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SEÇÃO 1 1ADMINISTRAÇÃO Administração de Operações Profs. Ismael Silva e Edson Dalto Melhoprado pelo Prof Roberto Pinho SEÇÃO 1 2ADMINISTRAÇÃO • Objetivos: • Explicar o que é a Gestão de Operações na Organização. • Afirmar que todas as operações criam e entregam serviços e produtos pela transformação de inputs (entradas) em outputs (saídas). • Identificar o que fazem os gestores de operações. • Introduzir a visão de processos. • Conceituar a cadeia de suprimentos. • Demonstrar que processos de produção têm características diferentes. Gestão de Operações na Organização 2 SEÇÃO 1 3ADMINISTRAÇÃO • Como é feito o porcelanato • https://youtu.be/DngLAWj7iws • Como é feita a latinha de alumínio • https://youtu.be/aFb2Dx7OsHA O que é uma cadeia de suprimentos? ▪ Quais os desafios enfrentados pelos gestores de operações logísticas? ▪ Qual o comportamento natural dos negócios? https://youtu.be/DngLAWj7iws https://youtu.be/aFb2Dx7OsHA SEÇÃO 1 4ADMINISTRAÇÃO O que é uma cadeia de suprimentos? As relações de custo/benefício no ambiente de qualquer empresa SEÇÃO 1 5ADMINISTRAÇÃO O que é uma cadeia de suprimentos? ✓ A gestão seria uma atividade muito mais fácil se os gestores precisassem apenas decorar fatos, obedecer a procedimentos definidos ou inserir dados em programas de computador, a fim de obter os resultados desejados. ✓ Gestores experientes sabem que não é assim que as coisas funcionam; muitas vezes, a gestão é uma busca bastante caótica que exige uma intuição precisa para interpretar informações e aplicar procedimentos de maneira lucrativa. ✓ Os gestores encaram uma infinidade de teorias, procedimentos e programas de computador promovidos como capazes de gerar os resultados desejados. ✓ Há uma diferença considerável entre ter a habilidade de aplicar métodos científicos, seguir procedimentos ou utilizar programas de computador e ter o conhecimento preciso do comportamento das operações. ✓ Sobram equívocos sobre o que funciona e o que não funciona nas operações de manufatura e de cadeia de suprimento. Como resultado, estratégias e planos operacionais muitas vezes não conseguem cumprir com o que prometem(POUND; BELL; SPEARMAN, 2015, p . 32) Referência: POUND, E.S.; BELL, J. H.; SPEARMAN, M. L. A ciência da fábrica para gestores: como líderes melhoram o desempenho em um mundo pós-Lean Seis Sigma. Porto Alegre: Bookman, 2015. SEÇÃO 1 6ADMINISTRAÇÃO A gestão de operações refere-se ao projeto, à orientação e ao controle sistemático dos processos que transformam insumos (inputs) em produtos e serviços, tanto para os clientes internos quanto para os externos. 6 Um processo é qualquer atividade ou conjunto de atividades que transforma um ou mais insumos (inputs) em um ou mais produtos (outputs) aos clientes. Gestão de Operações na Organização SEÇÃO 1 7ADMINISTRAÇÃO Qualquer produção envolve os processos input – transformação – output 2020/1 Cap.1 Gestão de Operações na Organização Seção 1 7 Recursos de entrada a serem transformados Recursos de entrada de transformação Recursos de entrada (input) Processo de transformação Saídas de produtos e serviços (output) C o n su m id o r ➢ Materiais(matérias- primas, etc) ➢ Informações ➢ Consumidores ➢ Instalações ➢ Máquinas ➢ Equipamentos ➢ Ferramentas ➢ Pessoal SEÇÃO 1 8ADMINISTRAÇÃO Um conjunto de inputs de quaisquer processos operacionais forma os recursos transformados. Esses são recursos tratados, transformados ou convertidos no processo. Geralmente, são formados pelo seguinte: materiais, informações, clientes. Inputs para o processo de transformação SEÇÃO 1 9ADMINISTRAÇÃO • os clientes – Nem sempre são itens “passivos” a serem processados. • Por exemplo: • Eles criam a atmosfera em um restaurante. • Fornecem o ambiente de estímulo em grupos de aprendizagem na educação. Inputs para o processo de transformação 9 SEÇÃO 1 10ADMINISTRAÇÃO O outro conjunto de inputs de qualquer processo de operações corresponde aos recursos de transformação. São os recursos que agem sobre os recursos transformados. Há dois tipos de