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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE JUIZ DE FORA PSICOLOGIA CAROLINE FERNANDES TIBERIO RESUMO DO LIVRO TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL - TEORIA E PRÁTICA - JUDITH S. BECK JUIZ DE FORA 2021 TERAPIA COGNITVO-COMPORTAMENTAL – TEORIA E PRÁTICA CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO À TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL Logo no início do primeiro capítulo, Judith Beck relata as motivações de Aaron T. Beck, para criação da teoria da teoria cognitiva comportamental, onde o mesmo ainda trabalhava com a psicanálise. Beck acreditava que a psicanálise só seria aceita se se tivesse validação empírica, sendo assim se dedicou a realizar experimentos que ele acreditava que comprovassem sua validação, porém aconteceu o contrário, essas buscas contrariaram suas expectativas o levando à novos questionamentos sobre a depressão. Beck observou cognições negativas e distorcidas, sendo crenças e pensamentos características primárias, o que o motivou a desenvolver um tratamento de curta duração e estruturado, que pudesse testar a realidade desses pensamentos depressivos. No primeiro capítulo Judith Beck responde perguntas que são fundamentais referente a TCC, ela cita informações importantes sobre a cognição, dando detalhes sobre técnicas práticas e teóricas da terapia cognitiva comportamental, ao falar dos pensamentos disfuncionais e como eles refletem na maneira de um indivíduo interpretar determinada situação, ela declara que quando um indivíduo aprende a avaliar seus pensamentos de forma mais realista e adaptativa, ele irá obter melhorias em seu comportamento e estado emocional, e para que essa melhora seja mais duradoura os terapeutas cognitivos trabalham identificando as crenças centrais do paciente, sobre si, seu mundo e outras pessoas. Sabemos que a terapia deve se adequar a cada paciente, porém existem princípios que devemos seguir que estão presentes na TCC para todos os pacientes. Judith usa como exemplo uma paciente considerada quase ideal para ilustrar esses princípios centrais e demonstrar como usar a teoria cognitiva para entender as dificuldades dos pacientes e como utilizar esse atendimento para planejar o tratamento e conduzir as sessões. São apresentados 10 princípios básicos da Terapia Cognitivo- Comportamental, onde são apresentados como por exemplo: a questão da colaboração do paciente e a participação ativa (a terapia é um trabalho em equipe, onde terapeuta e paciente juntos iram decidir o que trabalhar em cada sessão, a frequência dos encontros e as atividades que podem ser feitas. Durante esse processo o terapeuta é o mais ativo até que o paciente se sinta mais familiarizado com o tratamento, podendo assim decidir sobre quais problemas falar); o fato da terapia cognitivo-comportamental requerer uma aliança terapêutica (onde o terapeuta demonstra empatia, afeto, interesse para o paciente, fazendo com que assim a paciente se sinta acolhido e compreendido), focar em problemas pontuais e enfatizar incialmente o presente. Todas as sessões de terapia são estruturadas e bem parecidas para diversos transtornos, porém as intervenções podem variar de paciente para paciente. Ao início de cada sessão é importante que o terapeuta estabeleça a aliança terapeuta como dito antes, cheque o humor do paciente, os sintomas, pedir que ele relate suas experiências da semana que se passou e pedir que o paciente nomeie os problemas que mais precisa de ajuda para resolver, outro ato importante é verificar as atividades (exercícios de casa) que o paciente realizou desde a última sessão, na discussão sobre um problema específico abordado pelo paciente o terapeuta deverá coletar os dados a respeito do problema, perguntar a ele quais são seus pensamentos, o que ele sente (emoções), e comportamentos em relação ao problema podendo assim planejar uma estratégia. Ainda nesse capítulo Judith aborda como deve ser o desenvolvimento de um terapeuta cognitivo comportamental, falando sobre os terapeutas cognitivos-comportamentais experientes e as