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Roteiro MISCO V- Epidemiologia - Débora M1P5

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UniRV – Universidade de Rio Verde 
FAMEF – Faculdade de Medicina de Formosa 
Av. Brasília. Nº 2016 – Formosinha 
Formosa –GO 
Tel: (61) 3631-6734 
 
Disciplina: MISCO V Curso: Medicina 
Faculdade responsável: Faculdade de Medicina Docentes: Pedro Afonso Barreto, Danilo Araújo 
 
Conteúdo programático: Introdução à epidemiologia 
 
Aluna: Débora de Sousa Rodrigues 
 
ROTEIRO – INTRODUÇÃO À EPIDEMIOLOGIA 
 
 
1. O que é epidemiologia, e quais seus objetivos como ciência? 
É o estudo da distribuição e dos determinantes de estados ou eventos relacionados à saúde 
(incluindo doença) e à aplicação desse estudo ao controle de doenças e outros problemas de saúde. 
A epidemiologia pode ser definida como o ramo da ciência destinado a estudar “tudo sobre a 
população”. A origem da palavra é proveniente do grego – epi (sobre) + demos (população) + logia 
(estudo). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a epidemiologia é o estudo da 
distribuição e dos determinantes de estados ou eventos relacionados à saúde (incluindo doença) e a 
aplicação deste estudo ao controle de doenças e outros problemas de saúde. Dessa forma, fica claro 
que os epidemiologistas estão preocupados não somente com a incapacidade, doença ou morte, 
mas, também, com a melhoria dos indicadores de saúde e com maneiras de promover saúde. 
Assim, por meio da análise da distribuição e dos fatores determinantes das doenças, dos danos à 
saúde e eventos associados à saúde coletiva, a epidemiologia visa propor medidas específicas de 
prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecer indicadores que sirvam de suporte ao 
planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. 
As ciências fundamentais da Epidemiologia: ciências biológicas, ciências estatísticas e ciências 
sociais. 
Objetivos: 
➢ descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas; 
➢ identificar e entender o agente causal e fatores relacionados aos agravos à saúde; 
➢ identificar e explicar os padrões de distribuição geográfica das doenças; 
➢ estabelecer metas e estratégias de controle; 
➢ estabelecer medidas preventivas; 
➢ auxiliar no planejamento e desenvolvimento de serviços de saúde ao elencar as prioridades. 
 
2. Utilize uma linha do tempo para descrever o contexto histórico/origens da epidemiologia. 
As definições mais antigas estão limitadas à preocupação exclusiva com as doenças transmissíveis, 
pelo que afirmam tratar-se de ciência ou doutrina médica da epidemia, ou de disciplina dedicada à 
investigação das causas e ao controle de epidemias. Já as recentes incluem, também, as doenças 
 
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não-infecciosas, outros problemas de saúde e até os estados pré-patológicos e fisiológicos. Vejamos 
algumas definições: 
• “A epidemiologia é o campo da ciência médica preocupado com o inter-relacionamento de vários 
fatores e condições que determinam a freqüência e a distribuição de um processo infeccioso, uma 
doença ou um estado fisiológico em uma comunidade humana.” 
• “A epidemiologia é um campo da ciência que trata dos vários fatores e condições que determinam 
a ocorrência e a distribuição de saúde, doença, defeito, incapacidade e morte entre os grupos de 
indivíduos.” 
• “A epidemiologia ocupa-se das circunstâncias em que as doenças ocorrem e nas quais elas tendem 
ou não a florescer ... Estas circunstâncias podem ser microbiológicas ou toxicológicas; podem estar 
baseadas em fatores genéticos, sociais ou ambientais. Mesmo os fatores religiosos ou políticos 
devem ser considerados, desde que se note que têm alguma influência sobre a prevalência da 
doença. É uma técnica para explorar a ecologia da doença humana.” 
• “A epidemiologia é o estudo da distribuição e dos determinantes da freqüência de doenças no 
homem.” 
• “A epidemiologia é o estudo da distribuição e dos determinantes da saúde em populações 
humanas.” 
• “A epidemiologia é uma maneira de aprender a fazer perguntas e a colher respostas que levam a 
novas perguntas... empregada no estudo da saúde e doença das populações. É a ciência básica da 
medicina preventiva e comunitária, sendo aplicada a uma variedade de problemas, tanto de serviços 
de saúde como de saúde.” 
Vinte e três definições de epidemiologia, encontradas na literatura anglo-saxônica, referentes ao 
período 1927-1976, foram compiladas por um epidemiologista10 que, ao final, apresenta uma outra 
definição, de sua autoria. Em resposta, outros estudiosos do assunto apresentaram, em números 
subseqüentes da mesma revista científica, as suas versões sobre a conceituação da 
epidemiologia.11-14 Contou-se o número de vezes em que certas palavras-chaves apareciam nas 23 
definições.14 Eis algumas freqüências encontradas: doença (21 vezes em 23), população, 
comunidade ou grupo (17 vezes em 23), distribuição (nove vezes em 23), etiologia (causa, fator ou 
determinante) ou ecologia (oito vezes em 23) e prevenção ou controle (três vezes em 23). 
No intuito de alcançar melhor nível de explicação, pode-se conceituá-la da maneira expressa: 
“Ramo das ciências da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores 
determinantes dos eventos relacionados com a saúde” 
3. Diferencie epidemiologia descritiva e analítica. 
 
