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Ressonância Magnética

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Indaial – 2020
Ressonância Magnética
Prof. Daniel Ricardo Lerch Machado
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Daniel Ricardo Lerch Machado
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M149r
Machado, Daniel Ricardo Lerch
Ressonância magnética. / Daniel Ricardo Lerch Machado. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2020.
271 p.; il.
ISBN 978-65-5663-312-1
ISBN Digital 978-65-5663-313-8
1. Ressonância magnética. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo 
da Vinci.
CDD 616.07543
apResentação
Caro acadêmico de Radiologia! Este livro didático foi desenvolvido 
para facilitar seu pleno entendimento dos conteúdos relacionado ao uso da 
ressonância magnética no diagnóstico por imagem. 
 A ressonância magnética representa um grande avanço da radiologia 
dentro diagnóstico por imagem, destacando-se na avaliação dos tecidos 
moles dos pacientes. Um método de exame que permite mais assertividade 
no diagnóstico de patologias específicas, sendo um recurso importante para 
área da neurologia, medicina interna e musculoesqueléticas, tanto no contexto 
clínico quanto cirúrgico.
Prezado acadêmico, o conteúdo encontra-se dividido em três unidades 
com seus respectivos tópicos, para facilitar o entendimento e a construção do 
seu conhecimento com relação aos conteúdos de ressonância magnética (RM).
Na Unidade 1, vamos conhecer os tópicos que vão introduzi-lo ao 
estudo da RM, seus aspectos históricos, revisar conceitos de eletromagnetismo, 
você conhecerá a infraestrutura da sala de RM e os testes do controle de 
qualidade com base na nova legislação vigente no Brasil.
Na Unidade 2, conheceremos o equipamento e, principalmente, as 
questões de segurança que envolvem essa modalidade de exame, as bases que 
norteiam a ressonância magnética e as questões relacionadas aos princípios 
físicos, formação da imagem, ajuste de parâmetros e redução de artefatos. 
Você conhecerá também as ponderações T1, T2 e densidade de prótons (DP).
Na Unidade 3, vamos tratar do exame propriamente dito, ou seja, dos 
protocolos de aquisição das imagens por ressonância magnética. Será feito 
uma abordagem da programação do exame, correlacionando a anatomia 
de referência e o tipo de patologia que consta como hipótese diagnóstica na 
requisição médica, conforme orientação do médico radiologista. Vamos tratar 
do preparo dos pacientes também, os tipos de sequências de pulso e os planos 
de corte que são recomendados para os diferentes exames de RM.
O Plano de Estudo objetiva fornecer uma base forte para construção 
do conhecimento ao longo do seu estudo sobre a RM. No final de cada um dos 
tópicos, você encontrará atividades que lhe possibilitarão o aprofundamento 
de conteúdos na área, proporcionando uma reflexão sobre os conteúdos que 
embasam a ressonância magnética.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Dessa forma, você conseguirá obter com excelência, os conhecimentos 
necessários para desenvolver e aprimorar sua técnica de forma que, em breve, 
possa atuar na área da ressonância magnética com sucesso.
Desejamos a você uma ótima leitura!
Bons estudos!
Prof. Daniel Ricardo Lerch Machado
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
suMáRio
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA .............. 1
TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E OS 
AVANÇOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA .................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 A DESCOBERTA DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ............................................................... 4
3 OS AVANÇOS CIENTÍFICOS PARA PRODUÇÃO DE IMAGENS POR RM ....................... 6
4 A PRODUÇÃO DO PRIMEIRO EQUIPAMENTO DE RM ........................................................ 9
5 PANORAMA DA RM NO BRASIL................................................................................................ 11
5.1 AS FÁBRICAS DE RM NO BRASIL ........................................................................................... 12
6 AVANÇOS TECNOLÓGICOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ..................................... 13
6.1 RESSONÂNCIA MOLECULAR – PET/RM .............................................................................. 15
6.2 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DE 7,0 T ................................................................................. 15
6.3 O PROJETO INUMAC ................................................................................................................. 16
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 18
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 19
TÓPICO 2 — FUNDAMENTOS DO ELETROMAGNETISMO ................................................. 21
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 21
2 FUNDAMENTOS DO MAGNETISMO ....................................................................................... 22
2.1 TIPOS DE MAGNETISMO .......................................................................................................... 23
2.2 CONCEITO DE ÍMÃ ....................................................................................................................23
2.3 CARACTERÍSTICAS DE UM IMÃ ............................................................................................ 25
2.4 FORÇA MAGNÉTICA X CAMPO MAGNÉTICO................................................................... 26
3 FUNDAMENTOS DO ELETROMAGNETISMO ....................................................................... 29
3.1 AS CARACTERÍSTICAS DE UM ELETROÍMÃ ....................................................................... 33
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 40
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 42
TÓPICO 3 — INFRAESTRUTURA DA SALA DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ................... 45
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 45
2 PROJETANDO A SALA DE EXAMES ........................................................................................... 45
2.1 CRITÉRIOS A SEREM OBSERVADOS PARA INSTALAÇÃO DA RM ................................ 47
2.2 SALA DE MÁQUINAS ................................................................................................................ 49
2.3 FILTER BOX OU PAINEL DE PENETRAÇÃO ........................................................................ 51
3 BLINDAGEM DA GAIOLA DE FARADAY ................................................................................. 52
3.1 BLINDAGEM DE RADIOFREQUÊNCIA (RF) ........................................................................ 53
3.2 BLINDAGEM MAGNÉTICA ...................................................................................................... 53
3.3 OUTROS DETALHES QUE COMPÕEM A BLINDAGEM .................................................... 55
4 TUBO QUENCH ................................................................................................................................. 59
4.1 MAGNETO VEDADO COM MICROARREFECIMENTO ..................................................... 62
5 O RESFRIADOR DE ÁGUA – CHILLER ...................................................................................... 62
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 65
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 66
TÓPICO 4 — CONTROLE DE QUALIDADE NA RM ................................................................. 67
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 67
2 TESTES DE QUALIDADE DA RM REALIZADOS ANTES DA NOVA LEGISLAÇÃO .... 68
2.1 FANTOMAS ESPECÍFICOS PARA OS TESTES DA RM ........................................................ 68
3 TESTE PERIÓDICO DE QUALIDADE DE IMAGEM (PIQT) ................................................. 70
4 TESTES DE QUALIDADE DA RM EXIGIDOS PELA RDC Nᵒ 330/2019 DA ANVISA ...... 71
4.1 TESTES DE QUALIDADE EXIGIDOS PELA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nᵒ 59/2019 ....... 71
4.2 OUTROS TESTES IMPORTANTES QUE PODEM SER REALIZADOS ............................... 77
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 81
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 83
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 84
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 85
UNIDADE 2 — BASES DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA COMO MÉTODO DE 
DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 89
TÓPICO 1 — EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS QUE COMPÕEM A RESSONÂNCIA 
MAGNÉTICA ............................................................................................................... 91
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 91
2 O MAGNETO ..................................................................................................................................... 93
2.1 MAGNETO PERMANENTE ....................................................................................................... 94
2.2 MAGNETO RESISTIVO ............................................................................................................... 95
2.3 MAGNETOS SUPERCONDUTORES ....................................................................................... 98
3 COLD HEAD ................................................................................................................................... 100
4 AMPLIFICADOR DE RADIOFREQUÊNCIA ............................................................................ 105
5 BOBINA TRANSMISSORA DE RADIOFREQUÊNCIA (RF) ................................................ 105
6 BOBINAS RECEPTORAS DE RADIOFREQUÊNCIA (RF) .................................................... 106
6.1 BOBINAS DE VOLUME ............................................................................................................ 107
6.2 BOBINAS DE SUPERFÍCIE ....................................................................................................... 107
6.3 QUADRATURA OU ARRANJO DE FASE ............................................................................. 108
7 BOBINAS DE SHIM PARA HOMOGENEIZAÇÃO ............................................................... 111
8 BOBINAS DE GRADIENTE DO CAMPO MAGNÉTICO ...................................................... 112
8.1 O QUE SÃO AS BOBINAS DE GRADIENTE ........................................................................ 112
8.2 O QUE FAZEM AS BOBINAS DE GRADIENTE ................................................................... 113
8.3 PARA QUE SÃO UTILIZADAS AS BOBINAS DE GRADIENTE ....................................... 114
8.4 DETERMINANDO A QUALIDADE DOS GRADIENTES DE UMA RM .......................... 115
8.5 GRADIENTE BALANCEADO X GRADIENTE ASSIMÉTRICO ......................................... 115
9 SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE IMAGENS E SISTEMA DE COMPUTADORES ....... 116
9.1 UNIDADE DE CONTROLE DE PULSO ................................................................................. 118
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 119
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 120
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DE SEGURANÇA EM RESSONÂNCIA 
MAGNÉTICA ............................................................................................................. 123
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 123
2 REGULAMENTAÇÕES DE SEGURANÇA ................................................................................ 124
3 TERMINOLOGIA DE SEGURANÇA ......................................................................................... 125
4 CLASSIFICAÇÃO DAS CONTRAINDICAÇÕES .................................................................... 127
4.1 CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS .................................................................................... 127
4.2 CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS ..................................................................................... 128
4.3 MARCA-PASSO E CLIPE DE ANEURISMA COMPATÍVEIS COM A RM ....................... 128
4.4 QUANDO NÃO HÁ CONTRAINDICAÇÃO........................................................................ 129
5 RISCOS DO CAMPO MAGNÉTICO PRINCIPAL ................................................................... 129
5.1 CRITÉRIO DE SEGURANÇA DE CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS POR ZONEAMENTO ....... 131
