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1 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ A bexiga funciona como reservatório para armazenamento e eliminação periódica da urina. Para que essas funções ocorram adequadamente, é necessário que a musculatura lisa vesical (detrusor) relaxe e haja aumento coordenado do tônus esfincteriano uretral durante a fase de enchimento da bexiga, e o oposto durante a micção. A coordenação das atividades da bexiga e do esfíncter uretral envolve complexa interação entre os sistemas nervosos central e periférico e os fatores regulatórios locais, e mediada por vários neurotransmissores. FORMAÇÃO DA URINA: FILTRAÇÃO: Sangue, ao entrar na capsula de Bowman, chega com pressão, fazendo com que algumas substancias entrem no néfron. Essas substancias passam a ser o “filtrado glomerular”. REABSORÇÃO: O filtrado segue pelo túbulo contorcido proximal, onde ocorre a absorção de substancias até chegar à alça de Henle. A porção descendente da alça é responsável pela reabsorção de água. A porção ascendente possui parede impermeável, fazendo com que aconteça o transporte ativo da água para sua reabsorção. Na é absorvido. SECREÇÃO: No túbulo contorcido distal Na é reabsorvido e acontece a secreção de H+ e amônia. Quando o filtrado passa pelo ducto coleto uma porção da água é absorvida e outra junta-se com ureia e é liberado com a urina. ANATOMIA DA BEXIGA: A bexiga é um órgão muscular oco, revestido internamente por epitélio transicional (urotélio). Essas células tem especialização para se adaptar ao volume urinário. Alguns pacientes podem apresentar uma anormalidade nessa função das células, fazendo com que as células não consigam se achatar, diminuindo a quantidade de liquido que consegue ser armazenado na bexiga. A biopsia é indicada para fazer esse diagnóstico. Externamente ao urotélio encontram-se a lâmina própria e as camadas muscular lisa e adventícia A camada muscular (musculo detrusor_ é constituída por fibras musculares lisas que formam feixes sem orientação definida, ramificam-se e reúnem-se livremente, proximal durante a micção O detrusor pode ser dividido em duas porções com base nas diferenças regionais de sua inervação: 2 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ 1. A porção localizada acima dos orifícios uretrais, denominada corpo vesical, que compreende sua maior parte 2. A base, que incorpora o trigono e o colo vesical CICLO MICCIONAL: A urina chega até a bexiga, o esfíncter uretral se encontra fechado. Nessa fase as células estão mais esféricas. Conforme a urina vai se acumulando, e passa a achatar as células. Um sinal é enviado pela medula. O sistema nervoso parassimpático estimula a contração, para que esvazie a bexiga. Animais com problemas ortopédicos podem ter dificuldade de urinar, já que sentem dor ou o sinal de contração é interceptado. O exame essencial para o diagnóstico é o de imagem. O funcionamento da bexiga é coordenado em diferentes níveis do SNC, sendo esses a medula, ponte e centros superiores. Isso acontece por meio de influencias neurológicas excitatórias e inibitórias, que se dirigem aos órgãos do trato urinário inferior (TUI), que é constituído por bexiga, aparelho esfincteriano e uretra, e da também da aferência sensitiva desses órgãos. Perifericamente, o TUI é inervado por três tipos de fibras: parassimpáticas, simpáticas e somáticas. COMO O SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO ATUA: Fase do enchimento: feita pelo sistema nervoso simpático, com a noradrenalina Fase de esvaziamento: feito pelo sistema nervoso parassimpático, com acetilcolina INERVAÇÃO DO SISTEMA URINÁRIO: Nervo hipogástrico excita colo da bexiga e uretra (esfíncter externo) e relaxa o corpo vesical 3 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ Nervo pélvico excita destrusor e relaxa uretra Nevo pudendo contrai e relaxa esfíncter externo da uretra e musculo diafragma pélvico FARMACOLOGIA: Mecanismos muscarínicos: receptores muscarínicos colinérgicos que realizam a contração da bexiga. Receptores β2 e β3 (adrenérgicos): relaxam a musculatura lisa Receptores alfa-adrenérgicos a1 e a2 são mais proeminentes na uretra FUNÇÃO DOS RINS: Essas funções ocorrem por meio de um complexo processo que envolve: filtração, reabsorção ativa, reabsorção passiva e secreção (formação da urina). Regulação da pressão sanguínea arterial Controle do equilíbrio eletro hídrico Controle do equilíbrio ácido base Secretar renina e eritropoietina Excreção de restos metabólicos celulares, como ureia, creatinina e ácido úrico ASPECTOS MORFOLÓGICOS DAS PRINCIPAIS ESTRUTURAS ENVOLVIDAS COM O EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO: ABSORÇÃO DE ELETRÓLITOS E ÁGUA: Intestino grosso e delgado A ELIMINAÇÃO DE ELETRÓLITOS E ÁGUA ACONTECE POR: Fezes Urina Pele Glândulas sudoríparas Respiração REGULAÇÃO: Rins Sistema nervoso central autônomo Sistema endócrino Metabolismo celular Perdas invisíveis em metabolismo fisiológico, como arfar O organismo é feito 60% de água, liquido esse que sofre perdas durante o dia a dia, por isso a ingestão de água deve ser igual a perda. 