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HIGIENE_OCUPACIONAL_E_PREVENCAO_DE_RISCOS_AMBIENTAIS 02

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Unidade 2
Livro Didático 
Digital
Dayanna dos Santos Costa Maciel
Higiene Ocupacional 
e Prevenção de 
Riscos Ambientais
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autora 
DAYANNA DOS SANTOS COSTA MACIEL
Dayanna dos Santos Costa Maciel
Olá! Meu nome é Dayanna dos Santos Costa Maciel. Sou formada 
em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) 
com Mestrado acadêmico nessa mesma área de conhecimento, este com 
ênfase em Estratégia e Inovação (pela Universidade Federal da Paraíba 
em 2019). Também possuo mestrado acadêmico em Gestão de Recursos 
Naturais (UFCG, 2014) com ênfase de pesquisa em Estratégia Ambiental 
focada em modelos e ferramentas de gestão nas empresas. Tenho 
experiência técnico-profissional no ensino da Administração ministrando 
disciplinas como Planejamento Estratégico, Sustentabilidade e Gestão, 
Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, entre outras ao nível 
de graduação e pós-graduação. Adoro transmitir meus conhecimentos e 
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. 
Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase 
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
A AUTORA
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda 
vez que:
ICONOGRÁFICOS
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova com-
petência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Exposição aos Agentes Ambientais...................................................10
Classificação dos Riscos Ambientais e Agentes/Fatores Determinantes 
de uma Exposição...........................................................................................................................10
Avaliações Ambientais: Características e Estratégias...........................................18
Riscos Físicos.................................................................................................22
Termos e Medidas Gerais de Higiene Ocupacional....................................22
Pressões e Radiações...............................................................................................................28
Ruído, Temperatura, Vibrações e Umidade..............................................................35
Riscos Químicos...........................................................................................38
Riscos Químicos: Noções Básicas....................................................................................38
Classificação dos Agentes Químicos............................................................................41
Efeito dos Agentes Químicos no Organismo..............................................................44
Riscos Biológicos.........................................................................................49
Riscos Biológicos: Conceito/Transmissão e Penetração..................................49
Classes de Risco Biológico......................................................................................................54
Agentes Biológicos: Normatização sobre Insalubridade..................................58
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 7
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
UNIDADE
02
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais8
INTRODUÇÃO
Você sabe quais são os possíveis riscos que podemos correr 
no ambiente de trabalho? Consegue imaginar como identificá-los e 
desenvolver mecanismo de prevenção e proteção? Pois bem, em 
higiene ocupacional os riscos são classificados com base nos fatores/
agentes ambientais: físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. Aqui 
vamos aprofundar nossos conhecimentos no referente a identificação 
e diferenciação dos fatores de risco ambientais e aprender a gerenciar 
esses fatores de modo a prevenir danos à saúde do trabalhador. Então 
do que estamos falando aqui? Estamos falando de higiene ocupacional, 
ou seja, reconhecimento, avaliação e controle de riscos ocupacionais 
nos ambientes de trabalho. Isso mesmo! A higiene ocupacional é uma 
ciência de cunho preventivo, que objetiva fundamentalmente agir em 
ambientes de trabalho através da aplicação de princípios de diversas 
áreas de conhecimento. Assim, de forma interdisciplinar a higiene 
ocupacional detecta agentes nocivos, quantifica sua intensidade ou 
concentração e propõe medidas para promover ao trabalhador segurança 
do desempenho de suas atividades laborais. Entendeu? Então prepare-
se, ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! O 
universo dos agentes/riscos ambientais!
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 9
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Aplicar técnicas de prevenção quanto aos riscos ambientais 
considerando a classificação, fatores determinantes de exposição, 
características e estratégias de avaliação destes;
2. Reconhecer e diferenciar os riscos físicos no contexto da higiene 
ocupacional;
3. Identificar os tipos de agentes químicos e suas unidades de 
medida e classificação;
4. Discernir sobre os riscos biológicos a partir de sua classificação 
no contexto da higiene ocupacional.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho! 
OBJETIVOS
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais10
Exposição aos Agentes Ambientais
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você terá conhecimento de 
uma base teórica que permitirá você aplicar técnicas de 
prevenção quanto aos riscos ambientais considerando 
a classificação, fatores determinantes de exposição, 
características e estratégias de avaliação. Isso é de suma 
importância para a sua atuação profissional, uma vez que a 
partir desse conhecimento você terá condições de observar 
um ambiente de trabalho e nele identificar objetivamente 
agentes ambientais e atores que influenciam na exposição 
ocupacional ao risco, bem como traçar estratégias de 
avaliação para definição de ações preventivas. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
Classificação dos Riscos Ambientais e 
Agentes/Fatores Determinantes de uma 
Exposição
Nessa unidade o foco dos nosso estudo está voltado para 
a prevenção de riscos ambientais, a qual é o objetivo da higiene 
ocupacional. Para aprofundarmos nosso conhecimento sobre riscos 
ocupacionais é necessário destacamos sua ligação com o conceito de 
higiene ocupacional.
A higiene ocupacional é uma ciência e uma arte que objetiva 
a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle dos fatores 
ambientais e estresses, originados nos locais de trabalho. Esses podem 
provocar doenças, prejuízos à saúde ou ao bem-estar, desconforto 
significativo e ineficiência nos trabalhadores ou entre as pessoasda 
comunidade (ACGIH, 2012). Desse modo, essa definição vincula a 
higiene ocupacional em sua essência aos seguintes termos antecipação, 
reconhecimento, avaliação e controle. Vejamos na figura 1 no que consiste 
esses termos no contexto da higiene ocupacional. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 11
Figura 1 –Higiene Ocupacional: termos que revelam a essência de seu conceito
HIGIENE OCUPACIONAL
Antecipação
Visa identificar 
riscos potenciais, 
procurando 
alternativas de 
eliminação e/
ou neutralização, 
ainda na fase de 
planejamento e 
projet (seleção 
de tecnologias 
mais seguras, 
menos poluentes, 
envolvendo, inclusive 
o descarte dos 
efluentes e resíduos 
resultantes).
Constitui-se de 
normas, instruções 
e procedimentos 
para correto 
funcionamento dos 
processos, visando 
reduzir ou eliminar 
riscos que possam 
surgir, ou seja, 
assegurar que sejam 
tomadas medidas 
eficazes para evitá-los.
Reconhecimento
Visa identificar os 
diversos fatores 
ambientais relacionados 
aos processos 
de trabalho, suas 
características 
intrínsecas (etapas, 
subprodutos, 
rejeitos, produtos 
finais, insumos) e 
compreender a natureza 
e extensão de seus 
efeitos no organismo 
dos trabalhadores e/ou 
meio ambiente.
Analisa as diferentes 
operações e processos, 
identificando a presença 
de agentes físicos, 
químicos, biológicos e/
ou ergonômicos que 
possam prejudicar a 
saúde do trabalhador 
estimando o grau de 
risco.
É um levantamento 
preliminar qualitativo 
dos riscos ocupacionais.
Análise
É o processo de 
avaliar e dimensionar 
a exposição dos 
trabalhadores e a 
magnitude dos fatores 
ambientais.
Consiste na obtidas 
as informações 
necessárias para 
determinar as 
prioridades de 
monitoramento e 
controle ambiental, 
com a interpretação 
dos resultados 
das medições 
representativas 
das exposições, de 
forma a subsidiar o 
equacionamento das 
medidas de controle.
Objetiva determinar 
a exposição, ou seja, 
quantas vezes e 
por quanto tempo 
o trabalhador fica 
exposto.
Controle de riscos
Selecionar meios, 
medidas e ações 
(procedimentos 
de trabalho) para 
eliminar, neutralizar, 
controlar ou reduzir, 
a um nível aceitável, 
os riscos ambientais, 
afim de atenuar 
os seus efeitos a 
valores com patíveis 
com a preservação 
da saúde, do bem-
estar e do conforto.
Obedece a uma 
hierarquia de 
controle de riscos 
onde o mesmo 
se manifesta: na 
fonte, na trajetória 
e no receptor 
(trabalhador).
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.18-21)
Em suma, o conteúdo da figura 1 nos permite ratificar a ideia de 
que a essência da higiene ocupacional, ou seja, sua razão de ser é 
o risco no ambiente de trabalho. Mas então o que é risco no contexto 
da higiene do trabalho? Podemos definir objetivamente risco como a 
probabilidade (chances) de ocorrência de um evento que provoque como 
consequência danos à saúde do trabalhador por intermédio da exposição 
desse trabalhador a um agente de risco. Nesse sentido, atribuímos o risco 
a ocupação do trabalhador (risco ocupacional).
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais12
IMPORTANTE
Risco ocupacional ou risco ambiental no contexto da higiene 
ou segurança do trabalho difere da perspectiva de risco na 
área das ciências ambientais e da natureza, ou seja, riscos 
ao meio ambiente (poluição, desmatamento, etc.). De modo 
que os riscos ocupacionais estão relacionados a agentes 
que podem dar origem a danos à saúde, segurança e bem 
estar dos trabalhadores e que são estritamente originados 
do próprio trabalho.
Diante das colocações acima, devemos atentar para o termo 
agente de risco. Se o risco é a probabilidade de ocorrência de um evento 
que provoque consequências, o agente de risco é o elemento presente 
nesse evento necessário para provocar riscos à saúde, segurança e meio 
ambiente. Os agentes de risco incluem agentes químicos, biológicos, 
físicos e ergonômicos. Os agentes de risco são geralmente os principais 
fatores de risco.
Mas então quer dizer que fator de risco por definição não é a mesma 
coisa do que agente de risco? Não exatamente. Existe uma diferença 
conceitual básica, o agente de risco é um elemento que causa danos ao 
trabalhador uma situação ou evento a qual o trabalhador é exposto. Já o 
fator de risco é o evento ou acontecimento em si. 
