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MODELO PEDAGOGIA 9 - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA ED. INFANTIL

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
XXXXXXXXXXXXXXXX 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTO ALEGRE/RS 
2021 
2 
 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX 
 
 
 
 
 
 
 
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado 
como requisito parcial para a obtenção do 
título de Licenciada em Pedagogia na 
Universidade Paulista – Polo Porto Alegre. 
Orientação: Prof.ª Mª Kethi Cristina do R. 
Squecola Alexandre 
 
 
 
 
 
PORTO ALEGRE/RS 
2021 
3 
 
 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
 
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso para 
obtenção de título de Graduação em 
Pedagogia apresentado à Universidade 
Paulista – Unip. 
 
 
 
 
Aprovado em: 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_______________________________________________/___/___ 
 
Prof. Nome do Professor 
Universidade Paulista – UNIP 
 
 
________________________________________________/___/___ 
 
Prof. Nome do Professor 
Universidade Paulista – UNIP 
 
 
_______________________________________________/___/___ 
 
Prof. Nome do Professor 
Universidade Paulista – UNIP 
4 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
Dedico este trabalho ao meu marido, que de forma especial e carinhosa meu 
deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades. 
 
5 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
À Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades. 
Com enorme carinho gostaria de manifestar minha gratidão a todos pelo apoio 
e incentivo recebido desde o início da minha caminhada acadêmica. 
À professora Michele Kolling que fez mudar significativamente o meu 
caminho, abrindo-me novos olhares, novas escolhas. 
À professora tutora Iara Aragão e também a Orientadora Profª Mª Kethi 
Cristina do R. Squecola Alexandre, pela paciência, atenção, ajuda e 
comprometimento conosco. 
Deixo de coração meu agradecimento à minha cunhada Ana Paula e minha 
querida sogra Nair, pela dedicação, cuidados e o tempo que ficaram com meu filho 
Fernando, durante minha ausência, nos momentos de realização ao meu projeto de 
pesquisa. 
Imensa gratidão à minha família, que me deram apoio, incentivo nas horas 
difíceis, de desânimo e cansaço, pois são pessoas que me ajudaram e ajudam na 
construção da minha vida, me incentivando cada momento. 
 
6 
 
 
EPÍGRAFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A coisa nunca é uma linha reta, sempre tem 
altos e baixos. O importante é aprender com 
as dificuldades e sempre ver nas 
dificuldades uma oportunidade.” 
(Jorge Paulo Lemann) 
https://www.pensador.com/autor/jorge_paulo_lemann/
7 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10 
1. CAPÍTULO I ........................................................................................................ 12 
1.1 O QUE SÃO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL? ............................................................................................................. 12 
2 CAPITULO II ....................................................................................................... 16 
2.1 O QUE CAUSAM AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM? ................... 16 
2.1.1 Pobreza ......................................................................................................... 16 
2.1.2 Divórcio ......................................................................................................... 17 
2.1.3 Morte ............................................................................................................. 18 
2.1.4 Violência Doméstica .................................................................................... 18 
2.2 QUAIS OS TIPOS BÁSICOS DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ... 19 
2.2.1 Dislexia .......................................................................................................... 20 
2.2.2 Disgrafia ........................................................................................................ 21 
2.2.3 Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade ............................. 21 
2.2.4 Discalculia ..................................................................................................... 22 
2.3 COMO SÃO IDENTIFICAS AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM? ........ 24 
3 CAPITULO III ..................................................................................................... 26 
3.1 QUAL O PAPEL DA ESCOLA ...................................................................... 26 
3.2 QUAL INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA ........................................................ 28 
3.2.1 Papel da família ............................................................................................ 30 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 32 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 34 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O presente estudo busca realizar o trabalho através de leituras de livros, pesquisas 
de sites da internet. Embasando os conhecimentos cientificos em autores na área de 
aprendizagem como exemplo Smith Corinne e Strick (2012), e Zabalza, Miguel A. 
(2007). E autores que abordam a educação infantil como exemplo Carmem Craidy e 
Gládis Elise P. da Silva Kaercher (2001), e demais autores que questionam o tema 
abordado no trabalho. 
É uma pesquisa bibliográfica que tem como objeitvo identificar o que são 
dificuldades de aprendizagem, analisá-las dentro da educação infantil, verificar a 
influência negativa que trazem para a vida e para o aprendizado da criança nesta 
fase. Os tipos básicos de dificuldades e como elas são reconhecidas. Também 
dialogaremos sobre o papel da escola, as possíveis intervenções pedagógicas, e 
compreender o papel da família. 
 
Palavras-chave: dificuldades, aprendizagem, educação infantil. 
 
9 
 
 
ABSTRACT 
 
 
The present study seeks to carry out the work through readings of books, research of 
internet sites. Basing scientific knowledge on authors in the learning area as an 
example Smith Corinne and Strick (2012)andZabalza, Miguel A. (2007). And authors 
who approach early childhood education as an example CarmemCraidy and Gládis 
Elise P. da Silva Kaercher (2001), and other authors who question the theme 
addressed in the work. 
It is a bibliographical research that aims to identify what are learning difficulties, 
analyze them within early childhood education, verify the negative influence they 
bring to life and to the child's learning at this stage. The basic types of difficulties and 
how they are recognized. We will also dialogue about the role of the school, the 
possible pedagogical interventions, and understand the role of the family. 
 
Keywords: difficulties, learning, early childhood education. 
 
 
 
10 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A educação infantil é algo recente. Não existia nenhuma escola que fosse 
responsável pela educação infantil da criança. Era apenas por parte da família a 
responsabilidade da sua educação. Tendo uma convivência com outros adultos e 
crianças, dessa forma ela aprendia a ter conhecimentos essenciais para se ter uma 
vida adulta. 
Nessa fase de descobrir, de explorar, de serem curiosos sobre tudo que esta 
ao seu redor. Sendo assim toda criança pequena exige do adulto a necessidade de 
cuidados, atenção e também de educação. 
O conceito de aprendizagem na educação infantil inclui amplo conjunto de 
processos, condições psicológicas, biológicas e sociais que estão envolvidas em 
qualquer forma de aprendizagem. A criança está na fase de descobertas do 
aprender e o professor de ensinar, ambos assumindo a responsabilidadede 
desempenhar suas funções com determinação e êxito. A aprendizagem é um 
processo pelo qual o ser humano adquire conhecimentos, habilidades, 
comportamento e valores, que se dá quando há uma informação do indivíduo, desde 
o nascimento até a vida adulta. 
O objetivo a esse trabalho delimitado é de investigar possíveis causas em 
relação às dificuldades de aprendizagem na educação infantil. Diante das 
dificuldades, verifica-se que a escola de modo geral precisa de métodos, recursos 
de ensino adequados e uma prática pedagógica equilibrada. Algumas crianças que 
apresentam dificuldades quando detectados e não tratados adequadamente têm 
grande dificuldade de não continuar os estudos. 
A problemática desse trabalho é relacionada às dificuldades de aprendizagem 
na Educação Infantil, é um problema enfrentado pela maioria dos professores e 
crianças de várias escolas. Problemas que são relacionados a diversos fatores, 
métodos pedagógicos, metodologia utilizada, ou problemas pessoais do próprio 
aluno. E mesmo que haja alguma mudança na abordagem educacional do professor, 
e ainda assim a criança continue apresentando alguma dificuldade. Então existe a 
necessidade de uma investigação mais detalhada. Que mostre quais causas da 
dificuldade e questão, sendo conhecidos como distúrbios de aprendizagem, tendo 
exemplos dos mais conhecidos, como a Dislexia, Discalculia, Disgrafia e TDAH. 
11 
 