4 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ PERDAS DIÁRIAS: Respiração: 0,4 litros Urina: 1,2 litros Transpiração: 0,6 litros Evacuação: 0,1 a 0,3 litros Total: 2,5 litros Um animal poliúrico é um animal que urina em grande quantidade. Os cães tendem a fazer suas trocas gasosas em forma de arfar. Deve existir um balanço perfeito entre ingestão de água e a sua perda. ADH – HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO: AÇÕES: Aumentar reabsorção de água Contração da musculatura lisa REGULAÇÕES: Volemia PA Osmolaridade O osmorreceptor capta o nível de sódio sanguíneo. O ADH impede a perda de água e dá a sensação de sede. O paciente renal crônico tem polidipsia e poliúria. O rim não responde ao ADH, fazendo com que o paciente continue urinando muito. Alteração no pH sanguíneo causa desnaturação proteica, o que leva a risco de morte iminente. A água demais no sangue causa anemia por diluição. BIOSSINTESE DO CALCITROL: Hormônio derivado da Vitamina D ou 1,25(OH)2 vitaminas D). Animais renais crônicos tem problemas de cálcio porque tem dificuldade de biossíntese da vitamina D, já que essa vitamina está diretamente ligada ao metabolismo de cálcio. METABOLISMO PROTEICO – BUN: BUN são produtos nitrogenados. A creatinina pode ser fisiologicamente aumentada em alguns animais O aumento de creatinina pode estar ligado a catabolização 5 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ ASPECTOS MORFOFUNCIONAIS DOS RINS NO SUPRIMENTO SANGUÍNEO: A FORMAÇÃO DE URINA PELOS RINS ENVOLVE TRÊS PROCESSOS PRINCIPAIS: 1. Filtração: processo mecânico (tamanho) 2. Reabsorção: volta para a corrente sanguínea 3. Secreção: urina Para um paciente demonstrar sinais de doença renal, precisa ter perdido 75% dos néfrons. FILTRAÇÃO: O corpúsculo renal (ou Malpinghi) consiste em: Glomérulo Enovelamento de capilares Cápsula de bowman Células com tamanho para passar pelas frestas dos vasos e podocitos vão para a capsula e serão filtradas. Quando acontece a vasodilatação, essas fissuras aumentam, fazendo com que as células maiores também consigam passar. Sendo assim, proteinúria é um achado laboratorial de problemas renais. Fluidos e pequenos solutos são forçados sob pressão, para fluir para o interior do espaço capsular. A pressão hidrostática e oncótica indica o nível de filtração que vai acontecer.Isso é a permeabilidade seletiva. O tamanho para passar pela filtração é de <1,8nm (7.000d) >4,4 NM (70.000 d) não são filtradas, como a albumina A albumina não deve aparecer na urina, isso indica inflamação glomerular. Entre 1,8nm (7.000 d) e 4,4 nm (70.000 d) vai depender da carga, já que ânions são pobremente filtrados. Depende do total de proteínas plasmáticas Paciente renal crônico precisa comer apenas proteínas essenciais para conseguir utilizar e não sobrecarregar o corpo. DENSIDADE URINÁRIA: Valor de referência: 1,002 a > 1,050 Cães: >1,025 6 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ Gatos: >1,030 Isostenúria: 1,008 a 1,012 Hipostenúria: <1,008 VAI DEPENDER (FISIOLOGICAMENTE) DE: Ingestão de água Estado de hidratação Glicose, manitol e contrastes Fluidoterapia, diuréticos e glicocorticoides SINAIS CLÍNICOS: Hiporexia – anorexia – alotriofagia Perda de peso Perda de massa muscular Poliúria Polidipsia Vômito (esporádico) Halitose Estomatites e gastroenterites Diarreia esporádica devido a inflamação do trato gastrointestinal Anemia arregenerativa Acidose metabólica Hipertensão sistêmica Paciente renal crônico deve ser acompanhado tanto pelo médico veterinário, quanto pelo tutor. Os vômitos esporádicos devem ser tratados quando acontecer mais de um episódio durante o mesmo dia. Sempre que o vômito ocorrer, o animal deve ser reidratado. O animal crônico é um animal inflamado, então é preciso ter cuidado redobrado com a cavidade oral, principalmente por causa da imunossupressão. Sempre avaliar a boca do paciente. Comum em animais idosos Prevalência na espécie felina (2/3x maior que nos cães) Perda gradativa, permanente e irreversível dos néfrons Substituição do tecido renal por tecido conjuntivo fibroso Diminuição das funções metabólicas, endócrinas e excretoras deste órgão Os vasos do paciente renal crônico tendem a inflamar, fazendo com que as células de seu epitélio sejam substituídas por tecido fibroso, dificultando a sua dilatação. Essa dificuldade faz com que o coração precise suprir a oxigenação aumentando sua contratilidade. Sendo assim, o paciente renal tende a evoluir para paciente cardiopata. DIAGNÓSTICO: Anamnese Exame físico Pressão arterial sistêmica EXAMES: Urinálise Ureia e creatinina Relação UPC SDMA Eletrólitos (K, Na, Ca, P04) Exames de imagem 7 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ A fibrose causa a perda de diferenciação de Medular e Cortical, tornando todo tecido um só acarretando perda da função de todas as estruturas. CREATININA: Mensurada em jejum de 10-12 horas Tentar manter padrão de técnica e laboratório Toda doença que