DEFINIÇÃO
Agente de risco é um elemento necessário para provocar 
riscos à saúde, segurança do trabalhador, incluem 
elementos químicos, biológicos, físicos e ergonômicos. Os 
agentes de risco são geralmente os principais fatores de 
risco.
Em termos práticos o dano ao trabalhador é causado pela situação 
de risco, justamente pela presença de um agente de risco. Por esse 
motivo na prática os agentes e fatores de risco são diretamente ligados a 
ponto de os principais agentes de risco serem considerados os principais 
fatores de risco. Vejamos um exemplo na figura 2.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 13
Figura 2 –Diferença entre fator de risco, agente de risco e risco
Fonte: Adaptado de Chagas (2016, p.22).
DEFINIÇÃO
Fator de risco é o um evento, acontecimento ou situação 
com potencial para provocar danos ao trabalhador (lesão, 
doença) em seu ambiente de trabalho. Somente existe 
risco se existir exposição do trabalhador ao agente e fator 
de risco e se esta criar a probabilidade de consequências 
adversas.
Na figura 2 vemos na prática os conceitos de risco, agente e fator. 
Entendeu agora como é sutil a diferença entre eles? Pronto! Agora você 
está apto para aprofundamos no assunto. Agora passamos efetivamente 
a classificação dos riscos ambientais e fatores determinantes de uma 
exposição. De um modo geral a literatura de higiene ocupacional 
e segurança do trabalho apresenta um consenso no que tange a 
classificação dos riscos ambientais e fatores determinantes de uma 
exposição; nesse sentido esses são classificados como: físicos, químicos, 
biológicos e ergonômicos. Vejamos a definição e exemplos desses no 
quadro 1. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais14
Quadro 1 – Classificação agentes/fatores/riscos em higiene ocupacional
Agente/
fator/risco
Definição Exemplos
Físicos
Diversas formas de 
energia a que possam 
estar expostos os 
trabalhadores.
— Ruído; Vibrações;
— Pressões anormais;
— Temperaturas extremas 
(calor e frio);
— Radiações (ionizantes e 
não ionizantes);
— Infrassom, ultrassom
Químicos
Substâncias, os 
compostos ou os 
produtos que possam 
penetrar no organismo 
pela via respiratória ou 
que, pela natureza da 
atividade de exposição, 
possam ter contato ou 
ser absorvidos pelo 
organismo através da 
pele ou por ingestão.
— Poeiras;
— Fumos;
— Névoas;
— Neblinas;
— Gases ou vapores.
Biológicos
São microrganismos 
os quais o trabalhador 
ao obter contato pode 
adquirir doenças.
— bactérias, 
— fungos, 
—bacilos, 
—parasitas, 
—protozoários,
— vírus
Ergonômicos.
São decorrentes da 
organização e gestão 
do trabalho. 
Exemplos: esforço físico, 
postura inadequada, 
controle rígido de 
produtividade, jornada 
de trabalho prolongada, 
monotonia e repetitividade 
de movimentos, falhas no 
treinamento e supervisão 
dos trabalhadores, entre 
outros.
Fonte: adaptado de Saliba (2015, p.10-11)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 15
Agora que temos fresquinho em nossas mentes exemplos dos mais 
diferentes tipos de agentes e fatores de risco, saiba que esses grupos 
possuem subdivisões as quais iremos tratar ao longo no nosso estudo. A 
esse respeito, assevera Peixoto e Ferreira (2012, p.25):
Cada um destes grupos subdivide-se de acordo com as 
consequências fisiológicas que podem provocar, quer em 
função das características físico-químicas, concentração ou 
intensidade dos agentes, quer segundo sua ação sobre o 
organismo.
Na colocação Peixoto e Ferreira (2012) é importante destacamos 
que as consequências/danos à saúde do trabalhador se dá em função 
dentre outros fatores a concentração ou intensidadedos agentes. Assim 
temos que nem sempre a exposição do trabalhador a esses agentes/
fatores/riscos irá gerar um dano à saúde do trabalhar. Isso dependerá da 
concentração com que o trabalhador foi exposto a esses riscos, uma vez 
que se tem limites aceitáveis. Pense bem, não é porque o trabalhador foi 
exposto a um ruído baixo uma única vez que ele irá ter danos na audição, 
concorda? Mas se esse trabalhador for exposto com frequência a ruídos 
altos, possivelmente prejudicará sua audição. 
Nesse sentido, podemos então nos questionar: Quais são os fatores 
que determinam a exposição do trabalhador ao risco? Bem, segundo 
Peixoto e Ferreira (2012) para analisar a exposição do trabalhador ao 
risco devemos considerar os seguintes fatores que condicionam a sua 
probabilidade de ocorrência e a gravidade de seus danos/consequências: 
as características do agente de risco; tempo de exposição; concentração 
ou intensidade do agente; suscetibilidade individual e sinergismo. O que 
podemos concluir então? Podemos concluir que toda medida preventiva 
de risco a ser aplicada deve ser estabelecida considerando esses fatores. 
Vamos então de forma breve entender a que cada um desses fatores diz 
respeito.
Quando se fala em características do agente de risco remetemos ao 
fato que cada agente presente no ambiente de trabalho tem características 
e efeitos específicos de acordo com sua natureza. Por exemplo, a 
composição de uma tinta (agente químico) que um determinado pintor 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais16
usa em uma parte da obra pode ser diferente da que ela irá usar na 
outra parte. Sendo isso verdade, podemos dizer que ambas as tintas 
podem causar os mesmos danos à saúde do trabalhador sem analisar a 
composição/ formulação de cada tinta? Não! Claro que não! Uma tinta por 
exemplo pode apresentar como reação adversa uma alergia respiratória 
ao trabalhador pela presença de determinado componente químico em 
sua formulação que por sua vez não está presente no outro tipo de tinta. 
Concorda? 
No referente a tempo de exposição, o que precisamos saber é que 
quanto mais tempo o trabalhador estiver exposto a um agente/fator de 
risco, maior as chances desse desenvolver algum tipo de dano. 
REFLITA
Quanto maior o tempo de exposição, maiores serão as 
probabilidades da geração de uma doença ocupacional. 
Mas como determinar esse tempo de exposição? Deve-
se para esse fim considerar as características da tarefa do 
trabalhador como: tipo de atividade e suas particularidades, 
movimento do trabalhador ao efetuar o seu serviço, jornada 
de trabalho e descanso (PEIXOTO; FERREIRA, 2012).
Bem e quanto a concentração ou intensidade do agente? O que 
devemos ter sempre em mente? Aqui se aplica a mesma lógica de análise 
do tempo de exposição. De modo que quanto maior a concentração ou 
intensidade (quantidade, volume) de um elemento agente de risco, maior 
o risco de o trabalhador obter um dano à sua saúde ou integridade física. 
Nesse sentido Peixoto e Ferreira (2012, p.25) exemplifica:
A dos agentes físicos devem ser avaliadas, mediante 
amostragem nos locais de trabalho, de maneira tal que elas 
sejam as mais representativas possíveis da exposição real 
do trabalhador a esses agentes agressivos. Esse cuidado 
na avaliação, faz-se necessário, pois, muitas variáveis estão 
envolvidas e influem diretamente na representatividade. Como 
exemplo, podemos citar a temperatura em uma exposição a 
um determinado agente químico.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 17
Por último, temos dentre os fatores relacionados a exposição do 
trabalhador ao risco temos a suscetibilidade do trabalhador e o efeito 
sinérgico. Quanto a suscetibilidade essa remete a diferença de organismo 
a organismo de assimilar o fator de risco. Ou seja, no exemplo dado 
anteriormente sobre a tinta, o pintor apresentou alergia a um componente 
da fórmula, enquanto outro não apresentou nenhuma reação adversa a 
utilizar a mesma tinta. Sendo assim, como devemos agir no contexto da 
higiene do trabalho?
Veja bem para efeitos de proteção do trabalhador, a ação correta 
é não usar mais a tinta independente do trabalhador que irá fazer uso, 
uma vez que não se pode em alguns caso determinar exatamente quem 
é vulnerável ao seu uso ou não. Quanto a sinergia ela remete ao efeito da 
combinação dos fatores aqui destacados no ambiente de trabalho e o 
resultado dessa combinação. Por exemplo, uma substância química pode 
de forma isolada não apresentar risco, mas combinada com um agente 
físico ou até mesmo outra substância química esse risco pode passar a 
existir. 
DEFINIÇÃO
“Sinergismo é a ação combinada entre dois ou mais fatores 
que contribuem para o resultado final de um processo” 
(PEIXOTO; FERREIRA, 2012, p. 27). No contexto da higiene 
ocupacional, o efeito sinérgico remete as consequências 
a saúde do trabalhador resultante da combinação de 
dois ou mais fatores do ambiente de trabalho o qual esse 
trabalhador foi exposto simultaneamente. 
Chegando a esse ponto você já é capaz de entender como os riscos 
ambientais e a sua presença no ambiente de trabalho expõe o trabalhar a 
danos relacionados a sua saúde. Nesse sentido, agora você precisa saber 
sobre avaliação ambiental suas características e estratégias.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais18
Avaliações Ambientais: Características e 
Estratégias
Nesse tópico vamos entender de forma genérica, ou seja, a base 
conceitual relacionada a avaliação do ambiente de trabalho e estratégia 
de avaliação. Estamos aqui com o foco generalista uma vez que quando 
tratarmos nos próximos capítulos de cada agente iremos também 
estudar essa avaliação de forma específica em cada agente. Assim sendo, 
a avaliação de um ambiente de trabalho deve incorporar tanto uma 
avaliação qualitativa, quanto uma avaliação quantitativa. Nunca esqueça 
que quanto mais criteriosa for a avaliação do ambiente de trabalho melhor 
o profissional responsável por esta terá informações para tomar decisões 
relacionadas a saúde do trabalhador.