tarefas realizadas por ele, e ensinando como deve agir um terapeuta cognitivo-comportamental iniciante como por exemplo: ao contrário do terapeuta experiente o iniciante precisa ser mais cauteloso e estruturado, se concentrar em menos elementos por vez; os iniciantes devem aprender a habilidade de desenvolvimento da relação terapêutica, a habilidade de conceituação e as técnicas da terapia cognitivo- comportamental. CAPÍTULO 2 – VISÃO GERAL DO TRATAMENTO Desde o primeiro encontro com o paciente é essencial desenvolver uma relação terapêutica. Para que isso ocorra você terá que: demonstrar boas habilidades terapêuticas, compreensão; compartilhar sua conceituação e plano de tratamento; buscar feedback, tomar decisões colaborativamente, entre outros. Um dos mitos a respeito da TCC é de que ela é conduzida de forma fria e mecânica, o que dificultaria o estabelecimento de um rapport e um desenvolvimento de confiança, porém esta parte do livro mostra o contrário, Judith nos ensina como ser um um bom profissional e mostrar compromisso com o seu paciente através da escolha de palavras, tom de voz, expressões faciais e linguagem corporal, assim conseguimos perceber e transmitir sinais que ajudam nesse processo de vínculo. Mostrar ao paciente que você se importa com ele e que está disposto a entender seus problemas e dificuldades para poder ajudá-lo é fundamental. Como já dito antes na terapia cognitivo-comportamental, o paciente é ativo em todo o processo, sendo assim é necessário que você como terapeuta compartilhe sua conceituação e vai solicitar seu feedback após cada sessão. As decisões precisam ser tomadas de maneira colaborativa, estimulando a participação do paciente, ajudando a priorizar os problemas, apresentando justificativas racionais para intervenções e solicitar a aprovação dele. Outro aspecto importante de quase todas as sessões terapêuticas é auxiliar o paciente a responder as ideias disfuncionais, de maneira funcional, o ajudando a avaliar seu pensamento principalmente por meio de dois modos: a descoberta guiada e experimentos comportamentais. A descoberta guiada é uma técnica para auxiliar o paciente a encarar suas cognições (pensamento automáticos, imagens ou crença) como ideias, não necessariamente como verdades, avaliando a validade e utilidade das cognições. Os experimentos comportamentais têm o objetivo de testar as previsões negativas do paciente, sempre que for viável. CAPÍTULO 3 – CONCEITUAÇÃO COGNITIVA A Terapia Cognitivo-Comportamental está baseada no modelo cognitivo, o qual parte da hipótese que as emoções, os comportamentos e a fisiologia de uma pessoa são influenciados pelas percepções que ela tem dos eventos. A maneira como as pessoas se sentem emocionalmente e a forma como se comportam estão associadas a como elas interpretam e pensam a respeito da situação. A cognição é baseada em níveis, sendo eles: Nível 1- Pensamentos Automáticos, Nível 2- Crenças Centrais e Nível 3- Crenças Intermediárias. Os pensamentos automáticos procedem de pensamentos que surgem espontaneamente, no geral eles são rápidos e breves. Provavelmente você nem tenha consciência deles, sendo assim como não os percebe, não tem a ideia de que podem ser disfuncionais, então acaba aceitando sem ao menos se questionar. Já as crenças centrais ou nucleares são compreensões duradouras, fundamentais e profundas, que a pessoa considera como verdade absoluta. Elas são o nível mais fundamental da crença, são globais, rígidas e supergeneralizadas e influenciam no desenvolvimento das crenças intermediárias, definidas por atitudes, regras e pressupostos. As crenças disfuncionais podem ser desaprendidas, e novas crenças baseadas na realidade e mais funcionais poder ser desenvolvidas e fortalecidas, é importante identificar e avaliar essas crenças para que haja um bom progresso noprocesso terapêutico. A conceituação cognitiva auxilia o terapeuta na compreensão do paciente e é construída a partir do primeiro contato com o mesmo, podendo ser confirmada, rejeitada ou modificada, por tanto conclui- se que ela é variável.
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