Para algumas crianças o processo de aprendizagem existe erros ou algum 
desvio de formas diferentes. Sendo a explicação de forma parcial ou até de forma 
incorreta. Tornado assim uma aprendizagem insuficiente. A todo momento o 
professor precisa estar atento a verificar se há alguma necessidade de realizar 
mudanças ou correções das atividades pedagógicas propostas em seu plano de 
aula. 
 Assim, para cada etapa do trabalho desenvolvido, é necessário que o 
professor perceba as dificuldades de aprendizagem que surgem, para que, então, 
elabore outras atividades que proporcionem uma compreensão mais eficaz a 
respeito do que se quer ensinar e do que quer que se aprenda. Isso significa que o 
plano de aula deve ser flexível o suficiente para permitir essas correções de 
percurso. 
Essa atuação docente precisa proporcionar ao aluno o domínio das 
habilidades propostas e a apropriação de conhecimentos. Então, o professor precisa 
criar condições didáticas para o desenvolvimento de capacidades e habilidades, 
visando a autonomia e independência de pensamento dos educandos. A ausência 
desse trabalho pode desencadear consequências que afetam o contexto de ensino 
aprendizagem e, consequentemente, a construção e apropriação de conhecimentos. 
Um tema relevante, de grande importância, que deve ser trabalhado para 
minimizar esses problemas. O professor é papel fundamental na Educação Infantil, 
pois ele se torna o mediador entre a criança e o conhecimento, sua forma de ensinar 
e passar conteúdo exige uma grande atenção e cuidados. E percebendo essas 
dificuldades, é possível fazer com que a criança consiga superar esse problema de 
dificuldade de aprendizagem. 
Monografia realizada através de pesquisas bibliográficas, na qual foram 
utilizados alguns autores que abordam os temas de aprendizagem e educação 
infantil, tais como Smith Corinne e Strick (2012), Zabalza, Miguel A. (2007), Carmem 
Craidy e Gládis Elise P. da Silva Kaercher (2001), e demais autores. 
O trabalho levanta as seguintes abordagens: No primeiro capítulo, 
encontraremos o que são dificuldades de aprendizagem, no segundo capítulo o que 
causa as dificuldades de aprendizagem, quais os tipos de dificuldades de 
aprendizagem e como elas são identificadas. E no terceiro capítulo qual papel da 
escola, quais as possibilidades de intervenção pedagógica e qual o papel da família. 
 
12 
 
1. CAPÍTULO I 
 
1.1 O QUE SÃO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL? 
As crianças no decorrer da sua vida irão aprender diversas coisas, como 
ouvir, falar, ler, escrever. Algumas habilidades podem ser mais difíceis de aprender 
do que outras. Existe um forte impacto na vida da criança quando se apresenta 
algum tipo de Dificuldade de Aprendizagem. Importante que professores e 
educadores, tenham o conhecimento dos diferentes sinais de comportamento da 
criança, assim, quanto mais cedo forem identificadas, mais cedo ela poderá obter 
ajuda. Alguns sinais de Dificuldades de Aprendizagem são caracterizados como 
problemas de memória, falta de atenção, falta de interesse, dificuldade em 
argumentar, dificuldades em seguir instruções do professor(a). Existe também os 
tipos básicos de Distúrbios de Aprendizagem, que se caracterizam como Disgrafia, 
Dislexia, Discalculia, Déficit de Atenção e Hiperatividade. 
Segundo VYGOTKY (1984), citado por BASSEDAS (2007) abordou em 
relação à aprendizagem escolar é fundamental para que se possa raciocinar e 
entender qual é a natureza da aprendizagem e do ensino escolar e sobre que 
relações seria conveniente estabelecer o desenvolvimento da criança. (BASSEDAS, 
2007, P.22). 
E diante, da realidade descrita acima, segundo relatos de Palacios (1991), 
citado por BASSEDAS (2007) enfatiza sua teoria em relação em diversas formas de 
aprendizagem: 
No decorrer da história da psicologia e da pedagogia, tem-se explicado, de 
diversas formas, a aprendizagem nessa idade. Segundo Palacios (1991), 
podemos considerar a existência de diversos caminhos, diferentes maneiras 
de aprender, cada uma destacada por referentes teóricos variados: a 
aprendizagem através da experiência com os objetos, a aprendizagem 
através da experiência em determinadas situações, a aprendizagem através 
do prêmio e do castigo, a aprendizagem por imitação e a aprendizagem da 
formação de “andaimes” por parte da pessoa adulta ou outra pessoa mais 
capaz.” (BASSEDAS, 2007, P. 24). 
Na teoria de ROTTA (2016) ele afirma como as crianças aprendem: 
Todo ato de aprender é fruto de uma frustração. É fruto do reconhecimento 
da nossa insuficiência sobre um determinado ato ou aquisição e, partindo 
dessa consciência dolorosa de ignorância, o corpo físico e subjetivo busca 
uma nova aquisição, um novo modo de enfrentar o que se apresenta. Serve 
de exemplo a passagem física do engatinhar para o andar, para o subir e 
correr, assim como servem de exemplos as nossas aquisições de letras 
13 
 
para palavras e para textos, em diferentes níveis de compreensão. A cada 
uma dessas etapas, o que inicia o processo de ampliação dos 
comportamentos anteriores é a frustração ou o impedimento de executá-lo. 
O sujeito precisa reunir o conhecimento existente e se lançar ao 
desconhecido, ao risco de uma atitude diferente para avançar. Nem sempre 
isso ocorre de forma imediata, mas certamente abre a perspectiva de que 
novos caminhos são possíveis nas próximas insistências. A aprendizagem 
está, em primeira instância, mais ligada à nossa capacidade de reconhecer 
e aceitar as limitações do que necessariamente compreendê-las. Muitas das 
dificuldades não são compreensíveis ao próprio sujeito, cabendo a um outro 
esse papel de decodificador.” (ROTTA, 2016, P. 28). 
Toda criança tem o direito, a capacidade e vontade de aprender. Quando isso 
não acontece, é uma questão que se deve ser avaliada do modo geral em relação 
às dificuldades no aprendizado. 
É o ambiente escolar que pode proporcionar a criança uma aprendizagem, 
um bom desempenho, e segundo VYGOTKY (1984), citado por BASSEDAS (2007) 
aborda sua teoria: “A aprendizagem escolar é fundamental para que se possa 
raciocinar e entender qual é a natureza da aprendizagem e do ensino escolar e 
sobre que relações seriam convenientes estabelecer o desenvolvimento da criança.” 
(BASSEDAS, 2007, P.22). 
Quando o mau desempenho faz parte na vida de uma criança, podendo ser 
caracterizado por algum problema emocional, e assim acarretando em notas baixas. 
Crianças correm o risco de tirar notas baixas umavez ou outra. Mas, quando isso é 
frequente, existe algo errado e os pais ou responsáveis devem ficar em alerta. É de 
suma importância o papel do professor(a) avaliar, saber identificar, descobrir quais 
tipos de dificuldades, para se ter um encaminhamento de apoio profissional. 
A Legislação em âmbito educacional tem uma grande importância, sendo 
criada para garantir à população direito de uma educação gratuita e de qualidade. 
“Desde a Constituição de 1988, ficou legalmente estabelecido que os pais, a 
sociedade e o poder público têm que respeitar e garantir os direitos das 
crianças definidos no artigo 227, que afirma: É dever da família, da 
sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta 
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma 
de negligência, discriminação, exploração, violência e opressão.” ( CRAIDY 
E KAERCHER, 2001, P. 23 e P. 24). 
Seguindo as mesmas fontes, para CRAIDY E KAERCHER (2001) a LDB que 
regulamentou a Educação Infantil definiu-a como a primeira etapa da educação 
básica (art. 21/I) e afirmou que essas instituições têm por finalidade o 
desenvolvimento integral da criança até 5 anos de idade, em seus aspectos físico, 
14 
 