6 RISCOS DO GRADIENTE DE CAMPO ..................................................................................... 133
7 RISCOS DA RADIOFREQUÊNCIA ............................................................................................ 135
7.1 TAXA DE ABSORÇÃO ESPECÍFICA (SAR) ........................................................................... 135
7.1.1 Parâmetros técnicos que interferem no SAR ................................................................ 137
7.2 DOSE ESPECÍFICA DE ENERGIA (SED) ............................................................................... 137
7.3 QUEIMADURA PELO EFEITO ANTENA ............................................................................. 138
8 RISCOS DO EXAME DE RM EM GESTANTES ....................................................................... 139
8.1 PACIENTE GESTANTE ............................................................................................................. 139
8.2 COLABORADORA GESTANTE .............................................................................................. 141
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 142
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 144
TÓPICO 3 — BASES FÍSICAS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ...................................... 147
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 147
2 PRINCÍPIO FÍSICO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ...................................................... 147
2.1 CARACTERÍSTICAS DO PULSO DE RADIOFREQUÊNCIA ............................................. 148
3 NÚCLEOS ATIVOS EM RESSONÂNCIA .................................................................................. 149
3.1 A ESCOLHA DO ELEMENTO HIDROGÊNIO ..................................................................... 150
4 ALINHAMENTO DOS SPINS SOB AÇÃO DO CAMPO MAGNÉTICO ........................... 152
4.1 EQUILÍBRIO TÉRMICO ............................................................................................................ 153
5 FORMAÇÃO DO VETOR DE MAGNETIZAÇÃO EFETIVO (VME) .................................. 154
6 MAGNETIZAÇÃO TRANSVERSAL .......................................................................................... 156
7 PRODUÇÃO DO SINAL DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA .............................................. 158
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 161
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 163
TÓPICO 4 — RELAXAMENTO T1 E T2 ........................................................................................ 165
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 165
2 DECAIMENTO T2 ........................................................................................................................... 165
3 RECUPERAÇÃO T1 ........................................................................................................................ 167
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 169
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 171
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 172
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 174
UNIDADE 3 — O EXAME DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA .............................................. 175
TÓPICO 1 — PONDERAÇÃO E CONTRASTE DAS IMAGENS POR RM .......................... 177
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 177
2 CARACTERÍSTICAS DA MOLÉCULA DE GORDURA NA RM ......................................... 178
3 CARACTERÍSTICAS DA MOLÉCULA DE ÁGUA NA RM .................................................. 179
4 CONTRASTE E PONDERAÇÃO ................................................................................................. 181
4.1 PONDERAÇÃO E CONTRASTE T1 ........................................................................................ 182
4.2 PONDERAÇÃO E CONTRASTE T2 ........................................................................................ 184
4.3 PONDERAÇÃO E CONTRASTE POR DENSIDADE DE PRÓTONS ................................ 185
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 188
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 189
TÓPICO 2 — PROCESSO DE AQUISIÇÃO E FORMAÇÃO DAS IMAGENS POR RM ........ 191
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 191
2 FORMAS DE AQUISIÇÃO DAS IMAGENS NA RM ............................................................. 191
3 O PAPEL DAS BOBINAS DE GRADIENTE DE CAMPO NA FORMAÇÃO DA 
IMAGEM ............................................................................................................................................................... 194
3.1 LOCALIZAÇÃO ESPACIAL DOS CORTES ........................................................................... 194
3.2 DEFINIÇÃO DO PLANO DE CORTE ..................................................................................... 196
3.3 DEFINIÇÃO DA ESPESSURA DE CORTE ............................................................................. 199
3.4 CODIFICAÇÃO DE FASE E FREQUÊNCIA .......................................................................... 200
3.5 A AÇÃO DE CADA PAR DE BOBINA DE GRADIENTE NA CODIFICAÇÃO .............. 201
4 AMOSTRAGEM DO SINAL (DIGITALIZAÇÃO) ................................................................... 202
4.1 TAXA DE AMOSTRAGEM OU FREQUÊNCIA DE AMOSTRAGEM ............................... 204
4.2 JANELA DE AQUISIÇÃO ......................................................................................................... 207
5 O ESPAÇO K ..................................................................................................................................... 207
5.1 PREENCHENDO O ESPAÇO K ............................................................................................... 208
5.1.1 Preenchimento de cada metade do espaço K pelo gradiente bipolar ........................ 209
6 TRANSFORMADA DE FOURIER ............................................................................................... 212
6.1 FORMAÇÃO DA IMAGEM ...................................................................................................... 213
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 214
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 216
TÓPICO 3 — PARÂMETROS DE AQUISIÇÃO .......................................................................... 219
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................219
2 ESCOLHA E POSICIONAMENTO DA BOBINA RECEPTORA .......................................... 220
3 RELAÇÃO SINAL-RUÍDO (RSR) ................................................................................................ 221
3.1 FATORES QUE INFLUENCIAM NA RSR .............................................................................. 222
3.2 A RELAÇÃO SINAL-RUÍDO (RSR) X A RELAÇÃO CONTRASTE-RUÍDO (RCR) ........ 224
4 RESOLUÇÃO ESPACIAL .............................................................................................................. 227
4.1 MATRIZ NA RM ......................................................................................................................... 228
4.2 TAMANHO DO VOXEL ............................................................................................................ 229
5 TEMPO DE EXAME ........................................................................................................................ 232
5.1 PARÂMETROS E TÉCNICAS QUE PODEM ACELERAR O TEMPO DE EXAME ......... 233
6 OUTROS PARÂMETROS IMPORTANTES ............................................................................. 238
6.1 AJUSTE DA LARGURA DE BANDA ...................................................................................... 238
6.2 FERRAMENTA ANTI-ALIASING ............................................................................................ 239
6.3 ÂNGULO DE REFOCALIZAÇÃO ........................................................................................... 240
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 241
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 243
TÓPICO 4 — O EXAME DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA .................................................. 245
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 245
2 QUESTÕES IMPORTANTES QUE ANTECEDEM O EXAME............................................... 245
2.1 RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES AO PACIENTE ........................................................ 246
2.2 PREPARANDO O PACIENTE PARA EXAME ....................................................................... 246
2.3 POSICIONAMENTO E TROCA DE PACIENTES ................................................................. 248
3 MEIO DE CONTRASTE NA RM ................................................................................................. 248
3.1 MECANISMO DE AÇÃO DO MEIO DE CONTRASTE NA RM ....................................... 249
3.2 CARACTERÍSTICAS DO MEIO DE CONTRASTE A BASE DE GADOLÍNIO ................ 249
3.3 CRITÉRIOS PARA INJEÇÃO DO MEIO DE CONTRASTE ................................................. 251
3.4 POSSÍVEIS REAÇÕES AO MEIO DE CONTRASTE À BASE DE GADOLÍNIO .............. 252
4 PROTOCOLOS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA .............................................................. 252
4.1 GESTÃO DOS PROTOCOLOS ................................................................................................. 255
5 PRINCIPAIS SEQUÊNCIAS DE PULSO UTILIZADAS NOS PROTOCOLOS DE RM .. 255
5.1 SEQUÊNCIA SPIN ECO (SE) .................................................................................................... 256
5.2 TURBO SPIN ECO (TSE) OU FAST SPIN ECO (FSE) ........................................................... 256
5.3 INVERSÃO / RECUPERAÇÃO (IR / IR – FSE) ....................................................................... 257
5.4 GRADIENTE ECO COERENTE (GRE – T2*) ......................................................................... 259
5.5 GRADIENTE ECO INCOERENTE (SPOILED) – T1/DP ....................................................... 259
5.6 GRADIENTE ECO BALANCEADO – T1/T2 .......................................................................... 260
5.7 SEQUÊNCIA SINGLE SHOT .................................................................................................... 261
5.8 SEQUÊNCIA COM SATURAÇÃO DE GORDURA ESPECTRAL ..................................... 261
5.9 SEQUÊNCIA COM SUPRESSÃO DE GORDURA STIR ....................................................... 261
5.10 SEQUÊNCIA COM SUPRESSÃO DE ÁGUA FLAIR .......................................................... 262
5.11 SEQUÊNCIA T2 DWI – DIFUSÃO......................................................................................... 264
5.12 SEQUÊNCIA DE PULSO DIXON .......................................................................................... 265
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 267
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 268
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 270
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 271
1
UNIDADE 1 — 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer os aspectos históricos e os avanços tecnológicos da RM;
• compreender os fundamentos do eletromagnetismo;
• conhecer a infraestrutura da sala de RM;
• aprender quais são os testes de qualidade aplicados à RM.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – ASPECTOS HISTÓRICOS E OS AVANÇOS DA 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
TÓPICO 2 – FUNDAMENTOS DO ELETROMAGNETISMO
TÓPICO 3 – INFRAESTRUTURA DA SALA DE RESSONÂNCIA 
MAGNÉTICA
TÓPICO 4 – CONTROLE DE QUALIDADE NA RM
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
ASPECTOS HISTÓRICOS DA RESSONÂNCIA 
MAGNÉTICA E OS AVANÇOS DA 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico da Radiologia, esta primeira unidade está dividida em 
quatro tópicos, que vão abordar os aspectos históricos da ressonância magnética (RM) 
e os cientistas que dedicaram seus esforços no desenvolvimento dessa modalidade 
de exame. Conhecer os avanços tecnológicos e as tendências da RM, principalmente 
na última década. Revisar os fundamentos básicos do eletromagnetismo para, 
posteriormente, tratar da infraestrutura que envolve a confecção da blindagem de 
RM (gaiola de Faraday). Por fim, tratar das questões de controle de qualidade com 
base na nova legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a 
RDC nᵒ 330 e IN nᵒ 59, publicadas em dezembro de 2019. 