A avaliação qualitativa do ambiente de trabalho objetiva descrever as 
características desse ambiente, os elementos que o compõe, assim como 
as particularidades, rotinas e processos realizadas pelos trabalhadores no 
referido ambiente. Em suma, a avaliação qualitativa é o estudo prévio das 
condições em que o trabalho é realizado/desenvolvido.
Já a avaliação quantitativa fazendo uso das informações resultantes 
da análise qualitativa (a representação as condições reais nas quais se 
encontra o ambiente de trabalho) objetiva por meio de técnicas estatísticas, 
de amostragem e medição mensurar a intensidade e concentração dos 
agentes de risco presentes no local. Para termos uma visão completa da 
avaliação do ambiente de trabalho vejamos a figura 3. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 19
Figura 3 –Características das avaliações ambientais. 
Fonte: elaborada pelo autor a partir de adaptado de Peixoto e Ferreira (2012)
Um detalhe importante que devemos destacar na figura 3 é que 
as avaliações são complementares, assim a avaliação qualitativa fornece 
como informações a identificação de problemas e descrição do ambiente 
de trabalho. Essas informações apontam necessidades de medição, 
que fica a cargo da avaliação quantitativa. Uma vez realizada a análise 
quantitativa, deve-se definir ações preventivas e de redução de exposição. 
Essas ações precisam ser aceitas no contexto das práticas de trabalho, 
de modo que após a análise quantitativa é necessária uma nova análise 
qualitativa para este fim. 
Agora que já sabe as características de uma avaliação ambiental é 
importante também que você saiba que antes de iniciar uma avaliação o 
responsável por ela deve definir uma estratégia para seu desenvolvimento, 
ou seja, os passos e a definição do que será exatamente avaliado. 
Genericamente podemos apontar os seguinteselementos que devem 
ser contemplados em uma estratégia de análise ambiental: objeto de 
avaliação; métodos de medição ou coleta de dados/informações; tempo 
de amostragem; período de realização das coletas e medições; número 
mínimo de amostragens; e grupos homogêneos de exposição. O quadro 
Análise 
Qualitativa
Análise 
Quantitativa
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais20
2 sintetiza no que implica cada um desses elementos no contexto da 
análise ambiental.
Quadro 2 – Elementos de uma estratégia de análise ambiental. 
Elementos Implicações na estratégia de análise
Objeto de 
avaliação
Definição do que vai ser avaliado, se é a exposição do 
trabalhador, a operação, uma função específica ou a 
verificação da eficiência de algum sistema de proteção 
coletiva (exaustão, ventilação), pois são básicos para a 
definição dos métodos de amostragem, que podem ser 
individuais ou fixos (coletivos).
Métodos 
de medição 
ou coleta 
de dados/
informações
Baseados em normas de regulamentação e orientação 
técnica nacionais e/ou internacionais, de modo a se 
compararem resultados obtidos com resultados de estudos 
científicos, que indicam valores máximos aceitáveis para 
determinada exposição ocupacional.
Tempo de 
amostragem
Deve cobrir um ciclo de trabalho (características e 
variações sobre duração e condições de exposição, 
tarefas desempenhadas, tempo de permanência no local 
contaminado, pausas e movimentos efetuados), isto é 
necessário para que a amostragem seja representativa da 
exposição (baseado em normas ou estudos qualitativos da 
exposição). Pode englobar amostragens instantâneas, de 
minutos, de horas, de turnos e, até mesmo, de vários turnos 
em dias alternados.
Período de 
realização 
das coletas e 
medições
Amostragem deve ser realizada em condições normais de 
trabalho, em períodos de efetiva realização das atividades a 
serem avaliadas, considerando suas especificidades.
Número 
mínimo de 
amostragens
Quantidade de amostragens deve permitir um estudo que 
possibilite a representatividade da exposição, pois podem 
estar presentes flutuações na concentração ou intensidade 
dos agentes, devido a modificações ambientais, e ainda, 
flutuações no ritmo do processo industrial e atividades.
Grupos 
homogêneos 
de exposição
Quando possível, para grupos de trabalhadores que exerçam 
atividades a condições semelhantes de exposição, pode-se 
realizar uma avaliação característica para esse grupo.
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 29-30).
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 21
REFLITA
Por último, salientamos que uma má definição dos 
elementos dispostos no quadro 2 em uma estratégia de 
análise ambiental pode conduzir a uma análise do ambiente 
de trabalho não condizente com a realidade. Nesse sentido, 
o profissional responsável corre o risco de tomar decisões 
a respeito da exposição do trabalhador ao risco embasadas 
descrições distorcidas.
RESUMINDO
E agora? Você já sente que tem conhecimento de uma base 
teórica que permitirá você aplicar técnicas de prevenção 
quanto aos riscos ambientais? Se você chegou até aqui essa 
resposta deve ser positiva. Mas para garantirmos que você 
adquiriu esse conhecimento vamos recordar o que vemos 
nesse capítulo. Aqui você aprendeu que na prática de agente 
e fator de risco se confundem, contudo existe em termos 
teóricos uma sútil diferença entre os conceitos. Assim, agente 
de risco é um elemento necessário para provocar riscos à 
saúde, segurança do trabalhador. E, fator de risco é um evento, 
acontecimento ou situação com potencial para provocar 
danos ao trabalhador (lesão, doença) em seu ambiente 
de trabalho. Somente existe risco se existir exposição 
do trabalhador ao agente e fator de risco e se esta criar a 
probabilidade de consequências adversas. Aprendemos 
também que tanto os agentes de risco, os fatores e os riscos 
são classificados físicos, químicos, biológicos e ergonômicos 
e que cada um destes grupos subdivide-se de acordo com 
as consequências fisiológicas que podem provocar, quer 
em função das características físico-químicas, concentração 
ou intensidade dos agentes, quer segundo sua ação sobre 
o organismo. Por último, destacamos que analisar esses 
riscos, agentes ou fatores remetem a analisar primeiramente 
o ambiente de trabalho. Para essa análise deve-se ter uma 
avaliação tanto quantitativa quanto quantitativa, bem como 
traçar uma estratégia de análise ambiental que contemple 
a definição correta os seguintes elementos: objeto de 
avaliação; métodos de medição ou coleta de dados/
informações; tempo de amostragem; período de realização 
das coletas e medições; número mínimo de amostragens; e 
grupos homogêneos de exposição.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais22
Riscos Físicos
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz reconhecer 
e diferenciar os riscos físicos no contexto da higiene 
ocupacional. Aqui você aprenderá no que consiste os 
principais riscos físicos que uma vez presentes no ambiente 
de trabalho acima de limites aceitáveis poderá causar danos 
à saúde do trabalhador. Abordaremos aqui então de forma 
objetiva os seguintes riscos físicos: pressões anormais, 
radiações, ruídos, temperatura, vibrações e umidade. Os 
conceitos aqui discutidos irão norteá-lo em sua prática 
profissional no que tange a identificação e avaliação de 
riscos físicos em diferentes tipos de ambiente de trabalho; 
bem como na definição de ações preventivas e de controle 
desses riscos. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Termos e Medidas Gerais de Higiene 
Ocupacional
Nesse capítulo vamos tratar especialmente de riscos físicos, contudo 
antes de entramos nas particularidades desses tipos de risco precisamos 
elucidar conceitualmente alguns temos que irão fazer parte dos nossos 
estudos a partir desse ponto. Além desses termos é importante também 
listamos as principais medidas preventivas e de controle de riscos 
ambientais (que se aplicam inclusive a riscos físicos) mais comumente 
aplicadas no contexto da saúde ocupacional. Para melhor visualizarmos a 
figura 4 lista esses termos, vejamos!
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 23
Figura 4 –Termos relacionados a riscos na higiene ocupacional. 
Fonte: elaborada pelo autor a partir de adaptado de Peixoto e Ferreira (2012. P.30-33). 
Então devemos ter sempre em mente quando falamos de riscos 
ambientais e saúde do trabalhador deve-se atribuir limite de tolerância, 
nível de ação, valor de teto e nexo causal que para todos os tipos de 
risco/agentes (físicos, químicos, biológicos e ergonômicos). Só a partir 
dessas definições que o profissional de higiene ocupacional pode definir 
uma estratégia de prevenção e controle desses riscos.
Vejamos a importância dos limites de tolerância, também conhecido 
como limite de exposição ocupacional. Ele estabelece, por exemplo, o 
limite em decibéis que um trabalhador em seu ambiente laboral pode 
ficar exposto continuamente sem causar danos a sua audição. Esse 
limite permite então que o profissional de saúde ocupacional monitore 
esse agente de risco (ruído) com o objetivo de mantê-lo dentro desse 
limite aceitável. Os limites de tolerância a riscos são regulamentados 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais24
e normatizados tanto no âmbito nacional como internacional. Então no 
brasil qual as normas observáveis nesse sentido? São elas: No Brasil, os 
limites de tolerância estão estabelecidos em: NBR (Norma Brasileira); 
NR (Norma Regulamentadora); NHO (Norma de Higiene Ocupacional). 
Destacaremos esses limites para os diferentes tipos de agentes quando 
estudarmos as implicações e formas de controle de cada um de forma 
específica (próximos capítulos e unidades).
VOCÊ SABIA?
