Horace Wells um dentista em 1845, começou a observar, que as pessoas usavam óxido nitroso para se drogar nas festas e tinham efeito hilariante, e ele começou a atribuir o efeito farmacológico à retirada de dor, quando um estudante cortou a perna e não sentiu dor. Assim ele fez um experimento dando óxido nitroso para um procedimento dentário em um paciente, onde a pessoa ficou desacordada e sem dor. Após esse acontecimento seu discípulo William Thomas Green Morton em 1846 quis trazer um novo experimento com éter, funcionou e ficou marcado como o grande descobridor da anestesia inalatória. A partir daí muitos pesquisadores começaram a fazer experimentos em animais: - Edward Mayhew (1847) em cães e gatos - George Dadd (1852) clorofórmio em cavalos - Pierre Cyprien Oré (1872) hidrato de cloral IV - Koller (1884) cocaína no globo ocular - William Halsted (1885) bloqueio nervoso peridural Então a anestesia pelo termo genérico é a perda da sensibilidade de forma temporária local ou geral, pela administração de fármacos que deprimem a atividade nervosa periférica ou central. A anestesia cirúrgica contempla um tripé causando miorelaxamento, inconsciência e relaxamento profundo. A analgesia é a perda da sensibilidade dolorosa com ou sem inconsciência A tranquilização (neurolepsia ou ataraxia) é o estado de calma e tranquilidade, no qual o paciente está acordado, relaxado e indiferente ao meio ambiente e pequenos estímulos dolorosos. A sedação é um grau moderado de depressão do sistema nervoso central, no qual o paciente está acordado e calmo A hipnose é um sono artificial ou transe onde há inconsciência. A catalepsia é o estado de imobilidade com rigidez maleável dos membros e que não responde a estímulos auditivos, visuais e dolorosos de pouca intensidade. Não necessariamente há inconsciência A neuroleptoanalgesia é um estado de tranquilização e analgesia profundas, sem perda da consciência. Avaliação pré-anestésica É importante fazer uma avaliação clínica no animal antes de qualquer procedimento anestésico, fazendo avaliação do paciente através de: • Anamnese: identificação, histórico clínico, medicamentos que o animal está recebendo e histórico de anestesias anteriores; • Exame físico: estado geral, avaliação cardiorrespiratória e palpação abdominal; Para auxílio também e necessário fazer exames complementares como o hemograma que visa visualizar alteração hematológicas dos hematócritos e hemoglobina que mostra a capacidade de transporte de oxigênio para os tecidos, proteína plasmática é importante pois a albumina é a principal proteína que auxilia na anestesia pois é ela que se conjuga aos anestésicos, fazendo com que eles fiquem mais retidos na corrente sanguínea e essa disponibilidade de anestésicos na corrente sanguínea faz com que o animal fique menos aprofundado no plano anestésico, garantindo uma segurança. A função renal pela dosagem de ureia e creatinina, verificação de proteína urinária e creatina urinária, a dosagem de proteínas plasmáticas ALT E AST, tempo de coagulação sanguínea e exames de imagem como a radiografia e ultrassom. Quando vai se fazer uma anestesia geral é bom estabelecer uma classificação do animal vir a óbito, existe uma tabela de risco que se chama ASA (Sociedade americana de anestesiologistas). Medicação pré-anestésica É todo medicamento administrado no período pré-anestésico, com finalidade de preparar o animal para a anestesia. Serve para suprimir a agressividade e proporciona a sedação e redução das reações indesejáveis causados pelos anestésicos gerais. Os objetivos da MPA são diminuir a possível excitação durante a indução anestésica, pois quando faz a indução anestésica o animal começa a ficar agitado antes de ficar anestesiado, e com a MPA há diminuição de excitação da anestesia geral. Ela facilita os procedimentos pré-operatórios, potencializa os