Buscar

tema 01 farmacia hospitalar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Assistência Farmacêutica Hospitalar
Prof. João Raphael Leite Castello Branco Maia
Descrição
A assistência farmacêutica hospitalar e a sua importância para as
atividades clínicas dos profissionais farmacêuticos.
Propósito
A compreensão sobre a assistência farmacêutica hospitalar é
fundamental para a construção de profissionais farmacêuticos
habilitados em prestar serviços clínicos, seja em âmbito público ou
privado e independente do nível de atenção em que atuem.
Preparação
Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, tenha em mãos um dicionário
de termos técnicos em Saúde para entender termos específicos da área.
Objetivos
Módulo 1
A farmácia hospitalar e a assistência
farmacêutica
Reconhecer a importância da inserção da farmácia hospitalar na
assistência farmacêutica.
Módulo 2
Atribuições da farmácia hospitalar
Identificar os objetivos e as atribuições da farmácia hospitalar.
É inquestionável a importância do profissional farmacêutico no
ambiente hospitalar. A evolução dos currículos acadêmicos de
formação de novos profissionais e as mudanças no cenário da
assistência farmacêutica demonstram cada vez mais a
necessidade de farmacêuticos atuantes, tanto nas questões
técnico-administrativas e gerenciais como nas questões clínicas
relacionadas com o atendimento aos pacientes.
Com o passar dos anos, os farmacêuticos deixaram de ser apenas
dispensadores de medicamentos e se tornaram personagens de
destaque na prestação de cuidados aos pacientes. Esse processo
se deu graças às políticas públicas, como a Política Nacional de
Medicamentos, e outras normativas que desmitificaram as
atribuições farmacêuticas e acrescentaram aspectos sociais ao
desenvolvimento dessa profissão tão rica.
Neste conteúdo, portanto, entenderemos a importância da
assistência farmacêutica hospitalar e suas principais
características capazes de proporcionar melhorias no atendimento
aos pacientes. Veremos também como esse serviço farmacêutico
bem estruturado é capaz de promover maior segurança e eficácia
aos tratamentos, associado à redução de custos operacionais e
clínicos. Por fim, identificaremos as questões que tornam o serviço
de farmácia hospitalar indispensável ao desenvolvimento dos
cuidados em saúde.
Introdução
1 - A farmácia hospitalar e a assistência farmacêutica
Ao �nal deste módulo, você identi�cará os objetivos e as atribuições da farmácia hospitalar.
Conceitos iniciais
Neste módulo, abordaremos um assunto muito importante e que sem
dúvidas abrirá espaço para discussões bastante proveitosas sobre as
atribuições da farmácia hospitalar. Antes de entrarmos pelas portas de
uma farmácia dentro de uma instituição hospitalar, é necessário
fazermos um apanhado geral de onde viemos, para aí sim
compreendermos essa atribuição tão nobre e enriquecedora das
Ciências Farmacêuticas:
Surgimento da �loso�a:
Séc. VII a.C
As ciências, de uma maneira
geral, evoluíram muito. Com
essa evolução, muitas questões
ainda não explicadas ganharam
destaque e profundas reflexões
do ponto de vista acadêmico,
f t d d b
Revolução cientí�ca: Séc.
XVII
A revolução científica modificou
profundamente os saberes
farmacêuticos, trazendo-nos
para o campo da
experimentação e da produção
de referências, que serviriam de
ld õ
Em tempos remotos, o farmacêutico tinha seu trabalho
bastante individualizado, próximo ao paciente, e atendia
às demandas desses à medida que surgiam.
A reprodutibilidade dos produtos farmacêuticos.
Claro que esse processo era importante, mas a ausência de protocolos
bem definidos e com reprodutibilidade fizeram com que os métodos
industrializados ganhassem destaque. Além disso, a praticidade de
compra dos medicamentos e a facilidade de acesso a produtos com
qualidade assegurada por processos industriais acabou por afastar
pacientes e usuários dos profissionais farmacêuticos.
Por outro lado, o campo das Ciências Sociais também evoluiu, trazendo
um esforço e um entendimento coletivo sobre a importância de se
humanizar os processos. Quando falamos em humanização dos
processos, falamos em trazer de volta os pacientes para um contato
mais próximo com os profissionais farmacêuticos e reforçar com eles o
compromisso de atenção integral e cuidados com as suas demandas.
Saiba mais
Esse processo de humanização se deu no Brasil de forma excepcional:
temos uma política sanitária invejável, muitíssimo bem orquestrada pelo
Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), e somos destaque mundial no quesito organização das
estratégias de cuidado. Ainda há bastante a evoluir, mas não podemos
deixar de dar o devido mérito às políticas e às estratégias que
desenvolvemos em solo nacional.
Uma importante normativa estabelecida foi a Política Nacional de
Medicamentos, aprovada e instituída pela Portaria nº 3.916, de 30 de
outubro de 1998. Essa política foi um marco na nossa legislação
afastando-se dos saberes
teológicos e mágicos.
moldes para as gerações
seguintes.
sanitária e nos trouxe muitas ações importantes que norteiam nossos
processos. Falaremos um pouco mais sobre ela em nosso estudo.
Política Nacional de Medicamentos
Diante de uma legislação sanitária tão bem construída, é possível
identificar os fatores que levaram à criação da Política Nacional de
Medicamentos (PNM). Foi preciso identificar alguns entraves, para que,
ao corrigi-los, fossem resolvidos nossos problemas relacionados aos
medicamentos em todos os aspectos: políticos, regulatórios, gerenciais
e técnicos.
À época da criação dessa normativa, vivíamos um período turbulento na
saúde brasileira: assistência farmacêutica desarticulada, seus serviços
desorganizados, acesso a medicamentos conturbado e bastante
excludente para parte da população. No que diz respeito a aspectos
técnicos e regulatórios, nesse período, observou-se um baixíssimo
critério regulatório, que permitia medicamentos de baixa qualidade e até
mesmo falsificações. Os custos ainda pioravam o cenário e nos
colocavam em maior condição de vulnerabilidade.
Motivos não faltavam para instituir uma política que organizasse a casa.