recursos de transformação que formam os “componentes essenciais” de todas as operações: Instalações e Funcionários Inputs para o processo de transformação 10 Instalações Funcionários SEÇÃO 1 11ADMINISTRAÇÃO ✓ Produtos e serviços são diferentes. Geralmente, produtos são coisas tangíveis, enquanto serviços são atividades ou processos. ✓ Um carro, um jornal ou a comida de um restaurante é um produto, enquanto um serviço é uma atividade do cliente que utiliza ou consome esse produto. ✓ A maioria das operações produz produtos e serviços. ✓ Algumas operações criam e entregam apenas serviços e outras apenas produtos, mas a maioria das operações produz um composto dos dois elementos. Outputs do processo 11 . SEÇÃO 1 12ADMINISTRAÇÃO Produtos e serviços são diferentes. Geralmente, produtos são coisas tangíveis, enquanto serviços são atividades ou processos. Ou a comida de um restaurante é um produto, enquanto um serviço é uma atividade do cliente que utiliza ou consome esse produto. Outputs do processo 12 Um carro.... um jornal SEÇÃO 1 13ADMINISTRAÇÃO Recursos de entrada a serem transformados Recursos de entrada de transformação Recursos de entrada (input) Processo de transformação Saídas de produtos e serviços (output) C o n su m id o r ➢ Materiais(matérias- primas, etc): ➢ Informações: ➢ Consumidores: ➢ Instalações: ➢ Máquinas: ➢ Equipamentos: ➢ Ferramentas: ➢ Pessoal Qualquer produção envolve os processos input – transformação – output / Exercícios Após assistir ao vídeo Como é feita a latinha de alumínio (https://youtu.be/aFb2Dx7OsHA), preencha os dados abaixo https://youtu.be/aFb2Dx7OsHA SEÇÃO 1 14ADMINISTRAÇÃO OS QUATRO Vs DA PRODUÇÃO Volume de produção: • Volume alto é associado a custo unitário baixo. Variedade de produção: • Variedade alta é associada a custo unitário alto. Variação da demanda: • O acompanhamento da demanda afeta as operações. Visibilidade do produto: • Maior percepção do produto por parte dos consumidores afeta as operações produtivas. Modelo de transformação SEÇÃO 1 15ADMINISTRAÇÃO Qualidade: • Execução dentro das especificações. Rapidez: • Execução em tempo reduzido. Confiabilidade: • Execução com alto grau de certeza. Flexibilidade: • Execução com maior capacidade de adaptação. Custo: • Execução com o menor dispêndio possível. Objetivos de desempenho SEÇÃO 1 16ADMINISTRAÇÃO Sequência contínua das características de processos de manufatura e serviços SEÇÃO 1 17ADMINISTRAÇÃO Afinal o que fazem os gestores de operações? 17 Dirigir Natureza e estratégia Entrega do processo Projetar Recursos e processos da operação Desenvolver processos SEÇÃO 1 18ADMINISTRAÇÃO Afinal o que fazem os gestores de operações? SEÇÃO 1 19ADMINISTRAÇÃO • Uma cadeia de suprimentos engloba todos os estágios envolvidos, direta ou indiretamente, no atendimento de um pedido de um cliente. A cadeia de suprimento não inclui apenas fabricantes e fornecedores, mas também transportadoras, depósitos, varejistas e os próprios clientes. Uma visão de cadeia de suprimentos 19 R$ … … … CD Produção Cliente Cliente Cliente Cliente CD Estoque … Fornecedor Fornecedor Fornecedor Estoque SEÇÃO 1 20ADMINISTRAÇÃO Logística Reversa Logística de Produção … … … CD Produção Cliente Cliente Cliente Cliente CD Estoque … Fornecedor Fornecedor Fornecedor Logística de Suprimento (Inbound Logistics) Logística de Distribuição (Outbound Logistics) Estoque Uma visão de cadeia de suprimentos SEÇÃO 1 21ADMINISTRAÇÃO Uma visão de cadeia de suprimentos SEÇÃO 1 22ADMINISTRAÇÃO Uma cadeia de suprimento é dinâmica e envolve um fluxo constante de informações, produtos e recursos financeiros entre diferentes elos (formação entre membros-chave, também chamado de Fases, ou Estágios). Uma visão de cadeia de suprimentos 22 SEÇÃO 1 23ADMINISTRAÇÃO Logísticada Natura https://www.youtube.com/watch?v=nnRcWD0gY9E Uma visão de cadeia de suprimentos https://www.youtube.com/watch?v=nnRcWD0gY9E SEÇÃO 1 24ADMINISTRAÇÃO E-collaboration E-procurement e-commerce Uma visão de cadeia de suprimentos SEÇÃO 1 25ADMINISTRAÇÃO Exemplo : Passos do processo da confecção de