➢ Epidemiologia descritiva: Tem como base a tríade o tempo, o lugar e as pessoas. Ela se 
preocupa em realizar descrições gerais relativas à relação de determinada doença com 
características básicas, como idade, sexo, etnia, ocupação, classe social e localização geográfica, 
dentro de determinado período de tempo. Ela sempre é observacional, nunca experimental. Um 
 
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exemplo bastante atual é o levantamento do número de recém-nascidos que foram afetados no 
Brasil pela epidemia do vírus Zika no ano de 2015. Como podemos visualizar, é feita uma 
observação da distribuição de determinada doença, mas em nenhum momento nesse exemplo se 
cogitou a intervenção por meio de uma experimentação científica. Somente é realizada uma 
coleta de dados. Embora ela apenas descreva os dados, a epidemiologia descritiva é um 
antecedente necessário da epidemiologia analítica. 
➢ Epidemiologia analítica: Tem como base a tríade hospedeiro, ambiente e agente. Por meio do 
estudo epidemiológico analítico, subconjuntos de uma população definida podem ser 
identificados, classificando quem esteve, está ou estará exposto ou não exposto - ou exposto em 
diferentes graus - a um ou mais fatores que acarretarão no desfecho final – seja ele saúde ou 
doença. Assim, como exemplo, podemos citar novamente a epidemia do Zika. Por meio de 
estudos, verificou-se que o vírus (agente) é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que se 
localiza em regiões mais quentes, por isso afetando mais determinadas regiões do país que 
outras. Além disso, os hospedeiros vertebrados do vírus são humanos e macacos tendo como 
consequência a ocorrência de microcefalia congênita quando transmitido a gestantes e seus 
fetos. 
 
4. Cite as principais aplicações da epidemiologia. 
Atualmente, as principais aplicações da epidemiologia são: 
➢ Diagnóstico da situação de saúde em determinada localidade; 
➢ Planejamento e organização dos serviços de saúde; 
➢ Avaliação das tecnologias, programas ou serviços prestados na área da saúde; 
➢ Aprimoramento na descrição do quadroclínico das doenças; 
➢ Identificação de síndromes e classificação de doenças; 
➢ Investigação da causa das doenças; 
➢ Determinação de riscos; 
➢ Determinação das probabilidades de adoecer; 
➢ Determinação de prognósticos; 
➢ Análise crítica de trabalhos científicos. 
5. Conceitue os termos: População, Distribuição, Determinantes, Aplicação e Estados ou eventos 
relacionados à saúde. 
➢ População: inclui indivíduos com características específicas às quais se deseja estudar. 
➢ Distribuição: refere-se à análise quanto ao tempo, pessoas, lugares e grupos de indivíduos afetados. 
➢ Determinantes: inclui fatores que afetam o estado de saúde, entre os quais, os fatores biológicos, 
químicos, físicos, sociais, culturais, econômicos, genéticos e comportamentais. 
➢ Aplicação: geração conhecimento que embasa a intervenção através da descrição do padrão, 
identificação de fatores de risco, análise de tendencia, de comportamento. Propõe medidas de 
controle e prevenção. Dá suporte e subsídios para avalição de impacto das ações e serviços de 
saúde. 
 