Neste tópico, vamos conhecer a história da Ressonância Magnética (RM), 
o panorama da RM no Brasil e seus avanços tecnológicos, compreendendo como 
ocorreu seu desenvolvimento até se tornar, clinicamente, útil, em meados da 
década de 1980. A ressonância magnética se destaca em relação aos demais métodos 
de diagnóstico por imagem, pelo fato de não utilizar radiação eletromagnética 
ionizante, assim como ocorre com o ultrassom.
A base de alguns fenômenos utilizados pela ressonância magnética, usada 
para realização de exames na radiologia, foram descritos no século passado, por 
Michael Faraday, James C. Maxwell e Heinrich Hertz.
No ano de 1831, Michael Faraday descreveu o fenômeno da indução 
eletromagnética ou a “Lei de Indução de Faraday”, essa lei apoiou os estudos 
de James C. Maxwell que, em 1873, criou as equações para os campos elétricos e 
magnéticos, sendo possível desenvolver o eletroímã, que vai nos permitir gerar 
campos magnéticos bem altos, como os utilizados nos magnetos supercondutores 
atualmente.Logo após, em 1887, Hertz descobre a radiofrequência, sendo a 
forma como é transferia a energia para interagir com o corpo do paciente dentro 
do equipamento de ressonância magnética. Em 1896, o físico e matemático 
Joseph Larmor, descreve seu trabalho sobre a influência do campo magnético e 
a frequência de precessão dos prótons, determinando a “constante de Larmor”.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
4
As descobertas realizadas por Faraday, Maxwell e Hertz, tem inúmeras 
aplicações em equipamentos e rotinas no cotidiano dos seres humanos, dentre 
estas aplicações, destacamos o dínamo, a campainha, alto falantes, guitarras 
elétricas, injetores eletrônicos de combustíveis dos automóveis modernos, entre 
outros, inclusive o estudo da ressonância magnética.
Em 1924, um físico chamado Wolfgang E. Pauli, determinou que prótons 
de hidrogênio tinham um comportamento de pequenos ímãs, descrevendo 
seus momentos magnéticos. Segundo Ferreira e Nacif (2011), Pauli fez seus 
experimentos com base nos experimentos realizados pelos físicos Otto Stern e 
Walther Gerlach, cujo nome foi denominado de “experiência de Stern-Gerlach”, a 
qual determinou o momento angular intrínseco dos átomos. O que permitiu que 
pudessem serem denominados de spins magnéticos.
Passados 14 anos, em 1939, outro físico chamado Isidor Isaac Rabi, fez 
o primeiro experimento quântico, colocando núcleos de hidrogênio em um 
campo magnético não homogêneo e, depois, bombardeando com ondas de 
radiofrequência. Experimento que, futuramente, receberia o nome de ressonância 
magnética. Rabi recebeu o Prêmio Nobel em 1944, por descrever a propriedade 
magnética dos núcleos atômicos.
2 A DESCOBERTA DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
De acordo com Nóbrega (2006), a descoberta da RM é atribuída a dois 
grandes cientistas: Félix Bloch e Edward Purcell (Figura 1), os quais inclusive 
receberam o Prêmio Nobel de Física pelo feito.
FIGURA 1 – FELIX BLOCH E EDWARD MILLS PURCELL
FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3ksypFC>; <https://bit.ly/34luNzN>. Acesso em: 23 out. 2020.
TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E OS AVANÇOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
5
O físico suíço chamado Félix Bloch, deixa a Europa em 1934 e se muda 
para os Estados Unidos (EUA), onde intensifica seus estudos sobre a ressonância 
magnética na Universidade de Stanford na Califórnia. Ao mesmo tempo, na 
Universidade de Harvard, em Massachusetts, outro físico chamado Edward 
Purcell também dedicava seus estudos aos fenômenos da RM.
De acordo com Ferreira e Nacif (2011), Bloch e Purcell faziam seus estudos 
de forma independente, porém chegavam aos mesmos resultados. Na década de 
1940, ambos os físicos observavam a excitação dos átomos dentro de um tubo de 
ensaio, quando esses átomos eram submetidos ao forte campo magnético e depois 
bombardeados por ondas de Radiofrequência (RF).
Com isso, concluíram que os átomos absorviam energia do pulso de 
RF (ondas de rádio) e ficavam excitados e passavam a ter uma frequência de 
valor específico, que poderia ser detectada por um rádio receptor (bobina), 
gerando um sinal eletromagnético. Logo, o resultado dos sinais detectados era 
registrado em imagens espectroscópicas. A análise posterior dos picos desses 
espectros de frequências informava o movimento e o tipo de molécula que 
estava compondo a amostra estudada, dando origem à Espectroscopia por 
Ressonância Magnética (ERM). 
Após longo período de pesquisa e testes, em 1946, com esse experimento, 
Bloch e Purcell foram protagonistas do primeiro estudo bem-sucedido por RM. 
Conforme Ferreira e Nacif (2011), em 1952, estes dois físicos receberam o Prêmio 
Nobel de Física pelo desenvolvimento de métodos para medição mais precisa do 
magnetismo nuclear, sendo destaque a Ressonância Magnética Nuclear (RMN).
Antigamente, era comum o uso do termo Ressonância Magnética Nuclear 
(RMN), o termo “nuclear” fazia menção ao fato de interagir com o núcleo dos átomos 
dos pacientes. O termo “nuclear” trazia um certo desconforto, pois remetia a questões 
relacionadas a bombas nucleares e eventos radioativos, motivo o qual deixou de ser 
utilizado já em meados da década de 1980, passando a chamar-se apenas Ressonância 
Magnética (RM) ou Imagem por Ressonância Magnética (IRM).
NOTA
Os experimentos de Bloch e Purcell utilizavam a emissão contínua 
Radiofrequência (RF). O sinal de RM era obtido por meio da variação do campo 
magnético aplicado. Um físico americano, chamado Erwin Louis Hahn (Figura 
2), da Universidade da Califórnia em Berkeley, propôs um experimento onde 
mantinha o campo magnético estático e variava a emissão de RF, na forma de 
pulsos de RF intermitentes. 
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
6
FIGURA 2 – ERWIN L. HAHN
FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3omH2DZ>. Acesso em: 10 ago. 2020.
De acordo com o site de física de Berkeley (https://physics.berkeley.edu/
memories-of-professor-erwin-hahn), a criação da técnica de RM pulsada de Hahn 
trouxe inúmeros benefícios para os estudos de matérias líquidas e sólidas pela 
espectroscopia por ressonância magnética em 1950.
Erwin Hahn recebeu vários prêmios por suas pesquisas, inclusive, a 
medalha da Sociedade Internacional de Ressonância Magnética em Medicina 
(ISMRM), concedida a eles pela criação da RM pulsada e os processos de 
reorientação do sinal de RM, ou seja, foi Hahn o criador da técnica aplicada na 
sequência de pulso spin eco e gradiente eco. Tanto que foi indicado por Peter 
Mansfield a receber o Prêmio Nobel de Física pelo feito, porém, Hahn nunca 
recebeu tal prêmio.
