Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NOME: JHONATAN CAMARA DE LORENA DE MIRANDA MATRÍCULA: 20212140067 CURSO: LICENCIATURA EM GEOGRAFIA POLO: MESQUITA DISCIPLINA: GEOGRAFIA AGRÁRIA DO BRASIL 1 – Os estudos da Geografia Agrária brasileira estiveram constantemente ligados ao desenvolvimento das questões epistemológicos da Geografia enquanto Ciência, mudando, portanto, seus pontos de análises, na medida que se mudava as teorias sobre esta Ciência. Diante disso, trace um panorama analítico das etapas de desenvolvimento da Geografia Agrária brasileira e as influências sofridas por ela. Geografia Agrária por ser um segmento da Geografia teve o seu desenvolvimento ligado ao próprio desenvolvimento da Ciência geográfica e por estar diretamente ligada a fatores ligados a natureza, seus estudos foram, por muito tempo, atrelados aos aspectos físicos da Geografia, dando à Geografia Agrária um caráter físico. No entanto, a partir da década de 1950, com o desenvolvimento da Geografia Teorética ou Geografia Pragmática, fundada no neopositivismo, passa a ser a base analítica da Geografia, a Geografia Agrária passa a adotar também gráficos, mapas, tabelas, entre outros, dando um caráter mais econômico, focando na produção agrícola e na organização do espaço agrário. Sendo assim, a natureza passa a ser vista como recurso e assim usada de acordo com os interesses econômicos dominantes. Mesmo com a ascensão da Geografia Crítica e do pensamento marxista, a Geografia Agrária ainda permanece vendo a natureza como capital e a distribuição da renda atribuída a partir da sua transformação vista como bem é o enfoque da nova discussão. Desse modo, tanto da Geografia Teorética quanto a Crítica, trouxeram para a Geografia Agrária conceitos da economia e da sociologia, vinculando-a às questões espaciais de planejamento, onde os estudos encontram momentos com caráter mais interrelacionista, tentando mesclar os fatores naturais com os sociais, como momentos de caráter mais dualista 2 – Por ser um segmento geográfico ainda mais recente no nosso território, a Geografia Agrária teve que se adaptar às mudanças ocorridas na própria Geografia, recebendo influências de diferentes estudiosos. Com base nisso, identifique os diferentes períodos na organização do pensamento da Geografia Agrária brasileira, destacando as principais contribuições para a Geografia de cada período. Segundo Ferreira (2001) a Geografia Agrária brasileira possuiu quatro diferentes períodos. São eles: Os estudos não geográficos – concentrando trabalhos feitos antes de 1934, quando a Geografia é institucionalizada no país. As principais contribuições desse período são relatos de viajantes e textos não literários, que retratavam a vida e paisagens do território brasileiro; A Geografia Agrária Clássica – entre os anos de 1934 até meados de 1960, recebendo a influência de geógrafos franceses e alemães. Com a adoção do método científico baseado na análise da paisagem a partir da sua descrição, interpretação e síntese. Uma das principais técnicas adotadas na Geografia desse período foi o trabalho de campo. Apesar do processo de urbanização e industrialização está em desenvolvimento no país, a agricultura ainda se configura como a principal atividade que mantém nossa economia; A Geografia Quantitativa – de meados de 1960 até a próxima década, o desenvolvi mento das imagens e da ciência da computação interferiram no processo de estudo da Geografia, ampliando as suas possibilidades de abordagens. Os trabalhos de campo são substituídos por modelos matemáticos e estatísticos. Com o desenvolvimento urbano e industrial da sociedade brasileira em pleno vapor, aliado a modernização da agricultura, as temáticas voltadas ao planejamento e à organização espacial da produção e produtividade são colocadas em evidência; A Geografia Agrária Social – A partir do meado de 1970, questões ligadas ao abastecimento urbano e crescimento populacional ganham destaque nas discussões geográficas. A agricultura passa a ser analisada a partir de questões vinculadas ao desenvolvimento rural. As transformações bruscas na estrutura da produção do campo a partir do processo de modernização da agricultura, marcam esse contexto socioeconômico. Temas como pequena produção, agricultura familiar e agroindústria são incluídos nessa discussão. 