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade 
(art.29). A creche e a pré-escola têm, portanto, uma função de complementação e 
não de substituição da família como muitas vezes foi entendido. Assim, elas deverão 
integrar-se com a família e com a comunidade para que juntas possam oferecer o 
que a criança necessita para seu desenvolvimento e para sua felicidade (CRAIDY E 
KAERCHER, 2001, P. 25). 
Na história da humanidade sempre foram desenvolvidas teorias em relação 
de como funciona o ensino e aprendizagem. E assim, com intuito de descobrir quais 
seriam as melhores metodologias para tornar essa operação mais eficiente. 
Na perspectiva de aprendizagem, para BARBOSA e HORN (2008), fica clara 
a concepção de que os processos de aprendizagem são racionais, sensoriais, 
práticos, emocionais e sociais ao mesmo tempo, isto é, todas as dimensões da vida, 
emoção, a cognição, a corporeidade estão em ação quando se aprende. Portanto, 
as práticas educativas devem levar em conta os vários aspectos humanos quando o 
objetivo é auxiliar aos alunos a interpretar e compreender o mundo que os circunda 
e a si mesmos. Nesse sentido, para provocar aprendizagens, é preciso fazer 
conexões e relações entre sentimentos, idéias, palavras, gestos e ações. 
Em relação às dificuldades de aprendizagem, segundo Malaguzzi, citado por 
REGGIO (2016), no seu ponto de vista, é relatado à seguinte opinião: 
“(…) as relações e a aprendizagem coincidem dentro de um processo ativo 
da educação. Eles se unem por meio das expectativas e das habilidades 
das crianças, da competência profissional dos adultos e, de maneira mais 
geral, do processo educacional. Devemos incorporar na nossa prática, 
portanto, as reflexões sobre um ponto delicado e decisivo: O que a criança 
aprende não segue como um resultado automático do que é ensinado. Em 
vez disso, deve-se, em grande parte, à própria realização da criança, em 
consequência de suas atividades e de seus recursos próprios. É necessário 
pensar sobre o conhecimento e as habilidades que as crianças constroem 
independentemente e anteriormente à escolarização. […] Aprender é uma 
experiência satisfatória, mas também, conforme nos diz o psicólogo norte-
americano Nelson Goodman, compreender é desejo, drama e conquista. 
Tanto é que, em muitas situações, especialmente quando se estabelecem 
desafios, as crianças nos mostram que elas sabem como trilhar o caminho 
até a compreensão. Quando as crianças são auxiliadas e se perceberem 
como autores ou inventores, quando são ajudadas a descobrir o prazer da 
investigação, sua motivação e interesse explodem.” (REGGIO, 2016, P.61). 
Dessa forma pode-se afirmar que é fundamental a ligação, confiança entre 
educador e aluno, envolvendo um importante desempenho no desenvolvimento da 
aprendizagem. 
15 
 
O dilema do ensino e da aprendizagem, segundo Malaguzzi, citado por 
(REGGIO, 2016) na sua experiência ela questiona sobre as crianças: 
“(…) precisamos discutir melhor o papel que elas assumem na construção 
do autoconhecimento e a ajuda que elas recebem dos adultos para essas 
questões. É óbvio que, entre a aprendizagem e o ensino, nós honramos a 
aprendizagem. Não é que ignoremos o ensino, mas dizemos: “Fique de fora 
um tempo e deixe espaço para a aprendizagem, observe com cuidado o 
que as crianças fazem, e aí, se tiver entendido bem, talvez o ensino seja 
diferente de antes”. 
A aprendizagem é o fator chave em que uma nova forma de ensino deve se 
basear, tornando-se um recurso complementar para a criança e oferecendo 
múltiplas opções, sugestões de ideias e suporte de distintas fontes. A aprendizagem 
e o ensino não devem estar em margens opostas olhando o rio fluir; pelo contrário, 
devem embarcar juntos em uma jornada rio abaixo. Por meio de trocas ativas e 
recíprocas, o ensino pode fortalecer a aprendizagem sobre como aprender. 
(REGGIO, 2016, P.74). 
As crianças gostam do desafio de aprender aquilo que já quase conseguem 
compreender, mas ainda não fazem perfeitamente, e de tentar fazer coisas que 
quase conseguem, mas ainda não fazem totalmente por conta própria. Isso significa 
que é proveitoso para elas enfrentarem conceitos e habilidades que estão 
ligeiramente acima de suas capacidades atuais e trabalhar nisso até que atinjam um 
nível superior de competência (Bodrova & Leong, 2007). 
Ao mesmo tempo, as pesquisas mostram que as crianças precisam negociar 
de modo bem sucedido as tarefas de aprendizagem, na maior parte do tempo, para 
continuarem motivadas a aprender. As que estiverem sobrecarregadas não serão 
bem sucedidas. E se o insucesso se tornar rotineiro, a maioria das crianças 
simplesmente desistirá de tentar segundo Copple & Bredekamp, 2009. 
(KOSTELNIK, 2012, P.10). 
 
16 
 
2 CAPÍTULO II 
 
2.1 O QUE CAUSAM AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM? 
Muitos fatores podem levar uma criança a ter algum tipo de dificuldade de 
aprendizagem na educação infantil, surgindo atrasos no desenvolvimento cognitivo. 
Dessa forma, não conseguem acompanhar o ritmo de desenvolvimento esperado 
para sua idade. No entanto, dificuldades na aprendizagem podem ser 
diagnosticadas por algum evento passageiro, algum momento difícil em que a 
criança esteja vivenciando. E no ambiente escolar os educadores precisam estar 
aptos e atentos para detectar esses diferentes comportamentos, para que sejam 
criadas estratégias a fim de apoiar e solucionar tais dificuldades e que assim a 
criança possa ter um bom desempenho escolar. 
A pobreza, divórcio dos pais, morte de alguém próximo, violência doméstica, 
entre outras, são algumas das causas que podem levar uma criança a criar traumas 
e, por meio delas, desenvolver alguma dificuldade de aprendizagem. 
 
2.1.1 Pobreza 
Infelizmente muitas crianças, no mundo todo, vivem em situações de pobreza. 
Sofrem com a fome, desnutrição, má nutrição, sem atendimento médico adequado. 
Crianças que vivem na pobreza são prejudicadas com uma má qualidade na 
educação, e muitas vezes sem a possibilidade de frequentar uma escola. São essas 
e outras consequências da pobreza, que a criança acaba criando algumas marcas 
de traumas, tendo dificuldades no desenvolvimento, atrasos no crescimento, e um 
mau desempenho escolar. 
Segundo o National Center for Children in Poverty (NCCP), (KOSTELNICK, 
2012) “a pobreza cotidiana compromete significativamente o bem estar da criança. 
Existem grandes evidências de que as crianças de famílias pobres são menos 
capazes de funcionar bem do ponto de vista acadêmico,social e físico.” 
(KOSTELNICK, 2012, P. 153 e 154). 
“ […] Muitas crianças vivem em famiĺias atormentadas por abuso de 
substância em altos niv́eis, abuso doméstico e problemas de saúde mental. 
Não surpreende, assim, que as crianças pobres tendam a apresentar mais 
atrasos no desenvolvimento e mais problemas de comportamento e 
disciplinares que as outras. Elas são desnutridas, têm problemas de saúde 
e apresentam desempenho escolar inferior. Muitas precisam de ajuda 
psiquiátrica (Kozol, 2006, p. 3).” (KOSTELNICK, 2012, P.154). 
17 
 
Os pais podem ser menos propensos a defendê-las, sofrer crises mais 
frequentes que as das famílias de classe média e ter uma saúde mental mais frágil 
(Shipler, 2005). Não há dúvida de que as famílias pobres esforçam-se para dar o 
melhor que conseguem aos filhos. Muitas vezes, porém, o melhor que conseguem 
não será suficiente. (KOSTELNICK, 2012, P. 154 e 155). 
 
2.1.2 Divórcio 
Uma das questões que afetam o núcleo familiar é o divórcio. A separação 
física dos pais é um momento difícil, mas que acaba afetando principalmente a 
criança, sendo difícil de aceitar, de compreender aquela situação, de entender as 
mudanças de comportamento ao seu redor. Mas elas precisam aprender, enfrentar 
esse momento. Podendo surgir alguns traumas. A criança também sofrerá, sentirá 
medo, angústia, fantasias de que serão abandonadas e que não são mais amadas 
pelos seus pais e ficam sem saber o que pensar, podendo surgir situações 
emocionais em problemas futuros. Importante nesse momento os pais serem 
sempre sinceros aos filhos, falar a verdade, tendo cuidado com as palavras, sendo 
amorosos e carinhosos. A imagem que o filho deve ter dos pais deve ser a melhor 
possível. 
Separação, segundo (KOSTELNICK, 2012). 
“O divórcio dos pais é um dos eventos mais perturbadores e 
desconcertantes que as crianças possam experimentar. Mais de um milhão 
de crianças por ano passam por essa dor. O estresse familiar pode se 
estender por muito tempo antes que um dos pais, ou ambos, finalmente 
tome a decisão de pôr fim ao casamento. […] Embora ver os pais brigarem 
seja tremendamente estressante para elas, permanecer separado de um 
deles é um estressor ainda maior, particularmente antes dos 5 anos. Uma 
vez que o apego na primeira infância é quase sempre intenso, o medo do 
abandono pode fazer que a criança se agarre ao genitor que permanece. A 
criança pode ter um inesperado ataque de birra ao ir para a escola e pode 
passar a controlar estreitamente o genitor que tem sua guarda e não 
permitir que este saia de sua vista. Uma boa parte da tensão das crianças é 
causada pela incerteza sobre o que o divórcio significa em relação a sua 
própria segurança. [...] Algumas crianças acreditam ter causado a 
separação ou o divórcio dos pais com algo que fizeram um mau 
comportamento ou o desejo de afastar o pai/a mãe por qualquer motivo. Os 
problemas das crianças intensificam-se quando os pais separados não 
conseguem reestruturar adequadamente a vida familiar após o divórcio.” 
(KOSTELNICK 2012, P. 155). 
 