causa degradação de musculatura deve ser levada em consideração, já que a creatinina tem relação direta com a catabolização Definir oscilação individual Correlacionar com avaliação sequencial peso, IMM Lembrar que pode aumentar em eventos pré e pós renais Estagiar a DRC O valor de creatinina varia entre raças e espécies diferentes. TIPOS DE DRC: TIPO I: Brusca piora da função cardíaca, levando a lesão renal aguda. TIPO 2: Anormalidade crônicas na função cardíaca, causando doença renal crônica progressiva. TIPO 3: Abrupta deterioração da função renal casando disfunção cardíaca aguda. TIPO 4: Estado de doença renal crônica contribuindo para a diminuição da função cardíaca, hipertrofia cardíaca e ou aumento de risco de eventos cardiovasculares adversos. TIPO 5: Condição sistêmica (por exemplo, sepse), causando disfunção tanto cardíaca e renal. Doença sistêmica afetando o rim e o coração. Potássio alto está ligado a obstrução. O cálcio alto não é comum em DRC, e sim em pielonefrite. Em hiperpotassemia pode ser feito reposição de glicose, já que a glicose libera a insulina. A insulina faz a entrada de glicose do potássio nas células, diminuindo o potássio da circulação. Existem também estimulantes de calcitonina, que faz com que o cálcio volte a ser absorvido pelo osso. ESTÁGIOS DA DOENÇA RENAL CRÔNICA: ESTÁGIO 1: Sem azotemia Creatinina canino - <1,4 Creatinina felino - <1,6 SDMA >14 ESTÁGIO 2: 8 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ Azotemia discreta Creatinina canino – 1,4 – 2 Creatinina felino – 1,6 – 2,8 SDMA >14 +-25 ESTÁGIO 3: Azotemia moderada Creatinina canino – 2,1 – 5 Creatinina felino – 2,9 – 5 SDMA aumento moderado / +-25 ESTÁGIO 4: Grave Creatinina canino >5 Creatinina felino - >5 SDMA aumento intenso +-25 / +- 45 SINAIS CLINICOS DO ESTADO UREMICO: NEUROLÓGICA CENTRAL: Sonolência ou coma Tremores Convulsão Desorientação e confusão CARDIOVASCULAR: Aterosclerose acelerada Miocardiopatia Pericardite HEMATOLÓGICA: Anemia Quimiotaxia neutrofilica Alteração nas funções dos linfócitos Distesias hemorrágicas Fadiga muscular DERMATOLÓGICAS: Prurido Calcificação distrófica Alteração de pigmentação GASTROINTESTINAL: Anorexia Náuseas e vômitos Estomatite e gengivite Gastrite Duodenite Ulcera péptica PULMONAR: Edema pulmonar Pneumonite Pleurite fibrinosa ENDÓCRINAS: Hiperparatureoidismo secundário Intolerância aos carboidratos Resistência insulínica Dislipidemias Atrofia testicular Disfunção ovariana OFTÁLMICA: Calcificação conjuntival Calcificações cornais 9 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ TRATAMENTO DA DRC – GLOMERULONEFRITE: Retardar a progressão da DRC e preservar a função renal restante por mais tempo Proporcionar qualidade de vida reduzindo os sinais clínicos da DRC TRATAMENTO DA DRC: ESTÁGIO 1: Poucos sinais extra-renais clínicos e a ênfase terapêutica está na redução da progressão. Descontinuar qualquer medicação potencialmente nefrotóxica Identificar e tratar alterações pré e pós renais Descartar condições como pielonefrites, nefro e urolitíase com exames de imagem Verificar a pressão arterial e realizar UPC Manejo hídrico, já que pode ou não haver desidratação Em casos de desidratação, realizar fluidoterapia IV ou SC com fluido de escolha, seja Ringer com Lactato ou NaCl 0,9%. Sempre fornecer água potável. ESTÁGIO 2: Poucos sinais extra-renais clínicos e a ênfase terapêutica está na redução da progressão. Mesmas indicações do Estágio 1 Considerar o uso de dieta terapêutica para pacientes renais TRATAMENTO DO FÓSFORO NO ESTÁGIO 2: Cães: redução do consumo para pacientes crônicos em que o nível de P sanguíneo fique abaixo de 4,6mg/dL, mas acima de 2,7mg/dL pode ser benéfico para pacientes com DRC. Gatos: podem ter P normais, porém podem ter PTH aumentando, por tanto manter os níveis sanguíneos abaixo de 4,6 mg/dL, mas acima de 2,7 mg/dL também é benéfico. Hiperfosfatemia – Calcinose = lesão endotelial Hiperfosfatemia – FGF23 – fibrose miocárdica Estágio Denominação Fósforo sérico I Doença renal crônica com azotemia leve 4,5mg/dL II Doença renal crônica com azotemia moderada 5,9mg/dL IV Doença renal crônica com azotemia intensa 6,0mg/dL Se mesmo com a restrição na dieta, os níveis de P estiverem elevados, utilizar quelantes de fósforo. Hidróxido de alumínio Carbonato de alumínio Carbonato de cálcio Dose inicial de 30 a 60mg/kg/dia dividido após as refeições. Monitorar níveis de Ca e P a cada 4 a 6 semanas, até estabilização dos sinais clínicos e parâmetros laboratoriais. Gatos que apresentam hipocalcemia: citrato de K ou gluconato e K devem ser suplementados, 1 a 2mmol/kg/dia. Os níveis ideias são de0,8%(MS) ou 0,15g. QUELANTES INTESTINAIS: Sempre administrar juntamente ao alimento. A quantidade deve ser dividida de acordo com a porção de cada alimentação do dia. Serve para minimizar a retenção de fosforo presente na dieta do animal. Trata a Hiperfosfatemia. Carbonato de cálcio (90mg/dL/kg/dia) – levar em consideração que induz hipocalemia 10 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ Hidróxido