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APG 16 – ASMA E DPOC 1. Compreender a fisiopatologia, manifestações clínicas, fatores de risco, farmacodinâmica e exames para diagnóstico de DPOC e ASMA; 2. Entender as principais diferenças entre ASMA e DPOC; doenças pulmonares obstrutivas x restritiva Doença obstrutiva: aumento da resistência ao fluxo aéreo em qualquer porção do trato respiratório; - Enfisema, bronquite crônica, bronquiectasia e asma; - Obstrução expiratória, resultando na redução da razão VEF (reduzido) e CVF (normal ou levemente reduzido); - Perda de retração elástica (enfisema) ou por estreitamento (asma); - Comum sobreposição entra bronquite crônica, enfisema e asma; TABELA 13.1 Doença restritiva: dificuldade de expansibilidade do parênquima pulmonar; - CVF reduzido e VEF normal ou reduzido, o que irá gerar uma razão VEF/CVF normal; - Desordem da parede torácica e Doenças intersticiais agudas ou crônicas: SARA, pneumoconioses, fibrose intersticial e condições infiltrativas (sarcoidose); ASMA FISIOPATOLOGIA - Distúrbio inflamatório crônico reversível; Características marcantes 1. Obstrução intermitente e reversível das vias aéreas; 2. Inflamação com eosinófilos nos brônquios de forma crônica; 3. Hipertrofia e hiperatividade do musculo liso brônquico; 4. Aumento de secreção mucosa; patogenia - Tipos: Atópica (sensibilização a alérgenos) e não atópica; - Padrões de inflamação: eosinofílico (mais comum), neutrofílico, inflamatório misto e paucigranulocítico; ASMA atópica - Hipersensibilidade do tipo 1 mediada por IgE; - Comum e com início na infância; - Desencadeada por alérgenos; - Ativação excessiva de células T auxiliares tipo 2 (Th2); 1. A célula Th2 sensibilizada com a substancia alergênica libera IL-4, IL -13 e IL-5 (intercleucina); 2. IL-4 e IL-13 estimula a produção de IgE pelo linfócito B e o IL-5 estimula a ativação e recrutamento dos eosinófilos que estimulam a produção de muco; - FASE IMEDIATA: O mastócito libera IL-5 e é coberto pelo IgE ligado ao receptor Fc e ao entrar com contato com o antígeno induzem diretamente (histamina, prostaglandina D2 e leucotrienos LTC4, D4 e E4), ou por meio de reflexos neuronais, o broncoespasmo, aumento da permeabilidade vascular, produção de muco e recrutamento de leucócitos; - FASE TARDIA: Liberação de eotaxina pelas células epiteliais, que é quimioatraente e ativador de eosinófilos e outras quimiocinas que estimulam o recrutamento de TH2, e outrso leucócitos, promovendo uma ampliação da resposta inflamatória e promovendo lesões do epitélio; - REMODELAMENTO DAS VIAS AÉREAS: alteração estrutural da parede brônquica por inflamações recorrentes; 1. hipertrofia do musculo liso brônquico e das glândulas mucosas; 2. Aumento da vascularização; 3. Deposito de colágeno subepitelial; ASMA NÃO-ATÓPICA - Não há sensibilização via alérgenos e os testes cutâneos são negativos; - Desencadeados por viroses e poluentes inalados; - Respostas imunológica semelhante a atópica, por isso possuem o mesmo tratamento; DEMAIS FORMAS: - Induzida por medicamento, sendo o exemplo mais comum causado pelo ácido acetilsalicílico (AAS); - Ocupacional: gerada por exposição repetida de vapores, poeiras orgânicas e químicas, gases; morfologia - Remodelamento das vias aéreas: • Espessamento da parede das vias aéreas; • Fibrose sob a membrana basal; • Aumento da vascularização submucosa; • Aumento do tamanho das glândulas submucosas e metaplasia das células caliciformes do epitélio das vias aéreas; • Hipertrofia e/ou hiperplasia da musculatura brônquica; - Hiperinsuflação e atelectasia em processos mais graves; - Tampões de muco que podem ocluir os brônquios e bronquíolos; - Espirais de Curschmann: cilindros de mucina presentes no escarro e identificadas em amostras citológicas; - Numerosos eosinófilos, com presença de Cristais de Charcot-Leyden em áreas com elevada degranulação; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Chiado e falta de ar (dispneia) – broncoconstrição e tamponamento mucoso -, sensação de aperto no peito, e tosse, especialmente à noite e/ou nas primeiras horas da manhã; - Broncoespasmo: desencadeado por infecções respiratórias (especialmente as virais), irritantes aéreos (p. ex., fumaça, vapores), ar frio, estresse e exercício; - hiperinsuflação pulmonar; - Ataques com duração maior que 1 hora que sessa naturalmente ou com uso de tratamento; - Hipercapnia, a acidose e a hipóxia grave associadas ao stactus asmaticus; FATORES DE RISCO - Hipótese da higiene: hiperresponsividade brônquica a variados estímulos; - Predisposição genética à hipersensibilidade tipo I (atopia); - A inflamação aguda ou crônica das vias aéreas; FARMACODINÂMICA classes - Broncodilatadores: reverter o broncoespasmo na fase imediata; - Anti-inflamatórios: atuam em ambas as fases inibindo ou prevenindo a resposta inflamatória; boncodilatadores agonistas b-adrenérgicos - Administrados preferencialmente por via