3 OS AVANÇOS CIENTÍFICOS PARA PRODUÇÃO DE 
IMAGENS POR RM
Em meados da década de 1970, o médico americano Raymond 
Damadian apresentou seus estudos descrevendo as diferenças de excitação 
magnética pelos tecidos. Primeiramente, realizou seus estudos em ratos e, 
mais tarde, com o corpo humano. Percebeu que tecidos excitados pelo mesmo 
pulso de radiofrequência apresentavam sinal magnético diferente quando 
relaxavam, retornando ao seu estado de equilíbrio. Segundo o médico, isso 
ocorria comparando os tecidos normais em relação aos tecidos considerados 
patológicos, pois as células dos tecidos patológicos possuíam um fluxo de 
água mais permeável e, com isso, apresentavam um movimento molecular 
lento, mais restritivo, com tempos de relaxamento mais longos do que as 
células presentes no tecido normal (FERREIRA; NACIF (2011).
TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E OS AVANÇOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
7
De acordo com Ferreira e Nacif (2011), a experiência de Damadian 
demonstrou o quanto a estrutura da água era fundamental para a imagem por 
ressonância magnética e o contraste da imagem estaria relacionado às diferenças 
do nível de hidratação dos tecidos do corpo humano. 
Basicamente, é sabido que o excelente contraste da imagem por RM, que 
permite a visualização das partes moles, está relacionado à diferença entre a água e a 
gordura presente nos tecidos.
IMPORTANT
E
Em 1971, o químico americano Paul Lauterbur (Figura 3), fez um 
aperfeiçoamento nos estudos de Damadian (Figura 4), pois, segundo Nóbrega 
(2006), quando Lauterbur analisou as experiências de Damadian replicadas por 
Leon Saryan, percebeu que não era possível saber a localização correta da patologia, 
pois o experimento não permitia ter uma localização precisa da área de interesse do 
objeto estudado. Foi então que, em 1973, Lauterbur criou a técnica dos gradientes 
de campo, utilizada até hoje nos equipamentos mais modernos. 
FIGURA 3 – PAUL C. LAUTERBUR
FONTE: <https://www.nobelprize.org/images/lauterbur-13686-content-portrait-mobile-tiny.jpg>. 
Acesso em: 23 out. 2020.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
8
FIGURA 4 – RAYMOND DAMADIAN
FONTE: <https://bit.ly/2FSNVvt>. Acesso em: 23 out. 2020.
A técnica dos gradientes utiliza um conjunto de bobinas que trabalham 
em conjunto, a ponto de interagir com o campo magnético principal estático, 
criando um gradiente de campomagnético, o que permite fazer a localização 
espacial do corte, ou seja, da área que está sendo estudada. Segundo Ferreira e 
Nacif (2011), o fato de a técnica utilizar dois campos combinados sobre o objeto 
de estudo, o nome dado foi “zeugmatografia”, oriunda do termo grego zeugma, 
que significa “aqueles que se associam”. O nome não vingou e continuou o 
método sendo chamado de imagem por ressonância magnética.
Em 1973, Lauterbur publicou a primeira imagem por RM. Uma imagem 
tridimensional obtida por meio de processamento matemático dos sinais de 
ressonância coletados de um molusco. Concluiu, em seus experimentos, que os 
detalhes (nitidez) e a resolução espacial da imagem estavam relacionadas diretamente 
à potência do campo magnético estático e à potência do gradiente de campo, não 
havendo relação com o tamanho do comprimento de onda do pulso de RF emitido.
Um novo e importante protagonista surge na história da RM, seu nome é 
Peter Mansfield, um físico inglês que, segundo Nóbrega (2006), vem aprimorar a 
técnica dos gradientes de Lauterbur, provando que era possível reconstruir imagens 
por meio dos sinais eletromagnéticos captados durante o fenômeno de ressonância 
magnética, utilizando algoritmos matemáticos e um bom computador para realizar 
os cálculos. Peter Mansfield (Figura 5) trabalhava na Universidade de Nottingham, 
no Reino Unido, e liderava um importante grupo de pesquisa na área de ressonância 
magnética, o qual estudava a ressonância magnética em paralelo às pesquisas de 
Lauterbur e Damadian. Além de aprimorar a técnica dos gradientes de campo, 
Mansfield também criou a sequência de pulso, chamada de Imagem Eco Planar 
(EPI), uma sequência muito rápida utilizada para aquisições de imagens na RM, 
principalmente, nas imagens de difusão, perfusão e na técnica Bold (fMRI).
TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E OS AVANÇOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
9
FIGURA 5 – PETER MANSFIELD
FONTE: <https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/2003/mansfield/biographical/>. 
Acesso em: 23 out. 2020.
No ano de 1975, o cientista Richard Ernst apresentou a possibilidade da 
formação da imagem por RM com base na codificação de fase e frequência, utilizando 
a transformada de Fourier, técnica de formação da imagem utilizada atualmente.
4 A PRODUÇÃO DO PRIMEIRO EQUIPAMENTO DE RM
De acordo com Nóbrega (2006), o médico Raymond Damadian começou 
a utilizar as técnicas propostas, nos experimentos de Lauterbur e Mansfield, para 
produzir imagens de animais. Logo, em 1974, solicitou a patente para o uso das 
imagens por ressonância magnética no diagnóstico médico, com o objetivo de 
utilizar esse método no diagnóstico do câncer. 
No ano de 1977, Damadian finaliza e apresenta ao mundo o primeiro 
protótipo de corpo inteiro, chamado de “The Indomitable” (indomável). Segundo 
Ferreira e Nacif (2011), o equipamento realizou o primeiro corte axial de um ser 
humano, a imagem do tórax, cortado na altura da oitava vértebra torácica, cujo 
tempo de aquisição levou cerca de 4h45min (Figura 6). 
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
10
FIGURA 6 – DAMADIAN E SUA EQUIPE NO INDOMITABLE
FONTE: <https://bit.ly/37BxwqE>; <https://bit.ly/3kr0n4C>. Acesso em: 23 out. 2020.
Na figura anterior, é possível observar o Dr. Raymond Damadian, o Dr. 
Lawrence Minkoff e o Dr. Michael Goldsmith (da esquerda para a direita), equipe 
que deu o pontapé inicial para produção de imagens por ressonância magnética 
para uso médico. 
No início da década de 1980, Damadian fundou a empresa Fonar e começou 
a produzir equipamentos em série com fins comercial. Segundo Nóbrega (2006), a 
imagem por ressonância magnética torna-se, clinicamente, útil em 1982.
Em 2003, Paul Lauterbur e Peter Mansfield foram agraciados com o 
Prêmio Nobel de Medicina e o Prêmio Nobel de Fisiologia. Já Damadian, que 
havia sofrido a injustiça de não dividir o Prêmio Nobel, contentou-se em receber, 
do presidente dos EUA, a Medalha Nacional de Tecnologia.
Apesar de não ser agraciado pelo Prêmio Nobel, Raymond Damadian é 
reconhecido na literatura como um dos criadores da Ressonância Magnética.
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E OS AVANÇOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
11
5 PANORAMA DA RM NO BRASIL
Conforme Nóbrega (2006), no Brasil, o primeiro aparelho de ressonância 
magnética foi instalado em 1986, no Hospital Israelita Albert Einstein, em 
São Paulo. Tratava-se de um equipamento Philips, de 0,5 Tesla, que possuía 
gaiola externa. A partir do ano de 1990, os aparelhos de ressonância magnética 
começaram a ser amplamente comercializados e consolidaram-se como um 
importante método diagnóstico no país.
Conforme dados obtidos no site do Datasus, atualizados em julho de 
2020, existem no Brasil, até o momento da escrita deste livro, 2.815 equipamentos 
de ressonância magnética, cuja distribuição por regiões pode ser observada na 
tabela a seguir: 
TABELA 1 – DISTRIBUIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE RM POR REGIÕES DO BRASIL
REGIÃO Nᵒ DE EQUIPAMENTOS DE RM
Região Norte 159
Região Nordeste 480
Região Sudeste 1.370
Região Sul 511
Região Centro-Oeste 295
TOTAL 2.815
FONTE: Adaptada de <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?cnes/cnv/equipobr.def>. 
Acesso em: 23 out. 2020.
A Portaria Ministerial nᵒ 1.631, de 1ᵒ de outubro de 2015, que aprova 
critérios e parâmetros para o planejamento de ações e serviços de saúde no âmbito 
do SUS, vem corroborar com a Lei Complementar nᵒ 141, de 13 de janeiro de 2012, 
que subsidia o cálculo das estimativas de necessidades de saúde da população 
brasileira. Segundo dados do Datasus (2020a), são definidos pelo menos um 
equipamento de ressonância magnética para cada 500.000 habitantes, ou seja, 0,2 
equipamentos para cada 100.000 habitantes. 
Segundo o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a 
população brasileira em agosto de 2020 é estimada em 211,9 milhões de habitantes. 
Correlacionando com o total de equipamentos apresentados pelo Datasus, conclui-
se que, em agosto de 2020, temos 1,3 equipamentos de RM para cada 100.000 
habitantes no Brasil. Em 2008, o Ministério da Saúde com base no Cadastro 
Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil (CNES), apresentava a média de 
0,38 equipamentos de RM para cada 100.000 habitantes (DATASUS, 2020b). 