As diversas áreas da saúde ocupacional (medicina do 
trabalho, higiene ocupacional e segurança do trabalho) 
tomam por base os limites detolerância (LT) para 
efetivamente controlar a saúde do trabalhador no ambiente 
de trabalho. Exatamente, para cada agente de risco (físico, 
químico, biológico e ergonômico) existe um LT de modo 
que seu valor é uma variável atribuída em função das 
características e composição desse agente, bem como as 
suas consequências/reações no organismo humano. 
Por consequência do estabelecimento do LT temos a importância 
da definição dos valores referentes a nível de ação e valor de teto. Então 
para que serve o nível de ação? Serve para indicar em que momento da 
exposição do trabalhador a um agente de risco deve-se agir para evitar 
que tal exposição chegue ou passe do limite de tolerância. Por convenção 
da área e para garantir a prevenção de danos à saúde do trabalhador o 
nível de ação consiste na metade do LT. A figura 5 faz uma analogia a 
saúde do trabalhador e aos LT e NA como um copo sendo abastecido 
com água. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 25
Figura 5 –Representação do LT e NC
Fonte: elaborada pelo autor adaptado de @pixabay.
Na figura 5 trabalhadores é representado pelo copo cujo o qual 
tendo seu limite de capacidade ultrapassado (LT) irá apresentar reações 
adversas (doenças do trabalho). Para evitar isso, atribui-se que em 
determinado nível de capacidade do copo (NC) deve-se tomar uma 
iniciativa para evitar que o copo transborde. Ainda nessa imagem o 
ambiente de trabalho é representado pela grama (local onde o copo está 
sendo abastecido) e os agentes de risco pela água. 
Se a um determinado NC deve-se intervir na exposição do 
trabalhador ao agente em questão, quais seriam essas possíveis ações 
preventivas? Essas ações é o que podemos denominar de medidas gerais 
de higiene ocupacional. Essas medidas são apresentadas e exemplificadas 
de forma objetiva no quadro 3.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais26
Quadro 3 – Medidas gerais de higiene ocupacional. 
MEDIDAS DE HIGIENE 
OCUPACIONAL
EXEMPLOS
Limitação da utilização ou 
substituição do agente.
A substituição, na indústria automobilística, 
de tintas a base de solventes por tintas à base 
de água ou com maiores teores de sólidos e, 
consequentemente, com menos solventes 
(pintura eletrostática a pó,). São menos tóxicas, 
possuem baixo nível de composto orgânico 
volátil e são menos inflamáveis, reduzindo a 
emissão de poluentes, melhorando a saúde e a 
segurança do trabalhador.
Limitação da utilização ou 
substituição do processo.
Tampar recipientes que envolvam materiais que 
possam se dispersar no ambiente; substituir um 
processo de pintura à pistola por pintura spray 
eletrostática a pó; reduzir a temperatura de 
um processo para reduzir evaporação, reduzir 
a quantidade utilizada e/ou armazenada, 
usar empilhadeiras com motores elétricos em 
substituição aos motores de combustão interna.
Utilização de medidas 
técnicas preventivas
Compra de produtos químicos já misturados, 
nas quantidades certas, para evitar 
manipulação desnecessária.
Estabelecimento de 
valores limites, métodos de 
amostragem, medição e 
avaliação
Utilização dos equipamentos portáteis de 
avaliação em ambientes que possam conter 
atmosferas perigosas (H2S em esgotos, 
CO2, gases combustíveis e O2 em espaços 
confinados).
Adoção de medidas de 
proteção que impliquem 
na aplicação de 
procedimentos e métodos 
de trabalho apropriados
Evitar que o trabalhador se incline sobre uma 
fonte de contaminante volátil para não agravar 
a exposição.
Medidas de proteção 
coletiva
Ventilação local exaustora, barreiras na 
transmissão ou propagação.
Medidas de proteção 
pessoal, quando não for 
possível evitar por outros 
meios.
Uso de equipamentos de proteção individual 
adequado.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 27
Medidas de higiene pessoal
Alertar para os trabalhadores lavarem as mãos 
após manipulação de produtos nocivos.
Informar aos trabalhadores 
sobre os riscos relativos 
à exposição a um agente, 
sobre as medidas técnicas 
de prevenção e, ainda, 
sobre as precauções a 
tomar
Treinamento adequado.
Sinalização de advertência 
e segurança
Rotulagem e sinais de advertência para ajudar 
os trabalhadores nas práticas seguras.
Vigilância da saúde dos 
trabalhadores através de 
exames periódicos
Execução completa e adequada do Programa 
de Controle Médico e de Saúde Ocupacional 
(PCMSO).
Registro de dados relativos 
a níveis de exposição, 
trabalhadores expostos e 
resultados de vigilância da 
saúde.
Elaboração de estatísticas de acidentes e 
incidentes.
Planos de emergência 
em caso de exposições 
anormais.
Procedimentos de emergência, plano de 
evacuação, plano de ação e emergência, plano 
de auxílio mútuo.
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 33-35)
As medidas listadas no quadro 3 evitam por consequência que a 
exposição do trabalhador ao agente chegue ao valor de Teto, ou seja, 
deixar o trabalhador na eminência de sofrer danos a sua saúde. Agora 
que elucidados termos e medidas de higiene ocupacional que estarão 
presentes ao longo dos nossos estudos, no tópico a seguir vamos tratar 
de forma específica da exposição do trabalhador aos seguintes agentes 
físicos de risco: pressões e radiações.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais28
Pressões e Radiações
Pressões e radiações são exemplos de risco físico os quais 
trabalhadores ficando expostos acima dos limites de tolerância podem 
adquirir doenças do trabalho. Vamos aqui estudar no que consistem estes 
agentes de risco. Começando pelas pressões.
Inicialmente o que é pressão no contexto da saúde e ambiente 
de trabalho? Quando falamos de pressão nesse contexto, estamos nos 
referindo a pressão atmosférica, certo! Ou seja, estamos nos referindo as 
condições de trabalho acima ou abaixo da pressão atmosférica. Quando 
falamos de pressões anormais acima da pressão atmosférica estamos nos 
referindo a atividades laborais desenvolvidas em ambiente de pressão 
hiperbárica, e a baixo a pressão hipobárica. Mas que atividades laborais 
são realizadas em condições anormais? No caso da pressão hiperbárica 
essa se dá em condições quem que o trabalhador realiza suas atividades 
em ambientes sob ar comprimido. O quadro 4 traz exemplos de atividades 
onde o trabalhador está exposto a esse tipo de pressão, a assim como 
ilustra as figuras 6,7 e 8.
NOTA
Trabalho sob ar comprimido são os efetuados em ambientes 
onde o trabalhador desenvolve suas atividades laborais 
suportando pressões superiores a pressão atmosférica e 
exigindo cuidadosa descompressão (PERSUHN, 2013).
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 29
Quadro 4 – Exemplos de atividades sob pressão hiperbárica
Atividade Informações 
Mergulho:
• mergulho autônomo – quando o mergulhador carrega seus 
próprios cilindros de oxigênio. É sua única fonte de oxigênio;
• mergulho dependente – quando o mergulhador depende 
do fornecimento de ar da superfície, através de tubos;
• mergulho com sino de apoio – quando o mergulhador 
permanece numa câmara hiperbárica, geralmente se 
aclimatando a uma situação de pressão elevada, podendo 
permanecer por dias.
Construção 
civil
• tubulões pneumáticos; uma estrutura vertical que se 
estende abaixo da superfície da água ou solo, através qual 
os trabalhadores devem descer, entrando pela campânula, 
para pressão maior qual atmosférica. A pressurizada opõe- 
se à pressão da agua e permite que os homens trabalhem 
em seu interior.
• túneis pressurizados: uma escavação, abaixo da superfície 
do solo, cujo maior eixo faz um ângulo não superior a 45º 
(quarenta e cinco) com a horizontal, fechado nas duas 
extremidades, em cujo interior haja pressão superior a 
uma atmosfera.
Medicina:
• Oxigenoterapia: Oxigenoterapia hiperbárica é uma 
modalidade terapêutica na qual o paciente respira oxigênio 
puro (100%), enquanto é submetido a uma pressão 2 a 3 
vezes a pressão atmosférica ao nível do mar,no interior de 
uma câmara hiperbárica.
• Recompressão terapêutica: é a administração de oxigênio a 
100% por várias horas em uma câmara pressurizada fechada 
a > 1 atm, gradualmente reduzida à pressão atmosférica.
Fonte: adaptado de Persuhn (2013, p. 84-85)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais30
Figura 6 – Mergulho autônomo
Fonte: @pixabay
Figura 7 – Tubulão pneumático
Fonte: de Persuhn (2013, p. 85)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 31
Figura 8 – Oxigenoterapia hiperbárica
Fonte: de Persuhn (2013, p. 85)
Agora que temos exemplos de atividades em altas pressões, qual são 
os possíveis efeitos no organismo humano relacionadas ao hiperbarismo? 
Expostos a alta pressão o trabalhador pode sofrer: lesões pulmonares, 
barotraumas (traumatismo provocado pela pressão), embolias, intoxicação 
por oxigênio, intoxicação por gás carbônico, toxicidade cerebral, etc.
No caso de trabalhos expostos a pressões baixas (hipobáricas) 
remetem ao desenvolvimento de atividades laborais em ambientes de 
altitudes. A esse respeito Peixoto e Ferreira (2012, p.40) asseveram:
Em condições hipobáricas, com o aumento na altitude, a 
pressão atmosférica é reduzida e, portanto, diminui também, 
a pressão parcial de oxigênio no ar.[...] Quanto maior a altitude 
de um lugar, menor é a sua pressão atmosférica. Isso porque 
a quantidade absoluta de ar diminui proporcionalmente à 
altitude. Desse modo, a baixa oxigenação é resultado da 
diminuição do ar atmosférico como um todo, [...]
