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1 Neurologia Caio Márcio Silva Cruz Trauma Raquimedular o O diagnóstico é fundamental para o sucesso terapêutico o 30% das fraturas não são diagnosticadas no atendimento inicial. o Consequências grave - falha na avaliação e conduta. o Importância da semiologia “clássica” Epidemiologia o 6 a 8 mil novos casos no Brasil o 55% são cervicais o Masculino 4 : 1 Feminino o 50 – 60% associado a outras lesões o Causas principais: acidentes de trânsito (60%), queda de altura, mergulho em água rasa, agressão física. A lesão mais comum de C1 é por explosão de vértebra (fratura de Jefferson) resultante de sobrecarga axial. Exemplo: objeto pesado caindo sobre a cabeça ou quedas. Pacientes de risco Todas as vítimas de acidentes graves Trauma com perda de consciência Traumas menores com queixas com coluna ou medular. Sugestivo: respiração abdominal e priapismo. Anatomia C7 – T1 – local de grande lesão. Tratos da medula espinhal o Espinotalâmico ventral – Tato o Espinotalâmico lateral – dor, temperatura o Grácil e cuneiforme – propriocepção o Espinocerebelar ventral e dorsal – propriocepção para o cerebelo. o Corticoespinhal lateral e ventral – motor. Somente 3 tratos dos existentes na medula podem ser avaliados clinicamente: História o Suspeitar: TCE, intoxicação alcoólica, politrauma, trauma facial, trauma acima da clavícula, coma. o 1/3 das fraturas de costela – tem que investigar TRM! o Trombose da artéria vertebral – raro. o Tipo de acidente – lesões associadas. o Diagnóstico de fratura em uma região da coluna, obrigatório a investigação de toda a coluna. “Sempre pensar no pior para errar menos. ” Exame físico Atendimento inicial (ABC) Inspeção, palpação – palpar toda a coluna vertebral, ver se tem algum abaulamento, crepitação, hematoma. o Paciente sem queixas e palpação normal, Glasgow 15, pode tirar o colar cervical sem exame de Raio-X. Choque hipovolêmico Choque neurogênico – perda dos tônus vasculares pelo TRM que represa o sangue na periferia, e que se infundir líquido no paciente ocorre encharcamento. Causa hipotensão e bradicardia; o É preciso tratar com drogas vasoativas. 2 Neurologia Caio Márcio Silva Cruz “O choque neurogênico resulta da lesão das vias descendentes do sistema simpático da medula espinhal cervical ou torácica alta. Logo, isso resulta em perda de tônus vasomotor e perda de inervação simpática do coração. ” (ATLS) Avaliação de força motora 0 – Paralisa total 1 – Contração palpável ou visível 2 – Movimento ativo, não vence a gravidade 3 – Movimento que vence a gravidade 4 – Vence alguma resistência 5 – Normal Avaliação de sensibilidade Avaliação dos reflexos Síndrome medulares Medula central (cervical) – comprometimento maior dos MMSS. o As fibras que correm para os membros superiores vão pela parte central da medula. Aquelas que correm para os membros inferiores corre pelas laterais. Medula anterior – preservação da propriocepção e perda variável da função motora e sensibilidade a dor. Medula posterior – propriocepção alterada. Brown-Séquard – perda função motora e proprioceptiva do lado da lesão e perda da sensibilidade a dor e temperatura do lado oposto. Resulta da hemissecção da medula, geralmente por traumatismo penetrante, porém é comum ocorrer algum grau de recuperação. Disrreflexia autonômica – síndrome decorrente de lesões medulares acima do nível de T5-T6 que levam a ausência dos tônus parassimpáticos, culminando em hiperativação simpática. Sinais e sintomas: hipertensão arterial, sudorese, obstrução nasal, cefaléia, rash cutâneo, bradicardia. Síndrome de cone medular – lesões ao redor de L1 e que causam: - Paresia distal nas pernas - Perda de sensação perianal e perineal (anestesia em sela) - Disfunção erétil - Retenção urinária, frequência ou incontinência - Incontinência fecal - Esfíncter anal hipotônico - Reflexo bulbo cavernoso e da prega anal anormais. Classificação de Frankel Mais da parte funcional do paciente após o trauma. A – Paralisia completa motora e sensitiva. B – Paralisia completa, com alguma sensibilidade. C – Força motora residual sem uso prático. D – Força motora útil, mas não normal. E – Normal. Classificação das faturas - AO Tipo A – Compressão 3 Neurologia Caio Márcio Silva Cruz Tipo C – Rotação Avaliação Radiológica Radiografia simples – avaliar de C1 até a transição C7-T1, se não, não retira o colar cervical. Tomografia Computadorizada – exame padrão ouro. Pneumonia tem grandes evidências de mau prognóstico no TRM, que leva muito a óbito. Tratamento Objetivos Minimizar a lesão neurológica na fase aguda Reduzir a lesão secundária Propiciar condições para a recuperação das funções medulares. Pacientes com Frankle A na hora do acidente, tem um pior prognóstico e normalmente não tem melhora. Tratamento na Emergência ABC Evitar hipotensão Cuidado com líquidos no choque neurogênico UTI Medicamentoso Metilprednisolona – estudo de 1992. Mas não se utiliza mais, hoje tem evidências que não tem ganho. Cuidados gerais no lesado medular SNG Cateterismo vesical – risco de infecção urinária quando se mantém o mesmo por muito tempo. Regulação térmica Cuidados com a pele Tratamento cirúrgico Tempo da cirurgia Precocidade no tratamento Tratamento conservador e cirúrgico o Nem todo TRM é cirúrgico. o Há condutas expectantes. Choque medular – reflexo bulbocavernoso quando retorna, significa que o paciente saiu do choque. Quando não volta o reflexo, é uma condição definitiva. Reabilitação Fisioterapia Fonoaudiologia Nutrição Psicologia Terapia ocupacional Junta médica – várias especialidades.
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