Nesse cenário, surgiu a PNM, uma política de abrangência nacional que
trouxe inúmeros benefícios a nossa população, como os elencados a
seguir.
Estabelecimento da Relação Nacional de
Medicamentos (RENAME)
Trata-se de uma lista que contém os medicamentos que são essenciais
e indispensáveis, com o objetivo de atender aos problemas de saúde da
nossa população e direcionar a produção farmacêutica, além de
fomentar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico para produzi-los.
Essa lista contempla os medicamentos essenciais que devem estar
disponíveis para prescrição em todo o território nacional.
É o documento oficial que serve de parâmetro para
estados e municípios selecionarem seus medicamentos.
A seleção desses medicamentos é guiada por uma série de análises que
levam em consideração dados obtidos em estudos epidemiológicos de
todas as regiões do nosso país e o grau de resolutividade das doenças
com os medicamentos que foram utilizados para seus tratamentos.
Como a saúde é um processo dinâmico, essa lista passa por constante
atualização, que também leva em conta os dados epidemiológicos,
além do surgimento de novos medicamentos e/ou novas informações
sobre medicamentos já comumente utilizados.
Exemplo
Entre os muitos medicamentos indispensáveis presentes nessa lista,
podemos citar, por exemplo, os antiparasitários e os medicamentos para
hipertensão e diabetes, que tiveram sua eficácia analisada e definidos
como essenciais por atenderem às necessidades coletivas que são
prioritárias da população avaliada.
Reorientação da assistência farmacêutica
Uma vez que a atuação do farmacêutico não se restringe mais às
funções administrativas e àquelas relacionadas à logística dos
medicamentos, foi preciso uma renovação das competências
profissionais do farmacêutico. Adiante, discutiremos cuidadosamente a
nossa assistência farmacêutica eos principais benefícios que a PNM
nos trouxe.
Produção de medicamentos genéricos
A Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro 1999, instituiu no Brasil uma nova
modalidade de medicamentos, bastante discutida antes de sua criação,
que são os medicamentos genéricos. Ao criar os medicamentos
genéricos, o intuito foi expandir o acesso dos pacientes aos
medicamentos essenciais, aumentar sua produção em território
nacional e oferecê-los com custos reduzidos, revolucionando nosso
acesso aos medicamentos.
Exemplo de embalagem de medicamento genérico.
Entende-se por genérico aquele medicamento que contém o mesmo
princípio ativo (ou princípios ativos), na mesma dose, forma
farmacêutica, com mesma indicação, via de administração e posologia
que o medicamento de referência (ou inovador).
Acompanhe a seguir o objetivo e a relação de preço atribuídos aos
medicamentos genéricos:
Objetivo
O objetivo pretendido com os genéricos é promover maior acesso da
população a medicamentos com eficácia e segurança equivalentes ao
medicamento de referência. Isso torna o genérico intercambiável, ou
seja, possibilita ao usuário o poder de escolha entre qual medicamento
utilizar.
Preço
Quanto ao preço, é exigido por lei que o genérico seja menos custoso
que os medicamentos de referência, por não estar vinculado a um nome
comercial (marca) e por não ter passado pelas etapas de pesquisa
clínica que apenas os medicamentos inovadores passam. 
A Política Nacional de Medicamentos ainda estabeleceu discussões que
não só favoreceram a elaboração de uma regulamentação sanitária dos
medicamentos como sua produção e capacitação de recursos humanos
envolvidos nesse processo, conforme relacionado a seguir:
A PNM favoreceu a discussão e a consolidação do que
entendemos hoje por vigilância sanitária, inclusive fomentando a
publicação da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, que
consolidou ainda mais esses conceitos com a criação da Anvisa.
Ficou sob a responsabilidade dessa importante agência a gestão
dos processos relativos aos medicamentos, desde o registro,
atestando previamente sua qualidade, até definição de todas a
regras necessárias para as atividades que os envolvam no Brasil.
Compete à Anvisa autorizar o funcionamento das instituições
que fabricam, transportam, vendem, distribuem medicamentos e
as instituições hospitalares que os utilizam.
Uma vez que existem medicamentos considerados essenciais, é
preciso garantir que seu fornecimento seja regular, minimizando
o desabastecimento e a dependência externa. A fim de que isso
aconteça, o parque tecnológico nacional precisa de incentivo
para sua modernização e consequente produção de novos
medicamentos. Além disso, é necessária a consolidação de
parcerias com a iniciativa privada — os laboratórios
farmacêuticos privados —, que deve ser estimulada a produzir os
medicamentos contemplados pela RENAME. No que diz respeito
às pessoas envolvidas nesses processos, os farmacêuticos e os
acadêmicos de Farmácia necessitavam de atenção especial para
se adaptarem ao novo modelo de diretrizes técnicas. Para sanar
essa problemática, foi repensada uma nova educação
continuada para os profissionais e a reforma dos currículos
universitários.
Regulamentação sanitária dos medicamentos 
Produção de medicamentos e capacitação de recursos
humanos 
Assistência farmacêutica no Brasil
O sistema de saúde brasileiro é bastante complexo, com diferentes
níveis de complexidade, que vão desde a atenção básica até centros
hospitalares com extensiva tecnologia e disponibilidade de recursos –
públicos ou privados. Considerando que a saúde da nossa população
está diretamente relacionada com o status de bem-estar social e
qualidade de vida, e que esses fatores favorecem nosso
desenvolvimento enquanto nação, foi preciso canalizar a atenção dos
nossos gestores para promover melhorias nesse cenário.
No âmbito farmacêutico, vimos que o contexto histórico
empurrava o profissional dessa área para o setor
industrial e o afastava dos pacientes.
Enquanto esse processo acontecia, o farmacêutico concentrou muito as
suas atividades na aquisição e na distribuição dos medicamentos. Com
o passar dos anos, entretanto, esse modelo foi se tornando
ultrapassado, não suprindo as demandas da sociedade acerca dos
serviços e cuidados farmacêuticos. O contexto da época (final dos anos
90) exigia do farmacêutico uma participação mais contundente e
próxima dos pacientes, o que moldaria completamente as suas
atribuições. E foi o que aconteceu com a publicação da Política
Nacional de Medicamentos que vimos anteriormente: mudou-se a visão
sobre a assistência farmacêutica.