uma jaqueta masculina de supplex Uma visão de cadeia de suprimentos SEÇÃO 1 26ADMINISTRAÇÃO Chopra e Meindl (2012) afirmam que o objetivo de toda a cadeia de suprimentos é maximizar o valor global gerado. Para a maioria das cadeias de suprimentos comerciais, o valor estará fortemente ligado à lucratividade, constituída pela diferença entre a receita gerada pelo cliente e o custo total no decorrer da cadeia de suprimentos. Uma visão de cadeia de suprimentos 26 Objetivo→ Ganhos / Perdas SEÇÃO 1 27ADMINISTRAÇÃO O principal objetivo da cadeia de suprimentos é ..., de forma que agregue valor a todos da cadeia. Uma visão de cadeia de suprimentos 27 SEÇÃO 1 28ADMINISTRAÇÃO Cada atividade de um processo deve agregar valor às atividades precedentes; desperdício e custos desnecessários devem ser eliminados. O insight estratégico é que os processos devem agregar valor para os clientes. Uma visão de cadeia de suprimentos 28 SEÇÃO 1 29ADMINISTRAÇÃO • Processos de suporte • Um processo de suporte provê recursos e insumos vitais aos processos essenciais e é imprescindível para a gestão da empresa. 29 • O conceito de cadeia de suprimentos também focaliza a atenção em dois tipos de processo: processos essenciais e processos de suporte. Uma visão de cadeia de suprimentos SEÇÃO 1 30ADMINISTRAÇÃO Inter empresa Fonte: adaptado de Poirier e Quinn, 2004. Integração logística Integração corporativa Parcerias colaborativas Colaboração na cadeia de valor Rede total conectada Função/ processo Intraempresa Relações externas Sistema total de negócios Uma visão de cadeia de suprimentos Interempresa Preocupação com o custo total da logística, que é o somatório dos custos de transporte, estoques, armazenagem, aquisições, tecnologia associada e outros que devem ser objeto de trade off, isto é, de trocas compensatórias. O foco é o resultado final da empresa por meio da participação integrada de seus componentes A tarefa inicial é trabalhar com parcerias colaborativas. Isso pode ser feito de várias formas, das mais simples às mais complexas e sofisticadas. Por exemplo, sincronizar as janelas de recebimento de materiais a fim de evitar filas em centros de distribuição é uma parceria simples e de fácil implantação. Esta é uma forma mais sofisticada de parceria, porque exige a troca de informações financeiras entre os participantes da cadeia. Por essa razão, é ainda mais difícil de ser implantada, porque exige um grau de confiança entre os parceiros. Join ventures entre duas empresa para criação de outra. Busca de alternativas que, aparentemente, não fazem parte do seu negócio principal (core business), mas, na verdade, trazem resultados (às vezes prejuízos) de tal forma que podem alavancar os resultados da empresa SEÇÃO 1 31ADMINISTRAÇÃO Uma visão de cadeia de suprimentos – Ecossistemas de negócios Americanas SA • Logística: Direct, especializada em entregas de itens pequenos. • Click–Rodo, operadora logística especializada em itens grandes; • Tecnologia: BIT - B2W Inovação e Tecnologia empresas de tecnologia • Especializadas em desenvolvimento de sistemas e soluções para comércio eletrônico. O time de tecnologia/internet, que é o maior da América Latina e conta com mais de 600 engenheiros em escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife; • Otimização de controle de pedidos (expedição e reversa): Uniconsult; • Otimização das plataformas de venda online, B2B/B2B2C e sistemas mobile; • Otimização de sistemas de busca e algoritmos para gerenciamento de frete: Tarkena; • Serviços para o e-commerce: • Monitoramento e inteligência de preços online: Sieve; Monitoramento e inteligência de preços no mercado offline (varejo físico): InfoPrice; • Gerenciamento de mídias digitais: Admatic; • Integradora de Marketplace: Skyhub; • Soluções de segurança. https://www.consumidormoderno.com.br/2021/03/25/ecossistemas-digitais- tornam-ferramenta-aumentar-valor-negocios/ SEÇÃO 1 32ADMINISTRAÇÃO Uma visão de cadeia de suprimentos – Ecossistemas de negócios • Market Places - Mercado Livre (Marketplace) • FinTech Services - Mercado Pago e