Os dados demonstram um crescimento de cerca de 242% na quantidade 
de equipamentos de ressonância disponíveis no Brasil, entre 2008 e 2020.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
12
Se você realizar uma breve reflexão, poderá pensar: temos equipamentos 
mais do que suficientes para atender toda população que necessita realizar exames 
de ressonância magnética? Então, por que ainda há dificuldades de acesso para 
realização desse exame? 
A questão é a distribuição, observe na Tabela 1 como está a distribuição 
de equipamentos nas regiões do Brasil, há regiões com uma grande quantidade 
de equipamentos, porém outras, com poucos equipamentos disponíveis. Sem 
considerar as variáveis que envolvem a realização dos exames, necessidade ou não 
de anestesia, horários disponibilizados para atendimento aos pacientes do SUS, 
entre outras.
5.1 AS FÁBRICAS DE RM NO BRASIL
Os principais fabricantes de equipamentos de RM instalaram 
fábricas no país, o que facilitou o acesso das empresas a financiamentos, 
principalmente, o uso do FINAME, um financiamento para micro, pequenas 
e médias empresas, oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento 
(BNDES). Para que o equipamento pudesse ser financiado com recursos 
do BNDES, ele precisava ser um produto nacional. Assim, com fábricas no 
Brasil, os equipamentos de RM atendiam as condições. 
Este fato foi um dos fatores que permitiu que o número de equipamentos 
aumentasse bastante nos últimos 12 anos. Afinal, estamos tratando de um equipamento 
cujo custo varia entre U$ 800.000,00 até U$ 2.000.000,00 de dólares. O valor varia de 
acordo com o modelo, potência de campo magnético, potência dos gradientes decampo, acessórios e pacote de softwares disponíveis no equipamento.
A empresa holandesa Philips foi a primeira. Instalou sua fábrica em 2008, 
na cidade de Varginha, em Minas Gerais. No mesmo ano, outra empresa do 
seguimento, a americana General Eletric (GE), instalou sua fábrica na cidade de 
Contagem, também no estado de Minas Gerais. Por fim, a outra grande empresa 
do seguimento, a alemã Siemens, instalou sua fábrica em 2012 na cidade de 
Joinville, no estado de Santa Catarina.
A maior parte das peças são trazidas de fora e os equipamentos, 
montados nas fábricas brasileiras. Isso torna o equipamento nacionalizado e dá 
acesso à linha de financiamento que podem ser atraentes ao comprador.
Por outro lado, entidades filantrópicas que possuem o Certificado de 
Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS), ainda preferem a importação 
direta, pois entendem ser mais vantajosa do que pagar o custo do equipamento 
nacionalizado. Ter a certificação do CEBAS, classifica o hospital ou clínica como 
filantrópico. Isso traz inúmeros benefícios, desde a redução da pesada carga 
tributária que possuem as empresas no Brasil, além de isenção de encargos e 
impostos para importação na aquisição de equipamentos e novas tecnologias. 
TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E OS AVANÇOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
13
6 AVANÇOS TECNOLÓGICOS DA RESSONÂNCIA 
MAGNÉTICA
A experiência de quase 20 anos no mercado da radiologia e diagnóstico 
por imagem, tem mostrado que o uso dos equipamentos de ressonância 
magnética vem aumentando de forma exponencial, observando os dados 
expostos anteriormente, com base no Datasus (2020a), percebe-se que o aumento 
da quantidade de equipamentos no Brasil aumentou significativamente. 
Da mesma forma, o avanço tecnológico das máquinas, antigamente, era 
comum observarmos no mercado, equipamentos abertos de baixo campo, que 
variavam entre 0,2 T até 0,5 T, depois as máquinas de campo fechado de 1,0 T 
começavam a ganhar representatividade.
Logo, o mercado foi dominado pelos equipamentos fechados de 1,5 
T, considerados de alto campo. É o tipo mais comum de potência de campo 
encontrados em funcionamento, atualmente, em clínicas e hospitais.
Os equipamentos de 3,0 T têm marcado cada vez mais presença no 
mercado dos exames por ressonância magnética. Incialmente, utilizado para 
pesquisa e exames específicos na parte de neurologia e estudo da próstata, pois 
oferecia algumas limitações em função dos artefatos eminentes do altíssimo 
campo magnético; atualmente, com os avanços tecnológicos que reduzem 
os artefatos e, principalmente, em virtude da multitransmissão que reduz 
o efeito dielétrico da RM, os equipamentos de 3,0 T estão sendo utilizados 
normalmente para realização dos exames da rotina diária dos serviços de 
diagnóstico por imagem de clínicas e hospitais, sem qualquer restrição à 
qualidade de imagem. Apenas claro, quando há restrição do paciente a 
exposição ao campo magnético de 3,0 T.
A tecnologia tem avançado para sustentabilidade, os equipamentos 
classificados como supercondutores dependem de hélio para o sistema de 
criogenia, cujo consumo impacta significativamente nos custos de um serviço de 
RM. Nesse contexto, os fabricantes desenvolveram um sistema com pouco ou 
nenhum consumo de hélio, durante o uso do equipamento, porém, o equipamento 
necessitava ser abastecido com cerca de 1.000 a 1.600 litros de hélio no início da sua 
operação, e ter a reposição desse hélio em caso de pane ou problemas no sistema de 
criogenia. Em 2019, foi lançado um equipamento com magneto totalmente selado, 
embarcado com uma tecnologia que funciona com apenas sete litros de hélio. Com 
esse tipo de magneto selado, não há mais necessidade de tubo quench, tendo em 
vista que não haverá nenhuma saída de hélio, nem em caso de baixa do campo 
magnético estático.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
14
A prática na execução de exames, a atuação como consultor e a realização 
de treinamentos em hospitais e clínicas têm mostrado a preocupação com a 
produtividade das agendas de ressonância magnética, ou seja, fazer mais exames 
em menos tempo. Seguindo essa tendência, os fabricantes têm se empenhado 
em desenvolver tecnologias que vão de encontro a essa necessidade do mercado. 
Recentemente, foi criado uma forma de aquisição paralela, chamada pela Philips 
e Siemens de Compressed Sense e pela GE de Hyper Sense. 
Segundo informações dos materiais de divulgação dos fabricantes, essas 
ferramentas de aquisição paralela são capazes de reduzir o tempo de aquisição 
das imagens em 50%, mantendo a qualidade das aquisições realizadas com a 
técnica de aquisição paralela tradicional.
Também há no mercado as sequências de pulso volumétricas, que visam 
levar a RM para um formato de trabalho muito parecido com a tomografia 
adquirindo um volume de imagens em um plano com voxel isotrópico e pós-
processar essa imagem, reconstruindo-a em outros planos depois da aquisição. 
Ao invés de adquirir os três planos ortogonais separadamente.
Nesse contexto de pós-processamento, citamos as sequências sintéticas, 
em que é possível adquirir um volume de imagens em um plano e depois, na 
estação de trabalho, definir a ponderação desejada, podendo obter até seis 
ponderações diferentes para uma única aquisição.
Por fim, a experiência do paciente tem sido considerada pelos fabricantes 
de equipamentos, pensando no conforto do paciente, os equipamentos têm se 
apresentado com alguns pontos bem positivos:
• Layout Harmonizado: equipamentos mais modernos, com visual sofisticado, 
com leds que dão uma sensação de maior tranquilidade e conforto ao paciente 
no momento da realização do exame. O uso de painéis luminosos e uma boa 
música na sala ajudam a acalmar aqueles pacientes mais ansiosos no momento 
da realização dos exames.
• Wide Bore ou Open Bore: são os equipamentos de RM que apresentam uma 
abertura de 70 cm de diâmetro, facilitando a execução de exames nos pacientes 
mais obesos e claustrofóbicos, pois há uma maior distância entre o rosto do 
paciente e a estrutura do magneto. Parece pouco, mas esses 10 cm a mais do 
que a abertura padrão de 60 cm, faz bastante diferença.
• Software de redução de ruído: sistema de hardware/software que atua junto aos 
gradientes minimizando os ruídos produzidos por ele durante o chaveamento 
e passagem de corrente elétrica quando estão em ação. Chamados de “Silent”, 
“Quiet Suite” ou “Confort Tone” mudam de nomenclatura de acordo com 
o fabricante. O importante é que funcionam bem e trabalham sem perder a 
eficiência do equipamento, sendo muito útil nos exames pediátricos e pacientes 
com muita sensibilidade ao barulho do equipamento de RM.
TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E OS AVANÇOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
15
Tudo que foi apresentado aqui, nas tendências e evoluções, será trabalhado ao 
longo desta e das próximas unidades.
NOTA
6.1 RESSONÂNCIA MOLECULAR – PET/RM
A Siemens lançou, em 2010, o primeiro equipamento de ressonância 
magnética molecular de corpo inteiro (Figura 7), sendo composto por um 
sistema dividido em duas modalidades distintas: uma parte do equipamento 
é um tomógrafo emissor de pósitrons (PET) e a outra parte do equipamento 
uma ressonância de alto campo. Sendo possível ao paciente, realizar os dois 
estudos simultaneamente. 