Para evitar a confusão de conceitos, vamos a um breve parênteses:
assistência farmacêutica versus atenção farmacêutica. Veremos agora
a diferença entre esses dois termos:
Assistência farmacêutica
É constituída por práticas e iniciativas que têm por objetivo tornar
as ações de saúde mais organizadas e eficientes, o que envolve
diferentes profissionais atuantes em múltiplas frentes de trabalho.
Atenção farmacêutica
Refere-se ao atendimento que um profissional farmacêutico
dispensa ao paciente.Tudo isso com objetivo de acompanhar sua
terapêutica e torná-la mais eficiente, por meio do monitoramento
de sua adesão e de possíveis efeitos adversos que podem surgir.
A assistência farmacêutica pode ser definida, então, como um conjunto
de ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde voltadas à promoção,
à proteção e à recuperação da saúde, por meio da promoção do acesso
aos medicamentos e do uso racional.
Essa atividade demandava uma renovação, a fim de tirar do
farmacêutico o estigma de comprador e distribuidor de medicamentos.
Esse processo se torna especial quando falamos da farmácia hospitalar,
afinal, já se compreendia que, para aumentar o acesso dos pacientes
aos medicamentos essenciais, era necessária uma gestão mais
organizada, disposta em processos bem desenhados. Vejamos a seguir:
Descentralização da gestão
Para entendermos bem o que isso significa, vamos fazer uma analogia:
imaginem uma empresa multinacional, com muitas filiais, porém
comandadas por uma única pessoa. Que enorme trabalho essa pessoa
teria! Além de dar conta do trabalho de todas as filiais, essa pessoa
ainda precisa compreender as demandas de cada localização para tratá-
las de acordo com as imposições das questões regionais. Situação
semelhante se aplica no nosso contexto de saúde: se não tivermos a
descentralização da gestão, como assegurar melhores condições para
as diferentes regiões de nosso país? As demandas, baseadas em dados
epidemiológicos e demográficos, variam bastante em território nacional
e, para manejar nossa enorme complexidade, a descentralização da
gestão se faz indispensável.

Promoção do uso racional dos medicamentos
O farmacêutico orienta o paciente quanto ao uso racional dos medicamentos
prescritos.
Utilizar medicamentos é uma coisa séria e trazer essa compreensão aos
pacientes é uma tarefa diária dos profissionais farmacêuticos. O uso
racional dos medicamentos implica orientar adequadamente sobre o
tempo de tratamento, as indicações de uso, a dose indicada, firmando-
se um compromisso entre paciente e profissionais sobre adesão aos
tratamentos que objetiva a minimização dos agravos que podem surgir
com as práticas equivocadas.
Essa questão se torna especialmente importante quando são tratados
pacientes idosos, pediátricos, ou com algum grau de limitação
intelectual.
Otimização e e�cácia do sistema de
distribuição no setor público
Muitos medicamentos fazem parte de programas de dispensação
específicos, como os medicamentos para tuberculose, hanseníase,
asma, diabetes, e são dispensados gratuitamente pelo nosso Sistema
Único de Saúde (SUS) em todo o território nacional, pois tratam
condições clínicas gerais. Entretanto, dados epidemiológicos sugerem
que a utilização de medicamentos para tratamento de patologias
específicas associadas a questões regionais, comoo tratamento para
malária no Norte do país, por exemplo, é bem mais expressivo do que
em outras regiões. Um sistema eficaz de distribuição de medicamentos
leva em consideração essas características para realizar a
programação, a seleção e a aquisição dos medicamentos para cada
região.
Redução dos preços dos medicamentos e
aumento do acesso da população
Aqui, destacam-se os incentivos nacionais para:
Produção
Pesquisa
Desenvolvimento
Utilizando tecnologia e expertise nacionais em parceria com
instituições públicas e privadas, como indústrias, universidades e
fundações destinadas a essas atividades. A incorporação dos
medicamentos genéricos, que levaram à redução dos custos
associados aos medicamentos, promoveram sem dúvidas o aumento do
acesso da população aos tratamentos.
Ciclo da assistência farmacêutica
Apoiada nessas mudanças de paradigmas, atualmente, a assistência
farmacêutica engloba as atividades de seleção dos medicamentos,
programação, aquisição, armazenamento, distribuição, controle de
qualidade e dispensação. Como o foco do nosso material é a farmácia
hospitalar, aplicaremos essas importantes etapas ao contexto de um
hospital e desmembraremos em um breve resumo as categorias que
compõem o ciclo da assistência farmacêutica, descritas pela Resolução
nº 338, de 6 de maio de 2004.
Etapa em que são definidos os medicamentos que serão
adquiridos, aqueles capazes de serem eficazes e seguros, além
de fundamentais para o tratamento dos pacientes atendidos pela
farmácia hospitalar. Para que a seleção ocorra de forma
criteriosa, devem atender à prevalência de doenças da população
para garantir a qualidade dos atendimentos em todos os níveis
de atenção. Essa etapa é fundamentada por critérios
epidemiológicos, técnicos, econômicos e orientada pela
RENAME. Imagine o quão diferente é o processo de seleção de
medicamentos feito por uma farmácia hospitalar de um hospital
pediátrico se comparado a um hospital geral. É preciso ajustar a
seleção de medicamentos ao público atendido em cada
instituição. 
 
Vamos a um exemplo interessante: a região amazônica
concentra mais de 99% dos casos de malária notificados no
Brasil. Por essa razão, os medicamentos para tratamento dessa
doença, como os antimaláricos, são essenciais nessa região e
devem compor as RENAME dessas localidades com maior
relevância do que para as demais regiões brasileiras.
Seleção 
Após a etapa de seleção, na qual já foram definidos os
medicamentos que devem ser adquiridos, é preciso que a
farmácia hospitalar estime as quantidades. Essas quantidades
devem atender às demandas dos serviços por um tempo
específico, evitando o desabastecimento e o comprometimento
do acesso dos pacientes ao tratamento. Uma boa programação
evita compras desnecessárias e, consequentemente, promove
adequada alocação de recursos.
