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Iniciado em terça, 20 set 2022, 08:44 Estado Finalizada Concluída em terça, 20 set 2022, 09:29 Tempo empregado 45 minutos 13 segundos Notas 8,00/8,00 Avaliar 10,00 de um máximo de 10,00(100%) Questão 1 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão No dia 21 de setembro de 2015, Sérgio Rodrigues, crítico literário, comentou que apontar no título do filme Que horas ela volta? um erro de português “revela visão curta sobre como a língua funciona”. E justifica: “O título do filme, tirado da fala de um personagem, está em registro coloquial. Que ano você nasceu? Que série você estuda? e frases do gênero são familiares a todos os brasileiros, mesmo com alto grau de escolaridade. Será preciso reafirmar a esta altura do século 21 que obras de arte têm liberdade para transgressões muito maiores? Pretender que uma obra de ficção tenha o mesmo grau de formalidade de um editorial de jornal ou relatório de firma revela um jeito autoritário de compreender o funcionamento não só da língua, mas da arte também.” (Adaptado do blog Melhor Dizendo. Post completo disponível em http://www.melhordizendo.com/a-que-horas-ela-volta-em-que-ano- estamos-mesmo/. Acesso em: 08 jun. 2016.) Entre os excertos de estudiosos da linguagem reproduzidos a seguir, assinale aquele que corrobora os comentários do post. Escolha uma opção: A linguagem exigida, especialmente nas aulas de língua portuguesa, corresponde a um modelo próprio das classes dominantes e das categorias sociais a elas vinculadas. (CAMACHO, Roberto Gomes. O sistema escolar e o ensino da língua portuguesa. Alfa, São Paulo, 29, p. 1- 7, 1985.) Não existe nenhuma justificativa ética, política, pedagógica ou científica para continuar condenando como erros os usos linguísticos que estão firmados no português brasileiro. (BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Editorial, 2007.) Aquele que aprendeu a refletir sobre a linguagem é capaz de compreender uma gramática – que nada mais é do que o resultado de uma (longa) reflexão sobre a língua. (GERALDI, João Wanderley. Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação. Campinas, SP: Mercado das Letras; Associação de Leitura do Brasil, 1996.) Numa sociedade estruturada de maneira complexa a linguagem de um dado grupo social reflete-o tão bem como suas outras formas de comportamento. (MATTOSO C MARA JR., Joaquim. História da Linguística. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1975.) Nunca há um erro no português, haverá sempre um erro numa variedade da língua.” Para Bechara, o erro, pois, não ocorre somente na inobservância à norma padrão, mas na transgressão à norma esperada para a situação de fala ou de escrita específicas. (BECHARA, Evanildo. Ensino de gramática. Opressão? Liberdade? 11. ed. São Paulo: Ática, 2002.) Feedback Sua resposta está correta. A alternativa retirada de um texto de Marcos Bagno repreende a interpretação de usos linguísticos no português brasileiro como erros. Portanto, corrobora os comentários do post, nos quais o autor defende o uso da variante falada da língua, mesmo quando desviada da norma padrão, em produções artísticas. A resposta correta é: Não existe nenhuma justificativa ética, política, pedagógica ou científica para continuar condenando como erros os usos linguísticos que estão firmados no português brasileiro. (BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Editorial, 2007.) Questão 2 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão CONVERSA DE PASSAGEM Jacintho Adorno Esperando o ônibus que parece sempre demorar a vida inteira, naquela manhã de chuva assistiram a um episódio no mínimo esquisito. Um carrão daqueles importados, que pouca gente reconhece o modelo e a marca, passa devagarzinho e, do banco do carona, o ajudante de pizzaiolo, colega de ponto e de ônibus daqueles seis passageiros, põe a cabeça para fora da janela e grita: — E aí, seus trouxas! O busão tá demorando? Bem feito! Quem mandou... — Mano... que deu nesse cara?! Ele é meu camarada, a gente se cruza aqui no ponto quase todo dia e na birosca da Dona Ivete todo sábado depois do trampo. O cara é gente fina às pampa, ajuda em casa, tá pra casar... Que que será que ele disse? Quem mandou o quê? Ser duro? Eu, hein? — Gente fina? Como assim, meu rapaz? Como é que pode... mangar de pessoas mais velhas do que ele. Só me faltava a estas alturas de minha vida, eu, com mais de setenta anos, aguentar fedelhice de um molecote... Quem mandou o quê? Depender