anestésicos gerais ou dissociativos, viabiliza a indução por anestésicos inalatórios, reduz os efeitos indesejáveis dos anestésicos e proporciona a recuperação tranquila. - Anticolinérgicos São medicamentos que inibem a acetilcolina (Ach) nas estruturas inervadas pelos nervos parassimpáticos pós-ganglionares e especificamente inibem os receptores colinérgicos do tipo muscarínicos (visceras, coração, vasos). Como a acetilcolina pertence ao SNP quando ele entra em ação, ele promove bradicardia, hipotensão, salivação, peristaltismo aumentando, diarreia, vômito, miose (contração pupilar). O sistema nervoso autônomo parassimpático e simpático vivem em harmonia, quando o SNAS se eleva faz com que o animal tenha o estresse inicial (agudo) aumentando a FC, PA, midríase, diminuição do peristaltismo (luta ou fuga). Algumas drogas mimetizam o SNAP, e nós podemos evitar esses efeitos, usando os anticolinérgicos, bloqueando a acetilcolina e sendo assim o animal não desenvolve os sinais do SNAP, evitando que as drogas que são utilizadas posteriormente causem os sintomas do SNAP. *Não promovem efeitos tranquilizantes ou sedativos Então eles são indicados para reduzir a salivação, secreção brônquica e elevar a FC. Contraindicações: Quando o animal é cardiopata • Fármacos anticolinérgicos o Atropina: utilizada como medicação pré-anestésica para impedir efeito de bradicardia e também é utilizada como medicação de emergência para aumentar a FC. o Glicopirrolato : Tem intuito de aumentar FC e PA o Escopolamina: Diminui peristaltismo intestinal e contrações uterinas. - Tranquilizantes São substâncias para deixar o animal sedado/tranquilo, mas sem perda de consciência • Grupos farmacológicos o Fenotiazínicos Promovem tranquilização leve e redução da atividade motora sem que ocorra inconsciência. Apresentam pouco efeito analgésico, causando redução do quadro de alerta, mas não retira uma possível dor, aumento de dose não potencializa os efeitos sedativos, altas doses podem causar efeitos extrapiramidais e deixar o animal mais alerta, tem efeito antiemético diminuindo a náusea. Efeitos indesejáveis: altera hemodinâmica causando dilatação periférica, levando a hipotensão e hipotermia. Reduz hematócrito, redução produção urinária, depressão fetal, diminuição motilidade intestinal, relaxamento do cárdia, redução do limiar convulsivo e prolapso peniano no cavalo. - Acepromazina: contraindicados em cardiopatas, causando desequilíbrio hemodinamico - Clorpromazina - Levomepromazina - Prometazina o Butirofenonas Promovem tranquilização leve e redução da atividade motora, tem efeito semelhante com a butirofenonas, mas são usados em animais de fazenda como suínos e quinos para transporte. Possuem efeito antiemético, causam efeitos extra piramidais, efeito hipotensor e causam aumento da FR. Utilizadas com efeito de sedação. - Droperidol - Azaperoni o Benzodiazepínicos São utilizados em humanos como anticonvulsivantes, miorrelaxantes e ansiolítica, na med vet, tem menorefeito sedativo comparado com os demais fármacos. Pode ter efeitos inesperados, com variação de sedação em cada animal, ele causa mais estabilidade cardiovascular. *seguro em pacientes cardiopatas compensados ou descompensados, pois altera menos a circulação sanguínea. O mecanismo de ação é potencializando o sistema que envolve o receptor GABA. O sistema GABA é o sistema depressor do sistema nervoso central, induzindo o sono. - Diazepam: é o mais utilizado, não é hidrossolúvel (feito IV apenas em estados de emergência), feito máximo de 3-5 minutos com duração de 1-4 horas. Utilizado em estados epilético. Os metabólitos formados no fígado possuem atividade, se acumulando na gordura (contraindicado em animais obesos), causando persistência do efeito. - Midazolam: É o mais utilizado em pacientes cardiopatas, pois causa menos alteração hemodinâmica. É