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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA CAMILA DO COUTO, DANIEL BARRETO, DANIELLE FLORA, EDUARDA CÂMERA, FANNY SAMERSON, GABRIEL FELIPE, IGOR DE OLIVEIRA, JULIANA QUINTES, JOÃO GABRIEL MIRANDA, LUCAS SALLES, MICHEL MAMEDE, NIKOLE LOUISE, PEDRO LUCAS BARROSO, VANILDA FÉLIX, YASMIN REIS. CARL ROGERS CABO FRIO – RJ 2022 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ PSICOLOGIA CAMILA DO COUTO, DANIEL BARRETO, DANIELLE FLORA, EDUARDA CÂMERA, FANNY SAMERSON, GABRIEL FELIPE, IGOR DE OLIVEIRA, JULIANA QUINTES, JOÃO GABRIEL MIRANDA, LUCAS SALLES, MICHEL MAMEDE, NIKOLE LOUISE, PEDRO LUCAS BARROSO, VANILDA FÉLIX, YASMIN REIS. Trabalho apresentado a Universidade Estácio de Sá, com objetivo de apresentar a vida e a obra de Carl Rogers, e suas grandes contribuições para a psicologia. Professor(a): Karla Jessyka Mello de Oliveira CABO FRIO – RJ 2022 Sumário 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 1 2. BIOGRAFIA ...................................................................................................................................... 2 1.1. De onde veio o jeito de ser de Rogers? .................................................................................. 2 1.1.1. O que Rogers descobriu na prática profissional? ............................................................ 3 3. ÁREA DE ATUAÇÃO ......................................................................................................................... 5 1.2. Onde trabalhou ...................................................................................................................... 5 1.2.1. Rogers e o Humanismo ................................................................................................... 6 1.2.2. A teoria de Carl Rogers ................................................................................................... 7 1.2.3. A importância da abordagem de Carl Rogers ................................................................. 9 1.2.4. Principais obras ............................................................................................................ 10 4. ACP ............................................................................................................................................... 12 5. CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 16 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................................... 17 1 1. INTRODUÇÃO Carl Rogers, um dos principais precursores da Psicologia Humanista ou também chamada Terceira Força da Psicologia, foi um renomado psicólogo, sempre envolvido em causas políticas em busca pela paz, além de ter sido um grande questionador da Psicologia Behaviorista e da Psicanálise Tradicional de sua época, pois se recusava a identificar alguém como “doente”. Ele contribuiu com importantes trabalhos, sendo o mais importante entre eles, a Terapia Centrada na Pessoa, abordagem que visa a autonomia do cliente. 2 2. BIOGRAFIA 1.1. De onde veio o jeito de ser de Rogers? Rogers nasceu em Illinois em 1902. Era o irmão do meio de uma família de tradição protestante, que educou os filhos com valores como a importância do trabalho. Aos 12 anos mudou-se com a família para uma fazenda, onde descobriu o fascínio pela agricultura e pelos métodos científicos. Desde esse período, Rogers catalogava as espécies que encontrava e fazia experimentos científicos. Era um promissor autodidata. No entanto, sua vida social não caminhava da mesma forma. Rogers era tímido, morava distante dos colegas, além de ter mudado de escola muitas vezes. Embora esta ainda não fosse uma questão que desejasse entender, ele aplicava a observação científica a tudo, e suas memórias, desse período, mais tarde foram muito importantes para compor sua visão de ser humano. Na Universidade de Wisconsin, dedicou-se inicialmente a aprofundar as ciências físicas e biológicas. Logo após se formar em 1924, enfrentando as expectativas de sua família, ele começou a frequentar o Union Theological Seminary em Nova York, onde abraçou uma visão liberal da filosofia religiosa. Rogers estudou ciências físicas e biológicas até se graduar em 1924. Fez uma pequena passagem pelo Seminário Teológico Unido, em Nova Iorque, onde se destacou e recebeu como prêmio uma viagem à China. Seu contato com a cultura oriental foi decisivo para que ele percebesse que seu desenvolvimento filosófico e científico trazia outros interesses. Então se transferiu para o Teachers College da Columbia University, para estudar Psicologia, até receber o seu mestrado em 1928 e se tornar Doutor em 1931. 