Conjunto de procedimentos relacionados à compra dos
medicamentos, após seleção e programação. Para uma boa
aquisição, faz-se necessário pessoal qualificado, fornecedores
cadastrados, boa definição de fluxos operacionais e
conhecimentos dos dispositivos legais, uma vez que o processo
de aquisição varia de acordo com o tipo de atividade
desenvolvida, por exemplo, as licitações observadas nos
serviços públicos e as compras diretas nos serviços privados.
Engana-se quem acha que armazenar medicamentos é uma
tarefa simples. É necessário capacidade técnica para promover o
recebimento, a estocagem, a guarda, a conservação e o controle
dos estoques. Esse processo deve levar em consideração as
características de cada medicamento, como a necessidade de
refrigeração ou a restrição de acesso, se pertinente. Nos
hospitais, geralmente são identificados locais como as centrais
de abastecimento farmacêutico (CAF), vinculados à farmácia
hospitalar responsável por toda a cadeia de guarda dos
medicamentos.
Etapa que foca no suprimento de medicamentos às unidades. A
dispensação ao usuário depende intimamente dessa etapa. É
Programação 
Aquisição 
Armazenamento 
Distribuição 
preciso organização para distribuir em tempo hábil e em
quantidade e qualidade necessárias.
Ato privativo do profissional farmacêutico de fornecer ao
paciente os medicamentos necessários ao seu tratamento,
mediante orientação do uso adequado. Essa etapa leva em
consideração muitos aspectos, como a influência da
alimentação, a interação com outros medicamentos, a
conservação e a sinalização das possíveis reações adversas
relacionadas ao uso. Aqui, o objetivo não é somente entregar
medicamentos, mas educar os pacientes e contribuir para o
sucesso da terapia medicamentosa.
A assistência farmacêutica como um todo evoluiu bastante ao longo
dos anos e segue evoluindo. Entendemos hoje que é importante saber
se comunicar com o paciente, ouvir e demonstrar consideração as suas
queixas, o que facilita a abordagem e propicia ambiente ideal para a
prática das atividades farmacêuticas.
A assistência farmacêutica como
ferramenta para acesso e uso
racional de medicamentos
Você sabe diferenciar cada uma das etapas do ciclo da assistência
farmacêutica? É exatamente isso que o especialista João Maia nos
explicará no vídeo a seguir, destacando a finalidade e a importância de
cada uma delas.
Dispensação 

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Em um país com dimensões continentais, com micro e macrorregiões
com múltiplas demandas, é necessário que a assistência farmacêutica
tenha sua gestão de recursos baseada em
A judicialização
B competição
C centralização
D descentralização
E emancipação
Parabéns! A alternativa D está correta.
Para atendimento das demandas específicas de cada região, a gestão deve ser descentralizada. Dessa forma,
os gestores regionais são capazes de identificar as necessidades peculiares de cada região e orientar os
recursos conforme as carências locais.
Questão 2
Supondo que você seja um gestor de Saúde de seu munícipio e deseje
iniciar um programa de tratamento de determinada patologia, você
precisará definir a padronização dos medicamentos e as quantidades
que deverão ser compradas para uso nos primeiros meses de
atendimento. No contexto do ciclo da assistência farmacêutica,
baseado na Resolução nº 338, de 6 de maio de 2004, quais etapas estão
descritas acima?
2 - Atribuições da farmácia hospitalar
Ao �nal deste módulo, você identi�cará os objetivos e as atribuições da farmácia hospitalar.
A Seleção e programação
B Programação e dispensação
C Programação e aquisição
D Seleção e aquisição
E Seleção e armazenamento
Parabéns! A alternativa A está correta.
A etapa de seleção elege os medicamentos e a etapa de programação define as quantidades necessárias à
aquisição.
De�nição de farmácia hospitalar
Após entendermos que o farmacêutico se desprendeu das atividades
pura e simplesmente administrativas e ganhou visibilidade no
atendimento e na prestação de cuidados relacionados ao paciente,
utilizando as atividades que compõem o ciclo da assistência
farmacêutica, precisamos agora falar sobre a farmácia hospitalar em si.
Segundo definição publicada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF),
por meio da Resolução nº 492, de 26 de novembro de 2008, a farmácia
hospitalar é definida como:
a unidade clínica, administrativa e econômica,
dirigida por farmacêutico, ligada hierarquicamente
à direção do hospital ou serviço de saúde e
integrada funcionalmente com as demais
unidades administrativas e de assistência ao
paciente.
(RESOLUÇÃO Nº 492/2008)
Com tantas atividades e com o compromisso de atendimento a todas as
demandas dos pacientes, convenhamos que é necessário organizar
adequadamente os objetivos dessa modalidade de exercício, evitando
discrepâncias de serviços em território nacional e otimizando a gestão
do trabalho. Veremos em seguida os objetivos da farmácia hospitalar
que servirão de base para nosso entendimento sobre as suas muitas
atribuições.
Objetivos da farmácia hospitalar
Comorecurso didático, vamos nos imaginar e nos transportar para
dentro de uma instituição hospitalar, mais especificamente, para uma
farmácia hospitalar, a fim de iniciarmos a discussão sobre todos os
seus principais objetivos. Antes de esmiuçarmos cada objetivo,
entretanto, tenha em mente que todos eles se encontram em um único
comum: tornar os tratamentos mais seguros e minimizar os agravos
que possam acometer os pacientes.
São objetivos claros da farmácia hospitalar:
Programação
Aquisição
Armazenamento
Distribuição
Informação
Seguimento farmacoterapêutico
Farmacotécnica
Ensino e pesquisa
Listados os objetivos da farmácia hospitalar, adiante detalharemos cada
um deles:
Programação
Começaremos definindo a programação, que não é propriamente um
objetivo, mas sim um processo que define as especificações técnicas e
as quantidades dos medicamentos e demais insumos que serão
adquiridos, levando em consideração muitas variáveis, como a
disponibilidade de local para armazenamento, os recursos disponíveis
para compra, o grau de criticidade de cada item e, principalmente, os
prazos para recebimento.