FIGURA 7 – EQUIPAMENTO DE RM MOLECULAR – PET/RM
FONTE: Adaptada de <https://www.scielo.br/img/revistas/rb/v43n3/12f01.jpg>. 
Acesso em: 23 out. 2020.
6.2 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DE 7,0 T
Tanto os fabricantes Siemens como a GE, possuem equipamentos de RM 
de 7,0T para comercializar, em breve. Acredita-se que todos os demais fabricantes 
também disponibilizarão equipamentos com essa potência de campo magnético.
O primeiro equipamento de 7,0 T da América Latina foi instalado no 
Brasil em 2012. Esse equipamento se encontra instalado na USP em São Paulo, 
para fins de pesquisa em cadáveres e animais. Em um projeto inovador chamado 
de Plataformade Imagens na Sala de Autópsia (PISA), coordenado pelo professor 
Dr. Paulo Hilário Saldiva, que reúne os departamentos de Patologia e Radiologia 
da FMUSP.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
16
Segundo Westbrook, Roth e Talbot (2013), na prática clínica os 
equipamentos de RM operam com magnetos entre 0,2 T até 4,0 T. Sendo que 
aproximadamente 85% dos equipamentos no mercado mundial são de 1,5 T. 
Até 2004, o FDA (Food and Drug Administration), por meio do CDRH (Criteria for 
Significant Risk Investigations of Magnetic Resonance Diagnostic Devices), limitava a 
2,0 T o limite de campo magnético para uso clínico. A partir de julho de 2004, o 
FDA liberou equipamentos até 4,0 T. Desde 2019, está liberado o equipamento de 
7,0 T para uso clínico.
O equipamento de RM com 7,0 T possui um campo magnético que é 140 
mil vezes mais forte que o campo magnético do planeta Terra, o que necessita 
uma infraestrutura de blindagem e um processo de trabalho diferenciado quando 
comparado aos equipamentos de 1,5 T e 3,0 T, utilizados, mais comumente, na 
rotina dos serviços de diagnóstico por imagem.
A qualidade de imagem possui um padrão invejável, com altíssima 
relação sinal-ruído e como uma resolução espacial que apresenta minuciosos 
detalhes da anatomia humana, permitindo aquisições com espessuras de até 
0,05 mm (Figura 8).
FIGURA 8 – EQUIPAMENTO E IMAGENS DA RM 7,0 T
FONTE: Adaptada de <http://twixar.me/vMbm>. Acesso em: 30 out. 2020.
6.3 O PROJETO INUMAC
Segundo informações da Universidade de Friburgo, na Alemanha, o 
Projeto INUMAC envolve a criação de novas tecnologias para a produção de 
imagens por ressonância magnética, principalmente para a pesquisa e estudo das 
patologias neurológicas. Um projeto iniciado em 2006 que envolveu, também, as 
empresas Siemens, Bruker BioSpin, Commissariat à Iénergie Atomique, Guerbet 
e a Alstom. 
TÓPICO 1 — ASPECTOS HISTÓRICOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E OS AVANÇOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
17
Foram cerca de U$ 280 milhões de dólares investidos no projeto, a 
partir dele foi criado um equipamento de ressonância magnética de 11,75T. De 
acordo com Templeton (2013), o INUMAC será capaz de fazer cortes de 0,01mm, 
fornecendo uma resolução espacial de 1mm cúbico, sendo possível incluir até 
10 mil neurônios por pixel. Possui cerca de 200km de um fio de nióbio-titânio 
precisamente enrolado em uma bobina que ficará imersa em um sistema de 
criogenia para garantir a supercondutividade desse equipamento de altíssimo 
campo magnético.
Segundo Templeton (2013), com esse forte campo magnético, poderá 
se pensar, inclusive, em se obter imagens utilizando outros elementos do 
corpo, além do hidrogênio, pois seria possível buscar sinais de RF oriundos do 
realinhamento dos núcleos do sódio e do potássio.
18
Neste tópico, você aprendeu que: 
• A ressonância magnética, apesar de considerada um método um tanto novo de 
diagnóstico por imagem, possui uma história bastante antiga.
• O fenômeno de ressonância está mais presente em nosso dia a dia do que 
podemos imaginar. 
• O primeiro experimento bem-sucedido com a ressonância magnética ocorreu 
em 1946, em duas pesquisas distintas, uma realizada por Felix Bloch e outra 
realizada por Edward Purcell.
• A espectroscopia por ressonância magnética foi criada por Bloch e Purcell.
• Os responsáveis pela criação da imagem por ressonância magnética foram 
Damadian, Lauterbur e Mansfield.
• A ressonância magnética se tornou clinicamente útil em 1982.
• O primeiro equipamento de RM instalado no Brasil foi em São Paulo, no 
hospital Albert Einstein, no ano de 1986.
• Segundo o Datasus de 2020a, o Brasil possui atualmente 2.815 equipamentos 
de RM, sendo 1,3 equipamentos para cada 100.000 habitantes.
• Assim como tem o PET/CT, também existe a PET/RM.
• Há equipamentos com mais de 3,0T utilizados para pesquisa já instalados no 
Brasil e em outros países.
• Os equipamentos de RM passam por constantes avanços tecnológicos, sendo 
importante que o profissional se mantenha sempre atualizado.
RESUMO DO TÓPICO 1
19
1 Em 1970, um médico Americano, considerado um dos descobridores da 
Ressonância Magnética (RM), descreveu diferenças significativas na 
resposta da excitação magnética entre tecidos normais e patológicos, 
observando que emitiam sinais diferentes após bombardeados por pulso 
de RF igual, relaxando em equilíbrio. Quanto ao nome do médico, assinale 
a alternativa CORRETA:
a) ( ) Edward Purcell.
b) ( ) Richard Ernst.
c) ( ) Raymond Damadian.
d) ( ) Paul Lauterbur.
e) ( ) Félix Bloch.
2 Sobre o cientista criador da técnica dos gradientes de campo, que é utilizada 
até hoje, e que publicou a primeira imagem de um objeto realizada por 
meio da RM no ano de 1973, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Felix Bloch.
b) ( ) Peter Mansfield.
c) ( ) Raymond Damadian.
d) ( ) Paul Lauterbur.
e) ( ) Edward Purcell.
3 Quanto ao cientista inglês, com formação em matemática e física, cujo 
trabalho aprimorou a técnica dos gradientes de campo e criou a sequência 
de pulso EPI, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Raymond Damadian.
b) ( ) Joseph Larmor.
c) ( ) Michael Faraday.
d) ( ) Paul Lauterbur.
e) ( ) Peter Mansfield.
AUTOATIVIDADE
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21
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
FUNDAMENTOS DO ELETROMAGNETISMO
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico, vamos relembrar os fundamentos do 
eletromagnetismo. No estudo da ressonância magnética, é fundamental conhecer 
os importantes conceitos que embasam o magnetismo e eletromagnetismo. 
O eletromagnetismo está mais presente em nossas vidas do que podemos 
imaginar. Encontramos a aplicação do eletromagnetismo nas portas codificadas nas 
entradas dos prédios, companhias, automóveis, dispositivos de freios magnéticos 
nos equipamentos de raios X utilizados para travar a posição da mesa e estativa, alto-
falantes, antigas fitas cassetes e VHS, entre outras muitas aplicações, o equipamento 
de ressonância magnética.
O magnetismo é o fenômeno relacionado à atração e repulsão entre objetos. 
O eletromagnetismo é quando são utilizados meios elétricos para obter-se o 
magnetismo, o que ocorre quando são necessários campos magnéticos muito fortes.
A história do magnetismo se dá entre 1000 a 800 a.C., na Grécia, cujos 
gregos conheceram o magnetismo por meio de uma pedra chamada magnetita 
(Fe3O4). Essa pedra era composta por um material capaz de atrair pedaços de 
ferro, chamado de óxido ferroso (Figura 9). 
FIGURA 9 – PEDRA MAGNETITA
FONTE: <https://www.cristaisaquarius.com.br/blog/wp-content/uploads/2018/04/Magnetita-02.jpg>. 
Acesso em: 23 out. 2020.
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
Segundo Bushong (2010), essa pedra foi encontrada por pastores e 
criadores de gado de uma aldeia chamada Magnésia (hoje Turquia Ocidental). 
Fato que corrobora com a lendária história que o pastor Magnes, enquanto cuidava 
do seu rebanho na aldeia, percebeu que pequenos pedaços de pedra grudavam 
em seus sapatos (com a sola fixada com pregos) e na ponta do seu cajado. Em 
função desse fato e pela região onde a magnetita foi encontrada, deram o nome 
de “magnetismo” aos fenômenos físicos observados e estudados.
A pedra magnetita é considerada um ímã natural. O magnetismo terrestre 
se dá porque, no centro da Terra, existem muitas magnetitas. Considerando seu 
movimento em torno do próprio eixo, a Terra é considerada um ímã natural.