3 1.1.1. O que Rogers descobriu na prática profissional? Suas primeiras experiências clínicas foram no interno do Institute for Child Guidance, onde começou sua trajetória, e foi trabalhar com orientações a crianças com dificuldades educacionais e psicológicas. E foi na prática profissional que percebeu que as práticas tradicionais de Psicologia na época, tanto a perspectiva behaviorista, quanto psicanalítica tradicional, pareciam não atingir os objetivos clínicos esperados. Nesse período passou a compor a equipe do Rochester Center desenvolvendo uma série de pesquisas empíricas em busca de novas compreensões sobre o processo psicoterapêutico. Foi em 1940 que se deu conta de que estava desenvolvendo uma nova perspectiva original, que invertia a lógica da clínica psicológica tradicional. Rogers foi audacioso e manteve seu espírito científico para fundamentar que a prática da psicoterapia era área de domínio da Psicologia e não apenas na medicina, como acontecia até então. Rogers nunca parou de crescer profissionalmente e seguir em frente com diferentes estudos. Em 1956, tornou-se presidente da Academia Americana de Psicoterapeutas e, em 1957, obteve a cadeira de Psicologia e Psiquiatria da Universidade de Wisconsin, publicando On Becoming a Person. Em 1964, ele abandonou o ensino para se mudar para o Western Behavioral Science Institute, na Califórnia. Três anos depois, publicaria o resultado de sua experiência em seu departamento de psiquiatria com o livro O relacionamento terapêutico e seu impacto: um estudo da esquizofrenia. Ele também fundaria o Centro para o Estudo da Pessoa e o Instituto da Paz, focado na resolução de conflitos. Durante seus últimos anos, ele viveu em San Diego (Califórnia), intercalando terapias com conferências e atividades sociais. Ele aplicou suas teorias em situações como opressão política e conflitos nacionais, o que o levou a criar 4 oficinas de abordagem focadas em comunicações interculturais, reunidas com protestantes em todo o mundo. Finalmente, ele morreu repentinamente em 4 de fevereiro de 1987 aos 85 anos de idade. A importância do trabalho na vida de Carl Rogers serviu para ele ter vários continuadores de seus estudos de Psicologia Humanística. 5 3. ÁREA DE ATUAÇÃO Psicólogo atuante e desenvolvedor da Psicologia Humanista, também chamada de Terceira Força da Psicologia. Desenvolvendo também a ACP (Abordagem Centrada na Pessoa). Foi um dos principais responsáveis pelo acesso e reconhecimento dos psicólogos ao universo clínico, antes dominado pela psiquiatria médica e pela psicanálise. Sua postura enquanto terapeuta sempre esteve apoiada em sólidas pesquisas e observações clínicas. 1.2. Onde trabalhou Por ter passado muito tempo envolvido diretamente com a clínica, ficou claro que, durante seutrabalho ativo com clientes, Carl Rogers tinha atingido novas formas de pensar a prática psicoterapêutica. Nesse período, desenvolveu o polêmico método não-diretivo, que recebeu diversas críticas, porém, sua teoria despertou interesse dos estudantes o que o levou a explanar melhor seus pontos de vista, resultando uma série de livros, entre eles, “Aconselhamento e Psicoterapia” (1942) Em 1945, Carl Rogers tornou-se professor de Psicologia na Universidade de Chicago e secretário executivo do Centro de Aconselhamento Terapêutico, quando elaborou e definiu ainda mais seu método de terapia centrada no cliente, a partir do legado de outros teóricos, principalmente Kurt Goldstein. Carl Rogers formulou uma teoria da personalidade e conduziu pesquisas sobre a psicoterapia, o que muito pouco era feito com relação à abordagem do momento, a Psicanálise. Carl levou suas ideias à prática, com bons resultados e combinou essas conclusões com novas abordagens teóricas que publicou