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Por uma Psicologia Humana - O humanismo em psicologia aponta para uma atitude fenomenológica. - Atitude fenomenológica: suspensão de pressupostos sobre o objeto a ser pensado. Voltar às coisas nelas mesmas. -> abandono de dicotomias e cisões entre interior e exterior – não há essência ou espaço para o naturalismo. -> “a existência precede a essência” - ninguém nasceu para nada. As possibilidades se abrem a partir da inserção do ser aí no mundo. - Fenomenologia e Humanismo -> no humanismo, sem Dasein, todo ser humano tem uma tendência atualizante, todos possuem um potencial. -> Deve-se propiciar ao cliente a possibilidade de existir em sua própria forma, singular. -> Visamos compreender e ter uma escuta compreensiva e não teórica. -> compreender não é entender: a atitude de compreender aponta para vários campos, incluindo acolher o que ainda não entendeu e estudar teorias. -> sem deslegitimar a queixa, pois é válida para aquela pessoa -> A teoria como momento e parte, não como fim. Pois o homem é concebido como totalidade em movimento – performance. -> Explicações são incompletas, não dão conta de abranger a totalidade. -> ser humano como iniciante, não resultante. Existente, não natureza. Psicologia do vivido - Revitalização do lugar da Teoria: é antes um compromisso. - Alcançar a fala significativa. - Vivido: potência significativa antes de qualquer reflexão ou interpretação. -> Pesquisa do vivido: atenção ao que ressoa no interior - É diante de uma indagação que o vivido se manifesta. - Ideias construídas artificialmente são substituídas por um significado potencial -> falar sobre algo x falar algo Tornar-se Pessoa Ser o que se é: os objetivos pessoais vistos por um terapeuta - “O que se é”: sustentar um lugar – promove reflexão. - “Porque eu existo e não antes o nada?” - Olhar inaugural que é perdido ao longo da naturalização -> constructos automatizados – ciências naturais Ser o que se é - Tendências a se afastar do que não é -> tentativa de definir-se pela negatividade - Movimento de corresponder às expectativas. - Vontade de pertencer. Movimentos da pessoa ao se encontrar - Caminho para a autonomia – ser autogerido, responsavelmente - Tornar-se processo, fluidez, “amigamento” da mudança, habitar no desconhecido, diminuição da vontade por respostas definitivas. - “Um movimento que existe está num constante tornar-se” -> assumir sua complexidade - Relação de abertura com a existência com menos formulações - Desejo de estar próximo ao que sente - Aceitação do outro Abordagem Centrada na Pessoa Carl Rogers (1902 – 1987) Trouxe, em meio a críticas à Psicologia praticada no momento, que as abordagens atuais perderam o foco na pessoa em si. -> se esta é centrada na pessoa, as outras estariam centradas no que? A ACP, importante mencionar, não é exclusiva à psicoterapia. É uma questão de atitude (predisposição e ação) e valores. ACP Sua gênese se daria a partir da ausência de esquemas ou parâmetros + disposição para compreender Uma abordagem humana e não necessariamente técnica. Não é sinônimo de psicoterapia, por mais que possa ser utilizada nela. -> Abrangências: plantão psicológico, orientação de casais, ajuda no campo da comunicação pessoal, orientação de pais, trabalhos em educação, desenvolvimento organizacional, projetos comunitários etc. Pressuposto da autonomia - A pessoa tem algum poder sobre as determinações que a afetam. Sendo isto o mais relevante. - Oferece um contexto dialógico para a liberação desse poder. - Aposta na autonomia crescente (tendência atualizante) e na fecundidade da relação inter-humana. - Autonomia: capacidade de orientar a própria vida de forma positiva para si e para a coletividade. - Não se baseia em diagnóstico. - Cria uma relação aberta e centrada na pessoa. - Busca o significado potencial da existência de cada pessoa em sua singularidade. Atitude Rogeriana 1. Atitude ou Aceitação positiva incondicional “Aceitar a pessoa tal qual ela é”. Aceitar. O “positiva” aqui diz respeito ao que Rogers acredita em que as pessoas apresentam o movimento e tendência a querer melhorar. -> tendência atualizante Não cabe ao psicólogo determinar as condições desta existência, ou o que é certo ou errado. Incondicional: singularidade. A condição vem da pessoa. Possibilidade de ação do outro. “Ver a pessoa como independente, permitindo experimentar os seus próprios sentimentos e descobrir o que a sua experiência significa" 2. Compreensão empática Empatia possível pois tanto o terapeuta quanto o cliente compartilham do mesmo registro humano em finitudes, angústias e tudo o que compõe a condição humana. -> saber ser semelhante Ir além dos significados – para além do que a pessoa quer dizer. -> saída da atitude cotidiana Contato intuitivo com o centro da pessoa. -> terapia fundamental para compreender o que é seu e o que é do outro. Transformação mútua & reciprocidade – significado vivido “Captar o mundo particular da pessoa como se fosse o seu próprio mundo, mas sem nunca esquecer esse caráter de ‘como se". 3. Autenticidade ou Congruência: “Correspondência adequada entre consciência, experiência e comunicação” (vivida – aqui e agora). Romper com encenações frente ao paciente, buscando a correspondência e compreensão. A tecnicidade não define a presença terapêutica de um psicólogo no setting terapêutico. Perspectiva clínica Psicoterapia: processo intensivo de contato consigo próprio. -> Terapeuta = testemunha qualificada do esforço da pessoa. A postura Humanista na clínica é, antes de tudo, uma postura de humildade. “A profundidade de um processo psicológico, na verdade, depende muito mais da disposição interior do sujeito na sua relação com o profissional, do que de uma definição prévia externa”. Tripé (ace) 1. Acolher Atitude Rogeriana: Aceitação Positiva Incondicional Acolher bem, com simpatia, interesse e afeto. -> “gostar investigativo” Criar condições para que a pessoa se sinta à vontade para falar livremente. 2. Compreender Atitude Rogeriana: Compreensão Empática ou Empatia Ir além dos significados. “Muito mais um aproximar-se do que a pessoa quer dizer do que aproximar-se daquilo que ela materialmente diz." Mas, de modo direto e congruente. Não por deduções ou raciocínios. Contato intuitivo direto com o centro da pessoa, com a origem de sua comunicação precisamente naquele momento. Saída da atitude cotidiana. Abertura. Transformação mútua. Reciprocidade. Significado vivido. 3. Eventualmente dizer Atitude Rogeriana: Autenticidade ou Congruência Palavra instigadora de autocompreensão em nível profundo. Fundada no acolhimento e na compreensão. Palavra que anula o impessoal: uma pessoa real dizendo uma coisa real para outra pessoa real. -> comunicação inter-humana Romper a impessoalidade não implica em falar de si. A memória do analista. Os 7 Pressupostos da ACP 1. Uma perspectiva de vida de modo geral positiva. 2. Crença numa tendência formativa direcional 3. Intenção de ser eficaz. 4. Respeito pelo indivíduo e por sua autonomia e dignidade. 5. Flexibilidade de pensamento e ação. 6. Tolerância quanto a incertezas e ambiguidades. 7. Senso de humor, humildade e curiosidade.
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