Outra abordagem da história do magnetismo supõe que os chineses já 
conheciam essa pedra e a chamavam de pedra amante, pelo seu poder de atração, mas 
usavam-na apenas para fins místicos e não científicos. A pedra amante dos chineses, 
deu origem ao termo francês aimant que, futuramente, tornar-se-ia a expressão “ímã”. 
Recomendamos ficar com o conceito do Bushong, que está referenciado na bibliografia.
NOTA
2 FUNDAMENTOS DO MAGNETISMO
O magnetismo é o fenômeno relacionado à atração e repulsão entre 
objetos, sendo considerados ímãs ou compostos de material ferromagnético.Conforme Westbrook, Roth e Talbot (2013), o magnetismo é propriedade 
fundamental da matéria, pois toda matéria interage com um campo magnético, 
inclusive as não magnéticas. 
A forma como a matéria vai interagir com o campo magnético é definido 
por uma propriedade chamada de suscetibilidade magnética. Quanto mais fácil 
interagir com o campo magnético, mais suscetível ao magnetismo será, então, 
maior será a suscetibilidade magnética desse material. O grau de magnetização 
de um material ou substância está relacionado com seu momento magnético 
(dipolos), sendo que, esse momento magnético, tem origem na movimentação 
dos elétrons de um átomo. 
Com base no modelo atômico clássico, Westbrook, Roth e Talbot (2013) 
afirmam que os elétrons possuem o movimento orbital em torno do núcleo do 
átomo e o movimento de um spin, em torno do seu próprio eixo. A lei da indução 
eletromagnética diz que cargas em movimento induzem um campo magnético, 
sendo o momento magnético efetivo de um átomo a combinação dos momentos 
magnéticos de todos os elétrons presentes.
TÓPICO 2 — FUNDAMENTOS DO ELETROMAGNETISMO
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O magnetismo de um material ou substância dependerá desse momento 
magnético efetivo. Conforme o arranjo de elétrons, esse magnetismo poderá 
ser anulado, dando uma condição diamagnética ou em outro extremo, um 
momento magnético efetivo forte, com uma condição ferromagnética.
2.1 TIPOS DE MAGNETISMO
Na física, o magnetismo é classificado da seguinte forma:
• Ferromagnetismo: é o tipo mais forte e comum de magnetismo, grande poder 
de atração por ímãs externos e podem ser magnetizados por campos magnéticos 
excitantes. Exemplos: ferro, cobalto, níquel e suas ligas. 
• Paramagnetismo: é a tendência que os dipolos magnéticos têm de se alinharem 
paralelamente ao campo magnético externo ao qual estão expostos. Fenômeno 
muito comum no processo de obtenção de imagens por ressonância magnética. 
Exemplos: gadolínio, sódio, magnésio, cálcio, entre outros.
• Diamagnetismo: é a tendência dos dipolos magnéticos de serem repelidos por 
um campo magnético externo ao qual estão expostos. São materiais que não 
são atraídos e nem podem ser magnetizados, seja por indução ou imantação. 
Exemplos: madeira, água, plástico, prata, chumbo, grafite, cobre, diamante, 
ouro, entre outros.
Esse conhecimento é importante para que haja bastante atenção nos 
materiais que serão utilizados na construção das blindagens magnéticas e de 
radiofrequência em salas de ressonância magnética, pois não é qualquer liga 
metálica que pode ser aplicada nessas construções.
Com relação ao ferromagnetismo, existem exemplos de aço inoxidável que 
se enquadram nessa classificação, porém, não magnético. Isso dependerá da liga 
envolvida na fabricação dessa peça de aço: se for da classe ferrítica, pertencerá à 
série 400, exemplo o TP 439 e TP 444. Nesse caso, totalmente ferromagnético com alto 
poder de atração, ou seja, classe magnética. Já no caso do aço inoxidável da classe 
austeníticos, pertencerá à série 300, por exemplo, o TP 304 e TP 316. Nesse caso, em 
função do cromo e do níquel presentes na liga de aço, torna essa peça não magnética, 
ou seja, sem poder de atração.
2.2 CONCEITO DE ÍMÃ
O conceito de ímã é determinado como um corpo que possui 
propriedades de atrair objetos, ditos ferromagnéticos.
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
Existem ímãs naturais, que têm origem em rochas (magnetitas) do interior 
da Terra, e ímãs artificiais, produzidos artificialmente, chamados de “ímãs 
permanentes”. Segundo Bushong (2010), a criação artificial de um ímã se dá por um 
processo de magnetização chamado de imantação, podendo ter a forma e tamanho 
de acordo com a aplicação que será feita desse ímã. A bússola é um exemplo de ímã 
permanente, criado de forma artificial.
O ímã permanente tem como matéria-prima um material ferromagnético 
que deve ser dimensionado em forma de ferradura. Após imantado, seus dipolos 
magnéticos ficam alinhados e presos em uma mesma orientação (direção e sentido), 
a partir de então, esse material passa a ter características magnéticas, ou seja, com 
poder de atração e repulsão. Torna-se então um ímã.
Acadêmico de Radiologia, para facilitar o seu entendimento e ilustrar o 
processo, vamos utilizar um exemplo do site da Universidade Estadual Paulista (UNESP). 
Vale a pena a leitura desse material na integra, segue um trecho: 
 [...] Para isso, tomemos um material ferromagnético (um alfinete, por exemplo) e 
um ímã natural. Passamos o alfinete sobre a superfície do ímã natural diversas vezes, sempre 
na mesma direção e no mesmo sentido. Percebe-se que, depois de algumas passadas, o 
alfinete começa a apresentar uma propriedade magnética, atraindo e/ou repelindo a agulha 
de uma bússola ou pequenos objetos metálicos. Dizemos que o alfinete ficou magnetizado. 
Percebe-se também que, quanto maior for o número de passadas, mais intenso se torna 
esse magnetismo. Isso ocorre porque o campo magnético do ímã natural alinha os dipolos 
magnéticos do alfinete. Devido a fatores estruturais do material ferromagnético, alguns 
dipolos ficam presos nessa orientação e não conseguem voltar à orientação original. A 
cada passada, mais e mais dipolos se prendem nessa orientação. Então, o resultado depois 
de muitas passadas é que muitos dipolos do alfinete ficaram presos, todos com a mesma 
orientação. A somatória dos campos magnéticos desses dipolos, darão ao alfinete uma 
propriedade magnética razoavelmente forte, ao ponto de ele conseguir atrair e/ou repelir 
outros materiais [...]. 
FONTE: <http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/ele14.htm>. Acesso em: 26 out. 2020.
NOTA
Para desfazer esse processo de imantação, é necessário desalinhar os 
dipolos magnéticos do material. Isso pode ser feito de duas formas: aquecendo o 
material ou causando um forte impacto nele.
Já no caso dos ímãs temporários, magnetizados por indução magnética, esse 
material ferromagnético só fica magnetizado enquanto exposto a um alto campo 
magnético, na medida em que se afasta, perde a magnetização naturalmente.
TÓPICO 2 — FUNDAMENTOS DO ELETROMAGNETISMO
25
2.3 CARACTERÍSTICAS DE UM IMÃ
Todo ímã é considerado um dipolo magnético, por possuir um polo 
magnético norte e um polo magnético sul. Segundo Nóbrega (2006), isso se 
convencionou após experiências suspendendo um ímã preso a um fio, percebeu-
se então que o polo norte magnético desse ímã sempre apontava para o Norte 
geográfico da Terra (considerado o sul magnético terrestre); da mesma forma, o 
polo sul magnético desse mesmo ímã, apontava para o Sul geográfico da Terra 
(considerado o norte magnético terrestre).
Isso se explica porque os ímãs estão submetidos à Lei de Atração e 
Repulsão, antes estudada na eletrostática e, agora, repetindo-a aqui, no estudo 
do magnetismo, em que é postulado que corpos com polos iguais se repelem, já 
corpos com polos opostos se atraem.
Outra característica importante é a presença de uma propriedade 
denominada inseparabilidade de um ímã, onde é observado que os polos 
magnéticos sempre existem em pares (dipolos), mesmo que você tente separar 
um ímã quebrando-o ao meio (Figura 10), o pedaço que ficará na sua mão direita 
terá polo norte e polo sul, assim como o pedaço que ficará na sua mão esquerda. 
E, por menor que seja o pedaço que se esmigalhe um ímã, ele continuará sempre 
sendo um dipolo magnético (Figura 11). Quando o ímã é muito pequeno, a ponto 
de serem indivisíveis, são chamados de ímãs elementares.
FIGURA 10 – TENTATIVA DE DIVIDIR UM ÍMÃ 
FONTE: Bushong (2010, p. 87)
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
FIGURA 11 – INSEPARABILIDADE DOS POLOS MAGNÉTICOS
FONTE: <https://bit.ly/35y3ZeR>. Acesso em: 26 out. 2020.