em: “Terapia Centrada no Cliente” (1951) e “Psicoterapia e Alteração na Personalidade” (1954). Em 1957, Rogers passou a lecionar na Universidade de Wisconsin, onde permaneceu até 1963. Durante esses anos, ele liderou um grupo de pesquisadores que realizou um brilhante estudo intensivo e controlado, utilizando a psicoterapia centrada com pacientes esquizofrênicos. Foi o início de uma abordagem mais humana junto aos pacientes hospitalares 6 Em 1964, Rogers associou-se ao Centro de Estudos da Pessoa, em La Jolla, Califórnia, entrando em contato com outros teóricos humanistas, como Maslow, e filósofos, como Buber e outros. A partir de 1972, dedicou-se principalmente à reflexão sobre aspectos sociais e políticos, explorando as possibilidades criativas oferecidas pelos grupos de encontro. Dessas reflexões surgiu o livro “Poder Pessoal”, publicado em 1977. Em 1985, Carl Rogers atuou como facilitador de um workshop na Áustria, com 50 líderes internacionais para discutir, segundo o modelo dos grupos de encontro, as tensões políticas na América Central. Nos últimos anos de sua vida, Rogers investiu cada vez mais em workshops de esforço pela paz, tanto que seu nome foi indicado em 1987 para o Prêmio Nobel da Paz. 1.2.1. Rogers e o Humanismo Rogers é um dos representantes mais influentes do movimento Humanista. Tal movimento teve início com Abraham Maslow, em contraposição à maneira como o homem era visto pelas outras abordagens acadêmicas convencionais. A corrente de Rogers ficou conhecida como humanista, porque, em acentuado contraste com a teoria freudiana, ela se baseia numa visão otimista do homem. O Humanismo diferenciava-se das demais teorias, devido à sua maneira holística de enxergar o homem, com foco na sua experiência subjetiva e na sua capacidade de autodesenvolvimento. O homem não era visto como aquele regido por um inconsciente, tão pouco como alguém suscetível e controlado por fatores externos. O homem era visto como senhor de si mesmo e responsável por suas atitudes e escolhas. Ao contrário de outros estudiosos que focavam sua atenção no ser humano “doente”, Rogers concentrava-se no estudo do homem sadio, não daquele indivíduo passivo à espera de uma “cura”, mas de um homem agente do seu processo de mudança. A esse indivíduo dominou cliente, surgindo, assim, o seu novo conceito de psicoterapia, a Terapia Centrada na Pessoa. 7 1.2.2. A teoria de Carl Rogers A terapia rogeriana se define como não-diretiva e centrada no cliente (palavra que Rogers preferia a paciente), porque cabe a ele a responsabilidade pela condução e pelo sucesso do tratamento. Para Rogers, o terapeuta apenas facilita o processo. De acordo com Rogers, a sanidade mental e o desenvolvimento pleno das potencialidades pessoais são tendências naturais da evolução humana. Removidos eventuais obstáculos nesse processo, as pessoas retomam a progressão construtiva. Suas ideias básicas e originais deram origem, como ocorre com todas as novas contribuições, a uma ponderável polêmica sobre o conteúdo e a direção das técnicas de terapia psicológica. Embora, como diz o próprio Rogers, seus conceitos tenham sido, em parte, influenciados pelo pensamento psicanalítico, sua posição como ser humano e como terapeuta é diametralmente oposta à dos analistas ortodoxos. Enquanto estes abrem à exploração psíquica os mais profundos sentimentos do cliente com relação à vida, à morte, ao sexo e a outros impulsos naturais ou culturalmente desenvolvidos, e enfatizam, no cliente, sua luta, seus temores e suas tendências sociais ou antissociais, construtivas ou destrutivas, principalmente estas últimas, a terapia rogeriana procura "facilitar" ao indivíduo a sua própria interpretação do "aqui e agora". Os bloqueios, as resistências, os impulsos e a forma de sentir e de vivenciar os fatos da vida são discutidos no plano da realidade objetiva, muito no plano cognitivo, nos simbolismos comuns e na linguagem do dia a dia, sem qualquer interpretação que, muitas vezes, mais depende da imaginação e da criatividade dos analistas do que de uma realidade psíquica. Uma das principais ideias da teoria de Carl Rogers é a da atualização humana. Ele acreditava que o ser humano, em especial, tem uma