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➢ Estados e eventos: no passado a epidemiologia ocupava-se das doenças infecciosas, mas sua 
abrangência ampliou-se. estuda qualquer agravo a saúde ou também estados fisiológicos como 
gravidez e crescimento. 
 
6. Defina surto, endemia, epidemia e pandemia. 
 
➢ Endemia: é a ocorrência habitual de uma doença ou de um agente infeccioso, em determinada área 
geográfica; pode significar, também, a prevalência usual de determinada doença nessa área. 
➢ Epidemia: é doença geralmente infecciosa, de caráter transitório, que ataca si-multaneamente 
grande número de indivíduos em uma determinada localidade. 
➢ Pandemia: é epidemia de grandes proporções, atingindo grande número de pessoas em uma grande 
área geográfica (um ou mais continentes). 
➢ Surto: quando há um aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região 
específica. O aumento de casos deve ser maior do que o esperado pelas autoridades. 
7. Discorra sobre o processo saúde-doença e sua relação com a epidemiologia. 
 
O processo saúde-doença se refere a todas as variáveis que envolvem a saúde e a doença de uma 
população ou de um indivíduo, considerando que estas estão conectadas e são causadas pelos 
mesmos fatores. Dessa forma, entende-se que o estado de saúde de uma pessoa é um processo 
complexo e multifatorial, tendo em vista que o conceito de saúde-doença estuda fatores biológicos, 
econômicos, sociais e culturais, buscando esclarecer uma possível causa que levou ao adoecimento 
do indivíduo. 
Assim, o processo saúde-doença se relaciona com a epidemiologia por esta ser a ciência que o 
estuda, analisando e propondo medidas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, bem 
como fornecendo indicadores para o planejamento e administração das ações em saúde. 
8. Descreva quais as fases da história natural da doença. 
 
A história natural da doença, portanto, tem desenvolvi-mento em dois períodos sequenciados: o 
período epidemioló-gico e o período patológico. No primeiro, o interesse é dirigido para as relações 
suscetível-ambiente; ao segundo interessam as modificações que se passam no organismo vivo. 
Abrange, portanto, dois domínios interagentes, consecutivos e mutua-mente exclusivos, que se 
completam: o meio ambiente, onde ocorrem as pré-condições, e o meio interno, locus da doença, 
onde se processaria, de maneira progressiva, uma série de mo-dificações bioquímicas, fisiológicas e 
histológicas próprias de uma determinada enfermidade. Alguns fatores são limítrofes. Situam-se, de 
modo indefinido, entre os condicionantes pré--patogênicos e as patologias explícitas. São anteriores 
aos pri-meiros transtornos vinculados a uma doença específica, sem se confundir com esta, e ao 
mesmo tempo são intrínsecos ao or-ganismo do suscetível. Numa situação normal, na ausência de 
estímulos, jamais se exteriorizariam como doenças. Em pre-sença desses fatores intrínsecos 
preexistentes, os estímulos ex-ternos transformam-se em estímulos patogênicos. Dentre as 
 
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precondições internas, citam-se os fatores hereditários, congê-nitos ou adquiridos em consequência 
de alterações orgânicas resultantes de doenças anteriores. Os estímulos externos, como pobreza, 
devem ser considerados fatores primários (FEE & KRIEGER, 1993). 
2 períodos: 
 
Subdivisão da história natural em quatro fases 
Usualmente, subdivide-se a história natural da doença em quatro fases, resumidas a seguir. 
➢ Fase inicial (ou de suscetibilidade) 
Nesta fase ainda não há doença propriamente dita, no sentido clássico de fase patológica, mas já 
existem condições que favorecem o seu aparecimento. Contudo, as pessoas não apresentam o 
mesmo risco de adoecer. Um dos princípios básicos do raciocínio desenvolvido em epidemiologia 
baseia-se na constatação de que as pessoas não nascem iguais nem vivem iguais. Muitas passam as 
suas vidas em condições ou possuem características, atributos ou hábitos que facilitam ou 
dificultam a ocorrência de danos à saúde: são os fatores de risco ou de proteção. 
• Exemplo: prevenção na fase inicial O conhecimento dos fatores de risco ou de proteção permite a 
adoção de duas importantes estratégias, em prevenção: 
1. a eliminação do fator de risco ou alteração da sua intensidade — exemplo: cessar de fumar ou 
reduzir a taxa de colesterol sérico; 
2. o uso de determinadas características que funcionam como “marcadores de risco”. As pessoas 
portadoras destas características são protegidas, através de medidas em função do risco ou 
acompanhadas, sistematicamente, visando ao diagnóstico precoce de intercorrências patológicas. 
 