Mercado Crédito • Logistic Solutions - Mercado Envios • Advertasement - Mercado Livre (publicidade) • SaaS Stores e ERP - Mercado Shop e Mercado Backoffice https://brasil.ecommercefree.com.br/como-vender-mercado-livre- entenda-o-ecossistema/ https://brasil.ecommercefree.com.br/como-vender-mercado-livre-entenda-o-ecossistema/ SEÇÃO 1 33ADMINISTRAÇÃO Uma visão de cadeia de suprimentos – Ecossistemas de negócios ✓ Serviços financeiros para clientes e vendedores de seu marketplace: Magalu Pagamentos e Magalupay, lançado em 13/12/2019, em linha com a estratégia do Super App do grupo, semelhante ao WeChat, plataforma desenvolvida pela chinesa Tencent Holdings; ✓ Magalu Entregas: o Marketplace informar ter um serviço totalmente gratuito para deixar o frete muito mais atrativo e tornar a logística competitiva. ✓ Gestão de vendas: É o serviço onde o parceiro utiliza toda a experiência da rede de entregas, sendo o frete calculado com base em tabelas próprias, ficando por conta do sellers apenas a preocupação em vender; ✓ Segurança nas transações e na operação: O serviço também oferece uma segurança ao cliente, já que ele pode acompanhar todo SEÇÃO 1 34ADMINISTRAÇÃO Uma visão de cadeia de suprimentos – Ecossistemas de negócios SEÇÃO 1 35ADMINISTRAÇÃO Gerando valor com a integração $ $ SEÇÃO 1 36ADMINISTRAÇÃO Valor econômico • Aproveita-se da economia de escala como fonte de eficiência. Esta, por sua vez, busca utilizar completamente os ativos fixos para obter o menor custo total. • O foco do valor econômico é a eficiência na criação de produtos/serviços; • diz respeito a fazer as coisas da melhor maneira possível. • O entendimento do cliente acerca do valor econômico é alta qualidade por um preço baixo. Gerando valor com a integração Valor de mercado • consiste na apresentação de uma variedade de produtos no momento e no lugar certos para atingir a eficácia, • concentra-se em obter economia de escopo na apresentação dos produtos/serviços. A criação de shopping centers com diversas lojas, lojas com marketing de massa em grande escala e operações de comércio eletrônico com diversos fornecedores são iniciativas para obter valor de mercado. • A visão do cliente em termos de valor de mercado é uma variedade conveniente de produtos/serviços e opções. A consecução dos valores econômicos e de mercado é importante para os clientes. SEÇÃO 1 37ADMINISTRAÇÃO Valor de relevância • ela envolve a customização de serviços de valor agregado, além de produtos e posicionamento, que trazem uma diferença real para os clientes. • o valor de relevância significa os bens e serviços certos, como refletido pelo valor de mercado, a um preço justo, como demonstrado pelo valor econômico, modificados, sequenciados, sincronizados e posicionados de forma a criar uma diversidade valiosa. Gerando valor com a integração ✓ Para um consumidor, por exemplo, relevância significa transformar ingredientes em refeições prontas para comer. ✓ No varejo de produtos em geral, também significa transformar produtos em roupas da moda. ✓ Já na manufatura e na montagem, a relevância é alcançada pela integração de componentes específicos para criar produtos que aumentem a funcionalidade desejada por um cliente em particular. ✓ A visão do cliente em termos de relevância é um conjunto exclusivo de produtos/serviços. ✓ A combinação simultânea de valor econômico, valor de mercado e valor de relevância exige uma integração total dos processos gerais da empresa. SEÇÃO 1 38ADMINISTRAÇÃO Gerando valorcom a integração SEÇÃO 1 39ADMINISTRAÇÃO Benzeno e eteno Outros Serviços Limpeza Vigilância Manutenção Movimentaçã o Estireno Nafta Propeno Empresa Basf/Do w Acrinor Copene Petroquímica União Petrobras Acrilonitrila Revenda Montadoras de veículos Autopeças Pneus Concessionárias Varejo Dist. Merc. Externo Carpetes Calçados Diversos Varejo Montante/Inbound Jusante/Inbound Logística interna Cadeia envolvendo fornecedores e tipos de materiais Uma visão de cadeia de suprimentos SEÇÃO 1 40ADMINISTRAÇÃO ✓ Planejamento de suprimentos; ✓ Planejamento de demanda; ✓ ERP; ✓ Fabricação; ✓ Gestão de inventário; ✓ Fase de logística; ✓ KPI’s para melhoria contínua. Uma visão de cadeia de suprimentos Uma cadeia logística é composta das seguintes etapas: SEÇÃO 1 41ADMINISTRAÇÃO Fábrica de móveis de escritório Madeira Laminado Perfis metálicos Parafusos Tinta e adesivos Material embalag. Material p/solda Produtos químicos Ind. de papel Extração Ind.me- talúrgica Distribuidor Distribuidor Lojas de departa- mentos Lojas de varejo Supermercados Energia elétrica Geradora Ind. Sider. Ind. Petrol. Ind. Celulose Equip. mat. óleo e gás Reservas Exportação 1ª cam.2ª cam. 3ª cam. 1ª camada Logística de fornecimento Logística interna Logística de distribuição Construção de uma cadeia de suprimentos 2ª camada 3ª camada Cliente final Cliente final Cliente final Cliente final SEÇÃO 1 42ADMINISTRAÇÃO Logística de fornecimento Construção de uma cadeia de suprimentos Fabricação dos móveis de escritório Etapa 1 → Etapa 2 → Etapa 3 → ….. SEÇÃO 1 43ADMINISTRAÇÃO Fábrica de bolo Construção de uma cadeia de suprimentos SEÇÃO 1 44ADMINISTRAÇÃO Faria de trigo Ovos Manteiga Fermento Leite Açúcar Essências 1ª camada2ª camada Distrib. 3ª camada AMoinho Granja Distrib. Mistura Batimento massa Preparação forma Preparação cozimentoCozimentoEsfriamento Recheio Embalagem Logística de produção Dist1 Dist2 Dist3 Super1 Super2 C1 C1 1ª camada 2ª camada 3ª camada A Jus/Log Dis/Outboud Construção de uma cadeia de suprimentos A montante/Log suprimento/Intboud SEÇÃO 1 45ADMINISTRAÇÃO Embora todos os processos de produção sejam semelhantes na forma de transformar inputs, eles diferem em alguns aspectos, quatro dos quais, conhecidos como os “4 V”, são particularmente importantes: Processos de produção têm características diferentes 45 Volume Variação SEÇÃO 1 46ADMINISTRAÇÃO Processos de produção têm características diferentes Dimensão volume • A síntese de produção de hambúrgueres em grande volume é o McDonald’s, que serve milhões deles diariamente em todo o mundo. • O volume de produção do McDonald’s tem implicações importantes na maneira como suas operações são organizadas. • A primeira coisa que você percebe é o grau de repetição das tarefas que as pessoas estão executando e a sistematização do trabalho em que os procedimentos padrões são estabelecidos, especificando como cada parte do trabalho deve ser conduzida. Também, em razão de as tarefas serem sistematizadas e repetitivas, vale a pena desenvolver chapas e fornos especializados. • Tudo isso proporciona custos unitários baixos. • Considere agora um pequeno restaurante, servindo alguns pratos variados. • A variedade de itens no cardápio pode ser semelhante à operação maior, mas o volume será consideravelmente menor, de modo que o grau de repetição será muito menor, assim como o número de funcionários (possivelmente, apenas uma pessoa). • Assim, cada funcionário, provavelmente, executará uma variedade maior de tarefas. Isso pode ser mais gratificante para o funcionário, mas é prejudicial à sistematização. • Significa também que é menos viável investir em equipamento especializado. Portanto, o custo de cada hambúrguer servido é, provavelmente, maior (mesmo a um preço comparável). SEÇÃO 1 47ADMINISTRAÇÃO Processos de produção têm características diferentes Dimensão variedade • Uma empresa de táxi oferece alta variedade de serviços. Está preparada para buscar uma pessoa na maioria dos lugares e transportá-la para quase todos os lugares. • Para fazer isso, ela deve ser relativamente flexível. Seus motoristas devem ter bom conhecimento da área e a comunicação entre a base e os táxis deve ser eficaz. • Entretanto, o custo por quilômetro viajado será mais alto para um táxi do que para uma forma menos customizada de transporte, como um serviço de ônibus urbano. • Embora ambos forneçam o mesmo serviço básico (transporte), o serviço de táxi tem alta variedade de rotas e horários para oferecer a seus clientes, enquanto o serviço de ônibus tem poucas rotas bem definidas, com horários marcados. • Se tudo correr conforme a programação, pouca flexibilidade será exigida