3 – Sabendo que o território brasileiro e consequentemente o seu espaço agrário foram apropriados e organizados a partir da política de Sesmarias e que o binômio cana-de- açúcar/criação de gado foi responsável pela organização espacial desse espaço, analise a importância desse binômio para a organização espacial agrária brasileira, os principais pontos de desenvolvimento dessas culturas, os objetos técnicos característicos de cada atividade e o papel socioeconômico que desempenham nesse período de desenvolvimento espacial do Brasil. A lei de sesmarias privilegia a plantação de cana-de-açúcar e a criação de gado, estruturando assim o espaço agrário das colônias a partir da grande propriedade e integrado com o mercado internacional. A grande fazenda produtora de cana ou de criação de gado, se configurou como o verdadeiro agente transformador da paisagem e o principal organizador do espaço agrário brasileiro. As fazendas de lavoura de cana se concentraram no litoral, nas áreas originalmente cobertas pela mata atlântica, enquanto que as fazendas de criação de gado ocuparam as áreas interioranas cobertas pela vegetação campestre. Essa ocupação não se deu de forma contínua, havendo espaços consideráveis entre uma fazenda e outra. É exatamente nesse espaço não ocupado que se instalaram as pequenas unidades de produção agrícola, que se estabeleceram as vias de circulação e onde surgiram vilas, cidades e povoados. Dessa forma, se pode considerar que a lavoura da cana-de-açúcar é o ponto inicial da fundação da colônia, se consolidando especialmente nas capitanias de São Vicente, Bahia e Pernambuco. Sendo uma atividade próspera e lucrativa, a fazenda canavieira e os engenhos são o foco de atenção da Coroa portuguesa, e sua disseminação por todo o território nacional é fundamental, se transformando no principal elemento de ocupação do território brasileiro. É esse arranjo espacial que consolida a nova relação entre sociedade e natureza implantada na colônia, aniquilando gradativamente a lógica comunal indígena baseada na relação harmônica entre homem e meio. No arranjo espacial mais ao interior, se encontra a grande fazenda de criação de gado, que se estrutura de forma a atender a centralidade do engenho, expressa por sua necessidade de consumo de carne e de matéria-prima para a confecção de determinados instrumentos essenciais à produção canavieira. Assim, carne e couro são os principais produtos enviados pelas áreas mais interioranas de ocupação para que se viabilize a manutenção do processo de organização espacial desencadeado pelas unidades canavieiras que ocupam as terras litorâneas. 4 – Levando em consideração as transformações técnicas no espaço agrário brasileiro a partir da instalação da produção canavieira, comente o processo de desenvolvimento técnico deste espaço do engenho à usina. O desenvolvimento acontece a partir da utilização dos engenhos em uma época em que a cana de açúcar era a principal forma de produção do setor sucroalcooleiro. Era o engenho-fábrica que se instalava nas terras mais bem localizadas, e concentrava as atividades de processamento da cana-de-açúcar, transformando-a na mercadoria a ser exportada pela Colônia. Durante a fase mineradora, a produção de açúcar é deixada em segundo plano, mas com a queda da mineração, a agricultura é novamente retomada, porém sua forma de produção já se encontra em defasagem em relação ao cenário mundial, tendo que competir com outras produções mais rentáveis como as do Caribe. Em seguida, substitui-se a fonte de energia motriz do engenho-fábrica, alterando-se a tração animal pela energiahidráulica e, em seguida, pela máquina a vapor. Esta série de transformações que vai do processo de plantio ao processamento da cana-de-açúcar é que inicia a sucessão que culminará com a substituição do engenho-fábrica pela usina. 5 – Tendo em vista que a principal força de trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar era a escrava, a partir da abolição da escravatura uma série de modificações ocorreram no espaço agrário brasileiro e que afetaram diretamente nas relações de trabalho. Analise essas mudanças nas relações de trabalho, percebendo como ficaram as condições socioeconômicas desses novos trabalhadores e respectivas condições de trabalho. Com a libertação dos escravos, as relações de trabalho continuaram a ser de exploração, pois esses indivíduos passaram de escravos para trabalhadores assalariados, mas sem qualquer alteração de sua situação econômica, isso porque esses indivíduos continuaram a ser explorados e recebendo salários baixíssimos não permitindo a eles qualquer expectativa de melhora de vida. Antes dependentes dos senhores de engenho e agora sendo subjugados pelos donos de usinas.
Compartilhar