18 
 
2.1.3 Morte 
As crianças não têm noção de compreender a morte. Mas ao se confrontar 
com essa real situação, é importante explicar com diálogo, acolhimento e falar 
sempre a verdade. Ela precisa compreender que morte faz parte da vida. Precisa 
aceitar e entender, que mesmo na ausência do familiar, da mãe ou pai, avós ou 
alguém próximo. Deve saber que a vida segue. Cada criança tem reações 
diferentes, podendo apresentar momentos de raiva, pesadelos, às vezes falta de 
sono e sentimentos de revolta. 
Na perspectiva de (KOSTELNICK, 2012), a morte para as crianças: 
“Até os 2 anos, as crianças sabem muito pouco sobre a morte. A partir dos 
3 anos, entretanto, passam por três fases sobrepostas até que, ao final, 
atingem uma visão realista da morte Uma vez que as experiências de perda 
das crianças são muito limitadas, elas talvez sintam que os sentimentos de 
tristeza e a necessidade de chorar que as oprimem nunca terminarão. 
Outros sentimentos intensos podem ser o senso de culpa, raiva e 
ressentimento; além disso, as crianças que percebem que a dor que 
demonstram pode causar mal-estar nos adultos talvez tendam a esconder 
os sentimentos. Nessa situação, elas precisam da proteção de um adulto 
responsável que possa ajudá-las a entender que os momentos de 
infelicidade terão um fim, assim como tiveram um começo. Mesmo os 
familiares que em geral dão apoio à criança podem estar, eles mesmos, tão 
perturbados que são incapazes de proporcionar os fatores de proteção de 
que a criança precisa.” (KOSTELNICK, 2012, P. 156). 
 
2.1.4 Violência Doméstica 
Toda criança necessita de muita segurança e afeto, carinho e amor da família, 
entre os pais, avós, padrasto, madrasta, tios, tias, enfim, do responsável que for, a 
criança precisa de toda proteção possível. Mas a violência infantil, que infelizmente 
existe, e muitas crianças passam por isso. Sendo elas classificadas por violência 
física, violência por negligência, violência psicológica e violência sexual. E quando a 
criança, que sofre com esse tipo de situação, irão se tornar crianças com problemas, 
e muitas das vezes, dependendo do nível de violência, tem grande chance de se 
tornar adulto com problemas. Essas agressões podem ter grande impacto na saúde 
mental da criança, resultando em comportamentos como insegurança, dificuldade 
em estabelecer fortes relacionamentos emocionais, baixa auto estima, 
impulsividade, distúrbios psicológicos. 
Maioria dos casos de abuso acontece por alguém da própria família, pessoas 
de confiança da criança. Pais ou responsáveis, e também os educadores, precisam 
estar sempre atentos a qualquer e diferente comportamento da criança. Se por 
19 
 
algum momento a criança demonstrar sinais de medo por algo que antes não tinha, 
como exemplo, medo de dormir sozinha, ou medo de dormir no escuro, aproximação 
incomum de algum adulto, marcas físicas, sinais de regressão, mudanças 
injustificadas de comportamento, isolamento e também de tristeza. 
Existe também a violência por negligência, violência essa caracterizada por 
falhas por parte da família ou responsável em relação aos cuidados da criança. 
“Quando as transições pessoais que muitos adultos enfrentam hoje se 
associam às pressões da parentalidade, os efeitos sobre as crianças podem 
ser devastadores. Estima-se que de 3 a 10 milhões de crianças estão 
expostas regularmente à violência doméstica. Isso ocorre em todos os 
segmentos da população, e as crianças envolvidas correm risco de usufruir 
de menor bem-estar de curto e longo prazos, menor segurança e menor 
estabilidade (Hamel & Nicholls, 2006; Miller, 2010). Não falam livremente 
sobre isso com as outras, pois sentem vergonha, medo e acham que só 
elas estão assim. Vivem em uma atmosfera de constante terror e tensão, e 
a vida delas se caracteriza por abuso verbal, insultos, ameaças, rejeição, 
humilhação e desrespeito. O fator mais assustador refere-se às agressões 
físicas e às surras, que resultam muitas vezes em problemas de 
comportamento. Mas o mais prejudicial talvez seja o desenvolvimento da 
percepção de que os lares são assim mesmo e que é por meio da violência 
que se resolvem os problemas(Bancroft & Silverman, 2004).” 
(KOSTELNICK, 2012, P. 158). 
Na Constituição de 1988 ficou legalmente estabelecido no artigo 227, que 
afirma: 
“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao 
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, 
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência e opressão.” (CRAIDY E KAERCHER, 2001, P. 23 e 
24). 
 
2.2 QUAIS OS TIPOS BÁSICOS DE DIFICULDADESDE APRENDIZAGEM 
No aprendizado de habilidades básicas da criança, as dificuldades de 
aprendizagem podem interferir no seu aprendizado, podendo também impactar no 
relacionamento com a família, amigos, podendo surgir problemas futuros na vida 
adulta, e tornando assim irreversíveis. 
Crianças com algum tipo de dificuldade requerem atenção redobrada dos 
pais, responsáveis e docentes. Elas necessitam muitas vezes de acompanhamento 
de psicólogos, fonoaudiólogos e também de psicopedagogos. Importante procurar 
apoio e dar continuidade do tratamento até o fim, dessa forma é o melhor caminho 
para o desenvolvimento da criança, com a intenção de solucionar, procurar 
20 
 
estratégias a fim de minimizar os impactos causados por algum trauma. Importante 
atuação de forma conjunta, com a criança, família e escola. 
A dificuldade de aprendizagem pode ter diversas origens, como cognitiva, 
emocional, cultural, social, etc. Já o distúrbio de aprendizagem, caracterizada por 
uma dificuldade com a atenção, memória ou raciocínio. Veremos a seguir alguns 
tipos básicos de dificuldade de aprendizagem. 
 
2.2.1 Dislexia 
Transtorno de origem neurobiológica, caracterizada como dificuldade no 
reconhecimento de uma palavra, letras, sons e a incapacidade de compreender o 
significado das palavras, frases e parágrafos. 
Segundo ROTTA (2016) o aluno disléxico apresenta características peculiares 
em cada etapa escolar. Na educação infantil é possível observar fatores preditivos 
de prováveis futuros quadros disléxicos: dificuldade (atraso) na aquisição da 
linguagem oral; dificuldade de memória fonológica; dificuldade em nomear pessoas, 
cores, objetos e figuras geométricas; representações gráficas aceleradas e pobres; e 
desinteresse por letras. Essas características, aliadas à investigação de possíveis 
fatores genéticos, são evidências claras e merecedoras de investigação e 
estimulação imediata. (ROTTA, 2016, P.269). 
Não existe uma definição exclusiva de causas para a Dislexia. Importante que 
os professores e educadores da educação infantil estar atentos em alguns sinais, 
como: dificuldade com jogo de quebra-cabeça, dificuldade em nomear pessoas, 
cores, objetos e figuras geométricas; dificuldade de aprender rimas e canções, 
atraso do desenvolvimento da fala e da linguagem, falta de interesse e também de 
despersão. 
Na teoria de Orton (1928), segundo ele: 
“Mais especificamente em 1937, Orton publicou diversos casos em que 
crianças de inteligência média ou acima da média manifestavam 1 entre 6 
deficiências: (1) “alexia evolutiva”, ou dificuldade para aprender a ler; (2) 
“agrafia evolutiva”, ou uma dificuldade significativa para aprender a 
escrever; (3) “surdez evolutiva para palavras”, ou um déficit especif́ico na 
compreensão verbal, apesar da acuidade auditiva dentro dos padrões da 
normalidade; (4) “afasia motora evolutiva”, ou retardo motor da fala; (5) falta 
de jeito anormal; e (6) tartamudez. Orton (1937) foi o primeiro a enfatizar 
que os transtornos da leitura manifestados em um niv́el simbólico pareciam 
estar relacionados a uma disfunção cerebral, em vez de a uma lesão 
cerebral específica (conformepostulado por Hinshelwood e por outros) e 
poderiam ser identificados em crianças com inteligência média ou acima da 
média.” (FLETCHER, 2009, P. 27 e 28.). 
21 
 