forte tendência a se atualizar e se esforçar de modo contínuo para que se sinta realizado. Desse modo, o ser humano constrói pouco a pouco quem realmente é. Segundo Rogers, o processo constante de atualização gerou a sociedade e a cultura, que se tornam forças 8 independentes dos indivíduos e podem trabalhar contra o desenvolvimento de suas potencialidades. Uma crença básica de Rogers é que o organismo humano sabe o que é melhor para ele e para isso conta com sentidos aprimorados ao longo da evolução da espécie. Tato, olfato e paladar reconhecem como prazeroso (sabor e cheiro agradáveis, por exemplo) o que é saudável. Igualmente, nossos instintos estão prontos a valorizar a "consideração positiva", conceito rogeriano que engloba atitudes como cuidado, carinho, atenção etc. Nesse sentido, para Rogers, o papel do terapeuta, ao aplicar um olhar positivo em relação ao paciente, é de ter consideração positiva em relação à pessoa simplesmente por ela ser quem é, por ela existir. Essa postura tem como objetivo e como base os conceitos de empatia e congruência. Até aqui, tudo bem - as pessoas sabem o que é bom para elas e podem encontrar aquilo de que necessitam na natureza e na família. O problema, segundo Rogers, é que a sociedade e a cultura desenvolvem mecanismos que contrariam essas relações potencialmente harmoniosas. Entre os mais nocivos está a "valorização condicional", o hábito que a família, a escola e outras instituições sociais têm de apenas atender às necessidades do indivíduo se ele se provar merecedor. Decorrem disso a "consideração positiva condicional" - cujo exemplo típico é o carinho dos pais dado como recompensa por bom comportamento - e a "autoconsideração positiva condicional" - originada pela tendência que as pessoas têm a absorver os valores culturais e utilizá-los como parâmetro para a valorização de si mesmas. Pensando na prática clínica da Psicologia, a teoria de Rogers depende, em primeiro lugar, de um processo de autoconhecimento do próprio terapeuta, que deve agir como um professor, ao passo que deve facilitar o processo de autodescobrimento e de satisfação de desejos de seus pacientes. Esse direcionamento deve ser feito, no entanto, com a menor interferência possível. Esse paralelo com a figura de um professor não é coincidência. Ao estipular essa aproximação, o estudioso constrói uma maneira de levar suas ideias também para o campo da educação. No âmbito educacional, sua teoria, centradana empatia, isto é, na capacidade de se colocar no lugar do outro, ganhou o contorno de uma prática, mas não um método, cujo lugar principal é ocupado pelo aluno. 9 As teorias que desenvolveu como psicólogo serviram de base para sua atuação na área educacional, e tanto na clínica psicológica quanto no ambiente escolar, Carl Rogers trabalhou ideias originais, que, na maior parte das vezes, opunham-se às práticas tradicionais dessas áreas. 1.2.3. A importância da abordagem de Carl Rogers Carl Rogers criou um modelo diferente de atendimento psicoterapêutico. O seu objetivo era estimular uma relação transparente entre profissional e paciente. Deste modo, a própria pessoa seria capaz de encontrar soluções para os seus incômodos emocionais. Para isso, ele também estudou o “clima” apropriado para o atendimento. Rogers acreditava que o paciente se sentiria livre para se expressar em um ambiente caloroso. Ele compartilharia os seus sentimentos sem preocupações, não importando quão absurdos ou não-convencionais fossem, contanto que estivesse inserido em um clima permissivo. O psicólogo é capaz de produzir tais sentimentos no paciente ao construir uma relação de compreensão e de segurança com ele. Não importa o que é dito durante as sessões, o psicólogo o aceita como ele é. Assim, o paciente consegue abandonar as suas defesas pessoais e se colocar à disposição da autoexpressão sincera e da busca por autoconhecimento. A abordagem de Carl Rogers segue, ainda, o conceito que de todas as pessoas buscam o crescimento e a atualização de si mesmas. Essa inclinação natural ao desenvolvimento pessoal tem como intenção compreender as vivências e o impacto delas na construção de sua personalidade, crenças e comportamentos. A partir desse processo de descobrimento, o paciente pode ressignificar experiências e fazer as modificações necessárias em sua vida para encontrar a felicidade. Essas muitas vezes englobam a elevação da autoestima e da autoconfiança, assim como o fortalecimento da inteligência emocional. 