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1 Gabriela Vieira 2/22 MEDFipGbi Infecção do trato urinário em crianças É a infecção bacteriana mais prevalente no lactente Devem ser abordadas de maneira cautelosa, uma vez que suas complicações podem causar consequências agudas graves como sepse e consequências crônicas como insuficiência renal crônica (IRC) → complicações e cicatrizes renais Na avaliação sistematizada de todo trato urinário → investigação de anomalias urogenitais Até os 3 meses: maior incidência no sexo masculino (5 a 8x maior) (por conta da fimose) Definição Consiste na multiplicação de um único germe patogênico em qualquer segmento do trato urinário, identificado por urocultura coletada por método confiável exame padrão ouro- urocultura (tem que ser coletada com método confiável, para evitar falso-positivo) Em relação a anatomia: O tamanho da uretra da mulher que é menor e o óstio mais próximo da região perianal (criança meninas as vezes não sabe fazer a higiene correta). Fisiopatogenia A urina e o trato urinário são normalmente estéreis. O períneo e a zona uretral de neonatos e lactentes estão colonizados por: Escherichia coli, Enterobacteriaceae e Enterococus sp; A ITU ocorre quando estas bactérias ascendem à zona periuretral; 80% das infecções urinárias adquiridas na comunidade são causadas pela E. coli uropatogênica (UPEC) – ela tem fimbrias e consegue subir o trato urinário; As UPEC isoladas de pacientes com ITU febril (pielonefrite) apresentam fatores de virulência que aumentam sua sobrevivência no hospedeiro → pili ou fimbrias → mecanismo contra-corrente. Quadro clínico Os sinais e sintomas variam conforme a idade da criança; Crianças mais novas apresentam sinais e sintomas inespecíficos; Febre é o sintoma mais frequente no lactente; Irritabilidade, recusa alimentar, icterícia (urobilinogênio), distensão abdominal e baixo ganho ponderal; Após os dois anos de idade aparecem sintomas mais relacionados ao trato urinário inferior tais como: disúria, polaciúria, urge-incontinência, enurese e tenesmo (vontade de fazer xixi toda hora, não esvaziou completamente) Os recém-nascidos e os lactentes jovens são considerados portadores de ITU potencialmente grave; Diagnóstico diferencial -> vaginite, corpo estranho vaginal, corpo estranho vaginal, oxiuríase, irritantes locais (hipersensibilidade a alguns sabonetes, roupas úmidas; candidíase), abuso sexual. Anamnese e exame físico Avaliar e coletar dados com o informante (genitora) Avaliar o estado geral da criança Exame físico bem feito (avaliação do abdome) → deve ser minucioso, com avaliação do crescimento e do desenvolvimento, palpação abdominal e das lojas renais e da região da bexiga. Matéria HAM Professora: Drª Isabela 2 Gabriela Vieira 2/22 MEDFipGbi Perguntar a cor da urina, se está diminuída, avermelhada (hematúria), entender a higiene (quantos banhos por dia), hidratação... Avaliação laboratorial Hemograma, hemocultura, função renal, eletrólitos EAS: permite início precoce do tratamento Bacterioscopia em gota de urina não centrifugada (gram de gota): muito útil considerando que é fácil e rápida realização e de baixo custo Urocultura: colhida por método adequado é padrão ouro para confirmação de ITU O diagnóstico de ITU é confirmado pela presença de um número igual ou superior a 100.000 UFC (unidades formadoras de colônias) de uma única bactéria. Métodos de coleta de urina Nos pacientes sem controle miccional, a urina pode ser coletada de três maneiras: saco coletor, punção supra púbica e cateterismo vesical; adultos tem o coletor, em crianças maiores tem como ensinar; Tratamento: O tratamento envolve o alívio dos sintomas, erradicação do agente infeccioso (seguida da quimioprofilaxia) e a procura por anomalias funcionais e anatômicas, diagnosticando os pacientes de alto risco para desenvolver lesões no parênquima renal Sintomáticos: analgésicos e antitérmicos Antibioticoterapia: iniciar imediatamente após a coleta da urina - o tempo médio do tratamento deve ser de 10 dias, variando entre 7 e 14 dias Deve ser realizada uma urocultura em até 72 horas após o fim do tratamento para avaliar eficácia terapêutica O tratamento em crianças menores de 06 meses deve ser realizado pela via endovenosa, naqueles com sinais de gravidade como: febre alta, prostração, vómitos, estado séptico, associado a parâmetros analíticos de infecção. Tratamento profilático: Deve-se iniciar a profilaxia imediatamente após o término do tratamento antimicrobiano erradicador 3 Gabriela Vieira 2/22 MEDFipGbi A profilaxia está indicada nas seguintes situações: 1) durante a investigação morfofuncional do trato urinário após o primeiro episódio de ITU; 2) nas anomalias obstrutivas do trato urinário até a realização da correção cirúrgica; 3) na presença de refluxo vesico ureteral (RVU) de graus III a V; 4) nas crianças com recidivas frequentes, sem alterações anatômicas a profilaxia deve ser realizada por 6 a 12 meses, podendo ser prolongada. RVU: é uma anormalidade da junção ureterovesical (segmento submucoso curto do ureter), que permite retorno da urina da bexiga até os ureteres e os rins. Classifica-se o RVU em cinco graus: leve (I e II), moderado (III) e grave (IV e V) Avaliação morfofuncional do trato urinário A investigação por imagens do trato urinário está indicada após o 1º episódio comprovado de infecção urinária, em crianças e adolescentes, para ambos os sexos; Os objetivos dessa avaliação morfofuncional são: detectar condições predisponentes da infecção e dos surtos de recidivas, pesquisar lesões do parênquima renal e estabelecer conduta apropriada que possa prevenir o surgimento de lesão renal ou o seu agravamento, visando ao melhor prognóstico para o paciente; Nessa avaliação utilizam-se os exames ultrassonográficos, radiológicos, cintilográficos, urodinâmicos e urológicos. Não há um método único que permita a avaliação do trato urinário de forma completa, devendo-se, portanto, conjugá- los; USG do aparelho urinário e bexiga: exame não invasivo e não expõe o paciente à radiação deve ser realizado em todos os que apresentaram ITU com o intuito de confirmar e/ou detectar má formações Cintilografia renal com DSMA: exame padrão ouro na detecção da cicatriz renal; deverá ser realizado após quatro a seis meses do episódio inicial de ITU Uretrocistografia miccional (UCM): exame radiológico realizado com administração de contraste iodado intravesical; procura-se observar alterações da coluna, visualização da uretra, alteração da bexiga Urografia excretora (UE): avalia função e morfologia renal; indicado em crianças menores de 2 anos e útil para avaliação pré-operatória. Avaliação radiológica rim direito: normal rim esquerdo: anormal; hidronefrólise lado esquerdo tem dilatação; o direito também, porém, o esquerdo ta pior. lesão esbranquiçada, em cima; onde o contraste não corou Lesão renal: exames que possui contraste, não usar em pacientes que tenha problemas renais; via excretora; 4 Gabriela Vieira 2/22 MEDFipGbi
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