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INTRODUÇÃO A PAVIMENTAÇÃO Terminologia e Conceitos Básicos Breve Histórico da Pavimentação Situação Atual no Brasil ESCOPO Estrutura de múltiplas camadas construída sobre a terraplenagem e destinada, técnica e economicamente, a resistir aos esforços oriundos do tráfego e a melhorar as condições de rolamento. PAVIMENTO COMO ESTRUTURA Característica Principal: "COMPLEXIDADE“ Número de variáveis (materiais, carga, fundação, clima, NA) Circunstâncias variáveis Sensibilidade à intemperização e degradação da superfície DEFINIÇÕES E CONCEITOS BÁSICOS Tipos de Pavimentos Pode-se classificar os pavimentos em 3 tipos Rígidos: placas de concreto de cimento Portland Flexíveis: revestido de camada asfáltica e com base de brita ou solo Semi-rígidos: revestido de camada asfáltica e com base estabilizada quimicamente (cal, cimento) Mais recentemente há uma tendência de usar-se a nomenclatura pavimentos de concreto de cimento Portland (ou simplesmente concreto- cimento) e pavimentos asfálticos, respectivamente, para indicar o tipo de revestimento do pavimento. PAVIMENTO FLEXÍVEL OU ASFÁLTICO Tipos de Pavimentos PAVIMENTO FLEXÍVEL OU ASFÁLTICO Classificação pelo Tipo de Revestimento Nos pavimentos asfálticos, estão em geral presentes camadas de base, de sub-base e de reforço do subleito Sub-base Reforço do subleito Subleito Revestimento asfáltico Base Pavimento Flexível ou Asfáltico Camadas Constituintes Regularização do subleito Camada irregular sobre o subleito. Corrige falhas da camada final de terraplenagem ou de um leito antigo de estrada de terra. Reforço do Subleito Quando existente, trata-se de uma camada de espessura constante sobre o subleito regularizado. Tipicamente um solo argiloso de qualidades superiores a do subleito. Sub-base Entre o subleito (ou camada de reforço deste) e a camada de base. Material deve ter boa capacidade de suporte. Previne o bombeamento do solo do subleito para a camada de base. revestimento, fornecendo suporte Base Abaixo do estrutural. Sua rigidez alivia as tensões no revestimento e distribui as tensões nas camadas inferiores. Camadas Constituintes Base e Sub-base Nos pavimentos asfálticos, a camada de base é de grande importância estrutural. As bases podem apresentar uma das seguintes diversas constituições: Granular Solo Sem Aditivo Solo; Solo-brita; Brita graduada. Com aditivo Solo melhorado com cimento; melhorado com cal. Concreto Coesiva Com ligante ativo Solo-cimento; Solo-cal; rolado. Com ligante asfáltico Solo-asfalto; Macadame asfáltico; Mistura asfáltica. Base Granular: Não tem coesão, não resiste à tração, dilui as tensões de compressão, principalmente devido a sua espessura. Base Coesiva: Dilui as tensões de compressão também devido a sua rigidez, provocando uma tensão de tração em sua face inferior. Brita graduada Macadame Solo-Cal Solo-Cimento Base e Sub-base Flexível Revestimentos constituídos por associação de agregados e materiais betuminosos. Esta associação pode ser feita de 2 maneiras: penetração ou mistura. Penetração Invertida Simples (capa selante), duplo ou triplo. Direta Macadame betuminoso. Seqüência do serviço de tratamento superficial Revestimento 16 Mistura O agregado é pré-envolvido com o material betuminoso, antes da compressão. Pré-misturado a frio Ligantes: emulsão asfáltica. Agregados: vários tamanhos, frios. Areia-asfalto a frio Agregado miúdo + emulsão. Pré-misturado a quente Ligante: cimento asfáltico. Agregados: vários tamanhos, aquecidos. Areia-asfalto a quente Espessura não deve ser > 5cm. Agregados miúdos aquecidos + cimento asfáltico Concreto asfáltico (CA ou CBUQ) e Misturas Asfálticas Especiais SMA, BBTM, CPA, Gap-graded agregado mineral graduado, material de enchimento e cimento asfáltico, aquecidos. Revestimento Execução de C.B.U.Q. RÍGIDO – CONCRETO-CIMENTO SUB-BASE (SB) - Pouca contribuição Estrutural - Controle de bombeamento / expansão / contração CCP - Concreto de Cimento Portland BASE (B) e REVEST. (R) Classificação pelo tipo de revestimento RÍGIDO – CONCRETO-CIMENTO O concreto de cimento Portland (ou simplesmente concreto): Pavimento de concreto-cimento Nota: Pavimento de blocos pré-moldados de cimento comporta-se como flexível Classificação pelo tipo de revestimento TEXTURIZAÇÃO / MOLDAGEM / ACABAMENTO Pavimento Rígido - Concreto JUNTAS TRANSVERSAIS E LONGITUDINAIS Pavimento Rígido - Concreto PAVIMENTO RÍGIDO X FLEXÍVEL Classificação pelo tipo de revestimento Característica ESTRADAS AEROPORTOS CARGA / RODA (kgf) 5.000 50.000 PRESSÃO PNEUS (kgf/cm²) 7,0 28,0 N.