No Brasil é raro a realização de atividades laborais nessas condições. 
Um exemplo de uma atividade nesse sentido é o alpinismo. Mas então 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais32
quais são as possíveis implicações da exposição a baixas pressões? 
Podemos destacar como efeitos de exposição a baixas pressões: a falta 
de oxigenação no cérebro, irritabilidade, a diminuição da capacidade 
motora e sensitiva, alterações do sono, fadiga muscular, hemorragias 
na retina e, nos casos mais graves, edema cerebral e edema agudo do 
pulmão. (GRUPO PREVINE, 2020).
IMPORTANTE
Atividades exercidas a pressão hiperbárica e abaixo 
hipobárica são denominadas atividades sob pressões 
anormais, as quais são muito específicas e exigem 
treinamento especializado, equipamentos sofisticados, 
pessoal e infraestrutura de apoio. Nesse sentido, essas 
atividades devem seguir a normativa disposta em na 
legislação básica NR 15 – Atividades e operações insalubres.
Agora vejamos as radiações como um dos agentes de riscos físicos. 
De um modo geral podemos definir radiação como emissão de raios ou 
partículas. No âmbito dos estudos ocupacionais a radiação e seus efeitos 
são analisados considerando os seus dois tipos: Radiações ionizantes e 
não ionizantes. 
DEFINIÇÃO
“Radiação ionizante é a radiação que possui energia 
suficiente para quebrar ligações químicas de átomos 
ou moléculas. As radiações ionizantes são provenientes 
de materiais radioativos como é o caso dos raios alfa (a), 
beta (b) e gama (g), ou são produzidas artificialmente em 
equipamentos, como é o caso dos raios X” (PERSUHN; 
2013, p. 88).
Para facilitar nosso entendimento vejamos separadamente cada 
tipo de radiação.
Radiações Ionizantes: Esse tipo de radiação não é percebido pelos 
sentidos do organismo e são bem mais penetrantes do que os demais 
tipos de radiação. Esse tipo de radiação é encontrado em elementos 
radioativos da natureza (urânio 235, rádio, potássio 40, etc.) e em raio 
x e gama de uso medicinal ou industrial. No organismo a penetração 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 33
desse tipo de radiação pode conduzir ao desenvolvimento das seguintes 
doenças: anemia, leucemia, catarata, câncer, alterações cromossômicas 
causadoras de mutações genéticas. É importante destacar que existem 
um limite de tolerância a esse tipo de radiação. Para o um corpo inteiro 
se um ser humano exposto em seu ambiente de trabalho com frequência 
esse limite é anualmente uma dose efetiva de 2-mSv/ano. Cada tipo de 
radiação possui um alcance de penetração diferente, conforme mostra a 
figura 9.
Figura 9 – O poder de penetração das radiações ionizantes
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 44)
VOCÊ SABIA?
Quando vamos fazer uma radiografia do tórax como 
exame médico em clínicas de radiografia perceba que no 
momento do exame utilizamos uma placa de alumínio ou 
chumbo como proteção. Isso é necessário para evitar a 
penetração da radiação em nosso organismo.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais34
Radiações não ionizantes: Diferente das radiações ionizantes 
esse tipo de radiação não quebra as moléculas e átomos, mas quando 
absorvidas por esses gera um efeito de agitação e aumento de energia 
interna. Esse feito promove o aquecimento do corpo podendo gerar 
como danos à saúde o organismo exposto: queimaduras, catarata, fadiga, 
efeitos carcinogênicos, etc. Esses feitos são condicionados à intensidade 
e tempo de exposição e do comprimento da onda de radiação. O quadro 
5 apresenta alguns exemplos de radiações não ionizantes, vejamos suas 
respectivas fontes e implicações.
Quadro 5 – Exemplos de atividades sob pressão hiperbárica
Radiação Fontes Implicações
Micro-ondas
Produzidas em 
estações de radar, rádio 
transmissão e em alguns 
processos industriais e 
medicinais.
Causam aquecimento localizado
na pele.
Radiação 
infravermelha
Origem natural (sol) ou 
artificial (fornos,
metais incandescentes, 
solda).
Tem como característica ser 
pouco penetrante (alguns 
milímetros) e sua absorção 
causa, basicamente, o 
aquecimento superficial (pele).
Radiação 
ultravioleta
De origem natural 
(sol – UVA e UVB) ou 
artificial (arco voltaico 
em operações de solda, 
lâmpadas ultravioletas).
Pouco penetrante e seus efeitos 
serão sempre superficiais, 
normalmente envolvendo a pele 
e os olhos. Um efeito importante 
e reconhecido da radiação 
ultravioleta é o câncer de pele.
Radiofrequência
Radiação de grande 
comprimento de 
onda encontradas 
em radiofusão AM, 
ondas VHF, UHF, 
radioamadorismo,
radionavegação,
radioastronomia
normalmente, não apresentam 
problemas ocupacionais. 
Os efeitos à saúde são 
predominantemente térmicos, 
ou seja, aquecimento por 
absorção da radiação pelos 
tecidos.
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 46-48)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 35
Além das pressões anormais e as radiações também são agentes 
de riscos físicos o ruído, a temperatura, as vibrações e a umidade. A 
seguir vamos entender de forma concisa no que consiste cada um desses 
agentes.
Ruído, Temperatura, Vibrações e Umidade
O ruído, a temperatura, as vibrações e a umidade são agentes físicos 
mais comuns nos ambientes laborais e merecem que aprofundamos no 
estudo desses. Por esse motivo nesse tópico vamos apenas introduzir 
no que consiste cada um, uma vez que na próxima unidade de estudo 
aprofundaremos a esse respeito. Assim sendo o quadro 6 destaca 
basicamente no que consiste esses agentes.
Quadro 6: Riscos físicos: agentes mais frequentes no ambiente de trabalho
Agente Definição Tipos
Ruído
É um conjunto 
de vários sons 
não coordenados 
(várias 
frequências), que 
causam incômodo 
e desconforto.
Ruídos contínuos – são aqueles cuja 
variação de nível de intensidade
sonora é muito pequena em função 
do tempo. Exemplos: geladeiras, 
ventiladores.
Ruídos intermitentes – são aqueles que 
apresentam grandes variações
de nível em função do tempo. São os 
tipos mais comuns. Exemplos: fala,
furadeira, esmerilhadeira.
Ruídos impulsivos ou de impacto – 
apresentam altos níveis de intensidade
sonora, num intervalo de tempo muito 
pequeno. São os ruídos provenientes 
de explosões e impactos. São 
característicos de rebitadeiras, prensas, 
etc.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais36
Temperaturas 
extremas
Como 
temperaturasextremas 
consideram-se o 
calor e o frio em 
intensidade
suficiente 
para causar 
desconforto, 
alterações e 
prejuízos à 
eficiência e saúde
dos trabalhadores.
Exposição ao calor é característico de 
locais como: fundições, usinas, fábricas
de vidro, indústrias de papel, olarias, 
indústrias metalúrgicas, siderúrgicas, 
etc.
O calor pode estar ainda presente 
em trabalhos ao ar livre nas épocas 
quentes do ano. 
A exposição ao frio está presente, 
principalmente, na indústria frigorífica 
no trabalho em câmaras frias. O 
frio excessivo, além de interferir 
na eficiência do trabalhador, pode 
produzir enregelamento dos membros, 
ulcerações
Vibrações
O movimento 
oscilatório de um 
corpo produzido 
por forças 
desequilibradas
de componentes 
de movimento 
rotativo ou 
alternativo de 
máquinas e
equipamentos.
Localizadas – provocadas por 
ferramentas manuais com efeitos em 
certas partes do corpo (articulações de 
mãos e braços).
Generalizadas – lesões de corpo 
inteiro, normalmente produzidas pelo 
trabalho em grandes equipamentos 
(caminhões, ônibus e tratores), 
acarretando problemas na coluna 
vertebral e dores lombares.
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 51-58)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 37
RESUMINDO
Se você chegou até aqui já é capaz de reconhecer 
e diferenciar os riscos físicos no contexto da higiene 
ocupacional. Isso mesmo! Pois nesse capítulo aprendemos 
que os riscos físicos assim como os demais possuem no 
contexto da higiene ocupacional limites de tolerância, 
que deve ser observado no ambiente de ocupação do 
trabalhador. Ao monitorar a exposição do trabalhador a 
um agente de risco deve-se em um determinado nível de 
ação intervir com medidas comuns da higiene ocupacional. 
Aprofundamos então nosso estudo nesse capítulo no 
conhecimento dos principais agentes de riscos físicos 
que podem existir em um ambiente de trabalho: pressões 
anormais, radiação, ruído, a temperatura, as vibrações e 
a umidade. E aprendemos que quando o trabalhador é 
exposto além dos limites aceitáveis a qualquer um desses 
agentes poderá sofrer danos em sua saúde. Esses danos 
variam conforme o tipo de agente, sua concentração de 
tipo de exposição. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais38
Riscos Químicos
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de identificar 
os tipos de agentes químicos e suas unidades de medida 
e classificação. Saber definir o risco químico e conhecer 
como eles se apresentam em termos de medida e 
classificação ajudará você em sua prática profissional no 
que tange a identificação e avaliação dos agentes químicos 
em diferentes tipos de ambiente de trabalho; bem como 
na definição de ações preventivas baseadas nos efeitos 
possíveis dos agentes químicos em contato com o 
organismo humano. E então? Pronto para desenvolver esta 
habilidade? Então vamos lá. Avante!
Riscos Químicos: Noções Básicas 
Olá! Assim como alguns dos agentes físicos os agentes de risco 
químico são muito presentes na maioria dos ambientes de trabalho, de 
modo que a higiene ocupacional dedica grande atenção ao estudo desses. 