hidrossolúvel (IV). - Zolazepam: É associado com tiletamina (prima do grupo dos dissociativos) causando boa anestesia, não causando desligamento do córtex cerebral. - Flumazenil: Antagonista competitivos (antídoto) o Agentes α-2 antagonistas São agentes sedativos clássicos, pois eles desencadeiam uma sedação dose dependente, são os melhores sedativos, (a não ser em cardiopatas). Em animais saudáveis, o efeito é ótimo, embora não se consiga um quadro de hipnose completa. Possui propriedade hipnótica, miorrelaxante e analgésicas. Eles são agonistas dos receptores alfa-2, causando bloqueio do sistema alfa adrenérgicos e como consequência causam efeito sedativo, estimulando receptores que atuam como bloqueadores do sistema alfa adrenérgicos. Efeitos indesejáveis: Causa bradicardia e hipotensão, hipotermia, reduz a FR e como consequência a distribuição de O2 fica reduzida. - Xilazina: Causa boa sedação, analgesia e relaxamento muscular. Pode ocorrer vômito, pode ser feita epidural. - Detomidina e Romifidina (equinos) - Medetomidina: Recentemente desenvolvida para cães e gatos, causa menos vômito. - Atipamezole e Ioimbina: Antagonistas competitivos (antídoto) o Analgésicos (opióides) Os opiódes são utilizados para controle da dor, podendo ser usado na analgesia pré, trans e pós operatória. Sua ação é bloqueando a condução nervosa dos neurônios, havendo redução da sensibilidade dolorosa. Atuam nos centros de percepção e processamento da sensibilidade dolorosa no SNC, medula espinhal e no encéfalo. Ao mesmo tempo que suprimem os centros relacionados de vigília e tosse. Podem estimular a euforia (vício), se assemelhando as endorfinas que são substâncias que nosso organismo produz. Também podem interferir no controle da respiração, FC e PA. *Os opiódes eram extraídos do ópio da flor da papoula. Opióide vs opiáceo: opiáceo uma substância retirada do ópio e tem produção natural (morfina, apomorfina e codeína). Opiódes são produtos químicos que tem a ação parecida e possuem produção sintética (meperidina, fentanil, metadona, etorfina, pentazocina, nalorfin e butorfanol). Narcótico: produz dependência. - Opioides endógenos: nosso corpo produz (encefalinas, endorfinas e dinorfinas) - Opióides agonistas: atuam nos receptores opioides do corpo, induzindo uma ação. (morfina, meperidina e fentanil) - Opióides antagonistas: atuam como bloqueadores, se ligando aos receptores. Usados como antidoto. (naloxona e nalorfina (*)) - Opióides agonistas-antagonistas: tem ação mista, eles em alguns tipos de receptores eles estimulam e em ouros ele bloqueia. (butorfanol, pentazocina e nalorfina(*)) Efeitos adversos: Bradicardia (estimulo do nervo vago), hipotensão, diminui a FR, sensibilidade do SNC ao CO2, diminui o reflexo da tosse, aumenta a motilidade intestinal inicialmente, redução da motilidade intestinal posteriormente, êmese, salivação e defecação. O seu efeito vai depender da ligação do fármaco nos receptores e sua localização no organismo. Os receptores opióides servem para ligar aos opióides endógenos, entretanto os opióides administrados, tem capacidade de se ligar nos receptores de nome, Kappa, Sigma, Delta e Mi - Mi: Causa efeito de analgesia supra-espinhal, depressão respiratória, euforia e dependência física - Kappa: causa efeito de analgesia medular, sedação e miose - Sigma: Causa disforia, alucinações e excitação - Delta: Causa alteração do comportamento afetivo Para a medicina veterinária os efeitos que precisamos mais é do efeito de Mi e Kappa Drogas mais utilizadas: - Morfina: causa analgesia, sonolência, euforia (humanos), acentuada depressão respiratória, inibe motilidade intestinal e vômito. Possui durabilidade de 6-8 hrs em pequenos animais. A desvantagem é a perda e apetite e náusea. Pode ser usada no MPA, trans e pós operatório. - Meperidina, petidina ou dolantina: sintético e