de condução a vida toda? Ora essa! Será era só brincadeira? — Alto lá, minha cara, brincadeira seria se todos nós estivéssemos a nos divertir, brincadeira é quando todos os envolvidos acham graça, o que não me parece ser o caso. Alguém está a achar engraçado o que disse esse gajo? – retrucou indignado o Senhor Manoel. — Data venia, Senhor Manoel, acho que ninguém está achando graça. Além disso, é no mínimo uma falta de respeito incomensurável esse rapaz se dirigir a seus conhecidos com tamanha falta de decoro. Acho também que não se trata de alusão a fator de natureza financeira, posto que ele bem conhece meu histórico e, portanto, é sabedor de que sou obrigado a andar de transporte coletivo em virtude de meu estresse pós-traumático. — ISTRESSE o quê, Dotô Aníbal? É grave? Esse trem pega? — Relax, dona Berta, ele só tem é um baita medaço de pilotar carro – esclareceu o colega de birosca do pizzaiolo. — Uai, então por que não falou logo? Esse Dotô adora falá comprido... O advogado já ia partir para a tréplica, quando os seis personagens à espera de um transporte coletivo o veem finalmente dobrando a esquina. — Demorô... – exclamou o colega de birosca. A preocupação com o lugar que teriam — se é que teriam um assento — roubou a cena, e o julgamento do pizzaiolo ficou para a manhã do dia seguinte. Adaptado de CINTRA, A. M. M; PASSARELLI, L. G. Leitura e produção de textos. São Paulo: Blucher, 2011, p. 130-131. A interação verbal entre as personagens da crônica é: Escolha uma opção: a. plausível, ainda que com restrições, pois pessoas de diferentes classes sociais não se entendem. b. viável, por se tratar de situação fictícia e formal. c. inviável, pois os erros de norma culta prejudicam a compreensão. d. possível, apesar de elas usarem diferentes variedades da língua e de registro. e. impossível, já que o comportamento linguístico das personagens não varia segundo o lugar social que ocupam. Feedback Sua resposta está correta. A resposta correta é: possível, apesar de elas usarem diferentes variedades da língua e de registro. Questão 3 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão “A comunicação é primordial nas relações pessoais, empresariais e educacionais. Pode acontecer de diversas maneiras, entretanto, só existe realmente entendimento quando a mensagem é recebida com o mesmo sentido com o qual ela foi transmitida. A comunicação não é somente a linguagem verbal, ela é feita em grande parte pela linguagem não-verbal. O importante é que uma esteja em concordância com a outra, de forma que a comunicação seja um processo completo e coerente”. Fonte: SCHELLES, Suraia. A importância da linguagem não-verbal nas relações de liderança nas organizações. Revista Esfera n. 1, jan.-jun. 2008. Disponível em: http://www.fsma.edu.br/esfera/Artigos/Artigo_Suraia.pdf. Acesso em 29 de jul. 2017 - Adaptado. Percebe-se a existência de diversos elementos essenciais durante o processo de comunicação. Assinale a alternativa a seguir que apresenta corretamente quais são esses elementos. Escolha uma opção: a. Comunicação, mensagem, emissor, receptor, código e referente. b. Canal, interjeição, código, receptor, emissor e mensagem. c. Canal, mensagem, emissor, receptor, código e referente. d. Canal, percepção, emissor, receptor, código e referente.e. Canal, mensagem, emissor, elemento, código e referente. Feedback Sua resposta está correta. De acordo com o conteúdo estudado, os elementos são: canal, mensagem, emissor, receptor, código e referente para que ocorra comunicação. A resposta correta é: Canal, mensagem, emissor, receptor, código e referente. Questão 4 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Entrevista com Marcos Bagno Pode parecer inacreditável, mas muitas das prescrições da pedagogia tradicional da língua até hoje se baseiam nos usos que os escritores portugueses do século XIX faziam da língua. Se tantas pessoas condenam, por exemplo, o uso do verbo “ter” no lugar do verbo “haver”, como em “hoje tem feijoada”, é simplesmente porque os portugueses, em dado momento da história de sua língua, deixaram de fazer esse uso existencial do verbo “ter”. No entanto, temos registros escritos da época medieval em que aparecem centenas desses usos. Se nós, brasileiros, assim como os falantes africanos de português, usamos até hoje o verbo “ter” como existencial é porque recebemos esses usos de nossos ex-colonizadores. Não faz sentido imaginar que brasileiros, angolanos e moçambicanos decidiram se juntar para “errar” na