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Unidade 2 Livro Didático Digital Dayanna dos Santos Costa Maciel Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autora DAYANNA DOS SANTOS COSTA MACIEL Dayanna dos Santos Costa Maciel Olá! Meu nome é Dayanna dos Santos Costa Maciel. Sou formada em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) com Mestrado acadêmico nessa mesma área de conhecimento, este com ênfase em Estratégia e Inovação (pela Universidade Federal da Paraíba em 2019). Também possuo mestrado acadêmico em Gestão de Recursos Naturais (UFCG, 2014) com ênfase de pesquisa em Estratégia Ambiental focada em modelos e ferramentas de gestão nas empresas. Tenho experiência técnico-profissional no ensino da Administração ministrando disciplinas como Planejamento Estratégico, Sustentabilidade e Gestão, Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, entre outras ao nível de graduação e pós-graduação. Adoro transmitir meus conhecimentos e minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! A AUTORA Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Exposição aos Agentes Ambientais...................................................10 Classificação dos Riscos Ambientais e Agentes/Fatores Determinantes de uma Exposição...........................................................................................................................10 Avaliações Ambientais: Características e Estratégias...........................................18 Riscos Físicos.................................................................................................22 Termos e Medidas Gerais de Higiene Ocupacional....................................22 Pressões e Radiações...............................................................................................................28 Ruído, Temperatura, Vibrações e Umidade..............................................................35 Riscos Químicos...........................................................................................38 Riscos Químicos: Noções Básicas....................................................................................38 Classificação dos Agentes Químicos............................................................................41 Efeito dos Agentes Químicos no Organismo..............................................................44 Riscos Biológicos.........................................................................................49 Riscos Biológicos: Conceito/Transmissão e Penetração..................................49 Classes de Risco Biológico......................................................................................................54 Agentes Biológicos: Normatização sobre Insalubridade..................................58 Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 7 LIVRO DIDÁTICO DIGITAL UNIDADE 02 Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais8 INTRODUÇÃO Você sabe quais são os possíveis riscos que podemos correr no ambiente de trabalho? Consegue imaginar como identificá-los e desenvolver mecanismo de prevenção e proteção? Pois bem, em higiene ocupacional os riscos são classificados com base nos fatores/ agentes ambientais: físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. Aqui vamos aprofundar nossos conhecimentos no referente a identificação e diferenciação dos fatores de risco ambientais e aprender a gerenciar esses fatores de modo a prevenir danos à saúde do trabalhador. Então do que estamos falando aqui? Estamos falando de higiene ocupacional, ou seja, reconhecimento, avaliação e controle de riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho. Isso mesmo! A higiene ocupacional é uma ciência de cunho preventivo, que objetiva fundamentalmente agir em ambientes de trabalho através da aplicação de princípios de diversas áreas de conhecimento. Assim, de forma interdisciplinar a higiene ocupacional detecta agentes nocivos, quantifica sua intensidade ou concentração e propõe medidas para promover ao trabalhador segurança do desempenho de suas atividades laborais. Entendeu? Então prepare- se, ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! O universo dos agentes/riscos ambientais! Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 9 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Aplicar técnicas de prevenção quanto aos riscos ambientais considerando a classificação, fatores determinantes de exposição, características e estratégias de avaliação destes; 2. Reconhecer e diferenciar os riscos físicos no contexto da higiene ocupacional; 3. Identificar os tipos de agentes químicos e suas unidades de medida e classificação; 4. Discernir sobre os riscos biológicos a partir de sua classificação no contexto da higiene ocupacional. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais10 Exposição aos Agentes Ambientais OBJETIVO Ao término deste capítulo você terá conhecimento de uma base teórica que permitirá você aplicar técnicas de prevenção quanto aos riscos ambientais considerando a classificação, fatores determinantes de exposição, características e estratégias de avaliação. Isso é de suma importância para a sua atuação profissional, uma vez que a partir desse conhecimento você terá condições de observar um ambiente de trabalho e nele identificar objetivamente agentes ambientais e atores que influenciam na exposição ocupacional ao risco, bem como traçar estratégias de avaliação para definição de ações preventivas. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Classificação dos Riscos Ambientais e Agentes/Fatores Determinantes de uma Exposição Nessa unidade o foco dos nosso estudo está voltado para a prevenção de riscos ambientais, a qual é o objetivo da higiene ocupacional. Para aprofundarmos nosso conhecimento sobre riscos ocupacionais é necessário destacamos sua ligação com o conceito de higiene ocupacional. A higiene ocupacional é uma ciência e uma arte que objetiva a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle dos fatores ambientais e estresses, originados nos locais de trabalho. Esses podem provocar doenças, prejuízos à saúde ou ao bem-estar, desconforto significativo e ineficiência nos trabalhadores ou entre as pessoasda comunidade (ACGIH, 2012). Desse modo, essa definição vincula a higiene ocupacional em sua essência aos seguintes termos antecipação, reconhecimento, avaliação e controle. Vejamos na figura 1 no que consiste esses termos no contexto da higiene ocupacional. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 11 Figura 1 –Higiene Ocupacional: termos que revelam a essência de seu conceito HIGIENE OCUPACIONAL Antecipação Visa identificar riscos potenciais, procurando alternativas de eliminação e/ ou neutralização, ainda na fase de planejamento e projet (seleção de tecnologias mais seguras, menos poluentes, envolvendo, inclusive o descarte dos efluentes e resíduos resultantes). Constitui-se de normas, instruções e procedimentos para correto funcionamento dos processos, visando reduzir ou eliminar riscos que possam surgir, ou seja, assegurar que sejam tomadas medidas eficazes para evitá-los. Reconhecimento Visa identificar os diversos fatores ambientais relacionados aos processos de trabalho, suas características intrínsecas (etapas, subprodutos, rejeitos, produtos finais, insumos) e compreender a natureza e extensão de seus efeitos no organismo dos trabalhadores e/ou meio ambiente. Analisa as diferentes operações e processos, identificando a presença de agentes físicos, químicos, biológicos e/ ou ergonômicos que possam prejudicar a saúde do trabalhador estimando o grau de risco. É um levantamento preliminar qualitativo dos riscos ocupacionais. Análise É o processo de avaliar e dimensionar a exposição dos trabalhadores e a magnitude dos fatores ambientais. Consiste na obtidas as informações necessárias para determinar as prioridades de monitoramento e controle ambiental, com a interpretação dos resultados das medições representativas das exposições, de forma a subsidiar o equacionamento das medidas de controle. Objetiva determinar a exposição, ou seja, quantas vezes e por quanto tempo o trabalhador fica exposto. Controle de riscos Selecionar meios, medidas e ações (procedimentos de trabalho) para eliminar, neutralizar, controlar ou reduzir, a um nível aceitável, os riscos ambientais, afim de atenuar os seus efeitos a valores com patíveis com a preservação da saúde, do bem- estar e do conforto. Obedece a uma hierarquia de controle de riscos onde o mesmo se manifesta: na fonte, na trajetória e no receptor (trabalhador). Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.18-21) Em suma, o conteúdo da figura 1 nos permite ratificar a ideia de que a essência da higiene ocupacional, ou seja, sua razão de ser é o risco no ambiente de trabalho. Mas então o que é risco no contexto da higiene do trabalho? Podemos definir objetivamente risco como a probabilidade (chances) de ocorrência de um evento que provoque como consequência danos à saúde do trabalhador por intermédio da exposição desse trabalhador a um agente de risco. Nesse sentido, atribuímos o risco a ocupação do trabalhador (risco ocupacional). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais12 IMPORTANTE Risco ocupacional ou risco ambiental no contexto da higiene ou segurança do trabalho difere da perspectiva de risco na área das ciências ambientais e da natureza, ou seja, riscos ao meio ambiente (poluição, desmatamento, etc.). De modo que os riscos ocupacionais estão relacionados a agentes que podem dar origem a danos à saúde, segurança e bem estar dos trabalhadores e que são estritamente originados do próprio trabalho. Diante das colocações acima, devemos atentar para o termo agente de risco. Se o risco é a probabilidade de ocorrência de um evento que provoque consequências, o agente de risco é o elemento presente nesse evento necessário para provocar riscos à saúde, segurança e meio ambiente. Os agentes de risco incluem agentes químicos, biológicos, físicos e ergonômicos. Os agentes de risco são geralmente os principais fatores de risco. Mas então quer dizer que fator de risco por definição não é a mesma coisa do que agente de risco? Não exatamente. Existe uma diferença conceitual básica, o agente de risco é um elemento que causa danos ao trabalhador uma situação ou evento a qual o trabalhador é exposto. Já o fator de risco é o evento ou acontecimento em si. DEFINIÇÃO Agente de risco é um elemento necessário para provocar riscos à saúde, segurança do trabalhador, incluem elementos químicos, biológicos, físicos e ergonômicos. Os agentes de risco são geralmente os principais fatores de risco. Em termos práticos o dano ao trabalhador é causado pela situação de risco, justamente pela presença de um agente de risco. Por esse motivo na prática os agentes e fatores de risco são diretamente ligados a ponto de os principais agentes de risco serem considerados os principais fatores de risco. Vejamos um exemplo na figura 2. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 13 Figura 2 –Diferença entre fator de risco, agente de risco e risco Fonte: Adaptado de Chagas (2016, p.22). DEFINIÇÃO Fator de risco é o um evento, acontecimento ou situação com potencial para provocar danos ao trabalhador (lesão, doença) em seu ambiente de trabalho. Somente existe risco se existir exposição do trabalhador ao agente e fator de risco e se esta criar a probabilidade de consequências adversas. Na figura 2 vemos na prática os conceitos de risco, agente e fator. Entendeu agora como é sutil a diferença entre eles? Pronto! Agora você está apto para aprofundamos no assunto. Agora passamos efetivamente a classificação dos riscos ambientais e fatores determinantes de uma exposição. De um modo geral a literatura de higiene ocupacional e segurança do trabalho apresenta um consenso no que tange a classificação dos riscos ambientais e fatores determinantes de uma exposição; nesse sentido esses são classificados como: físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. Vejamos a definição e exemplos desses no quadro 1. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais14 Quadro 1 – Classificação agentes/fatores/riscos em higiene ocupacional Agente/ fator/risco Definição Exemplos Físicos Diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores. — Ruído; Vibrações; — Pressões anormais; — Temperaturas extremas (calor e frio); — Radiações (ionizantes e não ionizantes); — Infrassom, ultrassom Químicos Substâncias, os compostos ou os produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. — Poeiras; — Fumos; — Névoas; — Neblinas; — Gases ou vapores. Biológicos São microrganismos os quais o trabalhador ao obter contato pode adquirir doenças. — bactérias, — fungos, —bacilos, —parasitas, —protozoários, — vírus Ergonômicos. São decorrentes da organização e gestão do trabalho. Exemplos: esforço físico, postura inadequada, controle rígido de produtividade, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade de movimentos, falhas no treinamento e supervisão dos trabalhadores, entre outros. Fonte: adaptado de Saliba (2015, p.10-11) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 15 Agora que temos fresquinho em nossas mentes exemplos dos mais diferentes tipos de agentes e fatores de risco, saiba que esses grupos possuem subdivisões as quais iremos tratar ao longo no nosso estudo. A esse respeito, assevera Peixoto e Ferreira (2012, p.25): Cada um destes grupos subdivide-se de acordo com as consequências fisiológicas que podem provocar, quer em função das características físico-químicas, concentração ou intensidade dos agentes, quer segundo sua ação sobre o organismo. Na colocação Peixoto e Ferreira (2012) é importante destacamos que as consequências/danos à saúde do trabalhador se dá em função dentre outros fatores a concentração ou intensidadedos agentes. Assim temos que nem sempre a exposição do trabalhador a esses agentes/ fatores/riscos irá gerar um dano à saúde do trabalhar. Isso dependerá da concentração com que o trabalhador foi exposto a esses riscos, uma vez que se tem limites aceitáveis. Pense bem, não é porque o trabalhador foi exposto a um ruído baixo uma única vez que ele irá ter danos na audição, concorda? Mas se esse trabalhador for exposto com frequência a ruídos altos, possivelmente prejudicará sua audição. Nesse sentido, podemos então nos questionar: Quais são os fatores que determinam a exposição do trabalhador ao risco? Bem, segundo Peixoto e Ferreira (2012) para analisar a exposição do trabalhador ao risco devemos considerar os seguintes fatores que condicionam a sua probabilidade de ocorrência e a gravidade de seus danos/consequências: as características do agente de risco; tempo de exposição; concentração ou intensidade do agente; suscetibilidade individual e sinergismo. O que podemos concluir então? Podemos concluir que toda medida preventiva de risco a ser aplicada deve ser estabelecida considerando esses fatores. Vamos então de forma breve entender a que cada um desses fatores diz respeito. Quando se fala em características do agente de risco remetemos ao fato que cada agente presente no ambiente de trabalho tem características e efeitos específicos de acordo com sua natureza. Por exemplo, a composição de uma tinta (agente químico) que um determinado pintor Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais16 usa em uma parte da obra pode ser diferente da que ela irá usar na outra parte. Sendo isso verdade, podemos dizer que ambas as tintas podem causar os mesmos danos à saúde do trabalhador sem analisar a composição/ formulação de cada tinta? Não! Claro que não! Uma tinta por exemplo pode apresentar como reação adversa uma alergia respiratória ao trabalhador pela presença de determinado componente químico em sua formulação que por sua vez não está presente no outro tipo de tinta. Concorda? No referente a tempo de exposição, o que precisamos saber é que quanto mais tempo o trabalhador estiver exposto a um agente/fator de risco, maior as chances desse desenvolver algum tipo de dano. REFLITA Quanto maior o tempo de exposição, maiores serão as probabilidades da geração de uma doença ocupacional. Mas como determinar esse tempo de exposição? Deve- se para esse fim considerar as características da tarefa do trabalhador como: tipo de atividade e suas particularidades, movimento do trabalhador ao efetuar o seu serviço, jornada de trabalho e descanso (PEIXOTO; FERREIRA, 2012). Bem e quanto a concentração ou intensidade do agente? O que devemos ter sempre em mente? Aqui se aplica a mesma lógica de análise do tempo de exposição. De modo que quanto maior a concentração ou intensidade (quantidade, volume) de um elemento agente de risco, maior o risco de o trabalhador obter um dano à sua saúde ou integridade física. Nesse sentido Peixoto e Ferreira (2012, p.25) exemplifica: A dos agentes físicos devem ser avaliadas, mediante amostragem nos locais de trabalho, de maneira tal que elas sejam as mais representativas possíveis da exposição real do trabalhador a esses agentes agressivos. Esse cuidado na avaliação, faz-se necessário, pois, muitas variáveis estão envolvidas e influem diretamente na representatividade. Como exemplo, podemos citar a temperatura em uma exposição a um determinado agente químico. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 17 Por último, temos dentre os fatores relacionados a exposição do trabalhador ao risco temos a suscetibilidade do trabalhador e o efeito sinérgico. Quanto a suscetibilidade essa remete a diferença de organismo a organismo de assimilar o fator de risco. Ou seja, no exemplo dado anteriormente sobre a tinta, o pintor apresentou alergia a um componente da fórmula, enquanto outro não apresentou nenhuma reação adversa a utilizar a mesma tinta. Sendo assim, como devemos agir no contexto da higiene do trabalho? Veja bem para efeitos de proteção do trabalhador, a ação correta é não usar mais a tinta independente do trabalhador que irá fazer uso, uma vez que não se pode em alguns caso determinar exatamente quem é vulnerável ao seu uso ou não. Quanto a sinergia ela remete ao efeito da combinação dos fatores aqui destacados no ambiente de trabalho e o resultado dessa combinação. Por exemplo, uma substância química pode de forma isolada não apresentar risco, mas combinada com um agente físico ou até mesmo outra substância química esse risco pode passar a existir. DEFINIÇÃO “Sinergismo é a ação combinada entre dois ou mais fatores que contribuem para o resultado final de um processo” (PEIXOTO; FERREIRA, 2012, p. 27). No contexto da higiene ocupacional, o efeito sinérgico remete as consequências a saúde do trabalhador resultante da combinação de dois ou mais fatores do ambiente de trabalho o qual esse trabalhador foi exposto simultaneamente. Chegando a esse ponto você já é capaz de entender como os riscos ambientais e a sua presença no ambiente de trabalho expõe o trabalhar a danos relacionados a sua saúde. Nesse sentido, agora você precisa saber sobre avaliação ambiental suas características e estratégias. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais18 Avaliações Ambientais: Características e Estratégias Nesse tópico vamos entender de forma genérica, ou seja, a base conceitual relacionada a avaliação do ambiente de trabalho e estratégia de avaliação. Estamos aqui com o foco generalista uma vez que quando tratarmos nos próximos capítulos de cada agente iremos também estudar essa avaliação de forma específica em cada agente. Assim sendo, a avaliação de um ambiente de trabalho deve incorporar tanto uma avaliação qualitativa, quanto uma avaliação quantitativa. Nunca esqueça que quanto mais criteriosa for a avaliação do ambiente de trabalho melhor o profissional responsável por esta terá informações para tomar decisões relacionadas a saúde do trabalhador. A avaliação qualitativa do ambiente de trabalho objetiva descrever as características desse ambiente, os elementos que o compõe, assim como as particularidades, rotinas e processos realizadas pelos trabalhadores no referido ambiente. Em suma, a avaliação qualitativa é o estudo prévio das condições em que o trabalho é realizado/desenvolvido. Já a avaliação quantitativa fazendo uso das informações resultantes da análise qualitativa (a representação as condições reais nas quais se encontra o ambiente de trabalho) objetiva por meio de técnicas estatísticas, de amostragem e medição mensurar a intensidade e concentração dos agentes de risco presentes no local. Para termos uma visão completa da avaliação do ambiente de trabalho vejamos a figura 3. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 19 Figura 3 –Características das avaliações ambientais. Fonte: elaborada pelo autor a partir de adaptado de Peixoto e Ferreira (2012) Um detalhe importante que devemos destacar na figura 3 é que as avaliações são complementares, assim a avaliação qualitativa fornece como informações a identificação de problemas e descrição do ambiente de trabalho. Essas informações apontam necessidades de medição, que fica a cargo da avaliação quantitativa. Uma vez realizada a análise quantitativa, deve-se definir ações preventivas e de redução de exposição. Essas ações precisam ser aceitas no contexto das práticas de trabalho, de modo que após a análise quantitativa é necessária uma nova análise qualitativa para este fim. Agora que já sabe as características de uma avaliação ambiental é importante também que você saiba que antes de iniciar uma avaliação o responsável por ela deve definir uma estratégia para seu desenvolvimento, ou seja, os passos e a definição do que será exatamente avaliado. Genericamente podemos apontar os seguinteselementos que devem ser contemplados em uma estratégia de análise ambiental: objeto de avaliação; métodos de medição ou coleta de dados/informações; tempo de amostragem; período de realização das coletas e medições; número mínimo de amostragens; e grupos homogêneos de exposição. O quadro Análise Qualitativa Análise Quantitativa Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais20 2 sintetiza no que implica cada um desses elementos no contexto da análise ambiental. Quadro 2 – Elementos de uma estratégia de análise ambiental. Elementos Implicações na estratégia de análise Objeto de avaliação Definição do que vai ser avaliado, se é a exposição do trabalhador, a operação, uma função específica ou a verificação da eficiência de algum sistema de proteção coletiva (exaustão, ventilação), pois são básicos para a definição dos métodos de amostragem, que podem ser individuais ou fixos (coletivos). Métodos de medição ou coleta de dados/ informações Baseados em normas de regulamentação e orientação técnica nacionais e/ou internacionais, de modo a se compararem resultados obtidos com resultados de estudos científicos, que indicam valores máximos aceitáveis para determinada exposição ocupacional. Tempo de amostragem Deve cobrir um ciclo de trabalho (características e variações sobre duração e condições de exposição, tarefas desempenhadas, tempo de permanência no local contaminado, pausas e movimentos efetuados), isto é necessário para que a amostragem seja representativa da exposição (baseado em normas ou estudos qualitativos da exposição). Pode englobar amostragens instantâneas, de minutos, de horas, de turnos e, até mesmo, de vários turnos em dias alternados. Período de realização das coletas e medições Amostragem deve ser realizada em condições normais de trabalho, em períodos de efetiva realização das atividades a serem avaliadas, considerando suas especificidades. Número mínimo de amostragens Quantidade de amostragens deve permitir um estudo que possibilite a representatividade da exposição, pois podem estar presentes flutuações na concentração ou intensidade dos agentes, devido a modificações ambientais, e ainda, flutuações no ritmo do processo industrial e atividades. Grupos homogêneos de exposição Quando possível, para grupos de trabalhadores que exerçam atividades a condições semelhantes de exposição, pode-se realizar uma avaliação característica para esse grupo. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 29-30). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 21 REFLITA Por último, salientamos que uma má definição dos elementos dispostos no quadro 2 em uma estratégia de análise ambiental pode conduzir a uma análise do ambiente de trabalho não condizente com a realidade. Nesse sentido, o profissional responsável corre o risco de tomar decisões a respeito da exposição do trabalhador ao risco embasadas descrições distorcidas. RESUMINDO E agora? Você já sente que tem conhecimento de uma base teórica que permitirá você aplicar técnicas de prevenção quanto aos riscos ambientais? Se você chegou até aqui essa resposta deve ser positiva. Mas para garantirmos que você adquiriu esse conhecimento vamos recordar o que vemos nesse capítulo. Aqui você aprendeu que na prática de agente e fator de risco se confundem, contudo existe em termos teóricos uma sútil diferença entre os conceitos. Assim, agente de risco é um elemento necessário para provocar riscos à saúde, segurança do trabalhador. E, fator de risco é um evento, acontecimento ou situação com potencial para provocar danos ao trabalhador (lesão, doença) em seu ambiente de trabalho. Somente existe risco se existir exposição do trabalhador ao agente e fator de risco e se esta criar a probabilidade de consequências adversas. Aprendemos também que tanto os agentes de risco, os fatores e os riscos são classificados físicos, químicos, biológicos e ergonômicos e que cada um destes grupos subdivide-se de acordo com as consequências fisiológicas que podem provocar, quer em função das características físico-químicas, concentração ou intensidade dos agentes, quer segundo sua ação sobre o organismo. Por último, destacamos que analisar esses riscos, agentes ou fatores remetem a analisar primeiramente o ambiente de trabalho. Para essa análise deve-se ter uma avaliação tanto quantitativa quanto quantitativa, bem como traçar uma estratégia de análise ambiental que contemple a definição correta os seguintes elementos: objeto de avaliação; métodos de medição ou coleta de dados/ informações; tempo de amostragem; período de realização das coletas e medições; número mínimo de amostragens; e grupos homogêneos de exposição. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais22 Riscos Físicos OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz reconhecer e diferenciar os riscos físicos no contexto da higiene ocupacional. Aqui você aprenderá no que consiste os principais riscos físicos que uma vez presentes no ambiente de trabalho acima de limites aceitáveis poderá causar danos à saúde do trabalhador. Abordaremos aqui então de forma objetiva os seguintes riscos físicos: pressões anormais, radiações, ruídos, temperatura, vibrações e umidade. Os conceitos aqui discutidos irão norteá-lo em sua prática profissional no que tange a identificação e avaliação de riscos físicos em diferentes tipos de ambiente de trabalho; bem como na definição de ações preventivas e de controle desses riscos. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Termos e Medidas Gerais de Higiene Ocupacional Nesse capítulo vamos tratar especialmente de riscos físicos, contudo antes de entramos nas particularidades desses tipos de risco precisamos elucidar conceitualmente alguns temos que irão fazer parte dos nossos estudos a partir desse ponto. Além desses termos é importante também listamos as principais medidas preventivas e de controle de riscos ambientais (que se aplicam inclusive a riscos físicos) mais comumente aplicadas no contexto da saúde ocupacional. Para melhor visualizarmos a figura 4 lista esses termos, vejamos! Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 23 Figura 4 –Termos relacionados a riscos na higiene ocupacional. Fonte: elaborada pelo autor a partir de adaptado de Peixoto e Ferreira (2012. P.30-33). Então devemos ter sempre em mente quando falamos de riscos ambientais e saúde do trabalhador deve-se atribuir limite de tolerância, nível de ação, valor de teto e nexo causal que para todos os tipos de risco/agentes (físicos, químicos, biológicos e ergonômicos). Só a partir dessas definições que o profissional de higiene ocupacional pode definir uma estratégia de prevenção e controle desses riscos. Vejamos a importância dos limites de tolerância, também conhecido como limite de exposição ocupacional. Ele estabelece, por exemplo, o limite em decibéis que um trabalhador em seu ambiente laboral pode ficar exposto continuamente sem causar danos a sua audição. Esse limite permite então que o profissional de saúde ocupacional monitore esse agente de risco (ruído) com o objetivo de mantê-lo dentro desse limite aceitável. Os limites de tolerância a riscos são regulamentados Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais24 e normatizados tanto no âmbito nacional como internacional. Então no brasil qual as normas observáveis nesse sentido? São elas: No Brasil, os limites de tolerância estão estabelecidos em: NBR (Norma Brasileira); NR (Norma Regulamentadora); NHO (Norma de Higiene Ocupacional). Destacaremos esses limites para os diferentes tipos de agentes quando estudarmos as implicações e formas de controle de cada um de forma específica (próximos capítulos e unidades). VOCÊ SABIA? As diversas áreas da saúde ocupacional (medicina do trabalho, higiene ocupacional e segurança do trabalho) tomam por base os limites detolerância (LT) para efetivamente controlar a saúde do trabalhador no ambiente de trabalho. Exatamente, para cada agente de risco (físico, químico, biológico e ergonômico) existe um LT de modo que seu valor é uma variável atribuída em função das características e composição desse agente, bem como as suas consequências/reações no organismo humano. Por consequência do estabelecimento do LT temos a importância da definição dos valores referentes a nível de ação e valor de teto. Então para que serve o nível de ação? Serve para indicar em que momento da exposição do trabalhador a um agente de risco deve-se agir para evitar que tal exposição chegue ou passe do limite de tolerância. Por convenção da área e para garantir a prevenção de danos à saúde do trabalhador o nível de ação consiste na metade do LT. A figura 5 faz uma analogia a saúde do trabalhador e aos LT e NA como um copo sendo abastecido com água. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 25 Figura 5 –Representação do LT e NC Fonte: elaborada pelo autor adaptado de @pixabay. Na figura 5 trabalhadores é representado pelo copo cujo o qual tendo seu limite de capacidade ultrapassado (LT) irá apresentar reações adversas (doenças do trabalho). Para evitar isso, atribui-se que em determinado nível de capacidade do copo (NC) deve-se tomar uma iniciativa para evitar que o copo transborde. Ainda nessa imagem o ambiente de trabalho é representado pela grama (local onde o copo está sendo abastecido) e os agentes de risco pela água. Se a um determinado NC deve-se intervir na exposição do trabalhador ao agente em questão, quais seriam essas possíveis ações preventivas? Essas ações é o que podemos denominar de medidas gerais de higiene ocupacional. Essas medidas são apresentadas e exemplificadas de forma objetiva no quadro 3. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais26 Quadro 3 – Medidas gerais de higiene ocupacional. MEDIDAS DE HIGIENE OCUPACIONAL EXEMPLOS Limitação da utilização ou substituição do agente. A substituição, na indústria automobilística, de tintas a base de solventes por tintas à base de água ou com maiores teores de sólidos e, consequentemente, com menos solventes (pintura eletrostática a pó,). São menos tóxicas, possuem baixo nível de composto orgânico volátil e são menos inflamáveis, reduzindo a emissão de poluentes, melhorando a saúde e a segurança do trabalhador. Limitação da utilização ou substituição do processo. Tampar recipientes que envolvam materiais que possam se dispersar no ambiente; substituir um processo de pintura à pistola por pintura spray eletrostática a pó; reduzir a temperatura de um processo para reduzir evaporação, reduzir a quantidade utilizada e/ou armazenada, usar empilhadeiras com motores elétricos em substituição aos motores de combustão interna. Utilização de medidas técnicas preventivas Compra de produtos químicos já misturados, nas quantidades certas, para evitar manipulação desnecessária. Estabelecimento de valores limites, métodos de amostragem, medição e avaliação Utilização dos equipamentos portáteis de avaliação em ambientes que possam conter atmosferas perigosas (H2S em esgotos, CO2, gases combustíveis e O2 em espaços confinados). Adoção de medidas de proteção que impliquem na aplicação de procedimentos e métodos de trabalho apropriados Evitar que o trabalhador se incline sobre uma fonte de contaminante volátil para não agravar a exposição. Medidas de proteção coletiva Ventilação local exaustora, barreiras na transmissão ou propagação. Medidas de proteção pessoal, quando não for possível evitar por outros meios. Uso de equipamentos de proteção individual adequado. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 27 Medidas de higiene pessoal Alertar para os trabalhadores lavarem as mãos após manipulação de produtos nocivos. Informar aos trabalhadores sobre os riscos relativos à exposição a um agente, sobre as medidas técnicas de prevenção e, ainda, sobre as precauções a tomar Treinamento adequado. Sinalização de advertência e segurança Rotulagem e sinais de advertência para ajudar os trabalhadores nas práticas seguras. Vigilância da saúde dos trabalhadores através de exames periódicos Execução completa e adequada do Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional (PCMSO). Registro de dados relativos a níveis de exposição, trabalhadores expostos e resultados de vigilância da saúde. Elaboração de estatísticas de acidentes e incidentes. Planos de emergência em caso de exposições anormais. Procedimentos de emergência, plano de evacuação, plano de ação e emergência, plano de auxílio mútuo. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 33-35) As medidas listadas no quadro 3 evitam por consequência que a exposição do trabalhador ao agente chegue ao valor de Teto, ou seja, deixar o trabalhador na eminência de sofrer danos a sua saúde. Agora que elucidados termos e medidas de higiene ocupacional que estarão presentes ao longo dos nossos estudos, no tópico a seguir vamos tratar de forma específica da exposição do trabalhador aos seguintes agentes físicos de risco: pressões e radiações. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais28 Pressões e Radiações Pressões e radiações são exemplos de risco físico os quais trabalhadores ficando expostos acima dos limites de tolerância podem adquirir doenças do trabalho. Vamos aqui estudar no que consistem estes agentes de risco. Começando pelas pressões. Inicialmente o que é pressão no contexto da saúde e ambiente de trabalho? Quando falamos de pressão nesse contexto, estamos nos referindo a pressão atmosférica, certo! Ou seja, estamos nos referindo as condições de trabalho acima ou abaixo da pressão atmosférica. Quando falamos de pressões anormais acima da pressão atmosférica estamos nos referindo a atividades laborais desenvolvidas em ambiente de pressão hiperbárica, e a baixo a pressão hipobárica. Mas que atividades laborais são realizadas em condições anormais? No caso da pressão hiperbárica essa se dá em condições quem que o trabalhador realiza suas atividades em ambientes sob ar comprimido. O quadro 4 traz exemplos de atividades onde o trabalhador está exposto a esse tipo de pressão, a assim como ilustra as figuras 6,7 e 8. NOTA Trabalho sob ar comprimido são os efetuados em ambientes onde o trabalhador desenvolve suas atividades laborais suportando pressões superiores a pressão atmosférica e exigindo cuidadosa descompressão (PERSUHN, 2013). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 29 Quadro 4 – Exemplos de atividades sob pressão hiperbárica Atividade Informações Mergulho: • mergulho autônomo – quando o mergulhador carrega seus próprios cilindros de oxigênio. É sua única fonte de oxigênio; • mergulho dependente – quando o mergulhador depende do fornecimento de ar da superfície, através de tubos; • mergulho com sino de apoio – quando o mergulhador permanece numa câmara hiperbárica, geralmente se aclimatando a uma situação de pressão elevada, podendo permanecer por dias. Construção civil • tubulões pneumáticos; uma estrutura vertical que se estende abaixo da superfície da água ou solo, através qual os trabalhadores devem descer, entrando pela campânula, para pressão maior qual atmosférica. A pressurizada opõe- se à pressão da agua e permite que os homens trabalhem em seu interior. • túneis pressurizados: uma escavação, abaixo da superfície do solo, cujo maior eixo faz um ângulo não superior a 45º (quarenta e cinco) com a horizontal, fechado nas duas extremidades, em cujo interior haja pressão superior a uma atmosfera. Medicina: • Oxigenoterapia: Oxigenoterapia hiperbárica é uma modalidade terapêutica na qual o paciente respira oxigênio puro (100%), enquanto é submetido a uma pressão 2 a 3 vezes a pressão atmosférica ao nível do mar,no interior de uma câmara hiperbárica. • Recompressão terapêutica: é a administração de oxigênio a 100% por várias horas em uma câmara pressurizada fechada a > 1 atm, gradualmente reduzida à pressão atmosférica. Fonte: adaptado de Persuhn (2013, p. 84-85) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais30 Figura 6 – Mergulho autônomo Fonte: @pixabay Figura 7 – Tubulão pneumático Fonte: de Persuhn (2013, p. 85) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 31 Figura 8 – Oxigenoterapia hiperbárica Fonte: de Persuhn (2013, p. 85) Agora que temos exemplos de atividades em altas pressões, qual são os possíveis efeitos no organismo humano relacionadas ao hiperbarismo? Expostos a alta pressão o trabalhador pode sofrer: lesões pulmonares, barotraumas (traumatismo provocado pela pressão), embolias, intoxicação por oxigênio, intoxicação por gás carbônico, toxicidade cerebral, etc. No caso de trabalhos expostos a pressões baixas (hipobáricas) remetem ao desenvolvimento de atividades laborais em ambientes de altitudes. A esse respeito Peixoto e Ferreira (2012, p.40) asseveram: Em condições hipobáricas, com o aumento na altitude, a pressão atmosférica é reduzida e, portanto, diminui também, a pressão parcial de oxigênio no ar.