tem metade da potência da morfina, e dura de 2-3 hrs. Usada como MPA para auxiliar na melhoria da analgesia. Causa ação hipnótica discreta, queda da PA e PV e depressão respiratória de pouca intensidade. - Fentanil: 100 x mais potente do que a morfina no quesito dor, 15 min de duração. Causa vômito, produz discreta depressão respiratória e bradicardia pelo estimulo vagal. - Tramadol: Não tem ação em gatos (*), duração de 6-8 hrs, menos potente que a morfina. Tem a vantagem que não causa tanto vômito e náusea. - Metadona: Causa boa analgesia em gatos - Etorfina: 1000x mais potente que a morfina, mais utilizada em animais selvagens de grande porte (elefantes e rinocerontes) * Livro da fantoni diz que tem segurança no uso em gatos e que causam boa analgesia. Anestesia geral injetável Anestesia geral é a perda temporária da consciência (hipnose) no paciente por meio da administração de substâncias pela via injetável. Ela compreende as fases de indução, manutenção e recuperação anestésica. O seu objetivo é a inconsciência, analgesia, miorrelaxamento e proteção autonômica. Formas de administração: Bólus, infusão contínua, bólus+infusão contínua, infusão variável e bólus + infusão variável Vantagens: prática aplicação, promove indução rápida, pode ser usados em procedimentos diagnósticos, imobilização ou pequenas cirurgias, dispensa aparelhagem e possui custo razoável. Desvantagens: Dependem de metabolização para término do efeito, difícil adequação e avaliação do plano anestésico, recuperação pode ser prolongada, ausência de antagonistas específicos e impossibilidade de se promover respiração controlada ao assistida e de se fornecer O2. • Barbitúricos Duração ultra curta (15-30 min): tiopental, tiamilal; Duração curta a moderada (60-120 min): pentobarbital sódico; (não utilizado em G. animais) Duração longa (+120 min): amobarbital Eles potencializam a supressão do SNC mediada pelo GABA, atravessam com facilidade as barreiras hematoencefálicas e placentária, se ligam as proteínas plasmáticas sanguíneas, causando a redução do efeito do anestésico, tem alta lipossolubilidade, ficando retidos em tecido adiposo causando prolongamento do efeito. Tem metabolização hepática e eliminação por via renal, a recuperação da anestesia ocorre por redistribuição do agente, à medida que o medicamento fica retido em outros tecidos, eles caem na corrente sanguínea e faz ação no SNC novamente. Possui efeito anticonvulsivante e causa redução da pressão intracraniana em animais com TCC. Contraindicações: Cardiopatas, nefropatas, gestantes, obesos e hepatopatas. Características: Reduz a PA como resultado da vasodilatação peiférica, aumenta a FC, apnéia respiratória transitória, diminui a FR e causa depressão grave respiratória em RN. • Não-barbitúricos - Propofol: Causa depressão do SNC por potencialização do GABA, efeito parecido ao dos barbitúricos (+ seguros), agente de indução anestésica rápida e de ação ultracurta (10-20min), não apresenta efeito acumulativo, metabolização hepática e excreção na forma inativa na urina. Seus efeitos sobre o sistema cardiovascularsão poucos relevantes, promove apnéia passageira e depressão respiratória dose-dependente, indução e manutenção anestésica (procedimentos rápidos), bom miorrelaxamento, recuperação rápida e suave e substituição aos barbitúricos. - Etomidato: + indicado em cardiopatas. Possui metabolização hepática, em gatos também ocorre hidrólise plasmática, ausência de efeito acumulativo, duração de 10-15 min, alta solubilidade, causa contrações voluntárias involuntárias, alto custo e não indicados em G. animais (pelo custo elevado). - Éter gliceril guaiacol (EGG) ou guaifenesin: Miorrelaxante de ação central, usado em equinos principalmente, administrado em solução de 5 a 15 % IV, tem poder bacteriostático e bactericida e seu mecanismo de ação é ser agonista