º REPETIÇÕES 106 a 109 104 a 5 x 104 APLICAÇÃO DAS CARGAS 0,5 - 10m da borda 10m centrais Pavimento Rodoviário x Aeroviário Distribuição de Esforços / aplicação PAVIMENTO FLEXÍVEL - A carga se distribuí em parcelas proporcionais à rigidez das camadas - Todas as camadas sofrem deformações elásticas significativas - As deformações até um limite não levam ao rompimento - Qualidade do SL é importante pois é submetido a altas tensões e absorve maiores deflexões Distribuição de Esforços / aplicação PAVIMENTO RÍGIDO - Placa absorve maior parte das tensões - Distribuição das cargas faz-se sobre uma área relativamente maior - Pouco deformável e mais resistente à tração - Qualidade de SL pouco interfere no comportamento estrutural Distribuição de Esforços / aplicação Defeitos mais comuns Fadiga Deformação permanente Trilha de roda Pavimento do Ponto de Vista Estrutural A solicitação de tráfego e as características das camadas do pavimento são de grande importância estrutural. Limitar as tensões e deformações na estrutura do pavimento, por meio da combinação de materiais e espessuras das camadas constituintes, é o objetivo do Projeto Estrutural (Dimensionamento) Breve Histórico da Pavimentação Breve Histórico da Pavimentação Percorrer a história da pavimentação nos remete à própria história da humanidade, passando pelo povoamento dos continentes, conquistas territoriais, intercâmbio comercial, cultural e religioso, urbanização e desenvolvimento. As técnicas de pavimentação evoluíram esempre evoluirão com os meios de transporte terrestre ANTIGÜIDADE Os veículos com rodas de madeira necessitavam de superfícies revestidas Civilizações: Mesopotâmia Egito Babilônia China Índia Incas, Maias e Astecas Breve Histórico da Pavimentação Breve Histórico da Pavimentação EGITO – Uma das mais antigas estradas pavimentadas implantadas não se destinou a veículos com rodas, mas a pesados trenós destinados ao transporte de cargas elevadas. Para construção das pirâmides (2600-2400 aC), vias com lajões justapostos em base com boa capacidade de suporte. Atrito era amenizado com umedecimento constante (água, azeite, musgo molhado) Breve Histórico da Pavimentação ÁSIA Estrada de Semíramis (600a.C.) – entre as cidades da Babilônia e Ecbatana; cruzava o Rio Tigre; transformou- se hoje em estrada asfaltada. Estrada Real (500a.C.) – na Ásia Menor ligando Iônia (Éfeso) do Império Grego ao centro do Império Persa, Susa; concluída em 323 a.C (400 anos para concluir); 2840 km de extensão; 93 dias de percurso (30 km por dia). À época de Alexandre, o Grande (anos 300a.C.), havia a estrada de Susa até Persépolis, passando por um posto de pedágio, as Portas Persas, possibilitando o tráfego de veículos com rodas desde o nível do mar até 1.800m de altitude Breve Histórico da Pavimentação Velhos caminhos da China (200a.C.) e Índia Destaque: Estrada da Seda, uma das rotas de comércio mais antigas e historicamente importantes devido a sua grande influência nas culturas da China, Índia, Ásia e também do Ocidente. A Estrada da Seda não existia apenas com o propósito do comércio da seda, mas de diversos outros bens como ouro, marfim, animais e plantas exóticas. A mercadoria mais significativa carregada nesta rota não era a seda, mas a religião, o budismo. Breve Histórico da Pavimentação Apogeu da Estrada da Seda foi na dinastia Tang (anos 600d.C.) e, após um período de declínio, voltou a se tornar importante com o surgimento do Império Mongol sob a liderança de Gêngis Khan (anos 