 
2.2.2 Disgrafia 
A disgrafia é conhecida como o transtorno neurológico, de caráter funcional, 
que afeta a escrita, o traçado ou a grafia. A criança apresenta dificuldades no 
controle da escrita, sendo elas com letras pouco diferenciadas, dificuldades para 
lembrar e dominar automaticamente os movimentos motores necessários para 
escrever letras, números e também da formação das palavras. 
Algumas atitudes em sala de aula podem levar o professor a perceber a 
presença de Disgrafia na criança quando ela demonstra confusão de letras, como 
por exemplo, mudar um “a” por um “e”, quando escreve de forma lenta e 
desajeitada, com erros, letra irregular em forma e tamanho, letras invertidas, 
palavras juntas ou sílabas separadas ou que na hora de escrever segura o lápis de 
forma incorreta. 
Para PEREIRA (2020) “a disgrafia é um transtorno estimado em prevalência 
de 7 a 15% das crianças. A escrita é uma tarefa complexa envolvendo funções como 
a coordenação fina e a aptidão visuoespacial e requer integração de várias 
habilidades. O processo da escrita conecta cognição, linguagem e habilidades 
motoras. Algumas crianças têm dificuldade em uma dessas habilidades, produzindo 
letras ininteligíveis e apresentando dificuldade de organização ou sequenciamento 
de ideias. A dificuldade em uma dessas ações pode impedir o progresso da outra”. 
(PEREIRA, 2020, P. 58 e 59). 
Em relação ao tratamento da Disgrafia, afirma (PEREIRA, 2020). 
“O tratamento da disgrafia é feito com terapia fonoaudiológica voltada para o 
treino psicomotor e a estimulação visuoperceptiva. Em sala de aula, a 
criança deve usar o tipo de letra sobre o qual tenha mais domínio e seja 
mais legível (letra bastão, geralmente). A prova, se pouco legível, pode ser 
corrigida com o auxílio da criança, que explicará as palavras menos 
compreensíveis; e mesmo a prova oral pode ser um recurso. O uso de 
processador de texto é um excelente recurso para garantir a visibilidade dos 
escritos. O tratamento dos transtornos de aprendizado associados deve ser 
concomitante ao da disgrafia, incluindo técnicas de remediação para a 
capacidade inade-quada, realização de acomodação do ambiente do 
aprendizado, identificação e tratamento das comorbidades e, se necessário, 
medicalização apropriada”. (PEREIRA, 2020, P. 60). 
 
2.2.3 Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade 
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, conhecido como 
TDAH, caracterizado em três aspectos de comportamento, sendo elas: desatenção, 
22 
 
hiperatividade e impulsividade. É uma doença crônica, podendo surgir 
comportamento agressivo pela criança, ansiedade, dificuldades de aprendizagem, 
inquietação, entre outros. Muitas vezes são detectados na infância e acompanham 
até a sua vida adulta. A criança em alguns casos nasce com algum problema e em 
outros passa a apresentar algum tipo de problema após momentos de estresse e 
tensão. 
Mesmo com muitas informações, é possível diagnosticar pelo professor(a) os 
diferentes comportamentos de TDAH apresentados pela criança, como: 
 Não familiarizar-se com atividades que exija raciocínio, atenção ou 
esforço mental; frequente falta de atenção; dificuldade para seguir 
alguma tarefa ou finalizar o quedevia; 
 não ter paciência de esperar o outro terminar as atividades e querer 
passar na frente; 
 não prestar atenção ao que se passa dentro do contexto ao que está 
inserido; ficar distraído por estímulos externos; 
 inquietação total, bater mãos e pés quando precisa fiar parado. 
 
REREIRA (2020) apresenta a importância do diagnóstico precoce de TDAH 
“O transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é um dos 
distúrbios neuropsiquiátricos mais prevalentes da infância e cursa com 
prejuízo significativo no rendimento escolar e/ou na vida social da criança. 
Por ser a escola o lugar em que os sintomas do TDAH se tornam mais 
evidentes, é muito comum o médico pediatra ou o neurologista infantil 
receber alunos encaminhados das escolas com as seguintes queixas: Não 
tem capacidade de concentração. Problemas de comportamento (com 
sugestão para fazer eletroencefalograma). Não aprende ou apresenta 
desempenho inferior para a capacidade intelectual. Dificuldades no 
relacionamento com os colegas. Não tem motivação.” ( PEREIRA, 2020, P. 
140). 
 
2.2.4 Discalculia 
Conhecido como transtorno, a Discalculia é quando a criança apresenta 
dificuldades para entender a quantidade, os números e o que eles representam. 
Essas dificuldades podem surgir ainda na educação infantil, entre 4 e 5 anos de 
idade. Este transtorno pode ser identificadopela baixa capacidade em processar 
conceitos matemáticos e a aritmética, em operações como adição, subtração, 
divisão e multiplicação, dificultando a aquisição e processamento de informação 
numérica. 
23 
 
Para ROTTA (2016) muitas crianças com problemas no aprendizado da 
matemática têm prejuízos em outras áreas do seu desenvolvimento que envolve 
uma ampla gama de habilidades compreensivas e expressivas. Elementos como os 
seguintes podem apresentar alterações em maiores ou menores níveis: a 
organização visuoespacial, na integração não verbal, na percepção visual, imagem e 
esquema corporal, distúrbios de integração visual e motora (apraxia), desorientação 
entre direita e esquerda, direção e sentido, concepção limitada de distância e tempo, 
discrepância significativa entre as suas capacidades verbais e não verbais. A 
relação entre esses diversos elementos é o que propicia ao sujeito uma inserção e 
um domínio dos campos subjetivos que compõem o universo matemático e suas 
variadas aplicabilidades no contexto social e cultural. 
Na educação infantil as dificuldades que podem ser encontradas em relação à 
Discalculia. Tem como sinais: 
 apresentar dificuldade em aprender a contar números; parece não 
entender o significado da contagem; 
 problemas para organizar coisas de maneira lógica, como exemplo os 
brinquedos; 
 apresenta problemas para reconhecer símbolos numéricos; 
 nenhuma ou pouca facilidade para entender o significado do que é 
mais altos e baixos ou menores a maiores. 
Muitas vezes a criança apresenta outros prejuízos em outras áreas do seu 
desenvolvimento que envolve questões de habilidades compreensivas e 
expressivas. 
Os autores José e Coelho (1999), citado por ROTTA (2016) destacaram 
possíveis níveis de diferenciação diante da compreensão do problema da 
matemática. 
“Afirmam as autoras que muitas crianças podem apresentar problemas 
especificamente relacionados com a construção da linguagem receptivo-
auditiva no campo da aritmética, o que possibilita que esse sujeito consiga 
elaborar cálculos ou relacionar quantidades, mas apresentar dificuldades no 
raciocínio e em testes de vocabulário aritmético. No campo da memória, a 
criança pode apresentar dificuldades no campo da reorganização auditiva, 
impedindo-a de recordar o número com rapidez ou não conseguir absorver 
mnemicamente os enunciados apresentados de forma oral, o que a impede 
de registrar os elementos e, consequentemente, resolver os problemas 
matemáticos propostos. Nesses casos, ela tem dificuldades de gravar 
regras e não consegue montar estratégias, confundindo a escrita dos 
números, por exemplo, 6 e 9, 14 e 41. Esse fenômeno pode ser 
compreendido pela dificuldade de leitura dos números, ocasionada pela 
24 
 
inversão ou distorção dos numerais. A impossibilidade de lembrar a 
“aparência” dos números é que a impedirá de fazer uma correspondência 
representação-quantidade e apresentará dificuldades no processo de 
organização matemática e no resultado da atividade proposta. Johnson e 
Myklebust (1987) diferenciam as crianças que apresentam problemas de 
aritmética e distúrbios de aprendizagem correlatos: linguagem receptiva – 
auditiva e aritmética / memória auditiva e aritmética / leitura e aritmética 
escrita, das crianças com distúrbio do pensamento quantitativo.” (ROTTA, 
2016, P. 303). 
Mediante a essas dificuldades, infelizmente e, nem sempre, tanto da parte 
familiar como educacional, as dificuldades muitas vezes não são percebida de forma 
como deveria. Causas que se não tratadas de forma correta tem grandes chances 
de contribuir no aumento dessas dificuldades e sendo agravadas cada vez mais. 
 