glicinérgico que também atuam suprimindo o SNC, tem efeito rápido de 10-20 min e sua recuperação é tranquila e gradual. Pode causar tromboflebite devido a injeção perivascular, hemólise periférica por concentração muito alta e hipotensão. o Anestesia dissociativa A anestesia dissociativa não faz supressão total do córtex cerebral, apenas de algumas partes e alguns reflexos ficam presentes mesmo com o animal anestesiado e com perda de consciência. É da classe de dissociativos ou ciclo-hexaminas, promovem dissociação do paciente com o meio, depressão variável de áreas do cérebro e não a sua totalidade, produz imobilização, analgesia e depressão do SNC. Seu mecanismo de ação é o antagonismo dos receptores NMDA ou bloqueio não- competitivo com o aspartato e glutamato. Não suprimem muitos reflexos como o palpebral, corneal e laringotraqueal, promovem boa analgesia músculo-cutânea, mas a visceral é pobre, são drogas seguras com ampla margem de dose e podem ser aplicavas IM. Podem promover quadros epilépticos, anestesia cataleptoide (imobilidade rígida), não produzem miorrelaxamento, não possuem antagonistas, causa aumento da FC, PA e FR (evitar em cardiopatas). - Ketamina - Tiletamina: droga mais potente, menos efeitos colaterais. Tiletamina + zolazepam já vem a venda. Relaxamento muscular, analgesia, menos efeito cataléptico. Anestesia Geral Inalatória É toda aquela que é feita da administração do princípio ativo + O2 pelas vias respiratórias. O anestésico e passado da via respiratória para a corrente sanguínea por meio dos alvéolos pulmonares, esses alvéolos possuem intensa vascularização a fim de realizar a troca gasosa, então, devido a esse sistema, o ar carregado de anestésico inalatório vai chegar até os alvéolos vindo das vias respiratórias, se dissolvendo no sangue, chegando à corrente sanguínea e indo para o tecido cerebral. Para a distribuição do anestésico a concentração alveolar e a concentração cerebral precisam estar em equilíbrio e dependentes da concentração inspirada, ventilação pulmonar, captação do anestésico pelo sangue (solubilidade e débito cardíaco) e captação do anestésico pelos tecidos Vantagens: Segurança, pode ser usado em pacientes de risco, tem recuperação rápida, a idade não é fator limitante e economia no sistema semi-fechado e fechado. Desvantagens: Precisa de aparelhagem específica, requer profissional qualificado, custo mais elevado do que a A.G. Injetável, contaminação ambiental e exposição ocupacional, risco de contaminação de vias aéreas. - Éter dietílico (proibido): irritante aos olhos e narinas e altamente inflamável - Óxido nitroso: Usado mais como auxiliar nas anestesias inalatórias convencionais - Halogenados: halotano, isoflurano, sevoflurano, desflurano e enflurano * Concentração alveolar mínima: É a concentração mínima (%) de um anestésico a uma atmosfera (1ATM) de pressão que produz imobilidade m 50% dos indivíduos submetidos a estímulos dolorosos. A potência de um anestésico está inversamente relacionada a sua CAM. Se a CAM é pequena, e a potência é alta, uma pressão parcial relativamente baixa será suficiente para causar anestesia. • Circuitos Anestésicos - Sistema Aberto: É constituído de um reservatório simples em que todo o ambiente fica saturado com o anestésico com o animal dentro. Não há reservatório de anestésico e a reinalação da mistura expirada é fria e seca. Há grande consumo de anestésico e contaminação ambiental *Risco: paciente recebe muito anestésico * Usado em paciente pequenos de dificil manipulação para induzir a anestesia - Sistema semi-aberto (Baraka): Permite pouca reinalação de gases, não possuem reservatório de Cal Sodada e os gases inalados são frios e secos. Possui balão reservatório com objetivo de armazenar a mistura anestésica e permitir ventilação mecânica. Vantagens: é simples, permite melhor controle da