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APS - TEORIA DO DELITO E PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS - CARLOS SUSUMU THOMIOKA - RA 3299512 - TURMA 003202A02

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CARLOS SUSUMU THOMIOKA – RA 3299512 – TURMA 003202A02 
 
 APS – TEORIA DO DELITO E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS 
 
 O resumo vai falar sobre as principais diretivas que Cesare Beccaria 
identificou como fundamentais para o desenvolvimento de um sistema penal justo. 
Essas diretivas norteiam até hoje os princípios do Código Penal Brasileiro e da 
Constituição Federal de 1988. 
 Começando pela premissa que a lei penal deve restringir o indivíduo na menor 
maneira possível. Essa é a premissa básica do que hoje é entendido como o princípio 
da mínima intervenção do direito penal. O Direito é composto por diversos campos 
distintos, sendo a intervenção penal a mais grave de todas. Dessa forma, para que 
ela seja justificada, ela só pode ser aplicada em última rácio, ou seja, em último 
recurso. Alternativas no Direito Civil, no Direito Administrativo ou nos outros campos 
do Direito sempre devem anteceder quaisquer tentativas de regulação humana. 
Somente em um número muito pequeno de casos é que o sistema de justiça criminal 
deve atuar. 
 Outro princípio a mencionar é o dever da lei garantir os direitos do acusado 
em todos os estágios do processo penal. O direito ao devido processo é uma 
combinação de diversas garantias fundamentais aos acusados. A conversão de 
crimes como a presunção de inocência em uma das suas vertentes, o direito ao 
contraditório e a ampla defesa. A obrigação de respeito ao juiz natural, entre muitas 
outras garantias do cidadão perante o Estado. O devido processo é fundamental em 
qualquer democracia. Visto que tais formalidades são limitações para que o Estado 
não o faça como bem entender. Somente se todas essas condições processuais forem 
cumpridas. Ou seja, se as regras do jogo forem respeitadas é que o Estado poderia 
punir alguém penalmente. 
 Outra premissa muito importante é que a punição só é justificada se o autor 
do delito infringir os direitos de outros ou o bem comum. Desde então, a noção de 
lesividade das ações já era fundamental para determinação de quais seriam as penas 
mais justas. Beccaria identifica que não são todas as ações que poderiam ser 
consideradas dignas de punição penal só em casos de um dano efetivo aos direitos 
de outras pessoas ou ao bem comum. O que quer que isso significa? Poderia o direito 
penal atuar? Essa é uma importante limitação imposta ao legislador sobre o que pode 
e o que não pode ser considerado criminoso. A seriedade do crime deve ser 
determinada pelo dano que causa nos outros. Tal princípio visava estabelecer que 
diferentes ações criminalizadas não têm o mesmo peso e deveriam ser tratadas de 
acordo com o dano que elas causaram. Condutas insignificantes, por exemplo, 
deveriam ser tratadas de acordo com essa insignificância. A severidade da lei penal 
deve ser drasticamente limitada. 
 Outro princípio em questão é a proporcionalidade da pena quanto ao fato 
criminoso. As penalidades devem ser proporcionais aos crimes que visam punir e não 
maiores que o necessário para a prevenção, pelo autor e por outras pessoas, do 
cometimento de novos delitos. Desenvolvendo conceitos baseados em um pré 
utilitarismo. Beccaria entendia que a pena só teria sentido se provida de uma utilidade 
específica, reconhecida na sua capacidade de prevenir novos crimes e não de aplicar 
qualquer forma de retribuição ou de vingança. Dessa forma, a pena não deveria ser 
apenas proporcional ao dano causado, mas também meramente suficiente para que, 
teoricamente, impedisse o cometimento de novos delitos pelo autor e dissuadir se 