[...] Quanto maior a altitude de um lugar, menor é a sua pressão atmosférica. Isso porque a quantidade absoluta de ar diminui proporcionalmente à altitude. Desse modo, a baixa oxigenação é resultado da diminuição do ar atmosférico como um todo, [...] No Brasil é raro a realização de atividades laborais nessas condições. Um exemplo de uma atividade nesse sentido é o alpinismo. Mas então Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais32 quais são as possíveis implicações da exposição a baixas pressões? Podemos destacar como efeitos de exposição a baixas pressões: a falta de oxigenação no cérebro, irritabilidade, a diminuição da capacidade motora e sensitiva, alterações do sono, fadiga muscular, hemorragias na retina e, nos casos mais graves, edema cerebral e edema agudo do pulmão. (GRUPO PREVINE, 2020). IMPORTANTE Atividades exercidas a pressão hiperbárica e abaixo hipobárica são denominadas atividades sob pressões anormais, as quais são muito específicas e exigem treinamento especializado, equipamentos sofisticados, pessoal e infraestrutura de apoio. Nesse sentido, essas atividades devem seguir a normativa disposta em na legislação básica NR 15 – Atividades e operações insalubres. Agora vejamos as radiações como um dos agentes de riscos físicos. De um modo geral podemos definir radiação como emissão de raios ou partículas. No âmbito dos estudos ocupacionais a radiação e seus efeitos são analisados considerando os seus dois tipos: Radiações ionizantes e não ionizantes. DEFINIÇÃO “Radiação ionizante é a radiação que possui energia suficiente para quebrar ligações químicas de átomos ou moléculas. As radiações ionizantes são provenientes de materiais radioativos como é o caso dos raios alfa (a), beta (b) e gama (g), ou são produzidas artificialmente em equipamentos, como é o caso dos raios X” (PERSUHN; 2013, p. 88). Para facilitar nosso entendimento vejamos separadamente cada tipo de radiação. Radiações Ionizantes: Esse tipo de radiação não é percebido pelos sentidos do organismo e são bem mais penetrantes do que os demais tipos de radiação. Esse tipo de radiação é encontrado em elementos radioativos da natureza (urânio 235, rádio, potássio 40, etc.) e em raio x e gama de uso medicinal ou industrial. No organismo a penetração Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 33 desse tipo de radiação pode conduzir ao desenvolvimento das seguintes doenças: anemia, leucemia, catarata, câncer, alterações cromossômicas causadoras de mutações genéticas. É importante destacar que existem um limite de tolerância a esse tipo de radiação. Para o um corpo inteiro se um ser humano exposto em seu ambiente de trabalho com frequência esse limite é anualmente uma dose efetiva de 2-mSv/ano. Cada tipo de radiação possui um alcance de penetração diferente, conforme mostra a figura 9. Figura 9 – O poder de penetração das radiações ionizantes Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 44) VOCÊ SABIA? Quando vamos fazer uma radiografia do tórax como exame médico em clínicas de radiografia perceba que no momento do exame utilizamos uma placa de alumínio ou chumbo como proteção. Isso é necessário para evitar a penetração da radiação em nosso organismo. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais34 Radiações não ionizantes: Diferente das radiações ionizantes esse tipo de radiação não quebra as moléculas e átomos, mas quando absorvidas por esses gera um efeito de agitação e aumento de energia interna. Esse feito promove o aquecimento do corpo podendo gerar como danos à saúde o organismo exposto: queimaduras, catarata, fadiga, efeitos carcinogênicos, etc. Esses feitos são condicionados à intensidade e tempo de exposição e do comprimento da onda de radiação. O quadro 5 apresenta alguns exemplos de radiações não ionizantes, vejamos suas respectivas fontes e implicações. Quadro 5 – Exemplos de atividades sob pressão hiperbárica Radiação Fontes Implicações Micro-ondas Produzidas em estações de radar, rádio transmissão e em alguns processos industriais e medicinais. Causam aquecimento localizado na pele. Radiação infravermelha Origem natural (sol) ou artificial (fornos, metais incandescentes, solda). Tem como característica ser pouco penetrante (alguns milímetros) e sua absorção causa, basicamente, o aquecimento superficial (pele). Radiação ultravioleta De origem natural (sol – UVA e UVB) ou artificial (arco voltaico em operações de solda, lâmpadas ultravioletas). Pouco penetrante e seus efeitos serão sempre superficiais, normalmente envolvendo a pele e os olhos. Um efeito importante e reconhecido da radiação ultravioleta é o câncer de pele. Radiofrequência Radiação de grande comprimento de onda encontradas em radiofusão AM, ondas VHF, UHF, radioamadorismo, radionavegação, radioastronomia normalmente, não apresentam problemas ocupacionais. Os efeitos à saúde são predominantemente térmicos, ou seja, aquecimento por absorção da radiação pelos tecidos. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 46-48) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 35 Além das pressões anormais e as radiações também são agentes de riscos físicos o ruído, a temperatura, as vibrações e a umidade. A seguir vamos entender de forma concisa no que consiste cada um desses agentes. Ruído, Temperatura, Vibrações e Umidade O ruído, a temperatura, as vibrações e a umidade são agentes físicos mais comuns nos ambientes laborais e merecem que aprofundamos no estudo desses. Por esse motivo nesse tópico vamos apenas introduzir no que consiste cada um, uma vez que na próxima unidade de estudo aprofundaremos a esse respeito. Assim sendo o quadro 6 destaca basicamente no que consiste esses agentes. Quadro 6: Riscos físicos: agentes mais frequentes no ambiente de trabalho Agente Definição Tipos Ruído É um conjunto de vários sons não coordenados (várias frequências), que causam incômodo e desconforto. Ruídos contínuos – são aqueles cuja variação de nível de intensidade sonora é muito pequena em função do tempo. Exemplos: geladeiras, ventiladores. Ruídos intermitentes – são aqueles que apresentam grandes variações de nível em função do tempo. São os tipos mais comuns. Exemplos: fala, furadeira, esmerilhadeira. Ruídos impulsivos ou de impacto – apresentam altos níveis de intensidade sonora, num intervalo de tempo muito pequeno. São os ruídos provenientes de explosões e impactos. São característicos de rebitadeiras, prensas, etc. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais36 Temperaturas extremas Como temperaturasextremas consideram-se o calor e o frio em intensidade suficiente para causar desconforto, alterações e prejuízos à eficiência e saúde dos trabalhadores. Exposição ao calor é característico de locais como: fundições, usinas, fábricas de vidro, indústrias de papel, olarias, indústrias metalúrgicas, siderúrgicas, etc. O calor pode estar ainda presente em trabalhos ao ar livre nas épocas quentes do ano. A exposição ao frio está presente, principalmente, na indústria frigorífica no trabalho em câmaras frias. O frio excessivo, além de interferir na eficiência do trabalhador, pode produzir enregelamento dos membros, ulcerações Vibrações O movimento oscilatório de um corpo produzido por forças desequilibradas de componentes de movimento rotativo ou alternativo de máquinas e equipamentos. Localizadas – provocadas por ferramentas manuais com efeitos em certas partes do corpo (articulações de mãos e braços). Generalizadas – lesões de corpo inteiro, normalmente produzidas pelo trabalho em grandes equipamentos (caminhões, ônibus e tratores), acarretando problemas na coluna vertebral e dores lombares. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 51-58) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 37 RESUMINDO Se você chegou até aqui já é capaz de reconhecer e diferenciar os riscos físicos no contexto da higiene ocupacional. Isso mesmo! Pois nesse capítulo aprendemos que os riscos físicos assim como os demais possuem no contexto da higiene ocupacional limites de tolerância, que deve ser observado no ambiente de ocupação do trabalhador. Ao monitorar a exposição do trabalhador a um agente de risco deve-se em um determinado nível de ação intervir com medidas comuns da higiene ocupacional. Aprofundamos então nosso estudo nesse capítulo no conhecimento dos principais agentes de riscos físicos que podem existir em um ambiente de trabalho: pressões anormais, radiação, ruído, a temperatura, as vibrações e a umidade. E aprendemos que quando o trabalhador é exposto além dos limites aceitáveis a qualquer um desses agentes poderá sofrer danos em sua saúde. Esses danos variam conforme o tipo de agente, sua concentração de tipo de exposição. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais38 Riscos Químicos OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de identificar os tipos de agentes químicos e suas unidades de medida e classificação. Saber definir o risco químico e conhecer como eles se apresentam em termos de medida e classificação ajudará você em sua prática profissional no que tange a identificação e avaliação dos agentes químicos em diferentes tipos de ambiente de trabalho; bem como na definição de ações preventivas baseadas nos efeitos possíveis dos agentes químicos em contato com o organismo humano. E então? Pronto para desenvolver esta habilidade? Então vamos lá. Avante! Riscos Químicos: Noções Básicas Olá! Assim como alguns dos agentes físicos os agentes de risco químico são muito presentes na maioria dos ambientes de trabalho, de modo que a higiene ocupacional dedica grande atenção ao estudo desses. Diante do objetivo dessa unidade, vamos aprender aqui apenas o básico sobre esses agentes. Isso mesmo! Apenas os conceitos, classificações e implicações que você precisa saber inicialmente. Isso porque dada a importância dos estudos dos agentes químicos para a prevenção de danos à saúde do trabalhador, esses agentes serão nosso objeto de estudo mais profundo nas unidades seguintes. Nesse sentido, para início de nossa conversa precisamos deixar claro que o que é um agente de risco químico. No contexto da higiene ocupacional, os agentes químicos são definidos como substâncias, elementos, compostos ou resíduos de composição química que, durante sua fabricação, armazenamento, manuseio e transporte pode exercer sua capacidade de ação tóxica sobre o organismo ou a contaminar o ar do ambiente de trabalho. No campo nas normatizações desse tipo de agentes os agentes químicos são definidos pela legislação brasileira pela norma NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (1978) como: Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 39 [...] as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade da exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou ingestão. (BRASIL/NR 09, 1978). Os agentes químicos se apresentam de forma massiva nos diferentes tipos de indústria. São exemplos de indústrias nesse sentido: produção de plásticos, fertilizantes, saneantes, álcool, galvanoplastia, têxtil, petroquímica, mineração, entre outras. Nesse sentido, temos os produtos químicos que têm sido utilizados desde o princípio da civilização humana para os mais diversos fins. Esta utilização vem aumentando ao longo dos tempos e crescendo significativamente com a industrialização, quando começou também, de forma importante, a produção de substâncias sintéticas (PERSUHN,2013). Sendo assim, lidar com substâncias químicas faz parte do dia-dia das pessoas, assim como os trabalhadores em seu ambiente de ocupação. SAIBA MAIS Gostaria de saber um pouco mais sobre a relação exposição a agentes químicos x saúde do trabalhador? Então leia o texto escrito por Kato, Garcia e Wünsch Filho (2007). Para ter acesso a esse texto acesse: https://bit.ly/30p64IF É importante que saibamos que cada tipo de agente químico presente nos ambientes de trabalho deve-se conhecer suas medidas, classificação e efeitos nos organismos. Nesse sentido, vamos a priori conhecer as unidades de medida dos agentes químicos. Em um ambiente contaminado, os agentes químicos são quantificados pelas seguintes medidas apresentadas na figura 10. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais40 Figura 9 –Medidas de quantificação dos agentes químicos Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.61) É importante salientar que as unidades de medidas podem ser convertidas caso haja necessidade para realização de estudos relacionados a identificação e controle de riscos químicos. Para tanto podemos fazer uso dos fatores de convenção, basta o valor de uma unidade pelo fator de conversão referente. A figura 10 apresenta as unidades de convenção e seus respectivos fatores. Figura 10 – Conversão de unidades de concentração de agentes químicos Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p.62) Empregada, comumente, para representar a concentração de gases e vapores. Quando a concentração de um agente químico for de 1 (um) ppm, significa que existe uma parte, em volume, deste agente que está junto a um milhão de partes, em volume, de ar contaminado. Empregada para representar a quantidade de aerodispersóides Quando temos, por exemplo, a concentração de 1 mg/m³ de um agente químico, significa que existe uma miligrama deste produto em um metro cúbico de ar. Não é uma unidade, porém usa-se para representar aquantidade de gás ou vapor na forma de volume que está acompanhando o ar contaminado. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 41 Agora que já aprendemos o que é um agente químico e como ele pode ser quantificado em termos de unidade de medidas, passamos então a diferenciar os tipos de agentes químicos presentes nos ambientes ocupacionais. IMPORTANTE Para que se tenha um ambiente de trabalho seguro, ou seja um ambiente que não propicie intoxicação por agentes químicos é necessário o conhecimento de respeito aos limites de tolerância a exposição desses agentes. Esses limites são definidos pela NR 15 (1978). Classificação dos Agentes Químicos Na literatura de higiene ocupacional e nas normas que regem a segurança no ambiente de trabalho podemos identificar que os agentes químicos são classificados em sete tipos segundoseu estado físico: poeiras, fumos, fumaças, fibras, neblinas, névoas, gases e vapores. Você sabe a diferença entre esses tipos? Se não sabe, não tem problema, vamos elucidar agora. Para tanto vamos abordar separadamente cada tipo. O quadro 7 nos traz uma visão objetiva de cada um desses tipos de agentes. Quadro 7: Tipo de agentes químicos em relação a seu estado físico Tipo Definição Implicações Exemplos Poeiras Conjunto de partículas que são geradas mecanicamente por procedimento de ruptura ou rompimento, ou ainda, por uma desagregação de partículas maiores em menores, com diâmetros produzidos na faixa aproximada de 0,1 μm a 25 μm. Quando expostos a um longo período de tempo, os trabalhadores podem adquirir doenças do grupo das pneumoconioses, que oferecem perigo por causar enrijecimento dos tecidos pulmonares. Poeiras de carvão mineral, poeiras com sílica, etc. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais42 Fumos Partículas no estado sólido que são produzidas por uma condensação dos vapores emanados da fusão, podendo conter metais pesados no ar como o zinco (Zn), por exemplo ou vapores carregados com metais em suspensão. Respiração destes fumos por um longo tempo e a não adoção de cuidados pode causar ulcerações do septo nasal. Fumos de chumbo (Pb), encontrado em fábricas de baterias e os de cromo (Cr) e Níquel (Ni) em locais onde se realiza revestimento externos de peças por estes metais. Fumaças São partículas que resultam de uma reação química de combustão incompleta. Asfixia, e doenças pulmonares. Estas são constituídas de carbono geradas pela queima de materiais orgânicos. Fibras Partículas sólidas que são produzidas por processos de rompimento mecânico, as quais apresentam como característica física um formato alongado. No caso de exposição prolongada à fibra de asbesto, a doença que pode ser desenvolvida é a asbestose, bastante agressiva aos pulmões dos trabalhadores. Pode encontrar ambientes ocupacionais com este agente nas indústrias que trabalham com fibras de lã, algodão, asbesto, vidro e de cerâmica. Neblinas Conjunto de partículas líquidas que estão suspensas no ar, resultantes da condensação dos vapores oriundos de substâncias no estado líquido que são voláteis. Quando carregadas que componentes tóxicos podem gerar os mais diversos danos as saúdes do trabalhador como doenças respiratórias, queimaduras por contato com as gotículas, intoxicação, etc. Concentração de partículas finas (PM2,5) superior a 1.000 microgramas por metro cúbico de ar, mais de 40 vezes acima do limite de 25 recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 43 Névoas Névoas são partículas líquidas em suspensão no ar. Reações alérgicas e intoxicação. Produzidas por atomização ou ruptura mecânica do líquido pressionado. Você pode encontrá- las em procedimentos de trabalho como pinturas na forma de spray, aplicação de agrotóxicos envolvendo nebulização, uso de óleo de corte formando névoa de óleo, etc. Gases e vapores - Gás é uma dispersão de moléculas que estão espalhadas e misturadas no ar ambiente, com movimentação desordenada, resultante de forças internas fracas e que, sob condições de temperatura e pressão atmosféricas (normais), já estão no estado gasoso. O vapor é definido como o estado gasoso de agentes químicos que, quando condicionados à temperatura e pressão atmosféricas, apresentam-se no estado líquido. A sua concentração no meio ambiente dependerá de variáveis como pressão de vapor e temperatura ambiente. Asfixia, e doenças pulmonares, quando inalados acima dos limites de tolerância. Como exemplo de gases, podemos citar o próprio ar que respiramos, uma mistura formada na sua maior parte por nitrogênio (N2) e oxigênio (O2). Assim como o gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO), amônia (NH3) e o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo ou gás de cozinha), este último de ampla utilização nas indústrias e lares brasileiros. Para vapores, os mais conhecidos são originados dos solventes orgânicos como o tolueno, xileno, benzeno, éteres, cetonas e hidrocarbonetos como a gasolina, querosene e álcoois. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 51-58) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais44 TESTANDO Agora que você já sabe como se classificam os agentes de risco químicos é hora de testar se você é capaz de diferenciá-los. Nesse sentido, esse é o momento ideal para você responder algumas questões desse capítulo no banco de questões. Corre lá! Efeito dos Agentes Químicos no Organismo No tópico anterior conhecemos os diferentes tipos de agente químicos em relação a sua ao estado físico com que se apresentam. Você parou para pensar como é que as pessoas de um modo geral se contaminam com esses agentes? Bem a forma mais comum de contaminação é pelas vias respiratórias já que a maioria desses agentes são gases ou material particulado suspenso no ar. Nesse sentido, umas das formas mais eficazes que se evitar a contaminação é a utilização de máscaras apropriadas. A figura 11 ilustra um exemplo dessas máscaras. Figura 11: Máscara de gás. Fonte: @pixabay Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 45 Outras formas de contaminação por substâncias é a pele o os olhos. Na pele a contaminação pode dar-se por meio do contato e da absorção. Existem substâncias que o dano à saúde do trabalhador dar-se imediatamente com contato, por exemplo um ácido por natureza corrosivo em contato direto com a pele pode gerar queimaduras. Já a absorção o processo de contaminação é similar ao respiratório, a substância penetra na pele e segue pela corrente sanguínea causando danos aos órgãos do corpo. Um exemplo de contaminação por benzeno. O benzeno uma vez absorvido pela pele provoca danos na produção sanguínea. Para proteger o trabalhador desse tipo de contaminação deve-se utilizar macacões especiais e luvas. Ainda sobre as formas de contaminação há substâncias que agem diretamente nos olhos, gerando irritação e nos casos de substâncias corrosivas, casos de cegueira. Essas formas de contaminação demonstram a necessidade que conheçamos também os principais efeitos dos agentes químicos no organismo. VOCÊ SABIA? Você sabia que o trabalho de funilaria e pintura nas indústrias automotivas é uma das atividades em que o trabalhador é exposto aos mais diferentes tipos de risco, principalmente agentes de risco químico. Para conhecer um exemplo de condições de trabalho em uma oficina mecânica e funilaria acesse o estudo realizado por PEREZ (2017) em: https://bit. ly/2DA1LSc Segundo Persuhn (2013), podem ser classificados segundo a forma de atuação no organismo humano. Nesse sentido, os agentes químicos podem ser: Irritantes, asfixiantes, narcóticos e intoxicantes sistémicos. Já Peixoto e Ferreira (2012) apresentam uma classificação mais abrangente nesse sentido, conforme é apresentado no 8. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais46 Quadro 8. Classificação dos agentes químicos conforme efeitos no organismo Estado físico Tipos de efeito Descrição Exemplo de Substância Aerodispersóides Fibrogênicos Podem produzir nódulos e causar endurecimento (denominadas fibroses) dos tecidos pulmonares. Sílica e amianto. Irritantes As partículas por ação química podem causar ul- cerações e inflamações no trato respiratório. Névoas oriun- das de ácidos e bases. Produtores de febre Podem provocar calafrios e febre. Fumos metá- licos. Carcinogêni- cos Quando o trabalhador está exposto a um longo período pode adquirir câncer. Amianto e radionuclí- deos. Sistêmicos Os agentes têm a capaci- dade de atacar órgãos inter- nos e sistemas do organis- mo humano Cádmio e manganês. Mutagênicos/teratogênicos Caracterizam-se por causar modificações celulares e alterações genéticas. Os mutagênicos afetam não somente o indivíduo conta- minado, mas também seus descendentes. Os teratogê- nicos têm a capacidade de afetar o desenvolvimento embrionário ou fetal, resul- tando em deformidades do feto (congênito). Mercúrio orgânico e fumos de chumbo. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 47 Gases e vapores Irritantes Substâncias capazes de causar irritação e ulcera- ções no trato respiratório pela ação química com as mucosas (solubilidade com partes úmidas) ou por contato direto. Ácido clorídrico e gás sulfídrico. Tóxicos Ação nociva generalizada independente da via de penetração. Alguns podem agir em órgãos ou sistemas específicos. Inseticidas e hidrocarbo- netos. Anestésicos e narcóticos Ação depressora do Siste- ma Nervoso Central (SNC), sistema formado pelo conjunto do cérebro e medula espinhal. Éteres e cetonas. Asfixiantes Estes podem ser classi- ficados como: asfixiantes simples, que atuam substi- tuindo o oxigênio do ar a ser transportado pela hemoglo- bina quando estão presen- tes na atmosfera (sem ação bioquímica), já os asfixiantes químicos apresentam ação bioquímica na celula, ofere- cendo dificuldade ao oxigê- nio do ar de chegar e de se agregar a hemoglobina. Nitrogênio, gás carbônico e monóxido de carbono. Carcinogêni- cos Apresentam a capacidade de causar câncer quando expostos por um longo período. Cloreto de vinila e benzeno. Carcinogêni- cos Apresenta a mesma des- crição colocada para os aerodispersóides. Óxido de etileno. Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p.70) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais48 RESUMINDO Ops! Gostou de entender o risco químico e conhecer como eles se apresentam em termos de medida e classificação. Pois bem, para que você reforce esse entendimento vamos revisar o que estudamos nesse capítulo. Aqui virmos os aspectos básicos relacionados aos riscos químicos no campo da higiene ocupacional. Aprendemos nesse sentido que as principais unidades de medida usadas para fins de quantificação de agentes químicos em ambientes passíveis de contaminação são: ppm, mog/m3, % em volume. Estudamos também que os principais agentes químicos podem se classificar em relação a sua estrutura física em: poeiras, fumos, fumaça, fibras, neblinas, névoas, gases e vapores. Por fim, podemos conhecer as implicações desses agentes quando presentes no organismo humano acima dos limites de tolerância. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 49 Riscos Biológicos OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de discernir sobre os riscos biológicos a partir de sua classificação no contexto da higiene ocupacional. Saber definir o risco biológico e conhecer como eles se apresentam no ambiente de trabalho ajudará você em sua prática profissional no que tange a identificação e avaliação dos agentes químicos em diferentes contextos; bem como na definição de ações preventivas baseadas nos efeitos possíveis dos agentes biológicos em contato com o organismo humano. E então? Pronto para desenvolver esta habilidade? Então vamos lá. Avante! Riscos Biológicos: Conceito/Transmissão e Penetração Se você chegou até aqui já percebeu que o ambiente de ocupação possui inúmeros riscos que muitas vezes nem sequer nos damos conta, ou nos preocupamos com a exposição a esses. Pois bem, dentre os agentes de risco temos ainda os riscos biológicos os quais vamos estudar agora. DEFINIÇÃO Agentes biológicos são microrganismos que em contato com o organismo humano causam doenças. Podemos listar como exemplos de riscos biológicos aos vírus, bactérias, parasitas, fungos e bacilos. Esses agentes estão frequentemente presentes em atividades laborais desenvolvidas em ambientes como: hospitais, sanatórios, laboratório de análises clínicas, lixeiros, açougues, lavanderias, ambientes de criação de gado, estações de tratamento, entre outros. Ambientes cuja e presença desses tipos de agente, devem ser sinalizados fazendo uso do símbolo disposto na figura 13. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais50 Na norma NR 32 (1978) encontramos uma definição mais específica de agentes biológicos. Segundo essa norma: “agentes biológicos consideram-se agentes biológicos os microrganismos, geneticamente modificados ou não, as culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons”. Figura 13 –Simbologia internacional para riscos biológicos Fonte: @pixabay Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 51 NOTA Príons são partículas proteicas infecciosas compostas, quase que exclusivamente, por uma proteína conhecida como príon scrapie (PrPsc). Para saber mais sobre doenças causadas por príons e provável nexo ocupacional leia o artigo de Pustiglione, Torres e Sá (2014). Para isso acesse: https://bit.ly/3fxrlVe Se pararmos para refletir a respeito das doenças causadas por agentes biológicos, vamos concluir com base em nossas experiências pessoais (todos nós em algum momento já tivermos doenças causadas por vírus ou bactérias em algum momento de nossa vida, certo?) que elas se resumem a três tipos: infecções, alergias e intoxicações. Mas qual a diferença primordial desses tipos de agentes para os demais que estudados? Bem, por ser organismos vivos possuem capacidade de reprodução. A esse respeito assevera Peixoto e Ferreira (2012, p.82): A diferença essencial entre os agentes biológicos e outras substâncias perigosas é a sua capacidade de se reproduzir. Uma pequena quantidade de um microrganismo pode crescer consideravelmente em um tempo muito curto, sob condições favoráveis. Agora que sabemos basicamente quem são esses agentes, como evitar a contaminação? Se você parar e lembrar de suas experiências pessoais vai lembrar que a vacina é uma das formas mais eficazes de presença, concorda? Mas além da vacina existem outras medidas que previnem a contaminação do trabalhador por contato com esses organismos no ambiente de trabalho. Essas formas são destacadas na figura 14. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais52 Figura 14. Medidas de proteção contra grupos de riscos biológicos Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.82) Já entendemos como de prevenir da contaminação por agentes biológicos no ambiente de trabalho, mas ainda é importante que tenhamos conhecimento de como esses agentes especificamente são transmitidos e penetram no organismo humano. Vamos primeiro pontuar o que é transmissão e penetração. Genericamente a transmissão remete ao ato, processo ou forma de passar, ou seja, conduzir, propagar ou transportar algo. Nesse sentido, quando falamos de transmissão de agentes biológicos estamos nos referindo aos meios com que o organismo humano recebe esses agentes e pode propagá-lo para outros. Para tanto, no contexto da higiene ocupacional a transmissão desses agentes pode se dar de forma direta ou indireta. Essa transmissão é considerada direta quando transmissão se dá sem a intermediação de veículos ou vetores, e indireta quando há uso desses veículos. São veículos ou vetores de transmissão de agentes biológicos: mãos, perfurocortantes, Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 53 luvas, roupas, instrumentos, vetores, água, alimentos, superfícies, etc. Uma vez o trabalhador tendo contato com esses vetores ou veículos contaminados o microrganismo ali presente busca lugar para se alojar no organismo humano por meio da penetração. Por penetração nesse contexto entende-se ao ato ou forma com que os agentes biológicos podem entrar no organismo humano após a transmissão de forma direta ou indireta. São vias de penetração desses agentes no organismo: pele danificada por fissuras ou machucados, picadas acidentais, mordidas, fixação pelas membranas mucosas,inalação ou ingestão. Essas formas são divididas em vias de penetração conforme resume o quadro 9. Quadro 9. Vias de penetração agentes biológicos no organismo Via de exposição Porta de entrada principal Formas de contaminação Exemplo Cutânea Pele Pele danificada ou membranas mucosas (boca, olhos), lesões por materiais perfurocortantes contaminados e arranhões ou mordidas. Contaminação através da pele podemos citar a contaminação de profissionais de saúde pelo vírus da hepatite C e pelo vírus HIV (human immunodeficiency virus), o tétano (doença infecciosa e não contagiosa, causada pela toxina da Clostridium tetani) e a leptospirose. Respiratória Vias respiratórias, Penetração através do nariz, garganta, traqueia e brônquios. Contaminação por via respiratória, podemos citar a gripe H1N1. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais54 Ingestão Boca As substâncias biológicas são introduzidas no sistema gastrointestinal através da boca, com trânsito pelo esôfago, antes de atingirem o estômago. Contaminação por ingestão, podemos citar a contaminação por Salmonella ssp no consumo de alimentos conservados em condições não adequadas e a hepatite A que é transmitida através de alimentos e água contaminados com o vírus. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.82-84) Classes de Risco Biológico Os agentes biológicos assim como os agentes físicos e químicos (estudados anteriormente) são passíveis de classificação. Aqui vamos conhecer a classificação feita pela norma 32 (1978) no Anexo I. Para facilitar nossa visualização e entendimento, o quadro 10 apresenta essa classificação de forma objetiva. Quadro 10: Classes de risco dos agentes biológicos Classe Descrição Exemplo Classe de risco 1 Baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano. Exemplo: Lactobacillus sp utilizados pela indústria alimentícia em iogurtes. Classe de risco 2 Risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento. Exemplos: vírus da febre amarela (doença infecciosa transmitida por mosquitos contaminados) e Schistosoma mansoni (causador da esquistossomose, popularmente conhecida no Brasil como “Barriga d’água”). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 55 Classe de risco 3 Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento. Exemplos: Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch (bactéria que provoca a maioria dos casos de tuberculose), e Bacillus anthracis (bactéria que causa a doença denominada carbúnculo em atividades com contato direto com animais ou cadáveres destes infectados). Classe de risco 4 Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Exemplos: vírus Marburg, agente causador da febre hemorrágica (doença viral que origina quadros de febre e hemorragia que podem levar à morte) e vírus Ebola (causa uma febre hemorrágica, considerada uma das doenças virais mais perigosas, com alto índice de mortalidade). Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.84-85) VOCÊ SABIA? A NR 32 (1978) apresenta além da classificação dos agentes biológicos por risco de contaminação algumas informações adicionais. Essas informações são a respeito: efeitos alérgicos, agente emergente e oportunista, agente ontogênico; produção de toxinas e vacinas eficazes disponível. Veja a norma em: https://bit.ly/3glEqC5. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais56 Lembre-se que as doenças dadas como exemplos de doenças oriundas de agentes biológicos são comuns (conforme ilustra a figura 15), portanto para que estas sejam consideradas doenças do trabalho, obrigatoriamente deve ter comprovação do nexo causal. Se o ambiente de trabalho dispõe de todos os mecanismos de proteção do trabalhador, conforme ilustra a figura 16 e este adquire a doença por contágio em outro ambiente, essa não pode ser considerada doença do trabalho. Revisando: Nexo causal é a comprovação da relação direta entre a doença e o exercício do trabalho. Figura 15. Medidas de proteção contra grupos de riscos biológicos Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.87) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 57 Figura 16: Medidas de proteção contra grupos de riscos biológicos Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p.86) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais58 Agentes Biológicos: Normatização sobre Insalubridade A NR 15 (1978) destaca uma relação de atividades que envolvem agentes biológicos. Segundo essa norma a avaliação de insalubridade é determinada por uma análise qualitativa cujo os aspectos estão dispostos no quadro 11. Quadro 12: Avaliação de insalubridade – critérios de classificação Classificação Critérios Insalubridade de grau máximo (40%) Trabalho ou operações, em contato permanente com: • Pacientes em isolamento por doenças infecto contagiosas, bem como objetos de seu uso, não previamente esterilizadas. • Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pêlos e dejeções de animais portadores de doenças infectocontagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose). • Esgotos (galerias e tanques). • Lixo urbano (coleta e industrialização). Insalubridade de grau médio (20%) Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana (aplica-se unicamente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como aos que manuseiam objetos de uso desses pacientes, não previamente esterilizados). • Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com tais animais). • Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros produtos. • Laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão só ao pessoal técnico). • Gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se somente ao pessoal técnico). • Cemitérios (exumação de corpos). • Estábulos e cavalariças. • Resíduos de animais deteriorados. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.87-88) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 59 TESTANDO Ufa! Se você chegou até aqui adquiriu bastante conhecimento sobre os agentes de risco no contexto da higiene ocupacional. Então chegou o momento de testar sua compreensão. Corre lá no banco de questões! RESUMINDO Chegamos ao fim dessa unidade, e nesse finalzinho você aprendeu discernir sobre os riscos biológicos a partir de sua classificação, métodos de prevenção e tipos de doenças. Aqui você viu que os agentes de riscos biológicos possuem uma peculiaridade que o difere dos riscos físicos e químicos, lembra que característica é essa? Isso mesmo! Por se tratarem de microrganismos vivos eles possuem capacidade de se reproduzir. Uma pequena quantidade de um microrganismo pode crescer consideravelmente em um tempo muito curto, sob condições favoráveis. Esse fato pode promover umas proporções grandes de contágio em ambientes laborais. Portanto, medidas preventivas precisam ser observadas e praticadas. São exemplos de medidas eficazes nesse sentido: vacina, esterilização, ações de higiene pessoal, uso de equipamentos de proteção individual, ventilação adequada e controle médico
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