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São exemplos de marcadores de risco uma determinada ocupação ou a presença de um estado 
fisiológico especial, como a gestação ou a lactação. 
➢ Fase patológica pré-clínica 
Nesta fase, a doença ainda está no estágio de ausência de sintomatologia, embora o organismo já 
apresente alterações patológicas. Esta etapa vai desde o início do processo patológico até o 
aparecimento de sintomas ou sinais da doença. O seu curso pode ser subclínico e evoluir para a cura 
ou progredir para a fase seguinte. Hoje é possível a identificação precoce de numerosas afecções 
ainda em fase de atividade subclínica: caso da detecção da hipertensão arterial assintomática. A 
identificação precoce resulta, na maioria das vezes, em maior probabilidade de êxito, quando 
adotado um tratamento adequado. Esta é a justificativa para os exames seletivos daqueles subgrupos 
da população nos quais há maior probabilidade de ocorrer a doença. Daí, a conveniência de se 
conhecer a associação existente entre as características das pessoas e do ambiente, em relação ao 
aparecimento de doenças — e que se constitui em uma das grandes preocupações nas investigações 
de cunho epidemiológico. 
• Exemplo: prevenção na fase pré-clínica, o rastreamento 
“Rastreamento”, “triagem” ou “screening” é a procura por indivíduos suspeitos de estarem 
enfermos ou em risco de adoecer, no seio da população aparentemente sadia. A realização de um 
rastreamento permite aplicar, depois, em menor número de indivíduos, ou seja, naqueles que 
apresentam resposta positiva ao teste inicial, outros examesdiagnósticos de maior precisão ou 
complexidade, que não podem ser usados em toda a população, por dificuldades econômicas ou 
operacionais. Trata-se de uma estratégia que facilita a tarefa de proporcionar maior cobertura 
populacional de serviços de saúde, de modo a proteger maior número de pessoas, com menor 
esforço. 
➢ Fase clínica 
Ao manifestar-se clinicamente, a doença já se encontra em estágio adiantado. Há diferentes graus 
de acometimento do organismo, podendo a manifestação ser apenas leve, de mediana intensidade 
ou grave, de evolução aguda ou crônica, ou, então, sob alguma outra forma de classificação. A 
percepção do limiar clínico, nível acima do qual a doença é exteriorizada, pode variar segundo a 
natureza da própria doença, as características do paciente, as condições de observação, a capacidade 
do observador, a tecnologia empregada e o esmero com que é utilizada. Regra geral, somente uma 
proporção dos afetados apresenta quadro clínico;12 apenas uma certa proporção, destes últimos, 
procura o sistema formal de atendimento, sendo menor ainda o número dos que serão 
hospitalizados. A assistência prestada, no que concerne a muitas doenças, traduz apenas a “ponta do 
iceberg”, correspondente à demanda espontânea por serviços de saúde. As informações estatísticas 
produzidas pelos registros de estabelecimentos de saúde referem-se à parte visível deste iceberg e, 
por esta razão, fornecem um perfil de morbidade que nem sempre coincide exatamente com o 
padrão de doenças incidente na comunidade. 
 
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• Exemplo: prevenção na fase clínica 
Nesta fase, a atuação pode ser exclusivamente curativa, como é o caso da remoção cirúrgica de um 
cálculo de grande tamanho incrustado na pelve renal, ou preventiva de um risco em potencial, como 
a acidificação da urina por meio de fármacos para prevenir a formação de novos cálculos. 
Um outro exemplo é o do infarto agudo do miocárdio. Em uma unidade coronariana utilizam-se 
vários recursos terapêuticos com o intuito de limitar a área infartada. Concomitantemente, tomam-
se medidas para prevenir a ocorrência de novos infartos, por atuação nos fatores de risco: por 
exemplo, dieta, abstenção do fumo, controle da pressão arterial e da dislipidemia e uso de 
antiadesivo plaquetário, para evitar a trombose coronariana. 
➢ Fase de incapacidade residual 
Se a doença não progrediu até a morte ou não houve cura completa, as alterações anatômicas e 
funcionais se estabilizam, sob efeito da terapêutica ou do seu próprio curso natural, deixando, por 
vezes, seqüelas. As medidas de reabilitação de cunho físico, psicológico ou social visam ao 
desenvolvimento do potencial residual da pessoa afetada, ou seja, da capacidade funcional que lhe 
restou após a estabilização clínica. Os institutos que fazem a reabilitação de acidentados constituem 
ilustração de atuação nesta fase. 
9. Explique a relação entre a história natural da doença e os níveis de prevenção em saúde, 
discorrendo sobre o papel da epidemiologia nesse contexto. 
 
