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- Sistema Cardiovascular - | Embriologia | Desenvolvimento Inicial • Duas populações mesodérmicas distintas com células progenitoras cardíacas multipotentes são responsáveis pela formação do coração. • O campo primário é formado por meio dos cordões pareados bilaterais formado pela linhagem primitiva de células mesodérmicas. • O segundo campo cardíaco é constituído de células progenitoras cardíacas do mesoderma faríngea. Desenvolvimento de Veias • São três veias que drenam o sangue do coração primitivo do embrião: veias vitelinas, umbilicais e cardinais comuns. • Veias vitelinas: principal função é o retorno do sangue pobre em oxigênio da vesícula umbilical. Adentram o coração pela extremidade venosa, o seio venoso. A veia vitelina esquerda regride e a direita forma a maior parte do sistema porta hepático, assim como uma porção da veia cava inferior. • Veias umbilicais: principal função é o transporte do sangue bem oxigenado para o saco coriônico. Correm de cada lado do fígado, transportando sangue bem oxigenado para o seio venoso. A veia umbilical direita desaparece. A parte caudal da veia umbilical esquerda se torna a veia umbilical e, no ducto venoso, conecta-se à veia cava inferior. • Veias cardinais comuns: principal função é o retorno do sangue pobre em oxigênio do corpo do embrião para o coração. As veias cardinais anterior e posterior se unem as veias cardinais comuns e entram no seio venoso. As cardinais anteriores se anastomosam, originando a veia braquiocefálica esquerda. A cardinal anterior direita e a cardinal comum direita formam a veia cava superior. As cardinais posteriores formam a raiz da veia ázigo e as veias ilíacas comuns. As veias subcardinais se anastomosam e formam o tronco da veia renal esquerda, veias suprarrenais, gonadais e um segmento da veia cava inferior. A veia supracardinal esquerda se degenera e a direita se torna uma porção da veia cava inferior. Desenvolvimento Final • O miocárdio primitivo é formado pelo mesoderma esplâncnico. • Nesse estágio, o coração em desenvolvimento é composto por um tubo endotelial, separado de um miocárdio espesso pela geleia cardíaca • O tubo endotelial se torna o endocárdio, ou seja, o revestimento interno do coração e o miocárdio primitivo o próprio miocárdio, ou seja, a parede muscular do coração. • Conforme vai ocorrendo o dobramento da cabeça, o coração e a cavidade pericárdica se tornam ventrais ao intestino anterior e caudais à membrana bucofaríngea. • Transformações vão acontecendo no coração tubular. Assim, formam-se o bulbo cardíaco (tronco arterioso, cone arterioso e cone cardíaco), ventrículo, átrio e seio venoso. • A extremidade arterial está fixada pelos arcos faríngeos e a venosa pelo septo transverso. Circulação no Coração Primitivo • As contrações cardíacas são de origem miogênicas. Assim, ocorrem como ondas peristálticas, com origem no seio venoso e que segue continuamente para o átrio e ventrículos. • O sangue venoso chega ao átrio primitivo, tendo seu fluxo controlado por válvulas sinoatriais. O sangue passa através do canal atrioventricular para o ventrículo primitivo. Ao contrair o ventrículo, ocorre o bombeamento do sangue através do bulbo cardíaco e do tronco arterioso para o saco aórtico, sendo distribuídos para as artérias e arcos faríngeos. O sangue passa para a aorta dorsal para distribuição sistêmica do embrião, placenta e vesícula umbilical. Septação do Coração Primitivo • Divisão do canal atrioventricular: a formação ocorre através da aproximação e fusão dos coxins endocárdicos atrioventriculares. Esses canais separam parcialmente o átrio primitivo do ventrículo primitivo. As valvas septais se originam dos coxins endocárdicos superior e inferior fundidos. • Divisão do átrio primitivo: ocorre a partir da formação de dois septos (com posterior fusão) — septum primum e septum secundum. → O septum primum corresponde a uma membrana que se desenvolve em direção aos coxins endocárdicos, que estão no assoalho do átrio primitivo, dividindo-o em esquerdo e direito e gerando o foramen primum (grande desvio para o sangue oxigenado passar do átrio direito para o esquerdo). Antes de desaparecer, o foramen primum sofre algumas perfurações por apoptose, para surgir uma segunda abertura, o foramen secundum (garante o desvio do sangue oxigenado para o átrio esquerdo). → O septum secundum cresce adjacente ao septum primum e se sobrepõe, formando uma divisão incompleta entre o átrio, o