Aqui, o farmacêutico tem uma missão árdua: compreender os
tratamentos, o tempo que eles levam e prever as próximas etapas, para
que sempre esteja disponível o melhor tratamento para os pacientes.
Por mais que não seja um objetivo, a seleção dos medicamentos é uma
importante etapa que precede a programação e conta com a
participação e a atuação da farmácia hospitalar.
Aquisição
Trata-se de um processo fundamental para suprimento das demandas
do hospital que descrevemos anteriormente. Nessa etapa, é importante
compreendermos as necessidades, tanto dos pacientes quanto das
instituições. Embora pareça simples, farmacêuticos e demais
profissionais envolvidos devem ser capazes de identificar e analisar
critérios que estabeleçam boa relação entre o custo e a qualidade dos
insumos. 
 
Vamos analisar uma afirmativa que envolve esse importante objetivo:
Para aquisição de medicamentos em um serviço de farmácia
hospitalar, os responsáveis por essa etapa guiam as compras levando
em consideração apenas o custo dos medicamentos, optando pelas
opções menos custosas.
Agora, você deve estar se perguntando se essa afirmativa é verdadeira
ou falsa. Felizmente, a afirmativa não está correta. O processo de
aquisição dos medicamentos leva em consideração os preços, mas não
somente isso. Outras questões igualmente importantes são levadas em
consideração, tais como:
Efetividade
Quali�cação dos fornecedores
Prazos de entrega
Os aspectos elencados acima são essenciais para evitar atrasos que
comprometam o abastecimento do medicamento nas unidades
hospitalares.
Armazenamento
Imagine você descobrir que um medicamento está em falta na hora que
você precisou dele. Um bom armazenamento e controle de estoques
evita e minimiza a ocorrência desse tipo de adversidade tão prejudicial
ao desenvolvimento das atividades de farmácia hospitalar. Além disso, é
necessário que esse armazenamento mantenha todo o conteúdo
disponível nas condições ideais para uso, garantindo sua qualidade.
A informatização dos estoques é um excelente aliado no
processo de armazenamento.
É possível registrar cada item e, ao passo que o estoque é consumido,
gerar sinais de alerta para a necessidade de adquiri-los novamente. Os
erros de armazenamento podem ser fatais, como no caso de alguns
medicamentos que demandam refrigeração.
Exemplo
Considere o caso da insulina: o armazenamento equivocado pode
colocar em risco a qualidade desse importante hormônio, além de
outros medicamentos, e assim não será possível observar os desfechos
clínicos esperados.
Distribuição
Processo de entrega dos medicamentos, que deve acompanhar as
diferentes demandas impostas por cada setor do hospital, mantendo a
qualidade dos medicamentos enviados e atendendo prontamente aos
pacientes. Muitas são as possibilidades relacionadas com a distribuição
dos medicamentos, e cabe bastante discussão sobre elas.
Para exemplificar a magnitude dessa etapa, podemos falar de duas
modalidades — ou sistemas — interessantes de distribuição:
Distribuição coletiva
No sistema coletivo, a farmácia hospitalar envia os medicamentos
para enfermagem após solicitação, que os distribui entre os
pacientes. Dessa forma, a farmácia, infelizmente, não participa do
processo de análise de prescrições.
Distribuição individualizada
No sistema individualizado, a farmácia hospitalar assume a
triagem das prescrições de cada paciente e envia para o leito todos
os medicamentos que o paciente fará uso dentro de 24 horas. Essa
forma de distribuição claramente torna o processo de distribuição
mais seguro.
Saiba mais
Em algumas farmácias hospitalares, existem ainda distribuições de
medicamentos mediante solicitação e outros por cópia da prescrição
médica. Quando parte do sistema é individualizado e parte é coletivo,
chamamos o sistema de distribuição de combinado ou misto.
Informação
Não basta saber uma informação, dominá-la e praticá-la com excelência,
é fundamental multiplicar os saberes, fornecendo condições técnicas e
operacionais para que todos os envolvidos no cuidado com os pacientes
possam colocá-los em prática. Quanto à disseminação da informação
na farmácia hospitalar, cabe destacar que orientar objetivamente os
pacientes, os demais profissionais de saúde e até mesmo os gestores é
uma prática que promove o uso racional de medicamentos (URM).
Todos os dias surgem novos medicamentos, novas utilizações para
medicamentos já conhecidos, e até mesmo novos efeitos adversos são
descobertos. O farmacêutico, como líder de equipe e educador, promove
atividades de educação continuada e capacita sua equipe diante das
novidades.

Seguimento farmacoterapêutico
A responsabilidade de um farmacêutico pelo uso de uma terapia
farmacológica não termina na dispensação, seja ela feita para o
paciente ou para a equipe multiprofissional. É preciso desenvolver
metodologias de acompanhamento do uso, assegurando-se de que
cada paciente esteja utilizando corretamente conforme prescrito, o que
minimiza a ocorrência de erros e agravos evitáveis. Se pensarmos na
variedade de medicamentos que temos disponível na prática clínica e na
infinidade de apresentações e condições que orientam seu uso,
compreendemos que são necessárias metodologias para realizar um
acompanhamento mais fidedigno, já que uma mesma metodologia pode
não se aplicar a todos os tipos de tratamento.
Exemplo
Acompanhar um paciente em tratamento quimioterápico contra o
câncer, com todas as nuances que o tratamento impõe, seria bastante
complexo sem a utilização de formulários farmacoterapêuticos de
acompanhamento.
Farmacotécnica
Em uma unidade hospitalar, por mais que se restrinja o público em
adulto, pediátrico, geriátrico, oncológico, entre outros, sempre haverá um
indivíduo com uma necessidade única, imposta por uma doença, por
uma comorbidade.
Felizmente, os serviços de farmácia hospitalar constam de
farmacotécnica, que promove a elaboração de preparações magistrais e
oficinais, o fracionamento de doses e a adaptação de formas
farmacêuticas, com a qualidade necessária e atendendo prontamente
ao que, porventura, for demandado pelos pacientes.