10 1.2.4. Principais obras Além de sua carreira como psicólogo clínico, Carl Rogers passou grande parte de sua vida escrevendo numerosos livros nos quais compartilhou suas descobertas e teorias. Abaixo, veremos uma lista de algumas de suas publicações mais importantes. – O Tratamento Clínico da Criança-problema (The clinical treatment of the problem child) - 1939 – Psicoterapia e Consulta Psicológica: novos conceitos na prática (Counseling and Psychotherapy) - 1942 – Uma investigação coordenada em psicoterapia - 1949, em conjunto NJ Raskin – Terapia Centrada no Cliente: sua prática atual, implicações e teoria (Client-Centered Therapy) - 1951 – As condições necessárias e suficientes da personalidade terapêutica mudam - 1957 – Uma teoria da terapia, personalidade e relacionamentos interpessoais, desenvolvida na estrutura centrada no cliente - 1959 – Tornar-se Pessoa: a visão de um terapeuta sobre psicoterapia (On Becoming a Person) - 1961 – De pessoa para pessoa: o problema de ser humano (1967). – Liberdade de aprender: uma visão do que a educação pode se tornar (Freedom to Learn) - 1969 – Grupos de Encontro (On Encounter Groups) - 1970 – Sobre o Poder Pessoal: força interior e seu impacto revolucionário (On Personal Power) - 1977 – A Pessoa Como Centro - 1977 – Carl Rogers no poder pessoal - 1978 11 – Um Jeito de Ser (A Way of Being) - 1980 – Quando fala o coração: a essência da Psicoterapia Centrada na Pessoa – 2004 12 4. ACP A abordagem centrada na pessoa (ACP) é uma abordagem existencial, visando trazer uma autonomia para o sujeito perante as suas adversidades, ela busca dar capacidade para que a pessoa tenha forças suficiente para procurar seu caminho e achar suas próprias respostas, para que a o indivíduo consiga eliminar os sentimentos de angústia, aumentar a autoestima e aumentar toda a compreensão constituída do sujeito sobre si mesmo, criando a sua autonomia. “Todo organismo é movido por uma tendência inerente para desenvolver todas as suas potencialidades e para desenvolvê-las de maneira a favorecer o seu enriquecimento”. (ROGERS, 1959). Carl Rogers procura uma abordagem que constituía em trazer uma autoaceitação ao indivíduo, tendo um auxílio do seu psicólogo, fazendo o cliente a chegar em todo seu potencial oferecendo suporte e orientação necessário para que isso ocorra. “Descobri que sou mais eficaz quando posso ouvir a mim mesmo aceitando-me, e quando posso ser eu mesmo…. Julgo que aprendi isto com meus clientes, bem como através da minha experiência pessoal - não podemos mudar, não podemos nos afastar do que somos enquanto não aceitarmos profundamente o que somos”. (ROGERS, 1961 – Tornar-se pessoa). É a partir dessa frase que fica evidente que nessa abordagem é o cliente que faz o seu próprio caminho à autoaceitação junto do seu psicólogo. Rogers tinha como objetivo criar uma relação mais transparente entre profissional e cliente e passou a estudar o clima apropriado para um atendimento acreditando que com um ambiente mais caloroso/receptivo, ele se sentiria mais acolhido, sentindo-se livre para se expressar. Conforme a pessoa fosse se sentindo em um clima permissivo e sem julgamentos, o psicólogo seria capaz de criar uma relação de compreensão e confiança junto do seu cliente, fazendo com que ele deixe suas “defesas pessoais” de lado e se colocando à disposição em sua busca por autoconhecimento. Nessa abordagem, a intenção é compreender as vivencias e o impacto delas na construção da personalidade, crenças e comportamentos. Após esse descobrimento, o cliente pode ressignificar experiencias e fazer modificações necessárias para poder encontrar a felicidade, elevando a autoestima, autoconfiança e fortalecendo sua inteligência emocional, fazendo com que ele tenha facilidade em reconhecer e lidar 13 com suas emoções e compreender os sentimentos alheios, criando relacionamentos saudáveis com quem o cerca. Rogers acreditava que existem três condições