concentração oferecida em relação ao sistema aberto, bom para pacientes com menos de 5 kg. Desvantagens: Há ressecamento das vias respiratórias em anestesias longas, não conservam o calor exalado do corpo e contaminação ambiental. - Sistema fechado e semi-fechado: São circuitos anestésicos com aproveitamento máximo do anestésico, menor contaminação ambiental e gasto anestésico, há vias inspiratória e expiratória definidas e o fluxo no circuito é unidirecional, uso amplo da Cal Sodada, a mistura reinalada é aquecida e umidificada, usado para animais maiores que 5 kg. Desvantagens: Necessita de aparelhos mais complexos, válvula pop off fechada: circuito fechado, válvula de pop off aberta: circuito semi-fechado, seus componentes oferecem maior resistência à circulação dos gases. Monitoramento anestésico Constitui-se no ato de vigiar, observar ou verificar, através de métodos visuais, manais ou por meio de equipamentos, com objetivo de manter o animal em plano anestésico seguro. O objetivo é fornecer informações que irão auxiliar na identificação precoce de possíveis alterações pré-existentes ou ocasionadas pela anestesia, antes que se tornem irreversíveis. O monitoramento se inicia mesmo antes do MPA, com examinação do paciente (PA, FR, Temperatura, cor da mucosa, etc) e só termina quando o animal retorna a consciência. • Tipos de monitoramento o Subjetiva: Cor de mucosas, PA, tonus muscular, etc. Depende da percepção do anestesista quanto á normalidade/anormalidade de determinados parâmetros o Objetiva: Depende da mensuração por aparelhos ou equipamentos. Tem medida numérica exata. Ex: PA, oximetria, temperatura, etc o Não-invasiva: Medição de PA com esfigmomanômetro o Invasiva: Medição da PA com incisão arterial periférico e ligação com sistema de fluidos estéreis com anticoagulantes ligado ao aparelho. - Parametros cardiacos - Parametros hemodinâmicos - Parametros respiratórios - Oxigenação dos tecidos - Temperatura corporal • Planos anestésicos A avaliação da profundidade anestésica foi proposta por Guedel em 1951, conhecido como quadro de Guedel. É constituído por 4 estágios (I-IV), sendo o estágio III constituído por 4 planos (1-4). Seu objetivo é identificar a qual estágio ou plano o animal se encontra para adequá- lo à necessidade. Também serve para identificar riscos ou se o animal está muito superficial em termos de anestesia. Para verificar em qual nível o animal está de profundidade no plano anestésico, tem alguns testes que podemos fazer: - Reflexo palpebral - Reflexo corneal - Reflexo pupilar - Reflexo interdigital - Reflexo laringotraqueal o Estágio I Inicia-se com a administração do anestésico até a perda da consciencia. - Desorientação - Midriae - Respiração irregular - Taquicardia - Todos os reflexos normais - Analgesia pobre, com resposta ao estímulo o Estágio II É caracterizada pela excitação e pela perda de todo o controle voluntário. Deve ser transporto o mais rápido possível. - Excitação - Pode se debater - Incoordenação motora - Tônus muscular aumentado - Reflexos presentes - Hiperalgesia o Estágio III É caracterizado pela perda da consciencia, com progressiva perda dosreflexos, relaxamento muscular e padrão respiratório lento e regular. É dividida em 4 planos: - Plano 1: Perda progressiva dos reflexos, sem analgesia - Plano 2: Respiração mais lenta, redução do tõnus muscular - Plano 3: Respiração abdominal, analgesia profunda, sem reposta á incisão - Plano 4: Respiração abdominal exclusiva, midríase, inicio de apneia e hiperventilação o Estagio IV Estágio crítico, pode ser irreversível e levar o animal a morte. - Globo ocular centralizado, midríase agônica - Depressão respiratória grave ou apneia, respiração agônica - Bradicardia e hipotensão graves (choque) - Relaxamento dos esfíncteres - Hipotermia grave
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