2.3 COMO SÃO IDENTIFICAS AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM? 
Dificuldades de aprendizagem podem ser encontradas em todas as idades, 
principalmente nos anos iniciais, sendo parte de uma realidade bastante presente 
nas escolas. Uma questão básica, mas fundamental é a de que os professores 
saibam diferenciar os transtornos de aprendizagem. 
Para SMTIH e STRICK (2012) crianças que têm dificuldades de 
aprendizagem é que o seu comportamento é irregular. Em alguns momentos, elas 
são competentes e até mesmo excepcionalmente capazes, mas em outros parecem 
totalmente perdidas. A memória é uma área na qual a inconsistência normalmente é 
mais óbvia. As crianças com dificuldades de aprendizagem recordam alguns tipos de 
informações muito melhor do que outros (SMTIH e STRICK, 2012, P. 71). 
“…uma criança com dificuldades de aprendizagem pode ser capaz de 
desenhar bem, mas não de escrever claramente, ou pode ser muito boa em 
corridas, saltos e escaladas, mas ser incapaz de quicar uma bola. Uma 
criança que aprende a ler sozinha antes de ingressar na escola pode ter 
problemas para contar quatro garfos ou colheres, ou pode falar de forma 
brilhante, mas achar impossiv́el colocar as palavras no papel. Discrepâncias 
como essas confundem os pais e às vezes os convencem de que as 
crianças estão sendo desatentas ou não estão cooperando. Entretanto, 
esse tipo de comportamento é tiṕico das crianças que têm dificuldade no 
processamento das informações.”(SMTIH e STRICK, 2012, P. 71). 
Educadores precisam ter conhecimento dos problemas que interferem no 
desenvolvimento e na aprendizagem da criança, e do que significa aprendizagem 
normal de acordo com a idade. Sendo assim, é muito importante que saibam 
identificar o problema o quanto antes para que possíveis soluções sejam aplicadas. 
25 
 
Devem ser observados os sinais por várias características, podendo ser de 
causas emocionais, sociais, biológicas e físicas, como problemas oftalmológicos, 
problemas auditivos. 
Para SMITH e STRICK (2012) os problemas de comportamento na sala de 
aula ou uma mudança no humor em casa podem ser os primeiros sinais de um 
problema de aprendizagem. Infelizmente, eles não são reconhecidos dessa forma. 
Ao invés disso, podem ser percebidos como defeitos no caráter ou na personalidade 
da criança (SMITH e STRICK, 2012, P. 79). 
Seguindo as mesmas fontes para SMITH e STRICK (2012) vemos que os 
problemas emocionais, como medo ou raiva excessiva, também sugerem que uma 
criança está sob alguma espécie de estresse e que uma intervenção é necessária. 
O primeiro ano da criança na escola também é um fator a se considerar como 
falta de estímulo e necessita avaliar se precisa de atividades complementares, com 
conteúdos diversificados. 
“A perda da confiança e da autoestima talvez seja o “efeito colateral” mais 
comum de uma dificuldade de aprendizagem. Com demasiada frequência, 
as crianças atribuem a si mesmas os problemas associados a tais 
dificuldades (baixo desempenho escolar, fracasso em corresponder às 
expectativas dos pais, falta de aceitação por parte dos colegas). Elas 
presumem que são “burras” porque não se saem bem na escola, e que não 
podem ser apreciadas porque não têm uma multidão de amigos.” (SMITH e 
STRICK, 2012, P. 81). 
E mesmo ainda que as dificuldades persistam no aprendizado da criança se 
deve pensar no processo de avaliação de outros profissionais que possam 
colaborar. Então é momento de comunicar à gestão escolar e aos pais da criança, 
para orientar e ter apoio de outros profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos e 
até de neurologista infantil, para auxiliar e saber se a criança precisa de outras 
intervenções. 
Devemos tem em mente que a escola não é única ferramenta para solucionar 
alguma dificuldade de aprendizagem. Para que o desempenho escolar da criança 
não seja prejudicado é fundamental acompanhá-los de perto. É importante que pais 
ou responsáveis pela criança estejam presentes e acompanhem o seu 
desenvolvimento escolar. 
 
26 
 
3 CAPITULO III 
 
3.1 QUAL O PAPEL DA ESCOLA 
Quando a criança apresenta algum tipo de dificuldade ela precisa de apoio 
tanto da família como da escola. E a educação infantil é uma das responsáveis pelaformação da criança. É fundamental para o seu desenvolvimento. 
Para Buchwitz (2016) o educador das creches e pré-escolas necessita que a 
atuação pedagógica seja trabalhada dentro das etapas, sem haver a imposição de 
uma à outra. Por outro lado, as instituições de educação infantil (creches e pré-
escolas) precisavam não apenas conhecer, mas também considerar as mudanças 
ocorridas na sociedade, tais como os novos contornos culturais, sociais e sócios 
econômicos, tomando conhecimento que estas mudanças comprometeriam o 
desenvolvimento das crianças e levando em conta que cada criança possui o próprio 
ritmo para passar por quaisquer mudanças (Buchwitz, 2016, P.15). 
Para Grispino (2016) mais que toda organização curricular, mais do que 
programas bem elaborados, são os professores que, no contato direto com os 
alunos e suas famílias, em última instância, serão os responsáveis pela ação 
educativa. O currículo oficial, elaborado por teóricos, é sempre uma expectativa que, 
normalmente, não se alcalça, porque a forma como o conteúdo é transmitida 
depende das condições do ensino, da boa formação do professor e da estrutura da 
escola, quase sempre deficitárias. É preciso ter escola e professor em condições de 
executar o currículo proposto, com capacidade de torná-lo acessível aos alunos. 
(Grispino, 2016, P. 10). 
Para Dupper (2003) citado por Estanislau e Bressan (2014) o encontro com a 
família é o momento mais importante para o estabelecimento de um vínculo 
colaborativo entre família e escola. Ele deve ter entre seus objetivos a troca de 
informações pertinentes, a passagem de conhecimento e o suporte aos pais, 
mantendo como referencial os pontos positivos do aluno, dos pais e da escola 
(Estanislau e Bressan, 2014, P. 73). 
“Uma grande reclamação dos professores é de que os alunos não 
obedecem, não respeitam, não toleram dialogar, não sabem conversar, 
revelando comportamento agressivo, resultado da falta de educação. 
Mostram uma rebeldia que denota ausência de limites ausência iniciada em 
casa e prorrogada pela escola. As famílias precisam entender que a escola 
não substitui a educação dos pais, ela complementa, auxilia, reforça.” 
(Grispino, 2016, P. 59 e 60.) 
27 
 