outras pessoas de também fazer a punição excessiva e ineficiente, já que não apenas 
falha no papel de prevenir crimes, como também efetivamente ajuda a causá-los. Não 
basta uma limitação proporcional ao dano causado, é a limitação para a prevenção de 
novos delitos. Apenas Beccaria entendia como fundamental esclarecer que a punição 
excessiva seria um grande incentivador para comissão de novos delitos, entendendo 
o ser humano como um ser racional e detentor de livre arbítrio. Acreditava que se 
todas as penas fossem excessivas, não havia razão para alguém deixar de cometer 
os crimes mais graves como resultado de um cálculo de custo-benefício. Valeria a 
pena fazer o pior, já que a pena seria igualmente desagradável. Dessa forma, as 
penas deveriam ser limitadas à menor quantidade possível. 
 O princípio da legalidade consiste em que a lei escrita deve deixar claro quais 
atos são proibidos, assim como quais as sanções impostas para o cometimento de 
cada crime, reconhecido pela doutrina penal como um embrião do princípio da 
legalidade, conforme seria desenvolvido posteriormente por Feuerbach. A lei deveria 
não apenas ser escrita, mas também estrita, prévia e certa. A única forma de garantir 
novos crimes seria se a população soubesse efetivamente o que era proibido de se 
fazer, compreendendo tais proibições na sua literalidade e entendendo a punição que 
lhe seria aplicada. 
 A punição deve ser infligida de forma rápida e certeira, de forma a criar uma 
forte associação da mente das pessoas entre o crime e a sua inevitável punição. Em 
uma adaptação da teoria da associação de ideias de David Hume, Beccaria acreditava 
que a pena só conseguiria prevenir novos crimes se fosse associada mentalmente ao 
crime que visava a punir. Mais ou menos como quando a gente aprende que o fogo 
queima. Depois de um tempo, você pare de tentar encostar nas chamas, já que a dor 
que segue é imediata e a sua associação impede novas tentativas de tentar pegar o 
fogo pelo medo da dor da queimadura. A execução da punição aos autores de delitos 
deve ser livres de corrupção e preconceito. 
 Vivendo em meio a uma relação por vezes promíscua entre os magistrados e 
aqueles detentores do poder, além de aristocratas e clérigos; Beccaria compreendia 
que a pena deveria ser igual para todos. Isso não apenas garantia que os poderosos 
não poderiam safar se de punições quando necessárias, mas também que os mais 
fracos seriam tratados da melhor forma, já que as punições provavelmente seriam 
mitigadas para atender às demandas daqueles que até então não eram selecionados 
para serem punidos. 
 A obra de Beccaria serviu como base para os fundamentos da criação do 
Direito Penal e do Código Penal de diversos países, inclusive o Brasil. O Código Penal 
Brasileiro de 1940, inspirado nas ideias de Beccaria, é um exemplo pela qual a 
realidade do Direito Penal retratou de sua época não está muito distante da nossa, 
contanto com algumas aperfeiçoamentos e aprimoramentos. Exemplo disso, é o 
exemplo do jornal Gazeta de São Paulo, na página do site: 
https://www.gazetasp.com.br/noticias/memoria-maniaco-do-parque-aterrorizava-as-
mulheres-ha-23-anos/1090173/, que retrata a história dos crimes do serial killer 
Maníaco do Parque, que praticou seguidamente casos de estuprar 9 mulheres e 
feminicídio de outras onze no Parque Estadual Fontes do Ipiranga, em São Paulo, ano 
de 1998. Se fosse pela obra de Beccaria, os crimes do maníaco, estariam qualificadas 
no capítulo XXVII – Dos Atentados Contra a Segurança dos Particulares e 
Principalmente das Violências. 
https://www.gazetasp.com.br/noticias/memoria-maniaco-do-parque-aterrorizava-as-mulheres-ha-23-anos/1090173/
https://www.gazetasp.com.br/noticias/memoria-maniaco-do-parque-aterrorizava-as-mulheres-ha-23-anos/1090173/

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