de alumínio (90mg/dL/kg/dia) – fármaco de eleição Hidrocloridrato de sevelamer – é proibido ao comercio, mas sua resposta é muito boa (160kg/dia) O sevelamer também auxilia na melhora da hipercolesterolemia, pode ser associado a constipação e ainda não possui estudos em cães e gatos. ALGUNS PROCESSOS QUE AGRAVAM A HIPOCALEMIA: Caliurese Disorexia Êmese Em cães, excesso de fluidoterapia REPOSIÇÃO: CITRATO DE POTÁSSIO (JUNTO AO ALIMENTO) Cães: 40-75mg/kg/BID Gatos: 50-100mg/kg/BID Aumenta a absorção do alumínio e controla a acidose metabólica. ALIMENTAÇÃO DURANTE O TRATAMENTO: Proteína de alta digestibilidade Utilização do ômega Uso de fibras fermentáveis na dieta, já que fornece energia para as bactérias do TGI, se proliferam e consomem amônia. Diminui a concentração de compostos nitrogenados por sua excreção por via fecal. Ácidos graxos EPA e DHA Antinflamatórios Redução da pressão no capilar glomerular, diminuição da proteinúria e da progressão da baixa de TFG Antioxidantes Diminuição das espécies reativas de oxigênio ocorrida pela hipoxia nos nefros TERAPIA PARA DIMINUIÇÃO DA ACIDOSE METABÓLICA: Adequação nutricional Manter hidratação Suplementação oral de bicarbonato de sódio (8 a 12mg/kg) Citrato de potássio (aumenta a absorção de alumínio e aumenta o potássio sérico) ESTAGIO 3: Os sinais extra-renais se tornam mais comuns e mais graves. Mesmos tratamentos do estágio 1 e 2 Manter nível de P <5mg/dL Uso de calcitriol com cautela em cães quando há monitorização de Ca ionizado, P e PTH (calcitriol 1,5 a 3,5mg/kg/dia) ESTAGIO 4: Mesmo tratamento do estagio 1, 2 e 3 Níveis de fosforo <6mg/dL Considerar uso de sondas enterais Proporcionar qualidade de vida ao paciente renal Tratamento de suporte de acordo com a apresentação dos sinais clínicos Tratamentos sintomáticos para melhorar a quantidade de vida sendo mais relevantes do que para retardar a progressão da DRC. Os inibidores de ECA inibem o receptor AT1 e AT2. O receptor de AT1 não é bom para o paciente renal crônico, então deve ser optado por bloqueadores específicos de ATI. Os bloqueadores de ATI ocasionam vasoconstrição, hipertensão, proliferação ML vascular, pró inflamatório entre outros. 11 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ TRATAMENTOS DA DCR EM GERAL: Hipertensão: reduzir para <160mmHg e minimizar o risco de danos extra-renais Em gatos bloquear canais de cálcio com anlodipino 0,125 a 0,25mg/kg ou bloquear receptor de angiotensina I com telmisartan 2mg/kg Em cães IECA com benazepirl 0,5mg/kg Não existe comprovação cientifica que diminuir o nível de sódio da dieta influencia a melhora da TFG ou da hipertensão arterial sistêmica. Em casos de proteinúria, os níveis limítrofes de UPC devem ser acompanhados 1. Investigar doença associada que possa ser tratada 2. Considerar a biopsia renal como meio de identificar doença adjacente 3. Administrar inibidor do RAAS e deita coadjuvante 4. Monitorar resposta ao tratamento e progressão da doença 5. Concentração estável de creatinina e diminuição da UPC significa boa resposta 6. Aumento de creatinina ou aumento de UPC significa que a doença está progredindo Quanto mais precoce é diagnosticada a DRC, maior o tempo de progressão da doença e de realização do acompanhamento e tratamento corretos. Restrição de fósforo retarda a progressão da doença Equilíbrio entre teor de proteína e perda de massa muscular Garantir a ingestão ideal de kcal e nutrientes Proporcionar qualidade de vida no estágio final da DRC USO DE SONDAS ENTERAIS: Indicada quando apresentar anorexia, hiporexia ou apetite depravado Fornecer a quantidade ideal em kcal e nutrientes Facilitar manejo de medicações e fornecimento de água por via oral Uso de fibras fermentáveis na dieta auxilia fornecendo energia para as bactérias do trato TGI, que se proliferam e consomem amônia. Também diminui a concentração de compostos nitrogenados por sua excreção por via fecal. Os ácidos graxos EPA e DHA ajudam na redução da pressão no capilar glomerular, da proteinúria e da pressão da TFG. Os antioxidantes diminuem espécies reativas de oxigênio pela hipoxia dos néfrons. SONDA NASOESOFÁGICA – NASOGÁSTRICA OU ESOFÁGICA: Estagio de doença renal crônica Possibilidade de anestesia geral Tempo de permanência com a sonda enteral varia Injúria súbita, continua do parênquima renal (hemodinâmica, filtração, tubulointesrticial ou fluxo tubular). PODE SER: Pre renal Intrínseca Pós renal MECANISMO ISQUÊMICO: Grandes cirurgias Sangramentos Choque cardiogênico Hipotensão grave 12 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ MECANISMO NEFROTÓXICO: Cádmio Mercúrio Etilenoglicol Contraste radiológico Antibióticos COX 1: A prostaglandina aumenta a produção de muco estomacal para proteção contra ácido, já que a prostaglandina faz metabolismo e controle de sódio do organismo. Esse efeito é fisiológico e acontece por indução da COX1. COX 2: São os efeitos inflamatórios, como aumento de temperatura local, dor, rubor e edema. Sempre que utilizar um antinflamatório, utilizar um protetor gástrico, já