pela operação dos ônibus. Tudo é padronizado e regular, o que resulta em custos relativamente baixos, comparado ao uso do táxi para o mesmo percurso. Variedade: • equilíbrio entre demandas do mercado x eficácia operacional • Consciência do impacto na demanda, custos e cadeia de suprimentos SEÇÃO 1 48ADMINISTRAÇÃO Processos de produção têm características diferentes Dimensão variação • Consideremos o padrão de demanda de um bem-sucedido hotel resort para férias de verão. Não é surpresa o fato de a maioria dos clientes preferir o hotel nas férias de verão do que no meio do inverno. Na “alta estação”, o hotel pode operar em plena capacidade. Entretanto, a demanda fora de estação pode ser apenas uma pequena fração de sua capacidade. • Essa variação marcada na demanda significa que a operação deve mudar sua capacidade de alguma forma; por exemplo, contratando funcionários extras para o verão. O hotel deve tentar prever o nível provável da demanda. Se errar, pode resultar muita ou pouca capacidade. • Ademais, os custos de recrutamento, de horas extras e de subutilização dos quartos têm o efeito de aumentar os custos operacionais do hotel em comparação a outro hotel de padrão semelhante e demanda equilibrada. • Um hotel que tenha demanda equilibrada pode planejar suas atividades com bastante antecedência. O quadro de funcionários pode ser programado, a comida pode ser comprada e os quartos podem ser limpos de maneira rotineira e previsível. • Isso resulta em alta utilização de recursos e custos unitários provavelmente inferiores aos dos hotéis com padrão de demanda altamente variável. SEÇÃO 1 49ADMINISTRAÇÃO Processos de produção têm características diferentes Dimensão visibilidade • Refere-se à medida que as atividades de uma operação é vista pelos clientes ou a operação está exposta a eles • Geralmente, as operações de processamento de clientes estão mais expostas do que as operações de processamento de materiais ou de informação • Quão visíveis querem que sejam suas operações Por exemplo, um varejista pode operar com a alta visibilidade de uma loja tradicional, física, ou com a baixa visibilidade de uma loja virtual na Internet. Na operação da loja física, de alta visibilidade, os clientes experimentarão diretamente a maioria de suas atividades que agregam valor. Os clientes terão uma tolerância à espera relativamente curta e podem ir embora se não forem atendidos em tempo razoável. As percepções dos clientes, e não apenas os critérios objetivos, também serão importantes. Se acharem que um dos funcionários foi deselegante, provavelmente ficarão insatisfeitos (mesmo se esse funcionário não tivesse a intenção de agir dessa forma). Assim, as operações de alta visibilidade requerem funcionários habilitados para realizar o contato com os clientes. Estes podem também solicitar produtos ou serviços que, claramente, não estejam à venda em determinada loja, mas, em razão de participarem da operação, podem pedir o que quiserem! Isso é denominado alta variedade recebida, e torna difícil para as operações de alta visibilidadeatingir alta produtividade de recursos; portanto, elas tendem a ser operações de custo relativamente alto. SEÇÃO 1 50ADMINISTRAÇÃO Inversamente, um varejista que opera com uma loja virtual na Internet, uma operação de pouco contato com os clientes, possui visibilidade muito menor. Por trás de seu website, sua operação pode ser mais semelhante a uma operação de fábrica. O tempo de espera entre o pedido e a entrega dos itens não precisa ser de minutos, como ocorre na loja física, mas pode ser de horas ou mesmo de dias. Isso permite que as tarefas de localização dos itens, embalagem e despacho sejam padronizadas por funcionários que precisam de pouca habilidade de contato com o cliente, o que facilita a obtenção de alto nível de utilização dos funcionários. A operação baseada na internet pode também centralizar suas operações em um local (físico), enquanto a loja física necessita de muitas lojas próximas aos centros de demanda. Assim, a operação de baixa visibilidade baseada na web terá custos