Diante do objetivo dessa unidade, vamos aprender aqui apenas o básico 
sobre esses agentes. Isso mesmo! Apenas os conceitos, classificações 
e implicações que você precisa saber inicialmente. Isso porque dada 
a importância dos estudos dos agentes químicos para a prevenção de 
danos à saúde do trabalhador, esses agentes serão nosso objeto de 
estudo mais profundo nas unidades seguintes.
Nesse sentido, para início de nossa conversa precisamos deixar 
claro que o que é um agente de risco químico. No contexto da higiene 
ocupacional, os agentes químicos são definidos como substâncias, 
elementos, compostos ou resíduos de composição química que, durante 
sua fabricação, armazenamento, manuseio e transporte pode exercer 
sua capacidade de ação tóxica sobre o organismo ou a contaminar o ar 
do ambiente de trabalho. No campo nas normatizações desse tipo de 
agentes os agentes químicos são definidos pela legislação brasileira pela 
norma NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (1978) como:
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 39
[...] as substâncias, compostos ou produtos que possam 
penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de 
poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, 
pela natureza da atividade da exposição, possam ter contato 
ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou ingestão. 
(BRASIL/NR 09, 1978).
Os agentes químicos se apresentam de forma massiva nos diferentes 
tipos de indústria. São exemplos de indústrias nesse sentido: produção 
de plásticos, fertilizantes, saneantes, álcool, galvanoplastia, têxtil, 
petroquímica, mineração, entre outras. Nesse sentido, temos os produtos 
químicos que têm sido utilizados desde o princípio da civilização humana 
para os mais diversos fins. Esta utilização vem aumentando ao longo dos 
tempos e crescendo significativamente com a industrialização, quando 
começou também, de forma importante, a produção de substâncias 
sintéticas (PERSUHN,2013). Sendo assim, lidar com substâncias químicas 
faz parte do dia-dia das pessoas, assim como os trabalhadores em seu 
ambiente de ocupação. 
SAIBA MAIS
Gostaria de saber um pouco mais sobre a relação exposição 
a agentes químicos x saúde do trabalhador? Então leia o 
texto escrito por Kato, Garcia e Wünsch Filho (2007). Para ter 
acesso a esse texto acesse: https://bit.ly/30p64IF 
É importante que saibamos que cada tipo de agente químico 
presente nos ambientes de trabalho deve-se conhecer suas medidas, 
classificação e efeitos nos organismos. Nesse sentido, vamos a priori 
conhecer as unidades de medida dos agentes químicos. Em um ambiente 
contaminado, os agentes químicos são quantificados pelas seguintes 
medidas apresentadas na figura 10.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais40
Figura 9 –Medidas de quantificação dos agentes químicos
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.61)
É importante salientar que as unidades de medidas podem ser 
convertidas caso haja necessidade para realização de estudos relacionados 
a identificação e controle de riscos químicos. Para tanto podemos fazer 
uso dos fatores de convenção, basta o valor de uma unidade pelo fator 
de conversão referente. A figura 10 apresenta as unidades de convenção 
e seus respectivos fatores.
Figura 10 – Conversão de unidades de concentração de agentes químicos
Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p.62) 
Empregada, 
comumente,
para representar 
a concentração 
de gases e 
vapores. Quando a 
concentração
de um agente 
químico for de 1 
(um) ppm, significa 
que existe uma
parte, em volume, 
deste agente que 
está junto a um 
milhão de partes,
em volume, de ar 
contaminado.
Empregada
para representar 
a quantidade de 
aerodispersóides 
Quando temos,
por exemplo, a 
concentração de 
1 mg/m³ de um 
agente químico, 
significa
que existe uma 
miligrama deste 
produto em um 
metro cúbico 
de ar.
Não é uma 
unidade, porém 
usa-se para 
representar 
aquantidade de 
gás ou vapor 
na forma de 
volume que está 
acompanhando o 
ar contaminado.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 41
Agora que já aprendemos o que é um agente químico e como ele 
pode ser quantificado em termos de unidade de medidas, passamos 
então a diferenciar os tipos de agentes químicos presentes nos ambientes 
ocupacionais.
IMPORTANTE
Para que se tenha um ambiente de trabalho seguro, ou seja 
um ambiente que não propicie intoxicação por agentes 
químicos é necessário o conhecimento de respeito aos 
limites de tolerância a exposição desses agentes. Esses 
limites são definidos pela NR 15 (1978).
Classificação dos Agentes Químicos
Na literatura de higiene ocupacional e nas normas que regem a 
segurança no ambiente de trabalho podemos identificar que os agentes 
químicos são classificados em sete tipos segundoseu estado físico: 
poeiras, fumos, fumaças, fibras, neblinas, névoas, gases e vapores. Você 
sabe a diferença entre esses tipos? Se não sabe, não tem problema, 
vamos elucidar agora. Para tanto vamos abordar separadamente cada 
tipo. O quadro 7 nos traz uma visão objetiva de cada um desses tipos de 
agentes.
Quadro 7: Tipo de agentes químicos em relação a seu estado físico
Tipo Definição Implicações Exemplos
Poeiras
Conjunto de partículas 
que são geradas 
mecanicamente 
por procedimento 
de ruptura ou 
rompimento, ou 
ainda, por uma 
desagregação de 
partículas maiores 
em menores, com 
diâmetros produzidos 
na faixa aproximada 
de 0,1 μm a 25 μm.
Quando expostos 
a um longo 
período de tempo, 
os trabalhadores 
podem adquirir 
doenças do 
grupo das 
pneumoconioses, 
que oferecem 
perigo por causar 
enrijecimento 
dos tecidos 
pulmonares.
Poeiras de carvão 
mineral, poeiras com 
sílica, etc.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais42
Fumos
Partículas no estado 
sólido que são 
produzidas por uma 
condensação dos 
vapores emanados 
da fusão, podendo 
conter metais 
pesados no ar como 
o zinco (Zn), por 
exemplo ou vapores 
carregados com 
metais em suspensão.
Respiração destes 
fumos por um 
longo tempo e a 
não adoção de 
cuidados pode 
causar ulcerações 
do septo nasal.
Fumos de chumbo 
(Pb), encontrado em 
fábricas de baterias 
e os de cromo (Cr) 
e Níquel (Ni) em 
locais onde se realiza 
revestimento externos 
de peças por estes 
metais.
Fumaças
São partículas que 
resultam de uma 
reação química 
de combustão 
incompleta.
Asfixia, e doenças 
pulmonares.
Estas são constituídas 
de carbono geradas 
pela queima de 
materiais orgânicos.
Fibras
Partículas sólidas 
que são produzidas 
por processos 
de rompimento 
mecânico, as quais 
apresentam como 
característica física 
um formato alongado.
No caso de 
exposição 
prolongada à fibra 
de asbesto, a 
doença que pode 
ser desenvolvida 
é a asbestose, 
bastante agressiva 
aos pulmões dos 
trabalhadores.
Pode encontrar 
ambientes 
ocupacionais com 
este agente nas 
indústrias que 
trabalham com 
fibras de lã, algodão, 
asbesto, vidro e de 
cerâmica.
Neblinas
Conjunto de 
partículas líquidas 
que estão suspensas 
no ar, resultantes da 
condensação dos 
vapores oriundos de 
substâncias no estado 
líquido que são 
voláteis.
Quando 
carregadas que 
componentes 
tóxicos podem 
gerar os mais 
diversos danos 
as saúdes do 
trabalhador 
como doenças 
respiratórias, 
queimaduras 
por contato com 
as gotículas, 
intoxicação, etc.
Concentração de 
partículas finas 
(PM2,5) superior a 
1.000 microgramas 
por metro cúbico de 
ar, mais de 40 vezes 
acima do limite de 25 
recomendado pela 
Organização Mundial 
da Saúde (OMS).
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 43
Névoas
Névoas são 
partículas líquidas em 
suspensão no ar.
Reações alérgicas 
e intoxicação.
Produzidas por 
atomização ou 
ruptura mecânica do 
líquido pressionado. 
Você pode encontrá-
las em procedimentos 
de trabalho como 
pinturas na forma 
de spray, aplicação 
de agrotóxicos 
envolvendo 
nebulização, uso 
de óleo de corte 
formando névoa de 
óleo, etc.
Gases e 
vapores
- Gás é uma dispersão 
de moléculas que 
estão espalhadas 
e misturadas no 
ar ambiente, com 
movimentação 
desordenada, 
resultante de forças 
internas fracas e 
que, sob condições 
de temperatura e 
pressão atmosféricas 
(normais), já estão no 
estado gasoso.
O vapor é definido 
como o estado 
gasoso de agentes 
químicos que, quando 
condicionados 
à temperatura e 
pressão atmosféricas, 
apresentam-se no 
estado líquido. A sua 
concentração no meio 
ambiente dependerá 
de variáveis como 
pressão de vapor 
e temperatura 
ambiente.
Asfixia, e doenças 
pulmonares, 
quando inalados 
acima dos limites 
de tolerância.
Como exemplo de 
gases, podemos 
citar o próprio ar que 
respiramos, uma 
mistura formada na 
sua maior parte por 
nitrogênio (N2) e 
oxigênio (O2). Assim 
como o gás carbônico 
ou dióxido de carbono 
(CO2), monóxido de 
carbono
(CO), amônia (NH3) e 
o GLP (Gás Liquefeito 
de Petróleo ou gás de 
cozinha), este último 
de ampla utilização 
nas indústrias e 
lares brasileiros. 
Para vapores, os 
mais conhecidos 
são originados dos 
solventes orgânicos 
como o tolueno, 
xileno, benzeno, 
éteres, cetonas e 
hidrocarbonetos 
como a gasolina, 
querosene e álcoois.