que pode causar úlcera e gastrite. FISIOPATOLOGIA: CRÔNICO: Progressivo e irreversível. Prognostico a longo prazo é reservado e a curto é bom. Lesões estruturais renais irreversíveis Declínio progressivo da função Diferentes alterações metabólicas AGUDA: Leva a óbito. Prognostico a curto prazo é reservado. Quando passa a ser a longo, tende a ser bom. Isquêmico, tóxico ou infeccioso Comprometimento súbito da função Azotemia abrupta Acidose metabólica Oliguria (hipercalcemia) Hiperfosfatemia (hipocalcemia) ACHADOS LABORATORIAIS: Anemia por diluição ou hemolítica Leucopenia Hiponatremia dilucional Acidose metabólica Altas concentrações séricas de ureia, creatinina, fosfato e potássio Hipocalcemia (Hiperfosfatemia) O ideal é avaliar duas vezes ao dia. Aumento de ureia e creatina é comum em gatos obstruídos. FASES DE EVOLUÇÃO DA IRA: 1. Indução 2. Extensão 3. Manutenção 4. Recuperação INDUÇÃO: Inicia-se com insulto isquêmico, tóxico ou obstrutivo. Poe durar horas a dias, não sendo facilmente identificado (concentração de urina e TFG). EXTENSAO: Perpetuação do insulto. Acontece hipoxia (apoptose e necrose) e resposta inflamatória. MANUTENÇÃO: Obstrução tubular 13 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ Perda da bordarua em escova Perda da polaridade celular Acumulo de cilindros Injuria celular por pressão Destacamento celular da membrana basal As intervenções nesta fase são menos eficazes. EVOLUÇÃO: Recuperação renal total (5%) Óbito (60%) Recuperação parcial (15%) Passa a ser doente renal crônico (20%) – alteração de glomérulo e urina diluída FISIOPATOLOGIA DA RECUPERAÇÃO: Remoção da injúria Reajuste da polaridade celular Migração de células viáveis (papila renal) Remoção das células mortas e cilindros Regeneração celular (renovação do epitélio tubular) Determinar a concentração urinaria de protina, determinar a concentração urinariade ceratininta célula e a relação proteína/creatinina. CÁLCULO DE RELAÇÃO: Proteína / creatinina urinária Anormal: > 1 PROGNOSTICO E DESFECHO: Dependerá de: Causa base (nefrotoxina geralmente é pior que infeccioso) Extensão da injuria renal Presença de comorbidades Grau de comprometimento sistêmico Eficiência no diagnóstico e abordagem terapêutica EXAMES COMPLEMENTARES: Urinálise Hemograma Bioquímica – uréia e creatinina GGT urinaria UPC Hemogasometria ECG Rx de tórax: cardiomegalia e congestão pulmonar por sobrecarga hídrica US renal: hidronefrose e/ou hidroureter por obstrução do trato urinário ENZIMÚRIA URINÁRIA – INTERPRETAÇÃO: O aumento na atividade de enzimas urinárias GGT tem sido detectado em nefropatias induzidas pela gentamicina, mesmo quando os testes de função renal são normais, sugerindo que as enzimas urinarias podem ser uteis na detecção de lesões renais precoces. CALCULO DA RELAÇÃO: GGT urinária/creatinina urinária Normal: aproximadamente entre 6 a 14. PRINCIPAIS ACHADOS DA URINÁLISE EM LESÃO ATIVA: LRA Densidade diminuída ou normal Proteinúria moderada ou alta 14 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ Sedimentos ricos em hemácias, células, cilindros ou leucócitos PRINCIPAIS ACHADOS DA URINÁLISE EM LESÃO NÃO MAIS ATIVA: DRC Baixa densidade, geralmente isostenúria Proteína baixa ou ausente Sedimento pobre, podendo haver leucocitúria TRATAMENTO DA LESÃO RENAL AGUDA: Balanço hídrico Nutrição Uremia Balanço eletrolítico Manutenção do aporte calórico Monitoração do debito urinário Adequação da terapia de base FLUIDOTERAPIA DE REPOSIÇÃO: Grau de desidratação (%) x peso (kg) x 10 = quantidade mL / hora Os volumes mencionados não se aplicam aos animais com ICC e IRA oligúrica. Cada caso merece atenção especifica. Sempre monitorar o debito urinário. TRATAMENTO OLIGÚRIA: FUROSEMIDA: Desobstrução tubular Decréscimo de hemoglobina e mioglobina Ototoxidade (não usar na IRA por radiocontraste) 2 a 4 mg/Kg/IV SE EFICAZ EM ATÉ UMA HORA: Em bomba de infusão: 0,25 a 1mg/kg/hora/24-48h Sem bomba de infusão: 2 a 6 mg/kg a cada 6 horas/3 a 4 dias SE INEFICAZ EM ATÉ UMA HORA: Repete ate o dobro mais uma vez MANITOL: Efeito osmótico Diurese – aumento da pressão e fluxo intratubular – aumento de excreção de mioglobulina e fosfato Manitol 10 ou 20% é administrado na dose de 0,5 a 1kg/kg em bolus lento durante 15 a 20 minutos DOPAMINA: Vasodilatador renal Aumento da excreção urinaria Pode causar taquiarritmias e necrose digital e visceral A dopamina é uma catecolamina e um agente vasodilatador renal com potencial de aumentar o fluxo renal, a filtração glomerular e a excreção renal de sódio TRATAMENTO DA DOENÇA RENAL: A acidose é em geral, parcialmente pensada por uma alcalose respiratória. A terapia com bicarbonato deve ser reservada para animais com pH sanguíneo menor ou igual a 7,15. A hipercalemia deve ser prontamente tratada com administração intravenosa lenta em bolus de bicarbonato de sódio (1 a 2 mEq/kg) ou com insulina regular (de 0,25 a 0,5U/kg/IV) seguida de dextrose (4mL de dextrose 50%) por unidade de insulina administrada. Para hipocalcemia grave, o gluconato de cálcio (solução a 10%) é administrado na dose de 0,5 a 1ml/kg em bolus intravenoso em 10 a 15 minutos, com antagonista especifico para toxicidade cardíaca, como é necessário para correção dos distúrbios eletrocardiográficos. 