inalatória, com uso de válvula mediadora de dose; - Agentes de curta duração: salbutamol e terbutalina (3-5h); · Administrados conforme necessidade; - Agentes de longa duração: salmeterol e formoterol (8-12h); · Administrado regularmente 2 vezes/dia, em terapia complementar ao glicocorticoide; - Efeitos: dilatação brônquica por efeito direto nos receptores B2 da musculatura lisa (relaxamento do músculo brônquico); inibe a liberação de mediadores de mastócitos e TNF-alfa pelos monócitos; induz a remoção mais elevada de muco pelos cílios; - Fármacos de primeira escolha; - Pouco ou nenhum efeito na hiper-reatividade brônquica; - Efeitos adversos: tremor, taquicardia e arritmia cardíaca; metilxantinas - Administrados por via oral ou intravenosa; - Agentes de ação curta: Aminofilina e teofilina; - Agentes de ação longa: Teofilina e Daxofilina; - Efeitos: inibição das isoenzimas da fosfodiesterase (PDE) – efeito anti-inflamatório-, ativa a histona desacetilase (HDAC) – redução da resistência a corticosteroides-, estimula o SNC e inibe a bronconstrição por exercícios; - Efeitos adversos: relacionados a pequena janela terapêutica, sendo eles crises convulsivas e arritmias; - Indicado: fármacos de segunda escolha, devem ser associados a esteroides e podem ser uma terapia alternativa a asma grave; antagonistas de receptores muscaríneos - Administração por via inalatória; - Agentes de curta duração: Ipratrópio (3-5h); - Agentes de longa duração: Tiotrópio (8-12h); - Mecanismo de ação: liga-se aos receptores M3 e evita a liberação de acetilcolina; - Efeitos: Broncodilatador, inibe o aumento da secreção de muco (NÃO possui efeito na fase tardia); - Efeitos adversos: possuem poucos por não ser bem absorvido na circulação, sendo seguro e bem tolerado; - Pode ser utilizado em associação com B2; antagonistas dos receptores de cisteinil-leucotrienos - Administrados por via oral, com corticosteroide inalatório; - Ex: lucaste – montelucaste e zarirlucaste; - Efeitos: atuam no receptor CysLT1 e CysLT2, inibindo a asma por exercício, dilata as vias respiratórias (ação aditiva ao salbutamol) e reduzem a eosinifilia do escarro; - Efeitos adversos: cefaleia e distúrbios GI; corticosteroides - Administração preferencialmente por via inalatória; - Possuem ação anti-inflamatória, não são broncodiladores e são indicados para asma crônica e asma grave aguda; - Mecanismo de ação: Restringem a proliferação clonal de Células Th por inibição de IL-2, inibem o recrutamento e ativação de eosinófilos, consequentemente a liberação de IgE, suprarregulam os receptores B2 e Reduz a síntese de IL-3; - Reversão da fase inicial a alergênicos e ao exercício; - Ex: beclometasona, budesonida, fluticasona, mometasona e ciclesonida; - São comumente associados a β2-adrenérgicos de ação de longa duração; - Efeitos adversos: candidíase orofaríngea, irritação da garganta e voz rouca – o uso de espaçadores reduz esse problema; - Os pacientes com exacerbações agudas de asma podem precisar de hidrocortisona intravenosa e prednisolona oral; asma aguda grave: inalação de salbutamol nebulizado com ipratrópio e hidrocortisona intravenosa seguida por um ciclo de prednisolona oral EXAMESPARA DIAGNÓSTICO - Asma atópica: Teste cutâneo (pápula e eritema) e sorológicos radioalergossorventes (RASTs) que determina a presença de IgEs que reconhecem um alérgeno específico; DPOC FISIOPATOLOGIA - Associação entre enfisema e bronquite crônica; - Etiologia principal o tabagismo; enfisema bronquite crônica MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS FATORES DE RISCO - Tabagismo; - Genético; FARMACODINÂMICA - Ipratrópio e salbutamol: brondilatores inalatórios de ação curta; - Tiotrópio associado a salmeterol ou formoterol: broncodilatadores de ação longa; - Teofilina (VO): utilizado para a aumentar a frequência respiratória e diminuir a retenção de CO2; - A terapia pode ser associada com administração de O2 em domicílio (pararam de fumar) em pacientes com doença grave e hipoxia; EXAMES PARA DIAGNÓSTICO COMO DIFERENCIAR ASMA DE DPOC? dpoc - Obstrução do fluxo irreversível; - Ausente de eosinófilos nos processos inflamatórios; Asma - Obstrução de fluxo reversível; - Presença de eosinófilos no processo inflamatório; REFERÊNCIAS REISNER, Howard M. Patologia: uma abordagem por estudos de casos. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2015. E-book. ISBN 9788580555479. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580555479/. Acesso em: 21 set. 2022. KUMAR, Vinay. Robbins Patologia Básica. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595151895. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151895/. Acesso em: 21 set. 2022. RITTER, James M. Rang & Dale Farmacologia. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2020. E-book. ISBN 9788595157255. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595157255/. Acesso em: 21 set. 2022.
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