forame oval. → A parte remanescente embrionária é a fossa oval. • Divisão do ventrículo primitivo: ocorre a partir do septo interventricular muscular. Com a proliferação de mioblastos no septo, há o seu crescimento longitudinal. A comunicação entre os ventrículos até a sétima semana acontece através do forame interventricular, mas o mesmo se fecha como resultado da fusão das cristas bulbares com coxins endocárdicos. Valvas Cardíacas • As valvas semilunares começam a se desenvolver no final da divisão do tronco arterioso, a partir de três brotamentos do tecido subendocárdico, ao redor dos orifícios da aorta e do tronco pulmonar. • As valvas atrioventriculares se desenvolvem de forma semelhante, porém, a partir de proliferações localizadas de tecido ao redor dos canais AV. Circulação Fetal • O sangue altamente oxigenado e rico em nutrientes retorna da placenta sob alta pressão para a veia umbilical. Ao aproximar-se do fígado, aproximadamente metade do sangue passa diretamente para o ducto venoso. Dessa forma, esse sangue não passa pelo fígado. Já a outra metade do sangue na veia umbilical flui para os sinusoides do fígado e entra na veia cava inferior através das veias hepáticas. • O fluxo sanguíneo através do ducto venoso é controlado por um esfíncter próximo à veia umbilical. Quando contraído, mais sangue é desviado para a veia porta e sinusoides hepáticos e menos para o ducto venoso. • Após pequeno percurso pela veia cava inferior, o sangue oriundo dos membros inferiores, abdome e pelve chega no átrio direito não tão bem oxigenado quanto o da veia umbilical. A maior parte do sangue da veia cava inferior é direcionada através do forame oval para o átrio esquerdo, onde ocorre uma mistura com o sangue pouco oxigenado que retornou dos pulmões pelas veias pulmonares. • Assim, o sangue da veia cava inferior, a partir do forame oval, passa para o ventrículo esquerdo e aorta ascendente. Circulação Neonatal • As três estruturas vasculares mais importantes na transição da circulação são o ducto venoso, o forame oval e o ducto arterioso. • Assim que o bebê nasce, o forame oval, o ducto arterioso e os vasos umbilicais não são mais necessários. • O esfíncter do ducto arterioso se contrai, de modo que todo o sangue que entra no fígado deve passar através dos sinusoides hepáticos. • O fechamento funcional do forame oval ocorre devido ao aumento da pressão do átrio esquerdo em relação ao átrio direito, uma vez que há um aumento do fluxo sanguíneo pulmonar. • As artérias umbilicais se comprimem. Defeitos Congênitos • Dextrocardia: defeito de posicionamento do coração mais comum decorrente da dobra do tubo cardíaco para a esquerda em de da direita. • Forame oval patente: patologia do septo atrial (forame oval) que leva a um desvio de sangue da esquerda para a direita. • Coarctação da aorta: é caracterizada por uma constrição da aorta de comprimento variável. Defeito do septo interatrial: caracterizado pela comunicação interatrial (acianótico) com shunt da esquerda para a direita — mutação do gene NKX2.5. Defeito do septo interventricular: caracterizado pela comunicação interventricular (acianótico) com shunt da esquerda para a direita — mutação do gene GATA4. Persistência do canal arterial:caracterizado pelo não fechamento do ducto arterioso no período neonatal apresentando shunt da esquerda para a direita. Pode estar sendo induzido pelo uso de medicamentos como PGE2 e ibuprofeno, por exemplo. Tetralogia de Fallot: caracterizado pela estenose da válvula pulmonar, hipertrofia ventricular direita, anomalia do septo ventricular e aorta cavalgada sobre o septo defeituoso (cianótico). Apresenta shunt da direita para a esquerda — mutação do gene NOTCH2. Doenças • Fibrose cística: doença monogenética de herança autossômica recessiva (gene CFTR — cromossomo 7). Resulta em uma anormalidade no transporte de íons cloreto na membrana apical dos epitélios, gerando secreções mais viscosas, mais espessas e de difícil eliminação. Doença das membranas hialinas (síndrome da angústia respiratória do recém-nascido): ocorre quando há deficiência do surfactante produzido pelos pneumócitos tipo II, resultando no colabamento dos alvéolos pulmonares, dificultando o processo de hematose. Deficiência de alfa-1 anti-tripsina: é um distúrbio autossômico recessivo que resulta no bloqueio da inativação de proteases, especialmente a elastase de neutrófilos, promovendo o aparecimento de enfisema pulmonar.
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