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 51-58)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais44
TESTANDO
Agora que você já sabe como se classificam os agentes 
de risco químicos é hora de testar se você é capaz de 
diferenciá-los. Nesse sentido, esse é o momento ideal 
para você responder algumas questões desse capítulo no 
banco de questões. Corre lá!
Efeito dos Agentes Químicos no 
Organismo
No tópico anterior conhecemos os diferentes tipos de agente 
químicos em relação a sua ao estado físico com que se apresentam. 
Você parou para pensar como é que as pessoas de um modo geral 
se contaminam com esses agentes? Bem a forma mais comum de 
contaminação é pelas vias respiratórias já que a maioria desses agentes 
são gases ou material particulado suspenso no ar.
Nesse sentido, umas das formas mais eficazes que se evitar a 
contaminação é a utilização de máscaras apropriadas. A figura 11 ilustra 
um exemplo dessas máscaras.
Figura 11: Máscara de gás. 
Fonte: @pixabay
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 45
Outras formas de contaminação por substâncias é a pele o os 
olhos. Na pele a contaminação pode dar-se por meio do contato e da 
absorção. Existem substâncias que o dano à saúde do trabalhador dar-se 
imediatamente com contato, por exemplo um ácido por natureza corrosivo 
em contato direto com a pele pode gerar queimaduras. Já a absorção o 
processo de contaminação é similar ao respiratório, a substância penetra 
na pele e segue pela corrente sanguínea causando danos aos órgãos do 
corpo. Um exemplo de contaminação por benzeno. O benzeno uma vez 
absorvido pela pele provoca danos na produção sanguínea. Para proteger 
o trabalhador desse tipo de contaminação deve-se utilizar macacões 
especiais e luvas.
Ainda sobre as formas de contaminação há substâncias que agem 
diretamente nos olhos, gerando irritação e nos casos de substâncias 
corrosivas, casos de cegueira. Essas formas de contaminação demonstram 
a necessidade que conheçamos também os principais efeitos dos agentes 
químicos no organismo. 
VOCÊ SABIA?
Você sabia que o trabalho de funilaria e pintura nas indústrias 
automotivas é uma das atividades em que o trabalhador é 
exposto aos mais diferentes tipos de risco, principalmente 
agentes de risco químico. Para conhecer um exemplo de 
condições de trabalho em uma oficina mecânica e funilaria 
acesse o estudo realizado por PEREZ (2017) em: https://bit.
ly/2DA1LSc 
Segundo Persuhn (2013), podem ser classificados segundo a forma 
de atuação no organismo humano. Nesse sentido, os agentes químicos 
podem ser: Irritantes, asfixiantes, narcóticos e intoxicantes sistémicos. Já 
Peixoto e Ferreira (2012) apresentam uma classificação mais abrangente 
nesse sentido, conforme é apresentado no 8.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais46
Quadro 8. Classificação dos agentes químicos conforme efeitos no organismo
Estado físico
Tipos de 
efeito
Descrição
Exemplo de
Substância
Aerodispersóides
Fibrogênicos
Podem produzir nódulos 
e causar endurecimento 
(denominadas fibroses) dos 
tecidos pulmonares.
Sílica e 
amianto.
Irritantes
As partículas por ação 
química podem causar ul-
cerações e inflamações no 
trato respiratório.
Névoas oriun-
das de ácidos 
e bases.
Produtores de 
febre
Podem provocar calafrios 
e febre.
Fumos metá-
licos.
Carcinogêni-
cos
Quando o trabalhador está 
exposto a um longo período 
pode adquirir câncer.
Amianto e
radionuclí-
deos.
Sistêmicos
Os agentes têm a capaci-
dade de atacar órgãos inter-
nos e sistemas do organis-
mo humano
Cádmio e 
manganês.
Mutagênicos/teratogênicos
Caracterizam-se por causar 
modificações celulares e 
alterações genéticas. Os 
mutagênicos afetam não 
somente o indivíduo conta-
minado, mas também seus 
descendentes. Os teratogê-
nicos têm a capacidade de 
afetar o desenvolvimento 
embrionário ou fetal, resul-
tando em deformidades do 
feto (congênito).
Mercúrio 
orgânico e 
fumos de 
chumbo.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 47
Gases e vapores
Irritantes
Substâncias capazes de 
causar irritação e ulcera-
ções no trato respiratório 
pela ação química com 
as mucosas (solubilidade 
com partes úmidas) ou por 
contato direto.
Ácido 
clorídrico e 
gás sulfídrico.
Tóxicos
Ação nociva generalizada 
independente da via de 
penetração. Alguns podem 
agir em órgãos ou sistemas 
específicos.
Inseticidas e 
hidrocarbo-
netos.
Anestésicos e 
narcóticos
Ação depressora do Siste-
ma Nervoso Central
(SNC), sistema formado 
pelo conjunto do cérebro
e medula espinhal.
Éteres e 
cetonas.
Asfixiantes
Estes podem ser classi-
ficados como: asfixiantes 
simples, que atuam substi-
tuindo o oxigênio do ar a ser 
transportado pela hemoglo-
bina quando estão presen-
tes na atmosfera (sem ação 
bioquímica), já os asfixiantes 
químicos apresentam ação 
bioquímica na celula, ofere-
cendo dificuldade ao oxigê-
nio do ar de chegar e de se 
agregar a hemoglobina.
Nitrogênio, 
gás carbônico 
e monóxido 
de carbono.
Carcinogêni-
cos
Apresentam a capacidade 
de causar câncer
quando expostos por um 
longo período.
Cloreto de 
vinila e
benzeno.
Carcinogêni-
cos
Apresenta a mesma des-
crição colocada para os 
aerodispersóides.
Óxido de 
etileno.
Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p.70)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais48
RESUMINDO
Ops! Gostou de entender o risco químico e conhecer como 
eles se apresentam em termos de medida e classificação. 
Pois bem, para que você reforce esse entendimento vamos 
revisar o que estudamos nesse capítulo. Aqui virmos os 
aspectos básicos relacionados aos riscos químicos no 
campo da higiene ocupacional. Aprendemos nesse sentido 
que as principais unidades de medida usadas para fins de 
quantificação de agentes químicos em ambientes passíveis 
de contaminação são: ppm, mog/m3, % em volume. 
Estudamos também que os principais agentes químicos 
podem se classificar em relação a sua estrutura física em: 
poeiras, fumos, fumaça, fibras, neblinas, névoas, gases e 
vapores. Por fim, podemos conhecer as implicações desses 
agentes quando presentes no organismo humano acima 
dos limites de tolerância. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 49
Riscos Biológicos 
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de discernir 
sobre os riscos biológicos a partir de sua classificação 
no contexto da higiene ocupacional. Saber definir o risco 
biológico e conhecer como eles se apresentam no ambiente 
de trabalho ajudará você em sua prática profissional no que 
tange a identificação e avaliação dos agentes químicos 
em diferentes contextos; bem como na definição de ações 
preventivas baseadas nos efeitos possíveis dos agentes 
biológicos em contato com o organismo humano. E então? 
Pronto para desenvolver esta habilidade? Então vamos lá. 
Avante!
Riscos Biológicos: Conceito/Transmissão e 
Penetração
Se você chegou até aqui já percebeu que o ambiente de ocupação 
possui inúmeros riscos que muitas vezes nem sequer nos damos conta, ou 
nos preocupamos com a exposição a esses. Pois bem, dentre os agentes 
de risco temos ainda os riscos biológicos os quais vamos estudar agora.
DEFINIÇÃO
Agentes biológicos são microrganismos que em contato 
com o organismo humano causam doenças. 
Podemos listar como exemplos de riscos biológicos aos vírus, 
bactérias, parasitas, fungos e bacilos. Esses agentes estão frequentemente 
presentes em atividades laborais desenvolvidas em ambientes como: 
hospitais, sanatórios, laboratório de análises clínicas, lixeiros, açougues, 
lavanderias, ambientes de criação de gado, estações de tratamento, entre 
outros. Ambientes cuja e presença desses tipos de agente, devem ser 
sinalizados fazendo uso do símbolo disposto na figura 13.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais50
Na norma NR 32 (1978) encontramos uma definição mais específica 
de agentes biológicos. Segundo essa norma: “agentes biológicos 
consideram-se agentes biológicos os microrganismos, geneticamente 
modificados ou não, as culturas de células, os parasitas, as toxinas e os 
príons”. 
Figura 13 –Simbologia internacional para riscos biológicos
Fonte: @pixabay
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 51
NOTA
Príons são partículas proteicas infecciosas compostas, 
quase que exclusivamente, por uma proteína conhecida 
como príon scrapie (PrPsc). Para saber mais sobre doenças 
causadas por príons e provável nexo ocupacional leia o 
artigo de Pustiglione, Torres e Sá (2014). Para isso acesse: 
https://bit.ly/3fxrlVe
Se pararmos para refletir a respeito das doenças causadas por 
agentes biológicos, vamos concluir com base em nossas experiências 
pessoais (todos nós em algum momento já tivermos doenças causadas 
por vírus ou bactérias em algum momento de nossa vida, certo?) que 
elas se resumem a três tipos: infecções, alergias e intoxicações. Mas 
qual a diferença primordial desses tipos de agentes para os demais que 
estudados? Bem, por ser organismos vivos possuem capacidade de 
reprodução. A esse respeito assevera Peixoto e Ferreira (2012, p.82):
A diferença essencial entre os agentes biológicos e outras 
substâncias perigosas é a sua capacidade de se reproduzir. 
Uma pequena quantidade de um microrganismo pode crescer 
consideravelmente em um tempo muito curto, sob condições 
favoráveis.