15 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ DIÁLISE PERITONEAL: Invasivo Paciente fica com acesso por muito tempo e corre risco de desenvolver sepse, expondo a morte Mais barata Pode ser feito em ambiente laboratorial Sem utilizar agulhas Possibilita uma dieta mais livre, mas tem risco de peritonite COMPLICAÇÕES DA HEMODIÁLISE: Síndrome do desequilíbrio Coagulação no sistema Anemia Hipertensão ou hipotensão Interações complexas entre os dois órgãos. Ambos são reguladores de funções vitais Pressão sanguínea Tônus vascular Diurese e natriurese Homeostase do volume circulante Perfusão periférica Oxigenação tecidual Condição fisiopatológica na qual existe uma combinação de disfunção cardíaca e renal que amplifica a progressão da falência individual e que implica em aumento significativo da morbidade e mortalidade neste grupo de doentes. Alta frequência na clinica de pequenos animais e pode acontecer por: Uropatia obstrutiva Diabetes melittus Sistema imunológico comprometido Mudanças hormonais Tumores Cálculos 16 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ Escherichia coli (principal) Staphylococcus, proteus, Enterococcus, klebsiella, Streptococcus, enterobacter, chlamydia e pseudomonas ANAMNESE: Hematúria, disuria, estranguria, polaciuria, Periúria, iscúria Consumo de água História pregressa Alimentação EXAME FÍSICO: Palpação da bexiga cheia e vazia Consistência da bexiga Alterações extra urinarias (coluna, osteopatias e neoplasias) EXAMES LABORATORIAIS: Urinálise (bactérias, células epiteliais, sangue e leucócitos) Exames bioquímicos Hemograma EXAMES DE IMAGEM: Ultrassonografia Radiografia TRATAMENTO SEM OBSTRUÇÃO: Mudar a deita (seca, úmida, cristalúria) Aumentar o fluxo urinário: densidade da urina <1,040, Estimular ingestão de água ANTINFLAMATÓRIOS E ANALGÉSICOS: Esteroides – 1mg/kg BID 10 dias Não usar em gatos sondados AINES: Meloxicam – 0,02 – 0,05mg/kg SID 3 dias Não usar em gatos com doença renal Não usar fenazopiridina ANTIDEPRESSIVO: Amitriptilina – 2,5 – 10 mg/gato SID Efeito anticolinérgico, anti-histamínico, analgésico e propriedades anti- inflamatórias ANALGÉSICOS/TRANQUILIZANTES: Prazozina – 0,5/gato BID TID Acepromazina – 0,05/kg TID QID Tramadol – 1 – 4mg/kg BID TID Dipirona – 25mg/kg SID ANTIBIÓTICOS: Somente após cultura. CONTROLE DO ESTRESSE: Evitar mudanças no ambiente Aumentar a interação proprietário x gato Evitar introduzir novos animais no território Feromônio facial Feliway – ansiolítico ÁGUA: Vasilha ampla e rasa Água fresca Gelo (sorvete de atum) Limpeza frequente 1 felino precisa de 3 potes de água Água corrente TRATAMENTO COM OBSTRUÇÃO: TAMPÃO URETRAL: Pode ocorrer em todas as DTUIF Matriz proteica 17 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ Matriz cristalina PRIMEIROS OBJETIVOS: Controle de dor – choque Restabelecer o fluxo urinário Corrigir alterações hidroelétricas Azotemia (verificar possibilidade de dano renal) Hipercalemia (hipocalcemia pós desobstrução) Acidose metabólica RESTABELECER FLUXO URINÁRIO – SONDAGEM URETRAL: Analgésico Antiespasmódicos (acepromazina 0,05mg/kg IM) Anestesia geral x epidural Cistocentese Abordagem imediata e detalhada das principais alterações sistêmicas. Abordagem imediata e detalhada das principais alterações sistêmicas Dosagem eletrólitos Pacientes críticos: monitorização ECG Estabilização previa a desobstrução Nunca utilizar valores azotemico pre- desobstrução como índice prognostico Sempre o material de desobstrução limpo Sempre lavar a bexiga Manter o gato por 48h em observação Não manter sondado se a urina ficar fisiológica MANEJO DA HIPERKALEMIA: Diluição K – fluidoterapia IV Antagonizar efeitos K – gluconato de cálcio Aumentar K intracelular – insulina + glicose, terbutalina Aumentar excreção K – reestabelecer fluxo urinário DESOBSTRUÇÃO: Sempre depois de estabilizar e protocolo de manejo de dor eanestesia. ANESTESIA PARA SONDAGEM Protocolo depende do grau de azotemia e eletrolítico Suprimir dor e reflexo muscular uretral Facilitar manipulação do pênis Epidural, sacrococcígea, geral (injetável, inalatória) PROCEDIMENTO DE SONDAGEM: Cistocentese descompressiva – diminui a pressão e forca necessária para avançar o ponto de obstrução Massagem peniana Sondagem uretral delicada (mucilagem) Respeitar curvaturas anatômicas da uretra Tricotomia + assepsia cirúrgica da região perineal Escolha da sonda Urohidropropulsao retrograda – FLUSH Lavagem vesical Fixação da sonda CUIDADO PÓS SONDAGEM: Diurese/hipokalemia após desobstrução Lavagem da bexiga com SF amornada Animais 8x mais dispostos a ITU após sondagem Analgesia 18 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ QUANDO FIXAR A SONDA URETRAL: Fluxo urinário insatisfatório Hematúria intensa Cristalúria intensa Suspeita de ruptura de uretra Sondagem difícil Coagulo em bexiga POR QUE EVITAR A