Algumas crianças podem apresentar dificuldades de aprendizagem por não se 
adaptarem aos métodos pedagógicos. E mesmo havendo mudanças na abordagem 
educacional do professor, e a criança continuar apresentando dificuldades, é 
necessário uma investigação mais aprofundada, que determinará quais são as 
causas da dificuldade em questão. 
Estanislau e Bressan (2014), questionam que: 
“Um dos grandes problemas na manutenção do vińculo famiĺia/escola é o 
hábito de contatar os pais apenas quando a criança está apresentando 
dificuldades. Essa prática reduz a possibilidade de vińculo positivo, já que 
os contatos passam a estar sempre cercados de uma atmosfera negativa. 
Uma estratégia para a modificação dessa rotina seria o investimento na 
comunicação positiva periódica com a famiĺia, seja por bom comportamento, 
desempenho em atividades extra-classe ou rendimento do aluno, seja por 
reconhecimento dos familiares que têm demonstrado interesse na vida 
escolar dos filhos.”(Estanislau e Bressan, 2014, P.75). 
Os arquivos biográficos se constituem em valioso documento de 
acompanhamento que busca oferecer aos protagonistas (crianças, professores e 
pais) a oportunidade de reouvir, revisitar, relembrar experiências e acontecimentos 
que marcaram significativamente suas histórias na educação infantil. Por ser um 
documento que recolhe diferentes materiais, como desenhos, pinturas, falas das 
crianças e fotos, revela a unicidade e a diversidade de cada criança por meio desses 
recortes do cotidiano. (Barbosa & Horn, 2008, P. 112). 
“Todas essas formas de acompanhamento podem auxiliar os docentes a 
verificar os avanços significativos, as dificuldades e o próprio processo de 
construção dos conhecimentos. Os alunos têm pontos de referência para 
localizar onde estão, onde podem chegar e como farão para conseguir isso. 
Ao mesmo tempo, os pais e a comunidade compreendem o que se passa 
na escola e podem, então, colaborar e também aprender.” (Barbosa & 
Horn,2008, P.112). 
Nas instituições de educação infantil as situações de convivência demandam 
a organização de vários aspectos, tais como: a maneira como o educador 
desempenhará seu papel, organizando o ambiente, ouvindo e atendendo às 
crianças, oferecendo-lhes materiais, sugestões e apoio emocional, promovendo 
condições para interações e brincadeiras criadas pelas próprias crianças etc. Tempo 
de realização das atividades (duração, frequência, ocasião etc.). Espaços em que 
ocorrerão as atividades (sala de aula, pátio, quadra, parques etc.) e materiais 
disponíveis a serem usados. (Buchwitz, 2016, P. 17 e 18). 
 
https://www.somospar.com.br/qual-o-melhor-metodo-de-ensino/
28 
 
3.2 QUAL INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA 
É muito importante que os professores observem o comportamento do aluno 
durante a aula, verifiquem o desempenho nas atividades propostas e identifiquem 
quando o aluno não consegue acompanhar o ritmo do restante da turma. Também é 
importante que os professores, durante o processo educativo adotem uma avaliação 
e fiquem atentos em alguns sinais, pois muitas vezes é uma dificuldade daquele 
momento, por algum motivo, ou pode ser um transtorno de aprendizagem, sendo 
assim necessários outros encaminhamentos de apoio. 
Segundo Buchwitz (2016) o currículo de educação infantil tem sido motivo de 
muitos debates e polêmicas entre os educadores e demais profissionais da área. Por 
ser um assunto que deve incluir as diversas visões das crianças e das famílias, 
assim como as várias funções a serem desenvolvidas pelas creches e pré-escolas, 
os profissionais discordam quanto ao fato de a educação infantil se envolver com a 
questão de currículo, termo geralmente associado à ideia de disciplinas. 
“Projeto pedagógico é o plano de orientação das ações que serão 
desenvolvidas pela instituição. Pelo fato de desenvolver possibilidades e 
abonar aprendizagens consideradas valiosas em certo momento histórico, 
passa a ser uma ferramenta polit́ica. Deve ter como meta o 
desenvolvimento das crianças que nela serão cuidadas e educadas. Para 
alcançar a meta proposta, a instituição de educação infantil deve organizar 
seu currículo.” (Buchwitz, 2016, P. 10 e11). 
Sendo assim é de extrema importância uma relação positiva entre professor e 
aluno, tornando assim um aprendizado mais confiante, eficiente e saudável. Além 
disto, um bom relacionamento envolve uma boa comunicação. 
Para Zabalza (2007) mesmo que não seja possível desenvolver uma atenção 
individual permanente, é preciso manter, mesmo que seja parcialmente ou de 
tempos em tempos, contatos individuais com cada criança. É o momento da 
linguagem pessoal, de reconstruir com ela os procedimentos de ação, de orientar o 
seu trabalho e dar-lhe pistas novas, de apoiá-la na aquisição de habilidades ou 
condutas muito especif́icas, etc. Embora seja mais cômodo, do ponto de vista 
organizacional, trabalhar com todo o grupo de uma vez só (todos fazendo a mesma 
coisa), tal modalidade é contraditória a este princípio. A atenção individualizada está 
na base da cultura da diversidade. É justamente com um estilo de trabalho que 
atenda individualmente às crianças que poderão ser realizadas experiências de 
integração( ZABALZA, 2007, P. 51). 
Para Barbosa & Horn (2008): 
29 
 
“Ao professor cabe prioritariamente criar um ambiente propício em que a 
curiosidade, as teorias, as dúvidas e as hipóteses das crianças tenham 
lugar, sejam realmente escutadas, legitimadas e operacionalizadas para que 
se construa a aprendizagem. Pode-se complementar essa idéia com o 
conceito de comunidade de investigação,que é um espaço onde há 
descoberta e invenção por toda a parte, estimulando, assim, o pensamento 
renovado em todas as áreas. É preciso que a sala de aula e a escola em 
sua totalidade tornem-se uma comunidade de investigação, na qual as 
crianças possam aprender umas com as outras e dialogar não só com os 
professores, mas também com os textos, os materiais, as atividades, 
criando conhecimentos e significados com solidariedade social.” (Barbosa & 
Horn, 2008, P.86). 
Precisamos entender o que está acontecendo no trabalho pedagógico e o que 
a criança é capaz de fazer sem procurar continuamente classificá-la em uma 
estrutura predeterminada de expectativas ou normas. Ao lado disso, temos a 
possibilidade de observar que cada sujeito tem um percurso pessoal e que o 
acompanhamento das aprendizagens é a única maneira de não valorizar apenas o 
resultado, mas sim dar valor e visibilidade a todo o percurso construído no processo 
de aprendizagem. Afinal, a documentação sempre nos diz algo sobre como 
construímos a criança e nós mesmos como pedagogos. Por esse motivo, ela estará 
aberta à discussão e à mudança (Barbosa & Horn, P. 99). 
“Para o grupo de alunos, os projetos propiciam a criação de uma história de 
vida coletiva, com significados compartilhados. Eles estimulam a 
aprendizagem do diálogo, do debate, da argumentação, do aprender a ouvir 
outros, do cotejar diferentes pontos de vista, do confronto de opiniões, do 
negociar significados, da construção coletiva, da cooperação e da 
democracia.As crianças engajam-se nas próprias aprendizagens, na 
construção do conhecimento, no desenvolvimento de novas habilidades e 
no aperfeiçoamento daquelas já dominadas, no prazer de expor o seu 
saber, no ver e sentir as controvérsias e na construção de uma visão 
coletiva.” (Barbosa & Horn, P. 87) 
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) é um guia 
de orientação que serve de base para as discussões entre profissionais de um 
mesmo sistema de ensino, no caso educação infantil, ou, ainda, no interior das 
instituições, para elaboração de projetos educativos singulares e diversos (Buchwitz, 
2016). 
Segundo o RCNEI, os objetivos gerais da educação infantil são: 
1. Desenvolver uma imagem positiva de si; 
2. Descobrir e conhecer, progressivamente, seu próprio corpo; 
3. Estabelecer vínculos afetivos entre adultos e crianças; 
4. Estabelecer e ampliar as relações sociais; 
5. Observar e explorar o ambiente com atitudes de curiosidade; 
30 
 
6. Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e 
necessidades; 
7. Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) 
ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação; e; 
8. Conhecer manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, 
respeito e participação diante delas e valorizando a diversidade. (Buchwitz, 2016, P. 
13). 
Uma avaliação consistente em relação ao desempenho da criança é 
fundamental. E o professor em relação ao aprendizado deve ter respeito quanto as 
qualidades e defeitos dos seus alunos. 
 