mesma coisa. E assim acontece com muitas outras coisas: regências verbais, colocação pronominal, concordâncias nominais e verbais etc. Temos uma língua própria, mas ainda somos obrigados a seguir uma gramática normativa de outra língua diferente. Às vésperas de comemorarmos nosso bicentenário de independência, não faz sentido continuar rejeitando o que é nosso para só aceitar o que vem de fora. Não faz sentido rejeitar a língua de 190 milhões de brasileiros para só considerar certo o que é usado por menos de dez milhões de portugueses. Só na cidade de São Paulo temos mais falantes de português que em toda a Europa! Informativo Parábola Editorial, s/d. Na entrevista, o autor defende o uso de formas linguísticas coloquiais e faz uso da norma de padrão em toda a extensão do texto. Isso pode ser explicado pelo fato de que ele Escolha uma opção: defende que a quantidade de falantes português brasileiro ainda é insuficiente para acabar com a hegemonia do antigo colonizador. adapta o nível de linguagem à situação comunicativa, uma vez que o gênero entrevista requer o uso da norma padrão. apresenta argumentos carentes de comprovação científica e, por isso, defende um ponto de vista difícil de ser verificado na materialidade do texto. propõe que o padrão normativo deve ser usado por falantes escolarizados como ele, enquanto a norma coloquial deve ser usada por falantes não escolarizados. acredita que a língua genuinamente brasileira está em construção, o que o obriga a incorporar em seu cotidiano a gramática normativa do português europeu. Feedback Sua resposta está correta. Marcos Bagno apresenta argumentos que justificam o uso de termos na linguagem coloquial considerados inadequados pela norma padrão. Na entrevista, adapta a linguagem às normas da gramática normativa, conforme o exigido nesse tipo de gênero textual. A resposta correta é: adapta o nível de linguagem à situação comunicativa, uma vez que o gênero entrevista requer o uso da norma padrão. Questão 5 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Leia o texto a seguir: Evocação do Recife A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros Vinha da boca do povo na língua errada do povo Língua certa do povo Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil Ao passo que nós O que fazemos É macaquear A sintaxe lusíada… BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. Segundo o poema de Manuel Bandeira, as variações linguísticas originárias das classes populares devem ser Escolha uma opção: reelaboradas, pois o povo “macaqueia” a língua portuguesa original. satirizadas, pois as várias formas de se falar o português no Brasil ferem a língua portuguesa autêntica. questionadas, pois o povo brasileiro esquece a sintaxe da língua portuguesa. reconhecidas, pois a formação cultural brasileira é garantida por meio da fala do povo. subestimadas, pois o português “gostoso” de Portugal deve ser a referência de correção linguística. Feedback Sua resposta está correta. Os poetas da primeira geração modernista tinham muito respeito pela língua portuguesa usada pelas pessoas mais simples, por acreditarem ser esta linguagem, a verdadeira tradução do povo brasileiro. A resposta correta é: reconhecidas, pois a formação cultural brasileira é garantida por meio da fala do povo. Questão 6 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Leia o texto a seguir para responder à questão: Impulsionada por uma safra recorde de grãos – que, segundo o Agronegócio Gazeta do Povo, pode chegar a 217 milhões de toneladas –, a agropecuária brasileira pode crescer até 9% em 2017 e contribuir com praticamente metade da expansão prevista para o Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano. O setor deve contribuir com 0,22 ponto percentual dentro do incremento de 0,48% esperado para a economia nacional, conforme o mais recente boletim Focus, do Banco Central. Na avaliação do economista Rafael Bacciotti, das tendências Consultoria Integrada, o PIB da agropecuária deve crescer 1% no primeiro trimestre e fechar 2017 com alta de 3%, sendo que há viés positivo de até 4%. ‘É uma variação muito forte e, assim, pode resultar em uma contribuição de 0,22 ponto porcentual (dentro do PIB do país)’, avaliou. Pelos cálculos das tendências, a economia brasileira deve subir 0,7% em 2017, mas tem viés positivo menos intenso, de 0,3%. (A notícia na íntegra está disponível no site da Gazeta do Povo – publicada em 15/03/2017). A notícia veiculada no jornal Gazeta do Povo apresenta fatos sobre