básicas para que as pessoas consigam percorrer o caminho de autodescobrimento, também podendo ser chamada de três pilares da abordagem. Esses pilares / condições consistem em elementos essenciais para o sucesso do autodescobrimento e redescobrimento. A ausência deles resulta em um processo frustrante para o cliente, já que suas dúvidas não são esclarecidas. Eles apontam a solução natural dos problemas, sendo encorajado pelo psicólogo. O primeiro é a empatia, isso por si já é indispensável para qualquer psicólogo. Sem ela, tanto o indivíduo quanto o psicólogo não conseguem se entender. Mas na abordagem de Rogers, ela é fundamental, criando uma atmosfera calorosa idealizada pelo psicólogo. O psicólogo deve tentar compreender as questões do cliente pela percepção, indo além de se colocar no lugar do outro, assim ele vai se sentir compreendido, relaxado e acolhido, compartilhando suas preocupações, frustrações e assuntos do seu íntimo, onde ele mesmo vai trazer as questões que deseja trabalhar na terapia. Congruência é o segundo pilar podendo também ser descrita como coerência entre os pensamentos, palavras, emoções e ações. A pessoa que está em congruência não tem motivos para disfarçar seus sentimentos. Na abordagem de Rogers, é compreendido a importância de se aceitar para além de viver com autenticidade e para aceitar os outros. Durante o acompanhamento o paciente consegue a aceitação de si mesmo e dos outros, aceitando-se como é, ele passa a compreender que como ele comete erros e é ignorante em diversos assuntos, os outros ao se redor também. O terceiro pilar é a Aceitação Incondicional Positiva que é a aceitação da personalidade. O psicólogo aceita os clientes comoeles são e recebe com afetividade, independentemente de suas queixas emocionais, não cabendo julgamentos ou críticas a respeito deles, mesma forma eles precisam ter essa postura consigo mesmos e com os outros. Rogers visava que os três pilares trabalhavam de forma em que facilitava o relacionamento interpessoal do indivíduo cujo seu objetivo era focalizado no 14 desenvolvimento pessoal do sujeito, já por outro viés, o psicoterapeuta constituía a abordagem de forma que valoriza todas e quaisquer condições especificadas durante a terapia, pois tudo há um valor a ser trabalhado, trabalhando o acolhimento autenticidade e aceitação, crendo no potencial do seu paciente, tomando as devidas precauções para que não ocorra uma barreira delimitadora diante a relação terapeuta e cliente, mesmo que se a abordagem centrada na pessoa se abstêm de qualquer tipo de métodos e técnicas, criando uma terapia de confiabilidade entre os dois indivíduos um como o cliente a ser permeado e outro como o facilitador do desenvolvimento pessoal do sujeito. Uma conexão terapeuta e cliente deverá ser realizada para que não ocorra barreiras que dividam os dois, sem aplicação de métodos e metas, pois a própria pessoa deverá perceber e traçar essas metas por si só, tal forma é constituída essa abordagem livre do mecanicismo idealizado por outras abordagens, pois Rogers acreditava que o ser humano era mais do que um simples objeto e era constituído pelo seu meio em sua totalidade, livrando-se da manipulação e condicionamento para que sua terapia ocorra de forma mais humanizada. A abordagem centrada na pessoa utilizada por Carl Rogers, originalizou-se por influências de uma psicologia fenomenológica Organísmica desenvolvida por Kurt Goldstein, baseava-se na capacidade do ser humano de se potencializar pare ter autorregulação e autoatualização. O “ACP” começou a ser desenvolvida como uma psicologia em âmbito grupal nos Estados Unidos, logo no pós-guerra, pois com a abrangência de diversos métodos dessa abordagem, ela começou a ter influências aos múltiplos métodos existentes nos anos sessenta, ocasionando uma grande evolução na abordagem, a partir de 1974, foi constituída a ACP focalizada numa psicologia grupal, trabalhando todo o grupo, suas autorrealizações e vivências em âmbito grupal. O terapeuta agora focalizado nas relações, comunicações, considerações e compreensões dos participantes individuais no meio grupal, interessando-se pelo funcionamento do coletivo e da participação do indivíduo na