3.2.1 Papel da família 
A escola é fundamental para o processo de aprendizagem da criança. Mas a 
família deve ter em mente que a escola complementa esse aprendizado. É a família 
que tem o papel importante na construção do caráter e da personalidade da criança. 
Para Estanislau e Bressan (2014) o envolvimento da família com a educação 
de seus filhos é um fator crucial não apenas para o sucesso acadêmico do jovem 
como também para seu desenvolvimento emocional e social. Portanto, demonstrar 
interesse por questões escolares, criar um ambiente de estímulo ao estudo e 
expressar expectativas positivas em relação ao desempenho educacional dos filhos 
são atitudes que favorecem a formação desses indivíduos como um todo. 
Além disso, durante o processo de desenvolvimento da personalidade e do 
caráter, o questionamento das figuras de autoridade é um evento esperado e 
adaptativo. Nesse cenário, a família e a escola devem funcionar como uma equipe 
(que se complementa, valoriza e dá suporte), afim de, como “forte equipe”, resistir 
aos enfrentamentos e manter a estrutura necessária para o crescimento do jovem. A 
condição mais importante para que tal envolvimento ocorra é a boa comunicação 
com a escola, que consiste basicamente em um diálogo harmônico pautado em 
respeito e colaboração (Estanislau e Bressan, 2014, P. 71 e 72). 
“O envolvimento dos familiares com a escola é um processo complexo e 
fundamental para o desenvolvimento da criança como um todo, portanto, 
merece bastante atenção e cuidado. A boa comunicação por si só promove 
saúde mental, além de favorecer soluções eficientes para situações 
problema que surgem. Para que ela aconteça a contento, o profissional da 
educação deve tomar a iniciativa e manter o enfoque nos pontos positivos 
envolvidos (criança, pais e escola), ao contrário das abordagens mais 
utilizadas com enfoque na necessidade de conserto de falhas. Além disso, 
31 
 
as estratégias de aproximação utilizadas devem ser atraentes, úteis e 
divertidas, com a finali- dade de se estabelecer um vínculo baseado no 
respeito e na colaboração.” (Estanislau e Bressan, 2014,P. 79). 
Como esclarece COLETTA (2018) “Assim, para que, desde seus primeiros 
anos de vida, as crianças superem alguns sentimentos, tais como o medo do 
abandono, são necessárias demonstrações que lhes transmitam o quanto são 
importantes e insubstituíveis (CORDEIRO, 2007). Como os ambientes que 
frequentarão transitam entre seus lares e suas instituições infantis, é necessária uma 
integração entre família e educadores. 
Alcântara (2000, p. 83) enfatiza qie a família é a principal modeladora da 
criança, sendo múltiplas as razões que a definem como fundamento de toda a 
estrutura comportamental da pessoa. Contudo, também não se pode afirmar que a 
formação das atitudes básicas seja privilégio único da instituição familiar. A 
contribuição dos profissionais da educação é indeclinável.” ( COLETTA, 2018, P. 
129). 
Seguindo as mesmas fontes, segundo COLETTA (2018): 
“Desse modo, consideramos que educar exige atenção em palavras, gestos, 
atitudes e valores e todos esses elementos devem estar em sintonia para 
que a criança encontre a base adequada para se desenvolver e construir 
sua identidade e autoestima. Os adultos que se destinaram a fazer parte do 
desenvolvimento de uma criança devem estar conscientes de sua 
responsabilidade, cujas experiências partilhadas serão refletidas por toda 
uma vida. Deve-se oportunizar a criança a uma educação permeada por 
relações pautadas em respeito, diálogo e transparência, fortalecendo sua 
autoestima e, consequentemente,ampliando suas condições de desenvolver 
de modo integral, nas relações com seus pares e nos processos de ensino e 
aprendizagem das etapas escolares percorrida.” ( COLETTA, 2018, P. 129). 
Toda criança precisa de atenção e quando existe uma boa relação, tanto 
familiar quanto escolar, ela passa a ter um melhor desenvolvimento na 
aprendizagem e melhor envolvimento social com colegas e professores. Assim, é 
papel da escola, por meio do professor, adotar novas metodologias que ajudem o 
aluno com dificuldade. 
Percebe-se que quando a criança tem apoio e orientação dos pais para 
realizar as tarefas de casa a mesma sente-se estimulada e seu desenvolvimento na 
escola será maior e melhor do que aquelas que não têm esse apoio dos pais. 
32 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Por meio dos resultados observou-se que todos nós em algum momento da 
nossa vida passamos por alguma dificuldade em aprender determinado conteúdo. A 
escola deve compreender que crianças com dificuldade de aprendizagem não são 
incapazes de aprender. 
Para a identificação de alguma possível dificuldade de aprendizagem é 
fundamentalo papel do professor, que tem contato diário com a criança. Neste 
contato, atrelado com a rotina da escola, na realização de tarefas em grupos e 
outras atividades, são fundamentais para identificar queixas dos alunos que podem 
apontar ou não para algum tipo de dificuldade de aprendizagem. 
É papel da escola, por meio da figura do professor, adaptar uma metodologia 
de ensino para ajudar a criança, buscando uma inovação na sala de aula, integrando 
atividades lúdicas e adotando ferramentas tecnológicas de apoio ao ensino. Com 
objetivo de estimular a criança de uma forma a desafiar sua concepção sobre as 
próprias limitações. 
As dificuldades de aprendizagem podem apresentar principalmente por uma 
falta de motivação, ou muitas vezes a criança apresenta certa dificuldade de 
aprendizagem, podendo estar relacionada a outros fatores, como problemas na 
família, problemas de relacionamento com professores ou colegas, entre outros. É 
importante que ao se perceber o primeiro sinal da dificuldade de aprendizagem, pais 
ou responsáveis considerem que esse quadro precisa de atenção e muitas vezes de 
acompanhamento com profissionais de áreas específicas. E que a escola, como 
instituição social, e a educação de um modo geral, assuma sua responsabilidade por 
aquilo que lhe cabe. 
Este trabalho serve de parâmetro para compreendermos melhor o que são as 
dificuldades de aprendizagem na Educação Infantil. O conjunto entre família, escola 
e educadores proporciona à criança ferramentas necessárias para conseguir 
desenvolver seu aprendizado. É fundamental que o professor demonstre acreditar 
na capacidade de cada criança, procurando sempre trabalhar e ressaltar os acertos 
e pontos fortes de cada um. Desta forma, a criança que apresente algum tipo de 
dificuldade não se sinta inferior a outras crianças do seu convívio e que não 
apresentam dificuldades de aprendizagem. 
https://www.somospar.com.br/tecnologia-na-sala-de-aula-5-novidades-que-ja-estao-nas-escolas/
33 
 
É fundamental a participação em conjunto da família, professores e de toda a 
comunidade escolar. A participação da família é importante para que ela participe do 
processo de ensino aprendizagem e compreenda quais as dificuldades encontradas, 
para que possa receber o apoio necessário. Para facilitar a comunicação com os 
pais e responsáveis, é importante que a escola mantenha um relacionamento 
próximo e aberto com as famílias dos alunos. Para finalizar vejo que é papel da 
escola, por meio do professor, adotar novas metodologias que ajudem o aluno com 
dificuldades de aprendizagem. 
 
34 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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Artmed, 2007. 
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infantil. São Paulo/SP : Cengage, 2016. 
COLETTA, Eliane Dalla. Psicologia da educação. Porto Alegre : SAGAH, 2018. 
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Porto Alegre: Artmed, 2001. 
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Porto Alegre: Artmed, 2014. 
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intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2009. 
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Site: https://kdfrases.com/frase/164082. Acesso em 05.03.2021. 
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Artmed, 2001. 
ZABALZA, Miguel A.. Qualidade em educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 
1998. 
https://kdfrases.com/frase/164082
	INTRODUÇÃO
	1. CAPÍTULO I
	1.1 O QUE SÃO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL?
	2 CAPÍTULO II
	2.1 O QUE CAUSAM AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM?
	2.1.1 Pobreza
	2.1.2 Divórcio
	2.1.3 Morte
	2.1.4 Violência Doméstica
	2.2 QUAIS OS TIPOS BÁSICOS DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
	2.2.1 Dislexia
	2.2.2 Disgrafia
	2.2.3 Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade
	2.2.4 Discalculia
	2.3 COMO SÃO IDENTIFICAS AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM?
	3 CAPITULO III
	3.1 QUAL O PAPEL DA ESCOLA
	3.2 QUAL INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
	3.2.1 Papel da família
	4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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