Parece-nos que saúde pública e epidemiologia são indissociáveis quanto a seus objetivos sociais e 
quanto à sua prática, sendo a epidemiologia o instrumen-to privilegiado para orientar a atuação da 
saúde pública. Se a saúde pública é a face tecnológica, a epidemiologia será a face científica. A 
saúde pública intervém buscando evitar doenças, prolongar a vida e desenvolver a saúde física e 
mental e a efi-ciência. A epidemiologia persegue a observação exata, a inter-pretação correta, a 
explicação racional e a sistematização cien-tífica dos eventos de saúde-doença em nível coletivo, 
orien-tando, portanto, as ações de intervenção. 
A prática de saúde pública, apesar de assentar grande parte de suas decisões sobre o conhecimento 
epidemioló-gico, não deixa de ser uma prática de intervenção social pla-nejada e, como tal, uma 
parte ponderável de suas ações re-sulta de decisões pessoais ou colegiadas, limitadas pela es-trutura 
socioeconômica então vigente e determinadas por uma multiplicidade de fatores não científicos, 
entre os quais se alinham a ideologia, a decisão política, as conveniências contingentes, o nível de 
autoridade de pessoas ou de gru-pos, a experiência de vida de seus agentes e a falta ou a pre-sença 
de bom senso. Assim considerada a saúde pública, seus pressupostos e sua prática podem e devem 
ser externa e internamente criti-cados, ponderados e, até mesmo, contestados a partir de pon-tos de 
vista – inclusive não científicos – de caráter opinativo, filosófico, ideológico e científico e de 
vivências. 
 
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A epidemiologia é a ciência que estabelece ou indica e avalia os métodos e processos usados pela 
saúde pública para prevenir as doenças. Por outro lado, a saúde pública como tecnologia pode ser 
inserida como parte de uma tecnologia mais abrangente: a medicina preventiva. Esta última, se 
definida como a técni-ca e a arte de evitar doenças, prolongar a vida e desenvolver a saúde física e 
mental e a eficiência, deverá abranger também o componente preventivo da medicina 
individualizada. Na Figura 2.3, a medicina preventiva, abrangente, envolve a saú-de pública e a 
medicina individual. Esta, a clínica, tem como ciência básica primordial a patologia. O suporte 
científico da saúde pública é a epidemiologia. 
 
 
 
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Prevenção quaternária: prevenção da tecnologia de modo exagerado -> sujeitar o paciente a 
exames desnecessários 
10. Qual a importância da epidemiologia na prática profissional? 
 
É uma ciência extremamente importante para a saúde coletiva. Ela encontra-se envolvida com o 
estudo da distribuição da morbidade e mortalidade, com a determinação de inocuidade de vacinas e 
toxicidade de produtos, com o desenvolvimento da vigilância epidemiológica e com o uso de 
medicamentos pela população. Ela também verifica fatores ambientais e socioeconômicos que se 
correlacionam com as doenças transmissíveis e não transmissíveis, no sentido de facilitar a 
implementação de medidas profiláticas. 
 
 
 Referências para leitura e pesquisa: 
 
BICCA, M.A.D. Á. Epidemiologia. Porto Alegre: SAGAH, 2018. 
 
Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595023154/ 
 
ROUQUAYROL, M. Z.; GURGEL, M. Epidemiologia & Saúde. 8ª ed. Rio de Janeiro: MedBook, 
2017. 
 
Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830000/cfi/0!/4/2@100:0.00 
 
PEREIRA, M. G. Epidemiologia Teoria e Prática. 7˚ Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2003. 
Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527736077/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idr
ef%3Dcover]!/4/2/2[ddadaf67-a7c4-414a-b9bd-9791011fe050]%4050:1 
 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595023154/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830000/cfi/0!/4/2@100:0.00

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