Para ficar claro o tipo de demanda, imagine que um paciente idoso está
impossibilitado de deglutir um comprimido em razão de seu tamanho e
não há a possibilidade de substituição por uma preparação parenteral.
Esse paciente é beneficiado por um serviço hospitalar de
farmacotécnica, que promoverá a melhor adaptação do medicamento a
sua demanda.
A farmacotécnica é uma atividade privativa dos
profissionais farmacêuticos e é especialmente
importante em ambiente hospitalar.
Ensino e pesquisa
A frequência de novidades nas Ciências Farmacêuticas é assustadora.
Por ser uma área que atende aos pacientes, nos mais diversos âmbitos,
é preciso atualização constante. Treinamentos, workshops, reuniões
clínicas e produçãode conteúdo referentes às atividades desenvolvidas
são fundamentais para a garantia da qualidade dos serviços prestados.
Com a definição de todos esses objetivos, fica clara a relação entre a
farmácia hospitalar e a sua interface com os pilares da assistência
farmacêutica.
Todas essas atividades em conjunto visam à segurança
do paciente, à promoção do uso racional de
medicamentos e ao aprimoramento dos serviços
farmacêuticos, tão fundamentais para o cuidado integral.
A manutenção desses objetivos depende de uma boa gestão, que se
atente à necessidade de contratações de funcionários técnicos e
administrativos para desenvolvimento de atividades burocráticas,
possibilitando ao farmacêutico tempo hábil para elaborar e
operacionalizar as práticas farmacêuticas.
Além disso, faz-se necessária atenção especial a questões econômico-
administrativas relacionadas aos custos operacionais das atividades da
farmácia hospitalar. Deve-se minimizar os desperdícios e optar pelas
abordagens mais custo-efetivas, ou seja, aquelas que possibilitam a
escolha dos medicamentos ideais, que garantem a qualidade do serviço
prestado, vinculadas a soluções financeiras e aos custos viáveis para a
instituição.
Comentário
Em conjunto, esses objetivos dão subsídio para a definição das
atribuições da farmácia hospitalar, definidas com clareza pela
Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH), uma entidade
representativa dos profissionais farmacêuticos que visa ao
aprimoramento das atividades, com padrões de qualidade bem
definidos. Vejamos essas atribuições e as suas nuances no próximo
tópico.
Atribuições da farmácia hospitalar
Vamos conhecer as atribuições da farmácia hospitalar:
Gestão
O serviço de gestão deve ter uma direção técnica, com um farmacêutico
responsável por gerir a estrutura organizacional da farmácia hospitalar
segundo as diretrizes e as legislações vigentes. A gestão é
imprescindível para:
Definir as metas que são traçadas após a avaliação de
indicadores institucionais.
Avaliar continuamente se as atividades estão sendo realizadas
conforme previsto e se cabem ações para prevenir ou corrigir
Definir metas 
Avaliar 
eventuais falhas.
Ainda, cabe à gestão garantir a qualificação dos colaboradores
para o desenvolvimento de suas atribuições, que deve estar
adequada às práticas desenvolvidas e às necessidades da
instituição em período integral, ou seja, garantindo a assistência
farmacêutica ininterruptamente.
As atividades de gestão são fundamentais para orientar
as práticas desenvolvidas pela farmácia hospitalar.
Infraestrutura
Para falarmos de infraestrutura, precisamos primeiro compreender em
que tipo de instituição a nossa farmácia hospitalar está inserida e que
tipo de serviço a instituição pode demandar. São exemplos o
fracionamento de medicamentos em um hospital pediátrico, a
manipulação de citostáticos em um hospital oncológico, entre outros.
Adequar a estrutura física à legislação sanitária vigente é uma missão
árdua para os serviços de farmácia hospitalar, além da organização do
espaço, do mobiliário e de como os medicamentos ficarão organizados,
segregados e dispostos.
Cabe aqui falarmos também da questão tecnológica, tão relevante
atualmente: cada vez mais, as farmácias hospitalares contam com
equipamentos tecnológicos, como sistemas informatizados de
dispensação, rotuladoras, instrumentos de mensuração de qualidade,
entre outros. Além de organizá-los adequadamente, compete ao quesito
infraestrutura a validação e a calibração de todos esses equipamentos.
Confira alguns equipamentos que podem ser utilizados pela farmácia
hospitalar.
Qualificar colaboradores 
Balança analítica
Cabine de segurança biológica
Informatização de estoques
Preparo de medicamentos e sua logística
Antigamente, os farmacêuticos eram chamados de profissionais dos
medicamentos, o que, felizmente, mudou; hoje, são vistos como
profissionais de saúde. Conforme já sabemos, o controle de todos os
medicamentos de uma instituição hospitalar é feito pela farmácia
hospitalar e, em muitas instituições, baseado nas habilidades
farmacêuticas, o gerenciamento de outros produtos para saúde também
ficam sob responsabilidade da farmácia hospitalar.
O preparo e a dispensação dos medicamentos
demandam atenção especial, pois propiciam a segurança
dos pacientes em razão da minimização de quaisquer
intercorrências que possam prejudicá-los.
Ainda, sob uma análise farmacoeconômica, organizar a logística de
preparo dos medicamentos é essencial para minimizar o desperdício de
recursos. Por essa razão, existem diversos sistemas de dispensação
possíveis para otimizar e garantir a rastreabilidade desse processo.
Comentário
Os sistemas de dispensação de medicamentos fornecem os
medicamentos certos e nos horários certos, assim, favorecem ambiente
propício para práticas seguras.
Otimização das terapias
A intervenção farmacêutica caracteriza-se pela interferência do
farmacêutico, que coloca os seus conhecimentos técnicos em prática e
propõe mudanças no tratamento dos pacientes, focando em maior
comodidade posológica, redução da possibilidade de agravos, entre
outras atividades que aumentam a segurança do paciente. Dois
exemplos práticos de intervenções farmacêuticas são:
A proposição de substituição de um medicamento por outro com
menos efeitos adversos.
A troca de um diluente por outro que seja mais confortável ao paciente
em uma administração intravenosa.