inferiores aos da loja física. Dimensão visibilidade Processos de produção têm características diferentes SEÇÃO 1 51ADMINISTRAÇÃO Processos de produção têm características diferentes 51 SEÇÃO 1 52ADMINISTRAÇÃO Ski Verbier Exclusive É o nome da empresa que a revela: Ski Verbier Exclusive Ltda. é uma operadora de temporadas de esqui “elegantes” no resort suíço de esportes de inverno em Verbier. Com 23 anos de experiência na organização de turismo, a Ski Verbier Exclusive cuida de propriedades de luxo no resort, que são alugadas de seus proprietários para clientes da Ski Verbier Exclusive. As propriedades variam em tamanho e configuração de seus quartos, mas é importante a flexibilidade na reconfiguração dos quartos para suprir os diversos requisitos de grupos de clientes. “Temos o cuidado de cultivar um bom relacionamento tanto com os proprietários quanto com os clientes que usam nosso serviço de turismo”, diz Tom Avery, cofundador e diretor da empresa. “Construímos o negócio desenvolvendo esses relacionamentos pessoais, motivo pelo qual nossos clientes retornam ano após ano (40% a 50% dos clientes retornam). Orgulhamo-nos do atendimento pessoal que damos a cada um dos clientes, desde o momento em que começam a planejar seu passeio até a viagem de volta. O que conta é a experiência, a habilidade, a obsessão pelos detalhes e a elegância discreta de nossos chalés, combinados com nossa capacidade de customizar a experiência do cliente.” E as solicitações do cliente podem ser qualquer coisa, desde organizar um piquenique especial na montanha, completo e com iglus, até fornecer uma escultura no gelo de Caco, o sapo, para uma festa de crianças. Estudo de caso Dois hotéis muito diferentes 52 SEÇÃO 1 53ADMINISTRAÇÃO O serviço de concierge pessoal começa no momento em que o cliente faz a reserva. Funcionários especializados da empresa vivem e trabalham em Verbier e cuidam de todos os detalhes da viagem com bastante antecedência, desde a organização de transfers do aeroporto até a reserva de um instrutor de esqui particular, da organização de voos em jato particular ou helicóptero para o aeroporto local da Verbier até reservas de almoço nos melhores restaurantes das montanhas. “Atendemos a um mercado pequeno, porém exigente”, diz Tom. “Outras empresas podem ser maiores mas, conosco, é do nosso atendimento pessoal que os clientes se lembrarão.” No entanto, a neve não dura o ano inteiro. O período mais ocupado da empresa é de meados de dezembro a meados de abril, quando todas as propriedades que ela gerencia estão cheias. O restante do ano não é tão movimentado, mas a empresa oferece férias de verão personalizadas em algumas de suas propriedades. Estas podem ser por conta do cliente ou com o serviço completo que os clientes recebem na estação de esqui. “Nós nos adaptamos às exigências dos clientes”, diz Tom. “É por isso que a qualidade dos nossos funcionários é tão importante. Eles precisam ser bons no tratamento dos clientes, ser capazes de considerar o tipo de relacionamento apropriado e estar comprometidos em fornecer aquilo que constitui um passeio formidável. É por isso que nos esforçamos tanto no recrutamento, no treinamento e na retenção de nosso pessoal.” Estudo de caso (continuação) 53 SEÇÃO 1 54ADMINISTRAÇÃO • Formule 1 • Hotéis são operações de alto contato, utilizam muitos funcionários e têm que conviver com clientes diversos, cada um com necessidades e expectativas diversificadas. Assim, como uma cadeia de hotéis de preços acessíveis muito bem-sucedida pode evitar a série de custos do alto contato com os clientes? A cadeia Formule 1, subsidiária do grupo francês Accor, trabalha para oferecer valor excepcional ao adotar dois princípios nem sempre associados às redes hoteleiras – padronização e uso inovador de tecnologia. Os hotéis Formule 1 estão geralmente localizados próximos a rodovias, entroncamentos rodoviários e cidades, o que os torna visíveis e acessíveis aos clientes em potencial. Os hotéis são construídos com elementos pré- fabricados com uma volumetria bastante moderna. As unidades