PENECTOMIA: Estenose cicatricial Infecções urinarias crônicas Dermatite peri-uretral Incontinência urinaria Corrigem apenas um dos sintomas Manifestações clinicas do gato com doença idiopática do trato urinário inferior. No momento do estresse, todos os sinais do sistema nervoso simpático têm que durar pouco tempo, para a taquicardia não sobrecarregar o coração. A catecolamina é liberada aos poucos em resposta. Em felinos, a quantidade de catecolamina liberada é muito maior. Tanto a produção quanto liberação são muito maiores que as dos outros animais. O gato com muita concentração de catecolamina tende a não conseguir urinar, fazendo com que a estrutura fique extremamente dolorida. A urina passa a danificar a camada protetora, deixando todo o estrato local danificado. Nessa fase acontece a informação de dor, que é enviada para o sistema nervoso central. O animal passa a apresentar hematúria devido a degradação do trato urinário. Nesses casos, o animal não está obstruído por motivos mecânicos, e sim por dor. A Síndrome de Pandora caracteriza-se como um conjunto de sinais clínicos e distúrbios do trato urinário inferior em felinos. Ela possui caráter crônico e seu diagnóstico é realizado após a exclusão das demais possíveis doenças do sistema urinário. Existem várias hipóteses sobre os fatores que podem deixar o indivíduo suscetível a esta enfermidade relacionados a alterações neurológicas, endócrinas, imunológicas e até mesmo psíquicas, uma vez que animais sob estresse tendem a manifesta-las mais frequentemente. Acredita-se que gatos machos, de raça pura, pelo longo, com excesso de peso sejam mais predispostos a desenvolver esta síndrome. Entre as raças, supõe-se que o persa seja mais suscetível. 19 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ A Síndrome de Pandora é o termo mais recente usado para denominar um conjunto de distúrbios resultantes da Cistite Intersticial felina, que não caracteriza apenas problemas no trato urinário inferior, mas também aspectos psicológicos e endócrinos. LIBERAÇÃO DE CATECOLAMINA: LIBERAÇÃO DE CATECOLAMINA EM FELINOS: A urina é um ambiente hostil para bactérias naturalmente devido seu pH. A bexiga dos felinos possui uma camada protetora de peptidio-amino-glicano. Por isso a frequência de infecção bacteriana em bexiga é maior em caninos do que em felinos. Outro diferencial entre essas espécies, é a concentração urinária. Presença de concreções em qualquer porção do trato urinário. URÓLITOS: Classificação quanto a composição química: SIMPLES: > 70% de sua estrutura composta de apenas um tipo de mineral. MISTOS: Praticamente uma camada identificável, com mais de um componente e nenhuma ultrapassa 70%. COMPOSTOS: Presença de camadas justapostas de diferentes composições, com pelo menos 70% de um mesmo mineral numa camada, e de outro mineral em outra camada. Inflamação da pelve e do parênquima renal Alteração tubulointesrticial supurativa Infecção ascendente: bacilos gram – do intestino Rara infecção hematógena ou por parasitas na pelve renal (dioctophyme renale) Refluxo anormal de urina com bactérias Refluxo vesicouretral do TUI para pelve e tubos coletores Relacionado a aumento da pressão vesical (obstrução uretral) Fêmeas são mais suscetíveis 20 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ TRATAMENTO: Evitar fármacos nefrotóxicos (aminoglicosídeos e tetraciclinas) Na falta de cultura com antibiograma optar por fármacos reconhecidos por sua ação na urina (penicilina, ampicilinas, amoxicilina e cefalosporina) Pielonefrite e prostatites – sulfa com Trimetoprim e Quinolonas PARTICULARIDADES NA TERAPÊUTICA COM ANTIBIÓTICOS: DOXICICLINA: Menos nefrotóxica que oxitetraciclina Dose: 5mg/kg Efeito em felinos: descoloração e hipoplasia do esmalte dentário, esofagite, estenose de esôfago OXITETRACICLINA – TERRAMICINA E TETREX: Granuloma no local de aplicação Netrotoxicidade Descoloração e hipoplasia do esmalte dentário Febre Dose: 16/kg TID VO ou 7mg/kg BID SC IM ENROFLOXACINA – BAYTRIL – FLOTRIL E ENROPET Excreção renal *CUIDADO* em gatos com doença renal Degeneração de retina (risco em idade avançada, doses altas, uso prolongado e infusão IV) Uso indiscriminado – agenstes resistentes Granuloma no local Dose: 2,5mg/kg BID ou 5mg/kg SID ESTREPTOMICINA E DIIDROSESTREPTOMICINA (PENTABIOTICO): Indução de neuro, nefro e Ototoxidade Efeitos em felinos: ataxia, andar cambaleante, alteração na postura perda de audição Bloqueio neuromuscular e paralisia respiratória Hematúria Disúria Polaciúria Periúria Obstrução uretral INFLAMAÇÃO NEUROGÊNICA: Dor Edema Ruptura de pequenos vasos Espasmos vesico-uretrais Inflamação Baixa de GAGs DURANTE A ANAMNESE QUESTIONAR: Consumo de água História Alimentação Investigar hematúria, disuria, estranguria, polaciuria, Periúria e iscúria 21 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ EXAME FÍSICO: Palpação da bexiga Consistência da bexiga Alterações extra urinárias (coluna osteopatias, neoplasias e etc) EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGENS: Urinálise (procura