Saiba mais
A intervenção farmacêutica é um exemplo claro do papel do
farmacêutico quanto ao uso racional de medicamentos. Para que a
otimização da terapia medicamentosa ocorra, é necessário
primeiramente que o farmacêutico esteja inserido na equipe
multidisciplinar. Ainda, deve apresentar-se como profissional técnico,
atualizado e capaz de interagir desde o processo de prescrição,
procedendo análises das prescrições feitas e intervindo diante dos
problemas que possam ocorrer, até o seguimento farmacoterapêutico
dos pacientes, com identificação de interações medicamentosas e
outras atividades.
Farmacovigilância
Todo tratamento farmacológico está sujeito a efeitos adversos, e
ninguém melhor que o profissional que organiza e executa todas as
atividades relacionadas à utilização de medicamentos para
acompanhar.
Conhecer os efeitos adversos de um medicamento é fundamental para
que haja ponderação entre os riscos e os benefícios de sua utilização.
As perguntas que pairam sobre as equipes são: “é necessário correr
este risco?”, “existe algum outro medicamento tão bom quanto, mas
com menor padrão de efeitos adversos?”.
Nesse contexto, os farmacêuticos precisam:
Para fazê-lo, é fundamental que haja boa comunicação com a equipe
multidisciplinar e um ótimo acompanhamento pela farmácia. Engana-se,
no entanto, quem acha que apenas o monitoramento de efeitos
Monitorar a utilização dos
medicamentos nas
unidades.
Compreender a
problemática de sua
utilização.
adversos é importante; também é fundamental checar a efetividade dos
medicamentos, ou seja, observar francamente se eles estão cumprindo
seu papel na terapêutica. Essa atividade é especialmente importante
após a seleção e aquisição de novos medicamentos ou posteriormente
à troca dos já utilizados.
Constata-se aqui, mais uma vez, o quanto a farmácia
hospitalar é dedicada a promover a segurança do
paciente.
O farmacêutico atuante em farmacovigilância é capaz de correlacionar
dados clínicos com a utilização dos medicamentos, sinalizando desvios
de funcionalidade às entidades responsáveis.
Difusão de informações
O funcionamento da farmácia hospitalar exige qualificação dos
profissionais para que todos estejam compromissados em fazer o seu
melhor, mas com conhecimentos técnico-científicos atualizados e de
fontes confiáveis.
As práticas educacionais como rotina nas unidades de farmácia hospitalar.
Cabe ao farmacêutico promover esse ambiente de estudos, gerando
materiais e treinamentos, devidamente documentados, registradose
difundidos entre as comissões hospitalares em que esteja inserido,
como a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), a
Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), entre outras.
Todos são beneficiários dessa atividade: pacientes, cuidadores,
familiares, profissionais e sociedade como um todo.
Atividades de ensino
Prontuários dos pacientes.
O ambiente acadêmico agrega muito aos serviços de farmácia
hospitalar, com a presença de estagiários e residentes pós-graduandos,
além da manutenção das atividades voltadas ao ensino. Material para
estudo é o que não falta em uma unidade hospitalar!
É um campo vasto de possibilidades para a realização de estudos de
efetividade dos medicamentos, para abordagens
farmacoepidemiológicas e farmacoeconômicas, e muitos outras áreas
de conhecimento específicas. Diversas são as fontes disponíveis para o
desenvolvimento de trabalhos relacionados ao uso de medicamentos e
desfechos clínicos, como os prontuários dos pacientes, por exemplo.
Vamos a um caso hipotético que nos faça refletir sobre as atribuições
da farmácia hospitalar:
Exemplo
L.I.L.S é farmacêutica em uma unidade hospitalar destinada ao
atendimento de crianças com câncer em São Paulo, capital. Em sua
prática clínica no hospital, a referida farmacêutica enfrenta muitas
situações que colocam em prática suas habilidades, como a
necessidade de orientar sua equipe diante das novidades de
tratamentos e a urgência em adaptar doses e formas farmacêuticas às
necessidades dos pacientes.
Analisando esse breve caso, podemos deduzir muitas atribuições do
farmacêutico hospitalar, como a difusão das informações relacionadas
aos tratamentos novos para que a equipe seja coesa e pratique as
mesmas atividades, bem como as atividades de farmacovigilância que
os tratamentos novos exigem. Além disso, em pediatria, é bastante
comum a realização de adaptações para otimizar os tratamentos, já que
a maioria dos medicamentos disponíveis no mercado farmacêutico
apresentam limitações de faixas de dose e não contemplam as doses
requeridas para crianças. Aqui, o farmacêutico hospitalar destaca-se por
promover atividades de manipulação que facilitem os tratamentos.
A importância e os atributos da
farmácia no âmbito hospitalar
Com a ajuda do especialista João Maia, vamos conhecer os objetivos,
as funções e a importância da farmácia no contexto hospitalar, além de
compreender de que modo ela se articula com os outros setores.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
A programação é a atividade que auxilia a definir os quantitativos dos
medicamentos que, após atividade de seleção prévia, devem ser
comprados. Sua organização é fundamental para evitar o desperdício de
recursos e a descontinuidade de abastecimento do medicamento. Sobre
questões relevantes no processo de programação, avalie os itens
abaixo: 
 
I – Essa atividade é limitada por questões de infraestrutura, como a
disponibilidade de recursos para guarda e armazenamento dos
medicamentos a serem comprados. 
 
II – O grau de criticidade de cada item (medicamento ou insumo) elenca
a ordem de prioridade para que sejam definidas as quantidades. 
 
III – Essa etapa exige do profissional farmacêutico conhecimento e
gestão financeira para adequação a sua realidade. 
 
Estão corretos:
A Apenas o item I
B Os itens II e III
C Os itens I e II
D Os itens I e III
E Os itens I, II e III
Parabéns! A alternativa E está correta.
A atividade de programação é indispensável para as atividades hospitalares. Para que seja bem desenvolvida, é
necessário que o farmacêutico compreenda as demandas da instituição (identificando urgências e
sazonalidades), a sua disponibilidade de recursos e a infraestrutura física para armazenamento.