o crescimento do Brasil em 2017. Considerando que, conforme estudado, a função da linguagem indica a intenção do emissor, nesse contexto específico de comunicação, qual é a função da linguagem que o autor do texto prioriza? Escolha uma opção: a. Linguagem emotiva ou expressiva. b. Linguagem emotiva ou conotativa. c. Linguagem fática. d. Linguagem referencial ou denotativa. e. Linguagem poética. Feedback Sua resposta está correta. A resposta correta é: Linguagem referencial ou denotativa. Questão 7 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Leia o texto a seguir: “[...] Mineiro é isso, sô! Come as sílabas para não morrer pela boca. Faz economia de palavras para não gastar saliva. Fala manso para quebrar as resistências do interlocutor. Sonega letras para economizar palavras. De vossa mercê, passa pra vossemecê, vossência, vosmecê, você, ocê, cê e, num demora muito, usará só o acento circunflexo! Mineiro fala um dialeto que só outro mineiro entende, como aquele sujeito que, à beira do fogão de lenha, ensinava o outro a fazer café. Fervida a água, o aprendiz indagou: "Pó pô pó?" E o outro respondeu: "Pó pô, pô". [...]” BETTO, Frei. Ser mineiro. Disponível em: <http://www.freibetto.org/index.php/artigos/14-artigos/28-ser-mineiro>. Acesso em: 10 jan. 2019. O texto acima exemplifica um pouco da variação linguística do Estado de Minas Gerais, localizado na região sudeste do Brasil. Considerando-se essa variedade linguística, é correto afirmar: Escolha uma opção: a. As variedades que se diferenciam da variedade considerada padrão devem ser vistas como imperfeitas, incorretas e inadequadas. b. As variantes mineiras desfavorecem as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais divulgados pela escola. c. Todas as variantes mineiras citadas no texto cumprem sua função comunicativa quando utilizadas nos contextos adequados. d. As variantes foram usadas de forma inadequada. e. A língua deve ser preservada e utilizada como um instrumento de opressão. Quem estudou maisdefine os padrões linguísticos, analisando assim o que é correto e o que deve ser evitado na língua. Feedback Sua resposta está correta. Variação linguística é o movimento pelo qual a língua é usada, sistemática e coerentemente, de acordo com o contexto histórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbalmente. A resposta correta é: Todas as variantes mineiras citadas no texto cumprem sua função comunicativa quando utilizadas nos contextos adequados. Questão 8 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Ao elaborarmos um texto, precisamos ter em mente que estamos escrevendo para alguém. Seja um texto literário, acadêmico, publicitário, técnico ou comercial, a redação sempre apresenta alguém que escreve (emissor) e alguém que o lê (receptor). O que o emissor escreve é a mensagem. O elemento que conduz o discurso para o receptor é o canal (no nosso caso, imagine que é o papel). Os fatos, objetos ou imagens, bem como os juízos ou raciocínios que o emissor expõe ou sobre os quais discorre constituem o referente. A língua que o emissor utiliza (no nosso caso, a língua portuguesa) constitui o código. Assim, por meio de um canal, o emissor transmite ao receptor, em um código comum, uma mensagem, que se reporta a um contexto ou referente. Com base nisso, considere as afirmativas abaixo: I. Em uma montanha, um índio se comunica com outra tribo por meio da fumaça de uma fogueira. Nessa situação, o canal utilizado para transmitir a mensagem é a fumaça. II. Em uma partida de futebol, após uma falta, o juiz levanta um cartão vermelho em direção ao jogador que a cometeu. Nessa situação, a expulsão do jogador é a mensagem transmitida. III. No trânsito de uma cidade, o guarda apita e levanta a palma da mão em direção aos carros em um cruzamento. Nessa situação, o código utilizado é a língua portuguesa. Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas: Escolha uma opção: I e a II são verdadeiras. I e a III são verdadeiras. Apenas III é verdadeira. I, II e III são verdadeiras. Apenas II é verdadeira. Feedback Sua resposta está correta. A sentença I está correta, pois a fumaça é o meio físico que transporta a mensagem. Através da visualização da fumaça, o receptor identifica o código para decifrar a mensagem. A sentença II também está correta, pois apresenta o cartão vermelho como meio (canal) que leva a mensagem de expulsão do jogador de campo. A resposta correta é: I e a II são verdadeiras.
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