O corpo humano possui propriedades magnéticas. No estudo da ressonância 
magnética, é observado que o próton de hidrogênio possui propriedades magnéticas, 
sofrendo alinhamento ao interagir com o campo magnético do equipamento. Permitindo 
que ocorra o fenômenode ressonância. Então, o próton de hidrogênio é considerado um 
ímã elementar e, por esse motivo, é chamado de spin.
IMPORTANT
E
2.4 FORÇA MAGNÉTICA X CAMPO MAGNÉTICO
Estes conceitos são muito importantes no estudo da ressonância 
magnética, pois a potência do equipamento de RM é dada com base em seu 
campo magnético, medindo em Tesla (T).
Força Magnética – a força magnética é a força exercida por um ímã 
quando colocado próximo a um objeto ferromagnético, podendo ser uma força 
atrativa ou repulsiva. Essa força é que faz o alinhamento dos dipolos magnéticos, 
quando colocados próximos, ou seja, a força magnética surge sempre que um ímã 
for colocado sob influência de outro ímã. Temos força de atração também quando 
estudamos a física da força elétrica e da força gravitacional.
A força magnética de atração surge entre polos magnéticos opostos, e a 
força magnética de repulsão surge em polos magnéticos iguais. A unidade de 
medida de força no Sistema Internacional de Medidas (SI) é o Newton (N).
TÓPICO 2 — FUNDAMENTOS DO ELETROMAGNETISMO
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Campo Magnético – o campo magnético é a área de influência de um ímã, 
o planeta Terra como um grande ímã natural, é um exemplo de campo magnético. 
Na radiologia, nosso melhor exemplo de campo magnético está no equipamento 
de ressonância magnética. Em função da sua força de atração, produz um grande 
campo magnético que pode chegar a 30.000 vezes o campo magnético da Terra. A 
unidade de medida de campo no Sistema Internacional de Medidas (SI) é o Tesla (T), 
antigamente, usava-se o Gauss (G); sendo 1 T = 10.000G.
Segundo Bushong (2010), toda partícula carregada (positiva ou negativa) 
em movimento, criará um campo magnético no seu entorno, pois, tanto o elétron 
quanto o próton têm a propriedade de girar em torno do seu próprio eixo, 
denominada spin. Esse spin produzirá um campo magnético ao redor da carga 
em movimento. No caso do próton, chamamos de momento magnético nuclear, 
sendo parte do estudo da física da imagem por ressonância magnética.
O campo magnético é representado por linhas imaginárias, mas que 
pode ser materializado fazendo uma experiência usando um pedaço de um 
ímã e limalha de ferro. Ao posicionar o ímã sobre uma superfície e, sobre ele 
soltar os fragmentos de limalha de ferro, será possível observar as linhas de força 
magnética (ou linhas de indução magnética) que compõem o campo magnético 
(Figura 12).
FIGURA 12 – EXPERIMENTO COM O ÍMÃ E A LIMALHA DE FERRO
FONTE: <https://3.bp.blogspot.com/-XPZLeSyGujo/VxUpodrSLvI/AAAAAAAAAHc/o1p2So1kGy-
Q3pG9HsuLpPopewOZ6aUG4ACLcB/s1600/limalha.png>. Acesso em: 26 out. 2020.
Em seu livro, Bushong (2010) representa muito bem a distorção que 
um material ferromagnético causa nas linhas de campo (permeabilidade 
magnética), em comparação à aproximação de outro material que não é 
magnético (Figura 13).
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
FIGURA 13 – OBSERVAÇÃO DAS DISTORÇÕES NAS LINHAS DE CAMPO IMAGINÁRIAS
FONTE: Bushong (2010, p. 87)
Essa distorção demonstrada por Bushong (2010), é o que ocorre no 
exame de ressonância magnética, quando estudamos alguma parte da anatomia 
do paciente que possui algum implante metálico. A imagem será representada 
com um artefato que poderá prejudicar sua qualidade, principalmente as 
imagens que utilizam a técnica de saturação de gordura (Figura 14).
FIGURA 14 – COMPARAÇÃO DA RM DE TORNOZELO COM SATURAÇÃO DE GORDURA EM UM 
PACIENTE SEM METAL E OUTRO COM METAL
FONTE: O autor
As linhas observadas nas imagens anteriores, são linhas de indução 
magnética. Sua densidade (quantidade de linhas) pode variar de acordo com a 
intensidade do campo magnético, em uma relação proporcional. 
TÓPICO 2 — FUNDAMENTOS DO ELETROMAGNETISMO
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Alguns materiais podem ser magnetizados por indução, quando 
colocados na área de ação dessas linhas. Observe na imagem 13, como o 
ferro alterou as linhas de indução do ímã, por ser ferromagnético, tornou-se 
magnetizado, pois o magnetismo do ferro foi, temporariamente, induzido 
pelo campo magnético do ímã, cujo raio de ação é representado pelas linhas 
imaginárias de indução magnética.
3 FUNDAMENTOS DO ELETROMAGNETISMO
O conceito de eletromagnetismo é o fenômeno de produzir um campo 
magnético envolvendo fenômenos elétricos usando, como meio, os materiais 
condutores de eletricidade que possuem cargas elétricas em movimento.
No século XIX, vários cientistas estudavam em conjunto e 
separadamente os fenômenos elétricos e magnéticos. Segundo Bushong 
(2010), em 1820 o físico Hans Oersted começou a fazer experimentos que 
seria o marco da união entre os conceitos de eletricidade e magnetismo, o 
que hoje chamamos de eletromagnetismo. 
Há uma história, uma “lenda” que, naquela época, Oersted resolveu 
simular, na prática, relatos de alguns marinheiros, que afirmavam presenciar 
um fenômeno um tanto peculiar: toda vez que estavam em alto mar, em dias de 
tempestades com raios, observavam a bússola apontar na direção norte, o que é o 
correto, nada de anormal, até então. Quando ocorria um raio forte (uma descarga 
elétrica), a bússola mudava de posição momentaneamente, apontando para outra 
direção. Com base nesse relato, existe a suposição que foi esse fato que Oersted 
tentou experimentar em seu laboratório.
Para realizar o experimento, Oersted utilizou uma bússola, um fio 
condutor, um interruptor e uma pilha para produzir a corrente elétrica 
necessária. Passou o fio sobre a bússola, ainda sem corrente elétrica, e observou 
o apontamento para a direção norte, pois, nesse momento, estava sob a ação do 
campo magnético terrestre. Depois, Oersted acionou o interruptor, permitindo a 
passagem de corrente elétrica, observou que a bússola, então, mudou de posição, 
pois, nesse momento, estaria sob a ação do campo magnético produzido pelo 
campo elétrico, gerado pelo movimento das cargas elétricas no fio condutor 
(Figura 15). 
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
FIGURA 15 – ILUSTRAÇÃO DO EXPERIMENTO DE OERSTED
FONTE: Adaptada de <http://1.bp.blogspot.com/_qcTi-Evk8xE/RuS7TsocSoI/AAAAAAAAAC0/
NIIcJSzDPoQ/s400/oersted.jpg>. Acesso em: 26 out. 2020.
Independentemente se o relato dos marinheiros é verídico ou não, o 
experimento de Oersted comprovou o fato, pois toda vez que a bússola era exposta 
a uma corrente elétrica, ela mudava de posição momentaneamente, deixando de 
apontar para o norte. Ao interromper a passagem de corrente, a bússola retoma 
sua posição original.
Conforme afirma Bushong (2010), a experiência de Oersted provou que 
a eletricidade pode ser utilizada para produzir um campo magnético. Pois, na 
física, qualquer carga em movimento gera um campo magnético.
Nesse contexto, surge uma outra linha de raciocínio, o físico e químico 
britânico Michael Faraday buscou saber se um campo magnético poderia induzir 
uma corrente elétrica. Fez vários experimentos para estudar as possibilidades, 
concluindo que, se o campo magnético fosse estático, não produziria a corrente 
elétrica. Se o campo magnético for variável, então esse campo induz uma corrente 
elétrica. Neste momento, Faraday postulou o conceito de Indução Eletromagnética, 
ou “Lei de Faraday”.
No experimento clássico, Faraday coloca um ímã em movimento dentro 
de um solenoide (Figura 16). 
TÓPICO 2 — FUNDAMENTOS DO ELETROMAGNETISMO
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FIGURA 16 – EXPERIMENTO DE FARADAY
FONTE: <https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/2019/09/inducao-
bobinas.jpg>. Acesso em: 26 out. 2020.
Faraday observou que o ímã parado não havia qualquer alteração. 
Quando começa a movimentar o ímã dentro do solenoide, percebe que há uma 
alteração no ponteiro do amperímetro, ou seja, começou o processo de indução 
eletromagnética, pois variou o campo magnético durante o movimento do ímã.
O surgimento da corrente elétrica induzida envolve a interação com o fluxo 
magnético. O conceito de fluxo magnético foi convencionado por Faraday como 
sendo a quantidade de linhas de campo por metro quadrado de área.

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