Questão 2
Nascimento e colaboradores (2013, p. 2), em sua obra intitulada Análise
de correspondência múltipla na avaliação de serviços de farmácia
hospitalar no Brasil, afirmam o seguinte sobre a farmácia hospitalar: 
 
“Esse serviço é extremamente importante no contexto assistencial, e
tem como principal missão a provisão segura e racional de
medicamentos, serviços e produtos para saúde. Tal objetivo é alcançado
com o cumprimento das ações relativas à assistência farmacêutica no
que concerne, por exemplo, na seleção, programação, aquisição,
armazenamento, distribuição, dispensação de medicamentos e
presença de serviços especializados (tais como, farmacovigilância,
farmácia clínica e centro de informação de medicamentos) [...]”. 
 
Baseando-se na compreensão da citação acima, assinale a alternativa
que apresenta três importantes atribuições da farmácia hospitalar.
A
Atividades de gestão, administração de
medicamentos parenterais e farmacovigilância
Considerações �nais
Como vimos neste conteúdo, a farmácia hospitalar é de extrema
importância para o perfeito funcionamento de uma instituição
hospitalar. Suas atividades são bem definidas e incorporadas ao
contexto de assistência farmacêutica. Vimos que os princípios
norteadores para execução das atividades de farmácia hospitalar
seguem rigorosamente as diretrizes apontadas pela Política Nacional de
Medicamentos.
Foi possível compreender que é da alçada do farmacêutico atuante na
farmácia hospitalar todo o processo relacionado aos medicamentos
utilizados na instituição, processo esse que envolve seleção,
programação, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação.
B
Manipulação, administração de medicamentos
parenterais e otimização das terapias
C
Atividades de gestão, proposição da infraestrutura da
farmácia e farmacovigilância
D
Otimização dos tratamentos, farmacovigilância e
proposição de diagnóstico
E
Farmacovigilância, proposição de diagnóstico e
informações sobre tratamentos
Parabéns! A alternativa C está correta.
A farmácia hospitalar apresenta muitas atribuições interessantes, como as atividades de gestão, a promoção
da informação sobre medicamentos, a participação ativa na definição dos tratamentos farmacológicos, a
atuação em farmacovigilância, entre outras. Entretanto, não é atribuído ao farmacêutico, em linhas gerais, a
administração de medicamentos parenterais e a proposição de diagnósticos.
Destacou-se também a fundamental atribuição do farmacêutico na
orientação dos pacientes quanto à adesão ao tratamento e ao uso
racional dos medicamentos.
Podcast
Para concluir esse estudo, o podcast contribuirá com um resumo dos
principais conceitos abordados ao longo do conteúdo.

Referências
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Farmácia hospitalar: coletânea
de práticas e conceitos. 2. ed. Brasília, DF: CFF, 2017. 
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. CFF. Resolução nº 492, de 26 de
novembro de 2008. Regulamenta o exercício profissional nos serviços
de atendimento pré-hospitalar, na farmácia hospitalar e em outros
serviços de saúde, de natureza pública ou privada. CFF, 2008.
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 338, de 6 de maio
de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 20 maio 2004. 
BRASIL. Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999. Altera a Lei nº 6.360,
de 23 de setembro de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária,
estabelece o medicamento genérico, dispõe sobre a utilização de
nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências.
Brasília: Diário Oficial da União, 1999.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
RDC nº 204, de 14 de novembro de 2006. Determinar a todos os
estabelecimentos que exerçam as atividades de importar, exportar,
distribuir, expedir, armazenar, fracionar e embalar insumos
farmacêuticos o cumprimento das diretrizes estabelecidas no
Regulamento Técnico de Boas Práticas de Distribuição e Fracionamento
de Insumos Farmacêuticos, conforme Anexo da presente Resolução.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 219, 16 nov. 2006. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.916, de30 de outubro de
1998. Aprova a Política Nacional de Medicamentos. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 30 out. 1998. 
FARIA, C. O. et al.  Farmácia hospitalar. Porto Alegre: SAGAH, 2019. 
MAGARINOS-TORRES, R.; OSORIO-DE-CASTRO, C. G. S.; PEPE, V. L. E.
Atividades da farmácia hospitalar brasileira para com pacientes
hospitalizados: uma revisão da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, Rio
de Janeiro, v. 12, n. 4, p. 973-984, 2007. 
NASCIMENTO, A. do et al. Análise de correspondência múltipla na
avaliação de serviços de farmácia hospitalar no Brasil. Cadernos de
Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 29, n. 6, p. 1161-1172, jun. 2013. 
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE; ORGANIZAÇÃO MUNDIAL
DA SAÚDE; MINISTÉRIO DA SAÚDE (BRASIL). Avaliação da assistência
farmacêutica no Brasil: estrutura, processo e resultados. Brasília:
Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da Saúde, 2005. Série
medicamentos e outros insumos essenciais para a saúde. 
SANTOS, L.; TORRIANI, M. S.; BARROS, E. Medicamentos na prática da
farmácia clínica. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMÁCIA HOSPITALAR (SBRAFH).
Padrões mínimos para farmácia hospitalar e serviços de saúde.
Goiânia, 2007. 
STORPIRTIS, S. et al. Ciências farmacêuticas: farmácia clínica e atenção
farmacêutica. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
Explore +
Pesquise o artigo A Farmácia Hospitalar sob um Olhar Histórico e veja
como as autoras Marcia Rodriguez Vázquez Pauferro e Luciane Lúcio
Pereira abordam o contexto histórico da Farmácia Hospitalar. Com essa
leitura, ficará bastante claro o quanto a profissão farmacêutica evoluiu. 
Leia o artigo Farmacovigilância Hospitalar: Importância do Treinamento
de Profissionais na Potencialização de suas Ações, escrito por Thátira
Postali Jacinto Pezato e Mário Luís Ribeiro Cesaretti, e veja como é
importante atentar-se às reações adversas que um tratamento
farmacológico oferece e como as atividades de ensino e pesquisa são
fundamentais no desenvolvimento das atividades de farmácia
hospitalar.
 Baixar conteúdo
javascript:CriaPDF()

Continue navegando