de microorganismos) Exames bioquímicos Hemograma Ultrassonografia Radiografia MECANISMO DE DEFESA: INTEGRIDADE ANATÔMICA E MICROBIOLÓGICA: Coisas que aumentam a predisposição para contaminação bacteriana Comprimento da uretra Vulva infantil Microbiota da genitália externa Ureter ectópico Divertículo vesical Fistulas uretro-retal INTEGRIDADE FUNCIONAL E MICÇÃO: Fluxo urinário adequado Frequente Completo (volume residual) Urolitíase Estenose Neoplasia INTEGRIDADE METABÓLICA E IMUNOLÓGICA: Características da urina Diabetes innsipidus Diabetes melitus Terapia imunossupressora CLASSIFICAÇÃO DE INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO: Sintomática: Assintomática SINTOMÁTICA: Pode ser complicada ou não complicada. Incontinência Polaquiuria Disuria Estranguria Hematúria Piuria ASSINTOMÁTICAS: Subclínica. Bacteriúria INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO NÃO COMPLICADA: 22 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ Sem alteração estruturais, metabólicas ou funcionais Alterações reversíveis dos mecanismos de defesa Sucesso na terapia em curto período INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO COMPLICADA: Não é facilmente eliminada com um único curso de tratamento Muitas vezes associada com a alteração anatômica metabólica ou funcional Maisque três episódios ao ano Menos comumente por causa de padrões inerentes a resistência do uropatógeno CAUSAS DE AFECÇÕES DE TRATO URINÁRIO EM FELINOS AO LONGO DA VIDA: GATOS COM MENOS DE 10 ANOS DE IDADE: Idiopática: 60 a 70% Urolitíase: 10 a 20% Comportamentais: 10% Infecções bacterianas: <25 Neoplasia: <1% GATOS COM MAIS DE 10 ANOS DE IDADE: Infecções bacterianas: >50% Idiopática: 5% Urolitíase: 505 Neoplasia: não citado Micção involuntária. Sem risco de vida, porem frustrante para o proprietário. Erros na OSH, como utilização de fio de nylon podem ocasionar incontinência urinaria. A incontinência urinária é uma micção involuntária. O animal não esvazia e bexiga totalmente, passando a gotejar. Muitas vezes o tratamento é frustrante, porque o diagnostico não é tão fácil de ser feito. Se o ureter tiver pequenas áreas de fibrose, já pode acontecer a incontinência, mas não é fácil de ser observado em ultrassom. As terapias medicamentosas levam a muitos efeitos colaterais que desencorajam o tratamento em seus pets. Animais obesos tendem a ter mais incontinência que os em escore adequado, assim como vagina infantil e outras alterações anatômicas. A IC pode desenvolver uma infecção de trato urinário (ITU) complicada. A recidiva pode fazer com que o paciente se torne resistente a antibióticos. Normalmente a causa da incontinência é alteração anatômica. CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA: Neurogênica Não neurogênica Funcional Anatômica Adquirida Congênita ANAMNESE: Idade (castração e identificação) Antecedentes mórbidos (urogenital e neurológico) Histórico de trauma Terapias previas (corticoides ou diuréticos) Toque retal: próstata, tônus anal e uretral pélvica Atenção particular: urogenital e neurológico 23 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ Avaliar micção: postura, características do jato e volume residual (0,2 a 0,4ml/kg) Palpação abdominal: bexiga (antes e após micção), distensão, tônus e estimulo de micção EXAME FÍSICO: Próstata Tônus anal Uretral pélvica EXAMES COMPLEMENTARES: Hemograma + perfis séricos (bioquímico e eletrolítico Urocultura (qualitativa e quantitativa) Exame de urina - afecções inflamatórias ou neoplásicas TRATAMENTO: Manejo da contratilidade da bexiga urinaria e do tônus do esfíncter uretral. Análise macroscópica e físico-química da urina, além do exame de sedimento. INDICAÇÃO: Acompanhamento geriátrico Check up Pré cirúrgico Suspeita de doenças do trato urinário COLETA DA URINA: Assepsia da vulva ou prepúcio Desprezar primeiros jatos Coletar pela manhã (mais compatível com o metabolismo basal) Evitar coletar após ingestão de água ARMAZENAMENTO: Recipiente de vidro ou plástico PROVAS DE FUNÇÃO RENAL: Avaliação de patologias do sistema urinário: Eritrograma (anemia arregenerativa) Urinálise RPCU (avaliação da proteína e creatinina urinária) Provas de função renal Imagem As provas de função renal não revelam a causa da doença e sim do dano provocado. Há necessidade de exames seriados. As alterações revelam, muitas vezes, um quadro crônico. 24 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ 25 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ 26 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ 27 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ 28 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ 29 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ 30 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ 31 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ 32 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_ 33 Pós Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Módulo I Nefrologia e Urologia @samanthastudies_
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