Agora que sabemos basicamente quem são esses agentes, como 
evitar a contaminação? Se você parar e lembrar de suas experiências 
pessoais vai lembrar que a vacina é uma das formas mais eficazes de 
presença, concorda? Mas além da vacina existem outras medidas 
que previnem a contaminação do trabalhador por contato com esses 
organismos no ambiente de trabalho. Essas formas são destacadas na 
figura 14. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais52
Figura 14. Medidas de proteção contra grupos de riscos biológicos
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.82)
Já entendemos como de prevenir da contaminação por agentes 
biológicos no ambiente de trabalho, mas ainda é importante que tenhamos 
conhecimento de como esses agentes especificamente são transmitidos 
e penetram no organismo humano.
Vamos primeiro pontuar o que é transmissão e penetração. 
Genericamente a transmissão remete ao ato, processo ou forma de 
passar, ou seja, conduzir, propagar ou transportar algo. Nesse sentido, 
quando falamos de transmissão de agentes biológicos estamos nos 
referindo aos meios com que o organismo humano recebe esses agentes 
e pode propagá-lo para outros. 
Para tanto, no contexto da higiene ocupacional a transmissão 
desses agentes pode se dar de forma direta ou indireta. Essa transmissão 
é considerada direta quando transmissão se dá sem a intermediação de 
veículos ou vetores, e indireta quando há uso desses veículos. São veículos 
ou vetores de transmissão de agentes biológicos: mãos, perfurocortantes, 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 53
luvas, roupas, instrumentos, vetores, água, alimentos, superfícies, etc. 
Uma vez o trabalhador tendo contato com esses vetores ou veículos 
contaminados o microrganismo ali presente busca lugar para se alojar no 
organismo humano por meio da penetração.
Por penetração nesse contexto entende-se ao ato ou forma com 
que os agentes biológicos podem entrar no organismo humano após a 
transmissão de forma direta ou indireta. São vias de penetração desses 
agentes no organismo: pele danificada por fissuras ou machucados, 
picadas acidentais, mordidas, fixação pelas membranas mucosas,inalação ou ingestão. Essas formas são divididas em vias de penetração 
conforme resume o quadro 9.
Quadro 9. Vias de penetração agentes biológicos no organismo
Via de 
exposição
Porta de 
entrada 
principal 
Formas de 
contaminação
Exemplo 
Cutânea Pele
Pele danificada 
ou membranas 
mucosas (boca, 
olhos), lesões 
por materiais 
perfurocortantes 
contaminados 
e arranhões ou 
mordidas.
Contaminação através 
da pele podemos citar 
a contaminação de 
profissionais de saúde 
pelo vírus da hepatite C 
e pelo vírus HIV (human 
immunodeficiency virus), o 
tétano (doença infecciosa 
e não contagiosa, causada 
pela toxina da Clostridium 
tetani) e a leptospirose.
Respiratória
Vias 
respiratórias,
Penetração 
através do 
nariz, garganta, 
traqueia e 
brônquios.
Contaminação por via 
respiratória, podemos citar 
a gripe H1N1.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais54
Ingestão Boca
As substâncias 
biológicas são 
introduzidas 
no sistema 
gastrointestinal 
através da 
boca, com 
trânsito pelo 
esôfago, antes 
de atingirem o 
estômago.
Contaminação por 
ingestão, podemos citar 
a contaminação por 
Salmonella ssp no consumo 
de alimentos conservados 
em condições não 
adequadas e a hepatite A 
que é transmitida através 
de alimentos e água 
contaminados com o vírus.
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.82-84)
Classes de Risco Biológico
Os agentes biológicos assim como os agentes físicos e químicos 
(estudados anteriormente) são passíveis de classificação. Aqui vamos 
conhecer a classificação feita pela norma 32 (1978) no Anexo I. Para 
facilitar nossa visualização e entendimento, o quadro 10 apresenta essa 
classificação de forma objetiva.
Quadro 10: Classes de risco dos agentes biológicos
Classe Descrição Exemplo
Classe de 
risco 1
Baixo risco individual para 
o trabalhador e para a 
coletividade, com baixa 
probabilidade de causar 
doença ao ser humano.
Exemplo: Lactobacillus sp 
utilizados pela indústria 
alimentícia em iogurtes.
Classe de 
risco 2
Risco individual moderado 
para o trabalhador e 
com baixa probabilidade 
de disseminação para a 
coletividade. Podem causar 
doenças ao ser humano, 
para as quais existem meios 
eficazes de profilaxia ou 
tratamento.
Exemplos: vírus da febre 
amarela (doença infecciosa 
transmitida por mosquitos 
contaminados) e Schistosoma 
mansoni
(causador da esquistossomose, 
popularmente conhecida no 
Brasil como “Barriga d’água”).
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 55
Classe de 
risco 3
Risco individual elevado 
para o trabalhador e 
com probabilidade de 
disseminação para a 
coletividade. Podem causar 
doenças e infecções graves 
ao ser humano, para as quais 
nem sempre existem meios 
eficazes de profilaxia ou 
tratamento.
Exemplos: Mycobacterium 
tuberculosis ou bacilo de Koch 
(bactéria que provoca a maioria 
dos casos de tuberculose), e 
Bacillus anthracis (bactéria que 
causa a doença denominada
carbúnculo em atividades com 
contato direto com animais ou 
cadáveres destes infectados).
Classe de 
risco 4
Risco individual elevado 
para o trabalhador e com 
probabilidade elevada 
de disseminação para a 
coletividade. Apresenta grande 
poder de transmissibilidade de 
um indivíduo a outro.
Exemplos: vírus Marburg, 
agente causador da febre 
hemorrágica (doença viral que 
origina quadros de febre
e hemorragia que podem levar 
à morte) e vírus Ebola (causa 
uma
febre hemorrágica, considerada 
uma das doenças virais mais 
perigosas,
com alto índice de mortalidade).
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.84-85)
VOCÊ SABIA?
A NR 32 (1978) apresenta além da classificação dos 
agentes biológicos por risco de contaminação algumas 
informações adicionais. Essas informações são a respeito: 
efeitos alérgicos, agente emergente e oportunista, agente 
ontogênico; produção de toxinas e vacinas eficazes 
disponível. Veja a norma em: https://bit.ly/3glEqC5.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais56
Lembre-se que as doenças dadas como exemplos de doenças 
oriundas de agentes biológicos são comuns (conforme ilustra a figura 
15), portanto para que estas sejam consideradas doenças do trabalho, 
obrigatoriamente deve ter comprovação do nexo causal. Se o ambiente 
de trabalho dispõe de todos os mecanismos de proteção do trabalhador, 
conforme ilustra a figura 16 e este adquire a doença por contágio em outro 
ambiente, essa não pode ser considerada doença do trabalho. 
Revisando: Nexo causal é a comprovação da relação direta entre a 
doença e o exercício do trabalho.
Figura 15. Medidas de proteção contra grupos de riscos biológicos
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.87) 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 57
Figura 16: Medidas de proteção contra grupos de riscos biológicos
Fonte: Peixoto e Ferreira (2012, p.86)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais58
Agentes Biológicos: Normatização sobre 
Insalubridade 
A NR 15 (1978) destaca uma relação de atividades que envolvem 
agentes biológicos. Segundo essa norma a avaliação de insalubridade é 
determinada por uma análise qualitativa cujo os aspectos estão dispostos 
no quadro 11.
Quadro 12: Avaliação de insalubridade – critérios de classificação
Classificação Critérios
Insalubridade 
de grau 
máximo (40%)
Trabalho ou operações, em contato permanente com:
• Pacientes em isolamento por doenças infecto contagiosas, 
bem como objetos de seu uso, não previamente esterilizadas.
• Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, 
pêlos e dejeções de animais portadores de doenças 
infectocontagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose).
• Esgotos (galerias e tanques).
• Lixo urbano (coleta e industrialização).
Insalubridade 
de grau médio 
(20%)
Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, 
postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados 
aos cuidados da saúde humana (aplica-se unicamente ao 
pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como 
aos que manuseiam objetos de uso desses pacientes, não 
previamente esterilizados).
• Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros 
estabelecimentos destinados ao atendimento e tratamento de 
animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com 
tais animais).
• Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo 
de soro, vacinas e outros produtos.
• Laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão 
só ao pessoal técnico).
• Gabinetes de autópsias, de anatomia e 
histoanatomopatologia (aplica-se somente ao pessoal técnico).
• Cemitérios (exumação de corpos).
• Estábulos e cavalariças.
• Resíduos de animais deteriorados.
Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p.87-88)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 59
TESTANDO
Ufa! Se você chegou até aqui adquiriu bastante 
conhecimento sobre os agentes de risco no contexto da 
higiene ocupacional. Então chegou o momento de testar 
sua compreensão. Corre lá no banco de questões!
RESUMINDO
Chegamos ao fim dessa unidade, e nesse finalzinho você 
aprendeu discernir sobre os riscos biológicos a partir 
de sua classificação, métodos de prevenção e tipos de 
doenças. Aqui você viu que os agentes de riscos biológicos 
possuem uma peculiaridade que o difere dos riscos físicos 
e químicos, lembra que característica é essa? Isso mesmo! 
Por se tratarem de microrganismos vivos eles possuem 
capacidade de se reproduzir. Uma pequena quantidade 
de um microrganismo pode crescer consideravelmente 
em um tempo muito curto, sob condições favoráveis. Esse 
fato pode promover umas proporções grandes de contágio 
em ambientes laborais. Portanto, medidas preventivas 
precisam ser observadas e praticadas. São exemplos de 
medidas eficazes nesse sentido: vacina, esterilização, 
ações de higiene pessoal, uso de equipamentos de 
proteção individual, ventilação adequada e controle 
médico

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