1200d.C.), por ser o caminho de comunicação entre as diversas partes do Império. Um dos visitantes mais conhecidos e melhor documentado na história da estrada foi Marco Pólo, negociante veneziano, que iniciou suas viagens com apenas 17 anos em 1271 (Bohong, 1989). ANTIGÜIDADE Os veículos com rodas de aço necessitavam de estruturas mais resistentes Civilizações: Grécia Império Romano BREVE RELATO HISTÓRICO Breve Histórico da Pavimentação O sistema viário romano já existia anteriormente à instalação do Império, embora o mesmo tenha experimentado grande desenvolvimento a partir de então. Portanto, há mais de 2000 anos os romanos já possuíam uma boa malha viária, contando ainda com um sistema de planejamento e manutenção. A mais extensa das estradas contínuas corria da Muralha de Antonino, na Escócia, à Jerusalém, cobrindo aproximadamente 5.000km (Hagen, 1955). INTRODUÇÃO À PAVIMENTAÇÃO / 40 Rom Lyon, França ROMANOS Viae publicae; Viae militare; Actus (vias locais); Privatae spessura 1m-1,5m) Fundação: pedras grandes Camada Intermediária: areia, pedregulho, argila Camada de Superfície: pedras nas bordas, pedregulhos, limalha de ferro (espessura 5cm-7,5cm, podendo chegar a 60cm) Tempo e tráfego tiraram o material ligante Grande declividade: > 6% Vias não tinham um traçado suave como hoje Breve Histórico da Pavimentação VIA ÁPIA - ROMA Summun dorsun Nucleus Statumen Rudus IDADE MÉDIA A partir da queda do Império Romano (476d.C.), e durante os séculos seguintes, as novas nações européias fundadas perderam de vista a construção e a conservação das estradas. A França foi a primeira, desde os romanos, a reconhecer o efeito do transporte no comércio, dando importância à velocidade de viagem. Carlos Magno, no final dos anos 700 e início dos anos 800, modernizou a França e também no que diz respeito ao progresso do comércio por meio de boas estradas. Séculos X a XII de pouco cuidado com os Caminhos Reais da França; este descuido é uma das causas da decadência da Europa civilizada. Mudança significativa no reinado de Felipe Augusto (1180-1223), a partir do qual a França passa a ter novamente a preocupação de construir novas estradas e conservá-las. Breve Histórico da Pavimentação AMÉRICA Império Inca (1400’s), Peru (Equador, Argentina, Bolívia, Chile) O alemão Alexander Von Humboldt, combinação de cientista e viajante que durante os anos de 1799 e 1804 realizou expedições científicas por várias partes da América do Sul, qualifica as estradas dos incas como “os mais úteis e estupendos trabalhos realizados pelo homem” Sistema viário avançado (pedestres e animais de carga); 30 a 40.000km; definiram a rede peruana de estradas. A estrada do sol: Trechos de 1m até 16m de largura, presença de armazéns e refúgios espaçados ao longo da estrada, pontes, túneis, contenções, drenos, etc Império Maia (300’s AC), México – ligando centros, povoados e portos do mar; sacbeob – estradas brancas Breve Histórico da Pavimentação PÓS-RENASCENÇA Os ingleses, observando a forma como eram calçados os caminhos da França, conseguiram construir as vias mais cômodas, duráveis e velozes da Europa, o que foi importante para o progresso da indústria e comércio do país. Já à época havia uma grande preocupação com diversos aspectos hoje sabidamente importantes de considerar para uma boa pavimentação: drenagem e abaulamento; erosão; distância de transporte; compactação; sobrecarga; marcação. Nomes importantes: Tresaguet (França); Telford (Escócia) e McAdam (Inglaterra) Breve Histórico da Pavimentação PÓS-RENASCENÇA MacAdam (1756 - 1836) e Telford (1754 - 1834) Importância da compactação Estruturas mais leves Bases bem drenadas (Drenagem) Manutenção contínua (Manutenção) Estabilização granulométrica Revestimentos mais confortáveis - cascalhos, paralelepípedos Breve Histórico da Pavimentação - TELFORD Breve Histórico da Pavimentação - MACADAM Breve Histórico da Pavimentação - MACADAM Núcleo do Pavimento de Macadam Breve Histórico da Pavimentação Histórico Brasileiro 1560 – Caminho do Mar – ligação São Vicente – Piratininga recuperada em 1661 como Estrada do Mar em 1790 vira Calçada de Lorena 1792 – Estrada Santos - São Paulo: lajes de pedra 1726 – Caminho do Ouro – Minas ao Rio – Resquícios em Parati e várias outras cidades. Também chamada Estrada Real (Estrada Velha de Parati e Nova que vai para o Rio de Janeiro) 1865 – Estrada de rodagem União e Indústria (144km) ligando Petrópolis a Juiz de Fora (foto) – primeira estrada a usar macadame como base/revestimento no Brasil Até aqui era usual o calçamento de ruas com pedras importadas de Portugal Caminho do Mar no Século 20 INTRODUÇÃO À PAVIMENTAÇÃO / 51 Estrada Real ERA MODERNA Século XIX (1ª Metade): Ferrovias Século XIX (2ª Metade): Goodyear (pneus), Dumlop (vulcanização), Daimler (motor) 1890 - Penhard / Lassar - automóvel de benzina Século XX: (Evolução Tecnológica do automóvel) 1905: Asfalto 1909: Placas CCP – 1920: HRB 1940: USACE 1950: WASHO – 1960: AASHO Manuais 66/72/86/93/2000 – 1982: PICR (HDM) – 1993: SHRP Breve Histórico da Pavimentação 1906 – Calçamento asfáltico em grande escala na cidade do Rio de Janeiro – CAN (Trinidad)- Prefeito Rodrigues Alves 1913 – Rodovia Santos - São Paulo 1922 – Estrada Rio - Petrópolis – Pavimento de concreto Malha ferroviária brasileira: 3.000km 1937 – Criação do DNER 1942 – Contato com engenheiros norte-americanos que construíram pistas de aeroportos e estradas de acesso durante a 2ª Guerra Mundial (Belém, Fortaleza, Natal, Recife, Maceió e Salvador) - CBR Histórico Brasileiro 1942 – 1.300km de rodovias pavimentadas, uma das menores extensões da América Latina 1945 – Rodovia Rio - Bahia 1950 – Pavimentação da Rio - São Paulo (Dutra): Sem estudo geotécnico, com espessuras constantes de 35cm (20cm de base de macadame hidráulico e 15cm de um revestimento de macadame betuminosopor penetração dosado pela regra “a quantidade de ligante é a que o agregado pede”. Melhoria das estradas vicinais Histórico Brasileiro 1959 – Criação da Associação Brasileira de Pavimentação (ABPv) 1960 – Fim do Governo de Juscelino Kubischek- criação de Brasília – Estradas radiais e Plano Nacional de Viação Malha ferroviária totalizava 38.000km 1964 – Alguns projetos de pavimentação do Governo militar: Transamazônica Ponte Rio - Niterói Histórico Brasileiro 1986 – 95.000km de rodovias pavimentadas: 45.000km federais e 50.000km estaduais e municipais 1988 – 140.000km de rodovias pavimentadas (maior extensão da América Latina) Malha ferroviária: 30.000km 1996 – Início do programa de concessões 2002 – 165.000km de rodovias pavimentadas 55.000km federais 1.600.000km de rodovias não pavimentadas (federais, estaduais e municipais) Malha ferroviária: 29.000km Histórico Brasileiro 2005 190.000km de rodovias pavimentadas 55.000km federais 1.700.000km de rodovias não pavimentadas (federais, estaduais e municipais) Malha ferroviária: 25.000km Produção de Asfalto: 1.300.000t/ano SITUAÇÃO ATUAL (2010) Condição precária em grande parte da malha federal, muitos acidentes geotécnicos, quedas de pontes, taludes, etc Alguns estados tem ampliado sua malha e introduzido novas técnicas de pavimentação Histórico Brasileiro PESQUISA CNT DE RODOVIAS / 2021 Rede implantada no auge da construção (décadas de 60 e 70) está se deteriorando intensamente. Condição atual de maior parte da rede é de regular a ruim com tendência a deterioração acelerada A reabilitação da rede exige recursos três a cinco vezes superior do que custaria a conservação no momento oportuno. SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2021 SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2021 Boletim Estatístico Boletim Novo Principais Dados Boletim Econômico Relatório Gerencial – 11- Análise Sócio –econômica das rodovias DÚVIDAS? ATIVIDADE 1 - IDENTIFIQUE E EXPLIQUE DE QUE FORMA OCORRE O PROCESSO CONSTRUTIVO EM UM PAVIMENTO FLEXÍVEL E RÍGIDO. 2 – DETERMINE AS CAMADAS QUE CONSTITUEM UM PAVIMENTO E EXPLIQUE CADA UMA DELAS. 3 – COMO SE DESENVOLVEU A PAVIMENTAÇÃO AO LONGO DOS ANOS, NO BRASIL?
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