terapia, tendo a consciência do valor que os participantes traziam para a comunicação terapêutica, constituindo uma valorização natural para enriquecer os estímulos existenciais, para os processos de transformação, assim o facilitador permite que os participantes da terapia consigam ter a participação ativa no grupo, mas para o terapeuta o que mais importa é o envolvimento de uma pessoa no grupo, assim 15 mostrando os fenômenos existenciais na terapia, mesmo envolvendo um agrupamento, pode-se tratar um indivíduo de forma com que se potencialize a mostrar as suas espontaneidade dialógica, pensando assim o terapeuta foca nas partes pontuais que a pessoa demonstra, trazendo seus aspectos fenomenológicos e a vivência das lacunas nas realidades terapêuticas, um grupo acaba sendo dotado de si mesmo de se potencializar e ter sua autorrealizações, sendo um lugar em que as pessoas tenham a capacidade de entender os fenômenos e suas capacidades, por motivações, interesses e motivações, valorizando as expressões e experiências de cada pessoa para o desenvolvimento dos processos grupais, pois a partir de um momento o terapeuta abre mão de seus diversos títulos e começa a agir apenas como um administrador do grupo, para que se desenvolva, assim descentralizando a si mesmo para que centralize nos participantes para que seja feito a autonomia dessas pessoas. 16 5. CONCLUSÃO QUAIS PORTAS SE ABRIRAM COM O DESENVOLVIMENTO DESSA ABORDAGEM, SEUS BENEFÍCIOS A terapia em grupo baseada na abordagem ACP passou a ser conhecida como abordagem de ambiente do trabalho, escolar, em resolução de conflitos, entre outros. Na década de 40, com a visão de tratar os indivíduos, mesmo que em grupo, de forma individual. A partir da década de 70, a abordagem começou a olhar de forma mais grupal, com o coletivo, pois o grupo em si é distinto da relação diádica, diferenciando dos anos anteriores em que a ACP tinha uma visão de terapia em grupo. Com esta forma de aplicação olhando o todo em grupo, houve uma evolução da abordagem. Dentre os benefícios desta podemos destacar: a melhora nas relações interpessoais dos participantes em várias áreas da sua vida; estimulação da capacidade de auto regulação e auto realização; espontaneidade é estimulada, ou seja, criando mais repertório comportamental e cognitivo para a vida do participante; estimulação da expressão de emoções; consideração do fator biopsíquico, ou seja, olhar com totalidade para as questões e suas influencias, o cliente é ativo durante o processo de terapia; o próprio cliente decide quais os objetivos durante as sessões. Frases de Carl Rogers: “É sempre altamente enriquecedor poder aceitar outra pessoa.” “Nas minhas relações com as pessoas descobri que não ajuda, a longo prazo, agir como se eu fosse alguma coisa que eu não sou.” “Os fatos são sempre amigos. O mínimo esclarecimento que consigamos obter, seja em que domínio for, aproxima-nos muita mais do que é a verdade.” “A vida, no que tem de melhor, é um processo que flui, que se altera e onde nada está fixado” 17 6. BIBLIOGRAFIA https://escolaeducacao.com.br/carl-rogers/ https://www.espacoviverpsicologia.com/single-post/quem-foi-carl-rogers https://www.youtube.com/watch?v=t7tRPWHEz6s&ab_channel=MinutosPsi- SeuCanaldePsicologia https://www.ebiografia.com/carl_rogers/amp/ https://novaescola.org.br/conteudo/1453/carl-rogers-um-psicologo-a-servico-do- estudante https://querobolsa.com.br/enem/biografias/carl-rogers https://www.scielo.br/j/pcp/a/QWVbzGJDjy4DM94GjPjRkbS/?lang=pt https://www.cphb.com.br/abordagem-centrada-na-pessoa/ https://psicologiaacessivel.net/2018/03/21/carl-rogers-e-o-surgimento-da- abordagem-centrada-na-pessoa/ https://www.vittude.com/blog/abordagem-de-carl-rogers-conheca-a-terapia-centrada- na-pessoa/amp/ https://maestrovirtuale.com/carl-rogers-biografia-teorias-contribuicoes-e-obras/ https://www.portalsaofrancisco.com.br/biografias/carl-rogers/amp https://encontroacp.com.br/conheca/ https://apacp.org.br/o-que-e-a-acp/ https://apacp.org.br/diversos/artigos/terapia-de-grupo-4a-fase-da-abordagem- centrada-na-pessoa/?amp https://encontroacp.com.br/conheca/ https://apacp.org.br/o-que-e-a-acp/
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