pré-fabricadas são organizadas em várias configurações para se ajustarem às características locais. Todos os quartos possuem 9 m2 de área e são desenhados para serem atraentes, funcionais, confortáveis e à prova de som. O mais importante é que são projetados para facilitar a limpeza e manutenção. Todos possuem as mesmas instalações, incluindo cama de casal, cama de solteiro, pia, armário, mesa de trabalho com assento, guarda-roupas e um aparelho de televisão. A recepção de um hotel Formule 1 funciona apenas das 6h30 às 10h da manhã e das 17h às 22h. Fora desses horários, uma máquina automática aluga os apartamentos aos usuários de cartão de crédito, dá acesso ao hotel, fornece um código de acesso para o quarto e ainda imprime recibo. Estudo de caso (continuação) SEÇÃO 1 55ADMINISTRAÇÃO A tecnologia também é evidente nos sanitários. O chuveiro e os vasos são automaticamente limpos após o uso e utilizam-se dispositivos de vaporização para espalhar uma solução desinfetante pelo banheiro que é seca antes de ele ser novamente usado. Para simplificar ainda mais as coisas, os hotéis Formule 1 não possuem restaurante, uma vez que estão localizados próximos a restaurantes na região. Entretanto, um café continental está disponível, geralmente, entre as 6h30 e as 10h e, com certeza, em sistema de self-service! Fonte: Slack et al, 2018. Estudo de caso (continuação) 55 SEÇÃO 1 56ADMINISTRAÇÃO • A Figura a seguir ilustra as diferentes posições nas quatro dimensões da operação da Ski Verbier Exclusive e da cadeia de hotéis Formule 1. Ambos fornecem o mesmo serviço básico como qualquer outro hotel. Eles acomodam pessoas. Entretanto, são muito diferentes: o Ski Verbier Exclusive oferece férias de luxo e serviço personalizado para um segmento relativamente pequeno do mercado de férias de esqui. Sua variedade de serviços é quase infinita, no sentido de que os clientes podem sempre fazer pedidos individuais em termos de alimentação e entretenimento. A variação é alta, e durante quatro meses a ocupação é quase de 100%, seguidos por um período bem mais tranquilo. O contato com o cliente e, portanto, a visibilidade também são muito altos (para garantir e providenciar os pedidos dos clientes). Estudo de caso (Resolução) 56 Volume Variedade Variação Visibilidade Ski Verbier Exclusive Hotéis Formule 1 Alto Alta Baixo Baixa Baixa Baixa Alta Alta SEÇÃO 1 57ADMINISTRAÇÃO • Tudo isso difere bastante da cadeia de hotéis Formule 1, cujos clientes normalmente permanecem por uma noite, onde a variedade de serviço é estritamente limitada e os hóspedes de negócios e lazer utilizam o hotel em momentos diferentes, o que limita a variação. Mais notavelmente, o contato com o cliente é mantido no mínimo. O Ski Verbier Exclusive possui alto nível de serviço, o que significa que tem custos relativamente altos. Logo, seus preços também não são baratos, certamente, não tão baratosquanto o Formule 1, que preparou sua operação de modo a fornecer um serviço altamente padronizado e a um custo mínimo. Estudo de caso (Resolução) 57 Volume Variedade Variação Visibilidade Ski Verbier Exclusive Hotéis Formule 1 Alto Alta Baixo Baixa Baixa Baixa Alta Alta SEÇÃO 1 58ADMINISTRAÇÃO Bibliografia ▪ Básica ✓ CORRÊA, Henrique L; CORRÊA, Carlos A. Administração de produção e operações: manufatura e serviços, uma abordagem estratégica. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2017. ✓ KRAJEWSKI, Lee J; RITSMAN, Larry P; MALHOTRA, Manoj K. Administração de produção e operações. 11ª ed. São Paulo, Pearson, 2017. ✓ SLACK, Nigel; BRANDON-JONES, Alistair; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2018. ▪ Complementar ✓ CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e Operações. 4ª ed. São Paulo: Pearson, 2012. SEÇÃO 1 59ADMINISTRAÇÃO Bibliografia ▪ Complementar ✓ PORTER, Michel E. Competição On Competition: estratégias competitivas essenciais. 11ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1999. ✓ TUBINO, Dalvio Ferrari. Planejamento e controle da produção: teoria e prática. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.